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Prof. Dr. Daniel Pacheco Bruschi - GENÉTICA MOLECULAR - PARTE I danielpachecobruschi@gmail.com / danielbruschi@ufpr.com mailto:danielpachecobruschi@gmail.com mailto:danielbruschi@ufpr.com Dogma central da Biologia Molecular RNA catalítico Sumário Estrutura do material genético Estrutura de genomas e variabilidade Replicação Transcrição Tradução Regulação da expressão gênica O fluxo da Informação genética RNA catalítico “Molécula constituída por duas fitas complementares de polinucleotídeos organizados como uma dupla hélice” Nucleotídeos: blocos de construção dos ácidos nucléicos (Desoxiadenilato) (Desoxiadenilato ou 5’-monofosfato de desoxiadenosina ou dAMP) H = Nucleosídeo fosfato Estrutura do Nucleotídeo Adenina Guanina Citosina Timina Éster Ligação glicosídica Ácido desoxirribonucleico H Pentose é o açúcar que compõe os ácidos nucléicos Ácido ribonucleico Bases nitrogenadas constituintes do DNA Sistemas de anéis conjugados, portadores de ligações duplas e simples alternadas Uma fita de DNA Qual a sequência de nucleotídeo do segmento de DNA ao lado? 5’ CACT 3’ p- CACT -OH O DNA é um polinucleotídeo de fita dupla e orientação antiparalela 5’ 3’ 3’ 5’ Cada nucleotídeo: dCMP dTMP dGMP dAMP O DNA é um polinucleotídeo de dupla-fita, complementares entre si Complementaridade de bases e o princípio da transmissão da informação genética O DNA é um polinucleotídeo de dupla-fita, complementares entre si Regra de Chargaff O DNA é um polinucleotídeo de dupla-fita, complementares entre si Questão 1: A quantificação do conteúdo de DNA de uma célula do pâncreas, uma do esôfago e de uma célula da mucosa bucal revelaram a presença da mesma quantidade de timina (12%). A partir deste dado, calcule a porcentagem de conteúdo dos demais nucleotídeos nesse genoma. Devido a qual característica da fita de DNA é possível realizar este cálculo? O DNA é um polinucleotídeo de dupla-fita, complementares entre si Complementaridade de bases e o princípio da transmissão da informação genética Ligações entre grupamento ceto (C=O) + amínico (C-NH2) Dimensões e geometria espacial de uma dupla-fita Uniformidade ao longo da molécula de DNA Dimensões e geometria espacial de uma dupla-fita e 36° Forças de estabilização: Interações de van der Walls (empilhamento de bases); efeitos hidrofóbicos; cadeias de açúcar-fosfato 3,4 nm Estrutura tridimensional da molécula de DNA: Modelo Nature, 1953 Watson-Crick Dimensões e geometria espacial da molécula de DNA Reflexões do “X” indicam que a periodicidade da hélice é de ~3,4Å e a segunda repetição de ~34Å Reflexões axial indica o diâmetro da hélice na ordem de 20Å Propriedades físico-químicas do DNA 1. Capacidade de desnaturação/renaturação Calor, agente químico desnaturante (formamida), ácido forte, base forte Pico de absorção de 260 nm (A260) Efeito hipercrômico Quantidade de conteúdos AT e GC pode afetar na desnaturação??? Tm= Temperatura Média de Fusão Capacidade de desnaturação e renaturação Rompimento das interações de hidrogênio; Interações de empilhamento; Ligações fosfodiésters + Ligações glicosídicas São resistentes à desnaturação Efeito Hipocrômico Efeito Hipercrômico () 37% absorbância em A260 Técnicas de Biologia Molecular utilizam o princípio de denaturação/renaturação de DNA Renaturação = Anelamento = HIBRIDAÇÃO Princípio da Técnica de hibridação 1ª Desnaturação Temperatura Formamida Dimetilsulfóxido (DMSO) Solução alcalina (desprotonizam anéis de A, G e C) DNA-alvo Sonda de DNA Sonda: sequência específica complementar à molécula de DNA-alvo ~25°C abaixo da Tm Propriedades físico-químicas do DNA 2. Tautomeria de bases