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1 UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO E CIÊNCIAS CONTÁBEIS DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO O PERFIL DO GESTOR DE TRÁFEGO PAGO Discente: Luan Alves Leite NITERÓI 2022 Ficha catalográfica automática - SDC/BAC Gerada com informações fornecidas pelo autor Bibliotecário responsável: Debora do Nascimento - CRB7/6368 L533p Leite, Luan Alves O perfil do gestor de tráfego pago / Luan Alves Leite ; Jaime Baron, orientador. Niterói, 2022. 51 f. : il. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Administração)-Universidade Federal Fluminense, Faculdade de Administração e Ciências Contábeis, Niterói, 2022. 1. Marketing digital. 2. Perfil profissional. 3. Anúncio pela internet. 4. Mídia digital. 5. Produção intelectual. I. Baron, Jaime, orientador. II. Universidade Federal Fluminense. Faculdade de Administração e Ciências Contábeis. III. Título. CDD - LUAN ALVES LEITE O PERFIL DO GESTOR DE TRÁFEGO PAGO Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à banca examinadora do Departamento de Administração da Universidade Federal Fluminense, como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel. Área de concentração: Administração. Prof. Orientador: Prof Dr. Jaime Baron NITERÓI 2022 LUAN ALVES LEITE O PERFIL DO GESTOR DE TRÁFEGO PAGO Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à banca examinadora e julgado adequado e aprovado, como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel. Área de concentração: Administração. Niterói, 27 de julho de 2022. BANCA EXAMINADORA: __________________________________________ Orientador Prof. Dr. Jaime Baron ___________________________________________ Prof. Dr. Luis Pérez Zotes __________________________________________ Prof. Dr. Miguel Ferreira Lima RESUMO Hoje, o marketing digital, através da conectividade, permite que as empresas também anunciem nas redes sociais, criando anúncios online que são influenciados pelo tráfego online, ou seja, pelo fluxo de pessoas navegando online. Pesquisas destacam que existem várias estratégias para aumentar o tráfego online, algumas das quais exigem investimentos financeiros, como o tráfego pago. Assim, o estudo em questão objetivou traçar o perfil do gestor de tráfego pago. Para tanto, adotou-se como metodologia a pesquisa descritiva e explicativa fazendo uso da abordagem quantitativa. Para isso realizou-se um estudo de campo, o qual buscou representar a população estudada abordando as questões propostas sobre condição financeira, classe social, desemprego, tempo de trabalho e experiência profissional. Com base nos dados obtidos de 50 participantes, pode-se verificar que o perfil do gestor de tráfego pago é dinâmico, suas funções podem variar dependendo da organização ou empresa e, portanto, dependendo da complexidade do trabalho, outras funções ou até mesmo competências podem ser exercidas. Palavras-chave: Gestor de tráfego pago. Marketing digital. Tráfego pago. Perfil profissional. ABSTRACT Today, digital marketing, through connectivity, allows companies to also advertise on social networks, creating online ads that are influenced by online traffic, that is, by the flow of people browsing online. Research highlights that there are several strategies to increase online traffic, some of which require financial investments, such as paid traffic. Thus, the study in question aimed to profile the paid traffic manager. To this end, descriptive and explanatory research was adopted as a methodology, making use of the quantitative approach. For this, a field study was carried out, which sought to represent the population studied by addressing the proposed questions about financial condition, social class, unemployment, working time and professional experience. Based on the data obtained from 50 participants, it can be seen that the profile of the paid traffic manager is dynamic, their functions may vary depending on the organization or company and, therefore, depending on the complexity of the work, other functions or even competencies may be exercised. Keywords: Paid Traffic Manager. Digital marketing. Paid traffic. Professional Profile. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO 7 1.1 PROBLEMA 8 1.2 HIPÓTESES 8 2 OBJETIVOS 9 2.1 OBJETIVO GERAL 9 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 9 3 REFERENCIAL TEÓRICO 10 3.1 MARKETING DIGITAL 10 3.1.1 CONSUMO E REDES SOCIAIS 15 3.1.2 AS PRINCIPAIS FERRAMENTAS DE ANÚNCIOS ONLINE 20 3.2 BREVES CONSIDERAÇÕES SOBRE DADOS E PRIVACIDADE VS ANÚNCIOS ONLINE 22 3.3 TRÁFEGO PAGO E SEUS PROFISSIONAIS 25 4 PESQUISA DE CAMPO 28 4.1 METODOLOGIA 28 5 RESULTADOS E DISCUSSÃO 30 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS 41 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 43 ANEXO 48 7 1 INTRODUÇÃO A crescente presença do marketing digital, bem como o aumento dos investimentos em tráfego pago, tudo isso dado aos benefícios que a conectividade traz para as organizações, configura o contexto do presente estudo. A conectividade levou também a mudanças no comportamento do consumidor devido à conveniência do uso da internet e das redes sociais. Assim, para as empresas, a conectividade criou novas oportunidades de marketing por meio das mesmas conveniências ofertadas pela conectividade. Dessa forma, diversas empresas ao redor do mundo estão reconhecendo uma nova forma de influenciar os consumidores por meio do marketing digital (KOTLER; 2017). Sendo assim, hoje, o marketing digital, através dessa conectividade, permite que as empresas também anunciem nas redes sociais criando anúncios online que são influenciados pelo tráfego online, ou seja, pelo fluxo de pessoas navegando online. Pesquisas destacam que existem várias estratégias para aumentar o tráfego online, algumas das quais exigem investimentos financeiros, como o tráfego pago (VIEIRA, 2015; TOMIČ E ŠUPÍN, 2019). A nível global, de acordo com a eMarketer (2019), que é uma empresa de pesquisa de mercado, o investimento em tráfego pago ultrapassou os gastos com publicidade tradicional pela primeira vez em 2019, incluindo projeções que sugerem que a diferença entre estas duas modalidades de publicidade tendem a se acentuar cada vez mais com o decorrer do tempo; e o gasto total com tráfego pago representará cerca de 60% do gasto total com anúncios em geral. Dessa forma, o estudo em questão visa traçar o perfil profissional do gestor de tráfego pago. E para começar a falar sobre a profissão é necessário antes elucidar que tráfego, dentro do marketing digital, refere-se ao fluxo de atividade de indivíduos dentro de um site ou rede social (HOTMART, 2021). Portanto o tráfego pago, é o ato de investir recursos financeiros para alcançar mais pessoas e consequentemente aumentar o fluxo de usuários, visualizações, vendas e assim por diante, dependendo do seu objetivo. Desta forma o profissional gestor de tráfego pago é quem trabalha com as ferramentas de anúncios online, como o Google Ads, Facebook Ads - onde engloba- se também o Instagram, Youtube Ads, Taboola, Linkedin Ads, entre outras tantas ferramentas (LARROSSA, 2020). Sendo uma atividade ainda recente e com 8 perspectiva de crescimento, tendo em vista o aumento de investimento em marketing digital como mostram os dados do Google Analytics (ferramenta de monitoramento e análise de sites) com uma tendência ascendente nas transações e no tráfego de usuários nas plataformas digitais entre março e setembro de 2020 em comparação com o mesmo período do ano passado para aqueles investidos em esforçosde marketing digital. E o setor da educação foi um dos mais desenvolvidos neste período, devido à proliferação de opções de ensino à distância (TERRA, 2020). Busca-se com este tema, definir um perfil profissional de quem desempenha tal função crescente no mercado, porém ainda não popularmente conhecida. Tendo o interesse pelo tema, despertado por exercer esta função e pela existência de comunidades referentes ao cargo, com milhares de membros, em redes sociais. 1.1 PROBLEMA Qual é o perfil dos indivíduos responsáveis por gerir as ferramentas de tráfego online pago? Pelo pequeno montante de fontes, fora da área especializada, sobre a profissão e a atividade profissional específica, viu-se a necessidade de entender melhor as características dos indivíduos que desempenham esta função e que capacidades têm em comum. Em fontes mais abrangentes e acadêmicas, até se encontram informações sobre algumas das atividades, mas ainda sem mencionar o título desse cargo recente. 