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Conviver com Ferida Crônica

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS 
ESCOLA DE ENFERMAGEM 
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO ENFERMAGEM EM ESTOMATERAPIA 
 
 
 
 
 
NEIRIDIANE MIRANDA 
 
 
 
 
 
 
CONVIVER COM FERIDA CRÔNICA: 
UMA ABORDAGEM COMPREENSIVA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Belo Horizonte 
2020 
 
 
NEIRIDIANE MIRANDA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONVIVER COM FERIDA CRÔNICA: 
 UMA ABORDAGEM COMPREENSIVA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Belo Horizonte 
2020 
Monografia apresentada ao Curso de Pós-Graduação Lato 
Sensu Enfermagem em Estomaterapia da Escola de 
Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais, 
como parte dos requisitos para a obtenção do título de 
Especialista em Estomaterapia 
 
Orientadora: Profa. Dra. Miguir Terezinha Vieccelli 
Donoso. 
 
 
 
 
Miranda, Neiridiane. 
M672c Conviver com ferida crônica [manuscrito]: uma
 abordagem 
compreensiva. / Neiridiane Miranda. - - Belo Horizonte: 2020. 
31 f. 
Orientador (a): Miguir Terezinha Vieccelli Donoso. 
Área de concentração: Enfermagem. 
Monografia (especialização): Universidade Federal de Minas Gerais, 
Escola de Enfermagem. 
 
1. Ferimentos e Lesões/enfermagem. 2. Ferimentos e Lesões/psicologia. 3. 
Percepção. 4. Compreensão. 5. Autoimagem. 
6.Qualidade de Vida. 7. Cuidados de Enfermagem. 8. Metanálise. 
9. Dissertação Acadêmica. I. Donoso, Miguir Terezinha Vieccelli. II. 
Universidade Federal de Minas Gerais, Escola de Enfermagem. III. Título 
NLM: WY 100 
Fabiene Letízia Alves Furtado | Bibliotecária CRB-6/2745 
 
 
 
FOLHA DE APROVAÇÃO 
 
ALUNO(A): NEIRIDIANE MIRANDA 
 
TÍTULO DO TRABALHO: “CONVIVER COM FERIDA CRÔNICA: 
 UMA ABORDAGEM COMPREENSIVA”. 
 
BANCA EXAMINADORA: 
 
 AVALIADOR(A):PROF.ª DR.ª ELINE LIMA BORGES 
 
 
ASSINATURA: _________________________________________________ 
 
 
AVALIADOR(A): PROF.ª DR.ª SELME SILQUEIRA DE MATOS 
 
ASSINATURA: _________________________________________________ 
 
 
ORIENTADOR (A): PROFª DRª ROBERTA VASCONCELOS MENEZES AZEVEDO 
 
 
ASSINATURA: _________________________________________________ 
 
 
Aprovada em 27 de julho de 2020. 
 
Belo Horizonte 2020 
 
LISTA DE QUADROS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Quadro 1 Estratégia 1 portal da BVS.......................................................................... 20 
Quadro 2 Estratégia 2 portal da BVS.......................................................................... 20 
Quadro 3 Sinóptico...................................................................................................... 22 
 
 
 
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
 
BVS Biblioteca Virtual em Saúde 
DESC Descritores em Ciências da Saúde 
E Estudo 
HU Hospital Universitário 
SOBEND Sociedade Brasileira de Enfermagem em Dermatologia 
SOBEST Associação Brasileira de Estomaterapia 
UFPE Universidade Federal de Pernambuco 
web Sistema de Informações Ligada 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DEDICATÓRIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico este trabalho a DEUS, por me dar força, paciência e sabedoria 
quando pensei em desistir, e à minha família, que soube compreender a 
minha ausência em tantas noites e fins de semana. 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
Agradeço a Deus, o Senhor de todas as coisas visíveis e invisíveis; 
aos meus pais queridos pelo ensino das primeiras lições da vida; 
à minha família amada pelo apoio e compreensão nos momentos em que a minha ausência se 
justificou para a concretização deste objetivo; 
a todos aqueles que, neste último ano, passaram a fazer parte da minha história; 
aos amigos, com os quais compartilho este trabalho; 
a todos os professores pela dedicação ao ensinar e compartilhar as suas experiências e 
conhecimentos, essenciais para o meu crescimento profissional e pessoal; 
à minha orientadora, Prof. Dra. Miguir Terezinha Vieccelli Donoso, pela dedicação e 
paciência; 
e às demais pessoas que estiveram na minha trajetória de formação, pelo apoio e encorajamento, 
registro o meu reconhecimento com um agradecimento sincero: obrigada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 12 
2. OBJETIVO ......................................................................................................................... 14 
3. REVISÃO DA LITERATURA ......................................................................................... 15 
4. MATERIAL E MÉTODO ................................................................................................. 18 
4.1 Tipo de Estudo .............................................................................................................. 18 
4.2 População e Amostra .................................................................................................... 18 
4.3 Critérios de inclusão e exclusão na amostra ............................................................... 18 
4.4 Coleta de Dados ............................................................................................................. 18 
4.5 Instrumento de Coleta de Dados ................................................................................. 19 
4.6 Estratégia de busca ....................................................................................................... 19 
5. RESULTADOS ................................................................................................................... 21 
6. DISCUSSÃO ....................................................................................................................... 23 
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................. 27 
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 28 
APÊNDICE 1. Instrumento de identificação ....................................................................... 31 
 
