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Concentração e dispersão eleitoral - um estudo da distribuição geográfica do voto em Minas Gerais

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CONCENTRAÇAO. E DISPERSA0 ELEITORAL: 
UM ESTUDO DA DISTRIBUIÇAO~EOGRAFICA 
DO VOTO EM MINAS GERAIS (1966-1974)* 
DAVID V. FLEISCHEIlH 
1. Considerações iniciais; 2_ A. montagem da pesquisa; 3_ 
Operacionalizaçíio e coleto de dados; 4. Análise dOs dndos; 
5. Coru:entrrJr;iio/dfspersii.o; 6. Representação regional; 7. 
Conseqülncúu. fi concluslicl. 
1. Considerações iniciais 
Há algum tempo que se ouvem sugestões no sentido de que o Brasil de­
veria voltar a adotar um sistema eleitoral baseado em representação por 
distrito. em vez· do sistema de representação proporCional em vigor, desde 
a década de 30 e ora \igente. . 
Após o retomo à democracia, e~ 1946, o primeiro prójeto concreto 
de que se tem notícia foi· um anteprójeto .. ~laborado por Edgard Costa, 
em 1958. Na década de 60 foram apresentados os seguintes projetos: 
Milton Campos (1960), Oscar Dias Correa (1963), Franco Montoro 
(1964) e Gustavo Capanema (1969).1 Cada proposta apresenta sistemas 
eleitorais utilizando de uma forma ou de outra distritos em nível subesta­
dual: distritos com candidatos únicos; "distritões" com eleições proporcío­
nais para dois, três ou mais cadeiras dentro de cada circunscrição (à moda 
da Velha República); ou sistemas. "mistos", com deputados eleitos em 
dois níveis, uma parte dos eleitos vinculados em distritos (únicos ou 
Co O autor agradece a colaboração inestimável de sua esposa Edyr Resende Fleischer, 
na coleta dos dados; o acesso aos dados que foi gentilmente concedido pelas auto· 
ridades do TRE-MG, e !UI facilidades de PIOCessamento dos dados fornecidos pelo 
CPD/UnB. Trabalho apresentado à conferência sobre Política Brasileira., realizada 
pelo DCP/UFMG, B. Horizonte, 28 a 30 de novembro, 1915. 
** Professor-adjunto, Departamento de Ciências Sociais, Universidade de Bra..'lilia. 
1 São respectivamente: A legi.flação eleitoral. p. 328; Senado Federal. Projeto n.o 
38 (1966); Câmara dos Deputados, Projeto D.o 2152 (1964); manuscrito entregue 
à direção nacional da Arena (J 969). 
R. Ci. po1., Rio de Janeiro, 19(3) : 15·36, jul./set. 1976 
proporcionais) e a outra parte eleita proporcionalmente pelo estado in­
teiro (de uso mais conhecido na Alemanha). 
Recentemente foi publicado um estudo bastante compreensivo sobre 
o assunto, pela equipe do Instituto de Direito Público e Ciência Política 
da Fundação Getulio Vargas, sob a coordenação geral do Prof. Themis­
tocles Brandão Cavalcanti.2 Este relatório compila uma série de mesas­
redondas realizadas ao longo dos últimos três anos, agregando idéias e 
debates entre eminentes juristas, professores, advogados e políticos mili­
tantes; estudos em profundidade sobre os sistemas eleitorais do Império 
e da República Velha; uma análise de 50 entrevistas com estudiosos no 
assunto; e finalmente, apresenta uma apreciação balanceada sobre a 
viabilidade da adoção de um sistema de votação distrital no Brasil. 
Embora tenham feito uma exaustiva revisão da matéria em termos 
jurídicos e de ordem prática, sobre as vantagens e desvantagens de cada 
proposta, e considerações sobre o desmembramento dos demais estados 
em distritos, não se chegou ao ponto final de: 
a) propor uma divisão (ou várias divisões simuladas) para os demais 
estados; 
b) analisar a distribuição geográfica dos votos recebidos por deputadôs 
federais e estaduais em eleições recentes, em todos os estados, ou em al­
guns estados-chave. 
Com relação à primeira, uma vez decididos os critérios jurídicos, 
políticos, operacionais, e a unidade geográfica mínima a serem usados 
(circunscrição censitária, município, zona eleitoral, microrregião etc.), o 
trabalho de efetuar a divisão e compor os distritos, se torna uma tarefa 
relativamente fácil com o uso de computadores para simular as composi­
ções, de acordo com os critérios adotados.S 
Com relação à segunda, o presente trabalho pretende analisar esta 
distribuição geográfica em Minas Gerais para as eleições de deputados fe­
deral e estadual nos anos 1966, 1970 e 1974. 