1.2 HIPÓTESES O gestor de tráfego possui um perfil empreendedor, à medida que visa prestar serviços para mais de um cliente e crescer financeiramente. Se este profissional gere recursos financeiros de terceiros, então possui alto senso de responsabilidade. Se optou por uma função que pode ser exercida totalmente online, então não possui grande afeição a um ambiente fixo de trabalho. 9 2 OBJETIVOS 2.1 OBJETIVO GERAL Traçar o perfil dos gestores de tráfego pago. 2.2 OBJETIVO ESPECÍFICO ● Analisar como indivíduos têm seu primeiro contato com essa área; ● Identificar a carga de trabalho do profissional; ● Identificar as competências exercidas. 10 3 REFERENCIAL TEÓRICO 3.1 MARKETING DIGITAL Segundo Cobra (2009), o marketing teve origem nos EUA na década de 1940 e até então era visto como uma ação no mercado baseada na troca e maximização do consumo por meio da atividade comercial. No entanto, é claro que a definição de marketing evoluiu e mudou seu contexto ao longo do tempo. Cobra cita ainda que o marketing tem essencialmente o processo de troca de produtos ou serviços através do qual duas ou mais pessoas oferecem algo de valor para atingir os seus objetivos, nomeadamente a satisfação das necessidades e desejos tanto dos consumidores como da organização (COBRA, 2009). A qualquer momento, pessoas e organizações estão engajadas, formal ou informalmente, em diversas atividades que podem ser denominadas de marketing (KOTLER; KELLER, 2006). Kumar (2004) argumenta que o nível de desenvolvimento do mercado entre as décadas de 1950 e 1970 foi considerado subdesenvolvido e que o marketing foi fundamental para o crescimento das organizações e dos mercados em geral. Kotler e Keller (2006) defendem que o marketing está em toda parte e quando feito de forma eficiente e eficaz é essencial para o sucesso de qualquer tipo de ação, mas o que define a qualidade do marketing é sua constante evolução. O marketing evoluiu ao longo do tempo, afirma Kumar (2004) que em seus primórdios se limitava a funções publicitárias e promocionais em um ambiente pouco dinâmico. Kotler (2007) destaca que o marketing pode ter uma definição social e empresarial, de forma que a definição social é feita através de um método social no qual as necessidades e desejos de duas partes podem ser satisfeitos, com o valor agregado advindo da livre troca e concepção entre as partes envolvidas; enquanto que a definição gerencial, pode ser compreendida a partir da percepção de Peter Drucker, que considera que: “o papel do marketing é tornar a venda supérflua. Sua meta é conhecer e compreender tão bem o cliente que o produto ou o serviço se adapte a ele e se venda por si mesmo” (KOTLER, 2007, p. 6). Compreende-se então que o marketing teve origem a tempos atrás, e era muito diferente do que se conhece na contemporânea do século XXI, posto que com o advento da era tecnológica, surgiram novas tendências no marketing que, com o 11 acréscimo da tecnologia, deram origem ao marketing digital que utiliza a internet como meio de comunicação, propaganda, publicidade entre tantas outras estratégias de marketing. A era da informação, segundo Oliveira e Lucena (2020), visa a troca constante de informações, tomando como base a evolução das tecnologias da informação para garantir um melhor desempenho nessas novas técnicas. E a tecnologia digital criou a possibilidade de disseminação rápida e em larga escala da informação (COSTA, 2021). Ao passo que a Internet se consolidou como uma ferramenta indispensável, seja ela organizacional, de consumo ou simples entretenimento, o impacto da sua utilização tem crescido ao ponto de alterar o perfil dos consumidores e as empresas terão que suportar essas mudanças (OLIVEIRA; LUCENA, 2020). Para Costa (2021), o nível de experiência acerca da utilização da internet tanto como agregador de informações quanto como ferramenta de compras é um preditor significativo. As pessoas que fazem uso da Internet diariamente a consideram uma ferramenta conveniente e importante. Utilizando a variável publicidade, Oliveira e Lucena (2020) também destacam que a publicidade produz o desejo de comprar e busca incentivar o consumidor a continuar consumindo enquanto a campanha de marketing for efetiva. Neste contexto, a Internet transformou-se em um importante canal para divulgar produtos e serviços, tornando tal processo mais cômodo, bem como oportunizando a procura por informação de forma mais rápida e alargada (CHIUSOLI et al., 2021). Segundo Chiusoli et al., (2021) os conteúdos são expressos em páginas da web que expressam ideias e desejos de pessoas, nas quais são provocadas uma série de trocas e transações de informações que movimentam uma infinidade de usuários que estão diariamente em busca de conhecimento para as notícias que estão na web, tornando a Internet uma ferramenta cada vez mais útil. Assim, a tecnologia mudou drasticamente o relacionamento entre as pessoas (CHIUSOLI et al., 2021) e isso repercute nos mecanismos estratégicos dos negócios nas organizações, de modo que as empresas que conseguiram absorver essas novas necessidades seguem rapidamente a mudança, enquanto outras viam na tecnologia a razão de seu desenvolvimento e crescimento (CANTO; CORSO, 2017). Portanto, a internet possibilitou às empresas realizar uma campanha publicitária, direcionar seus clientes e identificar onde os esforços publicitários são mais bem-sucedidos (CANTO; CORSO, 2017). As plataformas de publicidade 12 disponíveis na internet incluem anúncios em redes sociais, motores de busca e patrocínios de sites. Os proprietários dessas empresas precisam pesquisar seu cliente-alvo e determinar onde esse cliente está online para maximizar o retorno dessa publicidade. Consequentemente, a internet está cada vez mais inserida nesse tipo de comunicação (KOTLER et al., 2017) e é normal que as organizações se movimentem para a internet, pois sua comunicação tem sido focada nela (COSTA, 2021). É assim que se inicia a utilização de estratégias voltadas ao marketing digital, pois é possível fazer uso dessas estratégias para promover os serviços e produtos da empresa (KOTLER et al., 2017). O marketing digital surgiu como um meio de segmentação dos métodos de comunicação realizados pelas empresas, no qual é possível acessar novas formas de divulgação de produtos e serviços via internet, abrindo novas possibilidades para atrair um número maior de clientes e ampliar assim a sua rede de relacionamentos (KOTLER, 2021). A comunicação ativa com o público, que antes acontecia por meio de jornais, revistas, rádio e televisão, agora ocorre principalmente pela internet. Em paralelo ao desenvolvimento da internet, o marketing digital alterou a maneira como as empresas e outras organizaçõesse comunicam com seu público (MORAIS; BRITO, 2020). Gomes e Kury (2013) destacam que os profissionais de marketing hoje procuram entender melhor quem são seus públicos-alvo, quais são seus valores, desejos e aspirações, e tentam conquistá-los para que se tornem consumidores. Os autores Chaffey e Ellis-Chadwick (2019) também apontam que os consumidores atualmente têm acesso a uma ampla variedade de entretenimento, produtos, serviços e preços de distintos fornecedores, podendo selecioná-los e comprá-los de forma mais dinâmica, e assim comprar o que demandam devido à conveniência da conectividade. Sendo essa conectividade diretamente dependente da internet, que levou a consideráveis mudanças no marketing. Esse cenário de modificação enfatiza a importância do marketing digital como elemento crítico no sucesso das estratégias de marketing e no alcance dos objetivos corporativos. Leite e Sgarbossa (2021) reforçam esse argumento ao apontar que tanto os consumidores como os empresários têm procurado se adaptar e reconhecer a importância do marketing digital para se manterem ativos e atuantes no mercado. Kotler e Keller (2017) argumentam que a demanda por relacionamentos mais próximos com as organizações é um processo da contemporaneidade e à medida que a interação avança, cresce a importância do marketing digital, cujo papel é incentivar 13 a ação, interação, resultado e ter acesso aos dados referentes ao comportamento do usuário. Os autores defendem que existe um interesse contínuo por parte das empresas em investir no campo do marketing digital e suas ferramentas, pois ele permite revitalizar o processo de comunicação e atingir diferentes públicos (KOTLER; KELLER, 2017). Assim, o marketing digital fornece ferramentas para interagir e compartilhar com o público, invertendo a linha de comunicação de marketing que costumava ser unidirecional, da empresa para o consumidor, e agora também segue do consumidor para a empresa. Segundo Morais