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FISIOLOGIA RESPIRATÓRIA Profa. Juliana Normando Pinheiro SISTEMA RESPIRATÓRIO Funções • Troca gasosa: O2 e CO2 • Termorregulação • Proteção: poeiras, gases tóxicos e agentes infecciosos inalados • Equilíbrio acido-básico • Fonação • Olfato Anatomia do Sistema Respiratório Corte sagital mediano da cabeça de uma vaca com o septo nasal removido. • Detecta substâncias transportadas pelo ar • Receptores olfativos localizados nas conchas etmoidais e órgão vômero nasal • O cão é o mais sensível aos odores; • Comportamento: ▪ O olfato está intimamente ligado à nutrição (misturas aromáticas para palatabilidade) ▪ Animais são atraídos e estimulados sexualmente pelos sinais químicos produzidos pelo sexo oposto (feromônios) ▪ O reconhecimento individual, reconhecimento materno e o estabelecimento da dominância; Olfato Rede Carotídea A artéria carótida forma uma rede envolta em um seio de sangue venoso mais frio procedente da cavidade nasal resfriando o sangue proveniente da artéria carótida que se dirige ao cérebro e proporcionando uma temperatura mais adequada para o mesmo. Histologia do Sistema Respiratório VENTILAÇÃO e CICLO RESPIRATÓRIO • É o movimento de gás para dentro e para fora do pulmão (inspiração X expiração) • Os pulmões são expandidos principalmente pelo movimento do diafragma (cranialmente e caudalmente) e pela elevação das costelas, nos quais aumentam ou diminuem a cavidade torácica Tórax Contrai Tórax expandeDiafragma contrai Desloca Cd Relaxamento abdominal Intercostais Ext. contraídos Intercostais Int. relaxados Diafragma relaxa Desloca Cr Contração abdominal Intercostais Externos relaxados Intercostais Internos contraídos VENTILAÇÃO • Na ventilação normal há pouco gasto de energia no animal saudável (inspiração/ expiração) • Inspiração: • Diafragma e os músculos intercostais externos contraem • Músculos abdutores das narinas, faringe e laringe (promovem a abertura) • Expiração • Normalmente passiva • Músculos abdominais e os intercostais internos podem contrair (exercício) • Tipos de Respiração: abdominal e torácica • Caminho percorrido pelo ar: Ar → cavidade nasal → faringe → laringe → traqueia → brônquios → bronquíolos → alvéolos Estados da Respiração • Eupneia: respiração comum silenciosa, sem desvio da frequência ou profundidade • Dispneia: respiração difícil com esforço visível • Hiperpneia: aumento da profundidade, frequência ou ambas (exercício físico) • Polipneia: respiração rápida e superficial (ofegação) • Apneia: cessação da respiração (estado transitório) • Taquipneia: aumento da frequência respiratória • Bradipneia: diminuição da frequência respiratória Frequência respiratória refere-se ao número de ciclos respiratórios por minuto Está sujeita a variações por diversos fatores: espécie, tamanho corporal, idade, atividade física, excitação, temperatura ambiente, prenhez, grau de preenchimento do trato digestório, e estado de saúde. Frequência Respiratória Animal Condição Variação Média (Ciclos por minuto) Equino Repouso 10 a 14 12 Vaca leiteira Repouso 26 a 35 29 Suíno Repouso 32 a 58 40 Cão Repouso 20 a 34 24 Gato Repouso 20 a 40 31 Carneiro Repouso 20 a 34 25 Volumes e Capacidades Pulmonares • Volume corrente (Vc): quantidade total de ar que entra no sistema respiratório • Volume residual: quantidade de ar que permanece nos pulmões após a expiração • Volume alveolar (Va): qtidade de ar que chega até os alvéolos para troca gasosa Volume total = Vc x freq Va = freq x (Vc - Vem) • Ventilação do espaço morto (Vem): ar que fica apenas nas vias aéreas