nitrogenadas (Isomeria de função) Propriedades físico-químicas do DNA 2. Tautomeria de bases nitrogenadas (Isomeria de função) Gera emparelhamentos não-usuais (emparelhamentos não Watson-Crick) Propriedades físico-químicas do DNA 3. Sequências palindrômicas Propriedades físico-químicas do DNA Repetições invertidas podem gerar alças (=harpins) A GC C T A Propriedades físico-químicas do DNA Repetições invertidas duplas podem gerar grampos duplos (=cruciformes) O DNA pode assumir formas helicoidais diferentes Estrutura Watson-Crick Rotação para a esquerda (levogira); 12 pb por volta; Delgada e alongada Pouca definição do sulco maior Alta concentração de sal Rotação para a direita (dextrógira); 11 pb por volta; Observadas em solução de desidratação Ácidos Nucleicos: RNA Ácidos Nucleicos: RNA RNA mensageiro RNA transportador RNA ribossomal Micro RNAs RNA genômico (fita simples ou dupla) Vírus do HIV Vírus do HCV Influenza Ácidos Nucleicos: RNA Ácido ribonucléico = RNA Pentose Bases Nitrogenadas Diversidade de estruturas secundária do RNA Saliências Alça Interna Grampo Fita Simples Diversidade de formas x função biológica RNA transportador (tRNA) RNA ribossomal (rRNA) RNA ribossomal (rRNA) Principais tipos de RNA Outras funções dos nucleotídeos Função de armazenamento energético Sinalização celular Co-fatores enzimáticos Estrutura de GENOMAS e variabilidade Sumário Estrutura do material genético Estrutura de genomas e variabilidade Replicação Transcrição Tradução Regulação da expressão gênica Genoma Procarioto ~ 4.64 Mb ~ 4.498 genes (Ncbi, 2017) Micrografia eletrônica de E. coli Sequências codificadoras correspondem a maior parte do genoma Algumas bactérias apresentam pequenas moléculas independentes de DNA Plasmídeos Genoma nuclear: conjunto de moléculas de DNA de uma célula Célula diplóide: 23 pares de moléculas de DNA ~25.000 genes Núcleo interfásico Célula em divisão “Teoria cromossômica da herança” Genoma nuclear está complexado a um conjunto de proteínas histônicas e não-histônicas = CROMATINA O genoma mitocondrial- Organização Maioria dos mtDNA são circulares superenovelados (exceção em alguns protozoários e fungos). Alto número de cópias: múltiplos genomas por mitocôndria e muitas mitocôndrias por célula. 6.000 pb (Plasmodium) a 2.500.000 pb (algumas plantas) O genoma do cloroplasto Cloroplastos são responsáveis pela fotossíntese; ocorrem somente em plantas e protistas fotossintetizantes. DNA circular cpDNA é, em geral, maior que mtDNA Múltiplas cópias e muitas regiões não codificantes. Genomas completos sequenciados de várias espécies (tabaco 155.844 bp; arroz 134.525 bp). Organização do genoma VIRAL DNA RNA Fita simples Fita dupla Fita simples Fita dupla Positiva Negativa Ebola Rotavírus Tamanho reduzido DNA (dupla fita ou simples fita) ou RNA Número de genes: 3 a >190 Organização do genoma de um retrovírus HIV-1 ~ 100nm Modulação do ciclo viral Muitas células, mesma composição C él u la p ri m o rd ia l P ro li fe ra çã o D if er en ci a çã o (n) (n) (2n) Mesma composição genética O fluxo da informação genética RNA catalítico Sumário Estrutura do material genético Estrutura de genomas e variabilidade Replicação Transcrição Tradução Regulação da expressão gênica Em que momento uma célula sofre replicação? Características do DNA e Bases para a hereditariedade A replicação é um processo SEMI-CONSERVATIVO Ataque nucleofílico do O ligado ao C3’ ao fósforo ᾳ do nucleotídeo a ser incorporado Fita molde Fita nascente Desoxirribunucleosídeo a ser incorporado Relembre: DNA Polimerase: 5’3’ Enzima altamente Processiva Co-fatores enzimáticos Necessidade absoluta de um grupo 3’0H disponível DNA