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AÇÃO ANULATORIA EXTRA - ALUSIVA AO 1 CICLO (1)

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Ao Juízo da ___ Vara da Fazenda Pública do Termo Judiciário de São Luís, da
Comarca da Ilha de São Luís - Ma
GRANORTE INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA, com sede no…, inscrita no
CNPJ sob o n…, e no cadastro do ICMS do Estado do Maranhão sob o n…, por
seus advogados ao fim assinados (procuração em anexo), com endereço
profissional ..., local onde recebem as comunicações judiciais de praxe e estilo, vem
respeitosamente à presença de Vossa Excelência, propor
AÇÃO ANULATÓRIA DE DÉBITO FISCAL
Contra o Estado do Maranhão, pessoa jurídica de direito público interno, inscrito
sob o CNPJ no ..., com sede ..., representado pelo seu Procurador-Geral, o(a)
S.r.(a) ..., nacionalidade ..., estado civil ..., inscrito sob o CPF no ..., residente e
domiciliado ..., pelos fatos e fundamentos de direito a seguir expostos:
1. FATOS
A autora, sociedade empresária GRANORTE INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA
recebeu da Secretaria da fazenda Sefaz/MA, um auto de infração Em que imputa aí
esta ter utilizado Indevidamente créditos tributários referentes ao ICMS destacado
em notas fiscais de insumos supostamente utilizado em sua atividade produtiva,
argumenta ainda que os créditos glosados não são elegíveis e que a parte pericial
foi usada de forma inadequada.
A autora defende que os produtos em questão são realmente insumos necessários
para sua produção, visto que o seu segmento é a industrialização de substâncias
minerais, denominada Pedra brita.
2. FUNDAMENTOS
2.1. Do princípio da não cumulatividade e a apropriação dos créditos
tributários advindos do ICMS
A presente ação em nome da Empresa Granorte, com o intuito de pleitear a
anulação do auto de infração imposto pelo Estado, fundamenta-se na violação do
princípio constitucional da não cumulatividade, consagrado no artigo 155, § 2º,
inciso I da Constituição Federal, e na legislação tributária pertinente.
De acordo com o ordenamento jurídico, a arrecadação do Imposto sobre Circulação
de Mercadorias e Serviços (ICMS) é regulada pelo princípio da regulação não
cumulativa, que permite compensar o imposto devido em cada operação com o
valor arrecadado em operações anteriores. Este princípio visa evitar impostos em
cascata e garantir que apenas o valor acrescentado em cada fase do processo
produtivo seja tributado. Neste caso, a Empresa Granorte foi autuada pelo Estado
cobrando injustamente ICMS de insumos que já haviam sido tributados na fase de
aquisição. Esta reivindicação fiscal ignora completamente o princípio da não
cumulabilidade, resultando numa tributação injusta e num flagrante desrespeito pela
legislação existente. É importante ressaltar que a legislação brasileira prevê
explicitamente o caráter não cumulativo do ICMS, garantindo o direito à
compensação dos tributos pagos em operações anteriores. As autuações fiscais
narradas ignoram completamente este princípio básico do direito fiscal, conduzindo
à dupla tributação sobre o mesmo fato gerador.
Ressaltamos que a Lei Complementar nº 87/96 confere direito à remuneração do
ICMS para insumos essenciais à atividade empresarial, segundo o princípio da não
cumulatividade. Este princípio afirma que os impostos não devem ser cobrados
cumulativamente sobre o mesmo valor acrescentado em todas as fases da
produção.
Neste caso, a Granorte está comprando matéria-prima para fabricar o produto final e
o ICMS já está devidamente registrado na nota fiscal. Portanto, cobranças
adicionais de ICMS violariam o princípio da frequência cumulativa.
Portanto, diante do exposto, solicita-se a Vossa Excelência a anulação do
lançamento fiscal, qual seja o autonde infracao em questão e a cobrança adicional
de ICMS visto que constitui clara violação ao princípio da não cumulatividade e aos
dispositivos da Constituição e da Lei Tributária.
No contexto do direito tributário brasileiro, o princípio da não cumulação é um dos
pilares fundamentais que regulam a arrecadação de tributos, especialmente o
Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Com este caso de
revogação, esperamos demonstrar a aplicabilidade e importância deste princípio
para a defesa do contribuinte.