2. A montagem da pesquisa 
A indagação central da pesquisa é bastante simples. Sem falar muito nos 
méritos da questão da adoção de um sistema de votação distrital, e nem 
como distritos devam ou não ser estruturados, pergunta-se: a) como os 
deputados eleitos nos últimos três pleitos se colocam em termos de dis-
2 Cavalcanti, ThemistOcles Brandão. O voto distrital no Brasil. Rio de Janeiro, Fun­
dação Getulio Vargas, 1975. 
li Para um exemplo de como isto foi feito no estado da Flórida (EUA), ver: Dauer. 
Manning J. Multi member districts in dade country: a study of a problem and a 
delegation. Joumal of Politics, 1966, v. 28, n. 3, p. 617-38. Refere-se às seguintes 
decisões relevantes de tribunais federais distritais: Gang V. Kirk, 278 F. Supp. 133 
(967); e Swann v. Adams, 385 U. S. 440, 87 S. Ct. 569, L. Ed. 2d_ (1967). E 
mais recentemente, o memorandum Florida reapportionment, do PrOcurador-Geral do 
estado da Flórida, Robert L. Shevin, Tallahassee, Flórida, 10 de dezembro, 1971. 
16 R.C.P. 3176 
~ .. 
persão ou concentração geográfica d.a. sua votação; b) que conseqüências 
estas distribuições teriam par.a as representações regional e partidária no 
estado. 
3. Operacionalização e coleta de dados 
A fim de facilitar a análise, a môdade mínima adotada foi a de zonas 
eleitorais, de acordo com o esquema elaborado pelo TRE-MG na década 
de 40 e ainda em vigor. Ao se elaborar a distribuição geográfica da vo­
tação de cada deputado. estabeleceu-se um valor mínimo de 1,0% da sua 
votação total, para que uma zona eleitoral passas~ a fazer parte da con­
figuração do deputado naquele ano. Nota-se que, para finalidade prática 
da política eleitoral,. este mínimo é bastante liberal. Com o generoso 
acesso coucedido pelas. autoridades dQ TRE-MG, processou-se a coleta 
dos dados, anotando as zonas a serem incluídas e as votações respectivas 
para cada deputado. 
À posse de um mapa do estado de Minas Gerais com a sua divisão 
por zonas eleitorais, marcou-se a configuração de zonas para cada depu­
tado (ver figuras 1 a 9 como exemplos deste trabalho). 
ObservmdO'-se a configuração de cada deputado, avaliou-se a for­
mação de redutos ou núcleos eleitorais (clusters), de zonas mais ou menos 
contíguas umas às outras. Na base da formação destes núcleos, pode-se 
avaliar cada deputado ao longo de uma contínua "concentração- dispersão" 
eleitoral, usando-se os seguintes indicadores: 
1. Número de zonas observadas com mais de 1,0% do voto total 
(dispersão) • 
2. Número de núcleos observados (dispersão). 
3 . Primeiro núcleo observado: número de zonas4 (concentração). 
4. Primeiro núcleo: densidade (concentração). li 
5 . Primeiro núcleo: % de votos (calculado sobre o total de votos re­
cebidos) ( concentração) . 
6 . % de votos obtido em todos os núcleos observados (calculado sobre 
o total de votos) (concentração) . 
$ 
4 O "primeiro" núcleo se definiu por ter o maior número de votos (não de zonas). 
Tomado por si SÓ, pode ser coll8iderado um indicador de dispersão; mas em compa­
ração com o indicador 1, pode ser considerado um indicador de concentração. 
li O cálculo de densidade do reduto obedeceu o seguinte esquema de contigüidade 
das zonas: 
8. Todas zonas contíguas. 
7. Uma zona não-contígua. 
6. Duas zonas não-contiguas. 
5. Três zonas não-contiguas. 
4. Quatro zonas não-contfguas. 
3. Cinco zonas não-contiguas. 
2. Seis zonas não-contíguas. 
J • Sete ou mais ZODaS não-cOlltíguas. 
Ver, por exemplo, o caso dos deputados Temalaco C. Pompei (figura 1), com dcnai­
dade "4"; e Fábio B. Notini (figura 5) com densidade "8". 
Voto distrital 17 
7 . % de votos núcleo 2 .I núcleo 1 (compara-se a distribuição de votos 
entre o primeiro núcleo e o segundo, quando observado) (dispersão).!} 
-~.~ 'Ainda, cada núcleo foi avaliado em, termos da sua situação geo­
gráfica: 7 
1 . Número de regiões geográficas cobertas. 
2. Região de primeira e segunda importância, em termos de número 
de votos. 
4. Análise dos dados 
A análise dos dados se procedeu em duas áreas:uma análise global dos 
indicadores de concentração/dispersão eleitoral; e uma investigação quan­
to à representação geográfica e partidária para o estado. 
