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Professora autora/conteudista: LUANA SILVA DE OLIVEIRA É vedada, terminantemente, a cópia do material didático sob qualquer forma, o seu fornecimento para fotocópia ou gravação, para alunos ou terceiros, bem como o seu fornecimento para divulgação em locais públicos, telessalas ou qualquer outra forma de divulgação pública, sob pena de responsabilização civil e criminal. SUMÁRIO Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 1 . Sociedade da Informação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 2 . Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6 3 . Organização da informação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8 3.1 Estrutura conceitual . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .8 3.1.1 Contexto histórico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9 3.1.2 Contexto filosófico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10 4 . Informação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12 5 . Teoria Geral dos Sistemas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15 6 . Estruturação de sistemas de informação, utilização e atualização da tecnologia da informação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16 7 . Disponibilização e segurança das informações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19 8 . Gestão de Documentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23 8.1 Conceito e aplicabilidade da Gestão Eletrônica de Documentos (GED) . . . . .25 8.2 Especificidades da GED . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26 Conclusão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32 Glossário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33 Referências bibliográficas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34 Pág. 4 de 36 INTRODUÇÃO Vivemos em tempos em que a informação é disponibilizada em tempo real e cresce desordenadamente. A cada segundo um post é criado nas redes sociais, muitos sem fonte confiável, mas hoje é disso que a sociedade vive: a instantaneidade da informação. Com o advento das tecnologias da informação e da internet, os processos de trabalho passaram a ser desenhados em sistemas e seus dados coletados, gerando funções, atividades e resultados. Nosso objetivo é compreender as necessidades de informação da sociedade e o uso de tecnologias para atendê-las, mais especificamente os sistemas de gestão eletrônica de documentos, nesse contexto. 1. SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO Nós fomos educados para viver em uma sociedade que não existe mais. Na sociedade feudal (Idade Média) a sociedade era agrícola, os valores eram voltados para o cultivo da terra e produção era artesanal. Na sequência, avançamos para a sociedade industrial (século XVIII), na qual surgiram as máquinas e indústrias, trazendo a divisão do trabalho por especialidade, onde a riqueza estava concentrada na matéria-prima, terra, energia, capital e controle de produção. Hoje temos a sociedade da informação e do conhecimento, que surgiu no século XX, a partir do termo “globalização”. Esse tipo de sociedade ainda está em expansão e em processo de formação. Pág. 5 de 36 Figura 1 – Transformação da sociedade Sociedade Agrícola - Caça - Terra Revolução Industrial Revolução da informação Sociedade Industrial - Indústria - Energia Sociedade da Informação - Informação - Conhecimento Fonte: elaborado pela autora (imagens de: alohamalakhov / pixabay. com; MustangJoe / pixabay.com e rawpixel / freepik.com) Sabe-se que a tecnologia veio com o propósito de minimizar os esforços no ambiente de trabalho, trazendo controle, qualidade e utilidade para a sociedade em geral. As TICs (Tecnologias da Informação e Comunicação) mudaram a visão das pessoas no sentido de agregar algo em que elas mesmas podem criar, usar e alterar sobre o seu estilo de vida. Dessa nova maneira de pensar, pode-se conceituar “Sociedade da Informação” como uma sociedade que predominantemente utiliza as tecnologias de informação e comunicação para a troca de dados e informações em formato digital e que suporta a interação entre indivíduos e organizações com recurso, prática e métodos em construção permanente (GOUVEIA; GAIO, 2004). Ao longo da história, o homem tem criado os mais diversos meios e ferramentas para se comunicar, a fim de melhorar o seu padrão de vida, mas as conclusões sobre esse novo estilo de vida ainda não são exatas e são complexas. Pág. 6 de 36 Figura 2 – Meios e ferramentas de comunicação Fonte: Elaborado pelo autor (imagens de: Free-Photos / pixabay.com; JESHOOTS-com / pixabay. com; niekverlaan / pixabay.com; ChristopherPluta / pixabay.com; mojzagrebinfo / pixabay.com. Nesse sentido, constata-se que há um uso intensivo das tecnologias da informação e comunicação. A informação/documento digital cresce e observa-se uma rede organizada de informações. 2. TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO (TICS) A cada dia, a nossa cultura inclui o uso de tecnologia para gerar processos de comunicação, utilizando-se de diferentes códigos, o que mostra a maneira como nos relacionamos. As TICs, além de transmitirem informações, proporcionam novas maneiras de ordenação da experiência dos homens, com vários reflexos, especialmente no entendimento e no comportamento humano sobre o meio em que vive e sobre si mesmo. A aplicação de produtos do mercado informacional, além de proporcionar novas formas de interação, gera novas formas de produzir o conhecimento. O controle da tecnologia só faz sentido quando se torna parte do âmbito da correspondência entre homem × sociedade, assim, ela retrata as maneiras de se manter e transformar as relações sociais, políticas e econômicas, salientando o obstáculo entre os que podem e os que não podem ter acesso a ela. Diante disso, podemos definir Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs), como