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investigação , 17(3): 06-12 2018 ISSN 21774780 6 investigação , 17(3): 06-12 2018 MV . Ma. Lar yssa P . Rosseto* 1 , MV . Dra. P aola C. Moraes 2 , MV . Dra. Annelise C. C amplesi 3, M.V . Andr éia Coutinho F acin, MV . Dr . Luis Gustavo Gosuen Gonçalves Dias Depar tamento de Clínica e Cirurg ia V eterinária, FCA V - Unesp \u2013 Jaboticabal, SP . e -mail paola.moraes@fca v .unesp .br REVISÃO DE LITERA TURA CIRURGIA VETERINÁRIA AL TERNA TIV AS NO TRA T AMENT O D A OSTEO ARTRITE Alternativ es in the treatment of osteoar thritis RESUMO ABSTRA C T A osteoartrite (O A) é uma doença ar ticular emergente e de destaque na medicina v eterinária, acometendo principalmente quadris , joelhos, carpos e coluna v er tebral, causando impot ência funcional ou incapacidade locomotor a e diminuição da qualidade de vida. Ocorre principalmente em animais idosos , porém não se restring indo somente a idade . O constante aument o do número de animais com O A, arremete à nec essidade do entendimento aprofundado da sua \ue61fsiopat ologia, resultando em melhor aplicabilidade dos tra tamentos disponíveis na r otina vet erinária. Este ar tigo tem como objetivo e xpor os principais e recent es conceitos sobr e a \ue61fsiopatologia, diagnóstico e tratament o da OA. P ALA VRAS - CHA VE : doença ar ticular , \ue61fsioter apia veterinária, artrite Osteoarthritis (OA ) is the fastest gro wing joint disease in vet erinar y medicine, a\ue61eecting mainly hips, knees, carpi and spinal column, causing functional impotence or locomotiv e incapacity and decreased quality of life. It occurs mainly in elderly animals, but it is not r estric ted to these animals . The st eady increase in the number of animals with OA, rushes to the need f or in- depth understanding of its pathophy siology , resulting in bett er applicability of treatments available in v eterinar y medicine. This ar ticle aims to expose the main and r ecent concepts on the pathoph ysiology , diagnosis and trea tment of OA. KEY WORDS : joint disease , osteoar throsis , veterinary physiotherapy , ar thritis investigação , 17(3): 06-12 2018 ISSN 21774780 7 INTRODUÇÂ O A osteoartrite (O A), também conhecida como artrose, é uma afecção emergente e de r elevância na medicina vet erinária e humana (AL TMAN et al . 1986). A maior incidência da OA nos dias atuais pode ser justi\ue61fcada pelo cresc ente número de indivíduos obesos, sedentários e devido ao aumen to da expectativa de vida (AL TMAN et al . 1986). Segundo o Colégio Americano de Reumatologia, a O A é de\ue61fnida como conjunt o de modi\ue61fcações na car tilagem ar ticular e na margem do osso subcondral , resultando em sinais e sintomas que muitas v ezes causam a perda ou a diminuição da função ar ticular (AL TMAN et al . 1986). É impor tante r essaltar que a OA não se limita soment e à car tilagem ar ticular , mas atinge estruturas adjacentes c omo ligamentos , membranas sinoviais, menisc os e músculos periar ticulares ( ARDEN e LEYLAND , 2013; L OESER, 2013). T rata- se de uma das afecç ões or topédicas mais comuns em caninos, equinos e humanos (BROOKS, 2002; RASERA et al. 2007; LEITE, 2011). O desequilíbrio entre a ma triz ex tracelular da cartilagem e do osso subcondral é r esultado de múltiplos fatores desencadean tes como causas genéticas , alterações metabólicas , obesidade, injurias, sobr ecargas, inc ongruências e instabilidades ar ticulares , compromet endo principalmente o joelho , quadril, carpo e coluna (ARDEN e LEYLAND , 2013; L OESER, 2013). A OA inicialmen te apresenta lesões bem localizadas e f ocais, indicando na maioria das vez es, uma área de maior sobr ecarga mecânica na super fície da ar ticulação. P rimeiramente oc orre a degradação das \ue61fbras de c