Polimerase em ação: 5’3’ Geometria de pareamento • erro esperado: 1 em 10.000-100.000 • erro observado: 1 em 1.000.000.000 DNA Polimerase: Atividade exonucleásica Edição no sentido 3’5’ Pareamento não-usual Distorção na dupla- fita nascente Remoção do nucleotídeo mau-pareado Mecanismos de fidelidade da DNA polimerase Replicaçãoem Procariotos Replicação em organismos Procariotos Ori-c Sequência rica em AT Proteínas iniciadoras Ligação das proteínas iniciadoras à Origem de replicação (Ori-C) Ligação cooperativa (~20-40) monômeros. Replicação em organismos Procariotos DNA-helicase ligada à um inibidor de helicase Posicionamento da DNA-helicase inicia a forquilha de replicação Início da replicação Replicação em organismos Procariotos Ori -C Sítio R – sítio de interação com a DnaA Região DUE – elemento de desenrolamento de DNA Componentes de uma Bolha de replicação Bolha de replicação 5’ 3’ 3’ 5’ Fitas novas Forquilha de replicação Forquilha de replicação Modificado de Carvalho & Recco-Pimentel. “A célula”, 3ed., 2013 Componentes de uma Bolha de replicação Modificado de Carvalho & Recco-Pimentel. “A célula”, 3ed., 2013 Sentido de deslocamento em uma forquilha de replicação Relembre: 5’3’ Se a DNA-polimerase utiliza um molde no sentido 3’5’ para realizar a polimerização, como ocorre a síntese da fita 5’3’? Iniciador= Primer Primer Replicação da fita descontínua F. OkasakiF. Okasaki Fragmento de Okasaki: Primer + segmento DNA replicado ~ 1.000 à 2.000 nucleotídeos procarioto -100 à 200 nucleotídeos eucarioto DNA-ligase RNAse H/DNA pol I Replicação da fita descontínua Complexidade de uma Forquilha de replicação DNA parental DNA helicase DNA primase primossomo SSB: Single Strand DNA Binding protein Fita nascente (contínua) Molde da fita contínua DNA polimerase Grampo de deslizamento Primer (RNA) Fragmento de Okazaki Molde da fita descontínua DNA polimerase Grampo Início de um novo fragmento de Okazaki 5´ 3´ 3´ 5´ SSB Grampo deslizante (anel deslizante) Complexidade de uma Forquilha de replicação Término replicação em organismos Procariotos Mecanismo Ter- tus Inibe atividade da helicase em uma das forquilhas Replicação em Eucariotos 1. Abertura da dupla-fita de DNA Origens de replicação Modificado de Griffiths AJF, Wessler SR, Carroll SB, Doebley J. Introdução à Genética, 10a ed., 2013. 50 nucleotídeos por segundo (0,02 segundos/nucleotideo) 0,02 segundos x 150.106 pares de base= 3.106 segundos = 800 horas DNA- Helicases Licenciamento das Origens de Replicação Complexo de Reconhecimento da Origem (ORC)) Degradação de Cdc6 Complexo pré-replicativo (pré-RC) S-Cdk Inibição de Cdt1 por geminina Síntese de DNA G1 Helicase Uma forquilha de replicação Eucariota Eucariotos: DNA pol. Ƹ (epsilon) – fita líder DNA pol. δ (delta) – fita atrasada Como ocorre a replicação das extremidades do cromossomo linear? ? Em que região a primase encontraria um molde 3’ (OH livre) na extremidade do cromossomo para adicionar o fragmento de Okasaki? Se essa parte ficasse sem se replicar, na próxima replicação, ocorreria a perda de mais uma região? Telômeros Metáfase mitótica humana hibridada com sonda de sequencias de DNA telomérico (TTAGGG)n Telômeros Metáfase mitótica humana hibridada com sonda de sequencias de DNA telomérico (TTAGGG)n Finalização da replicação em Eucariotos 5’ 3’ Fita original Fita descontínua incompleta Direção de síntese do telômero DNA polimerase 5’ 3’ 5’ 3’ Unidade repetitiva do telômero: TTAGGG T(1-4) A(0-1) G(1-8) Alça T Telomerase A telomerase está ativa apenas em células não diferenciadas – Senescência replicativa Primer Telomerase Telomerase ATIVA!!! Telomerase INATIVA!!! Encurtamento dos telômerosManutenção