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CRIMES NO ECA 2020

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Manual Caseiro 
 
Direito Administrativo – De 
na Súmula!!! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CRIMES NO ECA 
Lei nº 8.069/90 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Ed. 2020 
 
 
 
 
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Manual Caseiro 
 
Direito Administrativo – De 
na Súmula!!! 
 
 
Manual Caseiro 
Instagram: @manualcaseiro 
E-mail: manualcaseir@outlook.com 
Site: www.meumanualcaseiro.com.br 
Crimes no ECA – Lei nº 8.069/90 
 
CRIMES NO ECA 
Lei nº 8.069/90 
 
 
 
 
Prezado aluno, passaremos nesse momento ao estudo da Dos Crimes previstos no ECA. O presente 
material tem por objetivo reunir todas as informações que o candidato precisa para resolver questões dos 
certames públicos. Dessa forma, nosso material trouxe uma abordagem doutrinária sobre o tema objeto de 
estudo, a legislação (lei seca), questões já cobradas em concurso público pelas diversas bancas, súmulas 
sobre o tema, e, por fim, informativos. 
 
CF, Art. Art. 227. § 4. A lei punirá severamente o abuso, a violência e a exploração sexual 
da criança e do adolescente. 
 
Nessa esteira, observando o mandado de criminalização, assim chamadas as normas constitucionais 
que determinam ao legislador ordinário a elaboração de tipos penais para a proteção de direitos fundamentais, 
o Estatuto da Criança e do Adolescente tratou da matéria nos arts. 225 ao 244-B, o qual passaremos ao estudo. 
 
 
 
 
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Manual Caseiro 
 
Direito Administrativo – De 
na Súmula!!! 
 
 
1. Noções Introdutórias 
 
Toda a doutrina do ECA é voltada para a teoria da proteção integral, no sentido de que a criança e o 
adolescente devem ter a prioridade e proteção mais ampla possível fornecida pelo Estado. Nesse aspecto 
cabe a diferenciação clara do que seria criança e adolescente, vejamos: 
 
Criança: Pessoa que tem até 12 anos de idade. 
Adolescente: Pessoa que tem 12 a 18 anos de idade. 
Cumpre destacar que estes não praticam crimes, eventualmente se estes praticarem atos análogos a 
uma conduta criminosa prevista como crime, estarão praticando atos infracionais. Cuidado que esses atos 
infracionais podem ser aplicados ainda para pessoas até 21 anos de idade nas hipóteses previstas pelo art. 2º 
parágrafo único do ECA. 
As crianças e adolescentes são sujeitos de direitos e estão em igualdade com os adultos, levando-se 
em consideração as peculiaridades, tendo em vista que estão ainda em desenvolvimento, devendo ser 
observado uma série de direitos e garantias, de forma que possam exercer amplamente sua vida, garantindo 
o pleno desenvolvimento físico, moral, espiritual e social. 
O ECA prevê todo um tratamento diferenciado à criança e adolescente quanto ao cometimento de 
atos infracionais (conduta análoga a um crime), ou seja, quando uma criança ou adolescente mata alguém, 
este não responde por homicídio, mas sim ato infracional análogo a homicídio, estando sujeito a criança 
apenas as medidas de proteção previstas no art. 101 do Estatuto e no caso dos adolescentes estarão sujeitos 
além das medidas de proteção, a medidas sócio educativas previstas no art. 112 do Estatuto. 
Criança
Adolescente?
 
 
 
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Direito Administrativo – De 
na Súmula!!! 
 
 
 
1.1 Incidência do princípio da especialidade 
Conforme explicita o professor Gabriel Habib (2018), o artigo 225 do ECA positiva expressamente 
o princípio da especialidade ao dispor que os delitos previstos no ECA estarão configurados quando forem 
praticados contra criança ou adolescente. 
Nessa linha, o elemento especializante nesse caso é a vítima do delito, criança ou adolescente. 
Assim, diante de um conflito aparente de normas, os tipos do ECA deverão prevalecer sobre outros 
tipos penais, como ocorre com o art. 3°, alínea a, da Lei de Abuso de Autoridade que dispõe "constitui abuso 
de autoridade qualquer atentado à liberdade de locomoção". Logo, a autoridade pública que atentar contra a 
liberdade de locomoção de qualquer pessoa pratica o delito do art. 3",alinea a, da Lei de Abuso de Autoridade. 
Entretanto, caso a vítima do atentado seja criança ou adolescente, o delito praticado será o do art. 230 da Lei 
8069/90, Estatuto da Criança e do Adolescente- ECA. 
Vejamos: 
Art. 225. Este Capítulo dispõe sobre crimes praticados contra a criança e o adolescente, por ação ou omissão, 
sem prejuízo do disposto na legislação penal. 
1.2 Abrangência de ação e omissão 
Os crimes previstos no ECA, podem ser praticados através de ação ou omissão, conforme iremos 
verificar no estudo detalhado de cada tipo penal. Nesse sentido, o art. 225 do ECA. 
Art. 225. Este Capítulo dispõe sobre crimes praticados contra a criança e o adolescente, por ação ou omissão, 
sem prejuízo do disposto na legislação penal. 
 
1.3 Aplicação subsidiária do Código Penal e do Código de Processo Penal 
Em sintonia com a previsão do art. 12 do Código Penal, o qual proclama “as regras gerais deste 
Código aplicam-se aos fatos incriminados por lei especial, se esta não dispuser de modo diverso”, o art. 226 
do ECA prevê de forma expressa a incidência das as normas da Parte Geral do Código Penal e do Código de 
Processo Penal aos crimes definidos na referida legislação. 
Vejamos: 
Art. 226. Aplicam-se aos crimes definidos nesta Lei as normas da Parte Geral do Código Penal e, quanto ao 
processo, as pertinentes ao Código de Processo Penal. 
 
 
 
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1.4 Ação Penal 
Os crimes previstos no ECA, são todos de ação penal pública incondicionada, seguindo a regra geral 
prevista no art. 100 do Código Penal, o qual proclama que, “a ação penal é pública, salvo quando a lei 
expressamente a declare privativa do ofendido”. 
Nessa linha, reafirmando a regra geral, o art. 227 do ECA prevê expressamente que os crimes 
definidos na referida legislação são de ação pública incondicionada. 
Vejamos: 
Art. 227. Os crimes definidos nesta Lei são de ação pública incondicionada. 
JÁ CAIU CESPE: Juiz de Direito do TJ/BA. Os crimes previstos no ECA são de ação penal pública, 
prevendo-se para alguns deles, entretanto, a necessidade de representação do ofendido ou de seu 
representante legal. 
A alternativa está errada. 
JÁ CAIU CESPE: Juiz de Direito do TJ/MA. Todos os crimes contra a criança e o adolescente 
definidos no ECA prescindem, para a propositura da ação penal correspondente, de representação do 
ofendido ou de seu representante legal. 
A alternativa está correta. 
 
2. Aplicação dos Direitos do ECA 
 
Art. 3º Parágrafo único. Os direitos enunciados nesta Lei aplicam-se a todas as crianças e 
adolescentes, sem discriminação de nascimento, situação familiar, idade, sexo, raça, etnia ou 
cor, religião ou crença, deficiência, condição pessoal de desenvolvimento e aprendizagem, 
condição econômica, ambiente social, região e local de moradia ou outra condição que 
diferencie as pessoas, as famílias ou a comunidade em que vivem. (Incluído pela Lei nº 13.257, 
de 2016). 
Crianças e adolescentes, portanto, não sofrerão nenhuma destas discriminações elencadas no referido 
artigo. 
 
3. Alterações recentes 
 
 
 
 
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Direito Administrativo – De 
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A primeira alteração a ser destacada é a do art. 8º, que teve redação incluída pela Lei 13.257 de 2016; 
 
Art. 8 o É assegurado a todas as mulheres o acesso aos programas e às políticas de saúde da 
mulher e de planejamento reprodutivo e, às gestantes, nutrição adequada, atenção humanizada 
à gravidez, ao parto e ao puerpério e atendimento pré-natal, perinatal e pós-natal integral no 
âmbito do Sistema Único de Saúde. (Redação dada pela Lei nº 13.257,de 2016). 
 Observe que a antiga redação trazia apenas; 
Art. 8º É assegurado à gestante, através do Sistema Único de Saúde, o atendimento pré e 
perinatal. 
 E ainda acerca do tema é incluído o art. 8º A; 
Art. 8º-A. Fica instituída a Semana Nacional de Prevenção da Gravidez na Adolescência, a ser 
realizada anualmente na semana que incluir o dia 1º de fevereiro, com o objetivo de disseminar 
informações sobre medidas preventivas e educativas que contribuam para a redução da 
incidência da gravidez na adolescência. (Incluído pela Lei nº 13.798, de 2019). 
Parágrafo único. As ações destinadas a efetivar o disposto no caput deste artigo ficarão a 
cargo do poder público, em conjunto com organizações da sociedade civil, e serão dirigidas 
prioritariamente ao público adolescente. (Incluído pela Lei nº 13.798, de 2019). 
 
 Analisando estas alterações fica claro que o objetivo do legislador foi de tentar frear as tragédias que 
veem acontecendo frequentemente na sociedade atual acerca da gravidez na adolescência. 
 