olágeno tipo II, localizadas na super fície ar ticular e pericelular . A medida que a doença prog ride, as lesões se estendem horizon talmente e progr essivamente (PRITZKER et al. 2006). De acordo c om a gravidade do pr ocesso , existe a perda de áreas mais pr ofusa da car tilagem ar ticular , r esultando na exposição do osso subcondral . Esta progr essão pode ser graduada usando métodos qualitativ os, semi-quantitativos ou quantita tivos, baseadas na avaliação c ombinada, tanto na gra vidade (grau) como na extensão (estágio) da O A na car tilagem ar ticular . O método quantitativo é recomendado c omo primeira escolha para a valiação da progr essão da OA (CASTRO , 2008). A membrana sinovial é de r elevante destaque nos estudos atuais , que avaliam a capacidade das células sinoviais em in\ue61duenciar o pr ocesso da OA (HA Y WOOD et al. 2003; PELLETIER, 2004; A YRAL et al . 2005). Ayr al e colaboradores (2005), sugerem que o aspecto in\ue61damatório da sinó via poderia ser considerado como um fator pr editivo do subsequente aumen to da condropa tia. Par a Pelletier (2004), a in\ue61damação da membrana sinovial pode t er relação com a prog ressão das lesões da car tilagem, onde possíveis frag mentos formados pela pr oteólise poderiam pro vocar a in\ue61damação sinovial, ag ravando a degr adação condral, gerando um ciclo vicioso . As características in\ue61damatórias que a membr ana sinovial pode apr esentar são: espessamento da camada int erna, formação de agregados linf óides e angiogênese. A sinó via ar trítica é capaz de produzir mediadores in\ue61damat órios como interleucinas (IL -1\u03b1, IL -1\u03b2) e fa tor de necrose tumoral alfa ( TNF-\u03b1) (HA Y WOOD et al. 2003). O DIA GNÓSTIC O DO P A CIENTE C OM OSTEOARTRITE Inicialmente, o pacien te acometido por O A pode ser assintomático , porém, a medida que a doença pr ogride, os sinais clínicos são: alt eração funcional do membro , diminuição da amplitude de mo vimento , atro\ue61fa muscular , dor frequente e diminuição na qualidade de vida (SANDELL, 2012). A avaliação física é fundamen tal para um diagnóstico adequado e intervenção precoc e no desenvolviment o da OA. Além de dor à palpação ar ticular , crepitação e edema ar ticular , a dor miofascial pode estar presente em animais ar tríticos, c omo resultado secundário à compensação da dor (MILLIS e LEVINE, 2014). Raramente a O A é diagnosticada em sua fase inicial (MOSHER et al. 2013). Os exames radiogr á\ue61fcos utilizados rotineirament e na medicina veterinária, permitem identi\ue61fcar alt erações ósseas na ar ticulação , identi\ue61fcando possíveis lises ou prolif erações ósseas ex cessivas, ou outr as anormalidades suspeitas que podem estar relacionadas a pr ocessos de doenças que não sejam a O A (RASERA et al. 2007). A ultrassonogra\ue61fa pode ser útil par a avaliar anormalidades da car tilagem como \ue61daps, ruptur as de menisco , anormalidades do músculo , tendão e do ligament o como rupturas, pr ocessos in\ue61damatórios e degenerativ os e neoplasias. P orém exist em limitações frequent es em raças de pequeno por te e variá vel nas de médio por te, por possuír em ar ticulações diminutas, r esultando em janela limitada para a captação de imagens (MARINO e L OUGHIN, 2010). A tomogr a\ue61fa computadorizada permite av aliar injúrias nas estruturas ósseas que podem não ser notadas por meio da avaliação r adiográ\ue61fca con vencional. As alt erações osteoartríticas iniciais presentes nos t ecidos moles periar ticulares e cartilagem ar ticular são passiveis de a valiação em exames mais detalhados como artroscopia diagnóstica ou r essonância magnética, permitindo melhor av aliação das super fícies ar ticulares , meniscos , capsula ar ticular e ligamentos (MOSHER et al. 2013; C OPPIETERS et al. 