do tamanho dos telômeros Células passam a ter um tempo de vida Finalização da replicação gera duas cromátides-irmãs Coesinas mantém as cromátides- irmãs associadas Telômeros e o envelhecimento celular G0 SENESCÊNCIA Armanios, 2009. Annu Rev Genomics Hum Genet. Idade Biológica = Replicronômetro Fibroblasto em cultura ~ 50 ciclos (30 – 70 ciclos celulares); Diferentes células, diferente expressão de telomerase Síndromes de envelhecimento precoce Progéria ou Síndrome de Huntchinson-Gilford Mutação do Gene da Emelina E.N. normal E.N frágil Dupla face da telomerase no Câncer Henrietta Lacks – câncer de ovário (1951) Linhagem de células HeLa – linhagem imortalizada Mutações gênicas Dano ao DNA x Mutação DNA original Dano Reparo Mutação DNA mutante Mutação: São alterações no material genético de uma célula que são transmitidas (herdáveis) para a próxima geração celular Características do DNA e bases para a hereditariedade A replicação é um processo SEMI-CONSERVATIVO Lesão Sítio alterado Linhagem celular carregando a alteração Conceitos importantes Mutação Processo Estocástico Aleatório Não- adaptativo (Não –determinístico) Mutação somática Mutação germinativa Características das Mutações Manifestação do fenótipo mutante apenas nos descendentes desta célula. A mutação pode ser transmitida para a prole Número de indivíduos da prole afetados varia (depende do estágio do ciclo reprodutivo) Somática Germinativa Quais as origens dos danos à molécula de DNA? ESPONTÂNEA: resultante de erros no metabolismo - rara INDUZIDA: resultante de exposição a agentes mutagênicos ou mutágenos – frequência varia, depende do mutágeno, tempo de exposição, entre outros; Bactérias: 10-8 a 10-10 mutações / pb / geração Eucariotos: 10-7 a 10-9 mutações / pb / geração Na prática, geralmente não é possível saber se a mutação é espontânea ou induzida Origens das mutações Danos no DNA podem ocorrer espontaneamente Taxa de mutação: 1 nucleotídeo em cada 109 em cada replicação Genoma Humano 3 X 109 pares de nucleotídeos erro em cerca de 3 nucleotídeos a cada divisão celular Geometria de pareamento DNA Polimerase: Atividade exonucleásica Edição no sentido 3’5’ Pareamento não-usual Distorção na dupla- fita nascente Remoção do nucleotídeo mau-pareado Mecanismos de fidelidade da DNA polimerase Procariotos: DNA pol. I e III Eucariotos: DNA pol. Ƹ (epsilon) e δ (delta) Tautomeria de bases nitrogenadas: isomeria funcional Gera emparelhamentos não-usuais (emparelhamentos não Watson-Crick) Par de bases raro A-C Par de bases raro G-T Citosina (forma rara) Adenina (forma comum) Guanina (forma rara) Timina (forma comum) Nucleotídeos livres ou inseridos em uma cadeia de DNA Efeito da replicação de DNA na presença de uma base tautomérica O sistema de reparo de dano ao DNA pode perceber esse erro de mau-emparelhamento e remover o nucleotídeo mau-pareado. G assume sua forma enol (G*) [ G*: T ] G* retorna a sua forma ceto (G) [ G: C ] Substituições de Bases A G C T A T C *G A T 5’ 5’3’ 3’ A G T T A T C A A T 5’ 5’3’ 3’ A G G T A T C C A T 5’ 5’3’ 3’ A G A T A T C T A T 5’ 5’3’ 3’ OU TRANSIÇÃO TRANSVERSÃO GA GC GT Substituições de Bases Substituições de Bases - Exercício A T C ⇒ A G C = ___________________ A T G ⇒ T T G = ___________________ C A T ⇒ G A T = ___________________ A A A⇒ G A T = ___________________ T A G ⇒ C A G = ___________________ G T A ⇒ A C A = ___________________ (T G) Transversão (A T) Transversão (C G) Transversão (A G) Transição / (A T) Transversão (T C) Transição (G A) Transição / ( TC) Transição DNA original DNA mutante Quais as origens dos danos à molécula de DNA?
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