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Atualidades 2021 Brasil

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ATUALIDADES 
Atualidades Brasil 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sumário 
Luis Felipe Ziriba 
Apresentação ................................................................................ 3 
Atualidades Brasil. Atualização: Outubro de 2021 ....................................... 4 
1. Parte I – Brasil: Território, Posição, Índice de Desenvolvimento Humano e População 4 
1.1. Território, Fronteiras, Transporte e Energia .......................................... 4 
1.2. A População Brasileira ................................................................. 14 
1.3. IDH Brasil: 2019 ............................................................................. 21 
2. Parte II – Atualidades Brasil: Política, Economia e Fatos .......................... 24 
2.1. A Política Brasileira .................................................................... 24 
2.2. Economia Brasileira ....................................................................... 41 
2.3. O Caso Marielle ........................................................................ 74 
2.4. As Milícias no Rio de Janeiro ............................................................ 74 
2.5. A Crise na Segurança Pública no Brasil ............................................... 75 
2.6. A Reforma da Previdência ............................................................. 92 
2.7. A Transposição do Rio São Francisco ................................................. 106 
2.8. Cultura e Atualidades no Brasil em 2020: alguns Pontos Fundamentais ......... 112 
2.9. O Escola sem Partido ..................................................................... 114 
2.10. Brics e o Brasil............................................................................ 121 
Exercícios ....................................................................................... 131 
Gabarito ........................................................................................ 143 
Gabarito Comentado .......................................................................... 144 
 
 
 
ApresentAção 
Luis Felipe Ziriba 
 
Caro(a) aluno(a), é um prazer imenso estar junto a você nessa etapa de preparação rumo à 
conquista de algo tão importante na vida: a estabilidade profissional no serviço público. 
Peço licença para me apresentar. Meu nome é Luis Felipe Ziriba. Sou formado em Geografia 
desde 2004, pela Universidade de Brasília, e sou também servidor do Incra – SEDE, desde 2008, 
no cargo de Analista em Desenvolvimento e Reforma Agrária. Ministro aulas para concursos 
desde 2001. Comecei em sala aos 20 anos de idade em pré-vestibulares, tendo seguido para 
concursos de admissão à carreira militar, tais como EsPCEx, ESA, entre outros, nas disciplinas 
de Geografia Geral e do Brasil. Lecionei também em preparatórios (Geografia Geral e do Brasil) 
para cursos de admissão à carreira diplomática – Instituto Rio Branco. Já no início da década 
findada (2010-2019), parti também rumo ao desafio de lecionar as matérias Atualidades do 
Brasil e do Mundo, além de Realidade/Atualidades do Distrito Federal. 
Assim, entre tantas matérias diferentes e interessantes, lá se vão 18 anos preparando alu- 
nos nos melhores cursos do Distrito Federal para os mais concorridos concursos do Brasil. 
Bom, obrigado pelo espaço e pela confiança depositados e vamos, então, ao que realmente 
importa a você. O tempo urge! 
Com vistas a auxiliá-lo(a) nessa preparação, dividi nosso material em duas partes: na pri- 
meira parte, destaco aspectos do território nacional (incluindo transportes e energia) e contex- 
to populacional; na segunda, serão abordados aspectos de nossa política, economia e temas 
mais importantes em atualidades (cultura, sociedade, segurança, relações internacionais, en- 
tre outros). 
Destaco, por fim, caro(a) aluno(a), ser extremamente necessário que realize a leitura inte- 
gral dos temas a seguir e dos seus respectivos textos complementares, mesmo que haja em 
editais recortes balizando períodos específicos, tal como pode (e costuma) acontecer. Tenha 
em mente que será apenas promovendo a leitura retórica acerca dos temas, desde seu início 
até o fim, que será possível, portanto, a clarificação dos contextos mais recentes de Atuali- 
dades. E juro… não há como fugir disso! Pode confiar nessa informação. A disciplina de Atu- 
alidades não está restrita, simplesmente, a uma coleta de notícias com base no(s) recorte(s) 
estipulado(s) pelos editais. Em Atualidades existem contextos que devem ser entendidos para 
que possamos atingir o nível necessário de conhecimento pedido pelas bancas em concursos. 
Então, vamos começar. Peço, por favor, que faça o caderno de exercícios apresentado como 
fixação de conteúdo e acréscimo didático. Avalie nosso curso em nossa plataforma. Obrigado! 
 
 
 
Luis Felipe Ziriba 
ATUALIDADES BRASIL. ATUALIZAÇÃO: OUTUBRO DE 
 2021 
1. pArte I – BrAsIl: terrItórIo, posIção, ÍndIce de desenvolvImento 
HumAno e populAção 
1.1. terrItórIo, FronteIrAs, trAnsporte e energIA 
O Brasil possui a 5a maior extensão territorial do mundo. Com mais de 8,5 milhões de qui- 
lômetros quadrados de extensão, somos considerados um país-continente. Dentro da América 
do Sul, temos disparado a maior em área total (47%), com mais de três vezes o tamanho do 
segundo maior país, a Argentina. 
Repare que o enorme território brasileiro é quase equidimensional, ou seja, possui pratica- 
mente as mesmas extensões de Norte-Sul e Leste-Oeste. 
 
Obs.: Os pontos descritos são os nossos pontos extremos nas quatro direções: Norte 
(Monte Caburaí, em Roraima), Sul (Arroio do Chuí), Leste (Ponta do Seixas) e Oeste 
(Nascente do Rio Moa). 
 
 
 
 
 
 
O Brasil faz fronteira com dez (10) países. Dentro do continente sul-americano, não so- 
mos “vizinhos” apenas de dois países: o Chile e o pequeno Equador. No mapa a seguir, temos 
as principais extensões de fronteiras, com destaque para o Peru (2º lugar) e a Bolívia (com 
mais de 3.000 km de fronteira, em boa parte pela Amazônia). Destaca-se que esses dados 
de tamanho das fronteiras são estanques, ou seja, não sofrerão alterações em curto ou 
médio prazo, à medida que os tratados com os países fronteiriços ao Brasil foram 
ratificados há tempos; também não vêm ocorrendo reivindicações fronteiriças de nações 
vizinhas. 
 
 
O Brasil é dividido politicamente em 26 estados mais o DF, totalizando 27 unidades da 
Federação (UFs). Os maiores estados são Pará, em segundo lugar, com 1.247.689 km², e Ama- 
zonas, na liderança, com 1.570.745 km². O nosso menor estado é Sergipe, sendo o DF, porém, 
já que não é um estado propriamente dito, a menor unidade da Federação (com 5.802 km²). 
 
 
 
 
 
 
 
 
O Brasil possui cinco regiões: Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul. Essa configu- 
ração atende a uma divisão de 1969 do IBGE, a qual levou em conta similaridades humanas e 
naturais entre os estados para o agrupamento em regiões: 
• MAIOR REGIÃO (2019): Norte (45.2% do território nacional); 
• REGIÃO COM MAIOR NÚMERO DE ESTADOS: Nordeste (com 9); 
• MAIOR POPULAÇÃO: Sudeste (aproximadamente 86 milhões perfazendo em torno de 
42% população do Brasil). 
 
Vale destacar que os estados brasileiros podem se desmembrar internamente em outros me- 
nores, bastando haver a aprovação pela Câmara dos Deputados e a consulta à população dos 
estados. Mas eles não podem se destacar do Brasil para formar outro país. Há pleitos em tor- 
no de desmembramento de estados em análise atualmente para o Piauí, o Maranhão, a Bahia, 
entre outros. O pleito que neste sentido fora levado mais adiante deu-se no Pará, em 2011, 
quando sua população em plebiscito não aceitou a fragmentação do estado em três outros 
estados (capitais em Marabá, Santarém e Belém). 
 
Por fim, em 2021, o Brasil possuía 5.570 municípios. Os Estados commais municípios 
atualmente são: Minas Gerais (853) e São Paulo (645). Na rabeira, temos Roraima, com apenas 
15, e o Amapá, com 16 municípios. 
 
 
 
 
O Distrito Federal não é um Estado, e sim uma unidade da Federação, tendo apenas Brasí- 
lia (a Capital Federal) como seu único município. 
 
TEXTO COMPLEMENTAR 
O TRANSPORTE DE CARGAS NO BRASIL EM 2020 
Por: Prof. Luis Felipe Ziriba, 10/12/2019. 
O Sistema de transporte de cargas no Brasil é, via de regra, muito desequilibrado. 
Vigorando desde 2005 como um plano de Estado, e não de Governo, o PNLT – Plano 
Nacional de Logística de Transportes – visa promover um melhor reequilíbrio entre os 
modais, alçando metas de eficiência em logística, com redução de custos e da emis- 
são de poluentes, além do incrementar a segurança. 
Uma análise simples em nossa matriz de transportes revela que o meio rodoviário 
ainda predomina no total de cargas (peso) transportadas no país. Tal meio (rodoviá- 
rio) de transporte leva em torno de 60% de toda a carga. Os principais produtos trans- 
portados pelos mais de 1,4 milhão de quilômetros de estradas brasileiras (a segunda 
maior malha do mundo) são derivados de petróleo, soja, milho, farelo de soja, alimen- 
tos (industrializados, ou não) e bens de consumo manufaturados diversos. Vale desta- 
car que a presença do rodoviário vem sendo reduzida bem lentamente, tendo chegado, 
na década de 1980, a quase 80% de toda a carga transportada no país. As vantagens 
do meio rodoviário estão na capacidade de se entregar produtos porta a porta, o que 
não ocorre no meio ferroviário, pois os trens param em terminais, o aquaviário em 
portos e os aeroviários em aeroportos. Veja o exemplo da soja: todo grão que sai da 
porteira das milhares de fazendas plantadoras é escoado exatamente por caminhão. 
Se, por opção das empresas, a soja seguir após os caminhões por outro modal, tem-se 
o que se chama de transbordo. A implementação originalmente ao de uma estrada é 
também mais barata e rápida, daí a preferência de governos desenvolvimentistas ante- 
riores, como Getúlio Vargas e Juscelino Kubitschek, por este modal (tipo) de transpor- 
te. Como externalidades, tem-se o maior custo de manutenção das estruturas que 
se precarizam muito facilmente, a poluição ambiental dos gases pesados e tóxicos 
emitidos pelos escapamentos a diesel e o maior número de mortes em acidentes que 
nos outros modais. Em maio de 2018, uma greve de quase um mês dos caminhonei- 
ros praticamente parou o país. Tal paralisação revelou-nos o tamanho da dependência 
deste meio de transporte no Brasil. Estima-se que em torno de 60% dos caminhonei- 
ros no país trabalhem em empresas, não sendo autônomos, portanto. A essa prática 
de parada de serviços por parte de empresas dá-se o nome de lock-out. Vale destacar 
ser proibida tal prática, isso tanto na CLT – Consolidação de Lei Trabalhistas, como na 
Lei de greves. 
 
