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Semiologia e farmacologia homeopática

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Semiologia
e farmacologia homeopática
Prof.ª Caroline Deckmann Nicoletti
Descrição
O estudo integral do indivíduo, a sua relação com a farmacologia dos
medicamentos homeopáticos e a atuação do farmacêutico nesse
processo.
Propósito
A semiologia, ou seja, o conhecimento do ser humano em sua totalidade
(mental, emocional e físico), somada à compreensão da farmacologia
dos medicamentos homeopáticos, possibilita a prescrição acertada,
racional e individualizada.
Objetivos
Módulo 1
Semiologia e anamnese homeopática
Reconhecer as questões relacionadas à anamnese homeopática.
Módulo 2
Leis de cura e miasmas
Identificar as leis de cura e os miasmas e sua importância no
processo de adoecimento.
Módulo 3
Farmacologia homeopática
Reconhecer a farmacologia dos medicamentos homeopáticos e os
princípios da Lei de Arndt-Schultz.
Introdução
A homeopatia aborda os sinais e sintomas (semiologia) de forma
bem extensa, compreende o indivíduo em sua magnitude,
considerando todos os três níveis dinâmicos (mental, emocional
e físico). Na busca pelo motivo do adoecimento são
considerados aspectos diversos, não necessariamente
relacionados ao órgão acometido, tais como: personalidade,
preferências, histórico individual, entre outros, de modo a
empregar o conjunto dos sintomas peculiares do doente para
aferir o desequilíbrio orgânico. Esse desequilíbrio pode se
apresentar em qualquer um dos níveis ou na falta de coesão
entre eles. À luz disso, entende-se as leis de cura de Hering,
segundo as quais o organismo preserva órgãos mais importantes
e nobres, bem como a existência da cronificação das doenças e
suas classificações miasmáticas.
Para o entendimento da ação dos medicamentos, é importante
saber da existência de ações primárias e das reações
secundárias: uma refere-se à ação de substâncias sob o
organismo – ação comum aos medicamentos alopáticos –; a
segunda refere-se à reação do organismo frente a alguma ação
externa, de modo a reequilibrar o organismo – a ação externa
pode ser o medicamento homeopático. Além disso, para
minimizar as reações patogenéticas, os medicamentos
homeopáticos são diluídos e potencializados (sucussionados),
ou seja, são dinamizados.

1 - Semiologia e anamnese homeopática
Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer as questões relacionadas à anamnese
homeopática.
Semiologia homeopática
As leis que regem a saúde são os pilares do conhecimento do
profissional homeopata. A forma como entendemos a relação entre a
substância e a energia da vida determina o modelo que usamos para
descrever a saúde.
Você lembra qual é o conceito de saúde?
No primórdio, a definição de saúde era apenas a ausência de doença,
porém a OMS (Organização Mundial da Saúde), em 1946, definiu saúde
como um estado de completo bem-estar físico, mental e social. Esse
modelo passou a ser considerado e segurado no Brasil com o advento
da Constituição Federal de 1988, que em seu artigo 196, reconhece o
direito de toda a população à saúde, mediante ações que visem à
redução do risco de doença e de outros agravos por meio de ações e
serviços para sua promoção, proteção e recuperação, e parte do artigo
198, que dá ênfase ao atendimento integral, com prioridade para as
atividades preventivas.
Ou seja, além da prática homeopática, há um entendimento mundial e
normatizado de que o indivíduo deve ser visto em sua integralidade, e
seu sofrimento estará interligado ao meio (social, profissional, familiar).
A saúde, portanto, não é um único ponto de equilíbrio,
mas um estado dinâmico com pontos de equilíbrio
variáveis. Remoção temporária de alguns sintomas não
é o mesmo que cura.
A relação diferente entre o profissional homeopata e paciente – na qual
os sintomas descrevem a interface entre o paciente e seu ambiente, e a
doença pode ser vista como um aspecto necessário para estar bem –
convida a uma reflexão mais aprofundada sobre o paciente
homeopático e o significado da doença. O modo como os sintomas
surgem e comunicam as necessidades do paciente é mediado pelo que
é chamado de vitalidade. As forças naturais que regem a vitalidade e as
leis gerais de saúde passam a descrever as leis homeopáticas.
Energia vital e a vitalidade
A energia, princípio ou força vital é imaterial e, portanto, às vezes
descrita como uma força "espírito" que se expressa nos organismos
vivos como vitalidade. Atualmente, podemos falar sobre bem-estar
geral, resistência e imunidade. Ao pensar em um organismo vivo como
uma máquina, a força vital seria a bateria ou gerador e a vitalidade a
corrente elétrica. Se imaginarmos um pião, a força vital pode ser
pensada como o que o mantém girando, e a vitalidade como a força que
lança as coisas para o contorno, ambas o mantêm equilibrado e ereto.
Hahnemann (1755-1843) postula a força vital como a energia que
mantém o equilíbrio orgânico. Pensando assim, as doenças não são
mais do que manifestações do desequilíbrio da energia vital. Quando o
organismo está desequilibrado, a força vital que anima o corpo se
expressa por meio da vitalidade.
A vitalidade estimula o organismo a restabelecer o equilíbrio por meio
da produção de sintomas. Na época em que a homeopatia foi formulada
(século 18), a ideia de vitalismo era comum. Segundo o vitalismo, os
seres vivos possuem um princípio vital (diferente das propriedades
físico-químicas e bioquímicas do corpo) que os mantêm atuantes.
Vamos entender melhor a seguir alguns termos que estão relacionados
à energia vital e vitalidade.
Energia potencial
É necessária para se livrar de uma doença. É semelhante à forma como
a energia elétrica é necessária para operar um aparelho elétrico.
Força vital
A força vital pode ser pensada como uma bateria que precisa ser
carregada estando sujeita a ser drenada.
Vitalidade
A vitalidade pode ser pensada como a corrente gerada quando a carga
da bateria flui.
Na saúde, a força vital integra e permite que as diferentes partes se
coordenem, incluindo funções fisiológicas normais. A vitalidade permite
que o corpo regule, equilibre e evolua, sendo ela a qualidade de vida
intrínseca que conecta a mente e o corpo.
Princípios da anamnese homeopática
A anamnese é o ato que se caracteriza pela escuta atenta, interessada e
isenta de julgamentos do relato do paciente. Ela deve ser registrada com
a maior fidedignidade ao discurso pessoal e particular do paciente, do
detentor do sofrimento. Só após concluída essa fase de relato
espontâneo deve o profissional proceder um interrogatório, por meio de
perguntas não diretivas.
