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Cotas raciais-trabalho

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1 
 
 
 
 
CURSO: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS 
DISCIPLINA: BIOÉTICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cotas Raciais nas Universidades Brasileiras 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NOVEMBRO DE 2017 
2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cotas Raciais nas Universidades Brasileiras 
 
 
 
Trabalho avaliativo referente à disciplina de 
bioética, o mesmo equivale parcialmente à 
segunda avaliação, tendo por complemento 
a apresentação do seminário. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NOVEMBRO DE 2017 
 
3 
 
SUMÁRIO 
Introdução 4 
1-O que são cotas raciais? 4 
1.1- Ações Afirmativas 5 
1.2- Raças no contexto brasileiro 6 
1.3- Histórico racial 7 
1.4- Como funcionam as cotas raciais 8 
2- Quando surgiu? 8 
 
2.1- Lei das Cotas 9 
2.2- Primeiras Universidades 9 
2.3- Lei nº 12.711 10 
 
3- Os critérios para a vaga 10 
 
4- Desempenho 11 
 
4.1- Auxílio Estudantil 11 
4.2- Apoio psicológico e pedagógico 12 
 
5- Estatísticas 12 
 
6- Prós e contras 14 
 
6.1- Caso dos gêmeos da UnB 14 
6.2- Quem é contra 15 
6.3- Quem é a favor 16 
 
Conclusão 17 
Referências 18 
 
4 
 
 
INTRODUÇÃO 
A Constituição Brasileira de 2012 da lei nº 12.711, de 29 de agosto de 
2012 em seu artigo 3º estabelecem que: Em cada instituição federal de ensino 
superior, as vagas de que trata o art. 1o desta Lei serão preenchidas, por curso 
e turno, por autodeclarados pretos, pardos e indígenas, em proporção no 
mínimo igual à de pretos, pardos e indígenas na população da unidade da 
Federação onde está instalada a instituição, segundo o último censo do 
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 
Antes mesmo, propostas surgiram com o intuito de levar as 
universidades, jovens negros e pardos oriundos das escolas públicas, chamada 
de lei das cotas. Proposta da LEI DE COTAS O PL 73/1999, “institui o Sistema 
Especial de Reserva de Vagas para estudantes egressos de escolas públicas, 
em especial negros e indígenas, nas instituições públicas federais de educação 
superior”. Foi a partir desta proposta que o governo ‘acordou’ para a 
necessidade de inclusão de um público desprovido de oportunidades de 
estudo. 
Este trabalho tem por base estudar o ingresso de estudantes cotistas por 
raça nas universidades brasileiras. Apresentando conceitos e destrinchando 
pesquisas que mostram o percentual de vagas preenchidas por cotistas. Tal 
como, demonstrando o processo de adaptação antes e depois de entrar em 
vigor a lei nº 12.711, como o público aborda este tema apresentando diversas 
contribuições e posicionamentos divergentes sobre o assunto. 
 
1-O QUE SÃO COTAS RACIAS 
As cotas raciais são ações afirmativas aplicadas em alguns países, 
como o Brasil, a fim de diminuir as disparidades econômicas, sociais e 
educacionais entre pessoas de diferentes etnias raciais. Essas ações 
afirmativas podem existir em diversos meios, mas a sua obrigatoriedade é mais 
notada no setor público – como no ingresso nas universidades, concursos 
públicos e bancos. 
5 
 
As cotas raciais são uma medida de ação contra a desigualdade num 
sistema que privilegia um grupo racial em detrimento de outros – esses, 
oprimidos perante a sociedade. Ao contrário do que diz o senso comum, cotas 
raciais não se aplicam somente a pessoas negras. Em várias universidades, 
por exemplo, existem cotas para indígenas e seus descendentes, que visam 
abarcar as demandas educacionais dessas populações. Há, em alguns 
lugares, cotas diferenciadas para pessoas pardas, também – caso contrário, 
estão inclusas nas cotas para negros. 
 