a “conjugação da tecnologia computacional ou informática com a tecnologia das telecomunicações Pág. 7 de 36 que tem na Internet e mais particularmente na World Wide Web (WWW) a sua mais forte expressão” (TAVARES; GOMES, 2014, p. 22). TIC é definida também como um conjunto de tecnologias, usadas de maneira integrada, com um propósito comum. As Tecnologias de Informação e Comunicação são utilizadas das mais diversas maneiras, na administração (gestão de processos, documentos e informações), na educação (conhecimento, e EaD – Educação a Distância), no comércio (na gestão, nas diversas formas de publicidade), na indústria (no processo de automatização) e no setor de investimentos (informação simultânea e comunicação imediata). A criação de softwares e hardwares garante a operacionalização da comunicação e dos processos decorrentesem meios virtuais. Contudo, foi a popularização da internet que potencializou o uso das TICs em diversos campos. Por meio da internet, novos sistemas de comunicação e informação foram criados, formando uma verdadeira rede. O estabelecimento do e-mail, dos chats, os fóruns, a agenda de grupo online, as redes sociais, webcam, entre outros, inovaram a maneira como as pessoas se relacionam. Por meio do espírito colaborativo, profissionais geograficamente distantes trabalham em equipe. A troca de informações gera convivência progressiva e habilidades entre os profissionais. Formas novas de interação das TICs são estruturadas e uma das áreas mais favorecidas é a do ensino. Na educação presencial, as TICs são mencionadas como otimizadoras dos processos de ensino e aprendizado. Outrossim, a tecnologia traz a chance de um desenvolvimento maior para as pessoas portadoras de necessidades especiais. As Tecnologias da Informação e Comunicação, caracterizam, ainda, um progresso na EaD. Com a formação de espaços virtuais de aprendizagem, os educandos têm a oportunidade de se aproximar, dividindo informações e vivências. Os tutores têm a possibilidade de materializar trabalhos em grupos, discussões, fóruns, dentre outras maneiras de tornar o conhecimento mais relevante. Dessa maneira, a gestão do conhecimento depende do suporte e da vontade de cada sujeito. A popularização da informação, associada à inclusão digital, pode se tornar um marco dessa modernidade. Entretanto, é necessário que se compreenda a diferença entre informação e conhecimento. Sem dubiedade, vivemos na era da informação. Pág. 8 de 36 3. ORGANIZAÇÃO DA INFORMAÇÃO Um Sistema de Informação (SI), para ser atrativo, deve funcionar sobre um fundamento intelectual, que consiste em (SVENONIUS, 2000): • uma ideologia, formulada em termos de propósitos (objetivos que devem ser alcançados por um sistema de organização da informação) e princípios (diretivas que guiam o processo); • formalizações de processos envolvidos na organização da informação, tais como os previstos pelas conceituações linguísticas e modelos de entidade-atributo-relacionamento; • conhecimentos adquiridos através de pesquisas, particularmente os que expressaram alto nível de generalizações sobre o projeto e uso dos sistemas de organização; • na medida em que uma disciplina é definida por seu foco de pesquisa, os problemas-chave necessitam ser resolvidos de forma inteligente para o avanço da Ciência da Informação. 3.1 Estrutura conceitual Sobre a estrutura conceitual, esta é importante para certificar que a discussão não se torne interpretativa e ao mesmo tempo amarre-se à condição dos conceitos e fundamentos. O sistema contextual aqui adotado, por exemplo, visa arranjar a informação num cenário histórico-filosófico, cuja característica enfatizada é que a informação é organizada descrevendo-a numa sugestão especial de linguagem. Vamos destacar as particularidades que devem ser observadas sobre os sistemas de organização da informação: • A primeira delas é que o sistema deve trabalhar com os problemas que interferem na eficiência do acesso à informação (novas tecnologias, variedade dos tipos de informação, anomalias na linguagem de recuperação, internet etc.) • A segunda é que os sistemas bibliográficos tradicionais continuem interessantes pela visão expressa em suas ideologias, ou seja, não percam seu valor, até porque é por conta dessa maneira de “pensar” que os sistemas digitais foram criados. Pág. 9 de 36 3.1.1 Contexto histórico Para compreendermos como a informação foi organizada, destacamos sua origem até os dias atuais. Figura 3 – Organização da informação - história Catalogação descritiva e de assunto de origem anglo- americana (anglo-saxônica) durante o último século. Sistemas de classi�cação bibliográ�ca utilizados nas bibliotecas até hoje: CDD (Classi�cação Decimal de Dewey), Classi�cação da Biblioteca do Congresso (LCC), CDU (Classi�cação Decimal Universal), Lista de cabeçalho de assunto da Biblioteca do Congresso (LCSH), Regras de Catalogação Norte-Americanas (AACR/AACR2) Proliferação de novas mídias (�tas de áudio, disquete, CD, DVD, pendrive, documento eletrônico etc.). Necessidade de controle bibliográ�co universal Explosão da informação; revolução computacional. Fonte: elaborado pela autora. Pág. 10 de 36 3.1.2 Contexto filosófico A partir dessas ideias, apresentamos os importantes fundamentos intelectuais da organização da informação explanados em três movimentos filosóficos: Filosofia de sistemas: a teoria geral dos sistemas é uma expressão da ideologia filosófica mais ampla. Sua crença engloba uma fé para aquilo que foi criado. É um modo de olhar para os acontecimentos em termos de sua ordenação e estrutura. A filosofia procede a prática da avaliação dos sistemas em sua forma mais abrangente. É o exame de um objeto de estudo, baseado no exame como um sistema, cujas várias partes são integradas num conexo todo para que os objetivos sejam alcançados. Charles Cutter (1972), um bibliotecário sistematizador, enfatiza que alguns desses