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GESTÃO DE RISCOS NO PROCESSO DE IMPORTAÇÃO DE PRODUTOS À BASE DE CANNABIS

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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE 
FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO E CIÊNCIAS CONTÁBEIS 
GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO 
 
 
 
 
 
MATHEUS CUNHA CARDOZO 
 
 
 
 
GESTÃO DE RISCOS NO PROCESSO DE 
IMPORTAÇÃO DE PRODUTOS À BASE DE CANNABIS 
 
 
 
 Orientador: João Alberto Neves dos Santos DSc. 
 
 
 
 
Niterói 
2022 
 
2 
 UFF- UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE 
 
 
 
MATHEUS CUNHA CARDOZO 
 
 
 
 
 
 
 
GESTÃO DE RISCOS NO PROCESSO DE IMPORTAÇÃO DE PRODUTOS À 
BASE DE CANNABIS 
 
 
 
 
 
 
Trabalho de conclusão de curso de graduação 
apresentado à Faculdade de Administração e 
Ciências Contábeis da Universidade Federal 
Fluminense como requisito parcial para a 
obtenção do título de Bacharel em 
Administração. 
 
 
 
 
 
 
 
Orientador: 
JOÃO ALBERTO NEVES DOS SANTOS DSc. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Niterói/RJ 
2022 
 
3 
 
 
 
ORIENTADOR: Prof. João Alberto Neves dos Santos DSc. 
 
 
MATHEUS CUNHA CARDOZO 
 
 
 
GESTÃO DE RISCOS NO PROCESSO DE IMPORTAÇÃO DE PRODUTOS 
À BASE DE CANNABIS 
 
 
Monografia aprovada pela Banca Examinadora do Curso de Administração da 
Universidade Federal Fluminense – UFF 
 
Rio de Janeiro, 01 de julho de 2022. 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
__________________________________________ 
Prof. João Alberto Neves dos Santos DSc. (orientador) 
UFF – Universidade Federal Fluminense 
 
__________________________________________ 
Prof. Ivando Silva de Faria DSc. 
UFF – Universidade Federal Fluminense 
 
__________________________________________ 
Prof. Fabio Roberto Bárbolo Alonso DSc. 
UFF – Universidade Federal Fluminense 
 
 
4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
Dedicatória 
 
Dedico à minha família e amigos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
 
Agradecimentos 
 
Agradeço aos amigos e família pelo apoio incondicional, e aos meus professores por 
todo o aprendizado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“O começo de todas as ciências, está no espanto das coisas serem o que são.” 
Aristóteles. 
 
 
8 
RESUMO 
O presente estudo pretende analisar o gerenciamento de riscos nos processos de 
importação de produtos à base de cannabis. Considera-se o gerenciamento que 
propicia a proteção da carga, a melhor condução dos processos burocráticos e 
questões relacionadas com as liberações, apresentação de documentos, demandas 
fiscais, logísticas que possibilitam a finalização da importação. Nesse viés, busca-se 
investigar o problema de mensuração dos principais riscos no campo da importação 
de produtos canábicos no país, além de apresentar as variáveis que se relacionam 
com a gestão de risco em vista das necessidades do mercado e da complexidade dos 
processos aduaneiros. 
Palavras-chaves: Gestão de Riscos. Cannabis. Aduana. Importação. Anvisa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
ABSTRACT 
The present study intends to analyze risk management in the processes of importing 
cannabis-based products. Management is considered to provide cargo protection, 
better management of bureaucratic processes and issues related to releases, 
presentation of documents, tax demands, logistics that make it possible to complete 
the import. In this bias, we seek to investigate the problem of measuring the main risks 
in the field of importing cannabis products in the country, in addition to presenting the 
variables that relate to risk management in view of market needs and the complexity 
of customs processes. 
Keywords: Risk management. cannabis. Customs. Import. Anvisa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
LISTA DE FIGURAS 
 
FIGURA 1 - Canabinóides derivados da Cannabis e produtos sintéticos 
disponíveis para uso medicinal………………………………………………… 
 
13 
FIGURA 2 - Benefícios na gestão de riscos…………………………………... 15 
FIGURA 3 - Priorização no tratamento de riscos …………………………… 20 
FIGURA 4 - Gerenciamento de riscos na Aduana ………………………….. 25 
FIGURA 5 - Produtos à base de cannabis que podem ser importados ...... 28 
FIGURA 6 – Mapa da gestão de riscos aduaneiros…………………………… 30 
FIGURA 7 - Escala gestão de risco aduaneiro ……..................................... 30 
FIGURA 8 – Diagrama de verificação de riscos ...................................…… 38 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO...................................................................................... 13 
1.1 Contextualização................................................................................... 17 
1.2 O Problema........................................................................................... 18 
1.3 
1.3.1 
1.3.2 
Objetivos…………………………………………………………………...... 
Geral..............................................................................................….... 
Específicos............................................................................................ 
18 
18 
18 
1.4 Relevância do Estudo……………………………………………………… 18 
1.5 Delimitação do Tema………………………………………………………. 17 
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA …………………………....................... 19 
2.1 Risco………………………………......................................................... 19 
2.2 Gestão do Risco…………………………………………………………… 22 
2.3 Processos Aduaneiros……………………………………………………... 24 
2.4 
2.5 
Gestão do Risco em Importações de Produtos à Base de Cannabis… 
Ferramentas de Gestão do Risco.......................................................... 
27 
29 
3 
3.1 
3.2 
3.2.1 
3.2.2 
 
3.2.3 
3.2.4 
3.2.5 
3.2.6 
3.3 
3.4 
METODOLOGIA DE PESQUISA.......................................................... 
Universo da Pesquisa e Coleta de Dados............................................. 
Etapas da Pesquisa............................................................................... 
Etapa 1: Revisão Bibliográfica............................................................... 
Etapa 2: Identificação da Empresa Estudo de Caso e Processo a ser 
estudado................................................................................................ 
Etapa 3: Levantamento dos Eventos de Risco...................................... 
Etapa 4: Elaboração da Matriz de Risco................................................ 
Etapa 5: Análise dos Riscos do Processo............................................. 
Etapa 6: Redação do TCC..................................................................... 
Seleção da Amostra de Estudo............................................................. 
Limitações do Método de Estudo.......................................................... 
32 
33 
33 
34 
 
34 
34 
35 
35 
35 
35 
36 
12 
4 
5 
RESULTADOS E DISCUSSÕES.......................................................... 
CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................. 
36 
41 
6 BIBLIOGRAFIA..................................................................................... 42 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
 