1.1 - AÇÕES AFIRMATIVAS. 
Ações afirmativas são políticas focais que alocam recursos em benefício 
de pessoas pertencentes a grupos discriminados e vitimados pela exclusão 
sócio-econômica no passado ou no presente. Trata-se de medidas que têm 
como objetivo combater discriminações étnicas, raciais, religiosas, de gênero 
ou de casta, aumentando a participação de minorias no processo político, no 
acesso à educação, saúde, emprego, bens materiais, redes de proteção social 
e/ou no reconhecimento cultural. 
Podemos classificar como ações afirmativas: incremento da contratação e 
promoção de membros de grupos discriminados no emprego e na educação 
por via de metas, cotas, bônus ou fundos de estímulo; bolsas de estudo; 
empréstimos e preferência em contratos públicos; determinação de metas ou 
cotas mínimas de participação na mídia, na política e outros âmbitos; 
reparações financeiras; distribuição de terras e habitação; medidas de proteção 
a estilos de vida ameaçados; e políticas de valorização identitária. 
A ação afirmativa se diferencia das políticas puramente anti-
discriminatórias por atuar preventivamente em favor de indivíduos que 
potencialmente são discriminados, o que pode ser entendido tanto como uma 
prevenção à discriminação quanto como uma reparação de seus efeitos. 
Políticas puramente anti-discriminatórias, por outro lado, atuam apenas por 
meio de repressão aos discriminadores ou de conscientização dos indivíduos 
que podem vir a praticar atos discriminatórios. 
 
 
 
6 
 
1.2- RAÇAS NO CONTEXTO BRASILEIRO 
 
Na história do Brasil, a ocorrência da mestiçagem é bastante 
pronunciada. Esse fato gerou uma identidade nacional singular e um povo 
marcadamente mestiço na aparência e na cultura. 
Os ancestrais indígenas do brasileiro contemporâneo caracterizavam-se 
mais pela diversidade do que pela homogeneidade, enquanto os portugueses 
provinham de um processo de caldeamento secular e variado, no qual se 
destacam contribuições dos fenícios, gregos, romanos, judeus, árabes, 
visigodos, mouros, celtas e escravos africanos. É difícil precisar a origem dos 
negros trazidos da África para o Brasil, mas é sabido que provieram de 
diferentes tribos e nações. 
Do século XVI ao XVIII, em aproximadamente 15 gerações, consolidou-
se a estrutura genética da população brasileira, com o entrecruzamento de 
africanos, portugueses e índios. Ainda no período colonial, franceses, 
holandeses e ingleses tentaram se estabelecer em território brasileiro e 
deixaram alguma contribuição étnica, embora restrita. 
Ao mulato, mestiço de negro e branco, se deve toda a construção da 
economia litorânea no Brasil, inclusive o desenvolvimento de sua vida urbana. 
Ao mameluco, resultante das relações entre branco e índio, se deve a 
penetração para o interior e a marcha para o oeste. A partir do século XIX, 
acrescenta-se à miscigenação entre os primeiros grupos étnicos a contribuição 
dos imigrantes italianos, espanhóis, alemães e japoneses, que também 
participaram do processo de mistura racial no Brasil. 
Os alemães se estabeleceram principalmente no Sul, os italianos em 
São Paulo, e os espanhóis em todo o país. Isso também contribuiu para que a 
mistura de povos no Brasil tivesse composição diferente de acordo com a 
região. De maneira geral, pode-se dizer que predomina no litoral o mulato e, no 
interior, o branco e vários mestiços. A população é mais índia no Norte, menos 
branca no Nordeste, mais índia e mais branca no Centro-Oeste e menos negra 
no Sul. No Sudeste, historicamente a área de maior desenvolvimento, há um 
pouco de todas as raças. 
7 
 
As três raças básicas formadoras da população brasileira são o negro, o 
europeu e o índio, em graus muito variáveis de mestiçagem e pureza. É difícil 
afirmar até que ponto cada elemento étnico era ou não previamente mestiçado. 
A miscigenação no Brasil deu origem a três tipos fundamentais de mestiço: 
• Caboclo = branco + índio 
• Mulato = negro + branco 
• Cafuzo = índio + negro 
 
 
1.3- HISTÓRICO ÉTNICO RACIAL. 
 
