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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO E CIÊNCIAS CONTÁBEIS CURSO DE ADMINISTRAÇÃO LEONARDO TAVARES MONTEIRO DE CARVALHO Análise do Perfil dos Motoristas de Aplicativo: um estudo na cidade de Niterói - RJ NITERÓI/RJ 2022 LEONARDO TAVARES MONTEIRO DE CARVALHO Análise do Perfil dos Motoristas de Aplicativo: um estudo na cidade de Niterói - RJ Trabalho de Conclusão do Curso apresentada ao Curso de Graduação em Administração do Departamento de Administração e Ciências Contábeis, como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Administração. Orientador: Prof. Dr. Fabio Roberto Bárbolo Alonso. NITERÓI/RJ 2022 Ficha catalográfica automática - SDC/BAC Gerada com informações fornecidas pelo autor Bibliotecário responsável: Debora do Nascimento - CRB7/6368 C331a Carvalho, Leonardo Tavares Monteiro de Análise do Perfil dos Motoristas de Aplicativo : Um estudo na cidade de Niterói - RJ / Leonardo Tavares Monteiro de Carvalho ; Fabio Roberto Bárbolo Alonso, orientador. Niterói, 2022. 39 f. : il. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Administração)-Universidade Federal Fluminense, Faculdade de Administração e Ciências Contábeis, Niterói, 2022. 1. Motorista. 2. Trabalho Informal. 3. Aplicativo de Transporte. 4. Uber. 5. Produção intelectual. I. Alonso, Fabio Roberto Bárbolo, orientador. II. Universidade Federal Fluminense. Faculdade de Administração e Ciências Contábeis. III. Título. CDD - LEONARDO TAVARES MONTEIRO DE CARVALHO Análise do Perfil dos Motoristas de Aplicativo: um estudo na cidade de Niterói - RJ Comissão examinadora ___________________________________ Prof. Dr. Fabio Roberto Bárbolo Alonso ___________________________________ Prof. Dr. João Alberto Neves dos Santos ____________________________________ Prof. Dr. Antonio Ranha da Silva AGRADECIMENTOS A Deus, por me ajudar a ultrapassar todos os obstáculos encontrados ao longo do curso. Aos meus Pais que sempre tiveram ao meu lado me apoiando ao longo de toda a minha trajetória, enfrentando inúmeras dificuldades para que eu pudesse me dedicar aos meus estudos e ao meu desenvolvimento. A minha família e amigos por todo o incentivo, companherismo e amor passado durante a minha vida. A todo corpo docente da Universidade Federal Fluminense que sempre proporcionaram um ensino de alta qualidade. Ao meu orientador Fabio Alonso, por sempre estar presente para indicar a direção correta do trabalho, sua dedicação e seus conhecimentos foram essenciais para o resultado final deste trabalho. RESUMO No atual contexto socioeconômico brasileiro, milhares de pessoas estão submetidas no mercado informal e os aplicativos de transporte contém uma grande porcentagem desses trabalhadores, o objetivo do presente trabalho é analisar o perfil dos motoristas de aplicativo de transporte de passageiros da cidade de Niterói. Para tanto, são analisados o perfil social, acadêmico, financeiro além de buscar as informações sobre o ramo de serviço anterior e o nível de satisfação com a sua atividade laboral atual por meio de questionários criados e encaminhado para esses profissionais. Por fim, serão analisados os dados recebidos de forma quantitativa e qualitativa chegando no objetivo desejado. Palavras-chave: Motorista, Trabalho informal, Uber, 99, Aplicativo de Transporte. ABSTRACT In the current Brazilian socioeconomic context, thousands of people are subjected to the informal market and transport applications contain a large percentage of these workers, the objective of the present work is to analyse the profile of the drivers of the passenger transport application in the city of Niterói. Therefore, the social, academic and financial profile are analysed, in addition to seeking information about the previous field of service and the level of satisfaction with their current work activity through questionnaires created and sent to these professionals. Finally, the data received will be analysed quantitatively and qualitatively, reaching the desired objective. Keywords: Driver, Informal work, Uber, 99, Transport Application. LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1: Faixa etária de idade dos motoristas ................................................. 19 Gráfico 2: Nível de Escolaridade dos Motoristas ................................................ 20 Gráfico 3: Gênero dos motoristas ........................................................................... 21 Gráfico 4: Ocupação Principal dos motoristas ...................................................... 22 Gráfico 5: Renda média mensal líquida dos motoristas ...................................... 22 Gráfico 6: Quantidade de dependentes dos motoristas ...................................... 23 Gráfico 7: Carga Horária média de trabalho diária dos motoristas .................... 24 Gráfico 8: Ramo anterior dos motoristas ............................................................... 24 Gráfico 9: Característica do veículo dos motoristas ............................................. 25 Gráfico 10: Origem do veículo dos motoristas ...................................................... 26 Gráfico 11: Nível de Satisfação dos motoristas com o trabalho atual ............... 27 Gráfico 12: Motivação para ser motorista de app ............................................... 27 Gráfico 13: Tabela comparativa da tarifa da uber para os motoristas .............. 30 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 9 2 REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................... 10 2.1 Trabalho Informal ................................................................................................ 10 2.2 Desemprego .......................................................................................................... 12 2.3 Reforma Trabalhista de 2017 ................................................................................ 13 2.4 Trabalho Autônomo nos Aplicativos .................................................................... 15 3 METODOLOGIA .................................................................................................... 18 4 RESULTADOS ....................................................................................................... 19 4.1 Perfil Social dos Motoristas .................................................................................. 19 4.2 Perfil Financeiro dos Motoristas ........................................................................... 21 4.3 Característica dos Veículos ................................................................................... 25 4.4 Escala de Satisfação e Motivação ......................................................................... 26 5 ANÁLISE DE RESULTADOS .............................................................................. 28 5.1 Perfil Social dos Motoristas ................................................................................. 28 5.2 Perfil Financeiro dos Motoristas ........................................................................... 