2016). Apesar da ressonância mag nética ser de\ue61fnida como \u201c padrão our o \u201d na medicina humana para diagnóstico de af ecções articulares, o exame radiográ\ue61fc o permanece o principal método utilizado na rotina clínica vet erinária (MARINO e L OUCHIN, 2010; C OPPIETERS et al. 2016). O ponto- chav e para o diagnóstico bem-sucedido da O A é a compreensão das propriedades anat ômicas da região a ser tra tada e reconheciment o das principais indicações da técnica diag nóstica por imagem selecionada. Uma abordagem multimodal pode auxiliar o médico v eterinário em uma avaliação c ompleta das estruturas ar ticulares, utilizando o pon to forte de cada modalidade para explorar ao máximo a articulação acometida (MARINO e L OUCHIN, 2010). Câmeras infr avermelhas ou infra-r ed estão sendo utilizadas para auxiliar no diagnóstico pr ecoce de O A de forma pouco in vasiva e objetiva. Apesar de captar a imagem ref erente a t emperatura da pele , fornece dados térmicos de f orma segura, inofensiva e r ápida ( V ARJU et al. 2004; RING e AMMER, 2012). investigação , 17(3): 06-12 2018 ISSN 21774780 8 TRA T AMENT O DA OSTEO ARTRITE: A IMPORT ÂNCIA D A ABORDA GEM MUL TIDISCIPLINAR Ant es de iniciar o tratamento do pacien te com ar trite , é impor tante orientar os tut ores de forma que compr eendam que a OA é uma doença pr ogressiv a, sendo possível apenas o manejo de forma multimodal . A abordagem terapêutica depender á da gra vidade e da localização da lesão (LINDLEY e W A TSON, 2010). A avaliação de alguns par âmetros como dor , amplitude de moviment o ar ticular , mobilidade e atividade do pacien te, são fator es impor tantes na elaboração do pr otocolo de tratament o pelo médico vet erinário \ue61fsiatra. Ademais , é essencial de\ue61fnir a possibilidade de terapia c onjunta, por meio de exer cícios físicos e entender qual o objetiv o dos tutores per ante seus animais, para obter r esposta positiva ao tratamento pr oposto (MILLIS e LEVINE, 2014). É impor tante a ciência dos tutor es de que a dor relacionada à OA não faz parte do processo na tural de env elhecimento e não deve ser aceita no pacien te ar trítico . O gerenciament o da dor , supor te nutricional e o fortalecimento muscular são fator es impor tantes para a c onstrução de uma base de tratamento sólida e bem-sucedida (MILLIS e LEVINE, 2014). A terapia da O A consiste , de forma majoritária, em tra tar os sinais clínicos de modo conser vador , uma vez que ainda não e xiste tratament o e\ue61fcaz com potencial de r eversão total dos danos causados à car tilagem ar ticular (LINDLEY e W A TSON, 2010). Na rotina médica v eterinária, o tratament o clínico primário consiste na administr ação por via oral de analgésicos, anti-in\ue61damatórios não est eroidais ( AINEs) e suplementação com condropr otetor es como sulfato de c ondroitina e glicosamina (C OIMBRA et al. 2004; LINDLEY e W A T SON, 2010). Meloxicam, carprof eno e \ue61froco xibe são alguns dos AINEs comumente utilizados para o tratamen to de OA (MOREA U et al . 2003; A UTEF A GE et al. 2011). Entr etanto , como toda medicação , há benefícios e malefícios, e o uso pr olongado de AINEs pode ocasionar distúrbios gastroint estinais, além de não ser indicado em pacientes com hist órico de doenças hepáticas e renais (LINDLEY e W A TSON, 2010). Um dos pontos mais importante da terapia é mant er o controle da dor , o que requer na maioria dos casos , inter venção farmacológ ica. Isto permite aos pacientes a possibilidade de ganho de f orça muscular e mobilidade ar ticular , assim como maior tempo de ação para as terapias de início lento , como os nutracêutic os. Existe uma gama de medicament os e modalidades que podem ser utilizados para gerenciar a dor , como por e xemplo , opióides (tramadol), anticon vulsivantes (gabapentina) e an tagonistas N-methil-D - Aspar tatos (amantadina) (LAIRES et al . 