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O_Direito_Ambiental_Internacional

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O Direito Ambiental Internacional 1
O Direito Ambiental 
Internacional
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Tags Direito Ambiental I
Introdução
O direito internacional ambiental é derivado de um processo 
de expansão do direito internacional moderno, que não trata 
apenas de fronteiras, como o direito internacional clássico, 
mas também de problemas comuns, processo típico de um 
período de globalização jurídica.  GUERRA, Sidney. Direito 
Internacional Ambiental: Breve Reflexão. p. 2. 
Entendemos que o direito internacional ambiental pode ser 
traduzido em um conjunto de normas que criam direitos e 
deveres para os vários atores internacionais (e não apenas 
para os Estados), numa perspectiva ambiental, atribuindo 
igualmente responsabilidades e papéis que devem ser 
March 24, 2024 331 PM
O Direito Ambiental Internacional 2
observados por todos no plano internacional, visando a 
melhoria da vida e qualidade de vida, para as presentes e 
futuras gerações.  GUERRA, p. 5.
O Direito Internacional Ambiental impulsiona o Direito Ambiental Interno
Fontes Doutrinárias para o Estudo do 
Direito Ambiental Internacional
Alexandre KISS;
Allan PELLET.
Fontes do Direito Ambiental Internacional
Tratados → reunião dos países e de Organizações Internacionais. Possuem 
caráter supralegal quando da matéria de direito ambiental, por conta de ser 
uma espécie de direitos humanos;
Costumes → perdem força como fonte do Direito Ambiental Internacional 
pós- 2ª Guerra Mundial, mas ainda são importantes fontes de 
interpretação das normas, já que consideram o modo de vida de cada 
sociedade; 
Princípios Gerais do Direito Internacional → fontes com menos força do 
que as demais fontes, quase sempre voltando-se para o Direito Interno. 
Ex. Art. 4º da CF. 
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⚖ CF  Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas 
relações internacionais pelos seguintes princípios:
I  independência nacional;
II  prevalência dos direitos humanos;
III  autodeterminação dos povos;
IV  não-intervenção;
V  igualdade entre os Estados;
VI  defesa da paz;
VII  solução pacífica dos conflitos;
VIII  repúdio ao terrorismo e ao racismo;
IX  cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;
X  concessão de asilo político.
Jurisprudência dos Tribunais → decisões dos tribunais de cada país que 
têm ganhado grande relevância nos últimos anos;
Doutrina;
Resoluções das Organizações Internacionais.
Ex. Resoluções da Assembleia Geral da ONU, as quais preveem sanções 
econômicas aos países que desrespeitam a proteção ao meio ambiente.
Princípios do Direito Internacional do Meio Ambiente. 
Normas de Soft Law → normas de Direito Internacional não obrigatórias e 
de diretivas, que deixam aos seus destinatários uma margem de apreciação 
no que toca ao cumprimento de seu conteúdo.
Principais Documentos Internacionais sobre Direito Ambiental
Declaração de Estocolmo das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente 
Humano 1972; 
Carta Mundial da Natureza 1982, Assembleia Geral da ONU;
Relatório “Nosso Futuro Comumˮ Relatório Bruntland), Comissão 
Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento ONU 1987;
O Direito Ambiental Internacional 4
Declaração do Rio de Janeiro sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento 
1992;
Protocolo de San Salvador Adicional à Convenção Americana sobre 
Direitos Humanos em Matéria de Direitos Econômicos, Sociais e 
Culturais 1988  Decreto n. 3.321/1999; 
Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima 1992 
– Decreto n. 2.652/1998;
Convenção sobre Diversidade Biológica 1992  Decreto n. 2.519/1998;
Protocolo de Quioto sobre Mudanças Climáticas 1997  Decreto n. 
5.445/2005.
Protocolo de Cartagena sobre Biossegurança 2000  Decreto n. 
5.705/2006.
Acordo de Paris sobre Mudanças Climáticas 2015  Decreto n. 
9.073/2017
Os Princípios do Direito Internacional do 
Meio Ambiente
Princípio do Desenvolvimento Sustentável
Relatório Brundtland 1987  primeira vez que se usou o termo 
desenvolvimento sustentável. 