 
Luis Felipe Ziriba 
O segundo meio de transporte mais utilizado no Brasil para cargas é o ferroviá- 
rio, com algo em torno de 20% do total transportado por 30.000 km de ferrovias (com 
metade desta quilometragem sendo subutilizada). 
As vantagens diretas na utilização do modal ferroviário estão relacionadas a sua 
eficiência, pois os trens transportam uma imensa quantidade de carga, com baixo 
consumo de combustível, baixa emissão de poluentes e níveis altíssimos de seguran- 
ça, além de requerem pouca manutenção nas estruturas, principalmente nos trilhos. 
A externalidade observada, contudo, reside no alto custo para se construírem novas 
ferrovias e sua implementação em geral (custo também dos trens). Vencer terrenos 
irregulares e fazer curvas acentuadas não é o forte dos trens. Atualmente, as 13 linhas 
férreas do país são administradas por concessões que duram em média 35 anos, 
sendo, contudo, livre o direito de passagem a trens que não pertencerem à concessio- 
nária do trecho. O minério de ferro responde por 80% do total de cargas transportado 
pelos trilhos no Brasil. Para 2019 haverá o leilão do trecho que liga Goiás ao Porto de 
Santos pela ferrovia Norte-Sul. 
Recomendo, caro(a) aluno(a), que para se informar melhor sobre este tema, promo- 
va a leitura deste link abaixo, retirado da versão online do jornal de Goiânia, o Popular: 
https://abifer.org.br/ha-mais-de-tres-decadas-sendo-construida-ferrovia-norte- 
-sul-so-tera-uso-apos-2020/ 
Em seguida vem o meio de transporte aquaviário, o qual responde por algo em torno 
de 10% do transporte de cargas no Brasil, tendo sido aumentada esta participação ao 
longo das últimas décadas por meio, principalmente, das iniciativas promovidas pelo 
PNLT. A carga transportada internamente pelas hidrovias do país se encontra atual- 
mente na casa dos 20% na soja; 15% de petróleo; 12% é areia, o milho representando 
10% e o minério de ferro outros 10%. Um dado interessante é que mais de 40% deste 
transporte se dá dentro do próprio estado, com destaque para as operações deste tipo 
promovidas no Rio Grande do Sul, São Paulo, Pará e Amazonas. Para estes dois últi- 
mos estados da Região Norte, vale ressaltar, embora este texto não seja sobre trans- 
porte de passageiros, que o modal aquaviário também leva muitas pessoas e uma 
imensa gama de produtos (mudanças, por exemplo, algo impensável no Centro-Sul 
do Brasil, que são feitas por barcos). São estados (principalmente o AM) que não têm 
expressivas ligações rodoviárias, mas que possuem, contudo, rios caudalosos, largos 
e morosos os quais auxiliam no transporte aquaviário. As vantagens do transporte 
aquaviário residem na sua amplificada capacidade de carga e custos baixos para o 
operador. As externalidades são a construção de hidrovias seguras e, se necessário, 
de eclusas (um processo muito caro), a ocorrência de acidentes (principalmente no 
transporte de passageiros) e a dificuldade de se chegar a pontos diversificados do 
território brasileiro. O ideal para o transporte aquaviário é que se consiga implemen- 
 
 
tar uma logística eficiente para a realização do transbordo (troca de modal). No Brasil, 
uma modalidade de transporte por barcos que esteve relegada em décadas anteriores 
vem ganhando força ao longo dos últimos anos: o transporte por cabotagem, ou seja, 
quando se leva a carga entre portos marítimos, praticamente se margeando a costa. 
Os portos e as embarcações no Brasil, na verdade, vêm se adaptando a essa eficiente 
modalidade de transporte de cargas. 
Por fim, em relação ao aquaviário, destaco que mais de 90% do comércio global 
atualmente se deve ao transporte aquático em grandes navios, sejam estes de contê- 
ineres, sejam de graneleiros. 
Por último vem o transporte aéreo de cargas, muito importante à medida que, 
embora leve algo em torno de apenas 5% das cargas no Brasil, ao somarmos os valo- 
res destas cargas, tem-se algo em torno de 25% de todos os valores transportados no 
Brasil. O modal aeroviário é, de fato, muito eficiente quando se precisa levar cargas 
perecíveis (alimentos, flores) ou com alto valor agregado, em que o custo mais alto do 
transporte, comparado aos outros meios, compensa. 
Luis Felipe Ziriba 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TEXTO COMPLEMENTAR 
A PRODUÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA NO BRASIL EM 2020 
Por: Prof. Luis Felipe Ziriba, 05/12/2019. 
O Brasil é um dos grandes produtores de energia do Mundo. Nosso gigante parque 
de produção de energia elétrica possui alta diversificação, sendo baseado em matriz 
limpa (as hidrelétricas: das cinco maiores em atividade no Mundo, duas, Belo Monte 
e Itaipu, estão aqui) e algumas outras peculiaridades. Vejamos, então, as principais. 
Em termos gerais, a nossa produção de energia elétrica se encontra em torno de 
75% (dados de 2018) oriunda de fontes renováveis. Veja os números abaixo: 
• hidrelétrica: 61%; 
• eólica: 6%; 
• termelétricas a biomassa: 8%; 
• todas são fontes renováveis… 
Acrescenta-se, contudo, à nossamatriz energética, mais 18% de termelétricas, 
1,5% nuclear e o restante, em torno de 5%, importada (basicamente do Paraguai por 
meio de Itaipu, ou seja, também fonte hidrelétrica). 
 
As Hidrelétricas 
Poucos países no mundo possuem proporção tão elevada em sua matriz ener- 
gética com base em hidrelétricas como no Brasil. Geograficamente, o nosso parque 
hidrelétrico já esteve bastante concentrado no Centro-Sul e Vale do Rio São Francisco. 
 
 
Luis Felipe Ziriba 
Por lá, grandes estruturas, como as usinas de Paulo Afonso-BA e Itaipu-PR, perma- 
necem, mas o direcionamento do sistema elétrico nacional evidencia uma subida de 
novas estruturas, agora se apropriando dos rios amazônicos. Assim, nasceram nas 
últimas décadas gigantescos projetos, como o Jirau e Santo Antônio em Rondônia, 
Tucuruí e Belo Monte no Pará. Aliás, esta última, quando estiver em pleno funciona- 
mento, será a maior usina do Brasil e a segunda maior do mundo. Ao todo hoje são 218 
usinas em funcionamento no Brasil. 
Em auxílio a essas estruturas, temos também as PCHs – Pequenas Centrais Hidrelé- 
tricas – e as Centrais Geradoras. Estas últimas, de tão pequenas, não chegam nem a 
constituir barragem e possuem um licenciamento ambiental bastante simplificado. 
Ordem por tamanho de projeto: 
• HIDRELÉTRICAS: PCH -> Centrais Geradoras 
 
O Parque Eólico 
Em 2019 funcionavam no Brasil 368 usinas eólicas, além de 133 novas em constru- 
ção. Predominantes em regiões de vegetação baixa, como no centro da Bahia, ou no 
litoral do Nordeste e Região Sul, onde a incidência de ventos é bastante favorecida, se 
utilizam da energia de movimento do vento para produção de eletricidade. Um princípio 
simples, mas que requer implementações tecnológicas. A produção eólica responde 
por quase 6% da eletricidade total no Brasil, tendo crescido exponencialmente ao longo 
dos últimos 15 anos. Em estados como o Ceará e Rio Grande do Norte, que não pos- 
suem grandes hidrelétricas, já representam grande parte da produção de energia local. 
 
Termelétricas 
Incentivos ao emprego de termelétricas, sobretudo, as com uso de biomassa, 
buscam diversificar a matriz energética elétrica, que até 2006 tinha 83,2% de sua potên- 
cia composta por hidrelétricas. Licor negro (resíduo da produção de papel) e bagaço 
de cana são as principais fontes de biomassa (renováveis). Gás natural e derivados 
de petróleo são as fontes fósseis mais comuns (não renováveis). Dentro do mapa 
nacional de termelétricas, tem-se termelétricas por todo o país, contudo aqueles que 
se utilizam de biomassa estão no Centro-Sul e as que queimam gás natural e petróleo 
(fontes não renováveis e poluidoras) na Amazônia, via de regra. 
 
Nuclear 
Localizadas em Angra dos Reis (RJ), as usinas nucleares Angra 1 e 2 utilizam o 
átomo do elemento químico urânio para produção de 1.990 MW de energia elétrica, 
distribuída no eixo Rio-São Paulo. Em construção, Angra 3 deve fornecer 1.350 MW. O 
Brasil é o 23º país do mundo em potência nuclear instalada (2018). 
 
 
Força Maremotriz 
Essa modalidade de produção de energia se utiliza a força das marés. Presente em 
países como Reino Unido e Canadá, esse método consiste em usar o “vai e vem” das 
marés para movimentar turbinas e, com isso, gerar eletricidade. É um processo similar 
ao usado em parques eólicos, com uma vantagem: por ser mais densa, a água exerce 
uma força maior sobre as turbinas e, consequentemente, gera mais energia. 
Uma das principais formas de exploração da energia das marés é por meio do uso 
de turbinas instaladas em barragens, dessa forma as marés criam um desnível sufi- 
cientemente elevado entre os lados da barragem, de modo que as turbinas sejam acio- 
nadas. 
As energias oceânicas ainda não fazem parte da agenda energética do Brasil. Não 
existem políticas de incentivos nem iniciativas para a realização de um inventário obje- 
tivo do potencial energético. Exemplo disso é que o país não possui uma legislação 
específica para fontes renováveis de energia do mar. 
Luis Felipe Ziriba 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TEXTO COMPLEMENTAR 
BRASIL: CRISE HÍDRICA E ENERGÉTICA 2021. CONTEXTOS 
Por: Prof; Luis Felipe. 15/09/2021 
Caro aluno, para entender de forma simplificada o contexto mais recente da atual 
crise hídrica (2021) a qual resulta em consequências na produção de energia elétrica 
no país, vamos nos ater a estes pontos inicialmente e explicarei, prometo, de forma 
simplificada: 
1. A produção de energia no Brasil é fundamentalmente baseada na força das 
hidrelétricas, com 70 por cento de toda a capacidade de produção de energia elétrica 
instalada oriunda da força das hidrelétricas. 
Hidrelétricas são consideradas fontes limpas de produção de energia, pois na pro- 
dução diária de energia não ocorre produção direta de gases de efeito estufa e também 
renovável, à medida que a água é um recurso natural renovável. 
2. As hidrelétricas nacionais dependem (e cada vez mais) de rios de planalto que 
nascem na região central do Brasil e possuem regimes de alta variação em sua força 
(e quantidade de água). Ou seja, são rios altamente sujeitos ao regime de seca que 
impera no país entre os meses de abril a outubro. 
3. A gradual substituição da energia oriunda de hidrelétricas por termoelétricas 
torna a energia mais cara. 
 