2017). O tramadol é um fármaco opiáceo , que apr esenta biodisponibilidade e a meia-vida variá vel entre espécies e indivíduos , sendo pouco rec omendado para tratamen to a longo prazo da dor oriunda da O A. P ara quadros agudos de dor o tramadol é rec omendado . Sonolência, agitação e disforia são alguns dos possíveis ef eitos colater ais em cães e gatos (PY PENDOP e ILKIW , 2007). Em cães e gatos a dose 1 \u2013 2 mg/kg a cada 6 a 8 horas é bem toler ada, podendo ser administrado via oral , intramuscular , intrav enosa ou subcutânea (O TERO , 2005). O tramadol é um fármaco amplament e utilizado na rotina clínica vet erinária como analgésico para dores moder adas na OA de cães e gat os. Entretan to , em um estudo cruzado , randomizado , cego e contr olado por placebo demonstrou que o tr amadol na dose de 5mg/kg, administr ado a cada 8horas por 10 dias foi ine\ue61fcien te para o contr ole da dor em cães com OA de c otovelo e joelho , quando comparado ao carprofeno (BUDSBERG et al . 2018). Em gatos idosos c om OA, a dose de 2mg/kg , a cada 12 horas mostrou e\ue61fcácia para o aumento no nív el atividade física diária e melhora qualidade vida global, apesar do fármaco pr opiciar frequent emente efeit os colaterais como euforia, disf oria, sedação e queda do apetite (GUEDES et al . 2018) Uma boa opção para o tra tamento da dor a longo praz o é o uso da gabapentina. Embora os ef eitos colater ais sejam diminutos, os tutor es devem ser aler tados sobre possív el efeito sedativ o do paciente ao início do tratamen to (K O et al. 1986). Inicialmente, r ecomenda-se a utilização de baixas dosagens e gradativ o aumento , at é o controle adequado da dor . A dose é de 3 a 10 mg/ kg , via oral, a cada 8-12 horas (LAMONT , 2008). Em pacientes hepatopatas é sugerido a cada 24 horas (K O et al. 1986). A amantadina é outr a medicação que geralmente é bem tolerada e pode ser usada para diminuir a dor crônica em pacien tes com quadros de OA tr atada de forma incorr eta. O fármaco age em sinergia c om os AINEs, mas também pode ser usado isoladamente para o tr atamento da dor a longo prazo , mesmo em pacient es geriátricos. A gitação ou alteração do tr ato gastroint estinal pode ocorrer duran te o uso (LASCELLES et al. 2008) A dose segura para cães é de 3 a 5mg/kg a cada 24hor as, via oral ( OTERO , 2005). C om o avanço das pesquisas farmac ológicas, o pipran t é uma nova classe de medicament o que surge com a pr omessa de controlar a dor e a in\ue61damação em cães e gatos c om OA. O fármaco g rapiprant é da classe piprant que atua de forma antagonista em um dos rec eptores prostaglandina E2, mais especi\ue61fcadament e receptor EP4 (RA USCH-DERRA et al. 2016). O r eceptor EP4 é responsá vel pela dor e in\ue61damação associada à OA. A inibição seletiv a do receptor EP4 permit e que a função homeostática da prostaglandina E2 permaneça, diminuindo possív eis efeitos cola terais comuns em antiin\ue61dama tórios (SHA W et al. 2016). Apesar de ainda estar em fase de testes , o fármaco apresenta r esultados promissor es devido ao baixo índice de efeit os colaterais (RA USCH-DERRA et al. 2016). O uso de alguns nutrac êuticos são recomendados no c ontrole da O A, de forma auxiliar . A suplementação oral c om glucosamina e condroitina é a combinação nutracêutica mais c omumente rec omendada para tratar a O A (MILLIS e LEVINE, 2014). Embora ainda muito questionada sobre o r eal efeito sobre as cartilagens ar tríticas, existem evidências de que o seu uso pode ajudar na redução da dor associada à doença degenera tiva das ar ticulações (PIRO T T A, 2010). Outro fator que dev e ser levado em consideração par a um efeito t erapêutico positivo é