4. Medidas protetivas 
 
Art. 101. Verificada qualquer das hipóteses previstas no art. 98, a autoridade competente 
poderá determinar, dentre outras, as seguintes medidas: 
I - encaminhamento aos pais ou responsável, mediante termo de responsabilidade; 
II - orientação, apoio e acompanhamento temporários; 
III - matrícula e freqüência obrigatórias em estabelecimento oficial de ensino fundamental; 
IV - inclusão em programa comunitário ou oficial de auxílio à família, à criança e ao 
adolescente; 
IV - inclusão em serviços e programas oficiais ou comunitários de proteção, apoio e promoção 
da família, da criança e do adolescente; (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016) 
 
 
 
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V - requisição de tratamento médico, psicológico ou psiquiátrico, em regime hospitalar ou 
ambulatorial; 
VI - inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e tratamento a 
alcoólatras e toxicômanos; 
VII - abrigo em entidade; 
VII - acolhimento institucional; (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência 
 VIII - colocação em família substituta. 
VIII - inclusão em programa de acolhimento familiar; (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 
2009). 
IX - colocação em família substituta. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009). 
 Observe que as finalidades dessas medidas protetivas como o próprio nome aduz, é de proteger a 
criança e ao adolescente. Se essa criança/adolescente for viciada em drogas por exemplo, vai colocar-se para 
realizar um tratamento hospitalar/ambulatorial, ou seja, tem um viés protetivo bem como de recuperação 
para que ela não enverede pela vida do crime. 
5. Medidas sócio educativas 
Aqui entende-se que o adolescente de 12 a 18 anos possui um desenvolvimento maior em comparação 
com as crianças, tornando as medidas de repreensão um pouco mais severas, lógico, ainda com um viés de 
proteção e recuperação, no entanto, pelo fato de estar no processo avançado de desenvolvimento são mais 
rigorosas; 
Art. 112. Verificada a prática de ato infracional, a autoridade competente poderá aplicar ao 
adolescente as seguintes medidas: 
I - advertência; 
 Admoestação verbal ao adolescente que será reduzida a termo e assinada. Art. 115. 
II - obrigação de reparar o dano; 
 Se o adolescente comete ato infracional análogo ao crime de dano, este poderá estar sujeito a 
repará-lo como forma de compensar o prejuízo. Art. 116. 
III - prestação de serviços à comunidade; 
 Esta prestação será destinada a algum ato de auxílio à comunidade, mas não poderá prejudicar os 
estudos do adolescente, bem como não deverá ultrapassar carga horária de 8 horas semanais e duração total 
máxima de 6 meses. 
 
 
 
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IV - liberdade assistida; 
 Tem a finalidade de auxiliar e orientar o adolescente, pelo prazo mínimo de 6 meses, podendo ser 
prorrogada, revogada ou ainda substituída por outra medida. 
V - inserção em regime de semi-liberdade; 
 Seria a medida que imediatamente antecede a internação, no caso se o juiz entender que o ato 
infracional não foi tão grave. Essa semi-liberdade permite realização de atividades externas que independente 
de autorização judicial, permitindo também a escolarização e a profissionalização. 
VI - internação em estabelecimento educacional; 
 Caso nenhuma das medidas supracitadas surtirem efeito, deverá ser aplicada a medida sócio educativa 
mais grave, a internação. Esta medida possui o prazo máximo de 3 anos, permitindo que, se no caso o 
adolescente foi internado aos 17 anos por exemplo, atinja sua maioridade penal e podendo chegar até os 21 
anos, submetido a uma medida sócio educativa. Não tornando o ECA restrito apenas a menores de idade. 
 Essa medida só poderá ser tomada em caso de ato infracional com violência ou grave ameaça a pessoa, 
na reiteração de outras infrações graves ou ainda no descumprimento reiterado e injustificado de medidas 
sócio educativas anteriormente impostas. 
Imagine que por exemplo, o caso do adolescente com 15 anos de idade, que já possui maior grau de 
desenvolvimento físico e mental, comete infração análoga ao homicídio. Esse adolescente terá 
consequentemente uma reprimenda maior por parte do Estatuto, podendo ocorrer esse cerceamento de sua 
liberdade. Logicamente ele não será inserido no sistema prisional penitenciário de adultos, seria o caso da 
referida internação por até 3 anos. 
 Lembrando que mesmo nesta medida, haverá obrigatoriamente o cumprimento de atividades 
pedagógicas, ainda há o viés de se dar a máxima proteção e absoluta prioridade ao adolescente com intuito 
de recuperá-lo. 
VII - qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI. 
 
 
 
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6. Texto Normativo 
Prezados alunos, analisando as questões já cobradas pelas bancas examinadoras no tocante aos 
crimes previsto no ECA, constatamos uma incidência elevada da legislação puramente, além de um alto 
índice com relação a jurisprudência. Dessa forma, reforço a importância do estudo do texto normativo. 
Segue abaixo: 
Art. 228. Deixar o encarregado de serviço ou o dirigente de estabelecimento de atenção à saúde de gestante de 
manter registro das atividades desenvolvidas, na forma e prazo referidos no art. 10 desta Lei, bem como de 
fornecer à parturiente ou a seu responsável, por ocasião da alta médica, declaração de nascimento, onde 
constem as intercorrências do parto e do desenvolvimento do neonato: 
Pena - detenção de seis meses a dois anos. 
Parágrafo único. Se o crime é culposo: 
Pena - detenção de dois a seis meses, ou multa. 
Art. 229. Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente de estabelecimento de atenção à saúde de gestante de 
identificar corretamente o neonato e a parturiente, por ocasião do parto, bem como deixar de proceder aos 
exames referidos no art. 10 desta Lei: 
Pena - detenção de seis meses a dois anos. 
Parágrafo único. Se o crime é culposo: 
Pena - detenção de dois a seis meses, ou multa. 
 Art. 230. Privar a criança ou o adolescente de sua liberdade, procedendo à sua apreensão sem estar em flagrante 
de ato infracional ou inexistindo ordem escrita da autoridade judiciária competente: 
Pena - detenção de seis meses a dois anos. 
Parágrafo único. Incide na mesma pena aquele que procede à apreensão sem observância das formalidades 
legais. 
Art. 231. Deixar a autoridade policial responsável pela apreensão de criança ou adolescente de fazer imediata 
comunicação à autoridade judiciária competente e à família do apreendido ou à pessoa por ele indicada: 
Pena - detenção de seis meses a dois anos. 
Art. 232. Submeter criança ou adolescente sob sua autoridade, guarda ou vigilância a vexame ou a 
constrangimento: 
Pena -detenção de seis meses a dois anos. 
Art. 233. (Revogado pela Lei nº 9.455, de 7.4.1997: 
Art. 234. Deixar a autoridade competente, sem justa causa, de ordenar a imediata liberação de criança ou 
adolescente, tão logo tenha conhecimento da ilegalidade da apreensão: 
 
 
 
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Pena - detenção de seis meses a dois anos. 
Art. 235. Descumprir, injustificadamente, prazo fixado nesta Lei em benefício de adolescente privado de 
liberdade: 
Pena - detenção de seis meses a dois anos. 
Art. 236. Impedir ou embaraçar a ação de autoridade judiciária, membro do Conselho Tutelar ou representante 
do Ministério Público no exercício de função prevista nesta Lei: 
Pena - detenção de seis meses a dois anos. 
Art. 237. Subtrair criança ou adolescente ao poder de quem o tem sob sua guarda em virtude de lei ou ordem 
judicial, com o fim de colocação em lar substituto: 
Pena - reclusão de dois a seis anos, e multa. 
Art. 238. Prometer ou efetivar a entrega de filho ou pupilo a terceiro, mediante paga ou recompensa: 
Pena - reclusão de um a quatro anos, e multa. 
Parágrafo único. Incide nas mesmas penas quem oferece ou efetiva a paga ou recompensa. 
Art. 239. Promover ou auxiliar a efetivação de ato destinado ao envio de criança ou adolescente para o exterior 
com inobservância das formalidades legais ou com o fito de obter lucro: 
Pena - reclusão de quatro a seis anos, e multa. 
Parágrafo único. Se há emprego de violência, grave ameaça ou fraude: (Incluído pela Lei nº 10.764, de 
12.11.2003) 
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 8 (oito) anos, além da pena correspondente à violência. 
Art. 240. Produzir, reproduzir, dirigir, fotografar, filmar ou registrar, por qualquer meio, cena de sexo explícito 
ou pornográfica, envolvendo criança ou adolescente: (Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008) 
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008) 
§ 1o Incorre nas mesmas penas quem agencia, facilita, recruta, coage, ou de qualquer modo intermedeia a 
participação de criança ou adolescente nas cenas referidas no caput deste artigo, ou ainda quem com esses 
contracena. (Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008) 
§ 2o Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o agente comete o crime: (Redação dada pela Lei nº 
11.829, de 2008) 
I – no exercício de cargo ou função pública ou a pretexto de exercê-la; (Redação dada pela Lei nº 
11.829, de 2008) 
II – prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade; ou (Redação dada pela 
Lei nº 11.829, de 2008) 
III – prevalecendo-se de relações de parentesco consangüíneo ou afim até o terceiro grau, ou por adoção, de 
tutor, curador, preceptor, empregador da vítima ou de quem, a qualquer outro título, tenha autoridade sobre 
ela, ou com seu consentimento. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) 
 
 
 