 
Luis Felipe Ziriba 
4. O período de seca se tornou mais severo, bastante em função da escalada de 
desmatamento que acomete o Brasil ao longo das últimas décadas e, também, em 
função de fatores de circulação atmosférica global. 
O Brasil historicamente atrelou seu parque de produção energia elétrica às hidrelé- 
tricas. Somos um país de rios com bom regime de chuvas e com expertise na cons- 
trução deste tipo de modalidade de produção de energia desde a entrada do século 
passado. Tal movimento em torno de construção de hidrelétricas projetou um parque 
com mais de 60 hidrelétricas de grande porte, sendo algumas das maiores do mundo 
em capacidade total instalada, tais quais Itaipu (que é binacional, com sua produção 
compartilhada com o Paraguai) e Belo Monte, no Pará. 
A questão crucial acerca deste modelo considerado limpo de produção de energia 
(pois não emite diretamente gases de efeito estufa) e renovável (pois se utiliza da água, 
um recurso renovável) é exatamente a necessidade de abastecimento dos reservató- 
rios. Vamos então entender bem esta questão: A força das águas contidas nos reser- 
vatórios movimenta as turbinas das hidrelétricas. Em sua origem, os reservatórios são 
constituídos pelas alterações em cursos de rios que são canalizados com vista as 
formar o reservatório. Ao ser realizada esta engenharia os reservatórios passam a 
existir e alimentam-se, em boa parte, exatamente pela água das chuvas. São as águas 
que caem do céu percorrendo internamente os solos (níveis basais) e os aquíferos, 
ou que percorrem o nível superficial, e também, claro, a água que incide diretamente 
em cima do reservatório que o alimenta. Vejam bem que as chuvas atuam de diversas 
maneiras na formação e manutenção dos reservatórios. 
É que aí que mora o perigo. Os reservatórios não vêm conseguindo ser abastecidos 
a contento, visto que nossas hidrelétricas se concentram exatamente no Brasil Central 
e a seca vem sendo mais severa ano após ano nessa parte do país. Este ano de 2021 
vivemos a maior escassez hídrica em 91 anos e, assim, os reservatórios esvaziam 
acima do normal, não possuindo, logicamente, reposição hídrica. Não entra água no 
solo, nem corre água de forma superficial e nem chove em cima da lâmina de água. 
Alguns reservatórios já operam no limite em 2021 e outros estão já se utilizando do 
chamado “nível morto”, acarretando mais esforço das turbinas para a produção de 
energia. 
Outro ponto crucial acerca da atual crise hídrica reside no fato de que, via de regra, 
os rios que constituem os reservatórios em sua origem e auxiliam na manutençãodos 
reservatórios (junto, tal qual visto, à chuva incidente) nascem exatamente no Brasil 
Central. Caso emblemático é o Rio Xingu, que alimenta a megausina hidrelétrica de 
Belo Monte no Pará. Esse grande e belo curso hídrico nasce nas serras do Mato Grosso 
região que anualmente passa por evento de seca sazonal (entre maio e setembro). 
 
 
Luis Felipe Ziriba 
Sendo assim, no período de seca a força de suas águas diminui consideravelmente e 
produz-se menos energia. O solo não é abastecido, muito menos os reservatórios e 
os rios ficam menos caudalosos. A usina fica, portanto, ociosa à medida que ocorre 
menos chuva. 
Por fim, essa conjunção de fatores, ou seja, a seca e a concentração de rios que 
abastecem as maiores hidrelétricas no Brasil Central transformaram um sistema 
gigante em pouco eficiente à medida que seus reservatórios pereceram. Para tanto, o 
Governo Federal passou a suprir a demanda energética por meio das termoelétricas, 
que são unidades de produção de energia que queimam combustível e /ou biomassa 
(preferencialmente cana) e, em sendo assim, a energia se torna mais cara e menos efi- 
ciente do ponto de vista ambiental. 
Funcionamento de uma usina hidrelétrica: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Concentração das hidrelétricas no Brasil por produção: 
 
 
Funcionamento de termoelétricas: 
Luis Felipe Ziriba 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1.2. A populAção BrAsIleIrA 
Dados Gerais 
 
Para falarmos sobre a população brasileira, é necessário inicialmente nos lembrarmos 
de dois pontos fundamentais que aprendemos na escola, remetendo às prazerosas aulas de 
Geografia. São os conceitos de país POPULOSO e de país POVOADO, então vamos a eles! 
Populoso: é um conceito que remete à população absoluta de um determinado lugar – o 
número total de habitantes. Dentro deste contexto, se comparamos o Brasil a seus pares, ou 
seja, aos outros países do globo, veremos que temos a 6a maior população do mundo. Assim, 
o Brasil pode ser considerado como sendo um país populoso. 
 
Em 2019 os meios de comunicação destacaram que fomos ultrapassados, caímos de 5º para 
o 6º lugar no ranking do número total de habitantes em comparação aos países do globo. 
Vale destacar que ainda não há uma confirmação precisa, pois os dados do Paquistão podem 
não ser 100% seguros. Além disso, o Brasil ainda não realizou seu censo decenal (veremos 
um pouco abaixo a quantas anda essa questão por aqui). Mas, ao que tudo indica, realmente 
fomos ultrapassados. 
 
Veja a lista dos países mais populosos do mundo (2019): 
1º) CHINA – 1,390 bilhões. 
2º) ÍNDIA – 1,266 bilhões. 
3º) EUA – 330 milhões. 
4º) INDONÉSIA – 252 milhões. 
5º) PAQUISTÃO – 211 milhões. 
 
 
MATÉRIA 
 
Brasil já tem mais de 210 milhões de habitantes, aponta IBGE 
 
Diário Oficial da União trouxe nesta quarta-feira (28) a mais nova estimativa da popu- 
lação brasileira feita pelo IBGE 
 
O Diário Oficial da União (DOU) traz nesta quarta-feira (28 de agosto) a mais nova esti- 
mativa da população brasileira feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 
(IBGE). De acordo com os dados, o País já conta com mais de 210 milhões de habitan- 
tes, quantidade superior aos 208 milhões registrados em 2018. O número atualizado é 
de 210.147.125 de habitantes. 
Luis Felipe Ziriba 
6º) BRASIL – 210 milhões. 
7º) NIGÉRIA – 182 milhões. 
Povoado: aqui entra um ponto curioso. Somos, tal qual vimos anteriormente, um país po- 
puloso (com uma alta população absoluta), mas seríamos também, de fato, um país povoado? 
Respondo: não. O conceito de povoado remete à densidade populacional, ou seja, à quantida- 
de de habitantes por Km2 de um determinado lugar. É o dado relativo à Densidade Demográ- 
fica. Bom, caro(a) aluno(a), neste quesito o Brasil não está listado em posição alta no ranking 
dos mais populosos. Aliás, muito pelo contrário. 
Ao diluirmos a enorme população brasileira por nosso gigante território nacional, em um 
ranking de, mais ou menos, 190 países, o Brasil se encontra por volta do 159º lugar. É interes- 
sante perceber que, para nós, habitantes de grandes cidades, ou de centros urbanos médios, 
que sejam, isso parece irreal, mas o que acontece no Brasil é que a nossa população se en- 
contra mal distribuída, e muito concentrada, principalmente nas grandes cidades das Regiões 
Sul, Sudeste e Nordeste. Mas, de fato, na divisão total, temos apenas uma média em torno de 
24 hab/km2, uma média baixa ao compararmos em termos globais. 
Para quem tiver interesse em saber as posições dos países no ranking de povoamento, 
espie este link recomendado abaixo: 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Lista_de_pa%C3%ADses_por_densidade_populacional 
 
 
Portanto, em termos globais, somos considerados um país POPULOSO (grande popula- 
ção total), mas não muito POVOADO (média-baixa densidade demográfica). 
Leia agora, caro(a) aluna(a), matéria publicada abaixo na página da revista Veja on-line e 
republicada pela revista Exame, em 28/08/2019, sobre o nosso atual panorama populacional 
em termos gerais e também regionais. Vale uma leitura atenta: 
Em: https://exame.abril.com.br/brasil/brasil-tem-mais-de-210-milhoes-de-habitantes-aponta-ibge/ 
 
https://exame.abril.com.br/noticias-sobre/ibge/
 
 
Luis Felipe Ziriba 
Três Estados do Sudeste estão no topo da lista dos mais populosos. São Paulo lidera 
com 45.919.049 de habitantes – a capital do Estado tem hoje 12.252.023 pessoas. 
Em seguida, vêm Minas Gerais, com 21.168.791 de habitantes, e Rio de Janeiro, 
com 17.264.943. 
 
No Nordeste, a Bahia tem a maior população da região, com 14.873.064 de habitan- 
tes. No Sul, Paraná e Rio Grande do Sul quase empatam no número de pessoas, com 
11.377.239 e 11.433.957 de habitantes, respectivamente. No Norte, o Estado do Pará 
é o mais populoso, com 8.602.865 de habitantes, e, no Centro-Oeste, é o Estado de 
Goiás, com 7.018.354. Pela nova estimativa, o Distrito Federal tem 3.015.268 de mo- 
radores. 
Entre outros objetivos, a nova estimativa será utilizada para o cálculo das cotas dos 
fundos de participação de Estados e municípios. Os dados têm data de referência 
em 1º de julho de 2019 e estão organizados por Estados, Distrito Federal e municí- 
pios. 
 
Quatro municípios concentram 11,8% da população brasileira. 
 
Os quatro municípios mais populosos do país concentram 24,87 milhões de habi- 
tantes. As populações de São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Salvador concentram 
11,8% da população brasileira, que hoje chega a 210,1 milhões de pessoas. 
 
De acordo com as estimativas do IBGE, o município de São Paulo continua sendo 
o mais populoso do país, com 12,25 milhões de habitantes, seguido pelo Rio de Ja- 
neiro, com 6,72 milhões de habitantes, Brasília, com 3 milhões, e Salvador com 2,9 
milhões de habitantes. 
 