Mas o que são perguntas diretivas e não diretivas?
Perguntas diretivas são as que induzem o paciente a respostas
“prontas”, diferentemente das perguntas não diretivas, que são aquelas
que podem surgir ao longo da entrevista, em que a resposta do paciente
é livre e, muitas vezes, subjetiva. Veja alguns exemplos:
Perguntas diretivas
Você sente dor?
A dor é latente?
A dor de cabeça
inicia-se ao
levantar e se
expor à luz do dia?
Perguntas não diretivas
O que você está
sentindo?
Como sua dor é?
Quando ela tem
início?
O modo como o paciente responde, as palavras que o paciente utiliza
para descrever seu sofrimento são fundamentais na decisão do
medicamento prescrito.
As perguntas que buscam conhecer as condições atuais de
funcionamento do organismo, como um todo (relação com o clima,
horários, sono, sede, desejos e aversões alimentares, sexualidade, suor,
dentre outras) e a cada parte do ser humano (revisão de cada sistema e
função) auxiliarão na tomada de decisão sobre o medicamento que o
paciente utilizará.
Como a anamnese se aplica à homeopatia?
A anamnese homeopática visa elucidar, especificar e modalizar os
sintomas relatados pelo paciente. Depois, investigar sua história
familiar, seus hábitos e condições de vida, sua história patológica
pregressa.
O exame físico e os exames complementares não devem ter sua
importância subestimada. O ouvinte (profissional de saúde)
homeopático, normalmente napessoa do médico, deve ser sobretudo
um bom clínico, capaz de fazer não só o diagnóstico homeopático e
prescrever medicamentos homeopáticos, mas também de fazer o
diagnóstico da doença e a condição clínica compreendida em sua
totalidade (diagnóstico da entidade nosológica). Tais análises são

importantes não apenas do ponto de vista da necessidade de
comunicação com o paciente, seus familiares e o meio médico-sanitário
em geral, mas também para o estabelecimento do prognóstico e a
avaliação do caso em consultas subsequentes. A seguir, você verá o que
deve ser considerado durante uma consulta de anamnese homeopática:
Fatores gerais
Clima, estações, a temperatura na qual melhoram ou pioram os
sintomas.
Preferências alimentares
Preferência por doces e salgados. Até mesmo repulsa por
determinado alimento.
Medos
Temores tangíveis e temores emocionais.
Personalidade e temperamento
Conforme sua característica emocional.
O que se deve identificar na anamnese homeopática?
Na anamnese, identificam-se os sintomas homeopáticos que podem ser
mentais, gerais e locais. Para que um sintoma seja categorizado como
homeopático, deve estar associado às ocorrências e condições que o
provocam ou modificam. A valorização dos sintomas, além de
considerar a hierarquia mental> geral> local, depende:
De sua raridade: fator que torna o sintoma específico ao indivíduo
e pouco comum no conjunto de pessoas portadoras de
determinada doença;
Intensidade: refere-se a quanto o sintoma perturba ou limita o
indivíduo;
Antiguidade: diz respeito ao tempo da existência dos sintomas na
vida do paciente;
Frequência;
Duração.
Confira a hierarquia dos locais dos sintomas em homeopatia:
Hierarquia dos locais dos sintomas em homeopatia.
Construído o conjunto de sintomas mais relevantes do paciente
(síndrome mínima de valor máximo), procede-se a repertorização do
caso, que conduz ao diagnóstico medicamentoso, ou seja, o
medicamento a ser prescrito.
James Tyler Kent (1849-1916), médico homeopata estadunidense,
relacionou os graus de acometimento da energia vital às formas de
evolução esperadas do caso. Essas conexões ficaram conhecidas como
observações prognósticas de Kent. Confira a seguir:
 Paciente incurável
Agravação prolongada em um declínio final
(também pode ocorrer uma melhoria inicial,
seguida de agravação e declínio).
 Paciente com lesão grave
Agravação prolongada seguida de lenta melhora.
Diagnóstico em homeopatia
No processo de conhecimento do paciente (diagnose = conhecer por
meio de), o profissional homeopata está interessado em construir uma
imagem de seu paciente, sendo essa imagem a mais completa possível
(totalidade sintomática), incluindo os sintomas gerais, mentais e
particulares. Desse modo, obterá o diagnóstico homeopático (ou
diagnóstico do doente ou diagnóstico do medicamento), pois, no
método homeopático, o quadro que retrata o doente deve se superpor
ao quadro que retrata um medicamento. Nesse momento, também se
tem a decisão terapêutica.
Para um correto diagnóstico homeopático, ou seja, para uma escolha
assertiva do medicamento homeopático, é necessário:
Que a anamnese contenha, de modo fidedigno e completo, o
conjunto dos sintomas do paciente;
Que o profissional homeopata saiba identificar, no conjunto de
sintomas, os mais relevantes, hierarquizando-os e construindo
uma síndrome mínima de valor máximo;
Que se escolha um medicamento que corresponda à totalidade
sintomática hierarquizada (repertorização);
Que se observe, por meio da observação da matéria médica, qual
dos medicamentos destacados na repertorização dos sintomas
mais “se assemelha” com o paciente;
Que se avalie a potência mais adequada em cada caso.
Diagnóstico constitucional
 Paciente com lesão leve
Agravação rápida e forte, seguida de rápida
melhora.
 Paciente funcional
Melhora sem agravação.
Além do diagnóstico do medicamento, o homeopata procura observar
características constitucionais de seu paciente, por meio do seu biotipo
e da forma como seu organismo se desenvolve e trabalha, suas
tendências funcionais e orgânicas.
O diagnóstico constitucional ajuda frequentemente na escolha
terapêutica, já que os medicamentos, assim como as pessoas, têm seus
traços constitucionais, tornando pouco provável que um paciente possa
se beneficiar do uso de um medicamento completamente estranho à
sua constituição.
Existem muitas classificações constitucionais, porém a mais adotada é
a de Henri Bernard, que propôs três constituições básicas:
Corpo é mais baixo e largo do que o padrão normal, dimensões
encurtadas (brevilíneo), tendência a adoecer no sistema
respiratório e de várias partes do tubo digestório e de suas
glândulas anexas, como o fígado e pâncreas (órgãos originados
do endoblasto), tendência a escleroses.