5. Concentração/dispersão 
Referindo-se ao quadro 1, para os deputados federais, observa-se que os 
resultados são um tanto contraditórios. Tomando os totais para os três 
pleitos, observa-se que em termos de concentração, enquanto o número 
de zonas e % de votos do núcleo 1 aumentam em 1970, para cair 
novamente em 1974, a densidade cresce regularmente, e a percentagem 
dos núcleos 2/1 diminui da mesma forma. 8 
6 Neste caso, quanto mais alta a percentagem, mais se aproxima a igualdade de 
votos entre os dois núcleos; portanto, maior dispersão em termos da formação de um 
reduto só. Ver o caso do Deputado federal Marcos W. Tito (figura 6), no qual a 
votação do segundo núcleo é da ordem de 94% do primeiro. 
'; Na codificação dos dados, usou·se o seguinte esquema (do IBGE), que foi redu­
zido para oito regiões na análise: 
12. Alto-médio S. Francisco 
13. Montes Claros 
14. Alto São Francisco 1. Norte 
15. Urucuia 
16. ltacambira 
23. Mucuri 
27. Jequitinhonha 2. Jequitinhonha 
34. Rio Doce 3. Rio Doce 
45. Mata 4. Mata 
50. Belo Horizonte 
58. Metalúrgica (e Campos dos Vertentes) 5. Metalúrgica 
60. Sul 6. Sul 
71- Oeste 7. Oeste 
78. Alto Paranaíba 
87. Triângulo 8. Triângulo 
Por exemplo, na figura 9. a votação do Deputado Federal Homero Santos abrangeu 
em primeiro lugar a região do Triângulo, e em segundo, a do Alto Paranaíba. 
8 Isto é, a concentração em núcleo 1 aumenta, 
18 RC.P. 3/76 
~ ,>-.:~"". _7::.~1.- _ 
i' 
Isto tud.o indica que pata os q,eputados federais a concentração au-
mentou lentamente, mas -que Ii). tamanho' dos redutos sofreu uma pequena 
alteração para o maior (em termos de % de votos e número de zonas) 
em 1970. Isto, provavelmente, poRfUe 'em 1970 MiRas Gerais teve uma 
queda viólenta no tamanho de sua bancada federal. de 48 para 35 cadeiras. 
Quadro. 1 
IndicadoreS de dispenio/ceneentração eleitcral 
deputados federais (1966/1974) 
1966 .1970 1974 
Arena MDB Total ÁreDa' MOB Total Arena MDB Total 
N9de~ 
com mais de 
1% do voto 21,08 14,82 19,65 20,54 13,57 19,14 21.74 14,21 18,89 
N9 de núcleos 1,54 1,36 1,50 1,39 1,42 1,40 2,00 2,00 2,00 
Núcleo 1: 
n9' de zonas 12,95 8,27 11,86 13,68 9,14 12,77 13,35 7,86 11,27 
NfiCleo 1: 
densidade 6,46 5,13 6,29 6,95 6,29 6,83 6,96 7,36 7,11 
% votos no 
núcleo 1 58,14 52,36 56,81 61,82 61,57 61,77 59,13 58,71 58,91 
% votos em 
núcleos 66,81 59,82 65,21 67,79 69,71 68,17 74,48 73,57 74,18 
% votol 
núc.2Inúc.l 51,90 50,74 51,65 47,71 39,13 44,85 41,79 40,00 41,10 
Deputados (N) '(37) (11) (48) '(28) (7) (35) (23) (l4) (37 ) 
Em termos de dispersão, pode-se observar que o número total de 
zonas encontradas e a percentagem dos núcleos 2/1 diminui constante~ 
mente, enquanto o número de núcleos cai em 1970, aumentando bastante 
em 1974. Este último fenômeno talvez possa ser atribuído à proibição de 
"dobradinhas" interpartidárias em 1970, e o subseqüente reajustamento 
dos senhores deputados à nova realidade, em 1974. 
As diferenças entre os deputados dos· dois partidos são realmente 
poucas, cada um acompanhando as tendências gerais. Portanto, observa­
se uma ligeira tendência por parte dos deputados federais do MDB 
conseguirem se eleger com' um primeiro núcleo mais compacto (menos 
zonas e mais densas) em 1974, do que seus colegas da Arena. Essa ten~ 
dência pode ser devida em parte ao fenômeno do maior peso do voto 
em centros urbanos em 1974; outras pesquisas atribuíram a este fato 
importância que favoreceu candidatos do MDB no último pleito. No caso 
mineiro, o MDB dobrou a sua bancada federal. 
Observa-se ainda que un1a proporção substancial dos deputados fe~ 
derais, embora colhendo votos de' maiores áreas do estado, apresenta 
níveis razoáveis de concentração e tende a aumentar. 