29 5.3 Característica dos Veículos .................................................................................. 32 5.4 Escala de Satisfação e Motivação ........................................................................32 6 CONCLUSÂO ........................................................................................................ 34 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................ 36 9 1 INTRODUÇÃO Os primeiros aplicativos de transporte surgiram em 2009 com a missão de transformar o serviço de transporte de passageiros em algo acessível a todas as classes, os pioneiros desse serviço foram os engenheiros Travis Kalanick e Garrett Camp que criaram a empresa Uber após terem inúmeras dificuldades para conseguirem um taxi para voltar para casa. Os primeiros aplicativos particulares de transporte iniciaram suas atividades no Brasil em 2014, com a taxa de desemprego em número exorbitantes no Brasil, diversas pessoas viram nos aplicativos de transporte uma alternativa de trabalho honesta para levar o sustento para casa, desse modo, os aplicativos Uber, 99 e Cabify que são os mais utilizados pela população ganharam uma notoriedade nacional muito grande e por praticar preços mais acessíveis que os taxís se tornou uma grande concorrência dos mesmos e hoje tem números de arrecadação bilionárias. Os trabalhadores que os usam como fonte de trabalho informal não possuem vínculo empregatício e obrigatoriedade de carga horária de trabalho, eles podem trabalhar quando e onde quiserem pelo tempo que quiserem, como as receitas deles dependem de seu desempenho de trabalho, mesmo com os aplicativos não os obrigando a trabalhar pelo menos um mínimo de horas, nunca os faltam motoristas, pois para conseguir uma renda decente os mesmos precisam trabalhar por mais de 08 horas por dia, tendo uma média de 12 horas no volante para conseguirem obter uma renda satisfatória no final do dia, dessa forma o trabalhador está se doando e muitas vezes prejudicando sua saúde e bem estar social. Pelo alto índice de desemprego no País, os jovens de 18 a 24 anos tem uma dificuldade ainda maior de conquistar o seu primeiro emprego, pois as empresas que se dispõe a ir no mercado em busca de mão de obra preferem contratar candidatos que já possuem experiência no mercado de trabalho e dão uma maior segurança para que os recrutadores não possam estar fazendo uma contratação no escuro, sem baseamento de experiência anterior, dessa forma uma grande porção desses jovens encontraram nos aplicativos de transporte a forma de conquistar a sua primeira ocupação e se sustentarem. Esse projeto terá como objetivo principal apresentar o perfil dos motoristas de aplicativo da cidade de Niterói, levantaremos questões pertinentes sobre os motivos 10 que levaram os mesmos a entrar nesse meio, serão realizado questionários para descobrimos de qual area do mercado de trabalho essas pessoas faziam parte anteriormente, questões sobre o seu instrumento de trabalho e se os mesmos almejam em se manter nessa função por tempo indeterminado ou já buscam uma possível solução para serem realocados no mercado de trabalho, por fim será mostrado em numeros a importância que os aplicativos de transporte tem nesse período de recessão para que não agravesse a situação econômica das famílias afetadas pelo desemprego e que se beneficiam pela renda advinda desse serviço. 2 REFERENCIAL TEÓRICO 2.2 Trabalho informal De acordo com Targino e Vasconcelos (2015), o setor formal do mercado de trabalho é aquele em que existe algum tipo de contrato entre empregador e empregado, seja por meio da CLT ou do Estatuto do Servidor Público, e o setor informal é caracterizado pelos profissionais que são desprotegidos das condições básicas ou mínimas de trabalho e proteção social. O setor informal passa a ocupar um lugar importante no contexto atual, pois ele é a grande alternativa para que muitos trabalhadores, que estão fora do mercado de trabalho e necessitam de uma renda, se manterem economicamente ativos, pois com as crises financeiras que vem acontecendo, o mercado formal está polpularizando as demissões em massa e a não contratação de reposição (Dedecca e Baltar, 1997). A crescente no índice de profissionais trabalhando por conta própria é estimulado pela desregulamentação do mercado de trabalho nas regras do assalariamento da população que é afetada na flexibilidade da jornada de trabalho, na remuneração e nas funções desempenhadas pelos trabalhadores (Sabadini & Nakatani 2002). O Trabalho informal sempre foi concebido como o refúgio daqueles que que não conseguiram outros trabalhos (Durães, 2020), o o mercado de trabalho é muito restrito e com todas as crises que ocorreram nas últimas décadas ficou ainda mais difícil conseguir uma vaga de emprego, a única opção para milhares de pais e mães de família é pensar em um trabalho informal que possa trazer o retorno necessário 11 para manter a sua casa. Esse grupo de trabalhadores, em geral na America Latina, inserem-se em ocupações de baixa produtividade, são trabalhadores que possuem suas rendas oriundas de trabalhos por conta própria ou microempresas (Cacciamali 2016). Trabalhar na informalidade é para muitos trabalhadores uma alternativa de sobrevivência, além de tirá-los das zonas de vulnerabilidade social No entanto, é importante ressaltar que não é garantido que o trabalhador não retorne a essa situação. Esse tipo de trabalho gera maior alienação no trabalhador, devido as maiores precarizações e exclusões, ocasionadas pela ausência de proteções (De Almeida, Carmo & Da Silva, 2013). A taxa de trabalhadores no mercado informal no Brasil é referente a 40% da população ocupada segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) realizada em Maio de 2021 e divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de acordo com a amostra, dos 86,7 milhões de Brasileiros que possuem uma ocupação, 34,7 milhões são trabalhadores que não possuem carteira assinada, pessoas que trabalham por conta própria sem CNPJ e profissionais que trabalham auxiliando a família. O número de profissionais que trabalham de carteira assinada caiu 4,2% em relação ao mesmo período de 2020, os números de Maio de 2021 constam que 29,8 milhões de pessoas estão nesse grupo. (Abdala, 2021). Para Carvalho & Silva (2021), A lógica do aumento do número de Brasileiros no mercado informal é decorrente da universalização do homem-empresa, o trabalhador empresário de si mesmo, como consequência há o enfraquecimento de classe, a imposição da responsabilidade individual e o aumento do desemprego e da informalidade. De acordo com Lula, Delmiro e Diniz (2018) em pesquisa realizada com trabalhadores do mercado informal, os principais motivos para a informalidade são o Desemprego, continuidade de um trabalho informal realizado pela família,não terem tido uma oportunidade real e concreta de um trabalho formal e um nível de escolaridade abaixo do que exige os empregos oriundos da formalidade. São considerados, segundo o IBGE, profissionais informais: os trabalhadores do setor privado que não possuem a Carteira de Trabalho assinada, trabalhadores por conta própria sem CNPJ, entregadores sem CNPJ, domésticas que não possuem CTPS assinada, além de pessoas que ajudam seus parentes em negócios 12 familiares. Os entregadores por aplicativo tiverem um aumento muito grande da demanda de serviço na pandemia, pois com a maior parte da população cumprindo regras de quarentena domiciliar, os profissionais que trabalham nos aplicativos tiveram grande demanda durante o período, é esperado que o trabalho informal mantenha essa crescente, muitas empresas manterão o home ofifice e as oportunidades de emprego decorrentes da tecnologia devem aumentar e se aprimorarem cada vez mais. (Santana 2021). 