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Teoria Geral da Prova 1 Teoria Geral da Prova Created Tags Processual Penal II Introdução Prova → busca ou construção da verdade dentro do processo; Qual a verdade que se constrói dentro do processo penal? partindo da ideia de que o processo é composto por fatos pretéritos, a verdade real do processo seria o próprio fato delituoso pulsante, mas não é possível ver isto; Dentro do Processo Penal, deveríamos olhar a verdade processual, aquela conquistada a partir do respeito à legalidade e ao contraditório; Conceito de Prova Instrumento através do qual as partes pretendem formar a convicção do julgador em determinado processo. March 24, 2024 331 PM Teoria Geral da Prova 2 Natureza Jurídica É um direito público subjetivo que se correlaciona ao direito de ação e ao direito de defesa. Meios de Prova x Objeto de Prova Meios de Prova → instrumentos pelos quais o julgador chega ao seu convencimento. Ex. Prova testemunhal, documentos, perícia, etc. Objeto de Prova → algo que precisa ser demonstrado. O direito, em regra, não é um objeto de prova, porque pressupõe-se que o julgador o conhece, exceto quando evoca-se o direito estrangeiro Fatos Incontroversos Caso, no processo, dependam de prova, estes devem ser sopesados; Ônus da Prova Cabe inteiramente ao MP; A faculdade que a parte acusatória tem de mostrar nos autos a real ocorrência de um fato que se apresenta relevante para seus interesses, tendo em vista julgamento da pretensão deduzida pelo órgão acusatório em Juízo; Ao autor cabe a prova dos fatos típicos, ilícitos e culpáveis (sob todas as circunstâncias), e ao acusado cabe a prova dos fatos impeditivos, extintivos ou modificativos; Lembre-se de que, na dúvida, impõe-se a absolvição do acusado. Teoria Geral da Prova 3 Princípios Aplicáveis à Prova no Processo Penal Brasileiro Princípios Constitucionais Princípio da Dignidade da Pessoa Humana → não se pode adotar meios de provas que atentem contra a dignidade da pessoa humana. Ex. Retirada de material genético. Princípio do Estado de Inocência → acompanha o processo em si como um todo. Princípio da Inadmissibilidade das Provas Ilícitas → não se pode utilizar provas ilícitas, as quais violam ou a lei, ou garantias fundamentais. Princípio do Contraditório → ampara todo o processo penal; Princípio da Publicidade → Princípios Infraconstitucionais Provas Ilícitas Dentre as garantias constitucionais, tem-se a inadmissibilidade de provas ilícitas. ⚖ CPP Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação a normas constitucionais ou legais. Dividem-se em: a) Provas Ilícitas em sentido estrito → afetam direitos fundamentais. Nascem ilícitas, dando nulidade absoluta ao processo. Ex. Interceptação telefônica sem o devido mandado judicial → afeta o direito à privacidade e o direito à intimidade. b) Provas Ilegítimas → violam a legalidade, o texto legal. Teoria Geral da Prova 4 Proporcionalidade da Prova Ilícita Pro Reo A prova ilícita pode ser admitida e valorada se for favorável ao réu. Trata-se da proporcionalidade pro reo, em que a ponderação entre o direito de liberdade de um inocente prevalece sobre um eventual direito sacrificado na obtenção da prova (dessa inocência). LOPES JR, Aury. p. 478. Proporcionalidade de Prova Ilícita Pro Societate Possibilidade da Prova Ilícita ser aceita quando favorecer interesses da sociedade; É uma ideia distorcida → volta-se para o combate ao criminoso, e não à criminalidade. Há crimes específicos em que são aplicados, como no tráfico de drogas. Prova Ilícita por Derivação → aquela que surge de um tronco probatório único, cujo caule contaminado contamina tudo que nasce dali, causando nulidade absoluta. ⚖ CPP Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação a normas constitucionais ou legais. § 1º São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, salvo quando não evidenciado o nexo de causalidade entre umas e outras, ou quando as derivadas puderem ser obtidas por uma fonte independente das primeiras. A descoberta inevitável → prova que foi obtida por meio ilícito, mas que, invariavelmente, pelo curso da investigação, seria ou poderia ser descoberta. Admite-se, nesse caso, a prova ilícita; Teoria da Fonte Independente → fonte de prova independente da fonte contaminada pela ilicitude; Teoria Geral da Prova 5 Vedações às Provas Astuciosas/Enganosas → provas induzidas pelo agente que as colhe. Ex. Flagrante preparado. 💡 Súmula 145 do STF Não há crime, quando a preparação do flagrante pela polícia torna impossível a sua consumação. Cadeia de Custódia Encadeamento das provas; A validade das provas depende da preservação dos elementos da cadeia de custódia do momento inicial do cometimento do fato até o final da aquisição de provas. ⚖ CPP Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado. Quando se quebra a cadeia de custódia, viola-se o direito à ampla defesa do acusado. Procedimento Probatório Proposição → para a acusação, na inicial acusatória, e para a defesa, na resposta; Admissão → o Juízo emite declaração que admite a prova; Produção → admitida a prova, passa-se para a fase de produção da prova. Normalmente, é na AIJ que se faz a produção de prova; Valorização → nesse momento o Juiz dá o veredito de livre convencimento motivado. Teoria Geral da Prova 6 Sistemas de Valoração de Provas Sistemas Probatórios → temos: a) Sistema das Provas Irracionais → vigia na Inquisição, tem-se a confissão como a rainha das provas; b) Sistema Legal de Provas; c) Sistema de Provas Livres. Sistemas de Valoração de Provas → temos: a) Sistema Tarifado → vigia na Inquisição, tem-se a confissão como a rainha das provas; b) Sistema da Íntima Convicção; c) Sistema do Livre Convencimento Motivado → atrelado a uma motivação judicial. Baseia-se na relação que o juiz terá com a prova, conforme o peso que o juiz colocará em cada prova Standard de Prova A partir da tradição do common law, entende-se que a prova deve estar acima do nível de dúvida razoável; Os standards de prova buscam controlar a razoabilidade dos meios de prova
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