e Brito (2020) o marketing digital é uma importante estratégia de utilização das redes sociais para promover uma empresa ou produto. Também se entende que o marketing digital permite mais controle do que o marketing tradicional, pois o foco do marketing tradicional é iniciar as interações com os consumidores, e o marketing digital, além de iniciar essas interações, consegue melhorar o relacionamento com eles e trazê-los para o momento da decisão de compra promovendo uma relação mais próxima das organizações (KOTLER; KELLER, 2017). Valencia et al., (2014) também observam que as empresas que já fazem uso das estratégias de marketing digital em seu plano de negócios não o veem como uma mera aplicação em si, mas sim como uma ferramenta essencial para uso diário na tomada de decisões para atingir o objetivo estratégico do negócio. Para enfatizar a importância do marketing digital, Morais e Brito (2020) afirmam que no século XXI ele é um componente crucial para as empresas de todo o mundo, pois possibilita o uso de ferramentas estratégicas para os objetivos organizacionais. E um dos canais de contato e aquisição mais importantes utilizados pelas organizações nas estratégias de marketing digital são as redes sociais (CHAFFEY; ELLIS-CHADWICK, 2019). Essas redes são vistas como democratizantes para a comunicação de massa, pois proporcionam igualdade de oportunidades tanto para as pequenas como para as grandes empresas (VALENCIA et al., 2014). Apoiando esse ponto de vista, Aragão et al., (2016) afirmam que a presença nas redes sociais aumenta o nível de proximidade, ideias, opiniões e também o consumo dos produtos e serviços nelas ofertados, de modo que a interação social ocasionada por este cenário faz com que empresas adquiram exposição para aumentar suas vendas e relacionamentos. Segundo Oliveira e Lucena (2020), as inovações se acentuam quanto mais aparecem, inovações tecnológicas que se firmaram como tendências expressivas e 14 alteraram largamente a maneira como os profissionais de marketing as veem. A transição do consumismo para o mundo digital, segundo Kotler et al., (2017), bem como os métodos simplificados para encontrar melhores produtos e serviços e o desejo de consumir em tempo real, modificaram a visão das empresas, que passaram a se tornar mais exigentes face às novas estratégias em decorrência da constante necessidade de atualização de seu perfil. O marketing digital se apresenta assim, como uma técnica de marketing essencial à medida que um produto ou serviço é comercializado a partir da internet ou marketing visual. Frente a isso, as organizações demandam investimentos em marketing para conseguir atrair novos clientes, posto que na era contemporânea é quase impossível sobreviver no mercado sem o uso do marketing digital (CAMPOS et al., 2021). Logo, ele torna-se importante para a percepção das escolhas do consumidor, pois a partir dele são ocasionadas todas as sensações, desejos e até percepções do tema a ser promovido e podem vincular os consumidores à marca (KOTLER et al., 2017). Conduzir um marketing digital de forma eficaz é essencial para diferenciar e engajar seguidores e consumidores (KOTLER, 2021). Kotler et al., (2017) argumenta que esse estilo de marketing apresenta maior capacidade de segmentação, praticidade e comunicação personalizada, além de ser muito mais barato que os esforços tradicionais de comunicação. Vale destacar que o marketing digital se diferencia do marketing tradicional porque utiliza a internet como forma de interação e relacionamento com seu público-alvo, de forma segmentada e personalizada como meio, e não como meio de massa. Os usuários podem filtrar diretamente os problemas que desejam, para que tenham os pontos chave como agilidade e flexibilidade. E além de poder chegar aos clientes imediatamente, sua execução e reparo podem ocorrer de forma rápida, o que em um mercado competitivo pode ser um fator crucial para o sucesso (OLIVIERA; LUCENA, 2020; CHIUSOLI et al., 2021). A ânsia de interação dos internautas tornou-se um aspecto importante na criação de ambientes que satisfaçam os gostos, preferências e peculiaridades de cada indivíduo. A mudança dos aspectos sociais, mercadológicos e organizacionais levou a novos rumos reconhecendo a necessidade de adaptar as atividades de marketing digital a um novo contexto social e organizacional (KOTLER et al., 2017; CHIUSOLI et al., 2021), ou seja, um passo importante para uma melhor e mais coerente comunicação com seus clientes (CANTO; CORSO, 2017). Por isso, no mundo digital 15 de hoje, o uso adequado das redes sociais é um ponto crucial para a competitividade das organizações. 3.1.1 CONSUMO E REDES SOCIAIS O mercado hoje é muito competitivo, os consumidores estão mais exigentes do que antes e sempre em busca de produtos/serviços que atendam às suas necessidades de consumo. As empresas são, portanto, obrigadas a desenvolver estratégias para atender a esses requisitos e se destacar no mercado. Nesse contexto, se sobressai ainda mais a importância do marketing digital por ajudar as organizações a definir o mercado-alvo, identificar as necessidades dos clientes por meio de comunicação e feedback, e oferecer ao consumidor o produto/serviço ideal a suas exigências (SANTOS; SILVA, 2016). Assim como ocorre com o marketing tradicional, o marketing digital também exige diferentes ações e estratégias para alcançar uma ótima gestão, resultados e retorno do investimento (TORRES, 2009). No livro “A Bíblia do Marketing Digital” de Torres (2009), são apresentadas estratégias e as ferramentas que ajudam na prática a implementar essas estratégias são o marketing de conteúdo, o marketing nas mídias sociais, o e-mail marketing, o marketing viral, a pesquisa on-line ou pesquisa de mídias juntamente com técnicas de SEO (otimização de mecanismos de busca) e o monitoramento, resultandoassim em uma teia, conforme mostra a Figura 1. Figura 1. Visão ampla do marketing na Internet. Fonte: Adaptado de Torres (2009). 16 O marketing digital não apenas dá às empresas uma identidade visual, mas também dá voz ao consumidor, ou seja, manifesta-se como uma forma mais direta para o cliente se comunicar e demonstrar sua satisfação e desejo pela marca. Kotler (2007) juntamente com Tavares (2013) consideram que o processo de entender o comportamento do consumidor não é fácil porque o cliente pode dizer algo e fazer uma coisa totalmente diferente. Eles ainda podem não estar cientes de suas motivações, como também podem reagir a influências ou trocar de ideia no último momento. Com isso, Kotler (2007) pontua que o comportamento do consumidor é influenciado por quatro tipos de fatores: cultural (cultura, subcultura e classe social), social (grupos de afinidade, família e status/papel social), pessoal (idade, estágio do ciclo de vida, ocupação, circunstâncias econômicas, estilo de vida, personalidade e autoimagem) e psicológico (motivação, percepção, aprendizagem e crença/atitude), sendo que os fatores culturais acabam por ter uma influência mais ampla e intensa no comportamento do consumidor. Os livros de história destacam que o homem sempre viveu em comunidade com outros indivíduos. Por isso, não se pode deixar de levar em consideração as interações sociais no contexto social em que elas ocorrem (MERLO; CERIBELI, 2013). Karsaklian (2012) diz que a interação social é o processo que ocorre entre dois ou mais indivíduos em que a ação de um deles é tanto uma reação a outro indivíduo quanto um estímulo às suas ações. Disso se pode concluir que as ações de um são ao mesmo tempo o resultado da causa das ações do outro. No livro “O Comportamento do Consumidor”, Merlo e Ceribeli (2013) apresentam um modelo de comportamento do consumidor, no qual esse processo é influenciado por macro fatores relacionados ao ambiente social do indivíduo, características demográficas do indivíduo, a psique humana e relacionados com a psicografia. E cada etapa desse processo tem um desenvolvimento conforme mostrado na Figura 2. A partir desse processo, os autores apontam que mesmo o consumidor que quer assumir uma identidade ou qualidade própria e tenta se diferenciar completamente dos demais, acaba por sofrer influência direta das ações e ideologias do meio em que vive (MERLO; CERIBELI, 2013). 