a biodisponibilidade e a qualidade do pr oduto , sendo recomendado aos pacien tes usarem glucosamina e pr odutos de condroitina de baix o peso molecular (MILLIS e LEVINE, 2014). Outros nutrac êuticos, como os pr odutos do extrato de óleo insaponi\ue61fcáv el de abacate e soja, estão sendo pesquisados para o manejo da OA. Em estudo de Kaw cak et al. e colabborador es (2007), que utilizaram estes pr odutos em equinos, obtiv eram resultados promissor es, na melhora dos parâmetros da O A, mas não no contr ole da dor . Em estudo com cães com OA induzida, houv eram evidencias de que o extrato do óleo de abacat e e soja possam inibir a síntese de MMP -13 e óxido nítric o após suplementação oral por 8 semanas (BOILEA U et al. 2009). Os efeitos do ômega-3 sobr e ar ticulações com in\ue61damação cr ônica são bem conhecidos em humanos e animais . Além de diminuir a magnitude da cascata in\ue61damat ória das ar ticulações, o ômega-3 auxilia na saúde cardíaca, renal , dérmica e até mesmo na redução da taxa de r ecorrência de neoplasias (PIRO T T A, 2010). São seguros e indicados para animais geriátricos . Assim como todos os nutr acêuticos, a qualidade da ma téria prima é fundamental investigação , 17(3): 06-12 2018 ISSN 21774780 9 para um efeit o terapêutico ef etivo (MILLIS e LEVINE, 2014). Hoje podemos compro var que a car tilagem é um tecido metabolicamente ativ o , sendo capaz de reparar por meio da produção de t ecido \ue61fbrocar tilaginoso ou por mitose dos condrócit os, substituindo o tecido cartilaginoso lesado (AL VES, 2012). Esse processo de r eparação pode ser estimulado de difer entes formas , dentre elas por meio de equipament os \ue61fsioterápic os (como terapia a laser de baixa int ensidade e ultrassom terapêutic o) ou por aplicação intra-ar ticular de substâncias capazes de pr omover a pr oliferação celular , como plasma rico em plaquetas (PRP) e c élulas tronco (REZENDE et al . 2011; SP AK OV Á et al. 2012). O laser terapêutic o vem sendo abordado e pesquisado massivamente por apr esentar resultados positiv os e promissores quanto ao con trole da dor e capacidade de estimular condr ócitos a produzir colágeno (M ANGUEIRA et al. 2015). O laser de baixo intensidade é uma f orma excelen te e não invasiv a de diminuir a dor . Geralmente é bem tolerado em cães e ga tos, mesmo que a intensidade da dor seja alta (MILLIS e LEVINE, 2014). Compriment os de onda entre 808nm e 905nm são utilizadas com e\ue61fcácia no contr ole in\ue61damatório em O A aguda e crônica, diminuindo a expressão de mediador es pró-in\ue61damatórios como a metaloprot einase (MMP), TNF-\u03b1 e IL -1 e IL -6 de forma r elevante (AL VES et al . 2013; NAMBI et al. 2017). O ultrassom terapêutic o (UST ) é outra modalidade \ue61fsioterápica que pode c ontribuir na reabilitação física pelo contr ole da apoptose dos condrócit os, diminuição dos mediadores pró-in\ue61damatórios e aument o na produção da matriz extracelular (JIA et al. 2016). O aparelho é capaz de pr oduzir calor durante o tratament o , o que auxilia no controle da dor e rigide z ar ticular devido ao relaxament o dos tecidos moles e melhora da \ue61duidez do líquido sinovial . Em estudo realizado por Xu e colabor adores (2014), foi r elatado que o uso do UST em coelhos com O A promo veu o repar o da car tilagem ar ticular através da inibição da MMP -3, 7, 13, da inibição da produção de óxido nítric o (NO) e promo vendo a síntese de c olágeno tipo II e proteoglicanos na car tilagem. Em condiç ões agudas da OA, a utilização de compr essas de gelo nas ar ticulações acometidas pode auxiliar no con trole da dor por meio da diminuição da transmissão da dor e da in\ue61damação , podendo ser aplicado várias ve zes ao dia ou após uma atividade ou sobrecar ga exc essiva da ar ticulação ar