pensamentos sobre sistemas em disciplinas são importantíssimos para a catalogação. Na figura 4, podemos verificar um fragmento da Tabela de Cutter, que é usada para catalogar livros em bibliotecas. A tabela mostra todas as letras para designar as categorias de livros, em discordância com a Classificação Decimal de Dewey, que emprega apenas números. Pág. 11 de 36 Figura 4 – Tabela Cutter-Sanborn Fonte: <http://203.241.185.12/asd/board/Author/upfile/abcd.htm>. Pág. 12 de 36 Filosofia da ciência: esse movimento (positivismo lógico) é apresentado como o princípio da verificabilidade, ou seja, uma sugestão verificada que tem concepções que possam ser operacionalizadas, interpretadas como variáveis e definidas de modo que possam ser suputadas. Como exemplos temos a webometria, a bibliometria, a cientometria etc. As métricas servem para mostrar a quantidade atingida de objetivos da recuperação da informação (pertinência, revocação, especificidade, exaustividade, recuperação efetiva etc.). Filosofia da linguagem: aqui a informação deve ser vista como um tipo particular de uso da linguagem, a “indexação sistemática”, estabelecida por Kaiser, que classifica os termos simples em categorias semânticas e os termos compostos são classificados usando regras de sintaxe definidas. 4. INFORMAÇÃO Desde o surgimento da humanidade, a informação sempre se manteve presente de diversas maneiras, formas e técnicas. Hoje elas agregam valor na administração e com o advento das tecnologias da informação, ela passou a ser ainda mais considerada. Dessa maneira, observe na imagem a seguir como podemos desenhar a seguinte ideia sobre o processo de produção da informação e conhecimento. Figura 5 – Produção da Informação e do Conhecimento Dados Informação Se dá por meio de simples observações acerca do mundo Requer análise Dados com propósito e são relevantes Exige consenso em relação ao signi�cado O homem deve mediar É fácil estruturar e pode ser obtido por meio de máquinas Pode ser quanti�cado e transferido Conhecimento A informação agrega valor e está inserida em um contexto Tem di�culdade em estruturar e ser captada por máquinas Frequentemente tácito e de difícil transferência Fonte: elaborado pela autora. Pág. 13 de 36 Dessa forma, podemos concluir que: • a informação é algo que se recebe ou é obtido por meio de outra informação; • o ato de informar é realizado por meio de mecanismos que enviam uma mensagem (comunicação); • a informação é o conteúdo de uma mensagem ou algo que é comunicado. Segundo Davenport (1998), os dados estão relacionados com a coleta e organização e podem ser registros numéricos ou não, relacionados com situações, ocorrências, resultados ou operações. Já a informação ocupa um patamar no meio da pirâmide, onde atua no resultado da pesquisasobre um conjunto de dados, seguido de uma análise, explicitando como uma mensagem com valor, já inserida em um contexto. Por fim, no topo da pirâmide, encontramos o conhecimento, onde atua no processo de tomada de decisão, de forma sintetizada, refletindo os estados mentais que estão em constante transformação, cujos processos associados às articulações são inerentes à mente humana e seu saber. Dessa forma, podemos inferir que os dados, apesar de não terem significados inerentes, são relevantes, pois constituem matéria essencial para a criação da informação. Figura 6 – Pirâmide do conhecimento Conhecimento Informação Dados Fonte: elaborado pela autora. Pág. 14 de 36 Só que para isso a informação tem que ser contextualizada dentro de um ambiente e de uma realidade. Deve ser categorizada, calculada, corrigida e condensada, podendo trazer uma visão mais analítica do contexto na qual está inserida. Em seu contexto histórico podemos perceber a evolução da informação, conforme a imagem a seguir: Figura 7 – Evolução da informação Pré-História: contagem com paus, pedras e riscos 5550 a. C: contagem e cálculos, através do ábaco Século XIX: máquina de computação de engrenagens a vapor Século XX: computador para uso militar = Electronic Numerical Integrator and Computer (Eniac) Década de 1970 = PC - Apple Década de 1980 = IBM Hoje: supercomputadores 1642: calculadora mecânica de Pascal (soma e subtração) Fonte: elaborado pela autora. Pág. 15 de 36 5. TEORIA GERAL DOS SISTEMAS A informação é um recurso de extrema importância para as organizações quando planejada e disponibilizada de forma personalizada, com qualidade e antecipação. A Teoria Geral dos Sistemas (TGS) apareceu com os estudos do biólogo austríaco Ludwig von Bertalanffy, entre os anos 1950 e 1968. A TGS não tem a intenção de solucionar problemas ou tentar soluções práticas, mas sim trazer teorias e conceitos que possam conceber condições na prática. Segundo Chiavenato (p. 474, 2003), são pressupostos da TGS: - Existe uma tendência para a integração das ciências naturais e sociais. - Essa integração parece orientar-se rumo a uma teoria dos sistemas. - A teoria dos sistemas constitui o modo mais abrangente de estudar os campos não-físicos do conhecimento científico, como as ciências sociais. - A teoria dos sistemas desenvolve princípios unificadores que atravessam verticalmente os universos particulares das diversas ciências envolvidas, visando ao objetivo da unidade da ciência. - A teoria dos sistemas conduz a uma integração na educação científica. A TGS fundamenta-se em três premissas básicas, a saber (quadro 1): Quadro 1 – Premissas TGS Premissa 1 Os sistemas existem dentro de sistemas. Cada sistema é constituído de subsistemas e, ao mesmo tempo, faz parte de um sistema maior, o suprassistema. Premissa 2 Os sistemas são abertos. Cada sistema existe dentro de um meio ambiente constituído por outros sistemas. Os sistemas abertos são caracterizados por um processo infinito de intercâmbio com o seu ambiente para trocar energia e informação. Premissa 3 As funções de um sistema dependem de sua estrutura. Cada sistema