17 Figura 2. Fatores que influenciam o comportamento de compra dos consumidores. Fonte: Merlo e Ceribeli (2013). É importante ressaltar que é necessário analisar o comportamento do consumidor para atingir os valores reais que os clientes visam em cada segmento, pois seus desejos estão em constante mudança. Segundo Poser (2010), a decisão de consumo tem origem no desejo de adquirir um produto ou serviço, que consequentemente se torna uma necessidade de consumo. É importante analisar com precisão as diferenças entre clientes, consumidores e usuários de uma empresa, de forma que o cliente é alguém que paga por um produto ou serviço sem usufruir da sua aquisição, os usuários são os que usufruem do que adquiriram e os consumidores são os que fazem uso e pagam pelo produto ou serviço adquirido. Segundo Samara e Morsch (2012), no contexto atual da era da informação, um novo tipo de consumidor se originou, o qual pode ser descrito como um indivíduo com muitas facetas. [...] Ele consome bens e serviços em um mercado global, é consciente de seus direitos e exerce plenamente sua dimensão de cidadão, bem como utiliza a web cotidianamente para aprender, trabalhar e viver, além de ser mais bem informado (SAMARA; MORSCH, 2012, p. 246). Segundo Costa e Almeida Silva (2021) a internet está mudando o comportamento dos consumidores que preferem essa ferramenta para suas compras, 18 considerando-a rápida e segura, ressaltando que praticidade e agilidade são aspectos atrativos que fazem com que os clientes online optem por aderir a esse novo meio, que repercute diretamente no seu processo de compra. Os autores destacam que a internet possibilita segurança do anonimato, e tem ainda a vantagem de possibilitar o contato com todos sem sair de casa (COSTA; ALMEIDA SILVA, 2021). Graças à interatividade oferecida pela internet, o consumidor ganhou voz e poder de fato, e isso deu origem a um novo tipo de consumidor com perfil mais sofisticado e seletivo, pois tem à sua disposição os recursos da Internet, que permitem comparar marcas, modelos, produtos e preços (COSTA; ALMEIDA SILVA, 2021). Portanto, o cenário atual da Internet utilizada e explorada por pessoas de todas as idades e organizações de todos os tipos utiliza as redes sociais como uma de suas principais ferramentas para interagir com os usuários online. As mídias sociais, ou redes sociais, estão causando uma profunda mudança no comportamento das pessoas, principalmente dos mais jovens, e todas as práticas de negócios que não são acessíveis pelas mídias sociais estão sendo excluídas do mercado (COSTA; PICHI, 2017). Em um ambiente marcado pela fluidez dos acontecimentos, as redes sociais são vistas como a resposta de um ambiente de pura mutação, onde o rápido, o simples, o imediato impõe a sua supremacia sobre outras necessidades, argumentam Costa e Pichi (2017). Esse fenômeno mudou o conceito de espaço/tempo e com isso a duração de um dia não tem mais significado no ambiente virtual. As redes sociais são sites criados para possibilitar a cocriação de conteúdo, interação social e compartilhamento de informações em formatos distintos (MALHEIRO et al., 2019). Segundo Malheiro et al., (2019), as mídias sociais são espaços de expressão das redes sociais na Internet que apresentam mecanismos de personalização, oferecem a possibilidade de criação de um perfil público e possibilitam o desenvolvimento de interações nesse sistema. As redes sociais são assim espaços de interação entre os utilizadores onde podem dialogar, partilhar e criar informação. Dentro do cenário ofertado pelas redes sociais, Ferreira et al., (2017) menciona que para não ficar atrás de seus concorrentes, em decorrência do considerável desenvolvimento da tecnologia e do crescente uso da Internet, as empresas têm buscado aprimorar suas tecnologias. As redes sociais surgem com o importante papel de ferramentas de comunicação e promoção para as empresas, permitindo a 19 comunicação bidirecional entre as organizações e o cliente e recebendo feedback sobre os seus produtos e/ou serviços. Sampaio e Tavares (2017) destacam que antigamente os compradores seguiam um caminho de compra linear: reconhecimento do produto por meio de anúncios impressos, outdoors; consideração (processo de visitar a loja, ligar para o vendedor); intenção (solicitação do orçamento, comparação de produtos na loja); e finalmente decisão (comprar item na loja ou encomendar do catálogo). Porém, tal processo se alterou, visto que com as redes sociais os consumidores podem facilmente fornecer opiniões e feedback em plataformas de mídia social e sites de revisão, os fãs e inimigos da sua marca têm um palco global para expressar suas opiniões. O emprego das redes sociais com o auxílio de ferramentas de marketing, além de impactar na decisão de compra, permite que as empresas sejam cada vez mais eficazes e obtenham vantagem competitiva em relação às demais (SAMPAIO; TAVARES, 2017). É importante ressaltar que as empresas que utilizam essas estratégias a seu favor para conquistar, manter e fidelizar seus clientes, além de promover a imagem de sua marca ou de sua empresa, alcançam a satisfação de seus consumidores e, consequentemente, uma maior participação de mercado porque dialogam, tornam-se relevantes e, assim, atingem mais pessoas (MALHEIRO et al., 2019; KOTLER, 2021). Conforme Kotler (2021, p.13) “os computadores e Internetcausaram imensas mudanças comportamentais no processo de compra e venda”. Então, as empresas começaram a usar as mídias sociais para capitalizar as vendas e promover sua marca. Desta forma, tornou-se mais fácil a oferta dos produtos e serviços que correspondem aos ideais do consumidor, em linha com a ideia de Kotler e Keller (2006), nomeadamente o cumprimento dos requisitos de rentabilidade. Portanto, as empresas precisam utilizar e pesquisar essa ferramenta para analisar e se comunicar com os clientes para estabelecer uma conexão e assim manter um relacionamento duradouro e manter contato com seu público-alvo por meio das redes sociais onde foram influenciados acerca da decisão de compra do produto final. Para Kotler e Keller (2006) um cliente satisfeito comunica sua satisfação para com o produto recebido, o que leva a um resultado positivo para a marca ou empresa que foi analisada, o qual serve de informação para potenciais clientes, além de conferir uma imagem atrativa dos serviços ou produtos que são prestados ou oferecidos pela 20 empresa. Conforme apontam Valencia et al., (2014), o marketing digital torna possível o direcionamento dos esforços de marketing para o público-alvo definido pelas organizações, onde a mensagem é segmentada e enviada às pessoas certas de forma direta, eficaz e com um custo menor do que o gasto com as mídias tradicionais. Permite a segmentação do público através das redes sociais, permitindo que as empresas tornem as suas campanhas de marketing digital mais eficientes e mensuráveis. Isso é feito por meio de redes sociais ou mecanismos de busca, e o fluxo de informações entre as redes e os consumidores é conhecido como tráfego online. Mediante a estas informações, torna-se perceptível a importância desse tráfego online dentro das estratégias de marketing digital. Basicamente esse tráfego se divide em orgânico e pago. O tráfego orgânico é a quantidade de visitas ao site que chegam espontaneamente sem o uso de anúncios. Normalmente, esse tipo de tráfego vem de mecanismos de pesquisa como Google e Bing (FAUSTINO, 2019). O tráfego orgânico é justamente o principal objetivo de muitas empresas que investem no desenvolvimento de uma estratégia digital para atrair clientes, e para isso uma das estratégias utilizadas é o SEO (Search Engine Optimization), que se refere a melhoria dos mecanismos de busca, ou seja, tornar o site mais fácil para o Google encontrar (FAUSTINO, 2019). Já o tráfego pago é o que demanda investimento de recursos financeiros. E se o consumidor hoje prefere realizar suas compras e interagir pelas redes sociais (como demonstrado pelos autores citados acima), evidencia-se então a relevância de saber impulsionar com eficácia o seu alcance e resultados utilizando o tráfego pago (VALENCIA et al., 2014). Portanto, começa-se a notar o papel do profissional de marketing responsável por isso: o gestor de tráfego pago. 3.1.2 AS PRINCIPAIS FERRAMENTAS DE ANÚNCIOS ONLINE Segundo Kotler e Keller (2017), os consumidores são influenciados por três fatores na tomada de decisão de compra, em primeiro lugar, pelas comunicações de marketing em diversos meios como televisão, anúncios impressos ou online; em segundo lugar, por meio da opinião de terceiros, como amigos e familiares; e o terceiro influenciador é o conhecimento ou sentimento que as pessoas já têm sobre as marcas com base em experiências anteriores. 