trítica. Já o calor é uma outra maneira de diminuir a dor , melhorando a circulação , e reduzindo a rigidez ar ticular em animais acometidos cronicamen te pela OA. O calor t ende a facilitar a movimentação ar ticular e amplitude de movimento em animais que apr esentam desconforto ou rigidez articular após longos períodos de repouso (MILLIS e LEVINE, 2014). Conforme a dor e a in\ue61damação diminuem, o animal dev e ser estimulado a realizar ex ercícios ativ os, com o in tuito de estimular o fortalecimento muscular , aumentar a amplitude de movimento articular e melhorar a qualidade da car tilagem ar ticular . T ais benefícios podem ser adquiridos com ex ercícios contr olados de baixo impacto , mobilização ar ticular passiva e/ou ativa. Os ex ercícios dev em ser desa\ue61fadores, por ém jamais devem promo ver dor ao paciente . Mobilizar a ar ticulação de forma passiva e r ealizar alongamentos passiv os antes de iniciar a sessão de ex ercícios fav orece a ex ecução dos exer cícios terapêuticos (MARCELLIN-LITTLE e LE VINE, 2015). Esteiras aquá ticas são grandes aliadas no processo de r eabilitação de pacientes artríticos. Na hidr oesteira é possível tr abalhar com difer entes níveis de água, podendo facilitar ou di\ue61fcultar o deslocamento do pacient e dentro da água (MARCELLIN-LIT TLE e LEVINE, 2015). A natação , por não promov er impacto ar ticular e favor ecer a manutenção e ganho de for ça muscular , é outra ferr amenta amplamente utilizada no tratamen to da osteoar trite . Cães com displasia co xof emoral submetidos à atividade de natação duas v ezes por semana, por oito semanas , apresentaram aument o sérico de condroitina e ácido hialurônico , além do controle da dor durant e a palpação do quadril, melhorando a função ar ticular (NGANVONGP ANIT et al. 2014). É importante ressaltar que o c ontrole do peso é fundamental para auxiliar no processo de r eabilitação , melhorando as chances de contr ole da OA. A r edução do peso por si só (9 a 18% do peso corpóreo inicial), pode resultar na melhora do quadr o de claudicação em cães obesos com osteoartrite (MARSHALL et al., 2009). Além de dietas c om restrição calórica adequada, ex ercícios de baixo impacto como na tação e a hidroesteira e caminhadas regular es de forma contr olada podem acelerar o proc esso de perda de peso sem sobr ecarregar as ar ticulações (L UO et al. 2009). Além do contr ole do peso , mudanças no ambiente no qual o animal vive também podem auxiliar no tratamen to , como os cuidados com o piso onde é mantido , sendo fundamental para pr oporcionar melhor estabilidade ao caminhar , deitar e levantar . O uso de pisos antiderrapantes e a utilização de rampas são indicadas para minimizar saltos e facilitar o ac esso em locais. Corridas , escorregões , atividades de alto impacto são contraindicados par a o paciente com ost ear trose (MILLIS e LEVINE, 2014). A administração de substâncias por via intra-articular mostrou- se e\ue61fcaz no contr ole da dor e no aumento da capacidade regener ativa car tilaginosa. Em estudos realizados c om coelhos, o uso de ácido hialur ônico , terapia r egenerativa como c élulas tronco e plasma rico em plaquetas (PRP ), mostraram-se e\ue61fcaz es no controle da O A induzida e na inv olução dos sinais clínicos ( ALBANO et al. 2010; REZENDE et al. 2011). De acordo com Mehexus e colabor adores (2015), o PRP é um derivado autólogo do sangue total , que contém c oncentrações elevadas de v ários fator es de crescimento , em especial o fator de cresciment o transformador beta 1 ( TGF-B1) que in\ue61duencia na r egeneração de tecidos como t endões, ligamentos , músculos e ossos. Devido ao potencial destes fa tores , diversos estudos são realizados in vestigando a sua e\ue61fcácia no tratamen to de diferen tes afecç ões osteomusculares degenera tivas, incluindo a O A (SP AKOV Á et al. 2012). Além dos fat ores de cresciment o , o PRP também demostra potencial para diminuição de mediadores pr ó -in\ue61damatórios (REZENDE et al . 