 
 
RESUMO 
 
As feridas crônicas são aquelas que não ocorrem ao longo do processo de reparação ordenado 
e apresentam complicações durante um período de três meses. O enfermeiro, nesse processo 
desempenha um papel importante na assistência – que deve ser ampla e holística – à pessoa 
com ferida crônica. O profissional sempre deve estar atento à existência de afecções de base, à 
utilização de medicamentos, processos infecciosos, aspectos nutricionais e tudo que pode 
influenciar para a cronicidade da lesão. Objetivo: Compreender os significados de se conviver 
com feridas crônicas. Método: Trata-se de uma metassíntese qualitativa sobre a compreensão 
do significado de se conviver com ferida crônica. Foram utilizadas como população e amostra 
artigos primários, de abordagem qualitativa, indexados nas bases de dados da Biblioteca Virtual 
de Saúde (BVS). Resultados: dos 5 artigos foram extraídas 14 categorias que compuseram esta 
metassíntese os artigos 1, 2, 3 e 4 utilizados como referencial metodológico na análise temática 
e o artigo 5 utilizou, para a fenomenologia, os artigos publicados entre 2011 e 2019. Conclusão: 
Ao cuidar de uma pessoa com lesão crônica, deve-se observar que não se trata apenas de uma 
lesão comum de quem convive com ela, o cuidado se mostra inerente à necessidade de se 
conhecer o paciente como um todo, pois a forma de tratar as lesões em suas diferentes formas 
exige procedimentos diferentes em seres humanos que merecem um olhar diferenciado, 
absolutamente necessário aos olhos do enfermeiro, e, principalmente, do enfermeiro 
estomaterapeuta. 
 
Descritores: Enfermagem; Feridas; Significado e Autopercepção.ABSTRACT 
 
Chronic wounds are those that do not occur during the orderly repair process and present 
complications over a period of three months. The nurse, in this process, plays an important role 
in the assistance - which must be broad and holistic - to the person with a chronic wound. The 
professional must always be aware of the existence of basic conditions, the use of medications, 
infectious processes, nutritional aspects and everything that can influence the chronicity of the 
injury. Objective: To understand the meanings of living with chronic wounds. Method: This 
is a qualitative meta-synthesis about understanding the meaning of living with a chronic wound. 
Primary and qualitative articles were used as population and sample, indexed in the Virtual 
Health Library (VHL) databases. Results: of the 5 articles 14 categories were extracted that this 
meta-synthesis comprised articles 1, 2, 3 and 4 used as a methodological framework in the 
thematic analysis and article 5 used, for phenomenology, articles published between 2011 and 
2019. Conclusion: When caring for a person with a chronic injury, if one observes that it is not 
just a common injury to those who live with it, care is inherent to the need to know the patient 
as a whole, as the way to treat injuries in their different forms requires different procedures in 
human beings that deserve a different look, absolutely necessary in the eyes of the nurse, and, 
especially, of the stoma nurse. 
 