A história do negro no Brasil inicia no período da escravidão,com o 
tráfico negreiro, período colonial em que os portugueses trouxeram os negros 
para serem escravos no país. 
O Brasil foi um dos últimos países do mundo a abolir a escravidão que 
ocorreu com a Lei 3.353 em 13 de maio de 1888, com a assinatura da Lei 
Áurea, onde os escravos conseguiram a liberdade, mas não conseguiram se 
livrar da discriminação racial e a exclusão. 
Embora os negros estivessem livres, não tiveram condições de 
integração social, econômica e educacional, pois, os negros que moravam no 
campo vieram para as cidades, já que não possuíam terras, e essa situação 
gerou exclusão e muitos ficaram à margem da sociedade. Sem educação, sem 
abrigo, sem terra e sem condições materiais para sobrevivência, acabou 
surgindo à marginalização. 
Por volta de 1920 e 1930, a elite brasileira começou a entender a 
miscigenação 
de forma positiva, pois o país começava a “branquear” de forma mais 
expressiva, e população negra começava a diminuir em relação à branca. 
Mesmo o Brasil sendo um dos últimos a abolir a escravidão, foi um dos 
primeiros a declarar democracia racial. 
A democracia racial surgiu no Brasil, devido à existência da grande 
mistura racial. No entanto, essa condição velava a discriminação, e procurava 
apresentar que todos possuíam direitos iguais. No entanto, a elite brasileira 
8 
 
entendia que as origens negras impediriam o desenvolvimento e progresso do 
país. 
Percebe–se que a desigualdade social e econômica dos negros com 
relação ao branco no período pós-abolição, ainda é presente na sociedade, 
mantendo o preconceito racial. Conhecida como Estatuto da Igualdade Racial, 
em 20 de julho de 2010, a promulgação da Lei n° 12.228, estabelece a garantia 
da população negra à efetivação da igualdade de oportunidades e a defesa dos 
direitos étnicos individuais, coletivos e difusos, visando o combate à 
discriminação e outras formas de intolerância étnica. 
Portanto, essas medidas são importantes para garantir a todos o pleno 
exercício dos direitos civis, políticos, sociais, econômicos e culturais. Mesmo 
tendo passado mais de um século da abolição da escravatura, poucas 
mudanças tiveram em relação ao negro na sociedade. Combater o racismo, 
eliminar o preconceito e a desigualdade racial é um grande desafio social e 
cultural, porém, é necessário considerar que, além da conscientização, a 
educação é o principal meio de esclarecimento a sociedade brasileira. 
 
1.4-COMO FUNCIONAM AS COTAS RACIAIS NO BRASIL 
 
De forma resuma, adotar cotas raciais em um processo seletivo consiste 
em reservar parte das datas disponíveis para certos grupos de origem étnica. 
No caso brasileiro, isso geralmente corresponde a dividir uma parcela das 
vagas, subdividindo-as em diferentes categorias, como pessoas preta, pardas e 
indígenas, por exemplo. 
Para que usufruam das cotas, as pessoas devem assinar um termo em 
que se autodeclaram negras, indígenas ou pardas, que então será a garantia 
documental do uso dessa política afirmativa. Às vezes, quando se trata de 
concurso público para algum emprego, a pessoa pode passar por uma 
entrevista. 
 
2- QUANDO SURGIU 
O sistema de cotas raciais é uma política de ação afirmativa inserida 
originalmente nos Estados Unidos, na década de 1960. Já no final do século 
http://www.politize.com.br/movimento-negro/
http://www.politize.com.br/povos-indigenas-do-brasil/
9 
 
XX, Em 1997, apenas 1,8% dos jovens entre 18 e 24 anos que se declararam 
negros havia frequentado uma universidade, segundo o Censo. As políticas 
públicas em torno do direito universal de acesso ao ensino, principalmente 
superior, começaram a ser reivindicados, então, pelo movimento negro. 
Quando a questão das cotas para estudantes negros chegou 
ao Supremo Tribunal Federal, em 2012, foi votada como constitucional por 
unanimidade, a procura de jovens brasileiros estudantes pelo ensino de nível 
superior apresentou crescimento intenso, essa condição fez com que, os 
governos federal, municipal e estadual, que oferecem educação superior 
gratuita, criassem programas populares de democratização do acesso ao 
ensino superior nas instituições públicas e privadas no país. 
 