Indivíduo de estatura mediana (normolíneo), tendência a adoecer
músculos, o sangue, o esqueleto e os rins (órgãos originados do
mesoblasto), variando tendências à esclerose e à
desmineralização.
Indivíduo com tronco e membros mais longos do que os
normolíneos (longilíneo), tende a adoecer a epiderme e os
anexos epidérmicos, vesículas olfativas e auditivas, lobos
anteriores e intermediário da hipófise (órgãos originados do
ectoblasto), tendência à desmineralização.
Segundo Henri Bernard, a constituição fluórica é considerada uma
constituição resultante de um desvio das outras três constituições base.
O tipo fluórico é física e mentalmente irregular.
Constituição carbônica 
Constituição sulfúrica 
Constituição fosfórica 
Diagnóstico miasmático ou diatésico
Nessa etapa do diagnóstico, é avaliada a forma particular como o
processo da doença está se instalando ou se desenvolvendo no
organismo. A classificação de Hahnemann dos três miasmas crônicos
é: Psora, Sicose e Sífilis.
Posteriormente, Nebel e Vannier acrescentaram um quarto miasma ou
diátese, o Tuberculinismo.
Embora as constituições e as diáteses não se superponham, elas
frequentemente são correlacionadas. A constituição descreve como é o
organismo, já a diátese descreve o modo de adoecer.
Detalharemos mais os miasmas no próximo módulo.
Diagnóstico das entidades nosológicas
O diagnóstico das entidades nosológicas utiliza as bases teóricas e
metodológicas da medicina anatomopatológica contemporânea. Nesse
contexto, busca-se saber como órgãos e tecidos estão lesados, que tipo
de lesão cada qual apresenta, em que extensão e grau.
Para um correto diagnóstico, o profissional homeopata utiliza a
anamnese, o exame físico e, sempre que necessário, exames
complementares.
O diagnóstico correto das entidades nosológicas apresentado pelo
paciente tem importância, inclusive, para avaliação prognóstica.
Com base no diagnóstico das entidades nosológicas, avalia-se o grau de
acometimento da energia vital e formula-se as observações
prognósticas: como se espera que o paciente reaja ao tratamento?
Como deve apresentar-se na próxima consulta, obedecidas as leis de
cura?
Repertório homeopático
É totalmente inviável que o prescritor homeopata consulte ou tenha em
mente a matéria médica em sua íntegra, por isso lança-se mão do
Repertório Homeopático. Este é um compilado de listas de
medicamentos com referências cruzadas no qual sintomas específicos
são encontrados. O Repertório Homeopático poderá ser encontrado na
forma de livro e atualmente ele existe na forma digital, como aplicativo
para computadores.
Um dos repertórios mais completos utilizados é o de James Tyler Kent.
Trata-se de um trabalho monumental, que contribui enormemente para o
processo de seleção de medicamentos. A confiabilidade do Repertório é
oriunda do detalhamento no registro dos resultados dos experimentos e
da profundidade do conhecimento de Kent. No entanto, ele não inclui
tudo. Por isso, o Repertório não pode ser visto como referência absoluta,
pois, afinal, trata-se de um instrumento indispensável, mas não deve ser,
necessariamente, a palavra final.
O propósito do Repertório é possibilitarque o profissional homeopata
reveja rapidamente as drogas conhecidas como produtoras dos
sintomas que estão sendo estudados no determinado caso. Devido à
gradação dos sintomas, auxilia também a interpretar a intensidade dos
sintomas. O Repertório leva o profissional a pensar sobre certos
medicamentos que poderiam ser esquecidos.
No entanto, é fundamental se atentar para o uso dessa ferramenta de
modo mecânico, automático e impensado. A repertorização deve ser útil
quando a informação estiver reunida, sendo importante a expertise,
conhecimento e prática do profissional para a tomada de caso,
gradação e avaliação dos sintomas.
Qualquer prescrição deve ser baseada em estudo cuidadoso da matéria
médica e na sua combinação do detalhe e da totalidade dos sintomas
com a do medicamento. Ou seja, o Repertório é um auxiliar na tomada
de decisão do medicamento simillimum (aquele com base na totalidade
dos sintomas) a ser escolhido para aquele paciente.
Anamnese e diagnóstico em
homeopatia
Veja as semelhanças e diferenças entre a farmacologia alopática e
homeopática.

Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Sabemos que a origem vitalista é o modelo conceitual no qual a
terapêutica homeopática se apoia. Sobre vitalismo, vitalidade e
energia vital, é correto afirmar que
A
vitalidade é uma doutrina filosófica na qual os
postulados terapêuticos homeopáticos foram
embasados.
B
o vitalismo é o que dá forças aos seres vivos
manterem-se no estado animado.
C
a energia vital integra e harmoniza os níveis físico,
emocional e mental do ser humano.
D
a produção dos sintomas patológicos são a energia
vital estimulando o reequilíbrio do orgânico.
Parabéns! A alternativa C está correta.
A energia ou força vital é, às vezes, descrita como uma força
"espírito" que se expressa nos organismos vivos como vitalidade.
Vitalismo é uma doutrina filosófica na qual os postulados
terapêuticos homeopáticos foram embasados. A energia vital é o
que dá forças ao ser vivo para manter-se nesse estado, integra e
harmoniza os níveis físico, emocional e mental do ser humano. A
produção dos sintomas patológicos é a vitalidade estimulando o
reequilíbrio do orgânico. A homeopatia define saúde como um
estado de equilíbrio do indivíduo (mental, emocional e físico) com o
ambiente.
Questão 2
A consulta homeopática costuma ser mais demorada em relação à
consulta alopática. Isso ocorre por causa das premissas da
anamnese homeopática. Sobre a anamnese homeopática, podemos
afirmar que
E
a homeopatia define saúde como um estado de
desequilíbrio do indivíduo (mental, emocional e
físico) com o ambiente.
A
é importante que o profissional faça perguntas
claras e objetivas para que seja possível fazer a
repertorização precisa.
B
os gostos, sofrimentos e predileções são apenas
especulações do prescritor na consulta
homeopática.
C
na anamnese homeopática, os sintomas são
hierarquizados, do mais importante para o menos
importante, ou seja, geral, emocional, mental e local.
D
a importância dos sintomas será dada a partir da
sua raridade, intensidade, antiguidade, frequência e
duração.