O princípio da não cumulatividade consagrado no artigo 155, § 2º I da Constituição
Federal estabelece que o ICMS não precisa ser cumulativo, de forma que o imposto
devido sobre cada operação é cumulativo com as operações anteriores, podendo
ser compensado com o valor arrecadado. Baseia-se na busca da justiça tributária,
evitando cascatas tributárias e garantindo que os impostos sejam cobrados apenas
sob o valor agregado em cada etapa do processo produtivo.
Este é um princípio geral, mas a lei prevê limitações e exceções, como no caso de
não utilização de créditos prevista no artigo 20 da Lei Complementar nº 87/96.
A fim de preservar a essência do princípio da não acumulação, tais exceções devem
ser interpretadas de forma restritiva. Neste caso, a autora baseia-se na correta
interpretação e aplicação do princípio da não cumulatividade dos direitos creditórios
de ICMS mediante aquisição de serviços intermediários.
De acordo com jurisprudência e princípios pacíficos, os serviços essenciais às
operações empresariais justificam o pedido de remuneração do ICMS, observados
os requisitos legais e constitucionais. A autuação imposta à autora representa
restrição injustificada ao direito aos créditos de ICMS e é incompatível com os
princípios constitucionais e legais pertinentes nesta matéria.
Tal restrição violaria o princípio da não cumulatividade, pois negaria a autoria o
legítimo direito à indenização pelo ICMS pago na compra dos insumos. Diante do
exposto, não se pode negar a importância do princípio da incomunicabilidade no
direito tributário brasileiro e sua aplicação ao presente caso. Assim, está em
concordância com os princípios constitucionais e legais que regem a matéria, sendo
imprescindível que o direito da autora aos créditos de ICMS seja reconhecido nos
termos da lei.
Portanto, é necessário reconhecer o princípio de que a autuação é considerada
improcedente, confirmando a aplicação do princípio da não cumulatividade ao caso,
anulando assim o auto de infração em questão que fora injustamente imposto sobre
a parte autora.
2.2. Da inexistência do fato gerador
Segundo pesquisado de acordo com o art 155 parágrafo 2º inciso I e inciso XI DA
CF/98 diz que o ICMS tem como fato gerador a prestação de serviços:
Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal
instituir impostos sobre: (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 3, de 1993)
§ 2º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte:
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de
1993) (Vide Emenda Constitucional nº 132, de 2023)
Vigência
I - será não-cumulativo, compensando-se o que for
devido em cada operação relativa à circulação de
mercadorias ou prestação de serviços com o montante
cobrado nas anteriores pelo mesmo ou outro Estado ou
pelo Distrito Federal;
XI - não compreenderá, em sua base de cálculo, o
montante do imposto sobre produtos industrializados,
quando a operação, realizada entre contribuintes e
relativa a produto destinado à industrialização ou à
comercialização, configure fato gerador dos dois
impostos;
A prestação de serviços e a regulação tributária do ICMS, esta é a sua condição de
incidência. Se não houver serviço nada acontece porque não há fato gerador e não
há ICMS ou autuação fiscal.
De todo modo, apenas transferências de bens de uso e consumo não geram direito
a crédito, fato gerador da obrigação tributária.
Completando o assunto discorrido temos jurisprudências consolidando ainda mais o
assunto;
TRIBUTÁRIO. ICMS. CREDITAMENTO. POSSIBILIDADE.
PRODUTOS INTERMEDIÁRIOS ESSENCIAIS PARA A
FABRICAÇÃO DO PRODUTO FINAL. ACÓRDÃO
RECORRIDO. HARMONIA COM O POSICIONAMENTO DO
STJ. 1. O aresto recorrido, ao entender pela possibilidade de a
contribuinte, no caso, creditar-se do ICMS pago na aquisição de
produtos intermediários, essenciais para a fabricação de seu
produto final, encontra-se alinhado à jurisprudência do STJsobre o tema.Precedentes: AgInt no REsp n. 2.056.381/RS,
relatora Ministra Regina Helena Costa, Primeira Turma, julgado
em 15/5/2023, DJe de 19/5/2023; REsp n. 2.054.083/RJ, relator
Ministro Francisco Falcão, Segunda Turma, julgado em
18/4/2023, DJe de 20/4/2023; AgInt no AREsp n. 1.891.332/MG,
relator Ministro Benedito Gonçalves, Primeira Turma, julgado
em 28/11/2022, DJe de 30/11/2022; AgInt nos EDcl no AREsp n.