2.1- PL 73/1999- PROJETO DE LEI DAS COTAS 
 
Dispõe dobre o ingresso nas universidades federais e dá outras 
providências. O Projeto de Lei n.º 73/99 de autoria da nobre Deputada Nice 
Lobão propõe que as universidades públicas reservem 50% cinqüenta por 
cento de suas vagas para serem preenchidas mediante seleção de alunos nos 
cursos de ensino médio, tendo como base o Coeficiente de Rendimento – CR, 
obtido através de média aritmética das notas ou menções obtidas no período, 
considerando-se o curriculum comum a ser estabelecido pelo Ministério da 
Educação e do Desporto. Em seu parágrafo único faculta o mesmo às 
universidades particulares. Encontra-se apensado o Projeto de Lei n.º 3627, do 
Poder Executivo que institui Sistema de Reserva de Vagas para estudantes 
egressos de escolas públicas, em especial negros e indígenas, nas instituições 
públicas federais de educação superior, em cada concurso de seleção para 
ingresso nos cursos de graduação. 
 
2.2- PRIMEIRAS UNIVERSIDADES A ADERIR AS COTAS RACIAS 
 
Entre os anos de 2000 e 2001, o estado do Rio de Janeiro, antes mesmo 
do governo federal, adotou as políticas afirmativas raciais, editando as Leis n° 
3.524 e 3.708, com a primeira turma pelo sistema de cotas, ingressas nas 
instituições de ensino superiores estaduais. 
http://www.estadao.com.br/noticias/geral,n-de-jovens-negros-na-universidade-quadruplica-mas-91-ainda-estao-fora-imp-,946579
http://www.politize.com.br/politicas-publicas-o-que-sao/
http://www.politize.com.br/politicas-publicas-o-que-sao/
http://www.politize.com.br/o-movimento-negro/
http://www.politize.com.br/6-coisas-para-saber-sobre-o-stf/
http://www.politize.com.br/constituicao-de-1988/
10 
 
A primeira Universidade Federal a implantar o sistema de cotas no 
Brasil, foi a Universidade de Brasília em junho de 2004, com a adoção do Plano 
de Metas para integração social, Étnica e Racial, reservando 20% de suas 
vagas para negros. 
Com a promulgação da Lei nº 5.346, de 11 de dezembro de 2008, houve 
um novo sistema de cotas para as universidades do estado do Rio de Janeiro. 
De acordo com o art. 2º as vagas ficaram divididas da seguinte forma: 20% 
para estudantes negros e indígenas, 20% para estudantes oriundos da rede 
pública de ensino e 5% para pessoas com deficiência e filhos de policiais civis 
e militares, bombeiros militares e inspetores de segurança e administração 
penitenciária, mortos ou incapacitados em razão do serviço. 
 
2.3- Lei nº 12.711 De Agosto de 2012 
 
Em 2012, o sistema de cotas foi regulamentado pela Lei 12.711, a 
chamada Lei de Cotas, voltada para estudantes da rede pública em instituições 
de ensino superior federais, com separação de vagas para candidatos de baixa 
renda, e autodeclarados pretos, pardos e indígenas. Portanto, conforme 
previsto na Lei, as universidades e institutos que contam com apenas um 
processo seletivo por ano, a Lei de Cotas foi aderida no fim de 2012. A 
porcentagem de vagas destinada para a Lei de Cotas, anualmente fica a 
critério de cada instituição, onde a seleção dos cotistas seria realizada com 
base no Coeficiente de Rendimento (CD), obtido a partir da média aritmética 
das notas do Ensino Médio. Entretanto, o artigo foi extinto do projeto e, a partir 
de então, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) passou a ser adotado 
como critério único de seleção dos candidatos. A previsão é de que, em 2022, 
o sistema de cotas seja reavaliado pelo Poder Executivo. 
 
3- OS CRITÉRIOS PARA A VAGA 
Metade das cotas será destinada aos estudantes negros, pardos ou 
indígenas. 
Os outros 25% das cotas serão destinados ao alunos que tenham feito 
o ensino médio em escolas públicas e cujas famílias tenham renda per capita 
até um salário mínimo e meio. 
11 
 
As universidadesusam métodos como a autodeclaração, tal como, entrevistas. 
 