Descriptors: Nursing; Wounds; Meaning and Self-perception. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
As feridas são definidas como interrupções da integridade do tecido conjuntivo que 
reveste as cavidades úmidas do corpo, decorrente de traumas ou de afecções clínicas (BRITO 
et al., 2013). 
 Já para Vieira e Araújo (2018, p. 2), “as feridas crônicas, são aquelas que não 
conseguem avançar no processo de reparação ordenado para produzir integridade anatômica e 
funcional durante um período de três meses”. O retardo neste processo de cicatrização das 
feridas, é um problema de saúde pública que impacta na recuperação do paciente e aumenta 
significativamente os custos da assistência sanitária (OLIVEIRA; CASTRO; GRANJEIRO, 
2013). 
Dessa forma, o enfermeiro desempenha um papel crucial no auxílio à pessoa com feridas 
crônicas é responsável por realizar todas as etapas do cuidado, desde o acolhimento do paciente, 
a avaliação da ferida, a escolha do tratamento a ser utilizado e o acompanhamento até a 
resolução do problema. Para tal, devem-se utilizar diretrizes e recomendações científicas. 
Segundo Borges et al. (2016), para feridas crônicas – como úlcera venosa, úlcera arterial, lesão 
por pressão e úlceras do pé diabético – estão disponíveis várias orientações internacionais 
direcionadas à prevenção e tratamentos destes ferimentos. 
Na abordagem clínica dos pacientes com lesões crônicas, os profissionais de saúde 
devem estar atentos à existência de afecções de base (as úlcera venosa e úlceras de perna são 
relacionadas a várias doenças como; diabetes mellitus, hipertensão arterial sistêmica, doença 
arterial periférica, entre outras), utilização de medicamentos, processos infecciosos, aspectos 
nutricionais e tudo aquilo que pode influenciar na cronicidade da lesão (BORGES; 
NASCIMENTO FILHO; PIRES JUNIOR, 2018). 
A prática de cuidados aos pacientes com feridas crônicas é uma especialidade dentro da 
enfermagem, reconhecida pela Sociedade Brasileira de Enfermagem em Dermatologia 
(SOBEND) e Associação Brasileira de Estomaterapia (SOBEST) e, ao mesmo tempo, é um 
desafio que requer conhecimento específico, habilidade e abordagem holística (FERREIRA; 
BOGAMIL; TORMENA, 2008). 
Nessa perspectiva, o planejamento da assistência de enfermagem à pessoa com feridas 
crônicas deve ser amplo e holístico. Porém, nas publicações sobre o tema, identifica-se o 
predomínio do modelo biomédico, reduzindo o foco do cuidado à lesão sem uma abordagem 
integral ao indivíduo (FIGUEIREDO; ZUFFI, 2012). Este foi considerado o problema de 
13 
 
pesquisa deste estudo, uma vez que uma prática holística envolve uma compreensão mais ampla 
do cotidiano da pessoa cuidada pelo enfermeiro. 
Desta forma, a pergunta norteadora deste estudo foi: Quais são os significados e a 
percepção de se ter uma ferida crônica? 
Entender o universo da pessoa – indo além das questões clínicas e epidemiológicas – 
mostra-se imprescindível, uma vez que há muitos aspectos que precisam ser revistos no modo 
de cuidar da pessoa com ferida crônica, incluindo as dimensões físicas, psicológicas, 
socioeconômicas, culturais, as condições dos serviços e a capacitação dos profissionais que 
atendem a essa clientela. Essas pessoas sofrem interferências em sua qualidade de vida devido 
à cronicidade do sofrimento imposto pela doença, que pode passar despercebido pelos 
profissionais de saúde, cuidadores e familiares (BRITO et al., 2013). 
Segundo Leal et al. (2017), as pessoas acometidas por lesões crônicas sofrem com as 
mudanças na aparência física, desconforto na vida diária e nas relações sociais. Esses 
sentimentos vivenciados pelas pessoas estão ligados diretamente à forma de adaptação que cada 
um tem e pelas alterações que ocorrem no cotidiano. Justifica-se que uma abordagem 
qualitativa, no estudo de pessoas com feridas crônicas, irá contribuir de forma ampla e integral 
com o planejamento da assistência de enfermagem. 
Assim, este estudo propõe compreender os significados de se conviver com feridas 
crônicas. 
 
14 
 
2. OBJETIVO 
 
 Compreender os significados de se conviver com feridas crônicas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 
 