tem um objetivo ou finalidade que constitui seu papel no intercâmbio com outros sistemas dentro do meio ambiente. Fonte: adaptado de Chiavenato (2005). Dessa maneira, a TGS passou a fazer parte da teoria administrativa por vários motivos, como por exemplo (Chiavenato, 2005): Pág. 16 de 36 • Síntese e integração das teorias que a precederam, esforço tentado sem muito sucesso pelas teorias estruturalista e comportamental. Todas as teorias anteriores tinham um ponto fraco: a microabordagem. • A Cibernética permitiu o desenvolvimento e a operacionalização das ideias que convergiam para uma teoria de sistemas aplicada à Administração. • Os resultados bem-sucedidos da aplicação da Teoria de Sistemas nas demais ciências. O conceito de sistemas proporciona uma visão compreensiva, abrangente, holística e gestáltica de um conjunto de coisas complexas, dando-lhes uma configuração e identidade total. Ela permite dar um novo conceito aos “fenômenos dentro de uma abordagem global, permitindo a inter-relação e a integração de assuntos que são, na maioria das vezes, de naturezas completamente diferentes” (CHIAVENATO, 2005, p. 475). 6. ESTRUTURAÇÃO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO, UTILIZAÇÃO E ATUALIZAÇÃO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Todo sistema, usando ou não recursos de tecnologia da informação, que manipula dados e gera informação, pode ser genericamente denominado Sistema de Informação. A conceituação de sistema foi construída a partir da exploração da Cibernética estreada por Norbert Wiener. Segundo o autor, Cibernética um campo mais vasto que inclui não apenas o estudo da linguagem mas também o estudo das mensagens como meios de dirigir a maquinaria e a sociedade, o desenvolvimento de máquinas computadoras e outros autômatos […], certas reflexões acerca da psicologia e do sistema nervoso, e uma nova teoria conjetural do método científico. (Wiener, 1984, p. 15). Institui um ramo da teoria da informação que confronta os sistemas de comunicação e controla os mecanismos produzidos pelo homem com os indivíduos biológicos. A comunicação torna os sistemas integrados e coerentes, e o controle regula o comportamento. A Cibernética é uma doutrina multidisciplinar que oferece sistemas de organização e de processamento de informações que gerenciam as demais ciências. As ideias de sistemas, retroação, homeostase e comunicação fazem parte da linguagem utilizada na Administração. Pág. 17 de 36 A sentença sistema indica um grupo de elementos correlatos que interagem ou um grupo de mercadorias definidas que formam um todo organizado. Entende-se que sistema é um grupo de combinações de partes formando um todo singular. Conforme a figura 7, o sistema também pode ser: Figura 8 – Sistemas Sistemas conjunto de elementos interdependentes, cujo resultado �nal é maior do que a soma dos resultados que esses elementos teriam caso operassem de maneira isolada. conjunto de elementos em interação recíproca. conjunto de elementos interdependentes e interagentes no sentido de alcançar um objetivo ou �nalidade. conjunto de partes reunidas que se relacionam entre si formando uma totalidade. grupo de unidades combinadas que formam um todo organizado cujas características são diferentes das características das unidades. um todo organizado ou complexo; um conjunto ou combinação de coisas ou partes, formando um todo complexo ou unitário orientado para uma �nalidade. Fonte: adaptado de Chiavenato (2005). Pág. 18 de 36 A seguir, apresentamos algumas especificidades dos sistemas (quadro 2): Quadro 2 – Sistemas Características Tipos Tipos Tipos O aspecto mais importante: Quanto à constituição: Quanto à natureza: Quanto aos parâmetros: A ideia de um conjunto de elementos interligados para formar um todo. Podem ser físicos ou concretos: são compostos de equipamentos, maquinaria, objetos e coisas reais. São denominados hardware. Podem ser descritos em termos quantitativos de desempenho. Sistemas Abertos: Apresentam relações de intercâmbio com o ambiente por meio de inúmeras entradas e saídas. Os sistemas abertos trocam matéria e energia regularmente com o meio ambiente. São adaptativos, isto é, para sobreviver devem reajustar-se constantemente às condições do meio, ou seja, contínuo processo de aprendizagem e de auto-organização. Processamento ou processador ou transformador (throughput) é o mecanismo de conversão das entradas em saídas. O processador está empenhado na produção de um resultado. O processador pode ser representado pela caixa negra: nela entram os insumos e dela saem os produtos. É um emergente sistêmico, ou seja, uma propriedade ou característica que existe no sistema como um todo e não existeem seus elementos em particular. Podem ser abstratos ou conceituais: são compostos de conceitos, filosofias, planos, hipóteses e ideias. Aqui, os símbolos representam atributos e objetos, que muitas vezes só existem no pensamento das pessoas. São denominados software. Entrada ou insumo (input) é a força ou impulso de arranque ou de partida do sistema que fornece material ou energia ou informação para a operação do sistema. Recebe também o nome de importação. Retroação, retroalimentação, retroinformação (feedback) ou alimentação de retorno é a função de sistema que compara a saída com um critério ou padrão previamente estabelecido. A retroação tem por objetivo o controle, ou seja, o estado de um sistema sujeito a um monitor, ela visa manter o desempenho de acordo com o padrão ou critério escolhido. Pág. 19 de 36 Pode de propósito (ou objetivo) e o de globalismo (ou totalidade) (Bertalanffy). Sistemas fechados: não apresentam intercâmbio com o meio ambiente que os circunda, pois são herméticos a qualquer influência ambiental. Seu comportamento é determinístico e programado e operam com pequeno e conhecido intercâmbio de matéria e energia com o meio ambiente. Saída ou produto ou resultado (output) é a consequência para a qual se reuniram elementos e relações do sistema. As saídas devem ser congruentes (coerentes) com o objetivo do sistema. Os resultados dos sistemas são finais (conclusivos), enquanto os resultados dos subsistemas são intermediários. Recebe o nome de exportação. Ambiente é o meio que envolve externamente o sistema. O sistema aberto recebe suas entradas do ambiente interno, processa-as e efetua saídas ao ambiente externo, de tal forma que existe entre ambos – sistema e ambiente – uma constante interação. Serve como fonte de energia, materiais e informação ao sistema. Fonte: adaptado de Chiavenato (2005). 