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Art. 241. Vender ou expor à venda fotografia, vídeo ou outro registro que contenha cena de sexo explícito ou 
pornográfica envolvendo criança ou adolescente: (Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008) 
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008) 
Art. 241-A. Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, distribuir, publicar ou divulgar por qualquer meio, 
inclusive por meio de sistema de informática ou telemático, fotografia, vídeo ou outro registro que contenha 
cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente: (Incluído pela Lei nº 
11.829, de 2008) 
Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) 
§ 1o Nas mesmas penas incorre quem: (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) 
I – assegura os meios ou serviços para o armazenamento das fotografias, cenas ou imagens de que trata 
o caput deste artigo; (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) 
II – assegura, por qualquer meio, o acesso por rede de computadores às fotografias, cenas ou imagens de que 
trata o caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) 
§ 2o As condutas tipificadas nos incisos I e II do § 1o deste artigo são puníveis quando o responsável legal pela 
prestação do serviço, oficialmente notificado, deixa de desabilitar o acesso ao conteúdo ilícito de que trata 
o caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) 
Art. 241-B. Adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer meio, fotografia, vídeo ou outra forma de registro 
que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente: (Incluído pela 
Lei nº 11.829, de 2008) 
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) 
§ 1o A pena é diminuída de 1 (um) a 2/3 (dois terços) se de pequena quantidade o material a que se refere 
o caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) 
§ 2o Não há crime se a posse ou o armazenamento tem a finalidade de comunicar às autoridades competentes 
a ocorrência das condutas descritas nos arts. 240, 241, 241-A e 241-C desta Lei, quando a comunicação for 
feita por: (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) 
I – agente público no exercício de suas funções; (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) 
II – membro de entidade, legalmente constituída, que inclua, entre suas finalidades institucionais, o 
recebimento, o processamento e o encaminhamento de notícia dos crimes referidos neste 
parágrafo; (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) 
III – representante legal e funcionários responsáveis de provedor de acesso ou serviço prestado por meio de 
rede de computadores, até o recebimento do material relativo à notícia feita à autoridade policial, ao Ministério 
Público ou ao Poder Judiciário. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) 
§ 3o As pessoas referidas no § 2o deste artigo deverão manter sob sigilo o material ilícito 
referido. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) 
Art. 241-C. Simular a participação de criança ou adolescente em cena de sexo explícito ou pornográfica por 
meio de adulteração, montagem ou modificação de fotografia, vídeo ou qualquer outra forma de representação 
visual: (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) 
Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) 
 
 
 
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Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem vende, expõe à venda, disponibiliza, distribui, publica ou 
divulga por qualquer meio, adquire, possui ou armazena o material produzido na forma do caput deste 
artigo. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) 
Art. 241-D. Aliciar, assediar, instigar ou constranger, por qualquer meio de comunicação, criança, com o fim 
de com ela praticar ato libidinoso: (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) 
Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) 
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem: (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) 
I – facilita ou induz o acesso à criança de material contendo cena de sexo explícito ou pornográfica com o fim 
de com ela praticar ato libidinoso; (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) 
II – pratica as condutas descritas no caput deste artigo com o fim de induzir criança a se exibir de forma 
pornográfica ou sexualmente explícita. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) 
Art. 241-E. Para efeito dos crimes previstos nesta Lei, a expressão “cena de sexo explícito ou pornográfica” 
compreende qualquer situação que envolva criançaou adolescente em atividades sexuais explícitas, reais ou 
simuladas, ou exibição dos órgãos genitais de uma criança ou adolescente para fins primordialmente 
sexuais (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) 
Art. 242. Vender, fornecer ainda que gratuitamente ou entregar, de qualquer forma, a criança ou adolescente 
arma, munição ou explosivo: 
Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos. (Redação dada pela Lei nº 10.764, de 12.11.2003) 
Art. 243. Vender, fornecer, servir, ministrar ou entregar, ainda que gratuitamente, de qualquer forma, a criança 
ou a adolescente, bebida alcoólica ou, sem justa causa, outros produtos cujos componentes possam causar 
dependência física ou psíquica: (Redação dada pela Lei nº 13.106, de 2015) 
Pena - detenção de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa, se o fato não constitui crime mais grave. (Redação 
dada pela Lei nº 13.106, de 2015) 
Art. 244. Vender, fornecer ainda que gratuitamente ou entregar, de qualquer forma, a criança ou adolescente 
fogos de estampido ou de artifício, exceto aqueles que, pelo seu reduzido potencial, sejam incapazes de 
provocar qualquer dano físico em caso de utilização indevida: 
 Pena - detenção de seis meses a dois anos, e multa. 
Art. 244-A. Submeter criança ou adolescente, como tais definidos no caput do art. 2o desta Lei, à prostituição 
ou à exploração sexual: (Incluído pela Lei nº 9.975, de 23.6.2000) 
Pena – reclusão de quatro a dez anos e multa, além da perda de bens e valores utilizados na prática criminosa 
em favor do Fundo dos Direitos da Criança e do Adolescente da unidade da Federação (Estado ou Distrito 
Federal) em que foi cometido o crime, ressalvado o direito de terceiro de boa-fé. (Redação dada pela Lei 
nº 13.440, de 2017) 
§ 1o Incorrem nas mesmas penas o proprietário, o gerente ou o responsável pelo local em que se verifique a 
submissão de criança ou adolescente às práticas referidas no caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 
9.975, de 23.6.2000) 
§ 2o Constitui efeito obrigatório da condenação a cassação da licença de localização e de funcionamento do 
estabelecimento. (Incluído pela Lei nº 9.975, de 23.6.2000) 
Art. 244-B. Corromper ou facilitar a corrupção de menor de 18 (dezoito) anos, com ele praticando infração 
penal ou induzindo-o a praticá-la: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) 
 
 
 
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Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) 
§ 1o Incorre nas penas previstas no caput deste artigo quem pratica as condutas ali tipificadas utilizando-se de 
quaisquer meios eletrônicos, inclusive salas de bate-papo da internet. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 
2009) 
§ 2o As penas previstas no caput deste artigo são aumentadas de um terço no caso de a infração cometida ou 
induzida estar incluída no rol do art. 1o da Lei no 8.072, de 25 de julho de 1990. (Incluído pela Lei nº 12.015, 
de 2009) 
7. Crimes relacionados ao ECA 
 
Os crimes tratados neste Estatuto são de ação penal pública incondicionada, tendo em regra 
competência de ser processado e julgado pela Justiça Estadual, sendo de competência da Justiça Federal 
apenas quando prevista uma das hipóteses elencadas no art. 109 da Constituição Federal que estabelece a 
competência do Juiz Federal. 
A objetividade jurídica geral dos crimes é uniforme, ou seja, traz a ideia de proteção dos direitos 
das crianças e dos adolescentes, principalmente levando em consideração de sua integridade físico e 
psíquicas. Ressalta-se que o Estatuto protege também o Direito dos nascituros. 
Além de possuir essa objetividade jurídica geral, alguns crimes terão a objetividade jurídica 
especifica, entre eles o art. 228 e 229 do ECA onde a objetividade jurídica será a proteção do recém-nascido. 
 
8. Efeitos da condenação 
Art. 227- A Os efeitos da condenação prevista no inciso I do caput do art. 92 do Decreto-Lei 
nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), para os crimes previstos nesta Lei, 
praticados por servidores públicos com abuso de autoridade, são condicionados à ocorrência 
de reincidência. (Incluído pela Lei nº 13.869 de 2019). 
 Para que o agente público perca o cargo, mandado ou função, ele terá que ser reincidente em uma 
conduta relacionada a abuso de autoridade envolvendo criança/adolescente. 
Parágrafo único. A perda do cargo, do mandato ou da função, nesse caso, independerá da pena 
aplicada na reincidência. (Incluído pela Lei nº 13.869 de 2019). 
 O legislador quis dizer que por exemplo, supondo que tenha sido praticado um crime do ECA com 
abuso de autoridade, deixando de liberar um adolescente, resultando em uma punição/condenação, 
posteriormente é praticado mais um crime previsto no ECA relacionado com abuso de autoridade mas 
 
 
 
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recebeu uma pena de apenas 1 mês, uma pena baixa. No entanto o ECA diz que a perda do cargo acontecerá 
no caso de reincidência independentemente da pena que foi dada. 
 
9. Crimes em Espécie 
Descumprimento do Art. 10 do Estatuto da Criança e do Adolescente 
Art. 228. Deixar o encarregado de serviço ou o dirigente de estabelecimento de atenção à saúde de gestante 
de manter registro das atividades desenvolvidas, na forma e prazo referidos no art. 10 desta Lei, bem como 
de fornecer à parturiente ou a seu responsável, por ocasião da alta médica, declaração de nascimento, onde 
constem as intercorrências do parto e do desenvolvimento do neonato: 
Pena - detenção de seis meses a dois anos. 
Parágrafo único. Se o crime é culposo: 
Pena - detenção de dois a seis meses, ou multa. 
 Trata-se de infração de menor potencial ofensivo, aplicando-se a Lei 9.099/95, que, por ter uma pena 
mínima menor de 1 ano se aplica o Art. 89 da referida Lei. Prevendo ainda a modalidade culposa estabelecido 
por uma conduta omissiva. 
a) Sujeito Ativo – o delito em comento tem como sujeito ativo o sujeito encarregado do serviço ou o dirigente 
de estabelecimento que tinha a função, mas deixa de cumprir as obrigações previstos no art. 10 do Estatuto 
da Criança e do Adolescente, violando assim o seu dever de agir. 
Obs. Não é qualquer encarregado, mas aquele que tem o dever de cumprir as obrigações. 
b) Sujeito Passivo – a criança. 
c) Crime omissivo – trata-se de crime omissivo, o agente deixa de fazer uma ação que deveria. 
d) Consumação – consuma-se com a mera omissão do agente, pois se trata de crime omissivo próprio. 
e) Modalidade culposa – em seu paragrafo único, o legislador trouxe a previsão da modalidade culposa do 
delito. Nessa situação, a pena é menor em decorrência da menor reprovabilidade da conduta. 
JÁ CAIU: O crime de deixar o encarregado de serviço ou o dirigente de estabelecimento de atenção 
à saúde de gestante de manter registro das atividades desenvolvidas, bem como de fornecer à parturiente ou 
 
 
 
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a seu responsável por ocasião da alta médica, declaração de nascimento onde constem as intercorrências do 
parto e do desenvolvimento do neonato, não admite forma culposa. 
ERRADO, pois nos moldes do paragrafo único, o legislador trouxe a modalidade culposa para o tipo penal 
em comento, com o diferencial de incidência de uma pena menor. 
 