3. REVISÃO DA LITERATURA 
 
Atualmente, as feridas crônicas são consideradas um problema grave para a saúde 
pública, implicando em limitações, gerando impactos na saúde mental, na vida social e 
econômica das pessoas, uma vez que ela causa desgastes nas pessoas, alteração das rotinas 
devido às sessões diárias de curativos, baixa de autoestima, interferência nas tarefas diárias, 
tristeza, depressão, ansiedade, isolamento social, vergonha (LEAL et al., 2017). 
 Apresentada como um destaque na vida cotidiana, a saúde mental é um fator 
fundamental para o bem-estar de todo ser humano. Desta forma, o cuidado à saúde das pessoas 
que convivem com feridas crônicas corresponde a uma grande dificuldade a ser enfrentada, não 
só para quem sofre com a doença, mas também para a família, que não sabe como lidar com a 
situação. Esse fator pode se tornar um sofrimento físico e psíquico, resultando também em um 
grande desafio a ser enfrentado pelos profissionais da saúde, que lidam com pacientes de feridas 
crônicas, que, muitas vezes, resistem ao tratamento devido às dificuldades (WAIDMAN et al., 
2011). 
Segundo Waidman et al. (2011), geralmente, as lesões crônicas provocam desgastes 
constantes aos pacientes, uma vez que são ferimentos com tratamento de longa duração ou até 
mesmo permanentes, que podem acarretar dependência contínua de medicamentos, curativos, 
acompanhamento, e, muitas vezes, ser irreversível e degenerativa.Diante disso, é possível que 
ocorra uma serie de impactos na vida dos pacientes, tais como isolamento social, problemas 
com a autoimagem, instigando a desmotivação e fazendo com que esses pacientes se afastem 
das pessoas e da convivência em sociedade (LEAL et al., 2017). 
A convivência com a ferida crônica pode trazer uma série de mudanças na vida do 
indivíduo, uma vez que, ao apresentar aquela lesão, essa pessoa necessitará de uma adaptação 
em sua rotina devido às sessões diárias de curativos, modificações na atividade física e 
alterações na deambulação, dependendo do local do ferimento e privações alimentares 
(WAIDMAN et al., 2011). 
 Ainda segundo Waidman et al. (2011),todos esses fatores podem levar a pessoa a 
desenvolver sentimentos negativos que levam a tristeza, frustações e insatisfação com a vida, 
constrangimento, alterações na vida sexual e depressão. 
Joaquim et al. (2018) mencionam que a presença de lesões pode afetar membros do 
corpo do indivíduo, podendo provocar interferências na realização de tarefas do dia a dia, 
trazendo limitações na locomoção, fazendo com que essa pessoa dependa de outras pessoas. 
Para aquelas que ainda trabalham, muitas vezes, o rendimento fica comprometido, dificultando 
16 
 
a questão de se dedicar ou permanecer no trabalho, devido a essas restrições físicas e abalo do 
estado emocional. 
Nesse sentido, esses fatores podem tornar-se um grande obstáculo não só para a 
realização das atividades cotidianas, mas também para o tratamento e acompanhamento clínico 
devido às limitações físicas e, principalmente, emocionais (JOAQUIM et al., 2018). 
Pesquisas revelam que apresentar uma lesão crônica traz uma série sentimentos à 
pessoa, tais como ansiedade, depressão, frustação, preconceito e isolamentos sociais que a 
levam a resistir ou até mesmo desistir do tratamento (JOAQUIM et al, 2018). 
Liberato et al. (2017) afirmam que, diante de relatos, se pode evidenciar que pessoas 
com ferida crônica sentem-se constrangidas e acreditam que estão incomodando outras pessoas. 
Além disso, adquirem sensação de isolamento, o que dificulta seu convívio social. Esse 
constrangimento faz com que a pessoa com lesão crônica sinta vergonha de si mesma e de sua 
aparência, pois se sente incomodada com seu próprio corpo, agregando, assim, um sentimento 
de inferioridade, às vezes culminando com a desistência do tratamento. 
Estudo de Lara et al. (2011) revela que o paciente acometido pela lesão crônica lida com 
questões relacionadas à queda de autoestima, sentimento de impotência, incapacidade para o 
trabalho e isolamento social, cujos sofrimentos psíquicos interferem na sua recuperação. 
Waidman et al. (2011) relatam que a compreensão sobre a convivência com lesões 
crônicas corresponde às dificuldades relacionadas aos agravos decorrentes do preconceito, 
dependência para atividades diárias e consequentes alterações no estado emocional. 
Logo, deve-se promover o bem-estar psicológico das pessoas acometidas, tendo em 
vista a evolução do quadro clínico. A atenção da pessoa com ferida crônica vai além das 
intervenções voltadas para as lesões teciduais, ou seja, também se faz necessário trabalhar o 
lado emocional (WAIDMAN et al., 2011). 
O apoio dos familiares representa um aditivo importante, o que pode encorajar o 
paciente para enfrentar as dificuldades, facilitando no processo de tratamento, garantindo, 
assim, uma melhor adesão ao tratamento (LIBERATO et al., 2017). 
Ao realizar atendimento a esse público, é fundamental que os enfermeiros estejam 
atentos à evolução da doença para trabalhar na prevenção de sofrimento emocional e no 
tratamento adequado das lesões, buscando reduzir os prejuízos que o quadro clínico confere a 
esses pacientes. Para que isso aconteça, deve haver concentração não só nos cuidados com a 
lesão, mas também abordar o lado emocional, conhecendo suas reais preocupações, assistindo 
o paciente como um todo, uma vez que ele se torna o maior prejudicado nos aspectos físicos, 
17 
 
emocionais e sociais. A enfermagem deve atentar para as suas fragilidades e tentar proporcionar 
a esse paciente uma melhor qualidade de vida (JOAQUIM et al., 2018). 
 
18 
 
4. MATERIAL E MÉTODO 
 
4.1 Tipo de Estudo 
 
Trata-se de uma metassíntese qualitativa sobre a compreensão do significado de se 
conviver com a ferida crônica. A metassíntese qualitativa é uma das modalidades de pesquisa 
bibliográfica que realizam revisões sistemáticas, sendo importante para a busca e definição de 
alguns aspectos da área de investigação qualitativa (ALENCAR; ALMOULOUD, 2017). 
 