E
o prognóstico de pacientes funcionais é uma
agravação prolongada seguida de rápida melhora.
Parabéns! A alternativa D está correta.
A valorização dos sintomas depende da raridade, intensidade,
antiguidade, frequência e duração. Na anamnese homeopática, é
importante que o profissional tenha a escuta atenta e as perguntas
não venham a induzir o paciente a respostas prontas, pois na
homeopatia, para que seja feita a repertorização dos sintomas
apresentados, o modo como eles são descritos faz muita diferença.
Gostos, sofrimentos e predileções auxiliarão na tomada de decisão
do medicamento a ser prescrito. Na anamnese homeopática, os
sintomas são hierarquizados, do mais importante para o menos
importante, ou seja, mental, geral e local.
2 - Leis de cura e miasmas
Ao �nal deste módulo, você será capaz de identi�car as leis de cura e os miasmas e sua
importância no processo de adoecimento.
Os níveis dinâmicos
O indivíduo apresenta três níveis dinâmicos identificáveis: o físico, o
emocional e o mental, nos quais a energia vital atua e equilibra, de modo
a manter coesos esses três níveis.
Hierarquia dos níveis dinâmicos identificáveis.
Dentre esses três níveis, o nível mental é o mais importante, e o físico, o
menos importante.
Dentro de cada nível também há uma hierarquia. Por exemplo, no nível
físico, o sistema respiratório é mais importante que a pele, no nível
emocional a depressão é mais importante que uma irritabilidade, e no
nível mental, delírios e paranoias são mais importantes que falta de
concentração ou letargia.
Muitas vezes, uma doença acometerá um órgão nobre, logo, a energia
vital, na busca pelo reequilíbrio geral, tentará transferir para um nível
periférico. Por exemplo, para eliminar uma bronquite, a força vital, não
conseguindo eliminá-la, transferirá para um problema de pele.
Temporariamente, a pele será a “válvula de escape” do organismo. Isso
é muito frequente em doenças crônicas. Logicamente que poderá haver
agravos. Em casos de pacientes com crise emocional crônica, poderá
haver uma piora, por exemplo: uma angústia transformar-se em
depressão.
Nesse exemplo de agravo, o problema foi deslocado do emocional para
o mental, pois a energia vital não teve força para expulsá-lo para o nível
físico. Nesse caso, o uso de um medicamento homeopático apropriado
ao paciente irá, ao fortalecer a vitalidade, restabelecer o equilíbrio
dinâmico individual.
Ao vermos problemas de pele, temos a imediata intenção de suprimi-los
com o uso de medicamentos tópicos. No entanto, essa prática criará
obstáculos à tentativa de cura promovida pela energia vital. Ao remover
a totalidade dos sintomas antes de curar o problema base (original),
dificultaremos a identificação do medicamento simillimum. Essa
supressão dos sintomas levará ao retorno do problema/incômodo ou
ainda resultará no aparecimento de uma enfermidade mais grave depois
de um tempo.
Às doenças causadas pela supressão dos sintomas e,
consequentemente, que levaram a uma morbidade mais profunda e
perigosa, dá-se o nome de metástases mórbidas.
Um exemplo bem simples de entender é quando o paciente tem
amigdalite recorrente e usa medicamentos alopáticos, tais como
antibióticos, levando à supressão do quadro infeccioso. Nesse caso,
sabe-se que muitas pessoas possuem em sua mucosa bucal as
bactérias que levam à infecção das amigdalas.
No entanto, nem todas essas pessoas a desenvolvem. O fato é que as
amigdalites recorrentes poderão ter um problema de fundo emocional,
que levou ao enfraquecimento da vitalidade. Nesses casos, o uso de
antibióticos apenas inibirá os sintomas, que retornarão quando a flora
for restabelecida. A antibioticoterapia é o tratamento de escolha na
alopatia, mas há necessidade de considerar os outros níveis dinâmicos
que possam estar envolvidos nesse sintoma. Na abordagem
homeopática, ao considerar os níveis dinâmicos, o tratamento agirá
curativamente, evitando, assim, o tratamento paliativo.
Atenção!
Alguns homeopatas fazem uso de medicamentos alopáticos quando os
julgam necessários e tratam o sintoma aparente que incomoda o
paciente, como o caso da amigdalite. No entanto, em seguida,
administram o simillimum para o tratamento do indivíduo, de modo a
reequilibrar os três níveis dinâmicos e fortalecer sua energia vital. Com o
restabelecimento da energia vital, os microrganismos – as bactérias no
caso da amigdalite – não encontrarão ambiente propício para invadir, se
proliferar e causar a infecção.
Leis de cura
Como se dá a cura na homeopatia?
A terapêutica homeopática é baseada em uma estrutura de leis
descritas por filósofos e validadas ao longo de gerações por
observadores e praticantes. Elas se aplicam a todos os organismos e
seguem as leis que governam nosso ambiente, quer pensemos nele em
termos de objetosou energia.
Vamos verificar a seguir o que dizem essas leis e princípios que regem o
nosso ambiente, e como eles se relacionam com a homeopatia:
Você lembra da lei da ação e reação? Essa lei define que toda
ação é acompanhada por uma reação igual e oposta. Quando
uma força é direcionada em uma direção, uma força oposta
opera na outra direção. Tal lei explica por que cada causa tem
um efeito, por que certos estilos de vida produzem certos
sintomas.
A partir da Lei de Lavoisier (ou Lei de conservação das massas),
podemos enunciar que nada é perdido, assim como nada é
criado, apenas muda sua forma ou natureza. Assim, a energia
mudará de cinética para potencial, compostos podem se quebrar
em substâncias elementares, saúde e doença são aspectos da
mesma coisa e nascimento e morte são considerados uma
mudança de “estado”.
Segundo esse pensamento, sempre existem no mundo duelos e
dualidades, e não uma uniformidade constante. Assim, a
mudança é uma constante e é inevitável. Sistemas complexos
em decaimento do tempo; sistemas simples com o tempo
tornam-se mais complexos. Organismos tentam se mover ou
manter um estado estacionário, mas quando um estado
3ª Lei de Newton 
Lei de Lavoisier 
Pensamentos do filósofo Heráclito de Éfeso 
estacionário é alcançado, seja em definitivo ou por um período
determinado, ele inevitavelmente se torna instável novamente.