Para os depútados estadu~ (quadro 2). de início nota-se que os 
núcleos são menores eos ,indicadores de concentração são mais altos em 
Voto distrital 19 
~ .. 
relação aos federais. Isto era de se esperar, pois a representação estadual, 
além de ser mais numerosa (menor quociente eleitoral), é notadamente 
mais localizada, tendendo a formar pequenos redutos em tomo da terra 
natal do deputado. Quanto a estes, as diferenças entre os dois partidos 
são mais ou menos as mesmas que foram observadas no caso dos depu­
tados federais. A única exceção marcante que se observa é que as dife­
renças de densidade do primeiro núeleo são maiores para os federais, e 
que a variação de número de núcle.os é maior no caso dos estaduais. 
1'>0'9 de zonas 
com mais de 
1% do voto 
N9 de núcleos 
Núcleo 1: 
nQ de zonas 
Núcleo 1: 
densidade 
% votos no 
núcleo 1 
% votos em 
núcleos 
% votos 
núc.21núc.l 
Deputados (N) 
• o. 
Quadro 2 
Indicadores de dispersão/concentração eleitoral 
deputados estaduais (1966/1974) 
1966 1970 1974 
Arena MDB Total Arena MDB Total Arena MOB Total 
12,65 
1,78 
9.13 
7,37 
8,74 11,74 
1,05 1,15 
6.11 8,42 
7,47 7,39 
76,21 76,84 76,35 
78,49 77,21 78,20 
42,77 15,59 40,60 
(63) (19) (82) 
13,64 
1,40 
9,72 
6,98 
9,58 12,81 
1,33 1,39 
6,83 9,14 
7,25 7,03 
71,30 77,25 12,51 
77,17 83,33 78,42 
35,09 61,85 39,55 
(47) (12) (59) 
15,43 
1,78 
10,03 
7,00 
9,13 12,95 
1,54 1,67 
6,83 8,77 
7,42 7,16 
69,24 74,17 71,18 
80,41 83,46 81,61 
33,41 33,40 33,40 
(37) (24) (61) 
Para a Arena estadual, o número de zonas com mais de 1,0% do 
voto total aumenta na média de 2,0 de pleito em pleito, o que não ocorre 
com o MDB. Este fato se deve em parte às sucessivas reduções na bancada 
arenista: 16 em 1970, e 10 em 1974. 
Em termos de número de núcleos, número de zonas no núcleo 1, 
densidade, % de votos no núcleo 1 e % de votos nos núcleos, se apre­
senta como mais concentrada a votação dos adeptos do MDB e ao longo 
dos três pleitos mostra uma certa tendência a aumentar. 
6. Representação regional 
Com base no mapeamento preciso da votação de cada deputado, conse­
guiu-se uma regionalização muito mais fidedigna do que os dados obtidos 
com outros métodos usados em pesquisas anteriores.\! 
11 Foram basicamente dois métodos: 1. Análise de dados biográficos e de carreira 
política, ver Fleischer, David V. Recrutamento político em Minas Gerais 1890/1918. 
Belo Horizonte, Ed. RBEP, 1971. Fleischer, David V. Political recruitment in the 
20 R.C.P. 3/76 
o quadro 3 apr~enta a distribuição regional dos deputados ftderaís, 
conforme o primeiro núcleo eleitoral observado. No caso, dois indicadores 
foram elaborados: 1. A distribuição em termos absolutos, pela região mais 
atingida pelo núcleo. 10 2. Em termos ponderados. Neste caso, deu-se peso 
0,5 a cada deputado, representando secundariamente a região com seu 
primeiro núcleo. Por exemplo, a Arena em 1966 apresentou quatro depu­
tados com núcleos que destacaram a região Norte em primeiro plano 
(peso 1,0), e 6 deputados com núcleos secundariamente na mesma re­
gião (peso 0,5). Assim o valor ponderado seria 4,0 + 3,0 = 7,0. 
Ainda no quadro 3 observa--seque a Arena com uma representação 
bastante diversa pelo estado em 1966, sofreu uma redução de nove depu-
Quadro 3 
Distribuição da representação regional com base no primeiro núcleo eleitoral; em 
termos absolutos e ponderados, deputados federais (1966/1974) 
Arena 
1966 191O 1974 
Região Abs •. Pondo Abs. Pondo Abs. Pondo 
Norte " 7,0 2 4,0 1 3,0 
Jequitinhonha S 5,S 2 3,5 3 4.5 
Rio Doce <4 6,5 7 7,5 4 4,5 
Mata 7 8.S 4 6,0 2 3,0 
Metalúrgica 1 9,0 4 6,5 5 f>,5 
Sul , 5,0 5 5,0 5 5,5 
Oeste fi 9,0 2 6,0 2 4,5 
Triângulo 1 1.0 2 2,0 1 1,0 
Representação pondllrada Sl.S 40,S 12.5 
Representação absOluta (N) (31) (28) (23) 
1 
MOB 
1966 uno 1974 . 