superiores (termorregulação) • Capacidade pulmonar total: é a soma dos volumes • Capacidade residual funcional: quantidade de ar que fica nos pulmões após a expiração • Complacência pulmonar: capacidade (grau) de expansão dos pulmões Pressões Respiratórias • Os pulmões são separados da parede torácica pelo espaço intrapleural (entre a pleura visceral e pleura parietal) com a presença do líquido pleural. • Pressão alveolar: É a pressão encontrada dentro dos alvéolos. Para o ar entrar a pressão deve diminuir (vácuo) • Pressão intrapleural: É a pressão encontrada no espaço pleural. Sempre negativa (+ negativa na inspiração) • Pressão transpulmonar: É a diferença entre as pressões alveolar e intrapleural. Quanto maior a pressão transpulmonar maior a quantidade de ar que entra nos pulmões (capacidade de expansão) Gases se movimentam de áreas de alta pressão para áreas de baixa pressão Na inspiração ocorre a expansão da caixa torácica aumentando o volume e diminuindo a pressão alveolar. Logo os gases vão se movimentar da atmosfera para dentro do sistema respiratório (pressão subatmosférica) Na expiração, o volume do tórax diminui, a pressão alveolar aumenta e o ar flui para a atmosfera O ar entra e sai dos pulmões em resposta a diferenças de pressão criadas por um aumento ou redução do volume torácico, respectivamente. “Pressão é força sobre área” PRESSÕES RESPIRATÓRIAS • Pressão intrapleural • Sempre negativa • + negativa na inspiração • Pressão alveolar • Negativa na inspiração (Subatmosférica - Ar entra) • Positiva na expiração • (Supra-atmosférica – ar sai) Inspiração: volume pulmonar aumenta Expiração: volume diminui Inspiração Pressão pleural e Alveolar negativas Ar entra nos alvéolos Expiração Pressão alveolar + e pleural menos negativa Ar sai dos alvéolos Quanto maior a pressão transpulmonar, maior a entrada de ar no pulmão. VENTILAÇÃO • Tosse (expiração forçada) – mecanismo de defesa • Ventilação colateral: movimento do ar entre os lóbulos adjacentes (ventilação compensatória) Circulação Circulação Pulmonar • O pulmão tem duas circulações: • Circulação brônquica • Pressão referente à chegada de sangue oxigenado para as células pulmonares • Realizada pelas Artérias Brônquicas • O suprimento sanguíneo vem através de ramos torácicos da aorta • Circulação de alta pressão e fluxo baixo para vias aéreas • Traqueia e árvore brônquica recebem 2% do débito do ventrículo esquerdo • Circulação pulmonar (trocas gasosas) • Débito total do ventrículo direito que perfunde para os alvéolos e participa da troca gasosa • Realizada pelas Artérias Pulmonares D e E • Circulação de baixa pressão e fluxo elevado Circulação Brônquica Circulação Pulmonar Artérias pulmonares → arteríolas → capilares pulmonares → vênulas → veias pulmonares →AE →VE Controle Respiratório e Vascular Fatores neurais e humorais podem contrair ou relaxar o músculo liso vascular e alterar os movimentos respiratórios • Controle neural • Os impulsos chegam aos centros respiratórios (impulsos aferentes) oriundos de vários receptores: pulmonares, cutâneos, musculares (moviment0), vias aéreas superiores • Inervação simpática: Aumento do movimento respiratório e vasoconstrição periférica • Controle humoral • Íons e gases presentes nos líquidos corporais influenciam a ventilação: Co2, O2 e H+ 1.O aumento de dióxido de carbono aumenta a ventilação alveolar e vice-versa 2.O aumento de íons hidrogênio aumenta a ventilação alveolar e vice-versa 3.O aumento do teor de oxigênio diminui a ventilação alveolar e vice-versa É composta pelos bronquíolos respiratórios, os ductos alveolares e