21 Como mencionado acima, os anúncios online fazem parte das decisões de compra dos consumidores e estão ganhando cada vez mais participação de mercado, segundo Caldas (2016) a tendência mundial é investir cada vez mais nesse tipo de publicidade, pois os consumidores estão principalmente online. De acordo com Kotler (2021), estas novas plataformas tecnológicas permitem atingir uma das grandes finalidades do marketing, nomeadamente uma melhor compreensão dos utilizadores e de cada segmentação de produtos e serviços. O autor afirma ainda que esta interação aproxima as empresas e as suas marcas dos consumidores, graças aos quais os utilizadores pertencentes a estas redes sociais partilham discussões e decisões de consumo com base nas recomendações dos seus amigos e contatos nesta plataforma. De acordo com Las Casas (2012), o Facebook Ads e o Google Ads (também conhecida como Google AdWords) estão entre as plataformas de mídia social colaborativa mais importantes. Em relação ao Facebook, Marcelino (2020) observa que este é uma ferramenta empregada por seus usuários para postar, curtir e compartilhar informações que lhes interessam, representando parte significativa de seus conteúdos compartilhados na web. Neste contexto, as empresas que utilizam esta nova ferramenta como mecanismo estratégico de marketing terão como objetivo alcançar um maior número de clientes e criar um vínculo de satisfação e maior fidelização, e consequentemente aumentar a sua quota de mercado. O Facebook fornece uma ferramenta em sua rede social chamada Facebook Ads, um recurso que que possibilita criar, personalizar e acompanhar anúncios no Facebook e no Instagram. No entanto, isso também acarreta uma barreira a ser ultrapassada, visto que usuário não está realmente procurando a oferta. Assim sendo, o anúncio deve ser atrativo o suficiente para gerar interesse e cliques, pois segundo Adolpho (2011) vive- se em uma falta de tempo de publicidade, que requer uma resposta imediata, por isso se gasta apenas alguns segundos nas informações que são apresentadas aos usuários desta rede social. Isso confirma as próprias métricas do Facebook, observando que os usuários gastam cerca de 2,5 segundos em cada postagem visualizada no desktop e apenas 1,7 segundo no celular. O Google é uma empresa multinacional de software e serviços online com sede nos Estados Unidos. Desde o início, a missão declarada da empresa era organizar a informação do mundo e torná-la universalmente acessível e útil, afirmam Araújo e Santos (2017). O Google possui diversos recursos, tal como o Google Ads, que é uma 22 ferramenta empregada para divulgação, de forma que ela atua no desenvolvimento de anúncios de aplicativos, bem como também distribui facilmente vídeos e gráficos, com fácil integração e design atraente. Com isso, o Adwords é o meio de comunicação preferencial na área de distribuição digital. O Google Ads funciona com 4 mecanismos: anúncios de texto, gráficos, vídeos e aplicativos, sendo que cada um funciona de forma diferente, mas com o mesmo objetivo, que é atuar na divulgação (ARAÚJO, SANTOS, 2017). O Google Ads é uma ferramenta de promoção de marcas e produtos que pode ser usado para promover novos usos de produtos ou promoções de marca de várias maneiras. Este faz análises, fornece retorno sobre os gastos e gerencia apenas a divulgação, sendo ótimo para pequenas e grandes empresas, embora seja uma ferramenta paga. Sendo uma ferramenta do Google, pode ser integrada com o Google Analytics para promover um melhor aproveitamento da análise de divulgação do Ads, visto que ambos são da mesma empresa e com isso a integração é bastante fácil, sem demandar do auxílio de técnico (ARAÚJO, SANTOS, 2017). O Google Ads cumpre todos os quatro P`s do marketing. O usuário controla o preço emitido, onde é divulgado (praça), as promoções que estão em execução ou já foram realizadas e o próprio produto, tendo fácil controle sobre os mesmos. Pode ser considerado uma ferramenta de divulgação perfeita, e quando integrado ao Analytics fica ainda melhor, pois gerencia as análises realizadas e fornece feedbacks de fácil compreensão (FREITAS, 2019). Para Freitas (2019), portanto, o profissional, mesmo iniciante no marketing e sendo novo nesta área, consegue manusear a ferramenta em perfeitas condições, de modo que, dada a sua facilidade de uso, a ferramenta possa ser usada por qualquer funcionário que é responsável peladivulgação da empresa. 3.2 BREVES CONSIDERAÇÕES SOBRE DADOS E PRIVACIDADE VERSUS ANÚNCIOS ONLINE O acesso aos dados pode facilitar as interações entre marcas e consumidores e possibilitar às empresas adequar o conteúdo às necessidades de seu público-alvo (VALENCIA et al., 2014; RAMOS, 2019) Como apontam Fugazza e Saldanha (2017), os profissionais de marketing digital precisam unir a experiência personalizada. em conformidade com os regulamentos sobre dados e privacidade. 23 Falando sobre tráfego pago e marketing digital, fala-se sobre alcançar usuários online. E todas as pessoas que fazem uso das inúmeras ferramentas disponíveis na internet, nas mais diversas áreas e finalidades, acabam por deixar vestígios e informações sobre si e, consequentemente, sobre os seus dados pessoais. Nesse contexto, para proteger o direito à privacidade, foi promulgada no Brasil a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), que visa regulamentar o tratamento de dados pessoais de qualquer pessoa física ou jurídica no Brasil (RAMOS, 2019). Ressalta-se que os dados pessoais coletados podem estar relacionados à uma universalidade de informações baseadas em dados cadastrais como nome, endereço, e-mail, endereço IP, dados biométricos, raça, saúde (LIMA, 2014). As redes sociais destacam-se como plataformas para o recolhimento destes dados, que geralmente são feitos através de testes pensados para serem atrativos para os usuários e que, mediante aceitação destes, têm acesso a vários de seus dados, como nome, idade, e-mail e quaisquer fotos incluídas no perfil do usuário (FUGAZZA; SALDANHA, 2017). No decorrer da história mundial, os aspectos associados aos diversos contextos da vida mudam, principalmente os associados a economia. Assim, com o surgimento da internet nos espaços sociais nela existentes e das tecnologias da informação de uma forma geral; a consumação da ideia de uma economia global que é uma economia global da informação, prevê-se uma utilização dos dados pessoais para fins comerciais, nomeadamente nos domínios da publicidade, da propaganda e do marketing. Um exemplo desse processo é o Google, já que essa empresa se reorganizou à medida que se expandiu para além de uma ferramenta de busca, sendo os serviços de publicidade da plataforma sua principal fonte de receita (MATTIUZZO, 2018). Isso deu origem ao Google Ads, a plataforma que realiza publicidade para anunciantes por meio de um elaborado tipo de leilão. A forma aplicada é a venda de espaço publicitário, que varia de acordo com a escolha do anunciante e pode ser publicado nos próprios resultados de busca do Google ou mesmo em qualquer site pago pelo Google. Neste sentido, a expansão do Google só se deu através do aumento da captação dos dados pessoais recolhidos junto dos usuários nos vários serviços oferecidos por ele. Verifica-se então que seus serviços promovem a combinação do comportamento online dos usuários com as oportunidades publicitárias (MATTIUZZO, 2018). 24 O sistema eficiente do Google para veicular seus anúncios usa um algoritmo que calcula a relevância de um anúncio de forma diferente para cada usuário. Na verdade, o algoritmo personaliza a busca de cada um com base no histórico de buscas anteriores e também nos dados coletados dos usuários durante sua navegação no YouTube, Gmail e outros sites relacionados. Devido à grande quantidade de informações que o Google recebe por meio de seus serviços e de outros parceiros, a empresa consegue identificar seus usuários com base nos dados de identificação pessoal: nome, endereço, horário habitual de dormir e estado de saúde (MATTIUZZI, 2018). O Google afirma que os dados pessoais que coleta serão usados apenas para fins publicitários próprios e não serão vendidos a terceiros, além do fato de que o processo que executa essa função é totalmente automatizado e não envolve nenhum envolvimento humano. No que diz respeito às soluções de privacidade, o Google adota uma posição autorreguladora em que cada utilizador pode configurar a plataforma MyActivity de acordo com as suas preferências: concordar ou não com a recolha de determinados dados e informações pessoais. No entanto, observa-se certa complexidade, pois a configuração exige um alto nível de conhecimento digital por parte do usuário, da própria plataforma e seu engajamento espontâneo (MATTIUZZI, 2018). Outro exemplo relevante é a rede social Facebook, cuja principal fonte de renda, como o Google, é a publicidade. No entanto, ao contrário do Google, o funcionamento acerca da recolha e utilização de dados pessoais não é claro. O diretor geral da empresa garante que os dados coletados na rede social dos usuários não serão vendidos, mas também garante de forma inconsistente que todos os movimentos e informações coletadas dos usuários da rede social serão armazenados (HIRATA, 2014). Nesse contexto, para Ramos (2019), um dos pontos mais preocupantes sobre a relação entre dados e privacidade em relação à publicidade online não é apenas a coleta de dados em si, até porque a publicidade efetiva depende diretamente disso, mas sim a forma como os dados são coletados e utilizados e a carência de transparência para o usuário. 