Troca e bebês e descumprimento do art. 10 do Estatuto da Criança e do Adolescente 
Art. 229. Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente de estabelecimento de atenção à saúde de gestante de 
identificar corretamente o neonato e a parturiente, por ocasião do parto, bem como deixar de proceder aos 
exames referidos no art. 10 desta Lei: 
Pena - detenção de seis meses a dois anos. 
Parágrafo único. Se o crime é culposo: 
Pena - detenção de doisa seis meses, ou multa. 
 
Trata-se de crime próprio tendo em vista que se aplica ao médico, enfermeiro ou dirigente de 
estabelecimento que deixa de identificar corretamente o recém-nascido e sua mãe, bem como deixar de 
realizar os exames necessários. 
a) Sujeito Ativo – trata-se de crime próprio, de forma que, o sujeito ativo somente pode ser o médico, 
enfermeiro ou dirigente de estabelecimento de atenção à saúde de gestante. Contudo, não é qualquer médico, 
enfermeiro ou dirigente, mas aquele que tem, no caso específico, o dever de identificar corretamente o 
neonato e o parturiente. 
b) Sujeito Passivo – a criança e a parturiente. 
c) Crime omissivo – trata-se de crime omissivo, o agente deixa de fazer uma ação que deveria. In casu, o 
agente deixa de identificar corretamente o neonato e a parturiente, por ocasião do parto ou ainda, deixa de 
proceder os exames previstos no art. 10, violando assim o seu dever de agir. 
d) Conduta – com o tipo penal em estudo, o legislador buscou evitar a chamada troca de bebês. Além disso, 
criminalizou a conduta de não realização dos exames contidos ao teor do art. 10, III, do Estatuto da Criança 
e do Adolescente. 
e) Consumação – consuma-se com a mera omissão do agente, trata-se de crime omissivo próprio. 
 
 
 
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f) Modalidade culposa – assim como fez com o tipo penal do art. 228, o tipo penal em estudo previu a 
modalidade culposa 
JÁ CAIU: Segundo o ECA. o médico que, de forma culposa, deixar de identificar corretamente o 
neonato e sua mãe, por ocasião do parto, praticará conduta típica. 
A alternativa está CORRETA, pois o tipo penal admite a forma culposa. 
Lembre-se: 
- Admite forma culposa 
- Crime próprio do encarregado de serviço ou dirigente de estabelecimento de atenção à saúde de gestante. 
 
Art. 230. Privar a criança ou o adolescente de sua liberdade, procedendo à sua apreensão sem estar em 
flagrante de ato infracional ou inexistindo ordem escrita da autoridade judiciária competente: 
Parágrafo único. Incide na mesma pena aquele que procede à apreensão sem observância das formalidades 
legais. 
Cuidado com a terminologia, no ECA é especifica, observe que trata de apreensão. Neste caso, 
apreender uma criança ou adolescente sem flagrante ou ordem escrita de autoridade judiciária incorre neste 
artigo. Caso seja feita uma apreensão sem flagrante ou autorização do juiz, esta será ilegal, violando os 
direitos previstos no Art. 16 do ECA, tratando ainda deste tema temo o art. 106 reafirmando tal entendimento; 
Art. 106. Nenhum adolescente será privado de sua liberdade senão em flagrante de ato 
infracional ou por ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente. 
Parágrafo único. O adolescente tem direito à identificação dos responsáveis pela sua 
apreensão, devendo ser informado acerca de seus direitos. 
a) Sujeito Ativo – qualquer pessoa. 
b) Sujeito Passivo – a criança ou o adolescente. 
c) Crime omissivo – trata-se de crime omissivo, o agente deixa de fazer uma ação que deveria. 
d) Conduta – o delito pune a conduta de privar a liberdade da criança ou do adolescente sem que exista 
situação de flagrância ou ainda, ordem escrita fundamenta autorizando a medida. 
O tipo penal em comento busca proteger a norma prevista no art. 106 do ECA. Vejamos: 
 
 
 
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Art. 106. Nenhum adolescente será privado de sua liberdade senão em flagrante de ato infracional ou por 
ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente. 
Parágrafo único. O adolescente tem direito à identificação dos responsáveis pela sua apreensão, devendo ser 
informado acerca de seus direitos. 
 
e) Consumação – consuma-se com a efetiva privação da liberdade do menor. Trata-se de crime material. 
e) Principio da especialidade – o tipo penal em comento é especial em relação ao crime previsto na lei de 
abuso de autoridade. Nesse sentido, preleciona Gabriel Habib: 
Este tipo penal constitui especialidade em relação ao art. 3°, alínea a, da Lei de Abuso de 
Autoridade (4.898/65), que dispõe "constitui abuso de autoridade qualquer atentado à 
liberdade de locomoção". Logo, a autoridade pública que atentar contra a liberdade de 
locomoção de qualquer pessoa pratica o delito do art. 3°, alínea a, da Lei de Abuso de 
Autoridade. Entretanto, caso a vítima do atentado seja criança ou adolescente, o delito 
praticado será o previsto no art. 230 do ECA. 
 f) Figura equiparada 
O tipo penal prevê uma figura equiparada ao teor do parágrafo único, dispondo que “incide na 
mesma pena aquele que procede à apreensão sem observância das formalidades legais”. 
Nessa conduta equiparada pode ser que a privação da liberdade da criança ou do adolescente seja 
lícita, isso é, que ele esteja em estado de flagrância ou que haja ordem escrita da autoridade judiciária 
competente, mas nesse caso, há o descumprimento das formalidades contidas, por exemplo, nos arts. 106, 
parágrafo único, 107, 108 e 109 do ECA. 
Em síntese, na figura equiparada, a apreensão é lícita, porém ilegal por não observar as formalidades 
exigidas. 
f.1) Princípio da especialidade: esta conduta equiparada constitui especialidade em relação ao art. 4°, alínea 
a, da Lei de Abuso de Autoridade (4.898/65), que possui a seguinte redação: “constitui também abuso de 
autoridade: a) ordenar ou executar medida privativa da liberdade individual, sem as formalidades legais ou 
com abuso de poder”. Assim, caso a vítima seja criança ou adolescente, o delito praticado será o previsto no 
parágrafo único elo art. 230 do ECA. 
f.2) Consumação – o delito consuma-se com o descumprimento das formalidades legais, diferente do tipo 
do caput, trata-se de crime formal. 
 
 
 
 
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Art. 231. Deixar a autoridade policial responsável pela apreensão de criança ou adolescente de fazer imediata 
comunicação à autoridade judiciária competente e à família do apreendido ou à pessoa por ele indicada: 
Pena - detenção de seis meses a dois anos. 
Toda prisão/apreensão em flagrante seja adulta ou adolescente, deve haver uma comunicação da 
autoridade policial, para a autoridade judiciária competente, vejamos o art. 107 do ECA; 
Art. 107. A apreensão de qualquer adolescente e o local onde se encontra recolhido serão 
incontinenti comunicados à autoridade judiciária competente e à família do apreendido ou à 
pessoa por ele indicada. 
Parágrafo único. Examinar-se-á, desde logo e sob pena de responsabilidade, a possibilidade 
de liberação imediata. 
a) Sujeito Ativo – trata-se de crime próprio. Assim, o sujeito ativo é a autoridade policial responsável pela 
apreensão da criança ou do adolescente. 
b) Sujeito Passivo – a criança ou o adolescente. 
c) Crime omissivo – trata-se de crime omissivo, a autoridade policial viola o seu dever de comunicar à 
autoridade judiciária competente e à família do apreendido ou à pessoa por ele indicada. 
O tipo penal em comento busca proteger a regra esculpida ao teor do art. 107 do ECA. Vejamos: 
Art. 107. A apreensão de qualquer adolescente e o local onde se encontra recolhido serão incontinenti 
comunicados à autoridade judiciária competente e à família do apreendido ou à pessoa por ele indicada. 
Parágrafo único. Examinar-se-á, desde logo e sob pena de responsabilidade, a possibilidade de liberação 
imediata. 
 
 Dupla comunicação – no que tange a esse dever de comunicação, importante destacarmos que ela deve 
ser dupla, ou seja, deve ser feita à autoridade judiciária competente e à família do apreendido, de modo que, 
se for feito apenas a um desses, faltando a outra parte, o tipo penal estará caracterizado. 
O tipo peal busca proteger a norma constitucional previstaao teor do art. 5º, LXII da CF. Vejamos: 
A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz competente 
e à família do preso ou à pessoa por ele indicada. 
 