2011). O uso de células tronc o mesenquimais autógenas coletadas de medula óssea ou tecido adiposo , surge c omo tratamento pr omissor da ar trose . Apesar de existirem poucos estudos c ontrolados e por tratar - se de terapia oner osa, a utilização ainda é limitada. Em estudo de V illar e colaborador es (2016), cães displásicos foram tr atados com células tronc o mesenquimais e posteriorment e avaliados em plataf orma de força, e f oi veri\ue61fcado uma melhora funcional dos membr os após única aplicação intra- ar ticular de células tronc o. O uso da técnica t erapêutica oriental milenar , a acupuntura, pode fornecer e xcelent e gerenciamento da dor , quando aplicado corretamente . Normalmente a aplicação das agulhas não causa desconf or to , gerando relaxament o dos animais e alívio da dor . Os tutores usualmente notam melhora imediata na mobilidade articular e redução da dor de seus animais, o que aprimora considera velmente sua qualidade de vida (LINDLEY e W A TSON, 2010). Dentre os div ersos mecanismos possíveis da acupuntura, a liberação de endor \ue61fnas endógenas, a r edução de espasmos musculares investigação , 17(3): 06-12 2018 ISSN 21774780 10 locais e a diminuição da transmissão da dor para a medula espinhal são algumas das maneiras pelas quais esta técnica age na redução da dor . É considerada uma exc elente opção para animais geriátricos que não t oleram bem medicamentos via oral (XIE e PREAST , 2011). Em casos onde a OA é a vançada, com pouca resposta ao tratament o conser vativo , com instabilidade ar ticular grave ou intensa dor , a cirurgia pode auxiliar no contr ole da ar ticulação ar trítica. A cirurgia de artroplastia total ou parcial pode ser uma alternativ a no tratamento da O A (HENDERSON et al. 2017). A ar troplastia total de quadril é um dos procediment os mais relevan tes na medicina vet erinária, sendo capaz de melhorar a qualidade de vida do paciente , apesar de existirem r estrições como custo elevado , seleção do pacient e compatível ao pr ocedimento além das possíveis complicaç ões como fraturas de f êmur , luxação, contaminação , r ejeição ou impac tação dos implantes (HENDERSON et al. 2017). A artrodese e a ar troplastia ex cisional também são opções aplicáv eis em ar ticulações onde a luxação secundária ao processo degener ativo articular se faz presente (BIRCHARD , 2008; HENDERSON et al. 2017). C ONSIDERAÇ ÕES GER AIS Em suma, a gestão do paciente artrítico envolv e várias modalidades, ou seja, multimodal , não descar tando a possibilidade de tratament os cirúrgicos quando o tr atamento clínico conservativo f or insu\ue61fciente ou ine\ue61fcaz. É fundamental que o tutor seja corr etamente orientado sobr e a doença e o médico vet erinário deve estimular sua pró atividade no tr atamento do paciente artrítico . É impor tante ressaltar que o pr otocolo de tratament o deve ser paciente- especí\ue61fco , visando controle da dor e in\ue61damação . Não há cura para O A, porém medidas como o c ontrole de peso , reabilitação física, uso de medicações e nutr acêuticos em conjunto e a valiações periódicas do pacient e são os principais componentes par a o gerenciamento clínic o da doença. investigação , 17(3): 06-12 2018 ISSN 21774780 11 REFERÊNCIAS Albano MB, Vidigal L, Oliveira MZ et al . 2010. Análise macroscópica dos ef eitos dos hialuronat os e do corticosteroide no tratamen to da osteoar trite induzida em joelhos de coelho . Revista Br asileira de Or topedia , 45 (3): 273-278. Altman R, Asch E, Bloch D et al. 1986. 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