25 3.3 TRÁFEGO PAGO E SEUS PROFISSIONAIS Tráfego, principalmente no âmbito digital, é um termo empregue para o fluxo que leva uma pessoa do ponto “A” para um ponto específico “B” (JÚNIOR; RIBEIRO, 2019). Os autores também apontam que a maior parte do tráfego online utilizado para estratégias de marketing digital vem das redes sociais em decorrência do baixo custo de investimento e facilidade de acesso (JÚNIOR; RIBEIRO. 2019). Adicionalmente, Magalhães (2014) menciona que o tráfego se refere ao número de pessoas trazidas para um determinado website. Para que o tráfego surja, ou seja, se tenha um fluxo de pessoas navegando na internet, é necessária uma fonte de tráfego que as leve de um ponto a outro e existem quatro tipos principais de fontes de tráfego: ● Tráfego direto: tráfego que chega diretamente ao website, ou seja, o usuário acessa sem nenhum intermediário ou fonte de tráfego. ● Tráfego de referência: tráfego que provém de um website a partir de cliques em links em páginas de outros websites ou aplicativos. ● Tráfego de pesquisa: tráfego que chega de resultados de pesquisa através de mecanismos de busca online, como o google ou Yahoo. ● Outros: campanhas de email, anúncios em sites, afiliados (pessoas que divulgam um produto em troca de comissão), entre outros (MAGALLHÃES, 2014, p.9). Tomič e Šupín (2019) argumentam que existem várias formas de aumentar o tráfego para uma página ou aplicativo, seja ele orgânico ou pago. Os autores acima ressaltam que é possível ampliar a visibilidade de um site ou página da web por meio de estratégias que não requerem recursos econômicos, sendo estas estratégias conhecidas como tráfego orgânico, ou seja, o tráfego online que não demanda de nenhum dispêndio financeiro para ocorrer (TOMIČ; ŠUPÍN, 2019). No entanto, além de aumentar organicamente o volume de tráfego em uma determinada página, também é possível fazê-lo de forma paga através do tráfego pago. De acordo com Chaffey e Ellis-Chadwick (2019), tráfego pago, também conhecido como mídia paga, é uma abordagem na qual é feito um investimento financeiro em termos de número de visitantes, alcance, conversões ou outros objetivos, via mecanismos de busca ou redes sociais e isso é conseguido através da publicidade online. No que se refere às distintas possibilidades de estratégias de publicidade que grandes, médias ou pequenas empresas podem utilizar nas redes sociais, destacam- se as estratégias baseadas em tráfego pago. Tráfego pago consiste no investimento 26 monetário direto em publicidade apropriada para a mídia na qual se deseja promover a divulgação e que pode produzir resultados mais rápidose eficazes. A referida estratégia de publicidade é uma das formas que as empresas adotam para promover seus produtos ou serviços para atingir seu público-alvo (CARMO, 2021). Conforme dados da Statista (2021), uma das maiores plataformas de dados para negócios do mundo, o mercado de publicidade online foi responsável por movimentar no ano de 2020 cerca de 578 bilhões de dólares investidos em campanhas de tráfego pago, apresentando uma previsão de crescimento em torno de 24,2% até o ano de 2024. Com relação aos anos de 2021 a 2024, estima-se que as previsões de investimentos em tráfego pago venham a superar os seiscentos bilhões de dólares por ano. Kotler (2007) há tempos atrás já argumentava que o marketing digital é a maneira de marketing que mais cresce e que o uso dessa ferramenta impacta consumidores e vendedores. Segundo Magalhães (2014), para que os anúncios online cheguem às pessoas, é necessário criar campanhas de tráfego pago por meio de redes sociais como Facebook e/ou Google. Raudeliūnienė et al., (2018) conceituam as campanhas de tráfego pago nas redes sociais como uma ferramenta de comunicação de duração fixa com um público-alvo definido, aplicada por uma organização que busca informar, motivar, persuadir ou influenciar seu público-alvo para atingir os seus objetivos organizacionais e objetivos estratégicos usando para tanto as redes sociais e suas plataformas. Ainda de acordo com Raudeliūnienė et al., (2018) é possível colocar anúncios online em qualquer rede social, dependendo dos objetivos da organização em questão. Quando essas estratégias estão alinhadas com as metas e objetivos da organização e da campanha nas redes sociais, Carmo (2021) destaca que é possível atingir as metas desejadas com o mínimo de custo e risco possível. A publicidade online pode envolver estratégias para atingir os públicos desejados, tais como utilizar palavras-chave e segmentar o público conforme seus hábitos, para que os anúncios sejam exibidos exclusivamente para o nicho que melhor se adequa aos interesses da empresa (SOUSA, 2013). Essa estratégia está alinhada com a proposta do Facebook e do Google de servir conteúdo aos usuários em ordem de relevância, que é determinada por meio do algoritmo da plataforma. Isto é, quanto mais afinidade o usuário tiver com um nicho específico, maior a probabilidade de os anúncios serem veiculados nesse nicho. Além 27 disso, o tráfego pago também possibilita a obtenção de métricas precisas por meio da análise de relatórios que são gerados pela plataforma em que se faz o anúncio, ofertando assim uma perspectiva mais clara de todos os aspectos da campanha (VIEIRA, 2015). A flexibilidade em termos do valor investido também é um aspecto positivo desse tipo de ferramenta de divulgação. Por exemplo, o Facebook Ads permite um início mínimo de R$ 6,00 por dia, o qual é investido conforme o orçamento disponível, de forma que o valor investido poderá vir a ser, até certo ponto, diretamente proporcional a taxa de retorno (POWELL et al., 2011). Outro benefício do tráfego pago é a oportunidade de aumentar o alcance da marca. Com os anúncios pagos, é possível remover as barreiras geográficas e a limitação de alcance apenas ao número de seguidores da página da marca, aproximando a mesma de potenciais consumidores, que por sua vez irão conhecer a marca, tendo consciência de sua presença online como também do valor dessa presença (POWELL et al., 2011; VIEIRA, 2015). Considerando o impacto do tráfego pago, destaca-se o papel do profissional que nele atua, neste caso o gestor de tráfego, que é tido como o nome mais comum no meio, contudo, ainda não é uma profissão amplamente reconhecida. O gestor de tráfego é responsável por criar, monitorar e otimizar campanhas de tráfego pago em distintos canais. É especializado na criação de anúncios online usando ferramentas de marketing digital. Com base nas necessidades estratégicas demandadas pela marca, bem como seus objetivos de mídia, esse gestor cria, monitora e otimiza os anúncios digitais do cliente para obter resultados mais positivos (GUIMARÃES, 2021). Cabe também a este profissional atingir os objetivos traçados para a marca, e para tanto, o gestor atua pensando nos KPIs – Key Performance Indicators (Indicadores Chave de Performance) que precisa entregar ao cliente. Isso inclui maior engajamento, maior taxa de conversão (métrica muito utilizada para mensurar os resultados no marketing digital), maior reconhecimento da marca e muito mais. Assim, o gestor de tráfego é tido como um especialista em tráfego pago, e se concentra exclusivamente nesses tipos de anúncios (GUIMARÃES, 2021). Em outras palavras, Guimarães (2021) enfatiza que o gestor de tráfego pago é o profissional que gerencia os anúncios que aparecem nos diversos canais digitais por meio de patrocínio. 