 
 
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d) Princípio da especialidade – este tipo penal constitui especialidade em relação ao art. 4°, alínea c, da Lei 
de Abuso de Autoridade (4.898/65), que dispõe “constitui também abuso de autoridade: c) deixar de 
comunicar, imediatamente, ao juiz competente a prisão ou detenção de qualquer pessoa.” Dessa forma, caso 
a vítima seja criança ou adolescente, o delito praticado será o previsto no art. 231 do ECA. 
e) Consumação – consuma-se com a mera omissão do agente em não comunicar, trata-se de crime omissivo 
próprio. 
 
Submeter a vexame ou constrangimento 
Art. 232. Submeter criança ou adolescente sob sua autoridade, guarda ou vigilância a vexame ou a 
constrangimento: 
Pena - detenção de seis meses a dois anos. 
 Esse crime envolve a proteção a integridade física do menor e sua própria inviolabilidade, baseada 
no art. 17 do ECA. 
a) Sujeito Ativo – será a pessoa que tenha a autoridade, a guarda ou a vigilância sobre a criança ou o 
adolescente, trata-se, pois, de crime próprio. 
b) Sujeito Passivo – a criança ou o adolescente. 
c) Consumação – consuma-se com a prática de qualquer ato que coloque a criança ou adolescente em uma 
situação de vexame ou constrangimento. Segundo Gabriel Habib, “Vexame ou constrangimento consiste em 
qualquer situação que exponha a criança ou o adolescente à situação de ridículo, ofendendo lhe a honra ou 
a sua dignidade”. 
 
Art. 234. Deixar a autoridade competente, sem justa causa, de ordenar a imediata liberação de criança ou 
adolescente, tão logo tenha conhecimento da ilegalidade da apreensão: 
Pena - detenção de seis meses a dois anos. 
Se a autoridade deixar de liberar a criança ou adolescente apreendida ilegalmente, se enquadrará nas 
penas deste artigo, conforme afirma também a CF/88: 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos 
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, 
à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: 
 
 
 
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LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária. 
a) Sujeito Ativo – será o Juízo da Infância da Juventude e a autoridade policial. 
b) Sujeito Passivo – a criança ou o adolescente. 
c) Autoridade 
- Juízo da Infância da Juventude; 
- Autoridade policial. 
d) Consumação – consuma-se com a omissão do agente, trata-se de crime omissivo próprio. No crime em 
comento, a autoridade policial ou judiciária viola o seu dever de agir ao não determinar a imediata liberação 
do menor. 
Elemento especializante “SEM JUSTA CAUSA”: o tipo penal disciplina que essa conduta de não 
liberação será feita sem que tenhamos uma justa causa para isso. Nesse sentido, sem justa causa é a ausência 
de motivo previsto em lei. Gabriel Habib complementa “a autoridade policial ou judiciária deve verificar a 
legalidade e a formalidade da apreensão da criança ou do adolescente. Caso detecte alguma ilegalidade, 
deverá determinar a sua imediata liberação”. 
 
Art. 235. Descumprir, injustificadamente, prazo fixado nesta Lei em benefício de adolescente privado de 
liberdade: 
Pena - detenção de seis meses a dois anos. 
O prazo máximo será de 45, improrrogável, para que haja a conclusão do procedimento envolvendo 
adolescente internado provisoriamente, se esse prazo não for respeitado cumprirá a conduta típica do art. 
235. 
Art. 183. O prazo máximo e improrrogável para a conclusão do procedimento, estando o 
adolescente internado provisoriamente, será de quarenta e cinco dias. 
a) Sujeito Ativo – será a pessoa que estava encarregada de cumprir aquele prazo fixado em lei. 
b) Sujeito Passivo – o adolescente, mais especificadamente, o adolescente privado de sua liberdade. Privado 
injustificadamente. 
c) Crime omissivo – trata-se de crime omissivo, o agente se omite ao descumprir um prazo a que estava 
obrigado e observar, violando, com isso, o seu dever de agir. 
 
 
 
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d) Consumação – consuma-se com a mera omisso do agente, pois trata-se de crime omissivo próprio. 
Norma penal em branco: o tipo penal faz menção ao descumprimento dos prazos fixados em lei, esses 
prazos estão previstos no próprio Estatuto, devem ser buscados na legislação. Assim, contemplamos ser um 
tipo penal que depende de complemento, característica das chamadas normas penais em branco. 
Injustificadamente: injustificadamente significa que não há nenhum motivo relevante para o 
descumprimento. 
 
Art. 236. Impedir ou embaraçar a ação de autoridade judiciária, membro do Conselho Tutelar ou 
representante do Ministério Público no exercício de função prevista nesta Lei: 
Pena - detenção de seis meses a dois anos. 
Trata-se de crime de ação múltipla tendo em vista que a conduta é de impedir ou embaraçar a função 
que tais carreiras possuem no Âmbito do Estatuto. 
 
a) Sujeito Ativo – qualquer pessoa. Trata-se de crime COMUM. 
b) Sujeito Passivo – o Estado. 
c) Tipo misto alternativo (impedir ou embaraçar): o delito pune a conduta de quem impede, bem como, 
daquele que somente embaraça. Na eventual hipótese do agente praticar mais de uma conduta, responderá 
por apenas um delito. 
Nesse sentido, impedir consiste em obstar, não permitir. Embaraçar, por sua vez, consiste em 
atrapalhar, perturbar. Refere-se, pois, a conduta do agente que quer obstaculizar a ação da autoridade 
judiciária, membro do Conselho Tutelar ou representante do Ministério Público. 
d) Consumação – consuma-se com a prática das condutas típicas de impedir ou embaraçar. 
Princípio da especialidade: trata-se de tipo penal especial em relação ao delito de fraude processual e 
de coação no curso do processo. 
 
Art. 237. Subtrair criança ou adolescente ao poder de quem o tem sob sua guarda em virtude de lei ou ordem 
judicial, com o fim de colocação em lar substituto: 
 
 
 
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Pena - reclusão de dois a seis anos, e multa. 
 
Este artigo traz um crime com uma pena mais grave, não sendo aplicado a Lei 9.099/95 bem como a 
aplicação de seu art. 89 (suspensão condicional do processo). O sujeito ativo será qualquer pessoa, o passivo 
é aquele que estiver sob a guarda em virtude de Lei ou ordem judicial, ou criança ou adolescente, enquanto 
que o tipo objetivo seria retirar a criança e adolescente do responsável legal para colocá-lo em família 
substituta. Exemplo. O filho que está na reponsabilidade do pai e alguém retira a criança do seu responsável 
legal, detentor do poder familiar, colocando-o em um lar substituto, incorrerá na pena do referido artigo. 
 
a) Sujeito Ativo – qualquer pessoa. Trata-se de crime comum. 
b) Sujeito Passivo – a criança ou o adolescente. 
c) Especial fim de agir – o delito em estudo tem um especial fim de agir, o qual consiste na finalidade 
específica de colocar a criança ou adolescente que foi subtraído em um lar substituto, ou seja, a finalidade 
de quem comente o delito é de que um novo lar seja criado, estruturado com essa criança ou adolescente. 
 Se não houver o elemento subjetivo específico (com o fim de colocar em lar substituto), será o delito 
de subtração de incapazes do Código Penal. 
d) Consumação – consuma-se com efetiva subtração da vítima, ainda que não chegue a ser efetivamente 
colocada no lar substituto. 
e) Pena – possui uma pena mais rigorosa que os tipos penais estudadosaté o momento. Incabível a suspensão 
condicional do processo. 
 
Prometer ou entregar filho ou pupilo a terceiro 
Art. 238. Prometer ou efetivar a entrega de filho ou pupilo a terceiro, mediante paga ou recompensa: 
Pena - reclusão de um a quatro anos, e multa. 
Parágrafo único. Incide nas mesmas penas quem oferece ou efetiva a paga ou recompensa. 
Infelizmente, trata-se de crime é comum em famílias do interior que não tem condições de criar seus 
filhos adequadamente, então eles oferecem a outra família em troca de algum valor em dinheiro. No parágrafo 
único o legislador esclarece que é punido tanto quem oferece, quanto quem paga a recompensa. 
a) Sujeito Ativo – os pais, tutor ou guardião. 
 
 
 
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b) Sujeito Passivo – a criança ou o adolescente. 
c) Antecipação da tutela penal – o delito em estudo busca evitar o chamado “tráfico de crianças”. No intuito 
de punir de modo severo isso, o legislador antecipou a punição, incriminando a conduta de prometer a entrega 
da criança ou pupilo a terceiro, ou seja, ainda que não ocorra a efetiva entrega o tipo penal já estará 
caracterizado. 
Corroborando ao exposto, Gabriel Habib “o legislador antecipou-se e incriminou não somente a 
conduta de efetivar a entrega do menor a outrem - o que é gravíssimo -, mas, também, a simples conduta de 
prometer a entrega do menor”. 
 
c) Delito plurissubjetivo – o tipo penal em estudo exige a presença de duas pessoas. De um lado, quem 
entrega o menor (figura do caput) e, de outro, quem efetiva a paga (conduta do parágrafo único). O mesmo 
ocorre com os verbos prometer e oferecer. 
d) Consumação – consuma-se com a simples promessa ou com a efetiva entrega do menor. 
e) Conduta equiparada – em seu parágrafo único o legislador criminalizou a conduta da pessoa que oferece 
ou efetiva a paga ou a recompensa. Assim, se de um lado os pais, o tutor ou o guardião promete ou efetiva a 
entrega do menor, do outro lado, há alguém que oferece ou efetiva a paga ou recompensa, a quem o parágrafo 
único faz menção. Na figura equiparada, o crime estará consumado com a simples oferta de recompensa ou 
com a efetivação do pagamento. 
Cumpre destacarmos ainda que, tanto tipo penal do caput quanto o parágrafo único, são tipos penais 
misto alternativo. Assim, caso o agente pratique mais de uma conduta descrita no tipo penal, responderá por 
um delito apenas, não havendo concurso de crimes, de forma que se o agente oferecer e efetivar a paga ou a 
recompensa, responderá por apenas um delito. 
 