Já os municípios com menor população são Serra da Saudade (MG), com 781 habi- 
tantes, Borá (SP), com 837 habitantes, e Araguainha (MT), com 935 habitantes. 
 
Segundo o IBGE, 324 municípios têm mais de 100 mil habitantes. Juntos eles são 
apenas 5,8% do total de 5.570 municípios do país, mas respondem por 57,4% da po- 
pulação brasileira ou 120,7 milhões de habitantes, sendo que 48 deles têm mais de 
500 mil habitantes. 
Por outro lado, 3.670 municípios – 68,2% do total – são habitados por menos de 20 
mil pessoas. Juntos eles têm 32 milhões de habitantes ou 15,2% da população total 
do país. 
 
 
 
 
Unidades da Federação mais populosas em 2020 (números aproximados): 
1º) São Paulo – 46 milhões. 
2º) Minas Gerais – 21 milhões. 
3º) Rio de Janeiro – 17 milhões. 
4º) Bahia – 14 milhões. 
Em último está Roraima (600 mil), seguida do Amapá (840 mil) e do Acre (880 mil), todas na 
Região Norte, a 2a menos populosa do país. 
Regiões mais populosas em 2020: 
• 1º) Sudeste – 87,7 milhões. 
• 2º) Nordeste – 56,9 milhões. 
• 3º) Sul – 29,7 milhões. 
• 4º) Norte – 18,2 milhões. 
• 5º) Centro-Oeste – 16 milhões. 
Municípiosmais populosos em 2019: 
• 1º) São Paulo – 12,2 milhões. 
• 2º) Rio de Janeiro – 6,7 milhões. 
• 3º) Brasília – 3 milhões*. 
• 4º) Salvador – 2,9 milhões. 
 
Brasília ultrapassa Salvador em 2017 e se torna a terceira maior cidade do país. 
 
Luis Felipe Ziriba 
Dos 5.570 municípios do país, 28,6% apresentaram redução populacional. Aproxi- 
madamente metade (49,6%) dos municípios tiveram crescimento entre zero e 1% e 
apenas 4,8% (266 municípios) apresentaram crescimento igual ou superior a 2%. 
 
 
Densidade Demográfica do Brasil: 2020 
Luis Felipe Ziriba 
 
 
 
Note haver no mapa anterior, acerca de nosso povoamento relativo, uma nítida concentra- 
ção populacional na fachada litorânea (faixa que vai do litoral a mais ou menos 150-200 km 
em direção ao interior). Fora isso, os pontos no interior do Brasil que possuem alto índice de 
adensamento são os chamados Enclaves Territoriais. 
Os Enclaves Territoriais são estruturas artificialmente criadas, tais quais cidades, polos in- 
dustriais, entre outros, que, ao surgirem (incentivados, via de regra, pelo Estado), conseguem 
atrair para áreas antes sem qualquer desenvolvimento, ou com baixo nível de adensamento 
populacional (e de desenvolvimento econômico), contingentes populacionais expressivos. Dois 
exemplos clássicos de enclaves no Brasil são Brasília e a Zona Franca de Manaus, enclaves 
indutores de enorme sucesso em termos de desenvolvimento e atração populacional, podendo 
estes serem percebidos no mapa de Densidade Demográfica como pontos bastante averme- 
lhados, ou seja, de alto adensamento, em contraste à grande parte interior de nosso território. 
Para finalizar, vale destacar que o Brasil possui áreas em ANECÚMENOS, ou seja, em par- 
tes de um território onde os fatores naturais são impeditivos ao desenvolvimento humano. Os 
desertos, as áreas congeladas e partes alagadas e as selvas são exemplos globais neste sen- 
tido. Em nosso país, temos a Floresta Amazônica e, em menor escala, o semiárido nordestino, 
com a vegetação da Caatinga, nossos exemplos de anecúmenos territoriais. 
 
 
1.2.1. A Evolução da Demografia Brasileira e seu Atual Momento 
Luis Felipe Ziriba 
 
 
Criado em 1938, o IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – realiza, a cada de- 
cênio (desde 1940), o Censo Demográfico: a contagem de nossa população que nos traz uma 
radiografia precisa acerca de uma gigantesca gama de fatores humanos e sociais de nosso 
imenso país e de sua população. Nos períodos entre censitários, o Instituto promove amos- 
tragens anuais com vistas a se manter atualizada a contagem decenal: o PNAD – Pesquisa 
Anual por Amostra de Domicílio. 
Para 2020, o IBGE mais uma vez realizaria o Censo decenal (sendo nosso último de 2010). 
Ou pelo menos iria, em tese. Contudo, contingenciamentos de recursos e principalmente as 
dificuldades impostas pela Covid fizeram com que os trabalhos fossem adiados. 
Em função das orientações do Ministério da Saúde relacionadas ao quadro de emergência de 
saúde pública causado pela COVID-19, o IBGE decidiu adiar a realização do Censo Demográfi- 
co para 2021. A decisão levava em consideração a natureza de coleta da pesquisa, domiciliar 
e predominantemente presencial, com estimativa de visitas de mais de 180 mil recenseadores 
a cerca de 71 milhões de domicílios em todo o território nacional. 
Considera, do mesmo modo, a impossibilidade de realização, em tempo hábil, de toda a cadeia 
de treinamentos para a operação censitária, cuja primeira etapa se iniciaria em abril de 2020, de 
forma centralizada, e posteriormente replicada em polos regionais e locais até o mês de julho. 
Para a realização da operação censitária em 2021, o IBGE estabeleceu formalmente com o 
Ministério da Saúde o compromisso de realocar o orçamento do Censo 2020, em prol das 
ações de enfrentamento ao coronavírus mantidas pelo Ministério. 
Eis que uma outra reviravolta ocorre, e o Censo, que seria realizado inicialmente em 2020 
(seguindo tradição histórica de realização do macrolevantamento a cada decênio), após ser 
adiado em 2021, sofre outra mudança. Com a simples justificativa emanada pelo Ministro 
da Economia, Paulo Guedes, de não haver dinheiro, o Censo será realizado, portanto, somen- 
te em 2022. 
O Brasil chegou ao ano de 2021 com as seguintes taxas de crescimento populacional, 
envelhecimento e fecundidade: 
• crescimento populacional no Brasil entre 2015-2019: 0,7% ao ano. 
 
Obs.: A nossa fase atual de crescimento populacional é chamada de TRANSIÇÃO DEMO- 
GRÁFICA. Em 2019 (e em anos anteriores também), o nosso crescimento populacio- 
nal (0.7% a. a.) não pode ser jamais considerado alto em termos globais. Pelo contrá- 
rio, visto que nossa população cresce menos que a média global (1.2% a. a.), menos 
que quase todos os países da América do Sul (inclusive menos que a Argentina e 
Paraguai) e menos também até que o Canadá e os EUA. 
 
 
Luis Felipe Ziriba 
Brasil: população com mais de 65 anos (2018): 9.2%. Embora não sejamos ainda uma so- 
ciedade tipicamente envelhecida, estamos em rota acelerada de envelhecimento. 
 
A expectativa de vida média em 2020 da população brasileira é de aproximadamente 75 anos. 
E só vem crescendo. Em países desenvolvidos, este indicador já se encontra em média da 
casa dos 80 anos. 
Segundo o IBGE, no Distrito Federal, Santa Catarina e São Paulo (as unidades da Federação 
com maior IDH), a expectativa de vida já atingiu a marca dos 80 anos. 
• Taxa de fecundidade: 1,7 filho por mulher.1 
 
A taxa de fecundidade é o número médio de filhos por mulher em idade adulta (15-49 
anos). Ela é considerada repositiva quando se encontra acima de dois filhos por mulher, não 
sendo, portanto, há mais de uma década o caso do Brasil (com taxa em 1,7), nem em mais de 
70 países hoje, segundo a ONU. 
É importante compreendermos que, à medida que atualmente ocorre um padrão compor- 
tamental, o qual vem desde a década de 1980 (quando saímos da EXPLOSÃO DEMOGRÁFICA 
para adentrarmos na TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA), em que a contínua REDUÇÃO DA NATA- 
LIDADE é evidente em nossa demografia, há consequentemente uma queda também neste 
indicador. 
 
1.2.2. Tendências Populacionais do Brasil: 2019/2020 (Estudo do IBGE) 
 
A expectativa é do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e faz parte da Re- 
visão 2019 da Projeção de População. Estudo este que estima demograficamente os padrões 
de crescimento da população do país ano a ano, por sexo e idade. Para os próximos 42 anos, 
o estudo nos revela que a população do Brasil vai continuar em crescimento, até atingir 233,2 
milhões de pessoas em 2047 para, a partir daí entrar em declínio gradual. 
Antes de 2048, (ano previsto para o início da queda populacional), segundo o estudo su- 
pracitado do IBGE, em 12 estados – Piauí, Bahia, Rio Grande do Sul, Alagoas, Minas Gerais, 
Paraíba, Rio de Janeiro, Ceará, Pernambuco, Maranhão, Paraná e Rio Grande do Norte – deve- 
remos experimentar uma redução no número total de habitantes dessas Unidades da Federa- 
ção. Segundo o IBGE, a principal característica destas Unidades da Federação, e que fará cair 
suas populações totais, se encontra relacionada a um saldo migratório negativo. No limite 
da projeção, no ano de 2060, 8 Unidades da Federação – Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso 
do Sul, Santa Catarina, Amapá, Roraima, Amazonas e Acre, não terão queda nas suas popu- 
lações. O IBGE explicou que estas Unidades da Federação apresentam saltos migratórios 
positivos e/ou têm taxas de fecundidade total mais elevadas. Assim, manterão este padrão. 
1 Considerada como não repositiva. 
 