Região Abs. Pondo Abs. Pondo Abs. Pondo 
Norte O t,S (} 0,0 1 2,0 
Jequitinhonha O 0,0 O 0,0 O 0,0 
Rio Doce O 0,5 1 1,0 1 1,0 
Mata O 0,5 1 1,5 2 2.0 
Metalúrgica S 8,S S 5,S 7 iO.5 
Sul 1 1,0 (} 0.0 O 0,0 
Oeste :2 3,0 O 1,0 1 2.5 
Triângulo O 0,0 O 0,0 2 2,5 
Representaçãoponderada 15,0 9,0 20,5 
R.epresentação absoluta (Nl (11) (7) (14) 
State of MiTltlS Gerais. Bra:r.il (1890/1910). Tese de Ph.D., University of Florida, 1972. 
c:aps. 4 e 5. 2. Apuração da base eleitoral no decorrer de entrevistas com os próprios 
deputadoS, idem caps. 9, lO e 11. 
10 Ver a operacionalização destes jndiaufores na nota 7. 
Voto dilfrltal ·21 
tados na sua bancada em 1970, o que proporcionou perdas substanciais 
nas regiões Norte, Jequitinhonha e Oeste; aumentos para as regiões Sul e 
Rio Doce e uma manutenção relativa para as regiões Mata e Metalúr­
gica. Em 1974 a situação piora mais ainda para o Norte e Mata; o Rio 
Doce volta ao que era em 1966; e os demais continuam no mesmo. 
Com relação ao MDB, nota-se que a sua representação estava res­
trita a apenas três regiões em 1966, predominando a região Metalúrgica 
(mais populosa, industrializada e urbanizada). Em 1970, esta região con­
tinua predominando; mas o Sul e Oeste perdem a sua representação por 
completo, e a Mata e Rio Doce passam a ter um deputado cada. Em 
1974 o MDB apresenta uma representação bem maior e mais diversa 
geograficamente, atingindo seis das oito regiões mineiras. No entanto, a 
Metalúrgica predomina em 1974, seguida pelo Triângulo e Mata com 
dois deputados cada. 
Quadro 4 
Distribuição da representação regional com base no primeiro núcleo eleitoral em 
termos absolutos e ponderados. Deputados estaduais (96611974) 
Região 
Norte 
] equitinhonha 
Rio Doce 
Mata 
Metalúrgica 
Sul 
Oeste 
Triângulo 
Representação ponderada 
Representação absoluta (N) 
Região 
Norte 
Jequitinhonh a 
Rio Doce 
Mata 
Metalúrgica 
Sul 
Oeste 
Triângulo 
Representação ponderada 
Representação absoluta (N) 
22 
Arena 
1966 
Abs. Pondo 
7 11,5 
5 7,5 
9 11,0 
13 16,0 
6 9,5 
10 11,0 
9 13,5 
4 4,0 
84,0 
(63) 
MDB 
1966 
Abs. Pondo 
2 2,0 
O 0,0 
1 1,0 
2 2,0 
8 10,0 
2 2,5 
2 5,5 
2 2,0 
25,0 
(19) 
1970 1974 
Abs. Pondo Abs. Pondo 
3 6,0 4 6,0 
1 3,0 O 2,5 
5 5,5 7 7,5 
10 lI,O 8 10,0 
10 12,0 4 7,5 
11 12,5 8 8,5 
3 7,5 5 6,5 
4 4,0 I 1,0 
61,5 49,5 
(47) (37) 
1970 1974 
Abs. Pondo Abs. Pondo 
1 {,5 2 2,5 
O 0,0 1 2,5 
O 0,0 1 1,5 
2 2,0 3 3,5 
5 6,0 10 14,0 
O 0,0 3 4,0 
2 3,5 3 4,5 
2 2,5 1 1,5 
15,5 34,0 
(12) (24) 
R.C.P, 3/76 
Passando -para a compOSlçao region~l .da Assembléia Legislativa, no 
quadro 4, a grande diferença é que, com seu maior número de deputados, 
apresenta-se uma distribuição mais diversa •. em tennos globais, do que a 
dos deputados federais. 
Para a Arena, ao longo dos três pleitos, o Norte é menos prejudicado 
do que no caso federal, o Jequitinhonha sai perdendo a partir de 1970 
e o Triângulo em 1974. É interessante notar as perdas da Arena estadual 
nas regiões Mata, Metalúrgica e Sul em 1974: à) comparada com a Arena 
Cederal, que se mantém mais ou menos estável; h) principalmente compa­
rada com o MDB estadual, que dobra a sua representação nestas três 
regiões mais desenvolvidas do estado. 
O quadro do MDB em nível estadual é mais animador que nas elei­
ções federais. Com a exceção do Rio Doce e Jequitinhonha, conserva-se 
uma representação razoável nas outras seis regiões. 