2.2 Desemprego De acordo com Proni (2015), As explicações sobre as causas do desemprego trazem debates clássicos desde os séculos passados, para Marxo desemprego é condição necessária para a reprodução do modo de produção capitalista, Marshall acreditava que o desemprego é uma disfunção momentânea no funcionamento do mercado de trabalho ou resulta de uma inadequação do trabalhador, Keynes acreditava que a preocupação está centrada na demanda efetiva e na necessidade de uma gestão macroeconômica compromissada com a eliminação do desemprego involuntário, Friedman o empenho em combater o desemprego tende a gerar uma aceleração inflacionária, sendo necessário definir o pleno emprego como uma situação de equilíbrio em que não há pressões salariais. Mudanças ocorridas a partir de 1970 nos sistemas de trabalho trouxeram impactos diretos na população, novas praticas produtivas foram elegíveis e culminaram na precarização do trabalho e no aumento do desemprego. O trabalhador se tornou algo incluível no padrão capitalista, com um número de postos de trabalhos formais menor e dificuldades impostas pelas novas condições de empregabilidade, que muitas vezes desmobiliza, desregula e desvaloriza as relações de trabalho instituídas (Pereira & Brito 2006). Segundo Baltar (2015) as empresas ao anunciarem uma vaga não tem o que reclamar sobre a quantidade de inscritos para a mesma, sendo que há a alegação que eles possuem dificuldade em encontrar candidatos com as características esperadas para aquele cargo, segundo o autor, essa dificuldade tem relação com a alta rotatividade dos trabalhadores no emprego, os empregadores possuem uma excessiva liberdade para dispensar os funcionários, basta pagar uma indenização 13 estabelecida pelas leis trabalhistas, que é relativamente um valor muito baixo, e demitir o seu funcionário realizando a continuação dessa alta rotatividade de contratações e despensas, pelo lado das empresas, há a alegação que essas ações são reflexos da inadequação dos trabalhadores disponíveis. De acordo com Monte, Araújo e Lima (2005), o Desemprego atinge desigualmente os grupos sociais existentes na nossa sociedade, Os jovens com idade de até 24 anos possuem as taxas de desemprego mais elevadas que outros grupos, dados parecidos são visualizadas na comparação entre o gênero femino com o gênero masculino, a um maior índice de desempregados na classe das mulheres em comparação com a classe dos homens, o autores destacam que essa elevada taxa de desemprego das classes citadas, pode não ser condicionado apenas a uma menor probabilidade de iserção no mercado de trabalho, pode ter ligação com um menor tempo para procura de emprego dessas classes. Os jovens possuem uma maior dificuldade de entrar no mercado de trabalho, um estudo de Reis (2015) transmite que o jovem sem experiência, comparando com uma pessoa buscando o restabelecimento no mercado de trabalho, tem uma maior duração na busca pela sua primeira oportunidade, e esse primeiro emprego tende a ser de qualidade inferior aos oferecidos para os profissionais que possuem experiência, com salário piores, informalidade e estabilidade indesejada ou nula. De acordo com estudo realizado por Bell e Blanchflowe (2011) utilizando como base os Estados Unidos e o Reino Unido, entre 2008 e 2009, datas que ocorreram a recessão nos países citados, os jovens foram os primeiros a serem demitidos pelas empresas que passaram por apertos, o índice de desemprego da classe aumentou, e pela rapidez do ocorrido, não aparenta ter sido por fatores salariais ou outros detalhes referentes ao cargo, houve a conclusão, que no momento que as empresas precisam demitir funcionários por crises, os jovens na maioria das vezes são os mais prejudicados, pois logicamente possuem uma menor experiência e qualificação comparando com os profissionais mais experientes. 2.3 Reforma Trabalhista de 2017 A reforma trabalhista ocorrida em 2017 significou um retrocesso dos direitos sociais (Abilio, 2020), era esperado que com o alívio das relações de trabalho haveria uma menor carga para as empresas que se estruturariam e contratariam 14 mais funcionários para o seu quadro, não foi bem isso que aconteceu, os índices de desemprego não diminuiram e houve um aumento significativo do número de funcionários informais. Pelo fato de não haver mais uma obrigatoriedade de descontos referentes aos sindicatos das classes, o trabalhador perdeu um grande auxílio em negociações contratuais e rescisórias com os empregadores, pois os sindicatos tiveram sua representatividade diminuída, assim como a Justiça do trabalho que possui pontos na contrarreforma que afetam e diminuem a sua atuação. Os impactos das reformas dependem da profundidade das mudanças legais e da sua efetividade. Nos impactos jurídicos predominam os cortes de direitos, sejam explícitos ou não, Os impactos sociais das reformas são precarizantes, contudo, variam muito em profundidade. Algumas mudanças legais são pouco aplicadas, outras, aparentemente sutis, provocam grande impacto nos mercados de trabalho (Filgueiras, Lima & De Souza, 2019). A reforma trabalhista constituiu mudanças no padrão de regulação social no Brasil, foram ampliados os poderes dos empregadores, eles passaram a determinar com mais facilidade e dentro da lei, as condições das contratações, uso e remuneração do trabalho, acabou com o financiamento das entidades sindicais e o seu poder de negociação coletivo, sendo livre a contribuição e por escolha de cada funcionário, impôs limitações à justiça trabalhista e reduziu o controle jurisdicional sobre os contratos de trabalho. O resultado dessas mudanças foi o aumeto da precariedade de trabalhos, as relações de trabalho foram flexibilizadas e desregulamentadas e não houve mudanças acentuadas nas gerações de emprego, havendo inclusive, no período de 2017-2019 uma queda de 9,56% do salário médio dos trabalhadores contratatados (Carvalho & Silva, 2021). A terceirização de mão de obra passou a ser uma forma muito comum de contratação de mão e obra por parte dos empregadores, dessa forma eles não possuem vínculos empregatícios com os prestadores de serviço, no lado do funcionário ele trabalha sem garantia e segurança alguma sobre as leis trabalhistas, pois ele não possui vínculo empregatício, a terceirização cria uma subclasse de trabalhadores que são sistematicamente impedidos de acessar seus direitos (Mossi, 2019). Entre os anos de 2017 e 2019 houve