 
 
1.3. IdH BrAsIl: 2019 
O IDH – Índice de Desenvolvimento Humano – é um indicador de desenvolvimento esta- 
belecido pela ONU desde a entrada da década de 1990. Ele leva em consideração três fatores: 
renda, expectativa de vida e escolaridade. Vai de 0 (nenhum desenvolvimento) a 1 (desenvol- 
vimento pleno)e pode ser usado em várias escalas, desde um bairro até países. 
De acordo com o último ranking apresentado em 2019, com dados relativos ao ano de 
2018, a Noruega (0.954) está na liderança, seguida por Suíça, Irlanda e Alemanha. O rol dos 
países com IDH Muito Alto compreende aqueles países que possuem indicador entre 0,8 a 
1. Neste rol, se encontram na América do Sul apenas o Chile (42º), a Argentina (48º) e o Uru- 
guai (57º). 
O Brasil se encontra no rol a seguir, denominado como de Alto Desenvolvimento. No últi- 
mo ranking estacionamos em relação ao penúltimo, de 2014, na 79a posição, com indicador 
de 0,761. Estamos atrás de países como Cuba (72º), México (76º) e Tailândia (78º) e juntos da 
Colômbia (79º). 
Posições no IDH: Países Selecionados 
 
O conteúdo deste livro
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Entre os três critérios tomados como base no IDH – renda, expectativa de vida e escolaridade 
–, o que puxa para baixo nossa posição é exatamente o indicador escolaridade. Para se ter 
uma ideia, o Brasil, entre os países emergentes, possui escolaridade acima apenas da Índia. 
Escolaridade Média por Países Emergentes 
 
ESCOLARIDADE MÉDIA POR PAÍSES EMERGENTES 
CHILE 10,4 
ARGENTINA 10,60 
RÚSSIA 12 
URUGUAI 8,70 
BRASIL 7,80 
COLÔMBIA 8,3 
AMÉRICA LATINA E CARIBE 8,6 
CHINA 7,9 
EQUADOR 9 
VENEZUELA 10,3 
PARAGUAI 8,5 
ÁFRICA DO SUL 10,20 
ÍNDIA 6,5 
Fonte: Pnud, 2019. 
 
 
Dentre as unidades da Federação, dados de 2017 (divulgados em 2019), apenas o Distrito 
Federal, São Paulo e Santa Catarina possuem IDH muito alto, estando a liderança na Capital 
federal (DF), com IDH similar ao de Portugal (40º) e Chile (42º). 
Veja ranking (2017). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2. pArte II – AtuAlIdAdes BrAsIl: polÍtIcA, economIA e FAtos 
2.1. A polÍtIcA BrAsIleIrA 
Introdução 
 
Forma de governo: republicana. 
Sistema de governo: presidencialismo. 
O Legislativo Federal, com sede em Brasília, adota o modelo bicameral. Na Câmara dos 
Deputados a composição é determinada pelos chamados representantes do povo, em número 
de 513 parlamentares. Na Câmara dos Deputados, busca-se atender a uma representativida- 
de que seja proporcional à população de cada unidade da Federação. São Paulo, nosso esta- 
do mais populoso, com 45 milhões de habitantes, possui 70 cadeiras na Câmara Federal. Já 
Roraima, Acre e Amapá, todas Unidades da Federação com menos de 1 milhão de residentes, 
possuem 8 deputados federais cada. É interessante notar que a proporção de deputados em 
estados com pequena população acaba sendo a estes bem mais favorável quando compa- 
rada aos estados de grandes contingentes populacionais, como São Paulo, o nosso estado 
mais populoso. Há, portanto, distorções neste modelo representativo proporcional adotado 
na Câmara Federal. 
Já o Senado Federal, a outra casa do Congresso Nacional, é composto por parlamentares re- 
presentantes das Unidades da Federação que foram eleitos (em mandato de 8 anos) em número 
de três senadores por cada UF. Assim, em um total de 27 UFs, totalizam 81 senadores no Brasil. 
Artur Lira (PP-AL) é o Presidente da Câmara dos Deputados e segundo na linha de su- 
cessão presidencial. Já o Senado Federal é presidido por Rodrigo Pacheco (DEM-MG), sendo 
também o Presidente do Congresso Nacional. Ambos comandarão suas respectivas casas 
até fevereiro de 2023. Eles são expoentes da chamada política do “centrão”, à qual o 
presiden- te Jair Bolsonaro vem buscando dar força, exatamente com vistas a se livrar, ao 
menos em tese, dos grilhões mais radicais de direita. 
 
2.1.1. Os Partidos 
 
O sistema partidário brasileiro se encontra, em meados de 2020, constituído por 33 parti- 
dos. O último a receber o registro pelo TSE foi o UP – Unidade Popular, em dezembro de 2019. 
Interessante é que alguns partidos, com vistas a dar uma melhorada na combalida imagem 
dentro da política nacional, vieram ao longo dos anos retirando exatamente o nome “Partido” 
de sua sigla oficial, criando, assim, novas denominações. Por exemplo; o PTB se tornou Avan- 
te; o PSDC virou Democracia Cristã; o PTN se transformou no Podemos; e o PEN no 
Patriotas. O PMDB, menos criativo, apenas mudou para MDB, retomando seu nome de criação 
original. 
 
 
Luis Felipe Ziriba 
Segundo matéria publicada no portal on-line da Revista Veja, de 18/10/2019 (em:https:// 
veja.abril.com.br/politica/nova-udn-corinthianos-e-ate-piratas-os-76-novos-partidos- 
-na-fila-do-tse/), o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) tinha na fila nada menos que 76 legendas 
em formação que perseguem cumprir as exigências legais para que possam ser habilitadas e 
participar do processo eleitoral. 
A matéria destaca que todos esses partidos já realizaram o primeiro passo para entrarem 
com o processo pela regularização: Ou seja – têm CNPJ registrado. Parece bastante séria 
essa busca por dezenas de novas legendas para se tornarem partidos. A partir disso, os aspi- 
rantes a partido precisam cumprir algumas exigências. A principal delas é obter número míni- 
mo de apoiadores de 0,5% do total de votantes nas últimas eleições para a Câmara dos Depu- 
tados, hoje algo em torno de 490 mil assinaturas. Detalhe: nenhum apoiador pode ter filiação 
a um partido já legalizado. Além disso, é preciso ter adesões em ao menos nove estados. 
Entre os partidos que deram um passo, mesmo que pequeno, além da simples abertura de 
CNPJ, estão algumas tentativas de reconstrução de legendas extintas, como o Prona – Parti- 
do da Reconstrução Nacional, do saudoso médico Enéas Carneiro, que disputou três eleições 
presidenciais e chegou a ficar em terceiro no pleito de 1994, atrás apenas de FHC e Lula. 
Outra tentativa de ressurreição de legenda envolve a UDN (União Democrática Nacional), 
partido que nasceu em 1945 como oposição a Getúlio Vargas e ao populismo, defendeu o 
conservadorismo político, o liberalismo clássico e a moralidade nos costumes até ser dissol- 
vido em 1965 durante a ditadura militar. Um de seus líderes foi o ex-governador da Guanabara 
Carlos Lacerda, que apoiou e depois passou a fazer oposição ao regime militar até morrer em 
1977. Agora, o partido se ofereceu para abrigar o presidente Jair Bolsonaro, quando ele deixou 
o PSL, partido com o qual se elegeu a Presidente em 2018. Em contraposição, o nosso Pre- 
sidente já deixou claro que irá criar seu próprio partido, que se chamará Aliança pelo Brasil. 
Em 2021, contudo, não houve ainda, pelo menos quase a metade do ano, a criação do partido 
de Bolsonaro. Ele segue, portanto (abril/2021), sendo um presidente que, de forma inédita em 
nossa recente história republicana, governa sem ser filiado a qualquer partido. 
Outro pleito de recriação de partido é o do Arena. A Aliança Renovadora Nacional foi o 
partido oficial do regime militar, em um sistema de bipartidarismo, em que a outra legenda 
permitida à época era o MDB, que aglutinava a oposição. 
Além das recriações, a lista de espera do TSE tem partidos para todos os matizes ideo- 
lógicos (cristãos, nacionalistas, esquerdistas, conservadores e ecológicos, entre outros) e de 
categorias muito específicas, como militares, servidores, indígenas, negros e esportistas. Há 
também partidos em defesa dos animais, das favelas. 
Como tragédia pouca é bobagem, está bem próximo (acredite se quiser!) de cumprir as 
exigências mínimas para homologação pela lei o Partido Nacional Corinthiano, que já recolheu 
assinaturas de mais de 441 mil apoiadores segundo o TSE (o site da legenda fala em mais de 
490 mil), sendo 251 mil deles no estado de SãoPaulo, onde fica a sede do Corinthians. O time, 
no entanto, diz não ter relação com qualquer iniciativa neste sentido. 
 
 
Luis Felipe Ziriba 
Novidade recente na busca por maior lisura ao processo eleitoral no Brasil ocorreu por 
meio da proibição do financiamento privado de campanhas por empresas. Entre 1993 e 2014, 
as empresas brasileiras podiam fazer doações para campanhas eleitorais. O limite legal era 
2% do faturamento bruto da empresa no ano anterior à eleição. O beneficiário podia tanto ser o 
candidato, quanto o partido político, que transferia o recurso para os candidatos. A nova regra 
valeu já para as eleições municipais de 2016. Com vistas a facilitar a compreensão do novo 
modelo, confira do sítio na internet Politize um quadro bastante elucidativo sobre as regras e 
suas mudanças. Em: http://www.politize.com.br/financiamento-privado-de-campanhas/ 
As maiores bancadas na Câmara atualmente (legislatura 2019-2022): 
• PT: 53 deputados; 
• PSL: 41 deputados; 
• PP: 40 deputados; 
• PL: 39 deputados; 
• PP: 38 deputados; 
• PSD: 36 deputados. 
 