7. DISPONIBILIZAÇÃO E SEGURANÇA DAS INFORMAÇÕES Nos tópicos anteriores vimos sobre a composição e relevância dos sistemas de informação para a sociedade e as instituições; agora, entraremos nos detalhes sobre como a informação pode ser disponibilizada e sua preservação garantida. É importante compreender que, antes de mais nada, a segurança não se propõe a evitar os riscos e sim gerenciá-los. Sobre segurança da informação, podemos entender como um grupo de ações que são formalizadas para controlar e criar políticas de segurança, com o propósito de proteger as informações dos clientes e das empresas (ativos/bens), fiscalizando o risco de descoberta ou modificação por pessoas sem autorização. Já a política de segurança da informação pode ser compreendida como grupo de normativos que formalizam como devem funcionar os direitos dos usuários, objetivando a proteção apropriada dos ativos da informação. Sabemos que as informações e arquivos de um sistema de computador estão sobre constante ameaça, ou seja, podem sofrer um evento ou atitude indesejável que potencialmente remove, Pág. 20 de 36 desabilita, danifica ou destrói um recurso. Essas informações também estão vulneráveis por conta da obsolescência do equipamento e também das modificações do sistema. Diante disso, há o risco ou a probabilidade de que uma ameaça explore uma determinada vulnerabilidade de um recurso do sistema. Tomemos como exemplo uma agência bancária, que possui vigilância armada 24 horas, portas giratórias, câmeras, enfim, todos os meios que garantam a segurança da instituição e das pessoas. Mesmo assim, muito bancos são assaltados. Por que isso acontece? Acontece porque há um risco baixo devido ao percentual de assaltos versus o universo de agências. E na perspectiva maior, há um risco alto, se compararmos as tentativas frustradas versus as bem- sucedidas. E o que queremos dizer com isso em relação aos sistemas de informação? Que mesmo com toda a tecnologia aplicada, ainda assim as agências podem sofrer ataques e informações serem roubadas ou mesmo apagadas. Então, quais são os meios necessários para que isso ocorra? Antes de mostrar esses pontos, vamos falar sobre os conceitos fundamentais dos princípios de segurança da informação. São eles: • Confidencialidade: tem a função de preservar a informação de pessoas não autorizadas; previne as informações contra acesso de qualquer indivíduo não autorizado pelo proprietário da informação, ou seja, só tem acesso a essas informações quem tem autorização para acessá-las. • Integridade: é o princípio por meio do qual é garantida a autenticidade da informação. Tem a propriedade de manter a informação acurada, completa e atualizada. A intenção aqui é que o detentor que arquiva dados tenha segurança de que seus arquivos não terão seu conteúdo alterado por erros do sistema, seja no suporte lógico ou físico. • Disponibilidade (Availability): tem a propriedade de conservar a informação disponível para os usuários quando estes necessitarem de alguma pesquisa. Faz a ligação ou proporção de tempo, em que um elemento do equipamento de processamento está trabalhando de maneira correta. Há também outros princípios auxiliares, como os encontramos na imagem a seguir: Pág. 21 de 36 Quadro 3 – Princípios auxiliares na segurança da informação Controle de acesso São mecanismos que limitam o acesso a recursos, baseando-se na identidade do usuário, grupo que integra e função que assume. Em segurança, é suportado pela tríade AAA (definida na RFC nº 3.127). Auditoria É a capacidade que um sistema tem de determinar as ações e comportamentos de um único indivíduo no sistema, e de identificar este indivíduo. Trilha de auditoria, tentativas de acesso, problemas e erros de máquina, e outros eventos monitorados ou controlados. Autenticação Meio pelo qual a identidade de um usuário é confirmada, e garante que ele realmente é quem diz ser. Propriedade de confirmar a identidade de uma pessoa ou entidade. Autorização Os níveis de autorização irão determinar a extensão dos direitos que este usuário pode ter em um dado sistema. Direitos ou permissões, concedidos a um indivíduo ou processo, que permite acesso a um dado recurso. Sigilo Trata-se do nível de confidencialidade e garantia de privacidade de um usuário no sistema. Garante a privacidade dos dados de um usuário em relação ao operador do sistema Identificação Mais frequentemente utilizado para controle de acesso, é necessário para estabelecer Autenticação e Autorização. Meio pelo qual o usuário apresenta sua identidade. Fonte: adaptado de Milhorim (2007). Segundo Scott Pulp (apud MILHORIM, 2007): • Ninguém acredita que nada de mal possa acontecer até que acontece. • Segurança só funciona se a forma de se manter seguro for uma forma simples. • Se você não realiza as correções de segurança, sua rede não será sua por muito tempo. • Vigilância eterna é o preço da segurança. • Segurança por Obscuridade, não é segurança. • LOGs, se não os auditar, melhor não os ter. • Existe realmente alguém tentando quebrar (adivinhar) sua senha. Pág. 22 de 36 • A rede mais segura é uma rede bem administrada. • A dificuldade de defender uma rede é diretamente proporcional a sua complexidade. • Segurança não se propõe a evitar os riscos, e sim