um aumento de 28% nas contratações temporárias (Droppa, Biavaschi, & Teixeira, 2021), esse tipo de trabalho 15 caracteriza-se pela contratação de um prestador de serviço por um prazo determinado, o prazo máximo para um contrato temporário é de 180 dias prorrogáveis por mais 90 dias apenas uma única vez. Essa forma de contratação é muito utilizada nas datas comemorativas principamente pelo comércio, no final do ano com a proximidade do Natal, as lojas tem um aumento muito grande das vendas por conta da procura pelos presentes, com isso, vagas temporárias para o mês de Dezembro são oferecidas pelos lojistas, uma parte da população que se encontra desempregada consegue nessa época do ano uma ocupação temporária para conseguir uma certa renda, muitas vezes na esperança de uma possível efetivação. Com a Reforma Trabalhista (Lei nº 13.467/2017) e a consequente flexibilização das Leis do Trabalho, a informalidade tornou-se ainda mais forte e é papel da Justiça garantir que esses vínculos estejam em conformidade com a legislação vigente (Glomb, 2020), muitos trabalhadores não possuem o nível de instrução necessária para saber se o tipo de trabalho que estão realizando está regulamentado conforme a reforma, é importantíssimo a fiscalização dos orgãos legais para garantir que os direitos da população estão sendo respeitados. Com as mudanças ocorridas, os jovens que buscam o seu primeiro emprego estão com ainda mais dificuldades de entrar no mercado de trabalho, pois as poucas empresas que estão no mercadooferecendo vagas de emprego optam por pessoas experientes pela diminuição do risco de ter uma escolha equívocada, a probabilidade de um jovem que nunca trabalhou ainda permanecer desempregado é de 64% enquanto para os jovens da mesma faixa etária (de 15 até 24 anos) que possuem experiência no mercado de trabalho é de 44% (Reis, 2015), nesse modo a alternativa de uma parcela dos jovens para dar o primeiro passo na vida profissional é o trabalho informal. 2.4 Trabalho autônomo nos aplicativos Com os avanços tecnológicos, Aplicativos de transporte de passageiro se popularizaram no Brasil e no Mundo, com os altos indíces de desemprego no País diversas pessoas usam os aplicativos de transporte como sua principal fonte de renda, sem vínculos empregatícios e direitos trabalhistas essas pessoas trabalham expostas a todo tipo de risco e trabalham no momento e quando querem, no Brasil há diversas contestações judiciais e extrajudiciais por parte de pessoas, Entidades 16 ou políticos para que a empresa reconheça vínculos empregatícios e sejam regulamentadas com os mesmos deveres que os taxistas tem (André, Silva & Nascimento, 2019). De acordo com Abílio (2020), estamos vivenciando uma nova forma de controle, gerenciamento e organização do trabalho mediadas por plataformas digitais, essa nova tendência global está sendo chamada de Uberização. É possível conceituá-la como um amplo processo de informalização do trabalho, o autor cita quatro elementos chaves que envolvem a definição de Uberização: 1) redução do trabalhador a um trabalhador just-in-time, desprovido de direitos e garantias trabalhistas. 2) As empresas se apresentam como mediadoras, dessa forma elas não possuem as obrigações de uma contratante. 3) As empresas possuem o papel de instruir e executar as normas de certificação e fiscalização do trabalho que deveriam ser do Estado. 4) o deslizamento da identidade profissional do trabalho para a de trabalho amador. A exploração do trabalho utilizando aplicativos é um fenômeno conhecido como “Uberização do Trabalho”, mesmo recebendo o nome da maior empresa do segmento, não é algo exclusivo dela. as empresas estabelecem relações de prestação de serviços que são chamadas de parcerias pois não há regulamentação de trabalho entre as partes. Os chamados parceiros possuem uma falsa idéia de autonomia no trabalho pois não possuem um chefe ali os controlando, porém, ficam refém dos algoritmos que determinam e controlam o seu rendimento de trabalho diário (Rodrigues, Moreira & Lucca, 2021). Uma característica do trabalho sob demanda por meio dos aplicativos é a invisibilidade dos motoristas, por serem classificados como autônomos, suas atividades laborais são esvaziadas, não há contato entre o tomador de serviços e o trabalhador, tudo é realizado de forma online (Kalil, 2020). O modelo de trabalho ofertado pela Uber vai na direção contrária do encontrado no mercado de trabalho nacional, que na maioria dos casos possui uma jornada de trabalho diária obrigatória e desgastante, o meio de condução ao trabalho, que na maior parte dos casos é o transporte público é precário. A ideia do aplicativo é deixar o motorista dirigir quando quiser, não necessitando cumprir jornada de trabalho e dando liberdade para o trabalhador executar qualquer outra atividade quando bem entender pois quando necessitar de trabalhar, basta ligar o aplicativo e realizar a jornada que achar necessária, sendo que diferentemente dos 17 trabalhos do modelo tradicional, os trabalhadores não possuem direitos trabalhistas definidos e os aplicativos não prestam nenhum tipo de assistencia de saúde ou trabalhista. (Silvestre, 2017) Pelo fato de os aplicativos não determinarem carga horário mínima de trabalho e dar liberdade de definição por parte do trabalhador, não há perda de produtividade ou redução de tempo do trabalhador, muito pelo contrário (Passos & Lupatini, 2020), os trabalhadores enfrentam jornadas de trabalho muito maior que as 08 horas usuais e não há impeditivo dele fazer isso, dessa forma o mesmo está se doando para ganhar um pouco mais e ficar disponível em uma maior quantidade de tempo para a empresa em troca de sua saúde e bem estar social. O Brasil é o 2º maior mercado da Uber no mundo, ficando atrás apenas dos Estados Unidos, um levantamento do IBGE realizado em 2019 revelou que a cada duzentos brasileiros, um é motorista de aplicativo. De acordo com pesquisa realizada por Barros e Raymundo (2021), motoristas com idade acima de 50 anos declararam que iniciaram os serviços nos aplicativos de transporte com os seus veículos pois vinham encontrando dificuldades de retornarem ao mercado de trabalho por conta da sua idade, segundo o artigo, os entrevistados informaram que por diversas vezes iam para entrevistas de emprego e apresentavam as suas pretenções salariais de acordo com os seus conhecimentos e experiências na área, mas eram preteridos por jovens recém formados que por conta da busca muitas vezes pelo primeiro emprego e a falta de formações complementares e experiências aceitavam receber um salário menor para conseguir a vaga. A profissão de motorista sempre foi quase que exclusiva dos homens, as mulheres, conquistando o espaço cada vez maior na sociedade e buscando a igualdade gênero e vencer o preconceito, atualmente já são consideradas uma parcela importante da classe, Além disso, habilidades como prudência e cuidado no volante atrai uma parcela de clientes que preferem as motoristas devido à maior percepção de segurança (Icetran, 2020), entretanto, não parece ser uma das mais fáceis missões, popularizaram a piada “mulher no volante, perigo constante!” entre outras famas que criaram sobre as mulheres no volante , o quesito segurança talvez seja o mais sério para as motoristas, pois ali no carro elas acabam ficando mais expostas a qualquer tipo de atrocidade que possam ser realizadas. 