4- DESEMPENHO 
 
No plano do sistema universitário previa-se que ações afirmativas, ao 
romper com o critério de mérito e levar para dentro da universidade jovens 
menos preparados, teriam como resultado mau desempenho individual dos 
beneficiados. e rebaixamento geral dos cursos e da qualidade da pesquisa. Até 
agora, não há indícios seguros de que o desempenho dos ingressantes graças 
a Ações Afirmativas seja tão diferente daquele evidenciado pelos alunos 
selecionados pelo vestibular. Pesquisa realizada por Tessler (2006), com 
estudantes da Unicamp, dois anos depois a criação do programa de AF revelou 
que “em 53 dos 56 cursos de graduação da Unicamp (95%) os beneficiados 
pelo PAAIS (programa de Ações Afirmativas e Inclusão Social) em média 
melhoraram seu desempenho mais do que os demais estudantes. 
Esse resultado tem significância estatística, em 31desses cursos (56%).” 
Inclusive no curso de Medicina (o mais concorrido). Em âmbito maior temia-se 
que ações afirmativas baseadas na cor gerassem identidades sociais 
“racializadas”, criando novas e indesejadas polarizações em nossa sociedade. 
Até o momento, não há indícios de que isto esteja ocorrendo. Para que isto se 
desse, seria preciso mais do que ações afirmativas, seria necessário que a 
experiência cotidiana fosse de segregação social, separação espacial (gueto), 
descriminação legal. Não é isso o que ocorre no país. 
A democracia política, no Brasil, abriu espaço para um profundo e 
vigoroso impulso de democratização social. As demandas por mais igualdade 
vieram para ficar. Não é possível passar ao largo dessa corrente profunda de 
mudança, da qual a correção das desigualdades assentadas na cor é um 
componente importante. 
 
4.1- AUXÍLIO ESTUDANTIL 
 
Verba dada aos estudantes, para que os mesmos possam manter-se na 
universidade. É um ótimo recurso para manter o estudante na sala de aula, a 
12 
 
bolsa o auxilia na compra de materiais a serem utilizados no curso, na sua 
deslocação casa x universidade. 
 
4.2- APOIO PSICOLÓGICO E PEDAGÓGICO 
 
Atendimentos realizados dentro da própria universidade, por 
profissionais capacitados no âmbito educacional. Quando o aluno não 
consegue acompanhar o ritmo da educação superior procura por atendimento 
com as pedagogas e psicólogas, ou mesmo, por sofrer com ataques 
envolvendo sua entrada na universidade através das cotas. 
Muitas universidades oferecem esse serviço gratuito, basta procurar pelo 
espaço reservado a elas (es). Algo útil que transforma a vivência do estudante 
nas universidades. 
 
5- ESTATÍSTICAS 
 
Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino 
Superior (Andifes) mostram que, após a entrada em vigor da Lei de Cotas para 
os vestibulares das universidades e institutos federais, o perfil socioeconômico 
e cultural dos estudantes se diversificou. Entre as estatísticas do estudo estão 
números que mostram um aumento no número de estudantes negros (pretos e 
pardos), de famílias de baixa renda e um leve aumento na idade média dos 
graduandos. Essa é a quarta edição da pesquisa "Perfil Socioeconômico e 
Cultural dos Estudantes de Graduação das Instituições Federais de Ensino 
Superior Brasileiras", idealizada pelo Fórum Nacional de Pró-Reitores de 
Assuntos Comunitários eEstudantis (Fonaprace), da Andifes, e realizada desde 
1996. 
Entre as duas edições anteriores da pesquisa e a atual, alguns dados 
mostram indícios que, segundo Leonardo Barbosa, coordenador nacional do 
Fonaprace, indica que a universidade federal "caminha na direção de espelhar 
a composição social do país". 
Durante a apresentação dos dados, Ângela Maria Paiva Cruz, reitora da 
Universidade Federal do Rio Grande do Norte e presidente da Andifes, 
defendeu a manutenção da gratuidade no ensino público e a ampliação do 
13 
 