os alvéolos. Existem cerca de 3.000.000 de alvéolos em cada pulmão, e entre os alvéolos existe uma grande quantidade de vasos capilares, formando uma rede capilar. Unidade Respiratória Troca gasosa Hematose É a troca de CO2 por O2 entre os alvéolos e capilares O2 sai do alvéolo para o capilar CO2 sai do capilar para o alvéolo Trocas gasosas • As trocas gasosas entre o meio e as superfícies respiratórias ocorrem por meio da difusão. • Depende da composição da mistura gasosa (O2 - CO2 - N2 - H2O) e das pressões de cada gás • A concentração de um determinado gás é expressa em termos de sua pressão parcial (PO2) • PO2 = 160mmHg e PCO2 = 0,23 mmHg no ar atmosférico (Valoressão obtidos da % de cada gás presente no ar pela pressão atmosférica ao nível do mar = 760 mmHg = pressão barométrica) • Pressão de oxigênio alveolar PAO2 é < que no ar inspirado (espaço morto) • Hipoventilação alveolar (alta altitude, poluição, queimadas) • Hipóxia alveolar (ocorre vasoconstrição dos alvéolos com pouco O2 e dilatação dos alvéolos com + O2, redistribuindo o fluxo sanguíneo e melhorando a oxigenação do sangue) No interior dos pulmões o ar inspirado se mistura com o ar residual PO2 = 104 mmHg e PCO2= 40 mmHg. O sangue venoso dos capilares = PO2 igual a 40 mmHg e PCO2 igual a 45 mmHg. PO2 do alvéolo (104 mmHg) é maior que a do sangue (40 mmHg) = difusão do O2 para o sangue PCO2 do sangue (45 mmHg) é maior que do alvéolo (40 mmHg) = difusão do CO2 para os alvéolos O sangue cede o gás carbônico para os pulmões e adquire oxigênio PO2 = 104 mmHg PCO2 = 40 mmHg Hematose Pulmonar Hematose Celular TROCA GASOSA A taxa de movimento (difusão) de gás entre os alvéolos e o sangue é determinada por: 1. Area de superfície de trocas (Ex: enfisema pulmonar) 2. Quantidade de gás disponível e diferenças de pressões 3. Coeficiente de difusão do gás (Cd do CO2 é 20 X vezes >) 4. Fluxo sanguíneo adequado passando pelos alvéolos (Ex. Anemia) 5. Espessura da barreira ar-sangue (Ex: edema pulmonar) Shunt Pulmonar • Ventilação e perfusão são diferentes no animal sadio e doente • Shunt = desvio • Shunt refere-se a perfusão sem ventilação • É a condição fisiológica que resulta quando os alvéolos do pulmão são perfundidos normalmente com sangue, mas a ventilação (o fornecimento de ar) falha em suprir a região perfundida. • Geralmente ocorre quando os alvéolos se enchem de líquido (edema pulmonar, pneumonias, atelectasias ) • Quando os alvéolos se enchem de líquido, eles são incapazes de participar nas trocas gasosas com o sangue, causando hipóxia local ou regional, desencadeando assim vasoconstrição. O sangue é então redirecionado para longe desta área que tem uma relação de ventilação e perfusão pobre, para áreas que estão sendo ventiladas. TRANSPORTE DE GASES NO SANGUE • O2 é transportada pela hemoglobina (hemácias) • Capacidade máxima de transporte de O2 = capilares alveolares (anemia x policitemia) • A dissociação da oxiemoglobina nos tecidos acontece se o tecido demonstra a necessidade de O2 • ↑ temperatura sanguínea,↓ pH, ↑ PCO2, ↓ PO2 e ↑ da concentração intracelular de fosfatos orgânicos (lixo celular que leva a coloração azulada - cianose) O transporte de oxigênio dos alvéolos para a hemoglobina e desta para os tecidos ocorre por meio de gradientes de difusão. O oxigênio passa do ar nos alvéolos para o líquido intersticial (1), plasma (2) e líquido eritrocitário (3) e, por fim, combina-se com a hemoglobina (4). O processo de liberação do oxigênio para as células segue a direção inversa. PO2 elevada aumenta a saturação da hemoglobina com oxigênio, e a PO2 diminuída