gerenciá-los. • Tecnologia não é tudo. Sobre as responsabilidades que as organizações (públicas ou privadas) devem ter, a Corporate politics on the internet: connection with controversy (GASKIN, 1996, apud COSTA, 2014) diz: Desde que uma empresa fornece acesso internet a seus funcionários, esta empresa torna-se responsável pelo que ele faz, a menos que possa provar que tomou as medidas cabíveis para evitar problemas. Portanto, segurança é um processo que tenta manter protegido um sistema complexo composto de muitas entidades (tecnologias, pessoas e processos de trabalho). Estas entidades interagem nas formas mais imprevisíveis e variadas. Se focar apenas na parte do problema, a segurança falhará.Tecnologia não é nem o problema inteiro e nem a solução inteira. Compreenda o ciclo da segurança, descrito na imagem a seguir. Figura 9 – Ciclo da Segurança Segurança Política Auditoria Implementação RiscosMonitoramento Fonte: elaborado pela autora. Pág. 23 de 36 8. GESTÃO DE DOCUMENTOS A Gestão de Documentos (GD) é uma disciplina da Arquivologia voltada para a administração de arquivos, proteção e acesso de documentos e informações, independentemente do suporte. Essa área apoia a administração em suas decisões e contribui para a cultura e o desenvolvimento de trabalhos científicos, pois as informações dos documentos servem de prova e informação. De acordo com a Lei nº 8.159 de 8 de novembro de 1991, art. 3º, considera-se Gestão de documentos, Conjunto de procedimentos e operações técnicas referentes à produção, tramitação, uso, avaliação e arquivamento dos documentos em fase corrente e intermediária, visando sua eliminação ou recolhimento para guarda permanente (BRASIL, 1991). A gestão de documentos, de maneira abrangente, tem o propósito de garantir o pleno acesso aos documentos de arquivo e às informações necessárias para a garantia dos direitos, tomada de decisão e transparência administrativa. Dessa forma, podemos destacar as atividades da gestão de documentos como: • Produção: criação dos documentos para atingir uma finalidade. • Tramitação: envio do documento para uma outra área/seção dar prosseguimento. • Uso: utilização do documento por todas as áreas: protocolo, arquivo setorial e central. • Organização: estabelecer uma ordem lógica de agrupar os documentos. • Arquivamento: guarda do documento ou arquivo por prazo determinado em instrumento arquivístico. • Avaliação: está relacionada à destinação do documento (eliminação ou guarda permanente de acordo com os instrumentos arquivísticos). Cabe ressaltar que a GD também possui fases para os documentos: • Produção: estabelecer meios que garantam que serão criados apenas os documentos necessários para a execução das atividades. O arquivista pode ajudar nesse sentido. • Utilização: são as atividades iniciais (protocolo), que se subdividem em: ◊ Recebimento: ato de receber documentos. ◊ Classificação: identificação do assunto, de acordo com os instrumentos arquivísticos. ◊ Registro: feito num sistema automatizado. Pág. 24 de 36 ◊ Distribuição: para a área de destino. ◊ Tramitação: movimentação do documento pelo sistema para o setor de destino. ◊ Expedição: envio de documentos para fora da instituição. ◊ Organização: ordenação lógica dos documentos, de acordo com um método específico. ◊ Arquivamento: nos setores de trabalho (fase corrente) e no arquivo central (fase intermediária). ◊ Criação de normas de acesso à documentação (empréstimo, consulta) e à recuperação de informações, indispensáveis ao desenvolvimento de funções administrativas, técnicas ou científicas das instituições. ◊ Avaliação e destinação: consiste na verificação dos documentos que são passíveis de eliminação, de acordo com uma tabela de temporalidade pré-estabelecida. São objetivos da GD, conforme o quadro a seguir (quadro 4): Quadro 4 – Objetivos da Gestão de Documentos Gestão Decisões céleres Agilidade aos documentos Documentos Transparência administrativa Racionalização da produção e fluxo de documentos Objetivos Normalização de rotinas arquivísticas. Economia, eficácia e eficiência para a administração Preservação de patrimônio documental e Gestão Eletrônica de Documentos (GED). Fonte: elaborado pela autora. Pode-se observar que a gestão de documentos promove uma série de benefícios para as instituições, então temos que considerar que o documento digital deve receber o mesmo tratamento que um documento convencional, observando suas particularidades, é claro! Pág. 25 de 36 Para isso, é preciso compreender que um documento/informação arquivística (meio convencional/ eletrônico) necessita de: • normas e procedimentos; • metodologia; e • processos mapeados. 8.1 Conceito e aplicabilidade da Gestão Eletrônica de Documentos (GED) Com o advento de uma sociedade cada vez mais digital, surgem novas formas de gestão do documentos e informações. Uma delas é a Gestão Eletrônica de Documentos (GED), que depende de uma atenção exclusiva voltada para a sua proteção, como também da existência de normas (requisitos), que orientem a sua implementação. Segundo o Dicionário Brasileiro de terminologia Arquivística (ARQUIVO NACIONAL, 2005, p. 73): “documento é a unidade de registro de informações, qualquer que seja o suporte ou formato”. Diante disso, pode-se observar que os documentos apresentam características e formatos variados, nos quais as informações são registradas. São tipos e formatos variados: o papel, imagem, microfilme, mídia, arquivo digital etc. Há diferenças entre o documento digital e o eletrônico, apesar de muitos tratarem os dois de forma igual. Segundo o Dicionário Brasileiro de Terminologia Arquivística (ARQUIVO NACIONAL, 2005, p. 75), são elas Documento Digital: Documento codificado em dígitos binários, acessível por meio de sistema computacional. Documento Eletrônico: Gênero documental integrado por documentos em meio eletrônico ou somente acessíveis por equipamentos eletrônicos, como