28 4 PESQUISA DE CAMPO Atualmente, com o crescente investimento em tráfego online como parte das estratégias de marketing digital (CARMO, 2021), muitas empresas têm abraçado o uso da internet e das mídias sociais como forma de engajar clientes por meio de publicidade e compra de tráfego para ganhar atenção dos usuários, justamente pela mudança em seu perfil de consumidor (KOTLER; 2017). Assim sendo, o estudo em questão busca traçar o perfil profissional do gestor de tráfego pago a partir da percepção de diversos profissionais que atuam nesta área que se encontram presentes em uma comunidade no Facebook com 136 mil membros da profissão. Tendo como motivação do estudo justamente a curta bibliografia que trata diretamente sobre esta área de atuação profissional no Brasil e também pelo fato do autor deste estudo, aqui exposto, exercer esta profissão. 4.1 METODOLOGIA O presente estudo adotou como metodologia a pesquisa descritiva, a qual conforme pontua Rampazzo (2005) pode ser definida como aquela que descreve uma realidade, uma vez que tem como objetivo conhecer as características de determinada população, examinando as possíveis relações entre as variáveis. Assim, a pesquisa descritiva costuma ser delimitada pelo levantamento de dados, e pode-se observar que em alguns casos a pesquisa descritiva se aproxima da explicativa, no momento em que o pesquisador também tenta estabelecer a ligação entre os fatos (GIL, 2008). Como menciona Vergara (2007), a pesquisa explicativa analisa um fenômeno para esclarecê-lo, torná-lo compreensível ou justificá-lo a partir de uma investigação descritiva previamente realizada. Assim, adotou-se como abordagem a pesquisa quantitativa. Para isso foi realizado um estudo de campo que busca representar a população estudada abordando as questões propostas sobre condição financeira, classe social, desemprego, tempo de trabalho e experiência profissional. Nesse tipo de estudo, como aponta Vergara (2007), o conhecimento do contexto em que está inserido é essencial para compreender e analisar os dados obtidos durante a investigação, a fim de representar plena e profundamente a realidade, focalizando o caso como um todo. Assim, o estudo adota como instrumento de coleta de dados o questionário, o qual foi viabilizado apenas em comunidade 29 privada da profissão na rede social Facebook, buscando garantir o atingimento de respondentes que exerçam verdadeiramente a função objeto desta pesquisa. O questionário foi desenvolvido por meio do aplicativo do Google Forms, tendo como objeto de pesquisa os profissionais que atuam com tráfego pago, com um total de 50 respondentes dentre os 136 mil membros da comunidade. 30 5 RESULTADOS E DISCUSSÃO No atual contexto da sociedade, grande parte das empresas compreenderam que é extremamente importante ter uma presença significativa no mundo digital e, como resultado, as mídias sociais se tornaramcríticas para o sucesso do marketing na internet. Esse cenário gerou a necessidade de estratégias e ferramentas para atingir cada vez mais pessoas e conseguir seu espaço no mercado e na atenção do consumidor nas redes sociais. Dentre essas ferramentas, destaca-se a gestão de anúncios patrocinados, que correspondem aos anúncios criados para empresas que tentam encontrar milhares de potenciais clientes no Facebook, Google e demais redes. Este serviço tem a possibilidade de ser encontrado por potenciais clientes que procuram produtos ou serviços na internet. Gerenciar anúncios patrocinados também é conhecido como gestão de tráfego pago, que é colocar o anúncio certo na frente da pessoa certa no momento certo. Assim, o crescimento exponencial das redes sociais e do marketing digital criou profissionais especializados na promoção e gestão deste tipo de marketing, entre os quais se destaca o gestor de tráfego pago. Neste sentido, o estudo em questão promoveu um levantamento de dados em uma comunidade profissional privada da rede social Facebook intitulada “Profissão Gestor de Tráfego” com 136 mil membros. O estudo ficou disponível na comunidade durante 10 dias, e conseguiu alcançar uma amostragem de 50 respondentes. Primeiramente deu-se o levantamento acerca das informações pessoais desses profissionais. A Figura 1 mostra que os profissionais que participaram da pesquisa são compostos quase que majoritariamente por homens (90%), sendo as mulheres uma minoria (10%), sem nenhuma resposta na alternativa aberta para outras identificações de gênero. Os dados obtidos alinham-se com pesquisa do Digital Marketing Institute, que sugere que, embora as mulheres sejam 11% mais eficientes em tecnologia e marketing do que os homens, elas representam apenas 30% da força de trabalho de marketing digital e apenas 6,5% dos cargos gerenciais nessa área. Além disso, 71,7% da força de trabalho total de marketing digital é do sexo masculino. 31 Figura 1. Qual é o seu sexo? Fonte: Resultados originais da pesquisa. Do total de respondentes, tem-se como mostra a Figura 2, que 54% se encontra entre os 26 a 40 anos; 38% abaixo dos 25 anos e 8% entre 41 e 64 anos. Esses dados mostram que parte considerável se situam abaixo dos 40 anos, o que é condizente com a pesquisa da MAIKON.biz realizada em 2016, sobre o Panorama do profissional de Marketing Digital no Brasil que apontou que a idade da maioria dos profissionais de marketing digital situa-se entre os 26 a 33 anos. Tendo em vista a idade dos mesmos, o perfil destes respondentes é composto ainda por profissionais tanto casados quanto solteiros, como indicado na Figura 3. Figura 2. Qual sua faixa etária? Fonte: Resultados originais da pesquisa. 32 Figura 3. Qual é o seu estado civil? Fonte: Resultados originais da pesquisa. Quanto à cor ou raça/etnia dos respondentes, verifica-se pela Figura 4 que pouco mais da metade (56%) dos respondentes são brancos, sendo os demais pardos (26%), pretos (12%) e uma minoria amarelos ou indígenas. Pode-se dizer que o mercado de trabalho em geral ainda é excludente com as minorias, com ênfase para as mulheres, pessoas negras. No campo da tecnologia não é diferente. Como outros campos, a tecnologia é predominantemente ocupada por homens brancos. Uma pesquisa realizada pela PretaLab em colaboração com a consultoria global de software ThoughtWorks mostra que em 32,7% dos casos, não há nenhum negro nas equipes de trabalho de tecnologia. Em 68,5% das análises, as pessoas de cor representam 10% ou menos da força de trabalho nas equipes de trabalho em tecnologia. E 21% dos entrevistados responderam que não há mulheres em suas equipes. Figura 4. Qual é a sua cor ou raça/etnia? Fonte: Resultados originais da pesquisa. 33 No que se refere à escolaridade dos respondentes, estes são compostos tanto por profissionais com nível superior (56%) como por profissionais com ensino médio (42%) e uma minoria com ensino fundamental (2%), conforme mostra a Figura 5. Denotando que por ser uma profissão online, jovem, e com seu conhecimento ainda muito repassado pela própria internet, não demanda exclusivamente de profissionais com ensino superior. Figura 5. Qual seu nível de escolaridade? Fonte: Resultados originais da pesquisa. Tendo em vista os diferentes níveis de escolaridade, a renda mensal média varia de forma considerável, conforme visto na Figura 6, sendo que menos da metade ganham (34%) acima de R$ 6.001,00 e uma parcela mínima (8%) ganha até R$ 1.000. Fazendo um comparativo da renda mensal média dos respondentes com a renda antes de iniciarem sua carreira na área de marketing digital que lida com tráfego pago, verifica-se conforme Figura 7, que houve um considerável aumento, visto que mais a metade (78%) ganhavam até R$ 3.000,00, e agora apenas 28% ganham até esse valor de R$ 3.000,00. 34 Figura 6. Qual sua faixa de renda mensal média? Fonte: Resultados originais da pesquisa. Figura 7. Qual era a sua renda mensal média antes de trabalhar nessa área? Fonte: Resultados originais da pesquisa. Considerando o acréscimo do poder aquisitivo dos respondentes, levando em conta a variedade da renda mensal dos mesmos, a Figura 8 indica um valor de patrimônio bastante diversificado, com profissionais que possuem patrimônio acima de R$ 100.000 (26%) como também que possuem patrimônio de até R$ 5.000 (24%). 35 Figura 8. Qual o valor aproximado do seu patrimônio (investimentos, imóveis, veículos, equipamentos e etc.)? Fonte: Resultados originais da pesquisa. Considerando especificamente as questões associadas ao tráfego pago, verifica-se pela Figura 9 que os profissionais consideram razoável o seu conhecimento acerca do tráfego pago, sendo que 40% considera seu conhecimento como elevado, enquanto 58% considera médio e 2% apenas considera como baixo. Figura 9. Como você classificaria seu conhecimento em Tráfego Pago? Fonte: Resultados originais da pesquisa. O conhecimento dos profissionais sobre o tráfego pago são condizentes com sua dedicação para estudar sobre tráfego pago e áreas correlatas, conforme mostra a Figura 10. Com um total 88% estudando sobre ao menos 1 vez por semana. 