orçamento. Segundo ela, os resultados positivos são frágeis e facilmente 
reversíveis. "A defesa é de uma universidade pública, gratuita e de qualidade. 
Acreditamos e trabalhamos para que isso não mude, tendo em vista que o 
Plano Nacional de Educação (PNE) é uma escolha da sociedade brasileira. 
Temos temores em relação às mudanças de governo, mas não ficamos 
resguardados nessa temeridade", disse Ângela. 
De acordo com o estudo, três fatores podem ter influenciado a "mudança 
significativa" do perfil dos estudantes: a mudança no perfil do Exame Nacional 
do Ensino Médio (Enem), em 2009, quando ganhou caráter de vestibular, a 
adesão de cada vez mais instituições ao Sistema de Seleção Unificado (Sisu), 
e a Lei de Cotas, que saiu do papel em 2013. 
Um dos exemplos dessa mudança está na diversidade racial dos 
estudantes de graduação das federais, em comparação com a população 
brasileira. Em 2003, primeiro ano da pesquisa onde há dados suficientes para 
fazer a comparação, 
51,96% da população do Brasil se autodeclarava branca. Mas, nas instituições, 
a porcentagem de estudantes autodeclarados brancos era de 59,4%. 
Por outro lado, os brasileiros pardos representavam 41,47% da população do 
país, mas só 28,3% dos estudantes das instituições federais. Em 2014, ano 
dos dados mais recentes divulgados pela pesquisa, 45,05% do total de 
brasileiros eram pardos, e, dentro das universidades, a população parda 
representava 37,75% do total. 
No mesmo período, o número de estudantes de graduação praticamente 
dobrou, de 469.848 para 939.604. Já considerando a população negra (preta e 
parda), esse crescimento foi ainda maior, de 160.527 para 446.928, o que 
representa um aumento de 178%. O estudo explica, porém, que não é só a 
reserva de vagas para estudantes pretos, pardos e indígenas que deve 
responder pela mudança no perfil. Um dos fatores que deve ser levado em 
conta, de acordo com a Andifes, é o "amplo movimento de reinterpretação do 
processo de autodeclaração, com os estudantes mudando sua visão sobre sua 
cor ou raça de branca para preta ou parda". De acordo com a associação, no 
entanto, "seja uma revisão de autodeclaração nas mesmas magnitudes do visto 
no restante da sociedade ou uma em menor proporção por conta da elevada 
14 
 
formação educacional, a adoção generalizada de política de cotas se destaca 
como evento mais marcante em capacidade de produzir essa nova dinâmica". 
 
6- PRÓS E CONTRAS (cotas raciais) 
 
 Desde sua implantação, o sistema de cotas sempre foi alvo de 
discussão entre os grupos sociais, uns falam e afirmam que as cotas raciais 
são desleais com demais estudantes que não se enquadram nela, já outras 
pessoas defendem com “unhas e dentes” o uso das cotas raciais nas 
universidades públicas brasileiras. Mais adiante abordaremos as frases 
comumente usadas por esses grupos. 
 
6.1- CASO DOS GÊMEOS NA UnB 
 
Filhos de pai negro e de mãe branca, os irmãos gêmeos univitelinos 
(idênticos) Alex e Alan Teixeira da Cunha, de 18 anos, não tiveram a mesma 
sorte ao se inscrever no sistema de cotas para o vestibular do meio do ano da 
Universidade de Brasília (UnB): Alan foi aceito pelos critérios da universidade 
e Alex não. 
Ao contrário da maioria das universidades que possuem cotas, a seleção 
de alunos para o sistema de cotas na UnB não leva em conta o critério 
socioeconômico e sim a cor do vestibulando. Para concorrer, os candidatos 
obrigatoriamente se dirigem até um posto de atendimento da universidade e 
tiram fotos no Centro de Seleção e de Promoção de Eventos (Cespe/UnB), 
responsável pela aplicação da prova. 
Essas fotos são anexadas na ficha de inscrição e passam pela avaliação 
de uma banca, que vai decidir quem é e quem não é negro. Caso o 
vestibulando não seja aceito para concorrer no sistema de cotas do vestibular, 
ele automaticamente é transferido para a concorrência universal do processo 
seletivo. 
Na época era a terceira vez que os irmãos Alan e Alex se inscreviam 
para o vestibular da UnB, mas era a primeira vezque eles optavam pelo 
sistema de cotas. Alan, que é contrário ao uso das cotas raciais, quer estudar 
15 
 