cartões perfurados, disquetes e documentos digitais. De acordo com o e-ARQ Brasil, a GED (CÂMARA TÉCNICA DE DOCUMENTOS ELETRÔNICOS, 2011, p. 10), é o conjunto de tecnologias utilizadas para organização da informação não estruturada de um órgão ou entidade, que pode ser dividido nas seguintes funcionalidades: captura, gerenciamento, armazenamento e distribuição. Entende-se por informação não Pág. 26 de 36 estruturada aquela que não está armazenada em banco de dados, como mensagens de correio eletrônico, arquivo de texto, imagem ou som, planilha etc. A GED é uma área interdisciplinar (Arquivologia e TI), que estuda os requisitos, modelos, normas, metadados de tecnologias como GED e Sigad (Sistema Informatizado de Gestão Arquivística). Essa tecnologia pode englobar tecnologias de digitalização, automação de fluxos de trabalho (workflow), processamento de formulários, indexação, gestão de documentos, repositórios, entre outras. O sistema GED abrange suas próprias peculiaridades, das quais a indispensável é a de ser uma ferramenta que permite que as instituições organizem, racionalizem, dinamizem e disseminem o acesso às informações, propiciando a tomada de decisão, como recurso estratégico para as organizações. Segundo Baldan, Valle e Cavalcanti (2002, p. 32), as características do GED são: - Possui modo de gerenciamento e visualização de documento em formato digital, seja digitalizado (escanerizado), em processador de texto, planilha, CAD, etc. Um banco de dados que só gerencia as informações contidas em documentos em papel não pode ser considerado um GED; - Utiliza necessariamente computadores; - Não são sistemas restritos somente a documentos acabados no estágio final de aprovação ou com destino ao arquivo. São sistemas que, dependendo de sua necessidade, podem controlar o documento desde a sua criação. 8.2 Especificidades da GED Os sistemas de Gestão Eletrônica de Documentos podem ser simples ou complexos, de acordo com a especificidades de cada instituição. Poderão manter os atributos originais do documento, como também gerenciar o ciclo de vida desde a sua criação até a sua destinação final (eliminação ou guarda permanente). Pág. 27 de 36 Conforme Fantini (2001, p. 35), O sistema de Gerenciamento Eletrônico de Documento conserva características visuais e espaciais, e a aparência do documento original em papel. Gerencia o ciclo de vida das informações desde sua criação até o arquivamento, e podem estar registradas em mídias analógicas ou digitais em todas as fases de sua vida. O documento pode ser exibido ou impresso em papel onde e quando necessário em apenas alguns segundos. No quadro5, temos a composição do ambiente do GED. Quadro 5 – Ambiente GED Nome Descrição Documento Pode ser em papel ou digital. Scanner Mecanismo de digitalização que transforma um documento em imagem eletrônica. As imagens também podem ser inseridas no sistema vindo de um bureau de processamento. Software De digitalização de imagens que acompanha o scanner. Processador Os sistemas GED são instalados em um ou mais computadores, normalmente servidores, em rede para facilitar a distribuição de informação. Armazenamento Periféricos de armazenamento que armazenam e disponibilizam permanentemente as imagens e respectivas informações complementares, que podem ser discos rígidos ou unidades de CD. Rede Meio de comunicação entre os diversos componentes do sistema. Impressora: Sempre usada quando da necessidade de obter uma cópia física do documento. Fonte: adaptado de Angeloni (2002, p. 62). Pág. 28 de 36 No quadro 6, temos os componentes de funcionamento da GED. Quadro 6 – Componentes de funcionamento GED Nome Descrição Dados arquivados Dados produzidos e mantidos para acesso futuro. Mídia de armazenamento de dados arquivados Os diversos tipos de materiais físicos nos quais os dados foram gravados e armazenados, como disquetes, discos rígidos, fitas e discos ópticos. Software de apresentação de dados arquivados Software que apresenta todos os dados arquivados ou parte dos mesmos, em formatos compreensíveis por pessoas ou sistemas- cliente. Hardware para processamento de dados arquivados Hardware necessário para o processamento da mídia de armazenamento de dados e do software de apresentação dados. Tarefas de manutenção Conjunto de atividades necessárias para a conservação dos dados, da mídia de armazenamento de dados, do software de apresentação de dados, do hardware para processamento de dados e da instalação. Colaboradores Conjunto de pessoas responsáveis pela execução das tarefas de manutenção. Produtores de dados Conjunto de pessoas ou sistemas-cliente que produzem os dados a serem arquivados. Consumidores de dados arquivados Conjunto de pessoas ou sistemas cliente que têm interesse nos dados arquivados. Terceiros Conjunto de organizações ou pessoas que fabricam produtos, fornecem serviços ou certificam dados. Instalações Conjunto de aparelhos ou peças que compõem determinada utilidade. Administração Estrutura organizacional e demais elementos de trabalho necessários para o desempenho das tarefas de negócio. Ambiente Conjunto de fatores e condições externas que têm relevância imediata para a organização. Fonte: Thomaz (2005, p. 36). A GED possui configurações diferenciadas e apresenta um ambiente típico que dependendo da sua aplicação pode variar de aparência. Na figura 9, temos a demonstração de um sistema de GED com seus componentes típicos. Pág. 29 de 36 Figura 10 – GED - componentes Fonte: <http://www.ttg.com.br/ged/>. Destacamos ainda as tecnologias aplicadas à GED. Segundo Baldan, Valle e Cavalcanti (2002, p. 42), as aplicações da GED mais vistas no mercado são: Processamento, arquivamento e recuperação de documentos (Document Imaging); Gerenciamento de documentos (Document Management); Sistema de Gerenciamento de Documentos Técnicos (Engineering Document Management System – EDMS); Integração com outros