Nessa legislatura que se iniciou em 2019, 25 partidos possuem representantes na Câmara 
dos Deputados; número recorde em termos de representação partidária em todos os tempos. 
O PSL – Partido Social Liberal –, de orientação conservadora de direita, se tornou o maior 
partido na Câmara dos Deputados no início da atual legislatura (2019-2022). Sem dúvida ne- 
nhuma tamanha envergadura se encontra decisão acertada de filiar o atual Presidente Jair Bol- 
sonaro, em 2018, após ele ter passado dois anos no PSC (sendo este último o 8º partido segui- 
do de Bolsonaro em 30 anos como parlamentar), para juntos vencerem a eleição presidencial. 
Nas eleições gerais de 2018, capitalizando os votos dados a Jair Bolsonaro e seus fi- 
lhos, Flávio Bolsonaro (PSC-RJ), senador mais votado da história do RJ, e Eduardo Bolsonaro 
(PSC-SP), eleito para a Câmara, o partido se transforma em uma potência. Se na legislatura 
anterior (2015-2018), a representação do partido se resumia a UM DEPUTADO APENAS, em 
2019, 53 deputados tomaram posse em fevereiro para iniciar a nova legislatura. O partido 
que jamais havia governado qualquer unidade da Federação, elege também três 
governadores: Rondônia, Roraima e Santa Catarina. 
Veja, caro(a) aluno(a), um mapa, algumas linhas abaixo, dos governadores eleitos (2019). 
Por fim, ainda acerca desse tema partidário, a regra da cláusula de barreira estipula só 
terem direitos ao Fundo Partidário e ao tempo gratuito de rádio e TV nessa legislatura (2019 
– 2022) partidos que ultrapassaram as seguintes barreiras: eleitos pelo menos 9 deputados 
de 9 estados ou que tiverem um desempenho mínimo nas urnas de 1,5% dos votos válidos 
distribuídos em pelo menos 9 estados e com, ao menos, 1% de votos em cada um deles. 
Para quem tiver interesse em ler sobre as regras do fundo partidário, indico este link: 
http://www.tse.jus.br/partidos/fundo-partidario-1/fundo-partidario 
http://www.politize.com.br/financiamento-privado-de-campanhas/
http://www.politize.com.br/requisitos-para-se-tornar-um-candidato/
http://www.politize.com.br/financiamento-privado-de-campanhas/
http://www.tse.jus.br/partidos/fundo-partidario-1/fundo-partidario
 
 
2.1.2. As Eleições de 2018 
Luis Felipe Ziriba 
 
Em 7 de outubro de 2018, o Brasil realizou as eleições gerais de 2018. Com mais de 
147.000.000 de eleitores, nosso país é a terceira maior democracia global, estando atrás 
apenas da Índia, país que possui um sistema eleitoral confuso, baseado em crenças, distri- 
tos e castas. 
Outro país que possui uma democracia maior que a nossa é os EUA: potência eivada por 
um sistema eleitoral confuso e indireto, no qual o primeiro lugar no voto popular nem sem- 
pre leva, visto o ocorrido na eleição de Trump em 2016. O antigo mandatário (Trump) obteve 
em torno de 2,8 milhões de votos a menos que a sua rival, a senadora Hillary Clinton. Porém, 
mesmo com menor número de votos, Trump obteve um coeficiente eleitoral baseado em de- 
legados por estados (onde ele venceu) que o fizeram ser eleito. 
Voltando às nossas eleições, em 2018, tivemos o pleito mais concorrido desde as elei- 
ções de 1989. Se, em fins dos anos 1980, após 29 anos sem eleições diretas para Presiden- 
te, havia 22 candidatos, 29 anos depois, foram 13 os candidatos. E houve candidatos para 
todos os gostos: um ex-presidente presidiário (Lula, que, na verdade, tentou ser candidato, 
mas não conseguiu, pois em abril de 2018 foi encarcerado); um ex-governador do estado 
(Geraldo Alckmin), que produz 1/3 do PIB nacional, mas que está enrolado até a medula na 
Operação Lava Jato; um debochado capitão da reserva do Exército com discursos ufanistas 
e ultraconservador (Jair Bolsonaro, o vencedor!); um cabo dos bombeiros militares do Rio de 
Janeiro que evoca a todo início de frase a “graça do Senhor Jesus Cristo” (Cabo Daciolo); uma 
ambientalista evangélica (Marina Silva); e até a candidata da “revolução socialista” (Vera do 
PSTU – Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado). 
 
Alguns dados e fatos chamaram a atenção nesse pleito e podem aparecer em questões ou 
futuros temas de redação de Atualidades em concursos. Então, vamos a eles! 
 
Nas eleições de 2018, o número de jovens entre 16 e 17 anos que se inscreveram para 
votar caiu proporcionalmente em relação às eleições de 2014. Se antes foram 23% do con- 
tingente total os cadastrados a participar (o voto não é obrigatório nesta idade, nem para os 
acima de 70 anos), agora (em 2018) foram 21% do total apenas, demonstrando uma nítida 
queda no interesse deste grupo etário por participar do processo democrático. 
Outro dado chama a atenção, sendo destacado pelo ex-presidente do TSE Luiz Fux, em seu 
discurso de despedida do cargo em meados do mês de agosto de 2018. Diz respeito ao fato 
de termos atingido o número de 50% de eleitores cadastrados pelo sistema biométrico, sendo 
meta do TSE atingir a totalidade dos eleitores até 2022. O TSE realizou também um enorme 
avanço, sem dúvidas, ao ter cadastrado mais de 6.000 eleitores pelo seu nome social. São tran- 
sexuais e travestis que, pela primeira vez na história, já poderão votar com um nome escolhido. 
 
 
Luis Felipe Ziriba 
Além destes avanços, Luiz Fux, ao passar o bastão para Rosa Weber, destacou que, nas 
eleições de 2018, avançamos bastante, pois, com o auxílio de órgãos de investigação e judi- 
ciários, como a Polícia Federal, Ministério da Justiça e ABIN, inicia-se, ao menos em tese, o 
combate às chamadas fake news, ou seja, a disseminação de notícias e fatos falsos atribuídos 
a candidatos. Mas é bem verdade que, mesmo havendo pioneiramente um esforço dos órgãos 
oficiais com vistas a contar as fake news, o que vimos, de fato, foi uma enxurrada destes tipos 
de mensagens, principalmente por meio do WhatsApp e do Facebook nas eleições. Não à toa, 
uma CPI para investigar exatamente estas fake news fora aberta em fins de 2019 na Câmara 
dos Deputados. 
Em maio de 2021, o Presidente do TSE é o Ministro do STF Luís Roberto Barroso. 
O que são fake news? São informações deturpadas, emanadas por agentes que visam 
disseminar informações, dados, ou notícias falsas. Via de regra, servem para denegrir pessoas 
ou grupos opostos, podendo, logicamente, também promover ações positivas (de forma falsa) 
de alguém ou de determinado(s) grupo(s). 
Embora estejam atualmente em pauta como nunca, as fake news são uma prática antiga, 
sendo disseminadas historicamente via panfletos ou veículos específicos de mídia. Contudo, 
com as facilidades inerentes à propagação das redes sociais na última década, em especial, as 
fake news ganharam proporções gigantescas. Foram, como já se sabe, inclusive a tônica das elei- 
ções presidências nas duas maiores nações americanas, os EUA (em 2016) e no Brasil (2018). 
No caso mais específico brasileiro, a motivação pela criação da CPMI da Fake News foi 
a suspeitade uso de notícias falsas e desinformação, além de assédio e incitação a outras 
práticas criminosas na internet, durante as eleições de 2018. 
A CPMI das Fake News foi instalada em setembro de 2019, com o senador Ângelo Coronel 
(PSD-BA) sendo eleito presidente e a deputada Lídice da Mata (PSB-BA) nomeada relatora. 
Em abril de 2020, a CPMI foi prorrogada e passou a focar também na disseminação de 
desinformação sobre a pandemia do COVID-19 e do negacionismo do coronavírus. 
Até Abril de 2021, a CPMI das fake news continuava em atividade se tornando uma das 
CPMIs mais longevas de toda história do Congresso Nacional. 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Internet
https://pt.wikipedia.org/wiki/Eleições_gerais_no_Brasil_em_2018
https://pt.wikipedia.org/wiki/Desinformação_na_pandemia_de_COVID-19
https://pt.wikipedia.org/wiki/Negacionismo_da_COVID-19
 
 
2.1.3. Governadores Eleitos para 2019 
Luis Felipe Ziriba 
 
 
 
Em: https://congressoemfoco.uol.com.br/eleicoes/veja-quem-sao-os-governadores-eleitos-em-2018/ 
 
 
No mapa acima temos, em 2019, 13 partidos com governadores. PT e PSDB possuem 
quatro governadores e lideram no total. Já o MDB, PSB e PSL, todos estes com três governa- 
dores, encabeçam o ranking dos partidos com maiores números de governadores para a atual 
legislatura iniciada em 2019. 
 
O Impeachment de Witzel no Rio de Janeiro 
 
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou, em fins de agosto de 2020, o afasta- 
mento imediato do governador Wilson Witzel (PSC) do cargo por suspeitas de corrupção. O 
Tribunal também determinou buscas contra a primeira-dama, a advogada Helena Witzel, que 
tem contratos com empresas envolvidas no esquema de desvio de recursos. 
Os ministros da Corte Especial do STJ citaram “fatos graves” e indícios de vazamento e 
destruição de provas para manter Witzel fora do governo. 
A ordem de afastamento e os mandados de prisão e busca e apreensão são decorrência 
das investigações da Operação Favorito e da Operação Placebo – ambas realizadas em maio, 
e da delação premiada de Edmar Santos, ex-secretário de Saúde. 
O ministro do STJ Benedito Gonçalves, que determinou o afastamento de Witzel do cargo, 
apontou em sua decisão que o Ministério Público Federal (MPF) descobriu uma “sofisticada 
organização criminosa, composta por pelo menos três grupos de poder, encabeçada pelo go- 
vernador Wilson Witzel”. 
https://congressoemfoco.uol.com.br/eleicoes/veja-quem-sao-os-governadores-eleitos-em-2018/
 
 
Luis Felipe Ziriba 
A suspeita é de que o governador tenha recebido, por intermédio do escritório de advo- 
cacia de sua mulher, Helena Witzel, pelo menos R$ 554,2 mil em propina. O MPF descobriu 
transferência de R$ 74 mil de Helena Witzel para a conta pessoal do governador. 
Por conta dessa suspeita, a Procuradoria-Geral da República (PGR) pede reparação aos 
cofres públicos no valor de R$ 1,1 milhão do governador do Rio de Janeiro. 
A descoberta do esquema criminoso teve início com a apuração de irregularidades na 
contratação dos hospitais de campanha, respiradores e medicamentos para o enfrentamento 
da pandemia do coronavírus. 
A Procuradoria-Geral da República (PGR) afirma que o governo do RJ estabeleceu um 
esquema de propina para a contratação emergencial e para liberação de pagamentos a or- 
ganizações sociais (OSs). Estas prestam serviços ao governo especialmente nas áreas de 
Saúde e Educação. 
Witzel, vale destacar, foi um dos maiores aliados de Jair Bolsonaro em sua eleição. Os 
dois, contudo, romperam a aliança ainda nos primeiros meses de 2019, tornando-se, rapida- 
mente, inimigos políticos. 
2.1.4. A Vitória de Jair Bolsonaro e os Dois Primeiros Anos de Governo 
 