18 Há casos de trabalhadores dos aplicativos que colocaram os mesmos na justiça alegando que a relação de trabalho deles caracterizava-se como vínculo empregatício, culminando dessa forma com a obrigação dos direitos trabalhistas para ambos os lados. Segundo Rodrigues, Moreira & Lucca (2021), mesma havendo dificuldades em determinar esse vínculo empregatício nos serviços gerenciados por algoritmos, há prerrogativas de gestão e poder hierárquico da empresa sobre os seus subordinados, como exemplo o poder de estipular regras e tarefas aos parceiros, monitoramento e aplicação de sansões em casos de desobediências, isso pode-se estabeler um vínculo trabalhista entre as partes. O Algoritmo da Uber comanda todos os trabalhadores, decorrente dele que são ofertadosos preços dinâmicos aos passageiros para um maior incentivo ao motorista e as missões que são atribuídas para os motoristas em dias que os aplicativos esperam uma alta demanda de passageiros, segundo Leme,Rodrigues & Junior (2017), a estrutura da relação entre a Uber e os motoristas é na forma de aliança neofeudal, onde os motoristas são chamadas de parceiros e possuem liberdade trabalharam quando bem entenderem ser necessário, algo que é imediatamente negado pelo dever de aliança e do cumprimento dos objetivos traçados pelos algoritmos. 3 Metodologia O projeto utilizou a pesquisa de cunho exploratório como base, pois é um tema atual que possui poucos artigos a serem utilizados como referência, a fonte de pesquisa que foi utilizada é a secundária, foram realizadas diversas entrevistas e questionários com os motoristas de aplicativo da cidade de Niterói, a abordagem foi através de grupos nas redes sociais e contato direto nos postos de combustível e locais que os mesmos utilizam como apoio, dessa forma foi apresentado o projeto e feita a introdução sobre como eles poderiam ajudar no estudo do assunto, foram disponibilizados questionários online queforam enviados para eles por aplicativos de mensagem para entender as situações da classe, para conseguirmos atingir o objetivo da pesquisa que será apresentado utilizando o metodo misto, uma parte dos resultados foi disponibilizado por números e gráficos, a partir disso analisados de forma subjetiva, após isso os resultados são apresentados pelos 2 métodos, 19 quantitativo e qualitativo, trazendo em numeros e gráficos os conceitos sobre os resultados obtidos na pesquisa e traremos as conclusões sobre o tema. 4 RESULTADOS A populaçao do estudo é formada pelos motoristas de aplicativo da cidade de Niterói. O questionário foi dividido em quatro partes sendo: (i) perfil dos motoristas, (ii) perfil financeiro, (iii) característica dos veículos, (iv) escala de satisfação e motivação. 4.1 Perfil Social dos Motoristas Na primeira parte serão apresentados os dados obtidos quanto ao perfil dos motoristas. Gráfico 1: Faixa etária de idade dos motoristas A idade média dos motoristas de aplicativo da cidade de Niterói é de 39,95 anos, tendo um percentual de 40% na faixa etária de 35 a 44 anos, como descrito no gráfico 01. 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 a 24 anos 25 até 34 anos 35 até 44 anos 45 até 60 anos Acima de 60 anos Faixa etária 20 O nível de escolaridade dos motoristas de aplicativo pode ser visualizado no gráfico 02: Gráfico 2: Nível de Escolaridade dos Motoristas Os motoristas com ensino médio completo detem o maior percentual com 33%, mas analisando o quadro, podemos visualizar que no total 64% dos motoristas ingressaram no nível superior, pegando essa amostra, apenas 20% dos motoristas conseguiram até o momento da pesquisa se formar na área que iniciou sua faculdade, outros 23% seguem cursando e 21% tiveram que trancar a faculdade por motivos diversos, tendo como principal causa a parte financeira, 3% dos motoristas concluíram apenas o nível fundamental. O gênero dos motoristas de aplicativo na cidade de Niterói pode ser visualizado no gráfico 03: 3% 33% 23% 20% 21% Nível de Escolaridade Ensino Fundamental Completo Ensino Médio Completo Ensino Superior Cursando Ensino Superior Completo Ensino Superior Incompleto (Opção para os que possuem matrículas trancadas) 21 Gráfico 3: Gênero dos motoristas Com relação ao gênero, 97% dos motoristas se identifica com o gênero masculino e 3% se identifica com o gênero feminino, nessa questionamento foi dado as opções aos entrevistados de dizer se eles se identificavam com outro gênero se não os descritos nas alternativas e o direito de não dizer, mas tivemos a totalidade das respostas nos 2 gêneros descritos no gráfico 03. 4.2 Perfil Financeiro dos Motoristas Na segunda parte serão apresentados os resultados encontrados sobre principal fonte de renda, renda líquida, dependência financeira e ramo de trabalho anterior dos motoristas de aplicativo da cidade de Niterói. 97% 3% Gênero Masculino Feminino 22 Gráfico 4: Ocupação Principal dos motoristas Com relação a ocupação principal, podemos analisar no quadro 04, que 79% dos motoristas tem os aplicativos de transporte como renda principal e 21% possuem os aplicativos como renda secundária. Renda líquida mensal dos motoristas de aplicativo da cidade de Niterói, pode ser visualizada no gráfico 05: Gráfico 5: Renda média mensal líquida dos motoristas Em relação a renda mensal líquida, percebe-se que a renda predominante é um valor médio entre R$ 3.500,00 e R$ 5.000,00, podemos visualizar que há uma 79% 21% Ocupação Principal Sim Não 9% 27% 43% 15% 6% Renda média mensal líquida Até R$ 2.000,00 Entre R$ 2.000,00 e R$ 3.500,00 Entre 3.500,00 e R$ 5.000,00 Entre R$ 5.000,00 e 6.500,00 Acima de R$ 8.000,00 23 discrepância entre os valores, pois possuem motoristas que faturam um valor líquido de até R$ 2.000,00 da mesma forma que outros faturem em média valores acima de R$ 8.000,00. A quantidade de dependentes financeiras que cada motorista de aplicativo da cidade de Niterói possuem, pode ser visualizado no gráfico 06: Gráfico 6: Quantidade de dependentes dos motoristas Em relações a dependentes financeiros, foi posto que eles deveriam se incluir na relação de dependentes financeiras dos valores que eles obtém como lucro líquido dos aplicativos de transporte, dessa forma 18% dos motoristas declararam que apenas eles dependem da renda dos aplicativo, 37% declararam que 2 pessoas dependem da renda obtida dos aplicativos, 24% possuem 3 dependentes e 21% possuem 4 ou mais dependente. Com esses números podemos analisar que temos um equílibrio grande entre o número de dependentes dos motoristas. A carga horária média diária de trabalho dos motoristas de aplicativo da cidade de Niterói, pode ser visualizada no gráfico 07: 18% 37% 24% 21% Quantidade de Pessoas que dependem da renda do motorista Somente eu 2 pessoas 3 pessoas 4 ou mais pessoas 24 Gráfico 7: Carga Horária média de trabalho diária dos