sistemas de processamento de dados (Image Enable); ERM/ COLD (Enterprise Report Management) Processamento de formulários (Forms Processing); Workflow. A aplicação destas tecnologias irá depender das características de cada tipo, forma ou uso do documento pela organização, por isso se faz necessário conhecer exatamente as funções que cada um destes ambientes possui. Dessa maneira, são tecnologias GED: Pág. 30 de 36 Quadro 7 – Principais tecnologias GED Nome Descrição Capture Acelera processos de negócio através da captação de documentos e formulários, transformando em informações confiáveis e recuperáveis, passíveis de serem integradas a todas as aplicações de negócios. Document Imaging (DI) É a tecnologia de GED que propicia a conversão de documentos do meio físico para o digital. Trata-se da tecnologia mais difundida do GED, muito utilizada para conversão de papel em imagem, através de processo de digitalização com aparelhos scanners. Document Management (DM) (Gerenciamento de Documentos) É a tecnologia que permite gerenciar com mais eficácia a criação, revisão, aprovação e descarte de documentos eletrônicos. Dentre as suas principais funcionalidades estão o controle de informações (autoria, revisão, versão, datas etc.), segurança, busca, check-in/checkout e versionamento. Workflow/BPM Controla e gerencia processos dentro de uma organização, garantindo que as tarefas sejam executadas pelas pessoas corretas no tempo previamente definido. Organiza tarefas, prazos, trâmites, documentos e sincroniza a ação das pessoas. COLD/ERM Tecnologia que trata páginas de relatórios, incluindo a captura, indexação, armazenamento, gerenciamento e recuperação de dados. Esta tecnologia permite que relatórios sejam armazenados de forma otimizada, em meios de baixo custo, mantendo-se sua forma original. Forms Processing (processamento de formulários) Tecnologia que possibilita reconhecer as informações e relacioná-las com campos em bancos de dados, automatizando o processo de digitação. Neste sistema são utilizados o ICR (Intelligent Character Recognition) e OCR (Optical Character Recognition) para o reconhecimento automático de caracteres. Records and Information Management (RIM) É o gerenciamento do ciclo de vida de um documento, independente da mídia em que se encontre. Fonte: GED (2009). Para trazer mais clareza sobre os sistemas GED, elencamos abaixo, alguns modelos utilizados: Pág. 31 de 36 Figura 11 – GED – Clínica médica Fonte: <http://m104.com.br/wp-content/uploads/2018/02/Sistema_clinica_medica_7.jpg>. Figura 12 – GED Fonte: https://e-millennium.com.br/ged-gestao-eletronica-de-documentos-2019/ Pág. 32 de 36 São benefícios da Gestão Eletrônica de Documentos: • controle no processo de negócio; • agilidade nas transações entre empresas/instituições; • precisão na localização de documentos; • respostas rápidas e precisas; • melhoria na tomada de decisões; • vantagem competitiva sustentável; e • aproveitamento de espaço físico. CONCLUSÃO O presente material trouxe os principais conceitos sobre sistema de informação, as tecnologias aplicadas e principalmente, as especificações da Gestão Eletrônica de Documentos (GED). É importante compreender que antes de se pensar em uma solução tecnológica, processos deverão ser mapeados para averiguar a verdadeira necessidade de um sistema. Em relação aos documentos eletrônicos, a gestão deve obedecer alguns quesitos para ser eficiente e inteligente. Num mundo onde o virtual é o mais atrativo, a informação disponível e de qualidade se torna imprescindível em qualquer tipo de organização. Pág. 33 de 36 GLOSSÁRIO Globalização: processo de aproximação entre as diversas sociedades e nações existentes por todo o mundo, seja no âmbito econômico, social, cultural ou político. Porém, o principal destaque dado pela globalização está na integração de mercado existente entre os países. Fonte: <https://www. significados.com.br/globalizacao/>. Acesso em: 12 abr. 2019. Norbert Wiener: matemático estadunidense, conhecido como o fundador da cibernética. Durante muitos anos, trabalhou no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), onde estudou a nova física probabilística e concentrou-se no estudo estatístico do movimento das partículas elementares em um líquido (o fenômeno conhecido como movimento browniano). Fonte: <https://pt.wikipedia. org/wiki/Norbert_Wiener>. Acesso em: 15 abr. 2019. Instrumentos Arquivísticos: código de classificação e tabela de temporalidade, devidamente aprovados por entidade competente. Log: Em computação, log de dados é uma expressão utilizada paradescrever o processo de registro de eventos relevantes num sistema computacional. Esse registro pode ser utilizado para restabelecer o estado original de um sistema ou para que um administrador conheça o seu comportamento no passado. Fonte: elaborado pela autora. RFC: Acrônimo de Request for Comments (ou “pedido para comentários” em português), as RFCs são documentos técnicos desenvolvidos e mantidos pelo Internet Enginnering Task Force (IETF), instituição que especifica os padrões que serão implementados e utilizados em toda a internet. Fonte: <https://canaltech.com.br/internet/O-que-e-um-RFC/>. Pág. 34 de 36 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AAVELLAR. Gestão eletrônica de documentos como ferramenta para criação do conhecimento organizacional: O caso da VIVO BA. 2007. 33 slides. Disponível em: <www.aavellar.com/arquivos/ pos/aplicacoes/EstudodecasoII.ppt>. Acesso em: 06/05/2019. ANGELONI, M. T. Organização do conhecimento, infra-estrutura, pessoas e tecnologias. São Paulo: Saraiva, 2002. ARQUIVO NACIONAL. Dicionário brasileiro de terminologia arquivística. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 2005. ARQUIVO NACIONAL. Gestão Arquivística de Documentos Eletrônicos. Rio de Janeiro, 2004. BAHIA, E. M. dos S.; FACHIN, J. 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