1.394.400/SP, relator Ministro Gurgel de Faria, Primeira Turma,
julgado em 25/10/2021, DJe de 8/11/2021.2. Agravo interno não
provido.
(STJ - AgInt no REsp: 1971647 PR 2021/0351991-0, Relator:
Ministro SÉRGIO KUKINA, Data de Julgamento: 14/08/2023, T1
- PRIMEIRA TURMA, Data de Publicação: DJe 16/08/2023)
Ainda nesse mesmo sentido, temos :
EMENTA: REMESSA NECESSÁRIA E APELAÇÃO CÍVEL -
AÇÃO ANULATÓRIA DE DÉBITO FISCAL - ICMS -
CREDITAMENTO - PRODUTOS INTERMEDIÁRIOS -
COMPROVAÇÃO DA UTILIZAÇÃO NA ATIVIDADE-FIM DA
EMPRESA - EXAÇÃO AFASTADA - HONORÁRIOS DE
SUCUMBÊNCIA - FIXAÇÃO POR EQUIDADE -
IMPOSSIBILIDADE. 1. A instrução Normativa SLT nº 01
(20/02/1986) estabelece que se considera produto intermediário
aquele que, desenvolvendo atuação particularizada, essencial e
específica dentro da linha de produção, em contato físico com o
produto que se industrializa, sofre a perda de suas
características e dimensões originais, o que exige a sua
substituição periódica em razão de sua inutilização ou de seu
exaurimento. 2. É legítimo o aproveitamento de créditos do
ICMS referentes a qualquer produto intermediário, ainda que
consumidos ou desgastados gradativamente, desde que
comprovada a sua utilização na atividade-fim da empresa.
Precedentes do STJ. 3. Comprovado, por perícia, que os
materiais objeto da autuação fiscal possuem natureza
intermediária, há direito ao creditamento de ICMS. 4. Ainda que
elevado o valor do proveito econômico obtido, os honorários de
sucumbência devem ser arbitrados em obediência ao art. 85, §
3º, do CPC, afastando-se a fixação equitativa. Tema n. 1.076 do
STJ.
(TJ-MG - Apelação Cível: 5203084-64.2019.8.13.0024, Relator:
Des.(a) Carlos Henrique Perpétuo Braga, Data de Julgamento:
01/02/2024, 19ª CÂMARA CÍVEL, Data de Publicação:
08/02/2024)
Assim sendo, o imposto que comprovaria a contestada execução fiscal é indevida,
sendo que não houve a configuração da ocorrência do tal fato gerador.
Logo se torna evidente a falta de certeza da existência do título executivo, pelo que
se torna necessário à sua declaração de nulidade da CDA – título executivo.
2.3. DA PROVA EMPRESTADA
Os eventos descritos neste relato correspondem aos delineados no processo xxxx.
Assim, considerando a perícia realizada, solicita-se o imediato julgamento da
questão com base nas evidências apresentadas no caso similar, as quais
corroboram os acontecimentos narrados.
A admissibilidade da prova emprestada é pertinente neste caso, dadas as
demandas por celeridade e eficiência processual, tão desejadas em meio à possível
morosidade decorrente da necessidade de otimização, racionalidade e efetividade
na entrega da justiça
Insta salientar que é totalmente possível a utilização da prova emprestada advinda
de um caso similar, estando disposto no art 372 do CPC, observe:
Art. 372. O juiz poderá admitir a utilização de prova produzida
em outro processo, atribuindo-lhe o valor que considerar
adequado, observado o contraditório.
Assim, levando em conta a presença de evidências conclusivas encontradas em
empresa similar, não há impedimento algum à admissibilidade da prova emprestada,
representada pela utilização dos documentos anexados.
3. DOS PEDIDOS
Em face do exposto, requer-se:
a) A procedência dos pedidos, para anular o ato de lançamento fiscal e a cobrança
adicional de ICMS;
b) A citação da Ré para, se quiser, apresentar contestação nos termos do artigo 12
do Código de Processo Civil;
c) A Condenação da Ré ao pagamento de custas, despesas processuais e
honorários advocatícios;
d) A juntada de documentos que instruem a inicial;
f) Provar o alegado por todos os meios de provas em direito admitidos, inclusive
documental;
Dá-se-á causa o valor de R$...
Nestes termos,
Pede deferimento.
São Luís,data…
OAB- N…

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