O psicólogo Peter Wason apresentou em 1960 o efeito
denominado “viés de confirmação”. A partir desse efeito, pode-se
afirmar que toda observação é afetada pelo meio a partir do qual
a percepção está ocorrendo. Por exemplo, as coisas parecem
diferentes quando vistas através do ar ou da água, e porque leva
tempo para vermos as coisas, só as vemos como eram, e nunca
como são. Duas pessoas terão visões diferentes das mesmas
coisas.
Segundo os pensamentos de Heisenberg, as mesmas leis que
governam os objetos governam a energia. Toda matéria tem o
potencial de mudar e toda mudança é uma expressão de energia,
então a matéria tem uma “energia potencial dentro dela”, logo,
nossos corpos são influenciados pela energia.
Agora que você já conferiu as leis e princípios, segundos os filósofos,
confira um pouco mais sobre a relação da 3ª Lei de Newton e a
homeopatia:
Aplicação do conceito de efeito-resposta na terapêutica homeopática, considerando a força
vital.
Abordagens de cura na homeopatia
Na homeopatia, duas abordagens para a cura são possíveis: abordagem
da causa e abordagem sintomática.
Viés de confirmação de Peter Wason 
Pensamentos do físico quântico W. Heisenberg 
Na abordagem da causa, usar algo que atua na mesma direção que a
causa pode estimular uma reação de cura, semelhante aos tratamentos
de dessensibilização para doenças alérgicas e à estimulação da
imunidade de um paciente por vacinação.
Já na abordagem sintomática, um sintoma agudo, muitas vezes, pode
ser apreciado como a maneira de uma pessoa tentar melhorar. Por
exemplo, quando um paciente desenvolve intoxicação alimentar, ele fica
com diarreia e vômito. Essa é a maneira do corpo de limpar a
intoxicação alimentar o mais rápido possível.
Os sintomas são o modo do corpo tentar retornar a um estado de
equilíbrio e o tratamento funciona na mesma direção dos sintomas. As
informações que o corpo precisa para se reequilibrar estão contidas em
medicamentos que também podem causar diarreia e vômito.
Assim, na seleção de um medicamento homeopático, busca-se o que
mais se aproxime do quadro de sintomas. É como se a vitalidade
produzisse sintomas na tentativa de reequilibrar o organismo na busca
do estado saudável. No entanto, sem conseguir sozinho, requer um
estímulo, pois não foi capaz de resolver espontaneamente.
O medicamento homeopático tem a intenção de reforçar os
mecanismos de defesa naturais, agindo no mesmo sentido da energia
vital, ou seja, o tratamento homeopático procura não suprimir os
sintomas.
Lei dos semelhantes
A lei dos semelhantes baseia-se em observações confiáveis de que, se
uma substância produz sintomas quando ingerida por uma pessoa
saudável, a mesma substância pode ajudar uma pessoa doente com um
conjunto semelhante de sintomas.
O registro dos sintomas produzidos quando uma substância é
administrada a um indivíduo saudável é chamado de patogenesia. O Dr.
Samuel Hahnemann observou que tomar Quina (Cinchona – que contém
o quinino), usado na época para tratar a malária, produzia, em uma
pessoa saudável, uma febre semelhante à malária. Ele usou com
sucesso Quina para tratar homeopaticamente febres.
Cinchona.
Sendo assim, sua vida, pensamento e primeiros experimentos com a
casca de Quina (Cinchona) foram registrados sistematicamente dando
origem ao Organon da Arte Médica, que foi desenvolvido em seis
edições. Esses são estudos essenciais para o estudante de
Homeopatia!
Vejamos outro exemplo: Os sintomas citados na matéria médica
homeopática na patogenesia da Belladona, planta essa que Hahnemann
(1801) usou para curar febre escarlatina:
Olhos e face vermelha, pupilas dilatadas, clarões na cabeça com
cefaleia viva, boca seca com repulsa à água, extremidades frias e
insônia etc.
Angústia, irritabilidade excessiva etc.
Superexcitação e embotamento mental, delírio com alucinações
visuais etc.
O profissional homeopata prescreverá Belladona para paciente com
faringite ou intoxicação alimentar, mesmo tratando-se de doenças bem
Sintomas físicos 
Sintomas emocionais 
Sintomas mentais 
distintas, pois ambos os pacientes apresentam sintomas citados na
matéria médica homeopática na patogenesia dessa droga.
Na terapêutica homeopática, os sintomas sempre pertencem ao
enfermo e estes indicarão o medicamento específico para o paciente –
simillimum –, e não a doença. Os pacientes são analisados a partir de
suas respostas específicas (sintomas particulares), as perturbações de
sua energia vital. Logo, não receberão medicamentos para os
sintomas/doença apresentada, como na alopatia, daí vem a afirmativa
popular: “Homeopatia trata o doente, e não a doença”.
Na prática homeopática, o medicamento tem a intenção de reforçar os
mecanismos de defesa naturais e agir na mesma direção da energia
vital, ou seja, não se pretende suprimir os sintomas. A primeira
constatação de que a escolha do medicamento foi bem-sucedida é o
aumento transitório dos sintomas, que na sequência desaparecem
graças à cura do paciente.
Ao longo dos anos, foi possível observar tendências dominantes no
processo de cura das doenças crônicas, estas foram sistematizadas por
Constantin Hering (1800-1880), um discípulo de Hahnemann. Esse
processo é conhecido como “leis de cura” ou “leis de cura de Hering”.
Confira a seguir:
Aliviam-se primeiro os órgãos mais nobres, logo, a pele e mucosa
(menos nobres) serão curadas ao final;
O corpo exterioriza os sintomas, a melhoria ocorre de dentro para
fora (do mental para o físico);
A melhoria dos sintomas ocorre de cima para baixo;
Antigos sintomas tendem a reaparecer;
Os sintomas desaparecem na ordem inversa de seu aparecimento.
Confira a seguir o processo das leis de cura.
Leis de cura de Hering.
A constatação de quaisquer dessas eventualidades ajuda na condução
do tratamento homeopático. O profissional homeopata poderá
suspender ou substituir conforme evolução do quadro clínico.
Classi�cação das doenças
Qual a diferença (na visão homeopata) entre as
doenças?
A homeopatia também classifica as doenças como agudas ou crônicas,
porém, na alopatia esses termos estão vinculados ao tempo e à
duração, enquanto na homeopatia é um pouco diferente.