2.1.4.1. O início 
 
Eleito em segundo turno, bradando um discurso “contra tudo que está aí”, com vantagem 
de mais de 10 milhões de votos (55,13% dos votos válidos) sobre seu adversário Fernando 
Haddad (candidato do PT), o capitão reformado do Exército Jair Bolsonaro sai do baixo clero 
da Câmara dos Deputados, casa legislativa em que fora parlamentar por quase 30 anos para 
se tornar nosso 38º Presidente. 
Em seu discurso de posse, Jair Bolsonaro vocifera com a bandeira do país em punho. Diz 
que; “ela nunca mais será vermelha”, fazendo uma clara oposição ao PT – Partido dos Tra- 
balhadores – congregação que governou o nosso país entre 2003-2016 (com Lula e depois 
Dilma Rousseff) 
Como primeira medida de governo o Presidente Jair Bolsonaro forma um ministério mais 
enxuto – revestido, lógico, de sua cara e seus preceitos. Ou seja, com base no conservadoris- 
mo liberal. Reduz, assim, logo de início, para apenas 22 pastas ministeriais principais (onde 
com Dilma Rousseff havia chegado a 39 pastas). As principais novidades na Esplanada são: 
a extinção do Ministério do Trabalho e a criação do Superministério da Economia, este último 
originado pela fusão dos Ministérios do Planejamento e da Fazenda. 
O núcleo ministerial mais radical de Jair Bolsonaro em sua origem, é (ou era) composto 
todo por seguidores do filósofo Olavo de Carvalho: Triunvirato ministerial envolvendo, portan- 
to, o Ministério das Relações Exteriores (Ministro Ernesto Araújo, demitido em fins de março 
 
 
Luis Felipe Ziriba 
de 2021 e substituído por Carlos Alberto França); o da Família e dos Direitos das Mulheres 
(Ministra Damares) e o da Educação. Nesta última pasta, Abraham Weintraub, ex-Ministro da 
Educação, após assumir o cargo, em abril de 2019 (após a demissão de Ricardo Velez) sai do 
governo em meados de 2020 e para seu lugar assume, em definitivo, o Pastor Milton Ribeiro 
(também de orientação conservadora). 
 
2.1.4.2. A Questão das Armas 
 
Jair Bolsonaro, seguindo promessa feita em campanha - onde seu gesto mais simbólico 
eram o de armas simuladas, com as duas mãos, promove (logo na largada de seu governo) 
decretos facilitando a posse de armas. Contudo, em maio de 2019, viu-se que suas preten- 
sões armamentistas estavam, de fato, eivadas por inúmeras inconstitucionalidades, embora 
fossem baseadas, importante destacar tal ponto, no referendo sobre a proibição da comercia- 
lização de armas de fogo e munições, ocorrido no Brasil a 23 de outubro de 2005. 
Tal consulta pública não aprovou o artigo 35 do Estatuto do Desarmamento (Lei 10826 de 
22 de dezembro de 2003). Este artigo apresentava a seguinte redação: 
 
Art. 35. É proibida a comercialização de arma de fogo e munição em todo o território nacional, salvo 
para as entidades previstas no art. 6º desta Lei. 
 
O referendo estava previsto e tinha, inclusive, data marcada no próprio Estatuto do De- 
sarmamento. Como resultado, 64% da população disse “não”. Ou seja, deveríamos seguir 
podendo comercializar armas e munições no Brasil, mas, de fato, não foi o que aconteceu e 
meio que de imediato a partir deste referendo as decisões legislativas e do executivo federal 
sempre foram contra o armamento por parte da população civil, fato. O resultado do referen- 
do em tela, de 2005, não foi acatado pelo Presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010) 
e o Brasil longo dos anos seguintes adotou uma política altamente refratária a aquisição de 
armas de fogo por parte da população civil. Eis que o Presidente Jair Bolsonaro, ao tomar 
posse chegou e por meio de decreto personalista, a versar que fosse facilitada a posse de 
fuzis por parte da população civil interessada. Porém, a abertura (e facilidades) por parte da 
população brasileira para adquirir armas ainda segue para ser analisada mais profundamente 
em primeira instância pelo Congresso Nacional. 
 
Acerca de que se facilite a aquisição de armas de fogo para a população, premissa de campa- 
nha que vem sendo arduamente perseguida por Jair Bolsonaro, tais medidas emanadas pelo 
executivo federal desde a posse do atual Presidente vêm sofrendo um severo controle por 
parte do Ministério Público Federal – órgão moderador que emanou uma série de questiona- 
mentos sobre isso. Destacou,por exemplo, em outubro de 2019, via nota técnica, parecer em 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Referendo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Brasil
https://pt.wikipedia.org/wiki/Estatuto_do_Desarmamento
https://pt.wikipedia.org/wiki/Lei_10826
https://pt.wikipedia.org/wiki/Arma_de_fogo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Munição
 
 
Luis Felipe Ziriba 
que considera evidente que, ao flexibilizar-se a aquisição de armas por policiais, terá como 
resultado uma enorme facilitação ao desvio de armas para milícias. 
As tratativas acerca de flexibilizar o armamento para a sociedade civil seguem em curso, 
con- tudo. Bolsonaro, em reunião ministerial divulgada em rede nacional, deixou claro 
perseguir a intenção de armar toda a população (segundo suas próprias palavras). Os 
decretos arma- mentistas que o Presidente emanou na entrada de 2021 são os mais sérios e 
contundentes desde que assumiu o governo e vêm sendo analisados pelo Congresso 
Nacional, mas já pos- suem vigor a partir de abril de 2021. 
Os Decretos n. 10.627/2021, 10.628/2021, 10.629/2021 e 10.630/2021, que modificam o 
Estatuto do Desarmamento, foram publicados em edição extra do Diário Oficial da União na 
noite do dia 12 de fevereiro de 2021, entrando em vigor em 60 dias. 
As novas normas aumentam de quatro para seis o número de armas de fogo que um cida- 
dão comum pode comprar e autorizam pessoas com direito ao porte de carregarem até duas 
armas de fogo ao mesmo tempo – antes o porte era concedido para uma arma específica, 
sem definir a quantidade. 
Outra mudança permite que profissionais com direito a porte de armas, como integrantes 
das Forças Armadas e das polícias e membros da magistratura e do Ministério Público, pos- 
sam adquirir até seis armas de uso restrito, como rifles e submetralhadoras. 
Os textos também ampliam o acesso de colecionadores, atiradores e caçadores (CACs) 
a armas e munições sem a necessidade de autorização do Exército: até 60 armas para ati- 
radores e até 30 armas para caçadores. Os CACs passam ainda a ter direito de comprar, por 
ano, insumos para recarga de até 2 mil cartuchos para armas de uso restrito e para até 5 mil 
cartuchos de armas de uso permitido. 
Nessa baila, o número de aquisições de armas regulares por cidadãos no Brasil vem cres- 
cendo como há muito tempo não se via; atingindo recordes em 2019 seguindo a mesma pro- 
gressão em 2020. 
 
A chamada “Bancada da Bala” é uma coligação formada por um grupo de parlamentares, em 
geral militares, policiais, delegados e ruralistas que defendem arduamente o armamento por 
parte da população e pretendem dar salvaguarda aos projetos de lei neste sentido. 
 
Reforma da Previdência 
 
Já no plano estrutural/econômico, uma primeira grande vitória de nosso mandatário se 
deu quando Jair Bolsonaro, em conluio com seu Ministro da Economia, Paulo Guedes, con- 
segue a aprovação, em julho de 2019, na Câmara dos Deputados, da Reforma da Previdência. 
Gestada originalmente no governo anterior, em molde bastante draconiano de Michel Temer, 
é com Bolsonaro na presidência que este novo marco, nascido com vistas a se promover um 
 
 
Luis Felipe Ziriba 
ajuste nas contas públicas nacionais e correções de injustiças, se tornou realidade. Falare- 
mos sobre a Reforma da Previdência, caro(a) aluno(a), tão importante e de enorme dimensão 
na vida nacional, de forma esmiuçada um pouco mais à frente, ok? 
 
A Política Externa Bolsonarista e as Relações com o Meio Ambiente 
 
No plano externo, o governo de Jair Bolsonaro se alinha, como há muito tempo não se via, 
com os EUA. Seguindo (de forma nada velada) uma diretriz acima de tudo política, à medida 
que o Presidente Bolsonaro, junto a seu ex-chanceler Ernesto Araújo (que ficou à frente do 
Min. Rel. Exteriores de janeiro de 2019 a março de 2021), se identificava enormemente com 
as plataformas políticas adotadas por Donald Trump (Presidente dos EUA entre 2017-2020). 
Bolsonaro, em sua primeira viagem oficial aos EUA, em fevereiro de 2019, volta de Washington 
oferecendo vantagens aos turistas americanos, como isenção de custas para vistos a todos 
os americanos que aqui desejassem desembarcar como turistas. Além disso, nessa mesma 
viagem, garantiu-se a compra de trigo plantado nos EUA, com isenção de taxas alfandegárias 
por parte de nosso país. Em contrapartida, Trump devolve apenas uma vaga sinalização de 
que apoiaria o ingresso brasileiro na enfraquecida Organização para a Cooperação e o Desen- 
volvimento Econômico (OCDE), e ambos encerram os protocolos desta visita trocando entre 
eles camisas de suas respectivas seleções de futebol. 
O alinhamento escancarado promovido por Bolsonaro em torno de seu parceiro ideológico, 
Donald Trump, resultou, meses depois, em declarações de apoio proferidas pelo mandatário nor- 
te-americano a que nosso presidente prosseguisse aguerrido em defesa de seu projeto pessoal: 
tornar o Deputado Federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), um de seus filhos, embaixador do Brasil 
nos EUA. E Bolsonaro, em 2019, após quase um mês brigando contra a imprensa e (parte) da 
opinião pública, se demove da ideia ao ser acusado de promover uma tentativa de nepotismo. 
Em sua primeira viagem oficial com destino ao Fórum Econômico de Davos, na Suíça, 
em dezembro de 2019, o Presidente Jair Bolsonaro promoveu um discurso curto. Por lá, no 
inverno rigoroso europeu, sem arrancar aplausos nem vaias sinalizou que não iria sair, por 
enquanto, do Acordo do Clima de Paris, após ter anunciado em campanha no ano anterior que 
deixaria o acordo, caso fosse eleito. Já aqui em 2021, mantemos nossa presença no acordo. 
Já em setembro de 2019, ao assumir o posto destinado aos presidentes brasileiros e 
abrir a Assembleia-Geral anual da ONU, em Nova York, por 30 minutos, o nosso Presidente 
se dirigiu ao mundo buscando deixar claro, entre outros pontos, que o seu governo era uma 
oposição ao socialismo/comunismo. Sobre seu discurso na ONU (24/9/2019), o seu primeiro, 
com vistas a facilitar nosso trabalho em Atualidades do Brasil, veja abaixo em resumo cinco 
pontos (em tópicos) atacados/destacados por Bolsonaro. Vale a pena, sem dúvidas, fazer 
uma leitura sobre os dois discursos na ONU já realizados (2019 e 2020), porém, claro, sem 
precisar decorar o ponto a ponto, servindo apenas como um embasamento acerca deste im- 
portante momento em que somos chamados anualmente a abrir a Assembleia-Geral da ONU. 
 