Quadro 5 
Distribuição regional das bancadllS federais e estaduais, comparadas com a distribuição 
da população do estado (1966, 1970 e 1914) 
Deputados federais I I Deputados estaduais 
1966 1970 1974 % da' população 1966 1970 1974 
% % % em 1970 % % % 
Norte 8,4 5,7 5,4 11,4 10,9 6,8 9.8 
Jequitinhonha 10,4 5,7 8,1 9,1 6,1 1,7 1,7 
Rio Doce 8,4 22,9 13,5 14,8 12,2 8~5 13,1 
Mata 14,5 14,3 10,9 13,8 18,3 20,3 18,0 
Metalúrgica 31,2 25,7 32,4 20,5 17,1 25,4 13,,0 
Sul 8,4 14,3 13,5 13,6 14,6 18,6 18,0 
Oeste 16,6 5,7 8,1 10,9 13,4 8,5 13, t 
Triângulo 2,1 5,7 . 8,1 5,9 7,4 10,2 3,2 
Total 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100.0 
tN) (48) (35) (37) (82) {59) (6lJ 
o quadro 5 confronta a distribuição regional da representação polí­
tica em Minas Gerais, por deputados federais e estaduais, somando os 
valores absolutos dos dois partidos nos quadros 3 e 4, respectivamente, 
com a distribuição da população do estado pelas oito regiões, conforme 
os dados do Censo de 1970. 
Grosso modo, a representação política aproxima de certa maneira 
a distribuição populacional, com alguns desvios, acentuados em certos 
pleitos e não outros, comonne a região. 
Se se tomar o líltimo pleito (1974) como sendo a atual representação 
política, pode-se ver que é ele desproporcional para algumas regiões: 
Norte, Jequitinhonha c Rio Doce estão sub-representadas nos dois níveis, 
principalmente as duas primeiras. A Mata e o Oeste estão sub-represen­
tados no plano federal e super-representados no estadual. O inverso, 
Voto distrital 
portanto, ocorre com o Triângulo. Como era de se esperar, a Metalúr­
gica está super-representada nos dois níveis, enquanto o Sul se acha nesta 
situação apenas no plano estadual. 
7. Conseqüências e conclusões 
Embora observando um razoável agrupamento natural dos votos dos depu­
tados em redutos ou núcleos, resta saber, na hipótese de ser adotado algum 
sistema distrital em futuro próximo, que conseqüências teriam para os 
deputados egressos do sistema proporcional e para a classe política de 
modo geral. 
Quadro 6 
Deputados federais e estaduais: percentagem de votos em núcleo I, por faixa. 
Agrupados por partidOS para os três pleitos (1966, 1970 e 1974) 
Deputados federais 
Núcleo 1: Faixa de 
% de votos sobre o 1966 1970 1974 
voto total 
Arena MOB Arena MDB Arena MDB 
De O a 30 6 1 1 O 1 2 
De 31 a 50 5 6 6 2 7 3 
De 51 a 70 11 2 11 2 8 4 
De 71 a 100 15 2 10 3 7 5 
(N) (37) (lI) (28) (7) (23) (14) 
Deputados estaduais 
Núcleo 1: Faixa de 
% de votos sobre o 1966 1970 1974 
voto total 
Arena MDB Arena MDB Arena MDB 
De O a 30 3 1 O O 3 O 
De 31 a 50 3 2 8 2 4 4 
De 51 a 70 10 O 11 1 8 4 
De 71 a 100 41 16 28 9 22 16 
(N) (63) (19) (47) (12) (37) (24) 
24 R.C.P. 3/76 
Para os deputados eleitos nos últimos três pleitos, observa-se, no 
quadro 6, que um sistema distrital seria mais prejudicial para os federais 
que os estaduais. F ato este que leva alguns estudiosos do assunto a suge­
rir que se adote o sistema alemão (.deputados gerais e distritais) para 
eleições federais, e o distrito puro para ii& . .estaduais. 
Não obstante, se tomar as duas faixas mais altas (acima de 51 % 
de votos em um núcleo só) como sendo passíveis de eleição nos pleitos 
distritais, se vê que sempre uns 2/3 dos deputados federais da Arena e 
do MDB se acham neste nível. Em relação às eleições estaduais, entre 
3/4 e 4/5 dos deputados encontram-se nesta faixa. 
Nota-se, também, uma ligeira tendência do MDB de ter uma maior 
proporção dos seus deputados entre as fileiras dos "distritáveis" do que 
a Arena, principalmente no plano estadual. 
Embora' a equação para se prever os destinos das duas legendas seja 
bastante complexa, envolvendo muitas variáveis de ordem política, eco­
nômica, social e conjuntural, e Que sempre aparecem candidaturas alter­
nando o quadro regional e a contínua "concentração - dispersão", pode­
se afirmar que uma cprta base natural existe entre os deputados mineiros 
dos dois partidos, no sentido de se enquadrarem num sistema deste tipo, 
DO futuro. 
Porém pode-se indagar ainda: que tipos de deputados serão benefi­
ciados ou prejudicados com a adoção de um sistema distrital? Responde­
mos esta questão, citando apenas alguns exemplos típicos das últimas 
eleições de 1974, demonstrados nas noves figuras em anexo. 