1. INTRODUÇÃO 
A gestão de risco é fundamental para evitar e diminuir perdas, como trata 
Freitas e Sá (2003) proporcionar produtividade e consequentemente, aumentar os 
ganhos; para promover o compliance das organizações, além de impactar na 
segurança e bem-estar dos colaboradores dentro dos processos logísticos e, 
especialmente, no cenário de importações. 
Compreende-se que o transcurso evolutivo dos processos na seara da gestão 
e administração trouxeram novas problemáticas para o campo da gestão de riscos, 
como assinala Girardi (2018). Essa pesquisa busca elucidar esse cenário, 
considerando a integração do campo da gestão de riscos na importação com os 
elementos econômicos, logísticos, administrativos e jurídicos que integra a cadeiade 
consumo dos produtos canábicos com liberação no Brasil. 
Abaixo figura os canabinóides derivados da Cannabis e produtos sintéticos 
disponíveis para uso medicinal e aqueles que estão disponíveis para uso no país: 
FIGURA 1 - Canabinóides derivados da Cannabis e produtos sintéticos disponíveis 
para uso medicinal 
 
14 
 
 
(Fonte: Belgo et al, 2021) 
Ressalta-se que os processos atinentes à Gestão de Risco permitem 
estruturar com excelência o trabalho e as rotinas de uma organização, tal como expõe 
Marques (2019), proporcionando a continuidade desses serviços em um mundo cada 
vez mais complexo. As rotinas figuram como padrões de comportamento que 
conectam os sujeitos e as suas funções, ademais, entrelaça esses dois fatores a 
esfera de resultados almejados, impulsionando o desempenho e os ganhos. 
Destaca-se que os processos de gestão de risco ocorrem em um contexto de 
expansão da competição global e de demanda por otimização dos processos 
produtivos (RUFINO NASCIMENTO JUNIOR, 2020). Ademais, tem-se o aumento da 
pressão por qualidade dos processos, o que também pode implicar em um 
encaminhamento das ações de gestão à esfera da inovação. 
15 
 Ademais, salienta-se que em um panorama de elevada competitividade entre 
as organizações, onde a inovação e a excelência são parâmetros de diferenciação e 
excelência, como dispõe Chibás, Pantaleón e Rocha (2012), é ainda mais importante 
que não se negligencie as operações em torno da gestão de risco. Além disso, é 
importante pautar sistemas de gestão caracterizados pela sua correspondência com 
a modernidade, a sua eficiência e instrumentalização em prol do sucesso das práticas 
organizacionais. 
Nesse sentido, coloca-se os benefícios na gestão de riscos: 
FIGURA 2 - Benefícios na gestão de riscos 
 
(Fonte: ANS, 201.) 
 
A busca por maior eficiência e produtividade responde à expansão das 
demandas por produtos e serviços na atualidade, como assinalam Machado Pinto e 
Coronel (2017). Existe um contexto de transformações no mundo produtivo, onde a 
integração da tecnologia impõe novas variáveis à seara da logística, da importação e 
também da gestão. Entende-se que a gestão de riscos está integrada a um cenário 
maior de respostas às demandas de organização da produção e dos ativos da cadeia 
de valores produtivos. 
A Tecnologia da Informação e Comunicação, os softwares e demais 
instrumentos tecnológicos e informacionais são essenciais para a condução da 
Gestão de Risco, como assinala Neves e Silva (2016), principalmente no cenário de 
16 
importações no qual se coadunam demandas do Comércio Exterior, como dispõe 
Silva et al (2108), e a atuação com autoridades fiscais de vários países. 
É preciso compreender que as organizações possuem uma função social 
(REIS, 2007), de tal modo que é essencial a gestão de risco nesses processos. Deve-
se compreender que as organizações possuem propósitos específicos, como também 
atuam mediante as demandas da sociedade, em vista do desenvolvimento econômico 
e humano. 
Entende-se que já não se pode considerar os procedimentos de Gestão de 
Risco no bojo das importações como algo isolado, é necessária uma visão desses 
procedimentos de forma integrada com outras searas do conhecimento – 
principalmente no campo aduaneiro no qual se demanda atenção as legislações, 
controles fronteiriços, taxas de importação, entre outras variáveis (RABECHINI 
JUNIOR, 2013). 
Com a Gestão de Risco, as suas características, desdobramentos e 
funcionalidades é possível imprimir um menor tempo nos processos de importação, 
diminuir custos e aumentar a produtividade, impactando positivamente em toda a 
cadeia produtiva (ALMEIDA et al, 2013). A Gestão de Risco permite a redução de 
perdas não previstas, mediante um controle maior do processo de importação. 
No entendimento da Gestão de Risco nos processos de importação, destaca-
se a relevância de compreender como o Brasil vem se desenvolvendo com base na 
transferência de renda do campo da exportação para as atividades empreendidas em 
território nacional (CNI, 2019). 
É importante contextualizar as práticas de importação desde um viés 
econômico e estratégico, demonstrando como as organizações nacionais se inserem 
no quadro das capacidades produtivas do país e, consequentemente, como essa 
inserção demanda que as organizações possam responder com excelência a tais 
necessidades – ao qual se inclui as respostas no campo da gestão de riscos. 
A realização da gestão de risco envolve a organização do local, a identificação 
de potenciais riscos, a compreensão destes, assim como o desenho institucional de 
respostas a tais riscos. 
 
17 
1.1 Contextualização 
Gestão de Risco em Importações demanda uma complexidade de práticas 
que envolvem o monitoramento de operações na esfera do Comércio Exterior, os 
deveres junto à autoridade aduaneira, considerando os órgãos fiscais interno e 
externos com relação a demarcação fronteiriça; implica, ainda, no adequado suporte 
jurídico, logístico, administrativo, entre outros. 
Especialmente no gerenciamento de risco na importação de produtos a base 
de cannabis, é importante ressaltar que na plataforma da Anvisa, aponta-se que as 
empresas que solicitem a autorização sanitária do produto de cannabis devem pautar 
práticas como: 
1. Autorização de Funcionamento de Empresa (AFE) fixada pela Anvisa com 
para importação. 
2. Obtenção de uma Autorização Especial (AE). 
3. Possuir boas práticas de Distribuição e Armazenamento de medicamento. 
4. Deter contributos técnicos e científicos que justifiquem a formulação do 
produto de Cannabis . 
 
5. Possuir a correta Documentação técnica da qualidade do produto. 
6. Deter a capacidade para recebimento e tratamento das 
notificações de desdobramentos adversos e queixas técnicas sobre o produto. 
7. Deve conhecer a concentração dos principais canabinoides dispostos na 
formulação, como o CBD e o THC. 
 
O escopo do gerenciamento de risco na importação de produtos a base de 
cannabis impacta de forma positiva na diminuição dos custos das operações, na 
otimização quanto aos processos de liberação dos produtos, implica em maior 
eficiência quanto ao fluxo comercial. A particularidades desses processos é analisada 
nessa pesquisa desde a busca por estabelecer os critérios da gestão de risco na 
importação, as ferramentas atinentes a esses processos e os resultados. 
Ressalta-se que a Anvisa, já nos anos de 2020-2021, adotou múltiplas 
medidas de permissão e agilização do processo de importação de produtos derivados 
da cannabis. Tem-se, assim o RDC que dispunha acerca do acesso da população a 
18 
produtos derivados de Cannabis direcionados ao tratamento de saúde; a Resolução 
da Diretoria Colegiada (RDC) 570/2021 que otimizou o acesso a pessoa física. 
 