Para a homeopatia, alguns casos agudos são decorrência de estados
crônicos ocultos. Reincidência de episódios agudos demonstra a
existência de uma predisposição do indivíduo àquela doença. Portanto,
para que o indivíduo recupere a saúde, é necessário o conhecimento,
não apenas do quadro agudo momentâneo, mas suas características de
base (de terreno) ou suas predisposições mórbidas.
Para o tratamento de doenças agudasestuda-se todo o indivíduo,
inclusive as questões mentais e emocionais, pois, para a homeopatia, o
surgimento de quadros agudos advém de estresses físicos ou
psicomentais preexistentes. Exemplo bastante corriqueiro são as crises
de herpes que se instalam normalmente em períodos de estresse, como
véspera de provas, junto ao período menstrual ou após uma ida à praia
com exposição excessiva ao sol.
A Homeopatia também distingue, dentro da classificação de doenças
agudas, as doenças epidêmicas e infecções específicas. Como o caso
de sarampo, febre amarela etc., que não dependem de estados
miasmáticos para virem à tona, mas sim da suscetibilidade individual,
ou seja, da condição da força vital.
Nas doenças crônicas, a enfermidade é contínua ou intermitente, como
no caso de doenças degenerativas (por exemplo, na artrite). Embora
haja uma batalha entre doença e energia vital, com vitórias e derrotas do
nosso organismo, a tendência geral da saúde é a descendente.
Os medicamentos homeopáticos auxiliam a recuperação por meio do
estímulo da energia vital, que afetada é incapaz de se restabelecer
sozinha. Os medicamentos aprovisionam a força vital, para que ela livre
o corpo da enfermidade e recupere o seu estado saudável. Para que
ocorra essa alavanca na energia vital de forma eficiente, é necessária a
coleta de informações do quadro de sintomas para que assim seja feita
a escolha do medicamento homeopático mais exato possível, o
simillimum.
A teoria dos miasmas foi postulada por Hahnemann para explicar as
doenças crônicas, visto que, muitas vezes, mesmo com a administração
do simillimum, o organismo não responde de maneira satisfatória,
apresentando recaídas. Observou-se que o quadro de sintomas era
parcial e esporádico da verdadeira enfermidade que permanecia oculta.
Miasmas
Miasmas, ou diáteses crônicas, não são propriamente doenças, mas
estados diatésicos que condicionam o organismo a apresentar certas
enfermidades. Um indivíduo poderá ter um ou mais miasmas.
A diátese crônica representa uma predisposição (adquirida ou genética)
que os tecidos têm de reagir especificamente a determinado estímulo.
Miasma nada mais é que um estado patológico crônico que evolui
dentro de certos padrões, conforme a predisposição individual e a
doença.
Hahnemann postulou a existência de três dessas entidades
miasmáticas:
Psórica
Sicótica
Sifilíticos
Nebel e Vannier acrescentaram o Tuberculinismo, um quarto miasma.
O miasma mais importante de longe é a psora, pois segundo
Hahnemann, ela foi responsável por 87% de todas as doenças humanas,
enquanto os miasmas Sífilis e Sicose são a causa de todas as demais.
Para Hahnemann a Psora é a única causa verdadeira e fundamental que
produz todas as outras formas de doença, que, sob os nomes de
debilidade nervosa, histeria, hipocondria, insanidade, melancolia,
loucura, epilepsia e espasmos de todos os tipos, amolecimento dos
ossos, ou raquitismo, escoliose e cifose, cárie, câncer, icterícia amarela
e cianose, asma e supuração dos pulmões, surdez, catarata e amaurose,
perda de sentido, dores de todo tipo etc., aparecem em nossa patologia
como muitas doenças peculiares, distintas e independentes. Veja no
quadro a seguir as características dos três principais miasmas.
Psora
Sequência mental: Alterações primárias do ego (ansiedade,
medo, angústia). Afeta a emotividade.
Tendências fisiopatológicas: Hiperfunção, transtornos
reversíveis, hipersensibilidade (espirro, coriza).
Melhoria miasmática: Eliminações fisiológicas de um modo
geral.
Agravação miasmática: Ao meio-dia antes da menstruação.
Características cutâneas: Erupção vesiculosa pruriginosa.
Medicamentos com patogenesias com semelhança
miasmática: Sulphur.
Nosódios miasmáticos: Psoribum.
Sicose
Sequência mental: Perversão afetiva (paradoxais),
depressão com melancolia (afeta a memória, perverte os
sentimentos e alimenta ideias fixas).
Tendências fisiopatológicas: Perversão dos tecidos
(tentativa de defesa do organismo –inflamação das
mucosas), hiperplasias (tumores benignos).
Melhoria miasmática: Excreções patológicas, formação
verrucosa.
Agravação miasmática: Da meia-noite ao amanhecer,
supressão das verrugas.
Características cutâneas: Condiloma, verrugas.
Medicamentos com patogenesias com semelhança
miasmática: Thuya occidentalis.
Nosódios miasmáticos: Medorrihinum.
Sí�lis
Sequência mental: Abrange vários distúrbios intelectuais –
afeta a inteligência. Reações agressivas-destrutivas.
Tendências fisiopatológicas: Hipofunção,
hipossensibilidade, transtornos irreversíveis (úlcera).
Melhoria miasmática: Excreções patológicas, ulcerações
cutâneas e mucosas.
Agravação miasmática: Do ocaso até a meia-noite,
transpiração normal, úlceras suprimidas.
Características cutâneas: Cancro duro e úlceras.
Medicamentos com patogenesias com semelhança
miasmática: Mercurius solubilis.
Nosódios miasmáticos: Luesinum.
Afinal, miasmas constituem progressões (se mantidos os estresses
interno e externo) fisiológicas do mesmo problema inicial. Veja a seguir
as reações para o quadro de cada miasma.
Quando esgotadas as tentativas de o organismo reequilibrar-se e
eliminar as toxinas. As reações do quadro de Psora são: alergias
e manifestações cutâneas, serosas e mucosas.
O organismo altera a quantidade ou, ainda, bloqueia a eliminação
de toxinas, originando novas formações. As reações do quadro
de Sicose são: excrescências verrucosas (verrugas, condilomas
etc.).
Importante não confundir com a doença de mesmo nome. Trata-
se de uma tentativa do organismo de adaptar-se ao estresse
constante, sacrificando-se. A reação do quadro de Sífilis
relaciona-se com destruição dos tecidos (úlceras, fístulas,
furúnculos etc.).