4.2 População e Amostra 
 
Para a elaboração desta pesquisa, foram utilizadas como população e amostra artigos 
primários, de abordagem qualitativa, indexados nas bases de dados da Biblioteca Virtual de 
Saúde (BVS). 
A BVS é uma rede de gestão da informação, intercâmbio de conhecimento e evidência 
científica em saúde, que se estabelece por meio da cooperação entre instituições e profissionais 
na produção, intermediação e uso das fontes de informação científica e técnica em saúde, com 
acesso aberto e universal na Web (BIREME, 2011). O levantamento bibliográfico foi realizado 
no período de março de 2020. 
 
4.3 Critérios de inclusão e exclusão na amostra 
 
Foram incluídas pesquisas realizadas com pacientes acometidos por feridas crônicas, de 
acordo com a questão norteadora, sob a forma de artigo completo, utilizando a metodologia 
qualitativa, disponíveis por acesso online, escritos em português, inglês e espanhol, produzidos 
entre 2009 e 2019. Foram excluídos: artigos quantitativos, trabalhos monográficos, teses, 
dissertações e artigos de revisão de literatura ou revisão teórica. 
 
4.4 Coleta de Dados 
 
Para coleta de dados foi elaborado um instrumento que incluiu dados relativos ao artigo, 
ao periódico, às categorias geradas pelo estudo e ao referencial metodológico utilizado. 
19 
 
Foram utilizados os descritores: Enfermagem; Feridas; Significado; Autopercepção. 
Todos são descritores encontrados no banco do Descritores em Ciências da Saúde (DESC) da 
BVS. Além disso, foram utilizados os booleanos ”AND” e “OR”. 
 
4.5 Instrumento de Coleta de Dados 
 
Foi utilizado um instrumento de coleta de dados (Apêndice 1) elaborado pela 
pesquisadora somente para esta finalidade. 
O instrumento incluiu dados relativos a código do artigo, título do periódico, título do 
artigo, base de dados, ano de publicação, país, idioma, local de realização da pesquisa, profissão 
dos autores, titulação dos autores, tipo de estudo, objetivo, categorias geradas pelo estudo, 
referencial teórico utilizado e síntese dos resultados. 
 
4.6 Estratégia de busca 
A estratégia de busca foi planejada para recuperar os estudos que contemplassem, pelo 
menos, um dos termos de cada conceito contido nos temas: feridas; significado; enfermagem e 
autopercepção. 
 
 
 
 
Operadores booleanos: O operador OR foi utilizado dentro de cada conceito para 
ampliar o escopo da busca. O operador AND foi utilizado para conectar os conceitos e refinar 
os resultados da pesquisa. O * é caractere curinga utilizado para expandir uma palavra que pode 
Significado
Enferma-
gem
Autopercepção
Feridas
20 
 
ter vários sufixos a partir de um radical (por exemplo, enferm* = enfermagem, enfermeira, 
enfermeiro, etc.). 
 
Quadro 1 – Estratégia 1 portal da BVS: 
"Wounds and Injuries" OR "Heridas y Traumatismos" OR "Ferimentos e Lesões" OR ferida OR 
feridas OR ferimento OR ferimentos) AND (perception OR percepción OR percepção OR "Self 
Concept" OR autoimagen OR autoimagem OR "Amor-Próprio" OR autoestima OR autopercepção) 
AND ( db:("LILACS" OR "BDENF" OR "IBECS" OR "CUMED" OR "INDEXPSI" OR 
"colecionaSUS")) AND (year_cluster:[2015 TO 2020]) 
Número de artigos encontrados: 61 artigos 
 
 
Quadro 2 – Estratégia 2 portal da BVS: 
"Wounds and Injuries"[All Fields] AND (("perception"[MeSH Terms] OR "perception"[All Fields]) 
OR "Self Concept"[All Fields]) AND ("2015/01/29"[PDat] : "2020/01/27"[PDat]) 
Número de artigos encontrados: 140 artigos 
 
Por meio estratégia de busca foram encontrados 201 artigos, sendo que 180 foram 
descartados somente pelo título, restando 16 artigos. Foi feita a leitura dos resumos dos 16 
artigos, sendo que 11 foram descartados pelos seguintes motivos: três estavam repetidos; cinco 
eram artigos de revisão; um era artigo quantitativo; um era artigo reflexivo que não gerava 
categorias e um não respondia a questão norteadora. Assim, cinco artigos compuseram essa 
metassíntese. Os cinco artigos estavam contemplados com os seguintes critérios: Ser artigo primário; 
 Qualitativo; 
 Escrito nos idiomas português, espanhol ou inglês; 
 Ter como amostra pessoas adultas e com feridas crônicas; 
 Ter sido escrito entre 2009 e 2019; 
 Que discorressem sobre significados e percepções; 
 Disponíveis gratuitamente online. 
 