1.2 O Problema 
 
O problema da presente pesquisa é que não foram identificados os riscos no 
processo logístico e é necessário que esses riscos sejam entendidos, identificados, 
analisados, avaliados e ter respostas ao risco estabelecidas. 
 
1.3 Objetivos 
 
1.3.1 Geral 
Este trabalho irá analisar e buscar formas de gerenciar o risco no processo 
logístico de uma empresa importadora de produtos cujo material base é proibido no 
Brasil. Foram identificados o seguinte Objetivo Geral: identificar os principais riscos 
no processo logístico da empresa de prestação de serviços, apresentando a descrição 
do processo, especificando seus riscos, estabelecendo a matriz de risco e a resposta 
aos principais riscos identificados. 
1.3.2 Específicos 
● Analisar o processo logístico da empresa 
● Identificar os principais riscos presentes 
● Apresentar as principais soluções 
● Verificar efetividade da operação 
 
1.4 Relevância do estudo 
Este estudo é importante, pois trata da Gestão de Risco na importação de 
produtos com cannabis no Brasil. A sua relevância se faz presente pela inovação no 
tema, de modo que as produçõescientíficas sobre esses assuntos são raras. 
Ademais, envolve a análise de um campo com práticas complexas, as ações 
envolvidas no campo aduaneiro demandam conhecimentos multidisciplinares, visto 
que envolvem o campo da Gestão, da Logística, das normas jurídicas. 
Os processos aduaneiros, e logo a Gestão de Risco nas importações, 
envolvem a consideração de elementos clássicos da gestão como diminuição de 
perdas, produtividade e aumento dos ganhos, segurança e bem-estar dos 
colaboradores. Além disso, envolvem também questões específicas e múltiplas como 
19 
liberações, logística, disposição de documentos, constância tributária, legislações, 
controles fronteiriços, taxas de importação, entre outras variáveis. 
1.5 Delimitação do Tema 
O estudo realizado aborda a gestão do risco nos processos de importação de 
produtos com cannabis no Brasil. 
 
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 
2.1 Risco 
O entendimento do conceito de risco envolve a consideração de que algo pode 
não ocorrer bem, e desde a sua disposição contemporânea envolve a análise, 
quantificação e qualificação acerca da incerteza. De modo conceitual, a seara das 
incertezas pode ser disposta enquanto o centro dos interesses de gerenciamento. 
Neste viés, parte-se do pressuposto de que todo o processo de gerenciamento de 
riscos deve manter o enfoque na administração das incertezas, visto que o risco está 
sempre relacionado com as ameaças de ocorrências de eventos incertos (SILVA; 
NOBRE; SOUZA NETO, 2018). 
A análise e mensuração do risco tem figurado como assunto de investigação 
de múltiplas disciplinas, práticas profissionais e atuações práticas. Os campos que 
ampliam o interesse acerca dos riscos e modos de gerenciamento alcançam as 
incidências de desastres naturais, abarcam as ocorrências de ameaças tecnológicas 
e impacta nas condições de trabalho, de saúde, na prevenção do crime, do terrorismo 
e no controle de poluição (MARQUES; MULLER; SILVA, 2019). 
De forma específica, dentro do panorama organizacional, a preocupação 
quanto a gestão de riscos se expande de forma rápida nas últimas décadas e é 
fortificado ante a atuação das entidades reguladoras, das associações profissionais e 
do trabalho de empresas de rating que o observam como mecanismo de promoção 
da gestão de informações direcionada a otimização de lucros e no aumento do valor 
do empreendimento (MARQUES; MULLER; SILVA, 2019). 
As contribuições tradicionais acerca do tratamento ao risco possuem uma 
tendência a salientar os eventos de variabilidade e não considerar de modo expansivo 
20 
os componentes atinentes a ambiguidade presentes nos projetos e estratégias da 
produção. Nesse viés, a variabilidade está atrelada aos elementos que podem deter 
diferentes valores, logo difundir a incerteza, seja quanto a prazos, custos e qualidade. 
O escopo da ambiguidade relaciona-se com a ausência de clareza sobre dados, nos 
detalhamentos, nas estruturas, entre outros componentes, pois no comportamento 
dos envolvidos estão presentes vieses, conhecimentos restritos e situações não claras 
(RABECHINI JUNIOR; CARVALHO, 2013). 
Abaixo tem-se a disposição da priorização do tratamento de riscos: 
FIGURA 3 - Priorização no tratamento de riscos 
 
 
(Fonte: Ministério da Defesa, 2019.) 
 
Os riscos presentes nas práticas das organizações estão atrelados com as 
inconstâncias presentes na cadeia onde estão introduzidas e podem se desdobrar em 
problemas no trato com fornecedores, com os sistemas de distribuição, no 
cumprimento de prazos pré-estabelecidos, na disposição de matérias prima afastadas 
das especificações demandadas, na ausência de estoques, na má gestão quanto à 
capacidade, entre outros elementos (OLIVEIRA; PORTO; MAGALHÃES, 2020). 
21 
A disposição aos riscos se dá em todos os campos e setores empresariais, as 
investigações sobre a gestão do risco na esfera produtiva ganha destaque por força 
de diversos fatores na atualidade, tal como as dinâmicas globalizadas, a ocorrência 
de desastres naturais, a percepção das incertezas presentes nas negociações e 
clientes que demandam produtos customizados. Entende-se que as dinâmicas 
produtivas possuem uma natureza complexa, se encontram em progressivo 
desenvolvimento, está atrelada ao enfrentamento de múltiplas incertezas (OLIVEIRA; 
PORTO; MAGALHÃES, 2020). 
De acordo com o departamento de defesa norte-americano, o conceito de 
risco envolve a consideração de medidas quanto a futuras incertezas em alcançar as 
finalidades estabelecidas por um empreendimento considerando as restrições em 
vista de custos, prazos e desempenho. A noção de risco, implica não apenas a 
incidência de um evento indesejável, como também a medida de probabilidade e as 
consequências no caso de ocorrerem os ricos (RABECHINI JUNIOR; CARVALHO, 
2013). 
Tomás e Alcântara (2013) apontam que é possível realizar a categorização 
dos riscos, considerando os fatores de causa e efeito; e em vista da quebra do 
potencial e da probabilidade versus os seus efeitos; e, ainda, na mensuração dos 
eventos advindos do ambiente interno e do ambiente externo em relação às cadeias 
de suprimentos. 
A categorização dos riscos envolve também os riscos internos ao 
empreendimento, englobando questões como operações, processo e controle. Tem-
se, ainda, os riscos externos para a empresa, mas internos para a cadeia de 
suprimentos, tal como o fornecimento e demanda; aqueles que são externos à cadeia 
- no qual se exemplificam crises mundiais, acidentes naturais, diferenças culturais, 
entre outros. Entende-se que a categorização dos riscos é fundamental para a 
avaliação de um empreendimento, assim, um arcabouço de riscos podem impactar de 
forma distinta nas perdas financeiras, como também nos recursos físicos e humanos, 
materiais e até mesmo de imagem (TOMÁS; ALCANTARA; 2013). 
Existem inúmeras origens quanto aos riscos, seja na disposição do próprio 
empreendimento ou em vista do ambiente de negócios. Tem-se que os riscos 
operacionais não figuram como as únicas espécies que existem na esfera da cadeia 
22 
de suprimentos, já que a incerteza acerca do ambiente de negócios e própria 
complexidade das redes de cadeia de suprimentos estão expandindo a possibilidade 
da sua quebra (RABECHINI JUNIOR; CARVALHO, 2013). 
Nesse quadro, é possível assinalar que o gerenciamento de risco permite 
minimizar problemas e diminui os prejuízos no campo do desempenho, além de ofertar 
celeridade na restauração da cadeia de suprimentos (OLIVEIRA; ESPINDOLA; 
MARTINS, 2018). O gerenciamento de risco propicia alternativas para a administração 
de eventos incertos, ainda que esse campo de estudo esteja em sua infância 
(RABECHINI JUNIOR; CARVALHO, 2013). 
 