36 Figura 10. Com que frequência você estuda sobre tráfego pago e áreas correlatas? Fonte: Resultados originais da pesquisa. Quanto ao contato desses profissionais com o tráfego pago, verifica-se pela Figura 11 que quase metade dos respondentes (46%) tiveram o primeiro contato com a profissão justamente por meio de anúncios vendendo cursos. Ou seja, a própria forma de conhecimento com o tráfego pago relatada já indica o poder de influência promovido pelas estratégias de marketing digital. Figura 11. Como ouviu falar pela primeira vez sobre Tráfego pago? Fonte: Resultados originais da pesquisa. Quanto à motivação para iniciar uma carreira nesta profissão, a mesma é amplamente diversificada, como mostra a Figura 12, variando deste desemprego, até a vontade de iniciar uma carreira como empreendedor ou ganhar renda extra. 37 Figura 12. Qual foi a sua principal motivação para entrar nessa profissão? Fonte: Resultados originais da pesquisa. Acerca do tipo de contrato que este profissional utiliza, tem-se que parte considerável dos respondentes (68%) relataram que trabalham com o contrato do tipo pessoa jurídica, prestando serviços para 1 ou mais clientes, enquanto uma parcela menor (30%) trabalha com contrato via agência, possuindo 2 funcionários e 2 ou mais clientes, conforme indica a Figura 13. E unindo esses dados com os expostos na Figura 12, fica ressaltado o perfil empreendedor de boa parte desses profissionais, à medida que tiveram como motivação iniciar o seu próprio negócio e98% exercem suas atividades através de seu próprio CNPJ. Figura 13. Qual formato de contrato você utiliza/prefere? Fonte: Resultados originais da pesquisa. 38 Acerca da execução do trabalho dos respondentes, a Figura 14 mostra que o perfil de horas trabalhadas diariamente varia consideravelmente, de forma que 78% dos respondentes trabalham acima de 5 horas diárias. Devido a essa flexibilidade quanto ao tempo gasto diariamente na execução do trabalho os profissionais podem exercer outras atividades relacionadas a área de marketing digital, conforme verifica- se pela Figura 15. Figura 14. Quantas horas você trabalha por dia, em média? Fonte: Resultados originais da pesquisa. Figura 15. Você exerce ou já exerceu outros serviços relacionados? (selecione quais) Fonte: Resultados originais da pesquisa. Esses dados são condizentes com o perfil da profissão, o qual possibilita o trabalho de forma remota, seja na residência dos profissionais ou em outro local de sua escolha, a qual é tida como a forma preferida pelos respondentes, como mostra 39 a Figura 16. Alinhando-se também com as características empreendedoras já ressaltadas anteriormente. Figura 16. Qual opção representa melhor a sua preferência por local de trabalho? Fonte: Resultados originais da pesquisa. Por fim, para compreender o perfil de atuação do gestor de tráfego, destaca-se que estes profissionais se sentem consideravelmente responsáveis pelo dinheiro investido pelo seu cliente/contratante em tráfego pago, indica a Figura 17. Figura 17. Selecione de 1 a 10 o quanto você se sente responsável pelo dinheiro investido (do seu cliente/contratante) no tráfego pago: Fonte: Resultados originais da pesquisa. Entende-se então que a gestão de tráfego pago é a estratégia de marketing digital que tem como objetivo atrair mais visitantes para uma página na internet por meio da veiculação de anúncios. E, neste caso, o gestor de tráfego é o profissional certo para colocar essa estratégia em prática. A referida profissão, também conhecida 40 como gestão de mídia paga, é uma posição difícil de preencher nas empresas devido à falta de especialistas qualificados. Ao mesmo tempo, é um papel promissor para aqueles que desejam entrar em uma área que deve crescer nos próximos anos. Assim, com base nos dados apresentados, entende-se que o perfil do gestor de tráfego pago é de um profissional bem dinâmico, portanto suas funções podem variar dependendo da organização ou empresa e dependendo da complexidade do trabalho, outras funções ou até mesmo competências podem ser exercidas. Com isso, fica visível seu perfil empreendedor, pois esse profissional tem flexibilidade de horários para aprender e se dedicar a atividades complementares e outros serviços além de, em sua maioria aqui exposta, preferir trabalhar em seus próprios locais e prestar serviços para mais de uma contratante. Com boa parcela tendo até mesmo funcionários contratados. Com isto, se fôssemos estratificar os dados coletados neste trabalho buscando identificar um indivíduo como o representante da profissão “gestor de tráfego pago”, este seria um homem, branco e solteiro, com idade entre 26 e 40 anos, que foi impactado por algum anúncio ou publicidade que lhe apresentava a gestão de tráfego pago e enxergou nesta uma boa oportunidade de empreendimento. Possui alto senso de responsabilidade e estuda mais de 3 vezes por semana sobre sua área por considerar seu conhecimento ainda como “médio”. E que saiu de uma renda média de mil a 3 mil reais por mês para 3 mil a 6 mil por mês, após abrir sua própria empresa e se tornar um gestor de tráfego pago, possuindo um patrimônio de mais de 50 mil reais. Realiza outros serviços relativos ao marketing além da gestão de tráfego pago e term preferência por trabalhar remotamente em local de sua escolha. 41 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS Com o avanço da tecnologia e a necessidade de os negócios migrarem de forma decisiva para o universo digital, o gestor de tráfego tornou-se mais conhecido e procurado no mercado. Assim, essa profissão tornou-se cada vez mais importante e relevante já que qualquer negócio com presença na internet precisa de geração de tráfego para crescer. A gestão de tráfego é uma ferramenta cada vez mais utilizada pelas empresas para atrair mais visitantes aos seus websites e redes sociais. É, portanto, de esperar que a procura por trabalhadores qualificados nesta área continue a aumentar. Assim, considerando o problema levantado no estudo, o qual busca compreender o perfil dos indivíduos responsáveis por gerir as ferramentas de tráfego online pago, tem-se que o mesmo se configura como um profissional que está antenado às oportunidades de criação e ampliação de novos negócios. Tal cenário confirma a hipótese aqui proposta, que considera que o gestor de tráfego possui um perfil empreendedor, à medida que visa prestar serviços para mais de um cliente e crescer financeiramente. E com base nas referências aqui levantadas, a atuação deste profissional deve ser pautada em estratégias adequadas e assertivas para conseguir aumentar as vendas e posicionar melhor uma marca no mercado. Diante do exposto, acredita-se que o presente trabalho traz uma contribuição relevante para o meio científico, pois ajuda a aumentar a discussão de temas que apresentam uma crescente representatividade, mas ainda carecem de mais estudos, principalmente no contexto brasileiro, como estratégias de marketing digital, tráfego online pago e o perfil profissional do gestor de tráfego pago. Como contribuição prática, espera-se que o presente estudo tenha apresentado algumas contribuições. Primeiro, ao apresentar os benefícios e algumas oportunidades que o tráfego pago traz, principalmente para os profissionais que atuam nesta área. Além disso, apesar de muitos profissionais de marketing digital já se especializarem em tráfego pago, ainda há muita pesquisa a ser feita, portanto, a análise desta pesquisa também pode fomentar o uso de tráfego pago por parte de outros profissionais que almejam crescimento. Ademais, os resultados obtidos podem não ser completamente abrangentes, em decorrência tanto das restrições de tempo como da natureza quantitativa da metodologia do estudo. E não têm a pretensão de indicar como realidade absoluta da 42 população, o perfil traçado. Além disso, uma análise estatística mais ampla de uma coorte maior de participantes teria sido considerada se o investigador tivesse mais tempo para coletar e analisar os dados. Ressalta-se que estudos futuros podem ampliar a discussão sobre o perfil dos responsáveis pela gestão das ferramentas de tráfego online pago. Portanto, para estudos futuros, pode-se considerar a possibilidade de examinar um número maior de profissionais. 43 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ADOLPHO, Conrado. Os 8 Ps do Marketing Digital: O guia estratégico de Marketing Digital. São Paulo: Novatec Editora Ltda., 2011. ARAGÃO, F. B. P., FARIAS, F. G., DE OLIVEIRA MOTA, M., DE FREITAS, A. A. F. Curtiu, comentou, comprou. 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