O referido relatório ficou conhecido como “Relatório 
Brundtland ,ˮ em decorrência da presidência da 
primeira ministra da Noruega Gro Harlem Brundtland, 
tendo como uma de suas principais recomendações a 
realização de uma Conferência Mundial que abordasse 
todos os assuntos ali levantados. (…). 
Nesse documento foi definido, pela primeira vez, a 
ideia do “desenvolvimento sustentável ,ˮ como sendo o 
desenvolvimento que atende as necessidades das 
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gerações atuais sem comprometer a capacidade das 
futuras gerações de terem suas próprias necessidades 
atendidas.  GUERRA, p. 6. 
Livro Nosso Futuro Comum;
Equilíbrio entre desenvolvimento econômico-social e preservação 
ambiental. 
Princípio da Prevenção e Precaução
Todas as ações estatais devem ser o menos abrasivas possível;
Princípio presente na Declaração de Estocolmo 1972;
Art. 3º da Convenção do Clima.
⚖ Decreto nº 2.652/1998  Artigo 3  Princípios
Em suas ações para alcançar o objetivo desta Convenção e 
implementar suas disposições, as Partes devem orientar-se 
inter alia , pelo seguinte:
3. As Partes devem adotar medidas de precaução para prever, 
evitar ou minimizar as causas da mudança do clima e mitigar 
seus efeitos negativos. Quando surgirem ameaças de danos 
sérios ou irreversíveis, a falta de plena certeza científica não 
deve ser usada como razão para postergar essas medidas, 
levando em conta que as políticas e medidas adotadas para 
enfrentar a mudança do clima devem ser eficazes em função 
dos custos, de modo a assegurar benefícios mundiais ao 
menor custo possível. Para esse fim, essas políticas e 
medidas-devem levar em conta os diferentes contextos 
sócioeconômicos, ser abrangentes, cobrir todas as fontes, 
sumidouros e reservatórios significativos de gases de efeito 
estufa e adaptações, e abranger todos os setores 
econômicos. As Partes interessadas podem realizar esforços, 
em cooperação, para enfrentar a mudança do clima.
Princípio do Poluidor Pagador
O Direito Ambiental Internacional 6
A pessoa (física ou jurídica) que polui deve pagar pela poluição que a 
faz lucrar;
Nem sempre é possível retomar o status quo ante, mas é necessário 
lidar com os danos.
Princípio da Cooperação Internacional 
Responsabilidade comum, mas diferenciada; 
Trabalha com o consenso de dever de todos os países de proteger o 
meio ambiente; 
Presente nas Convenções sobre o clima; 
2.1. Para fazer frente aos desafios dos meio ambiente e 
do desenvolvimento, os Estados decidiram estabelecer 
uma nova parceria mundial. Essa parceria compromete 
todos os Estados a estabelecer um diálogo permanente e 
construtivo, inspirado na necessidade de atingir uma 
economia em nível mundial mais eficiente e equitativa, 
sem perder de vista a interdependência crescente da 
comunidade das nações e o fato de que o 
desenvolvimento sustentável deve tornar-se um item 
prioritário na agenda da comunidade internacional. 
Reconhece-se que, para que essa nova parceria tenha 
êxito, é importante superar os confrontos e promover um 
clima de cooperação e solidariedade genuínos. É 
igualmente importante fortalecer as políticas nacionais e 
internacionais, bem como a cooperação multinacional, 
para acomodar-se às novas circunstâncias.  Trecho do 
Capítulo 02 da Agenda 21. 
O Direito Ambiental Internacional 7
⚖ Declaração da Conferência de ONU no Ambiente Humano 
Declaração de Estocolmo de 1972  Princípio 24
Todos os países, grandes e pequenos, devem ocupar-se com 
espírito e cooperação e em pé de igualdade das questões 
internacionais relativas à proteção e melhoramento do meio 
ambiente. É indispensável cooperar para controlar, evitar, reduzir 
e eliminar eficazmente os efeitos prejudiciais que as atividades 
que se realizem em qualquer esfera, possam Ter para o meio 
ambiente, mediante acordos multilaterais ou bilaterais, ou por 
outros meios apropriados, respeitados a soberania e os interesses 
de todos os estados.

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