2.2 Gestão do Risco 
A gestão de risco é concebida corno a integração de processos sistemáticos 
que objetivam a promoção e a avaliação e o controle de risco. Com esse objetivo são 
empregados múltiplos programas, diretrizes, políticas institucionais, entre outras 
ferramentas. O gerenciamento de risco é utilizado em múltiplos setores, considerando 
à sua extensa abrangência (OLIVEIRA; CAREGNATO; HOENEFEL, 2010). A gestão 
de riscos abrange um arcabouço de práticas estruturadas com a finalidade de nortear 
e controlar um empreendimento quanto a figuração de incertas (SILVA NOBRE; 
SOUSA NETO, 2018). 
Um dos interesses que mais se destacam nos profissionais que estão 
envolvidos com projetos e empreendimentos, no escopo da crise financeira que 
ocorreu no ano de 2008, esteve na eficácia do gerenciamento de riscos. Os 
desdobramentos das avaliações sobre a aferição de perdas de oportunidades 
impuseram a demanda por considerar o gerenciamento de risco na preservação do 
empreendimento para que este seja conduzido de forma excelente, ademais as crises 
e inseguridades (RABECHINI JUNIOR; CARVALHO, 2013). 
O crescimento dos mercados e os usos de estratégias de internacionalização 
são fatores que determinam o fenômenoda globalização e impactam a complexidade 
do mercado global. Os empreendimentos internacionais, reforçados pela necessidade 
de recursos em múltiplas localidades, começaram uma cadeia de multinacionalização, 
no qual se cruzam fronteiras nacionais e são explorados novos territórios, expandindo 
23 
os incentivos na esfera da exportação e importação e no campo de investimentos no 
exterior (STOCKER, 2019). 
Todavia, identifica-se também a vulnerabilidade dos mercados conectados, 
permeado por instabilidades econômicas e novas crises globais que abrem o interesse 
dos gestores acerca dos riscos implicados no processo estratégico dos 
empreendimentos em ocorrências como a importação. A mensuração dos riscos, 
assim como as práticas e estratégias, em andamento no decurso dos processos de 
gerenciamento do risco são determinados por elementos característicos do 
empreendedor, também pelos recursos em disponibilidade para a efetividade da 
internacionalização e em vista do ambiente no qual a empresa se encontra 
(STOCKER, 2019). 
Destaca-se abaixo alguns modos com o qual é possível realizar o transporte 
do produto a base de cannabis: 
 
Remessa Expressa É uma modalidade de importação e exportação em que 
documentos ou produtos podem ser enviados ou recebidos por via aérea, 
utilizando os serviços de uma empresa transportadora. Conhecida como 
courier, essa organização se encarrega dos trâmites burocráticos e realiza o 
transporte de porta em porta. (...). a pessoa física ou jurídica que compra ou 
vende a mercadoria não precisa estar habilitada junto à Receita Federal e no 
sistema Radar Siscomex. Quanto à importação para pessoas físicas deve ser 
feita com bens de até US$ 3 mil, ou o equivalente em outra moeda, desde 
que não tenham destinação comercial.(...).Modal aéreo: Bagagem 
acompanhada. É aquela, que a viajante porta consigo e no mesmo meio de 
transporte em que viaje, sendo todos os bens trazidos pelo viajante em razão 
da sua viagem internacional. (...). Licenciamento de Importação no Sistema 
Integrado de Comércio Exterior (Siscomex) O Siscomex é um sistema 
informatizado, onde contém as informações necessárias, para o 
acompanhamento e controle das operações de comércio exterior, ou sejam, 
acompanhamento da entrada e saída de mercadorias do país. (NOVAES, 
2019, p. 04-05) 
 
A estratégia no campo dos empreendimentos implica a consideração do 
gerenciamento de riscos, em vista das melhores escolhas entre as possibilidades 
disponíveis, pautadas por forças competitivas, na procura por uma posição 
competitiva ótima em relação à concorrência. É necessário incluir a gestão dos riscos 
na esfera do planejamento estratégico do empreendimento, assentado técnicas 
corporativas que possibilitem a investigação dos componentes de um 
empreendimento, a identificação de seus elementos fortes e fracos, as oportunidades 
24 
e as ameaças e para que se alcance o estado almejado por aquele negócio (SILVA; 
NOBRE; SOUSA NETO, 2018). 
Assim, entende-se que a gestão de riscos funciona como um importante 
recurso no aprimoramento dos fluxos de produtos, na condução de serviços e 
informações, na redução de custos, na entrega de forma ágil e confiável do serviço e 
produto, na soma de valor para o cliente final e na criação de vantagens comerciais 
competitivas em um longo prazo. 
 
2.3 Processos Aduaneiros 
A discussão acerca do processo de globalização comercial e do campo 
produtivo recebe espaço dentro do interesse governamental nas últimas décadas. 
Tem-se a questão da liberalização financeira e cambial, das alterações quanto aos 
padrões de concorrência no modelo capitalista e modificações nas normas 
institucionais atinentes ao comércio e ao investimento. Nesse panorama, observa-se 
a expansão dos embates por competitividade, em um cenário empresarial dotado de 
complexidade, com a demanda de regulamentação do Estado (MORINI et al, 2015). 
Tem-se, de um lado, a figuração de empreendimentos cada vez mais 
submetidos às demandas por habilidades, estratégias e vantagens competitivas que 
proporcionem eficiência e lucratividade, em outra esfera está a presença dos Estados 
nacionais que estão integrados na racionalização da gestão Nesse panorama, um dos 
campos que reverbera de forma direta na consolidação do comércio exterior e da 
seara da competitividade dos empreendimentos consiste na Administração 
Aduaneira, também denominada de Aduana. No país, a Aduana está posta como uma 
organização pública cujo agente central empreende a mediação quanto ao trânsito 
internacional de mercadorias pelas fronteiras do território nacional (MORINI et al, 
2015). 
A Aduana empreende funções de defesa dos interesses do Estado, como no 
campo da segurança contra ameaças; no combate aos contrabandos; na prevenção 
e fiscalização quanto as práticas de trânsito ilegal de armas e drogas; e na condução 
de arrecadações; além disso, a Aduana é responsável por facilitar e agilizar as 
25 
operações de importação e exportação que são essenciais no desenvolvimento do 
país (MORINI et al, 2015). 
O gerenciamento de riscos na Aduana implica o seguinte fluxo: 
FIGURA 4 - Gerenciamento de riscos na Aduana 
 