educação física. Alex, que afirmou não ter uma posição definida sobre o 
assunto, pretende cursar nutrição. 
"Resolvemos nos inscrever pelas cotas porque elas existem e têm que 
ser usadas. Além disso, a nota de corte para os candidatos cotistas é mais 
baixa que a nota de corte dos candidatos do sistema universal. Já que posso 
usar esse recurso, resolvi aproveitar", disse Alex, que entrou com um recurso 
na UnB para que a universidade reavalie a sua condição de negro. 
Alan é contra o sistema de cotas raciais e diz que o que aconteceu com 
ele e com o irmão é o melhor exemplo para mostrar que o método não 
funciona. "Somos gêmeos idênticos e eu fui aceito, ele não. Acho que as cotas 
deveriam ser para candidatos carentes, que não têm condições de pagar uma 
boa universidade", disse. 
 
6.2- QUEM É CONTRA? 
 
Meritocracia: os grupos contrários à instituição de políticas afirmativas para 
negros afirma que elas são uma forma de tornar o caminho mais fácil e que as 
pessoas não chegaram ao cargo ou vaga na universidade por mérito e 
capacidade própria. 
Possibilidade de fraude: É muito difícil definir quem tem direito a essas 
políticas, porque raça é um conceito social e não biológico. Atualmente, a 
política é dada por meio do critério da autodeclaração da pessoa negra, 
indígena ou parda. Porém, algumas pessoas defendem que sejam criadas 
comissões avaliadoras que utilizem critérios objetivos e subjetivos para decidir 
quem teria direito às cotas. 
“A Constituição de 1988 estabelece a igualdade entre todos os 
brasileiros”: Existia a polêmica da constitucionalidade, em razão de 
a Constituição de 1988 estabelecer a igualdade entre todos os brasileiros 
independente de “raça” e “cor”, por exemplo. Por outro lado, as cotas já foram 
avaliadas em 2012 no STF como constitucionais. 
Menor grau de cobrança para ingresso das universidades: alguns críticos 
às cotas afirmam que por – normalmente – a nota para ingresso abaixar para 
cotistas, que isso pioraria a qualidade do ensino superior. Argumentam que o 
ingresso de pessoas com ensino básico “mais deficiente” iria aumentar ainda 
http://www.politize.com.br/constituicao-de-1988/
http://www.politize.com.br/6-coisas-para-saber-sobre-o-stf/
16 
 
mais as diferenças dentro da sala de aula e a dificuldade de professores 
nivelarem a turma. 
 
6.3-QUEM É A FAVOR? 
 
Sociedade brasileira é racista: para defender as cotas raciais, vários grupos 
do movimento negro alegam que pela sociedade ser racista, eles não terão 
oportunidade de estudo e empregos bons, por um motivo simples: existe 
um sistema de opressão que privilegia um grupo racial em detrimento de 
outros. 
As oportunidades de negros e brancos são muito desiguais no 
país: argumento que já puxa também a conversa sobre questões históricas e o 
entendimento de que a população negra foi escravizada no Brasil por muito 
tempo e a escravatura abolida há pouco (em termos históricos). O Estado 
também não concedeu políticas a fim de dar oportunidades mínimas de 
sobrevivência – moradia e emprego – a essa população. Dessa maneira, 
apenas seis gerações depois, entende-se que a disparidade de oportunidades 
de uma menina negra e de uma menina branca tende a ser muito grande no 
país, por exemplo. 
Preocupação do Estado em democratizar mais o acesso à universidade e 
em incluir a população negra nesse processo: constata-se que a lógica das 
cotas é a inclusão: quanto mais as pessoas negras acessarem as 
universidades e permanecerem lá, tiverem formação universitária e 
oportunidade de boa inserção no mercado de trabalho, maiores serão as 
chances de que as próximas gerações de brancos e negros seja menos 
desigual em termos de oportunidades. A partir desse cenário, poderia ser 
pensado no fim das cotas, pois… 
Trata-se de uma medida profilática de inclusão, porém 
necessária: O movimento negro, além de reivindicar cotas raciais, pede 
também pela melhoria do ensino de base (primário, fundamental e médio). De 
acordo com pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), 
demoraria por volta de 50 anos para que a educação de base fosse de 
qualidade. Argumenta-se que uma bandeira não exclui a outra: ainda é 
requerido ensino de qualidade, mas não se pode esperar tanto tempo pelo 
http://www.politize.com.br/movimento-negro/
http://www.politize.com.br/escravidao-brasil-ainda-existe/
http://www.politize.com.br/escravidao-brasil-ainda-existe/
http://www.politize.com.br/politicas-publicas-o-que-sao/
http://www.politize.com.br/movimento-negro/
17 
 