provoca dessaturação da hemoglobina. TRANSPORTE DE O2 O2 2% dissolvido no plasma 98 % com hemoglobina TRANSPORTE DE O2 Monóxido de Carbono Tem 200 x mais afinidade à hemoglobina que o oxigênio CURIOSIDADE O dióxido de carbono é captado pro difusão nos seus locais de produção. O dióxido de carbono é transportado não apenas na sua forma em solução, mas também por meio de reações que ocorrem no plasma e por reações que ocorrem nos eritrócitos O sangue venoso circula até os capilares pulmonares e, devido aos gradientes de pressão o dióxido de carbono em solução difunde-se dos capilares pulmonares para os alvéolos. Esse processo é posterior a uma inversão das reações que realizaram a captação anterior do dióxido de carbono no plasma e nos eritrócitos TRANSPORTE DE CO2 TRANSPORTE DE CO2 CO2 7% no plasma 23% associado á hemoglobina 70%: HCO3- Transporte de gases durante o exercício Aumenta a frequência respiratória e VO2 Aumenta a frequência cardíaca e DC Contração esplênica para liberar + hemácias e Hb Aumento do consumo de oxigênio e da produção de dióxido de carbono pelos músculos. Aumenta a liberação de ácido lático que contribuem para a produção de H+ e redução de pH. CONTROLE DA VENTILAÇÃO • Centro respiratório localizado no bulbo e ponte (tronco encefálico) • Ponte está relacionada com o volume e frequência respiratória • Bulbo com os músculos que participam da respiração CONTROLE DA VENTILAÇÃO Quimiorreceptores: são células especializadas que respondem a alterações químicas do sangue. Sua função é manter a homeostasia gasométrica sanguínea. Centrais (bulbo): ↑pCO2 e ↓pH Periféricos (arco aórtico e bifurcação das carótidas): ↑pCO2, ↓pH, ↓O2 CONTROLE DA VENTILAÇÃO Mecanorreceptores Receptores de irritação ou de adaptação rápida • Traqueia, brônquios e bronquíolos • Responsáveis pela detecção de substâncias indesejáveis (fumaça, poeira, corpos estranhos) • Resposta excitatória ao centro respiratório provocando espirros, tosse, taquipneia e broncoconstrição, aumento na secreção de muco. apneia, fechamento da glote Receptores de estiramento pulmonar ou adaptação lenta • Musculatura lisa das vias aéreas respiratórias • Informam o grau de insuflação pulmonar ao centro respiratório • Reflexo de Breuer-Hering (aumenta a expiração e inibe a inspiração) Equilíbrio Ácido - Básico Ácidos ou bases são continuamente adicionados aos fluidos corpóreos (ingestão ou pelo metabolismo celular ) ▪ Ácidos são substâncias que doam íons de hidrogênio para uma solução. ▪ Bases são substâncias que recebem e se ligam a íons hidrogênio de uma solução. ▪ O pH é determinado pela concentração de íons de hidrogênio (H+) ▪ O pH é inversamente proporcional à quantidade de íons H+ ▪ pH baixo = muito H+ = acidose ▪ pH alto = pouco H+ = alcalose ▪ As alterações de pH do sangue são influenciadas diretamente pelas [ ] de CO2 e H+ 7,4Acidose Alcalose H+ H+ pH pH Controle do pH 1. Tampões químicos: Bicarbonato 2. Respiratório: ajuste da Concentração de CO2 3. Renal: excreção de íons H+ • Tampão – encontrados no plasma sanguíneo e dentro das células • Ácido fraco + base AcidoseAlcalose Alcalose Respiratória Acidose Respiratória Acidose Metabólica Alcalose Metabólica Controle nos Pulmões Acidose Metabólica Reabsorção de HCO3 - Excreção do H+ pH H+ Rins pCO2 Ventilação pH H+ Pulmões Alcalose Metabólica Reabsorção de HCO3 - Excreção do H+ pH H+ Rins pCO2 Ventilação pH H+ Pulmões Equilíbrio Ácido-Básico Acidose respiratória Alcalose respiratória AcidoseAlcalose Acidose metabólica Alcalose metabólica Bons Estudos!!!
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