(Fonte: GOV, 2020) 
Em relação às questões tarifárias dentro dos processos aduaneiros salienta-
se que a teoria econômica demonstra que a incidência de uma tarifa nominal uniforme 
é importante considerando que propicia resguardo efetivo e semelhante a todos os 
setores de importação, o que implica também em uma disposição eficiente de 
recursos produtivos. Entende-se que o conhecimento acerca das disposições 
tarifárias nos processos da Aduana é necessários para simplificar as demandas de 
administração aduaneira, respeitando questões relacionadas com os variados 
regimes de tarifas relacionadas com os bens de capital, bens intermediários e os bens 
de consumo (KUME; PIANI, 2005). 
Dentro dos processos aduaneiros no Brasil, deve-se destacar - com ênfase 
no processo de importação de produtos à base de cannabis -, a atuação da Anvisa e 
as suas demandas. Ressalta-se que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária - 
Anvisa surge no final da década de 1990, direcionando os seus esforços para a 
promoção da saúde populacional em vista de sua intermediação do controle sanitário 
quanto a produção e a comercialização de produtos e serviços que estivessem 
submetidos à vigilância sanitária (DELPHIM; KORINS, 2019). 
Em 1991, a Agência Nacional de Saúde Suplementar - ANS, estrutura a 
organização da saúde no país a partir das ações de duas entidades, alocados em 
26 
setores distintos, mas que se complementam, trata-se da criação do Sistema Único 
de Saúde integrado também a preocupação com a condução da saúde no país 
(DELPHIM; KORINS, 2019). 
A Anvisa se fortalece nesse panorama e está em consonância com o 
nascimento e com a formalização do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS). 
Esses órgãos possuem a responsabilidade de coordenar os processos de vigilância 
sanitária no país e atenção à saúde, dispondo um setor público integrado. A Anvisa é 
que apresenta os regulamentos direcionados ao controle sanitário de mercadorias que 
sejam importadas (DELPHIM; KORINS, 2019). 
Acerca do papel da Anvisa nos processos de importação de produtos a base 
de cannabis, ressalta-se: 
A ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) tem como uma de suas 
finalidades institucionais promover a proteção da saúde da população, por 
intermédio do controle da produção e consumo de produtos e serviços. Nos 
anos de 2015 e 2016, a ANVISA retirou o CBD e outros canabinóides em 
forma de extração vegetal da lista de substâncias proscritas, o realocando 
para uma lista de medicamentos extremamente controlada, exigindo apenas 
que o produto tenha registro em seu país de origem. Ou seja, a obtenção 
desse medicamento apenas é permitida na forma de importação, sendo que 
no Brasil a planta Cannabis Sativa L., -popularmente conhecida como 
maconha– que é a base para a produção da substância, continua proibida. 
(MOTTA; COSTA, 2021, p. 01) 
 
Pontua-se que a competitividade das exportações no país está sujeita a 
múltiplas questões, como as que dizem respeito à condução da burocracia aduaneira 
e a complexidade da disposição legal quanto ao comércio exterior no território 
nacional. Destaca-se as contribuições da Confederação Nacional da Indústria (CNI) 
no entendimento das práticas de facilitação e desburocratização do comércio exterior, 
e na proposição de uma Agenda Internacional da Indústria (SOUSA; 2020). 
Nesta agenda são salientadas as estratégias prioritárias dentro do setor 
industrial para melhorar o ambiente de negócios e a integração das empresas 
nacionais no mercado internacional. Nesse cenário, reforça-se a necessidade de 
compreender as minúcias da política comercial e aduaneira; dos serviços que 
integram a internacionalização do comércio e as práticas dentro dos mercados 
estratégicos e de cooperação internacional (SOUSA; ARAUJO, 2020). 
 
27 
2.4 Gestão do Risco em Importações de Produtos à Base de Cannabis 
O país detém um elevado volume de importação, apresentando um forte 
desempenho na última década. Ainda que no ano de 2016, o Brasil obteve resultados 
baixos, o volume de importações ainda o posicionou em um lugar de destaque no 
ranking acerca de países importadores em uma pesquisa empreendida pela 
Organização Mundial de Comércio (OMC). Ainda que se considere o volume tão 
considerável, o processo de importação continua como algo complexo e implica em 
uma multiplicidade de riscos para o empresário nacional (LOPES et al, 2019). 
A verticalização da cadeia produtiva está submetida a prática de importação, 
necessitando uma condução ágil e superior quanto a atualidade dos processo 
aduaneiros, principalmente em vista do custo do tempo e da competitividade presente 
na indústria nacional. A questão da facilitação comercial, que envolve o Acordo de Bali 
e as políticas comerciais no país, passam a possuir um viés estratégico na elaboração 
da agenda de crescimento econômico (LOPES et al, 2019). 
Abaixo explicita-se, por exemplo, alguns dos produtos à base de cannabis que 
podem ser importados e as respectivas empresas internacionais que possuem esses 
componentes, para mensurar as etapas e a complexidade que envolve tal empreitada. 
 
 
 
 
FIGURA 5 - Produtos à base de cannabis que podem ser importados 
28 
 
(Fonte: Novaes et al, 2019.) 
Destaca-se, ainda, a demanda por revisão de políticas de incentivo como as 
que se encontram presentes na Zona Franca de Manaus, ressaltadas pelo Projeto 
Dubai. Todavia, antes das decisões acerca da necessidade e demanda por 
importação, as organizações devem avaliar o formato do mercado interno para 
assentar as possibilidades de qualidade, os prazos e os serviços de manutenção 
(LOPES et al, 2019). 
Ao realizar compras de outro país, um bem que seja dirigido ao uso ou ao 
consumo, e ainda um ativo permanente, deve-se pensar o arcabouço de serviços, que 
implica a fretes, os seguros e serviços integrantes do processo de importação (LOPES 
et al, 2019). 
Ressalta-se que quanto à importação de produtos à base de cannabis, a 
Anvisa é competente para fazer a autorização da importação de produtos derivados 
de Cannabis direcionados ao tratamento da saúde. Entre as suas demandas está a 
necessidade de apresentar uma prescrição médica, ou seja, uma receita oriunda de 
um profissional que esteja legalmente habilitado. A autorização possibilita a 
exportação do produto pelo prazo de dois anos, como expressa a RDC nº 335/2020 e 
a RDC nº 570/2021 (GOV, 2020). 
29 
A mensuração dos custos no processo de importação detém muitas 
complexidades, considerando a comercialização internacional e o envolvimento com 
componentes externos que em sua maioria não possuem controle pelo 
empreendimento. As importações nacionais, sob o viés fiscal, podem ser integradas 
em (i) as importações com incidência tributária; (ii) as importações que possuem 
vantagens tributárias; (iii) e as importações que passam por regimes aduaneiros 
especiais (LOPES et al, 2019). 
Antes das questões tributárias, na gestão dos riscos de importação de 
produtos à base de cannabis deve ser analisado os elementos atinentes ao tratamento 
administrativo. Deve-se pensar, por exemplo, a esfera das importações proibidas que 
são estipuladas por questões legais ou acordos internacionais firmados. Tem-se, 
ainda, as importações suspensas que possuem um viés temporário, ou seja, por uma 
janela de tempo não se pode importar essas mercadorias no território nacional 
(LOPES et al, 2019). 
As importações em consignação configuram-se como importações que não 
possuem uma permanência definitiva acerca da mercadoria, assim não possuem 
cobertura cambial. Essas importações precisam de um acompanhamento em seu 
andamento, na direção da destinação ao local alfandegado com a expressão de um 
termo de responsabilidade (LOPES et al, 2019). 
 