motoristas. Em relação a carga horária média de trabalho diária dos motoristas de aplicativo da cidade de Niterói, 8% dos profissionais trabalham entre 4 e 6 horas por dia, 15% trabalham entre 6 e 8 horas, 28% trabalham entre 8 e 10 horas, 28% trabalham entre 10 e 12 horas, e 21% trabalham incríveis mais que 12 horas por dia. O Ramo de serviço anterior dos motoristas de aplicativo da cidade de Niterói, pode ser visualizado no gráfico 9: Gráfico 8: Ramo anterior dos motoristas 8% 15% 28%28% 21% Carga horária média de trabalho diária 4 a 6 horas 6 a 8 horas 8 a 10 horas 10 a 12 horas 12 horas ou mais 2 2 8 2 6 6 6 2 1 1 1 1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 SAÚDE EDUCAÇÃO ADMINISTRATIVO ENGENHARIA NAVAL COMÉRCIO EMPRESÁRIO OU MICROEMPRESÁRIO CONSTRUÇÃO BANCÁRIO HOTELARIA SERVIDOR PÚBLICO TRANSPORTE Ramo anterior 25 Em relação ao ramo de ramo de serviço anterior, foi posto que 19% dos motoristas de aplicativo tinham algum negócio ou pequeno negócio, com a crise que o País vem passando durante os últimos anos, um grande percentual de empresários ou microempresário encerrou o CNPJ da sua empresa, 3 setores ficaram empatados com 18%, o Comércio, a área Naval e o setor Administrativo. Outro ponto importante da pesquisa é que há 5% de profissionais que são da área da saúde e 5% dos profissionais da área da Educação, setores primordiais da nossa sociedade. Uma curiosidade é que apenas 3% já eram do ramo de transporte anteriormente. 4.3 Característica dos Veículos Na terceira parte serão apresentados os resultados encontrados sobre a característica dos veículos dos motoristas de aplicativo da cidade de Niterói, analisando se são utilizados veículos próprios ou alugados e esclarecendo se os veículos que são próprios já eram de propriedade dos motoristas ou se foram comprados exclusivamente para o uso no trabalho. O tipo de veículo dos motoristas de aplicativo da cidade de Niterói, pode ser visualizado no gráfico 10: Gráfico 9: Característica do veículo dos motoristas Em relação aos veículos dos motoristas, 84,6% trabalha com veículo próprio, 12,8% aluga o veículo de uma pessoa física e apenas 2,6% aluga em locadoras. 85% 2% 13% Trabalham com veículo Próprio Alugam veículos em locadoras Alugam veículos com pessoas físicas 26 A característica de procedência dos veículos dos motoristas de aplicativo da cidade de Niterói, pode ser visualizada no gráfico 11: Gráfico 10: Origem do veículo dos motoristas Em relação a procedência dos veículos dos motoristas que possuem carro próprio, 45% iniciou o seu trabalho utilizando o veículo que já possuia e utilizava antes para outros fins, enquanto 55% precisou comprar o veículo que iniciou o seu trabalho nos aplicativos.4.4 Escala de Satisfação e Motivação Na quarta parte serão apresentados os resultados sobre o nível de satisfação e a motivação dos motoristas como a sua atual situação de trabalhos no aplicativos de transporte. Essa pesquisa pode ser analisada no gráfico 12: 45% 55% Já possuia o veículo anteriormente? Sim Não, Comprei exclusivamente para iniciar nos apps 27 Gráfico 11: Nível de Satisfação dos motoristas com o trabalho atual Em relação ao nível de satisfação, 76% dos motoristas não estão satisfeitos e buscam frequentemente outro emprego, apenas 3% dos motoristas estão totalmente satisfeitos e não pensam em mudar sua ocupação, o preocupante dessa pesquisa é que 5% não estão satisfeitos e buscam raramente outro emprego e 16% não estão satisfeitos e não buscam outro emprego. Os motivos para que os motoristas tenham iniciado e se mantido nos aplicativos de transporte, pode ser visualizado no gráfico 13: Gráfico 12: Motivação para ser motorista de app 3% 76% 5% 16% Nível de Satisfação Estou satisfeito e não penso em trocar de função Não estou satisfeito e busco frequentemente vagas de emprego Não estou satisfeito e busco raramente vagas de emprego Não estou satisfeito e não busco vagas de emprego 59% 8% 5% 28% Motivos para ser Motorista de App Falta de oportunidades de emprego no mercado de trabalho Baixa remuneração na área que trabalhava anteriormente Vi uma oportunidade de conseguir a minha independência financeira Pela flexibilidade e poder me dedicar a outros projetos 28 Em relação aos motivos, 76% revelou que a falta de oportunidade de emprego no mercado de trabalho foi o principal motivo, 16% relatou que a flexibilidade dos trabalhos no aplicativo, como por exemplo poder fazer seus horários, e a disponibilidade de tempo para se dedicar a outros projetos é o principal motivo para o seu trabalho nos aplicativos, 5% relata que a baixa remuneração na área que trabalhava anteriormente foi o principal fator para essa decisão enquanto outros 3% enxergaram uma oportunidade de obter a tão sonhada independência financeira. 5 ANALISE DOS RESULTADOS 5.1 Perfil Social dos Motoristas Há uma maioria esmagadora de homens na profissão em comparação as mulheres, essa discrepância entre os grupos pode ser explicado pelo grande problema de segurança pública que vivemos em Niterói e no estado do Rio de Janeiro, uma reportagem do Jornal Extra do dia 17/10/2021 trouxe os dados que nos 8 meses anteriores a reportagem, 6 Motoristas haviam sido assassinados e 1 se encontrava desaparecido. As mulheres na situação do trabalho como motorista de aplicativo ficam muito expostas a passar por situações desagradáveis e perigosas, que vão desde a piadinhas e propostas indecentes até tentativas de forçar uma possível relação sexual ou se aproveitarem da vulnerabilidade naquele momento e realizarem assaltos. Segundo reportagem do Uol, desde que a crise econômica se instalou no Brasil, diversos profissionais aderiram aos aplicativos de transporte ou entrega para pagar os seus boletos, a recuperação dos empregos tem sido tão lenta que muitos estão recorrendo a chamada “uberização” do trabalho. De acordo com Renan Pieri, da FGV, os mais jovens foram os pioneiros na migração para essa área de trabalho, pois no momento que as empresas iniciam as suas demissões, eles muitas vezes são os primeiros a serem desligados pois na maioria dos casos ainda não ocupam funções imprescindíveis dentro da organização, muitos desses profissionais que recorreram a essa forma de trabalho possuem nível superior completo e formações complementares mas não conseguem retornar aos seus postos de trabalho ou nem mesmo serem inseridos no mercado de trabalho para sua primeira experiência. 