 
 
 
 
 
21 
 
5. RESULTADOS 
 
Os cinco artigos que compuseram esta metassíntese foram denominados de Artigo 1, 
Artigo 2, Artigo 3, Artigo 4 e Artigo 5. 
Os Artigos 1, 2, 3 e 4 utilizaram como referencial metodológico a análise de conteúdo 
e o Artigo 5 utilizou a fenomenologia. Os cinco artigos geraram 14 categorias temáticas, contidas 
no Quadro Sinóptico. Todos os periódicos são brasileiros e os artigos encontram-se em 
português. Os artigos foram escritos entre 2011 e 2019. 
A titulação dos autores variou de graduado a doutor. Quanto ao qualis, os periódicos são 
classificados pela Capes como: 
 
 Artigo 1 (Revista do Hospital Universitário (HU): qualis B3 
 Artigo 2 (Revista de Enfermagem da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) 
online): qualis B2 
 Artigo 3 (Revista Baiana de Enfermagem): qualis B2 
 Artigo 4 (Revista Cogitare): qualis B1 
 Artigo 5 (Revista Gaúcha de Enfermagem): qualis B1 
Todos os artigos foram em português e publicados em revistas qualis B1, B2 e B3, as 
técnicas de coleta de dados foram a entrevista aberta (Artigo 1), entrevista semiestruturada 
(Artigo 2), técnicas desenhos-estórias com tema e entrevista em profundidade realizada 
individualmente (Artigo 3), entrevista semiestruturada e análise documental (Artigo 4) e 
entrevista semiestruturada (Artigo 5). 
Os cinco artigos encontram-se decodificados e detalhados a seguir, no formato de 
quadro sinóptico: 
 
22 
 
Quadro 3 – Sinopse dos artigos que compuseram esta metassíntese. Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil, 2020. 
Título do artigo Periódico e ano de 
publicação 
Delineamento 
metodológico 
Objetivos da pesquisa Categorias temáticas 
Artigo 1 
Limitações no cotidiano das 
pessoas com lesão crônica 
HU Revista 
 
2019 
Análise de conteúdo Compreender as limitações 
no cotidiano das pessoas 
com lesões crônicas. 
 
1) Reação psicoemocional perante as 
limitações provocadas pela presença da 
lesão crônica. 
 
Artigo 2 
Percepção de pessoas com a 
ferida crônica 
Rev enferm UFPE online 
 
2017 
Análise de conteúdo Compreender a percepção 
de pessoas com ferida 
crônica. 
1) Mudança no cotidiano e limitações da 
pessoa com ferida crônica. 
2) O impacto emocional gerado pela 
ferida. 
3) Enfrentamento da doença por meio da 
religiosidade. 
Artigo 3 
Expressão do luto em 
mulheres com feridas 
crônicas de membros 
inferiores 
Revista Baiana de 
Enfermagem 
 
2017 
Análise de conteúdo Compreender como as 
mulheres expressam o luto 
diante da ferida crônica de 
membros inferiores. 
1) Vivenciando a negação. 
2) Vivenciando a raiva. 
3) Vivenciando a barganha. 
4) Vivenciando a depressão. 
5) Vivenciando a aceitação. 
Artigo 4 
Significado da ferida para 
portadores de úlceras 
crônicas 
Cogitare 
 
2011 
Análise de conteúdo Compreender o significado 
da ferida para portadores de 
úlceras crônicas. 
1) Sensações marcantes. 
2) O cotidiano e a ferida crônica. 
3) O impacto emocional. 
Artigo 5 
O cotidiano do homem que 
convive com a úlcera venosa 
crônica: estudo 
fenomenológico 
Revista Gaúcha de 
Enfermagem 
 
2013 
Fenomenologia Compreender o cotidiano 
do homem que convive com 
a úlcera venosa crônica. 
1) Restrições na vida social. 
2) Recuperar a integridade da pele e 
retomar as atividades afetadas pela ferida. 
Fonte: Artigos selecionados 
 
 
 