Atividade simultânea da Psora (exaltação das funções psíquicas
e orgânicas) e da Sífilis (tendências destrutivas).
As doenças crônicas são, segundo Hahnemann, resultado da invasão do
corpo por miasmas através da pele. Se não fossem tratados ou – muito
Psora 
Sicose 
Sífilis 
Tuberculinismo 
pior na visão de Hahnemann – suprimidos por tratamentos alopáticos,
os miasmas se espalhariam por todo o corpo e causariam doenças
crônicas. Essas condições geralmente ocorreriam apenas anos depois.
Para evitar esse curso de eventos, muitos homeopatas empregam
remédios antipsóricos, dos quais o mais importante é o enxofre.
Hahnemann interpretou o miasma como uma infecção ou uma nuvem
cheia de elementos causadores de doenças. Dessa forma, Hahnemann
pode até ter antecipado a teoria dos germes das doenças, bem como
princípios importantes de imunidade e prevenção de doenças, todos
bem elucidados depois de sua morte. Isso parece particularmente claro
nos seus comentários (1896, p. 851) sobre a cólera:
A bordo dos navios [...] o miasma da
cólera encontra um elemento
favorável para sua multiplicação, e
cresce em uma prole enormemente
aumentada daquelas criaturas vivas
excessivamente diminutas,
invisíveis [...] a matéria contagiosa
da cólera consiste muito
provavelmente [...] este miasma
agravado concentrado mata vários
tripulantes; os outros, no entanto,
estando frequentemente expostos
ao perigo de infecção […] tornam-se
fortalecidos contra ele e não mais
suscetíveis de serem infectados.
(HAHNEMANN, 1896, p. 851)
Entidades miasmáticas:
características e como identi�cá-las
Veja as características dos miasmas e casos clínicos para demonstrar
como esses estados podem ser identificados.

Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Sabemos que a força vital atua e equilibra os níveis dinâmicos do
indivíduo. O desequilíbrio desses níveis é o grande causador das
enfermidades. Considerando os níveis dinâmicos identificáveis, o
nível de maior importância e o de menor importância são,
respectivamente
Parabéns! A alternativa B está correta.
O nível mental é o mais importante, e o físico, o menos importante,
logo, uma doença de pele ao ser suprimida poderá surgir em um
local mais nobre,como o sistema respiratório.
Questão 2
As diáteses crônicas, ou miasmas, são estados que condicionam o
organismo a apresentar certas enfermidades. Estes poderão existir
A físico e mental.
B mental e físico.
C físico e emocional.
D emocional e físico.
E mental e emocional.
sozinhos ou correlacionados. Hahnemann sugeriu que haveria três
desses estados diatésicos. Considerando os três miasmas,
assinale a sentença que está correta.
Parabéns! A alternativa D está correta.
Perversão afetiva (paradoxais) e depressão com melancolia
(perverte os sentimentos e alimenta ideias fixas) são
características da Sicose. A Sífilis refere-se a estados de
hipofunção e distúrbios de cunho intelectual, como o caso de
ulcerações. Um exemplo do estado miasmático de Sicose é a
verruga, sendo usualmente tratada com Thuya occidentalis.
A
A Psora refere-se a estados de hipofunção e
distúrbios de cunho intelectual.
B
Um exemplo do estado miasmático de Sicótico é a
erupção pruriginosa.
C
Ulcerações são fruto de transtornos de hiperfunção,
característicos da Psora.
D
Perversão afetiva, depressão melancólica com
perda da memória são características da Sicose.
E
Thuya occidentalis é um medicamento indicado para
casos de Sífilis.
3 - Farmacologia homeopática
Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer a farmacologia dos medicamentos
homeopáticos e os princípios da Lei de Arndt-Schultz.
Ações primárias e secundárias em
homeopatia
A partir de experimentos científicos, Hahnemann verificou que o uso de
determinadas substâncias (drogas em homeopatia) em indivíduos
sadios resultava em duas fases distintas e sequenciais de sintomas. Ele
nomeou esses efeitos da seguinte forma:
Efeito primário
É caracterizado quando o agente atua sobre a vitalidade, afetando a
força vital e consequentemente alterando a saúde (desequilíbrio da
energia vital). Ou seja, é o efeito causado por uma substância que
modifica, por determinado tempo (maior ou menor), a saúde do
indivíduo. A patogenesia é proveniente da ação primária da droga
ingerida.
Efeito secundário
É observado quando a força vital se opõe à ação primária sofrida. Trata-
se de uma ação automática inerente ao poder de preservação da vida, e
tem a intenção de restabelecer o estado normal do organismo. É a
reação do próprio organismo ao estímulo que lhe é incômodo. Essa
ação será de igual tamanho à força energética do medicamento
homeopático ingerido.
Patogenesia
É o conjunto de sintomas físicos, emocionais e mentais apresentado pelo
uso de determinada droga em indivíduos sadios.
Droga
Qualquer substância apropriada a promover alterações, somáticas e
funcionais, em organismos vivos.
Confira a seguir uma imagem dos efeitos:
Ilustração do efeito primário e secundário no organismo.
A partir do contato com o agente que causa desordem (droga – nas
experimentações em indivíduo saudável), o efeito primário é observado,
ou seja, os efeitos patogenéticos. Então, o organismo tende a se
reequilibrar. Essa tentativa nada mais é do que o efeito secundário
(reacionais). Esse efeito é a decorrência da reação homeostática do
organismo, oposto aos sintomas primários, com a intenção de paralisá-
los.
Hipócrates (sec. V a.C.) já dizia: “A droga não faz a mesma coisa, neste
instante e no instante seguinte, agindo de maneira contrária a ela
mesma, no mesmo indivíduo, sendo essas ações opostas uma à outra.”
Veja como esses efeitos podem ser caracterizados na farmacologia
homeopática.
Na farmacologia alopática, a partir do estudo da farmacodinâmica,
estuda-se o efeito das substâncias no organismo e seus mecanismos
de ação, interações, a sequência de eventos, o local de ação e os efeitos
gerais. Logo, o efeito primário é resultado das interações fármaco-
receptor-células alvo e as alterações orgânicas subsequentes, estes que
podem ser agonistas (estimulante) ou antagonistas (inibitório), ou seja,
as substâncias podem despertar ou modificar as funções do organismo,
porém essas substâncias não têm a capacidade de criá-las.