Figuras 1 e 2 apresentam dois deputados estaduais da Arena, que à 
primeira vista seriam beneficiados pelo sistema distrital: Temalaco Co­
riolano Pompei e Ronaldo P. CanMo. Ambos têm um só núcleo e apre­
sentam altos índices de densidade e concentração percentual (da ordem 
de 90,0%). Porém, na realidade, adotando-se um sistema distrital, seriam 
altamente prejudicados, pois seus núcleos estão quase coincidentes na Zona 
da Mata, ao longo da Rio--Bahia. Num distrito envolvendo estes redutos. 
a Arena teria que escolher um só candidatopara concorrer com o MOR 
Este caso exemplifica os problemas de competição intrapartidária inerentes 
em eleições distritais. 
As figuras 3 e 4 mostram mais dois deputados estaduais da Arena 
e do MDB que seriam prejudicados por eleições distritais: Lourival Brasil 
Filho e Said Paulo Arges; não por competição intrapartidária, mas .por 
dispersão. Ambos têm dois redutos razoáveis e bastante concentrados, mas 
não se elegeriam fora do sistema proporcional. 
A figura 5 apresenta um deputado estadual do MDB com um reduto 
muito concentrado. Com sua base política em Divin6polis, Fábio Botelho 
Notini tem um núcleo que engloba os municípios vizinhos e que exemplifica 
o padrão do político local, que consegue construir uma base sub-regiooaI. 
Passando para o terreno federal, as figuras 6 e 7 mostram dois parla­
mentares do MDB: Marcos Wellington Tito e Carlos Cotta. Aquele com 
l' oto distrital 25 
MINAS GERAIS 
Por Zona Eleitofol 
Eleição Dep. Estaduol Ano 1974 . • -...o:-
NIl !D' Portído' A RENA _ 
Nome' 
__ Tef11Jllf!.fIl_SoriololJ.P... Pomp..si 
NIl de votos' 209:39 
NR de munlc(plos votados' Zonas .12 
FI i -z~";;o~ 
18. 684 Vofo$ 
lJ9,20 % 
MINAS GERAIS 
'For Zona Eleitoral 
Eleiçôo Dep. Esfadual Ano .19.74 
NI! lO' Partido' ARENA 
Nome' 
R(2noldo Passos Coned,o h 
NR de votos,~§9~ 
N2 de munlcI'plo1!l votados: Zon05=14 
..;'~' ..r;.... ~_',c, ' 
/3 Zonas 
32,805 Votos 
94,60% 
"\ ., 
}J 
j 
u~ ! ./ 
MINAS <3ERAIS 
Por Zona Eleitoral 
EleiçÕoDep.Esfadual Ano 191'4 
Nt JD' Partido' ARENA 
,Nome' 
~lJ!J!1 Brasil Eilh.!L __ _ 
Nt de votos'~ 
Ni de rnunfo(plo, votadosl Zonas =16 
2 
MINAS GERAIS 
Por Zona Eleitoral 
Eleição Dtlp.êstadual <Ano 19~ 
NI ID' ,Portido: M I) 8 
Nome' 
s..aJJ:L.E.o.JJ.1a ~r" B $ 
<NI de votos: 1.? 405_ 
NI! de munict'plos votados' Zonas-/5 
- '';~ 
~ 
I 
MINAS GERAIS 
Por Zona Eleiforal 
Eleição Oep.Es1odtJa! Ano 19~ 
NI! ID' ___ Partido'. MOB 
• . i Nome. llla -No/IO'---. __ _ Eáluo BQ/.e. 
NII de votos: ~1.ZL 
Ni de munlcl'plos votados: Zonas: /I 
MINAS GERAIS 
Por Zona Ele It o r a I 
Eleição Dep. FederaL Ano 19 74 
N!! 10: Partido'. M.D8 
Nome' 
Marcos Wflllinglon Ti}JL... ___ _ 
Ni de votos' 61.386 
NlÍclflo I 
4 Zonas 
17. 455 Votos 
28,00% 
N!I de munic(plos votados:Zonos=12 
-."i.......:.:... 
'~ 
ll: 
;'~ 
MINAS GERAIS 
Por Zona EI.ltorol 
Eleiçõo,Dtlp.F'edtlrol Ano 19 74 
NR lO' _Portido' MDB 
Nome: 
_-f!!!/~~:..Spl!t'L . 
NR de votos • .:!Z 015 
N2 de munlc(p los votados: Zonos ~I 
três núcleos (impossibilitado de concorrer em eleições distritais) e este 
com um núcleo bastante cOIt:l.pacto no Vale do Rio Doce. 
Finalmente, vejamos a Arena em nível federal, nas figuras 8 e 9. 