Art. 239. Promover ou auxiliar a efetivação de ato destinado ao envio de criança ou adolescente para o 
exterior com inobservância das formalidades legais ou com o fito de obter lucro: 
Pena - reclusão de quatro a seis anos, e multa. 
Parágrafo único. Se há emprego de violência, grave ameaça ou fraude: (Incluído pela Lei nº 10.764, de 
12.11.2003). 
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 8 (oito) anos, além da pena correspondente à violência. 
 
 
 
 
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O delito em comento busca evitar o tráfico internacional de crianças. 
Nessa esteira, é perfeitamente possível a adoção internacional de crianças, lembrando que quando 
feita nos ditames legais. O que o artigo pune é a inobservância das formalidades legais, com o fito de que a 
criança não seja utilizada para outros fins, inclusive para tráfico de órgãos por exemplo. É punível também 
a venda de crianças brasileiras para o exterior. Bem como existe a qualificação do parágrafo único para o 
caso do envio dessa criança com emprego de violência, grave ameaça ou fraude. Lembrando ainda que neste 
caso será respondido pelo crime tipificado no art. 239, p. único bem como a pena correspondente ao outro 
crime correspondente a violência. 
 
a) Sujeito Ativo – qualquer pessoa. Trata-se de crime comum. 
b) Sujeito Passivo – a criança ou o adolescente. 
Inobservância das formalidades legais: o envio do menor deixa de atender aos requisitos legalmente 
exigidos para que este ato aconteça. 
Especial fim de agir: o tipo penal em estudo possui uma finalidade especial, qual seja, o lucro. Nesse 
sentido, leciona Gabriel Habib “o lucro é a finalidade específica do agente na hipótese de ele promover ou 
auxiliar a efetivação de ato destinado ao envio da criança ou do adolescente ao exterior com a observância 
das formalidades legais. Nessa hipótese, caso o agente não tenha essa finalidade lucrativa, não haverá a 
configuração desse delito”. 
c) Competência – a competência para o processo e julgamento desse delito é da Justiça Federal (art. 109, V 
da CF). 
 d) Consumação – o tipo penal em comento é um tipo penal misto alternativo “promover ou auxiliar”. Assim, 
no verbo efetivar o delito consuma-se com o efetivo envio do menor ao exterior, sendo necessário que o 
menor saia do território nacional e ingresse no território estrangeiro. No verbo auxiliar o delito consuma-se 
com a prática de qualquer ato idôneo e antecedente que possa contribuir para o envio do menor ao exterior. 
e) Qualificadora – emprego de violência, grave ameaça ou fraude. Na hipótese de utilização dos meios 
executórios, o legislador estabeleceu uma qualificadora (nesse caso, a pena é ainda maior em razão da maior 
reprovabilidade da conduta). 
 
Art. 240. Produzir, reproduzir, dirigir, fotografar, filmar ou registrar, por qualquer meio, cena de sexo 
explícito ou pornográfica, envolvendo criança ou adolescente: 
 
 
 
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Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. 
§ 1º Incorre nas mesmas penas quem agencia, facilita, recruta, coage, ou de qualquer modo intermedeia a 
participação de criança ou adolescente nas cenas referidas no caput deste artigo, ou ainda quem com esses 
contracena. 
§ 2º Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o agente comete o crime: 
I – no exercício de cargo ou função pública ou a pretexto de exercê-la; 
II – prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade; ou 
III – prevalecendo-se de relações de parentesco consanguíneo ou afim até o terceiro grau, ou por adoção, de 
tutor, curador, preceptor, empregador da vítima ou de quem, a qualquer outro título, tenha autoridade sobre 
ela, ou com seu consentimento. 
Esse artigo busca proteger no âmbito sexual as crianças e adolescentes, sendo causa de aumento de 
pena se o crime for praticado por quem possuam função pública ou a pretexto de exerce-la de forma que 
estes teriam o dever legal de proteger estes sujeitos, ou ainda no âmbito de relações domésticas, coabitação, 
hospitalidade e quando envolvam laços de parentesco consanguíneo ou afim de até terceiro grau. 
 A jurisprudência fala da possibilidade de configuração dos crimes previstos nos arts. 240 e 241-B do 
ECA mesmo que as vítimas estivessem vestidas. 
a) Sujeito Ativo – qualquer pessoa. Trata-se de crime comum. 
b) Sujeito Passivo – a criança ou o adolescente. 
c) Conduta – o legislador inseriu no tipo penal seis condutas ligadas à pedofilia relacionadas à cena ele sexo 
explícito ou pornográfica envolvendo criança e adolescente. Pela redação típica, a produção, a reprodução, 
a direção, a fotografia, a filmagem ou o registro pode ser feito por qualquer meio, o que torna esse tipo penal 
um delito ele livre execução. O legislador pretendeu incriminar qualquer conduta que tenha ligação à cena 
de sexo explícito ou pornográfica com criança ou adolescente. 
 
Não se exige que o agente tenha qualquer contato com a criança ou com o adolescente. 
JÁ CAIU CESPE: PC-ES. Determinado cidadão, penalmente responsável, valendo-se de um 
adolescente de treze anos de idade, sexualmentecorrompido, produziu imagens eróticas em cenário 
previamente montado, divulgando-as por meio de sistema de informática em sítio da Internet. O mantenedor 
 
 
 
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do sítio, tão logo divulgadas as imagens, foi notificado pelo juiz da infância e da juventude do conteúdo 
ilícito do material e, de imediato, desabilitou o acesso às imagens. 
 
Com referência à situação hipotética acima, julgue o item a seguir à luz do Estatuto da Criança e do 
Adolescente. 
Para a configuração da conduta do criador das imagens em relação ao tipo penal descrito como produzir 
imagem pornográfica envolvendo adolescente, exige-se a prática de relação sexual entre o agente e o menor, 
não se demandando qualquer correção moral do adolescente. 
A assertiva está ERRADA. 
 Fotografar cena e armazenar fotografia de criança ou adolescente em poses nitidamente 
sensuais, com enfoque em seus órgãos genitais, ainda que cobertos por peças de roupas, e incontroversa 
finalidade sexual e libidinosa, adéquam, respectivamente, aos tipos do art. 240 e 241-B do ECA. 
Portanto, configuram os crimes dos arts. 240 e 241-B do ECA quando fica clara a finalidade sexual e 
libidinosa de fotografias produzidas e armazenadas pelo agente, com enfoque nos órgãos genitais de 
adolescente — ainda que cobertos por peças de roupas —, e de poses nitidamente sensuais, em que explorada 
sua sexualidade com conotação obscena e pornográfica. STJ. 6ª Turma. REsp 1543267-SC, Rel. Min. Maria 
Thereza de Assis Moura, julgado em 3/12/2015 (Info 577). 
 
d) Consumação – o delito consuma-se com a prática das condutas típicas previstas no tipo, que são vários. 
Trata-se de tipo penal misto alternativo (por mais que o agente pratique mais de uma conduta descrita no tipo 
penal, responderá por um delito apenas, não havendo concurso de crimes). 
Os núcleos do tipo são: Produzir, reproduzir, dirigir, fotografar, filmar ou registrar (...) 
 
O delito do art. 240 do ECA é classificado como crime formal, comum, de subjetividade passiva 
própria, consistente em tipo misto alternativo 
Art. 240. Produzir, reproduzir, dirigir, fotografar, filmar ou registrar, por qualquer meio, cena de sexo 
explícito ou pornográfica, envolvendo criança ou adolescente: (...) • Crime formal (consumação 
antecipada): o delito se consuma independentemente da ocorrência de um resultado naturalístico. 
Assim, a ocorrência de efetivo abalo psíquico e moral sofrido pela criança ou adolescente é mero 
 
 
 
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exaurimento do crime, sendo irrelevante para a sua consumação. De igual forma, se forem filmadas 
mais de uma criança ou adolescente, no mesmo contexto fático, haverá crime único. • Crime comum: 
o sujeito ativo pode ser qualquer pessoa. • Crime de subjetividade passiva própria: exige-se uma 
condição especial da vítima (no caso, exige-se que a vítima seja criança ou adolescente). • Tipo misto 
alternativo: o legislador descreveu duas ou mais condutas (verbos). No entanto, se o sujeito praticar 
mais de um verbo, no mesmo contexto fático e contra o mesmo objeto material, responderá por um 
único crime, não havendo concurso de crimes nesse caso. Logo, se o agente fotografou e filmou o ato 
sexual, no mesmo contexto fático, haverá crime único. STJ. 5ª Turma. PExt no HC 438080-MG, Rel. 
Min. Ribeiro Dantas, julgado em 27/08/2019 (Info 655). 
Normal penal em branco – trata-se de um tipo penal em branco, uma vez que o conceito de cena de 
sexo explícito ou pornográfica está contido no art. 241-E da presente lei, nos seguintes termos: “Para efeito 
dos crimes previstos nesta Lei, a expressão” cena de sexo explícito ou pornográfica'' compreende qualquer 
situação que envolva criança ou adolescente em atividades sexuais explícitas, reais ou simuladas, ou exibição 
dos órgãos genitais de uma criança ou adolescente para fins primordialmente sexuais” (Gabriel Habib). 
 