23 
 
6. DISCUSSÃO 
 
As diversas profissões da saúde, especialmente a enfermagem, transitam 
predominantemente nas relações interpessoais e de assistência à saúde e doença. Por isso, 
encontram coerência na interação humana e no aprofundamento das experiências individuais 
possibilitadas pela pesquisa qualitativa (ZIMMER, 2006). Esta metassíntese discorreu sobre 
significados e percepções de se conviver com ferida crônica. 
O Artigo 1 apresentou uma única categoria: Reação psicoemocional perante as 
limitações provocadas pela presença da lesão crônica. Os sentimentos desenvolvidos pelos 
participantes da pesquisa, frente às limitações, eram, em sua maioria, negativos: tristeza, 
sofrimento, constrangimento, sensação de deficiência. Porém, todos os nove participantes da 
pesquisa receberam alta por cura em uma média de cinco meses de tratamento. Assim, com a 
cicatrização completa, as formas de isolamento social e retraimento foram atenuadas com o 
retorno da realização das atividades cotidianas (RODRIGUES et al., 2019). 
Esse aspecto também é contemplado no Artigo 2, na categoria Mudança no cotidiano e 
limitações da pessoa com ferida crônica. Nesta categoria, torna-se evidente por meio dos 
discursos que evidenciam as mudanças impostas, principalmente, nas atividades diárias, 
afazeres domésticos, impossibilidade para o trabalho e lazer. Segundo Waidman et al. (2011), 
percebe-se que para pessoas com lesão crônica, este agravo pode não ser apenas uma lesão 
física, mas algo que dói sem necessariamente precisar de estímulos sensoriais, uma marca, uma 
perda irreparável, ou seja, algo além de uma doença incurável, que fragiliza e, muitas vezes, 
incapacita o ser humano para diversas atividades, em especial as laborativas. Segundo Gomes 
et al. (2018), há que se ressaltar que estes pacientes devem ser incluídos em grupos de apoio e 
rede especializada mais acessível, conferindo-lhes suporte assistencial que garanta atividades e 
desenvolvimento de vida produtiva e adequada às suas limitações. 
O Artigo 5 também aborda as limitações que a lesão crônica impõe por meio da 
categoria Recuperar a integridade da pele e retomar as atividades afetadas pela ferida. Ressalta-
se que o Artigo 5 teve como população apenas homens com lesão crônica, no qual os autores, 
Silva et al. (2013) percebem que, ao refletir sobre os limites impostos ao seu cotidiano pela 
presença da lesão crônica, o homem tem como expectativa recuperar a integridade da sua pele, 
o que lhe possibilitará a retomada de suas atividades no âmbito social. Segundo Oliveira et al. 
(2019), pessoas com lesões crônicas culminam na baixa adaptação ou aceitação e incluindo, 
ainda, o receio pelo estigma de estar com a lesão, levando-as a desenvolverem problemas 
relacionados ao isolamento social, ao receio de expor e até mesmo de olhar a ferida. 
24 
 
A emoção emergiu no Artigo 2, na categoria O impacto emocional gerado pela ferida e 
no Artigo 4, na categoria O impacto emocional. No Artigo 4, o desgaste emocional sofrido 
pelos participantes da pesquisa é explícito. Alguns participantes da pesquisa afirmam que 
desequilíbrios estão presentes em várias situações, que vão desde a ansiedade e desânimo até a 
depressão. Já no Artigo 2, os autores descrevem o fato de o portador da lesão crônica sofrer 
com o preconceito associado à doença em relação às demais pessoas, ou seja, acentuando 
sentimento de rejeição e autodepreciação, havendo constatação dessa tendência nos 
depoimentos dos participantes. Diante da cronicidade da lesão, em período de tempo maior ou 
menor, as lesões podem ocasionar repercussões psicossociais aos pacientes, na medida em que 
estas resultam em mudança do estilo de vida e dificuldade para o convívio social (GATTI et 
al., 2011). 
O Enfrentamento da doença por meio da religiosidade emerge como categoria no Artigo 
2. Nos demais artigos, essa categoria não foi citada. Porém, de acordo com Pessini (2007), a 
crença religiosa constitui uma parte importante da cultura, dos princípios e dos valores 
utilizados pelas pessoas para dar forma a julgamentos e ao processamento de informações. 
Pessini (2007) refere que pesquisas têm sido desenvolvidas no sentido de provar que a crença, 
o cultivo de uma fé e a participaçãoem uma comunidade fazem bem e ajudam as pessoas a 
viverem mais, ressaltando-se a fé como um fator de saúde. 
As Restrições na vida social emergem no Artigo 5, e de forma indireta no Artigo 2, na 
categoria Mudança no cotidiano e limitações da pessoa portadora de ferida crônica. Essas duas 
categorias fazem alusão à vida social comprometida, ou seja, às restrições que a doença pode 
trazer, culminando em isolamento social. Frequentemente, o distanciamento entre os indivíduos 
é intensificado pela visão estigmatizada que a sociedade tem da pessoa com lesão, podendo ter 
repercussões em seu cotidiano (SALOMÉ, 2010). 
O Artigo 4 apresenta a categoria O quotidiano e a ferida crônica. Essa categoria diz 
respeito ao dia a dia modificado, quando se compara o antes e o depois da lesão. Ainda a 
categoria Mudança no cotidiano e limitações da pessoa portadora de ferida crônica (Artigo 2) 
compartilha o cotidiano de quem vive nessa condição. Possuir uma ferida crônica traz uma série 
de mudanças na vida do indivíduo, como isolamento social, necessidade de adaptação às 
sessões diárias de curativos, alterações na atividade física e deambulação, abstenções 
alimentares (nutrição inadequada por condições socioeconômicas), uso de medicamentos 
contínuos e, especialmente, distúrbios de autoimagem (BEDIN et al., 2014). 
25 
 