 
Luis Felipe Ziriba 
Segue link para quem quiser promover uma leitura integral do discurso de Bolsonaro na 
ONU: https://exame.abril.com.br/brasil/leia-na-integra-o-discurso-de-bolsonaro-na-as- 
sembleia-da-onu/) 
 
1. Socialismo 
 
Bolsonaro abriu seu discurso dizendo que o Brasil “ressurge depois de estar à beira do 
so- cialismo”. Ele fez duras críticas a Cuba, especialmente ao programa Mais Médicos, que 
levou médicos cubanos para trabalhar no Brasil e na Venezuela. 
Os cubanos deixaram o programa, iniciado durante o governo da ex-presidente Dilma 
Rousseff, com o rompimento do acordo de colaboração por parte de Havana após a eleição 
de Bolsonaro. 
 
Meu país esteve muito próximo do socialismo, o que nos colocou numa situação de corrupção ge- 
neralizada, grave recessão econômica, altas taxas de criminalidade e de ataques ininterruptos aos 
valores familiares e religiosos que formam nossas tradições. 
 
Segundo Bolsonaro: 
 
A história nos mostra que, já nos anos 60, agentes cubanos foram enviados a diversos países para 
colaborar com a implementação de ditaduras. Há poucas décadas tentaram mudar o regime brasi- 
leiro e de outros países da América Latina. Foram derrotados! 
 
Bolsonaro acrescentou que o Brasil está trabalhando com os Estados Unidos para que a 
“a democracia seja restabelecida na Venezuela, mas também nos empenhamos duramente 
para que outros países da América do Sul não experimentem esse nefasto regime”. 
 
O Foro de São Paulo, organização criminosa criada em 1990 por Fidel Castro, Lulae Hugo Chávez para 
difundir e implementar o socialismo na América Latina, ainda continua vivo e tem que ser combatido. 
 
2. Economia 
 
Em seguida, Bolsonaro defendeu a abertura da economia. Destacou o acordo entre o Mer- 
cosul e a União Europeia, alcançado em seu governo. Prometeu ainda novos acordos “nos 
próximos meses”. 
Além disso, falou sobre a adesão do Brasil à OCDE (Organização para a Cooperação e De- 
senvolvimento Econômico), preconizada em sua visita oficial aos EUA em fevereiro de 2019. 
 
Não pode haver liberdade política sem que haja também liberdade econômica. E vice-versa. O 
livre mercado, as concessões e as privatizações já se fazem presentes hoje no Brasil. A econo- 
mia está reagindo, ao romper os vícios e amarras de quase duas décadas de irresponsabilidade 
https://exame.abril.com.br/brasil/leia-na-integra-o-discurso-de-bolsonaro-na-assembleia-da-onu/
https://exame.abril.com.br/brasil/leia-na-integra-o-discurso-de-bolsonaro-na-assembleia-da-onu/
 
 
Luis Felipe Ziriba 
fiscal, aparelhamento do Estado e corrupção generalizada. A abertura, a gestão competente e os 
ganhos de produtividade são objetivos imediatos do nosso governo. Estamos abrindo a economia 
e nos integrando às cadeias globais de valor. Em apenas oito meses, concluímos os dois maiores 
acordos comerciais da história do país, aqueles firmados entre o Mercosul e a União Europeia e 
entre o Mercosul e a Área Europeia de Livre Comércio, o EFTA. Pretendemos seguir adiante com 
vários outros acordos nos próximos meses. Estamos prontos também para iniciar nosso processo 
de adesão à Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Já estamos 
adiantados, adotando as práticas mundiais mais elevadas em todo os terrenos, desde a regulação 
financeira até a proteção ambiental. 
 
3. Amazônia 
 
Bolsonaro defendeu a soberania do Brasil sobre a Amazônia. Reforçou que a Amazônia 
não é um “patrimônio da humanidade”, tampouco “o pulmão do mundo”. 
Criticou ainda o que chamou de “os ataques sensacionalistas” de “grande parte da mídia 
internacional devido aos focos de incêndio”. 
Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) mostram um aumento expres- 
sivo no número de incêndios florestais nesse ano no Brasil, na comparação com igual período 
do ano passado. 
Após a divulgação dos números, Bolsonaro demitiu o então Diretor-Geral do órgão, Ri- 
cardo Galvão. 
 
Em primeiro lugar, meu governo tem um compromisso solene com a preservação do meio ambiente 
e do desenvolvimento sustentável em benefício do Brasil e do mundo. Nesta época do ano, o clima 
seco e os ventos favorecem queimadas espontâneas e criminosas. Vale ressaltar que existem tam- 
bém queimadas praticadas por índios e populações locais, como parte de sua respectiva cultura e 
forma de sobrevivência. Problemas, qualquer país os têm. Contudo, os ataques sensacionalistas 
que sofremos por grande parte da mídia internacional devido aos focos de incêndio na Amazônia 
despertaram nosso sentimento patriótico. É uma falácia dizer que a Amazônia é patrimônio da hu- 
manidade e um equívoco, como atestam os cientistas, afirmar que a nossa floresta é o pulmão do 
mundo. Valendo-se dessas falácias, um ou outro país, em vez de ajudar, embarcou nas mentiras da 
mídia e se portou de forma desrespeitosa, com espírito colonialista. Questionaram aquilo que nos 
é mais sagrado: a nossa soberania. 
 
Um deles por ocasião do encontro do G7 ousou sugerir aplicar sanções ao Brasil, sem 
sequer nos ouvir”, disse, em alusão indireta ao presidente da França, Emmanuel Macron. 
Bolsonaro também reforçou que o Brasil “não vai aumentar para 20% sua área já demar- 
cada como terra indígena, como alguns chefes de Estado gostariam que acontecesse”. Disse 
ainda que os indígenas “são seres humanos, exatamente como qualquer um de nós”. 
Também criticou o cacique Raoni Metuktire, do povo caiapó, liderança indígena de desta- 
que internacional. 
 
 
Luis Felipe Ziriba 
A visão de um líder indígena não representa a de todos os índios brasileiros. Muitas vezes alguns 
desses líderes, como o cacique Raoni, são usados como peça de manobra por governos estrangei- 
ros na sua guerra informacional para avançar seus interesses na Amazônia. 
Infelizmente, algumas pessoas, de dentro e de fora do Brasil, apoiadas em ONGs, teimam em tratar 
e manter nossos índios como verdadeiros homens das cavernas. 
 
Bolsonaro afirmou que a mentalidade colonialista não pode regressar à ONU e criticou 
França e Alemanha. 
 
Não podemos esquecer que o mundo necessita ser alimentado. A França e a Alemanha, por exem- 
plo, usam mais de 50% de seus territórios para a agricultura, já o Brasil usa apenas 8% de terras 
para a produção de alimentos. 61% do nosso território é preservado. 
 
Segundo o presidente brasileiro, seu governo tem uma política de “tolerância zero para 
com a criminalidade, aí incluídos os crimes ambientais”. 
Ele disse que qualquer “iniciativa de ajuda ou apoio à preservação da Floresta Amazônica, 
ou de outros biomas, deve ser tratada em pleno respeito à soberania brasileira”. 
 
Também rechaçamos as tentativas de instrumentalizar a questão ambiental ou a política indige- 
nista, em prol de interesses políticos e econômicos externos, em especial os disfarçados de boas 
intenções. Estamos prontos para, em parcerias, e agregando valor, aproveitar de forma sustentável 
todo nosso potencial. 
 
4. Criminalidade 
 
O presidente brasileiro destacou a redução da criminalidade que, segundo ele, tem ocorri- 
do em seu governo. “Hoje, o Brasil está mais seguro e ainda mais hospitaleiro”, afirmou. 
Citou os quase 70 mil homicídios anuais no Brasil, dizendo que os policiais militares “eram 
o alvo preferencial do crime”, sem citar o caso que na semana gerou comoção no Brasil da 
menina Ágatha Félix, de oito anos, que foi atingida por um tiro e morta no Complexo do Ale- 
mão, no Rio, por policiais. 
Também disse que supostos “presidentes socialistas” que o antecederam no Brasil “des- 
viaram centenas de bilhões de dólares comprando parte da mídia e do parlamento”. 
E citou seu ministro da Justiça e Segurança Pública, o ex-juiz Sergio Moro, atribuindo a ele 
o julgamento e punição dessas pessoas “graças ao seu patriotismo, perseverança e coragem”. 
 
5. Ideologia 
 
Na parte final de seu discurso, Bolsonaro investiu contra o que chamou de “sistemas ide- 
ológicos de pensamento que não buscavam a verdade, mas o poder absoluto” e relacionou 
isso ao ataque que sofreu durante a campanha, quando foi esfaqueado. 
 
 
Luis Felipe Ziriba 
Afirmou que “a ideologia” teria se instalado “no terreno da cultura, da educação e da mídia, 
dominando meios de comunicação, universidades e escolas”. 
Também teria invadido “lares” para, em suas palavras, “investir contra a célula mater de 
qualquer sociedade saudável, a família”. 
“Tentam ainda destruir a inocência de nossas crianças, pervertendo até mesmo sua iden- 
tidade mais básica e elementar, a biológica”, afirmou. 
O presidente brasileiro destacou também o “politicamente correto” que, segundo ele, 
“passou a dominar o debate público para expulsar a racionalidade e substituí-la pela ma- 
nipulação”. 
“A ideologia invadiu a própria alma humana para dela expulsar Deus e a dignidade com 
que Ele nos revestiu”, afirmou. Essa “ideologia”, segundo ele, deixou “rastro de morte, ignorân- 
cia e miséria por onde passou”. 
E disse Bolsonaro que ele próprio foi “vítima”, quando foi esfaqueado por um “militante de 
esquerda”. O então candidato à Presidência foi esfaqueado por Adélio Bispo de Oliveira, em 
setembro de 2018. 
O autor do crime foi detido e julgado incapaz de responder pelos próprios atos, porém 
segue preso como um preso digamos “normal” na penitenciária de segurança máxima de 
Campo Grande, no Mato Grosso do Sul (uma das cinco penitenciárias federais deste tipo no 
Brasil). Sua defesa considera que Adélio foi considerado inimputável no julgamento

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