2.5 Ferramentas da Gestão do Risco 
A gestão de risco nos processos de importação deve mensurar o nível de 
complexidade das operações aduaneiras, considerar os apontamentos das 
legislações sobre cada tema e os controles que envolvem as fronteiras. Nesse 
cenário, as organizações empresariais precisam compreender os métodos, processos 
e estratégias que perpassam a gestão de risco para alcançar um bom desempenho. 
Na Gestão de Risco Aduaneira tem-se o gerenciamento direcionado a correta 
proteção da carga, assim como da melhor condução dos processos que envolvem a 
burocracia necessária a essa seara de atividades (MORINI et al, 2015). É preciso 
considerar fatores como liberações, disposição de documentos, constância Fiscal, 
logística, abrangendo todos os níveis que permitem finalizar a importação. 
30 
A análise do risco aduaneiro pode ocorrer mediante a disposição do mapa 
abaixo: 
FIGURA 6 - Mapa gestão de risco aduaneiro 
 
(Fonte: GOV, 2020.) 
Considerando a seguinte escala: 
 
FIGURA 7 - Escala gestão de risco aduaneiro 
 
 
(Fonte: GOV, 2020). 
É preciso considerar a Gestão de Risco dentro das organizações desde o 
entendimento das habilidades, comportamentos e capacidades das organizações, 
assim como as suas finalidades. A gestão deve estar integrada às rotinas e processos 
31 
de uma empresa, salientando a responsabilidade com o empreendimento e com o 
cliente (MARCIANO, 2017). 
Nesse viés, é preciso considerar as dinâmicas institucionais que envolvem a 
entrega do produto em tempo e qualidade que sejam equivalentes ao que foi almejado, 
sem perder o enfoque na otimização de recursos e na qualidade (RABECHINI 
JUNIOR, 2013). 
O gerenciamento de riscos envolve o controle dos riscos, a confiabilidade das 
informações, que se exerça um controle e uma previsibilidade dos procedimentos, 
incluindo o mapeamento e a garantia de controle das incertezas. Todas essas ações 
implicam na utilização de ferramentas atinentes à gestão de riscos. O gerenciamento 
de risco consiste em um processo de governança corporativa, com foco em risco e no 
seu gerenciamento (SANTOS, 2013). 
Destaca-se também a ferramenta SWOT, a saber: 
Análise SWOT – ferramenta utilizada para fazer análise de cenário (ou 
análise de ambiente). As informações obtidas sobre o ambiente interno e 
externo contribuem para identificação dos riscos e para escolha das 
respostas aos riscos, mediante a identificação das forças, fraquezas, 
oportunidades e ameaças. A análise SWOT Cruzada consiste na interação 
das informações dos quatro quadrantes, de forma a obter ações que 
permitam delinear estratégias importantes para o futuro da Organização. 
(DEFESA, 2019, online) 
 
A FMEA é uma dessas ferramentas e está dirigida a identificação e a análise 
de possíveis falhas no escopo do processo produtivo. Ademais, estão envolvidos na 
priorização da correção conforme a gravidade de cada falha e pela otimizaçãoda 
tomada de decisão. A Análise Preliminar de Risco (APR) também se coloca como uma 
ferramenta de análise e gerenciamento de risco que funciona mediante um estudo 
detalhado e antecipado da aplicação do processo. Objetifica-se, com isso, mensurar 
os riscos que se dão na realização de um trabalho, visando corrigir problemas 
(ANDRADE, 2018). 
Tem-se, ainda, a Análise de Árvore de Falhas que consiste em uma 
ferramenta para análise e gerenciamento de risco direcionada a organização visual 
das combinações de eventos que gerem uma falha principal. Observa-se um processo 
dedutivo direcionado à busca de raízes e consequências na geração de falhas 
(ANDRADE, 2018). 
32 
 
3. Metodologia da Pesquisa 
Neste capítulo é apresentada a metodologia estruturada para a elaboração do 
presente Trabalho de Conclusão de Curso. De acordo com Lakatos e Marconi (2003, 
p. 17): 
A Metodologia Científica, mais do que uma disciplina, significa introduzir o 
discente no mundo dos procedimentos sistemáticos e racionais, base da 
formação tanto do estudioso quanto do profissional, pois ambos atuam, além 
da prática, no mundo das ideias. 
 
A metodologia científica compreende os meios pelos quais um investigador 
entende e realiza sua pesquisa de maneira crítica, utilizando técnicas pré-
estabelecidas e tendo uma sequência que torne o trabalho verificável. A partir da 
escolha da metodologia, que vai orientar o desenvolvimento de todo o trabalho, o 
investigador poderá utilizar o conhecimento obtido em todas as fases de sua vida 
profissional. 
Esta pesquisa será realizada com o enfoque na metodologia de estudo 
qualitativo, quantitativo e exploratório. Para isso, inicialmente, será utilizada uma 
pesquisa bibliográfica, conforme explicado a seguir: 
 
Pesquisa bibliográfica é um apanhado geral sobre os principais trabalhos já 
realizados, revestidos de importância, por serem capazes de fornecer dados 
atuais e relevantes relacionados com o tema. 
(LAKATOS e MARCONI, 2013, p. 158). 
 
Nesse sentido, a pesquisa bibliográfica fundamenta-se em identificar autores e 
artigos consistentes que já discutiram o tema desejado, de preferência por pessoas 
que já sejam reconhecidas na área, para dar sustentação ao trabalho a ser 
desenvolvido. 
O exame de materiais de natureza diversa, que ainda não receberam um 
tratamento analítico, ou que podem ser reexaminados, buscando-se novas 
e/ ou interpretações complementares, constitui o que estamos denominando 
pesquisa documental. 
(GODOY, 1995, p. 21). 
 
 
 
3.1 UNIVERSO DA PESQUISA E COLETA DE DADOS 
 
33 
Estão inseridos no universo da pesquisa: os processos e as pessoas envolvidas 
na distribuição de medicamentos controlados de uma empresa farmacêutica. Para a 
coleta de dados, foi utilizada uma ferramenta qualitativa: entrevistas semiestruturadas 
com as pessoas envolvidas diretamente nos processos em questão. 
 