O Deputado Manoel José de Almeida, como Marcos W. Tito, têm três 
redutos: um em volta de Alienas (terra do seu sogro), um outro localizado 
na parte oriental do Rio· Docé (provavelmente efeito de uma dobradinha 
com um deputado estadual). e um terceiro bastante disperso -no norte do 
estado (sua região natal e onde realizou gamde parte de sua carreira como 
oficial graduado na Polícia Militar). Contudo, mesmo somando estes três 
redutos, isto representa um pouco mais da metade da sua votação total. 
Trata-se de um representante classista da PMMG e do funcionalismo 
público estadu~ que recebe vOWs"pingados" pelo .:estado ínteiro. Portanto, 
-este caso seria um deputado e uma classe prejudicados num sistema 
distrital. 
No caso de Homero Santos, seu único reduto bastante compacto sira 
em tomo de Uberlândia, sua terra natal e base política, com notoriedade 
pelo Triângulo e parte ocidental do Alto Paranatoa. Seria tranqüilamente 
eleito num sistema distrital. 
Finalmente, podemos dizer que os mitos de que "a oposição seria 
liquidada" e que "a Arena seria muito beneficiada" não são confirmados 
pelOS dados. 
Os dados tendem a sugerir que, no caso de se adotar um sistema 
distrital, a melhor maneira (para o caso de Minas Gerais) seria a implan­
tação do sistema alemão para deputados federais (2/3 distritais, e 1/3 
gerais), e o do distrito puro ( um eleito em cada distrito), para eleições 
estaduaís. 
Porém se a tendência institucional for para um retomo ao multipar­
tidarismo, então, o sistema proporcional seria o mais visado. II 
No caso de Minas Gerais, a Arena certamente seria mais prejudi­
cada com eleições distritais., que forçassem a escolha de candidatos únicos 
nos demais distritos, por causa do problema de competição intrapartidária. 
Com o ex-PSD. ex-UDN e ex-PR coexistindo sob a mesma legenda, em 
muitas regiões a escolha seriª- desastrosa para a coesão partidária. 
Os dados refletem o trabalho meticuloso e árduo do MDB após as 
eleições de 1970 para recrutar .candidatos fortes em todas as regiões, numa 
tentativa de ~izar a competição -intiapartidária. 
Constatou-se que o atual sistema de eleições proporcionais não signi­
fica uma representação política fiel à distribuição geográfica da população 
mineira, deixando algumas regiões ,sub-representadas e outras super-repre­
sentadas. Fenômeno este que não ocorreria com o sistema distrital. 
11 EstudiOllOS sobre "engenharia constitucional", sistemas partidários e a politica 
eleitoral, apontam os vinculos "bipartidarismo-eleiçóe8 distritais" e "multipartidarismo· 
representáção proporcional", Key, Ir., V. O. Political parties anil presswe groups. 
New Yort. Crowell. 1'948. p. 218·9. Duverger, Maurice. Political parties. New York, 
Wiley, 1963. p. 20S. -
Voto distrital 33 
MINAS GERAIS 
Por Zona Eléltoral 
Eleição Ot!E: Fedtuo! Ano 19 7'4 
NR /D. Portido'...4RENA 
Nome' 
_Manoel dou' dJt Almeida 
NR de votos' ~ 088 
Nl! de munic(plos votados' Zonas =23. 
MINAS -GERAIS 
Por Zona Eleitoral 
Elelção.Q!e,Üderal_ Ano 191'4 
NIII. ID' Partido' ARENA 
Nome' 
Homero Santos 
NR de votos' ..6..LlLL 
Núcleo I 
, l/Zonas 
59.532l-ólos 
96,40% 
NI'I de muniCl'plos votados: Zonas'" ff 
f;' 
1:' ~~ 
" 
Como uma observação final, vale a pena lembrar que um dos efeitos 
inerentes ao sistema proporcional mais sentidos pela classe política e pelos 
líderes locais, é o de um município ou região ficar sem representante, no 
caso do "seu" candidato cair numa suplência. Embora a resposta seja 
sempre que "outros deputados menos votados na área, porém eleitos, pas­
sarão a representar eficazmente a mesma", resta lembrar que tanto gover­
nadores e secretários de estado manifestam seu intento de "governar com 
mapas eleitorais na mão", como deputados "representam e decidem com 
vistas à sua votação obtida em lugar tal".12 
Para elucidar estes e outros fatos relacionados com a viabilidade e 
aceitação de sistemas distritais, pretende-se analisar futuramente um con­
junto de dados colhidos em entrevistas com 87 deputados federais e esta­
duais em Minas. 
Resta ainda frisar que este é um estudo-piloto sobre um estado, e 
para ter uma visão mais geral do fenômeno para o Brasil, precisaria efetuar 
pesquisas similares para as outras 21 unidades da Federação. 
12 Isto ficou bem claro, tanto em observações durante a coleta dos dados np TRE­
MO, como em entre;1stas e conversas informais com deputados, prefeitos e líderes 
locais no estado. 
36 R.C.P. 3/76

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