ingresso mais justo nas universidades. As cotas são medidas emergenciais 
temporárias que devem existir até as disparidades de oportunidade diminuírem. 
 
CONCLUSÃO 
 
 É papel da universidade fomentar a importante e indissociável articulação 
entre o ensino, a pesquisa e a extensão, exigência intrínseca para a 
constituição de um centro de ensino que, de fato, exerça a sua função de 
produzir conhecimento e tecnologia de fato úteis para a sociedade brasileira. 
Uma universidade que, aliando a prática pedagógica e a produção do 
conhecimento científico, não se ativer ao novo momento histórico que vivemos, 
diferente e desafiador, e que cada vez mais reclama para si a busca pelo 
fortalecimento da democracia, não terá êxito na sua missão de transformação e 
contribuição para a instauração de uma nova consciência e fortalecimento da 
cidadania.Assim como é importante a inclusão dos negros e negras nos bancos 
escolares do ensino superior, também se faz necessário e imprescindível para 
a universidade a presença e permanência destes. 
 A efetiva e militante presença dos negros e negras na universidade pública 
garantirá um redirecionamento no processo de produção cientifica, na 
elaboração de matrizes curriculares democráticas e em um processo 
extensionista cada vez mais comprometido com a classe trabalhadora. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
18 
 
REFERÊNCIAS 
• O caso dos gêmeos no sistema de cotas na UnB. Disponível em:< 
http://g1.globo.com/Noticias/Vestibular/0,,MUL936903-5604,00-IMPRIM> 
Acesso em: 11 de Novembro de 2017. 
• Cotas raciais no Brasil. Disponível em:< http://www.politize.com.br/cotas-
raciais-no-brasil-o-que-sao/>. Acesso em: 11 de Novembro de 2017. 
• Cotas Raciais: objetivos, justificativas e significado. Disponível em: < 
http://direitosbrasil.com/cotas-raciais-objetivos-justificativas-e 
significado/#forward> Acesso em: 11 de Novembro de 2017. 
• Grupo de Estudos Multidisciplinares da Ação Afirmativa – GEMAA. 
(2011)“Açõesafirmativas”.Disponívelem: <http://gemaa.iesp.uerj.br/index.
php?option=com_k&view=item&layout=item&id=1&Itemid=217> Acesso 
em: 12 de novembro de 2017. 
• Contexto histórico das raças no Brasil. Disponível em: 
<https://www.coladaweb.com/historia-do-brasil/os-povos-no-brasil-
miscigenacao> Acesso em: 12 de novembro de 2017. 
• Perguntas frequentes sobre o sistema de cotas. Disponível em: 
<http://portal.mec.gov.br/cotas/perguntas-frequentes.html>. Acesso em: 
12 de novembro de 2017. 
• PL 73/1999- Projeto de Lei ,Lei das Cotas. Disponível em:< 
http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposi
cao=15013> Acesso em: 12 de novembro de 2017. 
• O desempenho das cotas raciais. Disponível em: 
<http://www.iri.usp.br/documentos/acoes_afirmativas_usp.pdf> Acesso 
em: 12 de novembro de 2017. 
 
 
 
http://gemaa.iesp.uerj.br/index.php?option=com_k&view=item&layout=item&id=1&Itemid=217
http://gemaa.iesp.uerj.br/index.php?option=com_k&view=item&layout=item&id=1&Itemid=217

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