e) Figura equiparada 
Art. 240. § 1º. Incorre nas mesmas penas quem agencia, facilita, recruta, coage, ou de qualquer modo 
intermedeia a participação de criança ou adolescente nas cenas referidas no caput deste artigo, ou ainda quem 
com esses contracena. 
 
e.1) Conduta 
Ao teor do parágrafo primeiro, o legislador trouxe uma figura equiparada, incriminando a conduta 
de quem agencia, facilita, recruta, coage, ou de qualquer modo intermedeia a participação de criança ou 
adolescente nas cenas referidas no caput deste artigo, ou ainda quem com esses contracena. 
- Tipo penal autônomo 
Importante notarmos que na primeira parte do parágrafo, tem-se a conduta elo agente que seria, a 
princípio partícipe do delito cometido pelo autor do delito elo caput. Com efeito, as condutas ele agenciar, 
facilitar, recrutar, coagir e intermediar são condutas ligadas ao agente que agencia, arregimenta, proporciona 
a participação de criança ou adolescente nas cenas descritas no caput do artigo. Entretanto, o legislador 
preferiu inserir tais condutas no contexto da autoria, trazendo-as para um tipo penal autônomo, ele forma que 
o agente que as praticar não é considerado partícipe das condutas e, sim, autor dessa infração penal autônoma. 
 
 
 
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e.2) Tipo penal misto alternativo – na hipótese do agente praticar mais de uma conduta descrita no tipo 
penal, responderá por um delito apenas, não havendo que se falar em concurso de crimes. 
e.3) Consumação – o delito consuma-se com a prática de qualquer das condutas típicas definidas no tipo 
penal. 
f) Causa de aumento – o §2º trouxe hipóteses de causas de aumento de pena (1/3) no caso do crime ter sido 
praticado por determinadas pessoas ou no âmbito de algumas relações. Vejamos: 
§ 2º Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o agente comete o crime: 
I – no exercício de cargo ou função pública ou a pretexto de exercê-la; 
II – prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade; ou 
III – prevalecendo-se de relações de parentesco consanguíneo ou afim até o terceiro grau, ou por adoção, de 
tutor, curador, preceptor, empregador da vítima ou de quem, a qualquer outro título, tenha autoridade sobre 
ela, ou com seu consentimento. 
 
f.1) Inciso I: no exercício de cargo ou função pública ou a pretexto de exercê-la – o professor Gabriel Habib 
explica que embora o legislador tenha optado por utilizar a expressão “cargo ou função pública”, o necessário 
para a incidência dessa majorante é que o agente tenha um vínculo formal com o Estado. 
 
f.2) Inciso II: prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade – por relação 
doméstica compreendemos ser o espaço de convívio permanente de pessoas, com ou sem vínculo familiar, 
inclusive as esporadicamente agregadas. Por outro lado, coabitação significa moradia conjunta. Relação de 
hospitalidade está ligada ao ato de permanência temporária em lar alheio. 
 
f.3) Inciso III: prevalecendo-se de relações de parentesco consanguíneo ou afim até o terceiro grau, ou por 
adoção, de tutor, curador, preceptor, empregador da vítima ou de quem, a qualquer outro título, tenha 
autoridade sobre ela, ou com seu consentimento. 
 
Art. 241. Vender ou expor à venda fotografia, vídeo ou outro registro que contenha cena de sexo explícito 
ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente: 
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. 
 
 
 
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a) Sujeito Ativo – qualquer pessoa. É crime comum. 
b) Sujeito Passivo – a criança ou o adolescente. 
c) Conduta – o legislador incriminou ambas as condutas, a de vender,bem como, a de “simplesmente” 
expor a venda. Dessa forma, na segunda modalidade, para que o crime fique caracterizado é suficiente que 
o fornecedor oferte o produto. Em verdade, podemos verificar que mais uma vez o legislador antecipou a 
incriminação para o momento anterior à realização do contrato de compra e venda. 
Norma penal em branco – o legislador faz menção a “cena de sexo explicito ou pornografia”, a 
compreensão desses termos estão disciplinas ao teor do art. 241-E do Estatuto da Criança. Dessa forma, 
contemplamos que é preciso nos remetermos a outro dispositivo legal para que o tipo penal em estudo possa 
ser integralmente compreendido. 
Art. 241-E. Para efeito dos crimes previstos nesta Lei, a expressão “cena de sexo explícito ou pornográfica” 
compreende qualquer situação que envolva criança ou adolescente em atividades sexuais explícitas, reais ou 
simuladas, ou exibição dos órgãos genitais de uma criança ou adolescente para fins primordialmente sexuais. 
 
d) Competência 
 
Em regra, a competência é da Justiça Estadual. Contudo, caso a conduta ultrapasse os limites do território 
nacional, quando praticada por REDE MUNDIAL DE COMPUTADORES, estando configurada a 
transnacionalidade, como a venda do material para o exterior, a competência será da Justiça Federal. 
e) Consumação – o crime se consuma com a prática das condutas típicas, quais sejam, vender ou expor a 
venda. 
 
Art. 241-A. Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, distribuir, publicar ou divulgar por qualquer 
meio, inclusive por meio de sistema de informática ou telemático, fotografia, vídeo ou outro registro que 
contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente: 
Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. 
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem: 
 
 
 
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I – assegura os meios ou serviços para o armazenamento das fotografias, cenas ou imagens de que trata o 
caput deste artigo; 
II – assegura, por qualquer meio, o acesso por rede de computadores às fotografias, cenas ou imagens de que 
trata o caput deste artigo. 
 § 2ºAs condutas tipificadas nos incisos I e II do § 1o deste artigo são puníveis quando o responsável legal 
pela prestação do serviço, oficialmente notificado, deixa de desabilitar o acesso ao conteúdo ilícito de que 
trata o caput deste artigo. 
Se as condutas tipificadas neste artigo forem praticadas na internet, haverá competência da Justiça 
Federal, quando houver caráter de internacionalidade da conduta de crime previsto em tratados ou 
convenções internacionais por força do Art. 109 da CF/88. Cuidado. Ressalta-se que nem sempre haverá 
internacionalidade da conduta. 
 O STF entende que se a divulgação for feita em um site aberto, na rede mundial de computadores, 
incorrerá no crime do art. 241. No entanto o STJ interpretando a decisão do STF, entendeu que se a 
divulgação é feita em chat do Facebook ou conversa privada de grupo do WhatsApp, embora seja pela 
internet, a troca acontecer entre destinatários certos no Brasil, não há relação de internacionalidade e, 
portanto, a competência será da Justiça Estadual. 
a) Sujeito Ativo – qualquer pessoa. Trata-se de crime comum. 
b) Sujeito Passivo – a criança ou adolescente. 
c) Conduta – no tipo penal em estudo o legislador preocupou-se em incriminar aquelas condutas que 
possuem conexão com a circulação de material contendo pedofilia. O tipo penal prevê sete condutas, todas 
elas relacionadas à movimentação e à circulação de material que contenha cena de sexo explícito. 
As condutas são: 
• Trocar; 
• Disponibilizar; 
• Transmitir; 
• Distribuir; 
• Publicar; 
• Divulgar (...) 
... por qualquer meio, inclusive por meio de sistema de informática ou telemático, fotografia, vídeo 
ou outro registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente. 
 
 
 
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Norma penal em branco – o legislador faz menção a “cena de sexo explicito ou pornografia”, a 
compreensão desses termos estão disciplinas ao teor do art. 241-E do Estatuto da Criança. Dessa forma, 
contemplamos que é preciso nos remetermos a outro dispositivo legal para que o tipo penal em estudo possa 
ser integralmente compreendido. 
Art. 241-E. Para efeito dos crimes previstos nesta Lei, a expressão “cena de sexo explícito ou pornográfica” 
compreende qualquer situação que envolva criança ou adolescente em atividades sexuais explícitas, reais ou 
simuladas, ou exibição dos órgãos genitais de uma criança ou adolescente para fins primordialmente sexuais. 
 
d) Competência – poderá ser da Justiça Estadual ou da Justiça Federal, a depender do caso concreto. 
 
Compete à Justiça Federal processar e julgar os crimes consistentes em disponibilizar ou 
adquirir material pornográfico envolvendo criança ou adolescente (arts. 241, 241-A e 241-
B do ECA), quando praticados por meio da rede mundial de computadores (internet). STF. 
Plenário. RE 628624/MG, Rel. Orig. Min. Marco Aurélio, Red. p/ o acórdão Min. Edson 
Fachin, julgado em 28 e 29/10/2015 (repercussão geral) (Info 805). 
 
Justiça Estadual Justiça Federal 
Quando embora a publicação da fotografia, do 
vídeo ou de outros registros seja feita por meio 
de internet, mas NÃO seja acessível a qualquer 
pessoa no mundo que esteja conectada com à 
internet, o delito perde seu caráter 
internacional e a competência é da Justiça 
Estadual, como no caso de envio das imagens 
pelo aplicativo denominado Whatsapp ou por 
meio de chat na rede social Faceebon. 
Caso seja caracterizada a internacionalidade do 
delito, que ocorre em razão do conteúdo ser 
acessível a qualquer pessoa, de qualquer local 
do mundo, que seja conectada a internet. 
 