3.2 ETAPAS DA PESQUISA 
A pesquisa foi realizada em seis etapas, cada qual com seu próprio 
procedimento e finalidade, como mostra o Quadro 02, de maneira sucinta. 
 
Quadro 02: Detalhamento das fases de pesquisa 
Etapas da Pesquisa 
Procedimento 
Utilizado 
Finalidade da Fase 
1 – Revisão 
Bibliográfica. 
Pesquisa bibliográfica e 
documental (método 
qualitativo). 
Identificar documentos bases 
e o que existe na literatura 
científica sobre Gestão de 
Risco. 
2 – Identificação da 
Empresa Estudo de 
Caso e do processo a 
ser estudado. 
Pesquisa junto à da 
Empresa Estudo de 
Caso e definição do 
processo a ser 
estudado. (método 
qualitativo). 
Identificar os Eventos de 
Risco do processo a ser 
estudado. 
3 – Levantamento dos 
Eventos de Risco. 
Desenvolvimento de 
Listagem dos Eventos 
de Risco, com suas 
causas, Barreiras de 
Prevenção, Barreiras 
de Mitigação e Efeitos 
(método qualitativo). 
Consolidar as informações 
necessárias à construção da 
Matriz de Risco. 
4 – Elaboração da 
Matriz de Risco. 
Montagem da Matriz e 
calcular o risco de cada 
evento (método 
qualitativo e 
quantitativo). 
Identificar e quantificar os 
principais riscos existente no 
processo. 
5 – Análise dos Riscos 
do Processo. 
Fazer um 
ranqueamento dos 
Eventos de Risco 
(método quantitativo e 
qualitativo). 
Discutir os principais Eventos 
de Risco e propor soluções 
para reduzir os riscos 
identificados. 
6 – Redação do TCC. 
Construção da 
monografia a partir dos 
principais achados 
(método qualitativo). 
Divulgar os resultados finais 
com os principais Riscos do 
processo. 
(Fonte: O autor, 2022.) 
34 
 
Importante destacar que as fases 2, 3, 4 e 5 não podem ser realizadas 
simultaneamente, porém as fases 1 e 6 podem ser postas em prática juntamente com 
outras. A seguir, detalha-se cada fase: 
 
3.2.1 Etapa 1: Revisão bibliográfica 
A revisão bibliográfica foi fundamentada em artigos, livros, cartilhas e outros 
documentos relacionados aos seguintes temas: risco, gestão de risco e gestão de 
risco empresarial. O principal objetivo foi buscar informações que servissem como 
base para a fundamentação teórica do trabalho. Para conseguir conhecimento mais 
específico, foi realizada a etapa 2. 
 
3.2.2 Etapa 2: Identificação da Empresa Estudo de Caso e do processo a ser 
estudado. 
Nessa etapa, foi escolhida a empresa estudo de caso e, nela, foi identificado o 
processo que seria analisado sob o ponto de vista do risco envolvido em seu 
desenvolvimento. Com isso, podem ser identificados os Eventos de Risco do processo 
estudado. 
 
3.2.3 Etapa 3: Levantamento dos Eventos de Risco. 
Nesta Etapa, foi desenvolvida uma listagem dos Eventos de Risco, 
identificando suas causas, e as consequentes barreiras para a sua prevenção. Após 
isso, foram identificados os efeitos dos eventos de risco e as consequentes barreiras 
de mitigação. Com isso, foi possível consolidar as informações necessárias à 
construção da Matriz de Risco. 
 
3.2.4 Etapa 4: Elaboração da Matriz de Risco. 
Nesta etapa, foi realizada a montagem da Matriz de Risco, sendo calculados o 
valor de cada risco, considerando a frequência e o impacto de cada Evento de Risco. 
35 
Com isso, foi possível identificar e quantificar os principais riscos existente no 
processo. 
 
3.2.5 Etapa 5: Análise dos Riscos do Processo. 
A penúltima etapa consistiu na fazer um ranqueamento dos Eventos de Risco, 
levando em consideração o cálculo do risco de cada evento em relação à sua 
frequência e seu impacto. Discutir os principais Eventos de Risco e propor soluções 
para reduzir os riscos identificados. 
 
3.2.6 Etapa 6: Redação do TCC 
Uma vez obtidos os resultados, é concluída a redação da monografia, em que 
foram expostos os eventos de risco no processo estudado, sendo possível fazer um 
ranqueamento dos Eventos de Risco. Ao final, foram discutidos os principais Eventos 
de Risco e propostas as soluções para reduzir os riscos identificados. 
 
3.3 SELEÇÃO DA AMOSTRA DE ESTUDO 
 
A empresa, que não será identificada, no estudo de caso foi escolhida pelo 
interesse do autor em se aprofundar pelo assunto, em busca do entendimento dos 
processos logísticos de importação de cannabis, recebendo dados para a elaboração 
da pesquisa. 
Considerando que essa empresa foi escolhida sem o intuito de representar a 
população à qual pertence, e que, devido a estarmos em meio a uma pandemia de 
COVID 19, ao não conhecimento da exata dimensão das empresas dentro da mesma 
tipologia e por ser custoso, demorado ou mesmo inviável estudar sua totalidade, foi 
utilizada para isso, uma amostragem não-probabilística por Conveniência. 
A utilização da amostragem por Conveniência é justificada por ser o tipo de 
amostragem mais comum em estudos onde fatores como a proximidade geográfica 
das informações, disponibilidade de tempo do pesquisador, fácil acesso aos dados e 
vontade do pesquisado de se voluntariar são considerados (FARROKHI E 
36 
MAHMOUDI-HAMIDABAD, 2012). Ou seja, é uma forma de amostragem onde os 
elementos da populaçãosão selecionados por conveniência do pesquisador. 
Esta forma de amostragem é classificada como Não-Probabilística, pois por 
não termos acesso ao exato tamanho da população existente, a probabilidade de 
seleção da amostra é desconhecida. Dessa forma, a escolha da empresa foi feita 
baseada em critérios e julgamentos do autor. 
 
3.4 LIMITAÇÕES DO MÉTODO 
Vergara (2013) aponta que “todo método tem limitações e possibilidades”. 
Nesta seção, serão explicitadas as limitações da metodologia escolhida, bem como 
apresentados seus benefícios, justificando sua utilização. 
A principal restrição desse estudo reside no fato de que não será possível fazer 
generalizações. Isso porque o trabalho teve sua aplicação propositadamente limitada 
aos eventos de risco existentes em um determinado processo de uma empresa 
estudo de caso no Brasil, não garantindo a serventia desse estudo em outras 
atividades ou países. 
Também a escassez de material teórico e científico na literatura específicos 
para o setor estudado dificultou a apresentação de alguns conceitos e definições. 
Por isso, por vezes foi necessário ao autor elaborar definições operacionais, 
baseadas nos achados do estudo juntamente com a amostra muito delimitada, para 
dar prosseguimento, de forma responsável, ao trabalho. 
 