29 Há uma grande parcela de motoristas de aplicativo com mais de 50 anos, muitos declaram que estão na função atual pelo fato de possuírem dificuldade de voltarem para o mercado de trabalho formal, eles possuem, normalmente, uma vasta experência na sua área, sendo que são considerados muitas vezes ultrapassados por conta das novas tecnologias existentes e são substituidos por jovens sem experiência entretanto com mais por dentro das inovações da área, dessa forma a solução encontrada é o mercado informal dos aplicativos de transporte para levar o sustento a suas residências. Uma parcela dos aposentados em nosso território brasileiro acabam se sentindo inúteis depois de conseguir esse benefício, pois trocam muitas vezes uma rotina agitada pela calmaria da sua casa e da vida pacata, a solução encontrada por muitos são os aplicativos de transporte, além do retorno financeiro, proporcionam novamente um sentido na sua vida, pois eles se sentem úteis em estar ajudando outras pessoas, em estar trabalhando novamente e por fim, conhecendo diversas histórias e locais que nunca tinha visto antes na sua longeva vida. 5.2 Perfil Financeiro dos Motoristas Quando os aplicativos de transporte particulares se instalaram no Brasil, foi oferecida a idéia de que seria um complemento de renda para os seus parceiros, mas pela situação e desemprego constante em nosso país, os aplicativos passaram a ser a renda principal de muitas famílias, pois há muita dificuldade de inserção ou reinserção no mercado de trabalho, segundo reportagem do G1.com disponibilizada em 27/10/2022, 13,7 milhões de Brasileiros estão desempregados de acordo com o Instuto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), isso representa aproximadamente 13,2% da população. No que tange a horas trabalhadas, um trabalhador do mercado formal tem a jornada de trabalho estabelecida em lei pela Constituição Federal, em seu art. 7.º, é de 8 horas de trabalho diária, os motoristas de aplicativo estão necessitando trabalhar mais horas que um trabalhador do mercado formal para conseguirem uma renda satisfatória ou nem tanto para alguns. Os motoristas possuem uma responsabilidade muito grande sobre a sociedade pois estão responsáveis por vidas no momento que conduzem o seu veículo, não 30 somente a sua vida e a dos passageiros assim como também de toda a população que está ao seu redor, muitos dos que trabalham acima de 12 horas informaram que vão até onde corpo aguentar, muitas das vezes trabalhando por 15,16,18 horas diárias, podemos encontrar facilmente no YouTube conteúdo de motoristas que trabalharam por 24 horas seguidas nos aplicativos. Quando começamos a estudar mais a fundo as condições de trabalho dos motoristas de aplicativo, podemos encontrar as explicações para essa carga de horário de trabalho tão alta que a maioria segue, no quadro 08, temos a comparação entre a tabela de valores de 2014 e a de 2021 do principal aplicativo de transporte, a Uber. Gráfico 13: Tabela comparativa da tarifa da uber para os motoristas Tabela de Valores da Uber do Brasil Mês Janeiro de 2015 Novembro de 2021 Percentual Valor da Bandeirada R$ 2,00 R$ 2,22 Aumento de 10% Valor do KM rodado R$ 1,40 R$ 1,60 Aumento de 14,29% Valor do minuto rodado R$ 0,15 R$ 0,18 Aumento de 20% Desconto 25% 25% Manteve Como referência, o litro da gasolina no Rio de Janeiro em 2015 era R$ 3,265 enquanto em Novembro de 2021 o valor médio da gasolina no Estado chegou a R$ 7,649 tendo como resultado um aumento de 135,28%, por outra lado, a Uber aumentou os valores em 14% apenas durante todo esse período. De acordo com reportagem publicada pelo UOL, os motoristas de Uber em São Paulo rodam até 60 horas semanais para conseguirem um lucro de R$3.000,00 mensais, podemos realizar essa comparação com os motoristas de Niterói, pois os valores das receitas e custos são semelhantes, eles trabalham em média 12 horas por dia útil, isso equivale a 4 horas diárias adicionais em relação a carga horária de um trabalho normal e 16 horas semanais a mais que a cargahorário semanal de 44 horas de acordo com a regulamentação trabalhista. 31 Muitos motoristas eram empresários ou microempresários e hoje sustentam a família dirigindo o seu veículo pela cidade, esses profissionais, na maioria dos casos, precisou encerrar o seu CNPJ por não ser mais algo rentável, a crise econômica que assombra o país a alguns anos ocasionou a decadência de muitos negócios, mas o principal fato que agravou e na maioria dos casos decretou o fechamento desses negócios foi a pandemia, muitos empresários e comerciantes que já não estavam em situação confortável foram pegos de surpresa com as consequências do Corona Vírus e precisaram fechar as suas empresas ou comércios, e na maioria dos casos acumulando dívidas que necessitam ser pagas, a solução encontrada por muitos foram os aplicativos de transporte. O mercado dos serviços navais e serviços relacionados a Petrobras também ficam em evidência quando conversamos com os motoristas sobre o ramo de trabalho que ele é oriundo, após a Operação Lava Jato da Polícia Federal, que foi uma das maiores iniciativas de combate à corrupção e lavagem de dinheiro da história recente do Brasil, muitas empresas do ramo fecharam as portas e estão até hoje devendo os direitos a esses ex funcionários, pela dificuldade de abertura de vagas em novas empresas por conta da diminuição da carga de serviços muitos profissionais se viram obrigados a recorrer aos aplicativos de transporte para conseguir sustentar os seus dependentes, por outro lado, esses profissionais são os que tem mais esperanças de retomarem os seus postos de trabalho, para eles com o investimento de alguma empresa multinacional do ramo o mercado voltará a contratar, dificilmente serão oferecidos salários equiparados com alguns anos atrás, mas ainda sim eles identificam ser uma alternativa mais rentável e seguro que o serviço informal que hoje exercem. Há diversos motoristas que possuem formação na área da Sáude e da Educação, pessoas que são qualificadas para cuidar e educar a população estão desperdiçando o seu dom trabalhando nos aplicativos de transporte, em qualquer lugar do munícipio de Niterói e até mesmo na cidade do Rio de Janeiro nós vemos pessoas reclamando do atendimento na rede pública de saúde, da falta de profissionais nas UPA’s e clínicas, pessoas reclamando da falta de professores na rede pública de ensino, na qualidade dos colégios municipais/estaduais, por conta dessas condições que o sistema público também oferece para os profissionais que muitos deles estão fora do ramo nesse momento, a estrutura precária para se 32 trabalhar, a falta de apoio e a baixíssima remuneração são os principais motivos dessa escolha profissional. 5.3 Característica dos Veículos A maior parte dos motoristas possuem veículo próprio para exercer o seu serviço nos aplicativos, a forma mais popular que utilizam para conseguir o seu carro é por meio do financiamento bancário, estima-se que os motoristas gastam o equivalente a 40% do seu lucro mensal com o custo do seu trabalho, esse gasto envolve prestação, combustível, manutenção, seguro, IPVA, lavagens, alimentação, entre outros. Há uma parcela dos motoristas que por conta do auto custo para manter o veículo preferem alugar de terceiros ou de locadoras, pois na maioria das vezes o IPVA e o seguro ficam por conta do locador e a manutenção é dividida 50% para locatário e 50% para o locador no caso dos aluguéis com pessoa física e 100% do locador no caso dos aluguéis nas locadoras regulamentadas ficando a cargo do motorista apenas o pagamento do aluguel, outra explicação utilizada pelos que preferem rodar com carros alugados é o fato de o seu veículo particular se depreciar muito rodando pela cidade, aumento a quilometragem e dificultando a revenda