 
Competência para julgar o delito do art. 241-A do ECA. Não tendo sido identificado o 
responsável e o local em que ocorrido o ato de publicação de imagens pedófilo-pornográficas 
em site de relacionamento de abrangência internacional, competirá ao juízo federal que 
primeiro tomar conhecimento do fato apurar o suposto crime de publicação de pornografia 
envolvendo criança ou adolescente (art. 241-A do ECA). Info 532, STJ. 
 
 
 
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e) Consumação – o delito consuma-se com a prática das condutas típicas. 
f) Condutas Equiparadas 
f.1) Inciso I – Armazenamento do material contendo pedofilia 
Neste delito o agente garante o meio ou o serviço para o armazenamento do material contendo a 
pedofilia. O agente não produz o material, nem o faz circular. No caso, ele apenas guarda, armazena todo o 
material. O armazenamento pode ser físico ou virtual. Mais uma vez, trata-se de conduta que, a princípio, 
configura espécie de participação na conduta criminosa daquele que promove a circulação do material 
(conduta do caput), mas que o legislador optou por punir de forma autônoma em espécie de autoria. (Gabriel 
Habib). 
 
f.2) Inciso II – Asseguramento do acesso ao material contendo pedofilia por rede de computadores: 
Aqui o legislador incriminou a conduta do provedor de internet que mantém o material de pedofilia 
em seu site e garante o acesso de várias pessoas a ele. Da mesma forma que se disse em relação ao delito 
anterior, trata-se de conduta que, a princípio, configura espécie de participação na conduta criminosa daquele 
que promove a circulação do material (conduta do caput), mas que o legislador optou por punir de forma 
autônoma em espécie de autoria. (Gabriel Habib). 
 
g) Condição objetiva de punibilidade 
§ 2ºAs condutas tipificadas nos incisos I e II do § 1º deste artigo são puníveis quando o responsável legal 
pela prestaçãodo serviço, oficialmente notificado, deixa de desabilitar o acesso ao conteúdo ilícito de que 
trata o caput deste artigo. 
O tipo penal em estudo possui uma condição objetiva de punibilidade, qual seja, para que o sujeito 
seja responsabilizado é necessário que ocorra a notificação do responsável legal pelo serviço prestado dando-
lhe ciência do conteúdo proibido e determinando a sua retirada em determinado prazo. Assim, somente após 
isso é que pode ser dado início a persecução penal. 
 
Em regra, não há automática consunção quando ocorrem armazenamento e compartilhamento 
de material pornográfico infanto-juvenil 
Se o sujeito armazena (art. 241-B) arquivos digitais contendo cena de sexo explícito e pornográfica 
envolvendo crianças e adolescentes e depois disponibiliza (art. 241-A), pela internet, esses arquivos 
 
 
 
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para outra pessoa, esse indivíduo terá praticado dois crimes ou haverá consunção e ele responderá por 
apenas um dos delitos? Em regra, não há automática consunção quando ocorrem armazenamento e 
compartilhamento de material pornográfico infanto-juvenil. Isso porque o cometimento de um dos 
crimes não perpassa, necessariamente, pela prática do outro. No entanto, é possível a absorção a 
depender das peculiaridades de cada caso, quando as duas condutas guardem, entre si, uma relação 
de meio e fim estreitamente vinculadas. O princípio da consunção exige um nexo de dependência 
entre a sucessão de fatos. Se evidenciado pelo caderno probatório que um dos crimes é absolutamente 
autônomo, sem relação de subordinação com o outro, o réu deverá responder por ambos, em concurso 
material. A distinção se dá em cada caso, de acordo com suas especificidades. STJ. 6ª Turma. REsp 
1579578-PR, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 04/02/2020 (Info 666). 
 
Juiz não pode aumentar a pena-base do crime do art. 241-A do ECA alegando que a conduta 
social ou a personalidade são desfavoráveis, sob o argumento de que o réu manifestou grande 
interesse por material pornográfico 
O grande interesse por material que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo 
criança ou adolescente é ínsito ao crime descrito no art. 241-A da Lei nº 8.069/90, não sendo 
justificável a exasperação da pena-base a título de conduta social ou personalidade. Caso concreto: 
na 1ª fase da dosimetria da pena (art. 59 do CP), o juiz aumentou a pena-base de 3 para 4 anos 
afirmando que a conduta social e a personalidade do agente eram desfavoráveis: “Com base nos 
elementos constantes dos autos, percebo que a conduta social e a personalidade do acusado 
demonstram certa periculosidade pelo grande interesse em pornografia infantil. Fixo a pena-base 
privativa de liberdade em 4 (quatro) anos de reclusão nesta fase.” STJ. 6ª Turma. REsp 1579578-PR, 
Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 04/02/2020 (Info 666). 
 
Art. 241-B. Adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer meio, fotografia, vídeo ou outra forma de registro 
que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente: (Incluído pela 
Lei nº 11.829, de 2008) 
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) 
§ 1º A pena é diminuída de 1 (um) a 2/3 (dois terços) se de pequena quantidade o material a que se refere 
o caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) 
 
 
 
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§ 2º Não há crime se a posse ou o armazenamento tem a finalidade de comunicar às autoridades competentes 
a ocorrência das condutas descritas nos arts. 240, 241, 241-A e 241-C desta Lei, quando a comunicação for 
feita por: (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) 
I – agente público no exercício de suas funções; (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) 
II – membro de entidade, legalmente constituída, que inclua, entre suas finalidades institucionais, o 
recebimento, o processamento e o encaminhamento de notícia dos crimes referidos neste parágrafo; 
(Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) 
III – representante legal e funcionários responsáveis de provedor de acesso ou serviço prestado por meio de 
rede de computadores, até o recebimento do material relativo à notícia feita à autoridade policial, ao 
Ministério Público ou ao Poder Judiciário. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) 
§ 3º As pessoas referidas no § 2º deste artigo deverão manter sob sigilo o material ilícito referido. 
 
a) Sujeito Ativo – qualquer pessoa. Trata-se de crime comum. 
b) Sujeito Passivo – a criança ou adolescente. 
c) Conduta – o tipo penal pune a conduta de quem adquire, possui ou armazena, através de qualquer meio, 
fotografia, vídeo ou outra forma de registro que contenha cena de sexo explícito ou pornografia envolvendo 
criança ou adolescente. 
 
Possibilidade de configuração dos crimes dos arts. 240 e 241-B do ECA mesmo que as 
vítimas estivessem vestidas 
Fotografar cena e armazenar fotografia de criança ou adolescente em poses nitidamente 
sensuais, com enfoque em seus órgãos genitais ainda que cobertos por peças de roupas, e 
incontroversa finalidade sexual e libidinosa, adéquam, respectivamente, aos tipos do art. 
240 e 241-B do ECA. Portanto, configuram os crimes dos arts. 240 e 241-B do ECA quando 
fica clara a finalidade sexual e libidinosa de fotografias produzidas e armazenadas pelo 
agente, com enfoque nos órgãos genitais de adolescente — ainda que cobertos por peças de 
roupas —, e de poses nitidamente sensuais, em que explorada sua sexualidade com 
conotação obscena e pornográfica. STJ. 6ª Turma. REsp 1543267-SC, Rel. Min. Maria 
Thereza de Assis Moura, julgado em 3/12/2015 (Info 577). 
 
 
 
 
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d) Competência 
Via de regra, a competência será da Justiça Estadual. Contudo, caso a conduta ultrapasse os limites 
do território nacional, por exemplo, quando praticada por rede mundial de computadores, estando 
configurada a transnacionalidade, a competência será da Justiça Federal. 
 
O STF fixou a seguinte tese: 
Compete à Justiça Federal processar e julgar os crimes consistentes em disponibilizar ou 
adquirir material pornográfico envolvendo criança ou adolescente (arts. 241, 241-A e 241-
B do ECA), quando praticados por meio da rede mundial de computadores (internet). STF. 
Plenário RE 628624/MG, Rel. orig. Min. Marco Aurélio, Red. p/ o acórdão Min. Edson 
Fachin, julgado em 28 e 29/10/2015 (repercussão geral) (Info 805). 
O STJ, interpretando a decisão do STF, afirmou que, quando se fala em “praticados por meio 
da rede mundial de computadores (internet)”, o que o STF quer dizer é que a postagem de 
conteúdo pedófilo-pornográfico deve ter sido feita em um ambiente virtual propício ao livre 
acesso. Por outro lado, se a troca de material pedófilo ocorreu entre destinatários certos no 
Brasil, não há relação de internacionalidade e, portanto, a competência é da Justiça Estadual. 
 
Assim, o STJ afirmou que a definição da competência para julgar o delito do art. 241-A do 
ECA passa pela seguinte análise: 
Se ficar constatada a internacionalidade da conduta: Justiça FEDERAL. Ex: publicação do 
material feita em sites que possam ser acessados por qualquer sujeito, em qualquer parte do 
planeta, desde que esteja conectado à internet. 
Nos casos em que o crime é praticado por meio de troca de informações privadas, como nas 
conversas via Whatsapp ou por meio de chat na rede social Facebook: Justiça ESTADUAL. 
Isso porque tanto no aplicativo WhatsApp quanto nos diálogos (chat) estabelecido na rede 
social Facebook, a comunicação se dá entre destinatários escolhidos pelo emissor da 
mensagem. Trata-se

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