A categoria Sensações marcantes emergiu no Artigo 4 como uma alusão ao cenário das 
sensações referidas, constituído por dores, dificuldades, medos, esperanças e preconceitos 
sofridos, conforme explicitado nos discursos abaixo, de pacientes entrevistados: 
 
“[...] o que amola muito é a dor; dói muito a perna, dói muito[...]. É porque incomoda, 
incomoda dia e noite mesmo; é dor forte que queima. Tem dezoito anos que eu vivo 
sentindo dor direto.” (E1) 
 
“Eu já sou muito discriminado por causa dessa ferida [...]. Já houve pessoa de falar, 
assim, que não poderia sentar no mesmo lugar que eu sentava, nem tampouco comer 
nas vasilhas que eu usasse.” (E4) 
 
Observa-se a marca da dor física no discurso de E1. Em contrapartida, no discurso de 
E4, a marca referida extrapola para a desvalorização social do indivíduo, que se sente 
desestruturado, incapaz e segregado, enfrentando o preconceito. 
Os pacientes com feridas, embora portadores de características comuns que os unem em 
um grupo especial, são pessoas com necessidades e reações próprias implícitas à sua identidade 
e subjetividade. Assim, a resposta à problemática causada pelo rompimento da pele guarda 
relação com as condições pessoais de cada um, tais como a qualidade do suporte familiar, 
financeiro e assistencial recebido em todas as fases do tratamento, pois, muitas vezes, esses 
indivíduos convivem com dor, odor, preconceito e isolamento por parte de familiares e amigos 
(MORAIS; OLIVEIRA; SOARES, 2008). 
O Artigo 3 traz cinco categorias que merecem ser discutidas entre si: são vivências de 
negação; raiva; barganha; depressão e aceitação. Segundo as autoras Oliveira, Carvalho e 
Rodrigues (2017), ao assumir um novo corpo, marcado pela presença da ferida, e, portanto, 
considerado incompleto, as mulheres participantes vivenciaram a perda de identidade e a 
necessidade de elaboração de novo referencial de corpo feminino. Desta forma, o luto 
expressou-se por meio da negação, ira, barganha, tristeza e aceitação. Segundo Tada e Kovacs 
(2007), o luto seria o processo de elaboração do sentimento de pesar devido à perda de uma 
pessoa querida, que envolve, isto posto, muita tristeza. Por analogia, a pessoa com lesão crônica 
vivencia o luto decorrente da perda de um corpo saudável. 
Essa metassíntese proporcionou uma diferente forma de compreensão do paciente 
portador de lesão crônica. O estomaterapeuta estuda e cuida de pessoas com feridas, 
incontinência e estomas. Porém, o atendimento holístico não se limita ao corpo do paciente, 
mas ao ser humano como um todo. A humanização na assistência tem sido um tema preconizado 
por várias instituições preocupadas em desenvolver um cuidado integral ao paciente, 
analisando-o em sua totalidade e dentro de um contexto (LEMOS et al., 2010). 
26 
 
A limitação encontrada na realização desta metassíntese foi o baixo número de artigos 
que preenchiam os critérios de inclusão. Dessa forma, sugere-se que novos estudos qualitativos 
sejam elaborados, contribuindo com o desvelamento da questão norteadora. 
 
 
 
27 
 
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
 
O cuidado humanizado se mostra inerente à necessidade de se conhecer o paciente como 
um todo. Ao se cuidar de uma pessoa com lesão crônica, deve-se observar que não se trata 
apenas de uma lesão – mesmo que a complexidade da ferida crônica seja considerada. Trata-se 
de um universo contido nas categorias geradas pelos artigos aqui pesquisados. 
 Foram apresentadas 14 categorias, distribuídas em cinco artigos que tratavam de um 
mesmo tema: o universo de quem convive com uma lesão crônica. Aquele conjunto de temas 
abordados que emergiu nos artigos ora de forma recorrente, ora unicamente em um dos artigos, 
tem em comum o fato de se tratar de seres humanos, que merecem um olhar diferenciado, 
absolutamente necessário aos olhos do enfermeiro, e, principalmente, do enfermeiro 
estomaterapeuta. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
28 
 
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