futura, com isso, os obrigando a vender os veículos bem abaixo do valor de mercado. As locadoras de veículo vem sendo preteridas pelas pessoas físicas que alugam os seus carros, pois a maioria dos motoristas estão dando preferência pelos profissionais que alugam seus automóveis particulares, a explicação se dá pelo fato de as locadoras não utilizarem Gás Natural Veícular em seus veículos, com o aumento do valor do combustível líquido e os aumentos precários da tabela de preço dos aplicativos, os motoristas estão descartando a possibilidade de trabalhar com veículos que consumam apenas o combustível líquido, preferindo dessa forma os veículos particulares de pessoa física que possuem Gás Natural Veícular e são anunciados em redes sociais e no boca a boca nos pontos de apoio que os motoristas utilizam durante o dia a dia. 5.4 Escala de Satisfação e Motivação Os motoristas de aplicativo, na sua grande maioria, não estão satisfeitos com as condições atuais de trabalho, as principais queixas são relacionadas as tarifas que 33 são consideradas muito baixas considerando a alta dos combustíveis e o custo do seu trabalho. Outro ponto a se considerar é a falta de segurança no seu trabalho, é frequente observarmos durante reportagens na TV ou internet casos de motoristas assaltados, sequestrados e até mortos por usuários das plataformas, os motoristas sentem falta de um apoio dos aplicativos nessas questões, sentem falta de serem ouvidos. Novos recursos de segurança foram adicionados nas plataformas no decorrer desses 8 anos que elas estão instaladas no país, sendo que ainda possuem vulnerabilidades que as mentes criminosas conseguem fraudar para utilizar os aplicativos para realizar crimes, recentemente foi apresentada a categoria entregas nos aplicativos, onde o motorista busca uma encomenda na origem e realiza a entrega no destino, sem levar nenhum passageiro, apenas a encomenda, usuários estão utilizando esse recurso para fazer transporte de drogas e armas, o motorista acaba realizando essa corrida sem saber do risco que está correndo, pois se for parado em uma blitz ele será levado para delegacia para averiguação e em muitos casos provavelmente será detido até que seja investigado a origem do material ilícito encontrado no veículo. Na reportagem do site O Tempo, temos um relato da família de um motorista que aceitou uma corrida no Rio de Janeiro com destino a Minas Gerais, a corrida era no aplicativo da 99 na modalidade Pop, que se caracteriza pelo transporte de passageiros e suas bagagens, a passageira levava consigo 4kg de drogas divididas em 2 mochilas no banco traseiro do veículo, eles foram paradas pela Policia Rodoviária Federal na altura de Juiz de Fora e após a constatação do material nas mochilas foram levados para a delegacia e acabaram presos na audiência de custódia, a passageira se manteve calada e mesmo com o motorista apresentando o aplicativo e mostrando que estava em corrida naquele momento foi levado para a Penintenciária, a 99 informou que estava cooperando com a polícia na investigação, enquanto isso até a ultima atualização da reportagem, o motorista já se encontrava preso por 1 mês, esse é o receio de outros profissionais pela fragilidade e exposição que a sua atividade propõe, e mesmo estando com tudo certo e a corrida ativa no aplicativo, se tiver algo ilícito dentro do seu carro ele pode sofrer as consequências mesmo sem saber do que se trata. 34 6 Conclusão O tema deste trabalho foi escolhido em razão de sua atualidade e pouco estudo por parte da sociedade, os motoristas são vistos por muitas pessoas como invisíveis, elas entram no carro do profissional, o destino já está inserido no aplicativo, ao chegar no ponto que desejam saem do carro e seguem a sua vida, em diversas ocasiões sem ao menos cumprimentar aquele trabalhador, sem trocar uma palavra com ele e buscar saber o ser humano que está por trás daquele motorista de aplicativo O desenvolvimento do presente estudo possibilitou um entendimento sobre o perfil dos motoristasde aplicativo da cidade de Niterói, também foi permitido entendermos sobre os motivos que os fizeram escolher essa profissão no momento delicado de recessão trabalhista na qual o nosso País está passando. Analisou-se os direitos trabalhistas do profissional do mercado formal em comparação aos trabalhadores do mercado informal citado, a proposta apresentada pelos aplicativos é de que seja uma parceria entre as partes, na qual os profissionais tem a autonomia de utilizar os aplicativos para complemento de renda nos dias e horários que deseja sem uma imposição de carga horária mínima, no Brasil com a dificuldade de inserção no mercado de trabalho, os aplicativos são na maioria dos casos a renda principal e única daqueles profissionais, que para atingir os seus objetivos de faturamento necessitam ficar por 12 ou até mais horas seguidas no volante, uma carga de trabalho de pelo menos 50% acima do permitido pela CLT mas que pelo fato do seu trabalho não haver uma regulamentação não há fiscalização quanto a isso, os aplicativos mantem a versão de parceria e realizam todos os trâmites encontrados para que não sejam caracterizadas relações de emprego entre eles e os motoristas. Foi identificado no decorrer deste trabalho há necessidade de um maior apoio jurídico das empresas de transporte particular para os motoristas em casos de ocorrências no momento em que estão com passageiros vinculados aos aplicativos, foi apresentado um caso de um motorista que está preso pelo fato do passageiro está com drogas em uma mochila no momento em que eles foram abordados, sendo que o profissional não possui autonomia para revistar a bagagem dos passageiros e decidir se seguirá ou não com a viagem, desse modo ele não deve se responsabilizar pelos materiais que estão na posse do cliente que está no seu carro, e as empresas devem dar esse suporte para os motoristas, apresentando para a Justiça todos os 35 dados da solicitação que precedeu a ocorrência para provar a inocência do seu prestador de serviço. A conclusão é que os motoristas de aplicativo não estão satisfeitos com as condições de trabalho na qual são submetidos mas devido a falta de oportunidades no mercado de trabalho essa é a única solução encontrada por eles para haver uma renda que os possibilite de ter uma vida digna e sustentar a si mesmo e sua família, as principais reclamações são a falta de segurança, que nao é algo exclusivo da profissão, pois o Estado do Rio de Janeiro apresenta índices altíssimas de criminalidade e a segurança pública sendo deixada de lado pelos governantes, e a baixa tarifa, pois os combustíveis estão tendo aumentos significativos nos últimos tempos e as tarifas tendo aumentos mínimos e atrasados. 36 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABILIO, Ludmila Costhek. Uberização: A era do trabalhador just-in-time, Estudos Avançados v.34, n 38 p. 111-126, jan./abr. 2020. Disponível: https://www.scielo.br/pdf/ea/v34n98/0103-4014-ea-34-98-111.pdf Acesso: 23 de Novembro de 2020. PASSOS, Saionara da Silva. 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