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES 
 
O risco pode ser observado como um continuum que envolve todo o campo 
do gerenciamento das incertezas. Nesse sentido, tem-se em consideração não 
apenas o campo das ameaças como também a seara das oportunidades (RABECHINI 
JUNIOR; CARVALHO, 2013). 
37 
Especialmente nessa pesquisa, seleciona-se uma empresa farmacêutica, 
importadora de produtos à base de cannabis que tem seu processo de importação 
descrito conforme fluxograma abaixo: 
 
(Fonte: O autor, 2022.) 
 
Para a avaliação dos riscos no processo de importação da empresa estudada, 
será utilizada a matriz de risco. 
Entende-se que a matriz de riscos se trata de uma matriz de probabilidade e 
impacto no qual é possível dispor de forma visual os riscos que demandam maior 
atenção do empreendimento. Diante dessa ferramenta, que deve ser integrada no 
momento de avaliação dos riscos, torna-se possível estruturar medidas preventivas 
para evitar as ocorrências danosas ante a atuação extensiva dos profissionais 
empenhos no processo de gestão. 
 
FIGURA 8 – Diagrama de verificação de riscos 
38 
 
Fonte: CCIEx (2017) 
 
Ao analisar o fluxograma do processo de importação da empresa, foram 
identificados os seguintes riscos: 
 RISCO ONDE IMPACTA PROBABILIDADE IMPACTO NÍVEL 
1 
Erro no envio de 
informação ao 
laboratório 
Tratamento / Risco de vida 2 5 10 
2 
Erro na separação 
por parte do 
laboratório 
Tratamento / Risco de vida 3 5 15 
3 
Extravio 
Atraso na entrega / tratamento / 
risco de vida 
2 5 10 
4 
Anexação de 
documentos 
incorretos 
Atraso na entrega / tratamento / 
risco de vida 
2 5 10 
5 
Mudanças médicas 
Custos de frete em caso de 
devolução de produto em 
trânsito 
2 3 6 
6 
Irregularidade no 
CPF do importador 
Retenção pela ANVISA / 
Devolução ao laboratório 
2 5 10 
7 
Retenção ANVISA 
Atraso na entrega / tratamento / 
risco de vida 
4 5 20 
8 
Quebra de frasco 
Atraso na entrega / tratamento / 
risco de vida 
2 5 10 
9 
Custos inesperados 
(Cancelamento) 
Fluxo de caixa da empresa 3 3 9 
10 
Perda de prazos 
Tratamento / Risco de vida / 
Imagem da empresa 
4 5 20 
39 
 
Nota-se que na lista acima, os riscos estão nivelados conforme apresentado 
na Matriz de Risco. A partir desses dados, é possível observar quais riscos demandam 
maior atenção, tornando possível tratá-los conforme prioridade. 
Outro dado importante, está no fato de que os principais pontos críticos são 
referentes a fatores externos, onde a empresa não participa diretamente dessas 
questões. Todavia, ao analisar os riscos identificados, foi possível avaliar as seguintes 
alternativas para mitigação: 
 
 RISCO NÍVEL AÇÃO 
1 
Erro no envio de informação 
ao laboratório 
10 
Elaboração de um sistema para envio de informações 
consistentes ao destinatário. 
2 
Erro na separação por parte 
do laboratório 
15 Leitura de códigos por embalagem, verificação dupla. 
3 Extravio 10 Contratação de seguro; contato com a transportadora. 
4 
Anexação de documentos 
incorretos 
10 Conferência de documentos antes do envio. 
5 Mudanças médicas 6 
Por se tratar de uma alteração de tratamento, a empresa 
não pode agir. 
6 
Irregularidade no CPF do 
importador 
10 
Solicitar correção pelo responsável e encaminhar à 
ANVISA. 
7 Retenção ANVISA 20 
Entrar em contato com o órgão, abrir chamados e 
aguardar retorno. 
8 Quebra de frasco 10 
Avaliar a qualidade da caixa de envio, buscar materiais 
mais resistentes. 
9 
Custos inesperados 
(Cancelamento) 
9 
Solicitar volta do produto ao laboratório, cobrando o 
custo do retorno. 
10 Perda de prazos 20 Minimizar ao máximo os riscos anteriores. 
 
No contexto da empresa estudada reforçou-se a necessidade de organização 
prática quanto ao gerenciamento de riscos. Desse modo, identificou-se que a empresa 
demanda um rígido controle logístico, que empreenda o monitoramento das 
operações a partir da atuação com conhecimento e atenção aos procedimentos e 
demandas da Autoridade Aduaneira. 
É essencial também o assessoramento quanto às legislações dos países 
implicados no processo de importação, desse modo é necessário a constituição de 
um Departamento Jurídico que também acompanhe os impostos exigidos na 
nacionalização do produto. Além disso, é necessário atenção às possibilidades e 
riscos que envolvem multas, apreensões do produto, entre outras ocorrências. 
40 
A ótica ampliada acerca dos riscos, inclui também as ameaças e as 
oportunidades, de modo que os riscos se relacionam com eventos incertos que podem 
influenciar as finalidades de um empreendimento de forma negativa ou positiva. Essa 
disposição dos riscos e de seu posicionamento pode gerar estratégias diferentes no 
campo da administração do empreendimento (RABECHINI JUNIOR; CARVALHO, 
2013). 
A expansão da atenção para o campo da gestão dos riscos tem impulsionado 
alterações na esfera estrutural das organizações e no âmbito das competências 
demandadas em algumas funções. Assim, até a algumas décadas, a função de 
gerente de riscos que se encontrava atrelada a uma seara operacional dentro da 
tesouraria das empresas, passa a ocupar de forma central as tarefas direcionadas à 
contratação de seguros (MARQUES; MULLER; SILVA, 2019). 
Todavia, a expansão do enfoque de atuação da gestão de riscos, circundando 
também os riscos operacionais, de mercado, financeiros e estratégicos, modificou a 
função de gerenciar riscos colocando-a em uma esfera superior (MARQUES; 
MULLER; SILVA, 2019). 
Nas disposições desta pesquisa entende-se que ausência de direcionamento 
nos processos de importação pode prejudicar a mensuração dos resultados que sejam 
satisfatórios e muitos empreendimentos sofrem baixas devido a sua estrutura por um 
sistema just in time, que se orienta a diminuição de estoques mediante uma ágil 
reposição dos insumos (LOPES et al, 2019). 
Em vista da morosidade do processo aduaneiro, os empreendimentos que 
estão integrados com a importação, demandam as compras em um período maior do 
que o proposto, para que não tenham perda ou parada produtiva (LOPES et al, 2019). 
 
 
 
 
 
 
41 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Essa pesquisa enfocou os processos atinentes à gestão de risco na 
importação de produtos à base de cannabis. Percebeu-se que essa gestão demanda 
a integração de complexos campos relacionados com o comércio exterior, a Anvisa e 
a Aduana, demandando que as organizações se atentem às implicações desse 
empreendimento para responder às demandas do mercado e se atentar aos 
elementos de competição e excelência. 
Dessa forma, demonstrando que o acesso a produtos à base de cannabis não 
dependesomente das importadoras, mas também, dos órgãos públicos envolvidos e 
transportadoras. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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