O efeito secundário, na farmacologia alopática, é denominado de efeito
rebote ou paradoxal do organismo, representado por ações de
hiperatividade ou supersensibilizações às substâncias administradas ao
organismo, após diminuição do nível crônico ou sua metabolização
completa (meia-vida). O efeito secundário é encarregado pela
dessensibilização dos receptores, levando a tolerância do organismo à
substância em uso, assim o efeito pelo uso contínuo fica reduzido,
parcial ou totalmente.
Como pode ser observado, as substâncias podem ser usadas
terapeuticamente por meio da lei dos contrários e/ou por meio da lei
dos semelhantes. Na primeira, o terapeuta deseja o efeito da sustância
terapêutica, já no segundo o efeito desejado é do organismo.
Observe a seguir um exemplo dos efeitos primários e secundários com
o uso de adrenalina subcutânea:
Efeito primário
Efeito da adrenalina
exógena no organismo:
Vasoconstrição
Aumento da
pressão
sanguínea
Aumento dos
batimentos
cardíacos
Efeito secundário
O organismo produz
acetilcolina
(Mecanismo
homeostático
endógeno).
Vasodilatação
Diminuição da
pressão
sanguínea
Diminuição dos
batimentos
cardíacos
A ação primária é observada com doses elevadas;
quando a concentração sanguínea diminui, a reação
secundária é notada. Normalmente, a ação secundária
é maior e de sentido oposto ao da ação primária.
Para drogas de meia-vida curta e de ação imediata, uso constante torna-
se evidente e o efeito rebote acontece rapidamente após a suspensão
do uso. Já drogas de meia-vida longa, com excreção lenta, terão o efeito
rebote demorado após a cessação do uso.
Farmacologia dos opostos e dos
semelhantes
Como funciona a farmacologia dos opostos

(contrários)?
Hipócrates assumiu duas linhas de tratamento: a lei dos contrários e a
lei dos semelhantes. Hahnemann fez referência a quatro formas
diferentes de tratamento. Confira a seguir:
Saiba mais
 Alopática
Do grego, allo = diferente e pathos = sofrimento, o
medicamento dessa terapêutica tende a
desenvolver no indivíduo sadio sintomas diferentes
dos apresentados pela doença a ser curada. Por
exemplo: uso de antibióticos ou antiparasitário.
 Enantiopática
Do grego, enantios = contrário, oposto e pathos =
sofrimento; o medicamento produz no indivíduo
sadio efeitos contrários (antipáticos) aos
apresentados pelo doente. Por exemplo: uso de
antitérmicos ou antiácidos.
 Homeopática
Do grego, homonios = semelhante e pathos =
sofrimento; o medicamento produz no indivíduo
sadio sintomas semelhantes aos apresentados
pelo doente. Por exemplo: uso de digitalina (para
cardiopatias) e ergotina (para metrorragias).
 Isopática
Do grego, isos = mesmo e pathos = sofrimento; o
tratamento se dá pelo uso do mesmo princípio
infeccioso que produziu a doença. Por exemplo:
uso de vacinas ou dessensibilizantes.
Erroneamente, chama-se a medicina convencional de alopatia e a
classifica como a lei dos contrários.
No tratamento pela lei dos contrários, um paciente com bradicardia,
indisposição, fadiga e sonolência utilizará uma substância com efeito
primário estimulante, o que neutralizará seus sintomas. Enquanto o
paciente estiver sob efeito do produto estimulante, ele estará “curado”,
mas o organismo buscará a homeostase, reagirá contra essa substância
(efeito secundário), logo, o paciente voltará a sentir-se como
inicialmente, ou pior (com sintomas mais fortes).
Para evitar o efeito rebote, faz-se uso periódico do medicamento
estimulante. Nesse modo de tratamento, não se levou em conta o fator
inicial, por exemplo, uma depressão, que o levou aos sintomas de
bradicardia, indisposição, fadiga e sonolência. Ou seja, não foi
observado o motivo real, o uso do estimulante exigirá continuidade e, ao
interromper seu uso, os sintomas se agravarão em função do efeito
rebote. Isso leva ao uso crônico e à dependência. No final, além da
depressão, terá agregado um problema extra: a dependência química.Hahnemann combateu o método terapêutico dos contrários
(enantiopático), pois entende que ele prejudica os enfermos. Nos livros
de Farmacologia, encontram-se outros exemplos típicos de
intensificação dos sintomas da doença pela descontinuação ou retirada
abrupta do medicamento.
Tratamento pela lei dos contrários, efeito primário, secundário.
Como funciona a farmacologia dos
semelhantes?
Para Hahnemann, o verdadeiro método de cura baseia-se no uso da lei
dos semelhantes, que utiliza uma substância que provoca, no indivíduo
sadio, sintomas semelhantes aos que se deseja curar no doente, para
que o organismo, por meio da reação secundária, reaja contra a doença
artificialmente provocada pela substância e, assim, o organismo se
reequilibra.
Utilizando o mesmo exemplo de antes, um paciente com bradicardia,
indisposição, fadiga e sonolência utilizará uma substância com efeito
primário depressor, o que estimulará o seu organismo a reagir contra
esses sintomas. Enquanto o paciente estiver sob efeito do produto
depressor, ele se sentirá pior, pela soma da doença e da substância
ingerida. No entanto, o organismo buscará a homeostase, reagirá contra
essa depressão, logo, o paciente voltará a estar estimulado (efeito
secundário).
Quando a substância depressora for eliminada e/ou parar de ser
administrada, o paciente se sentirá melhor, pois foi o organismo que
produziu os efeitos estimulantes.
Tratamento pela lei dos semelhantes, efeito primário, secundário.
Medicamentos dinamizados e Lei de
Arndt-Schultz
Sucussão e diluição de substâncias
Inicialmente, Hahnemann não diluía e não potencializava as substâncias
que administrava em seus pacientes, assim, o uso de drogas em altas
concentrações levava ao agravo dos sintomas iniciais.
Para minimizar esses efeitos, a homeopatia utiliza medicamentos
diluídos e potencializados (sucussionados), ou seja, medicamentos
dinamizados. Desse modo, os sintomas primários são raramente
percebidos, exceto em pacientes muito suscetíveis. O medicamento
dinamizado é o “empurrão” necessário para despertar a energia vital e
movimentá-la no sentido da cura.
A diluição das drogas de substâncias homeopáticas segue a 100-n
(escala centesimal (CH) – criada por Hahnemann), sendo “n” o número
de dinamizações (diluição + sucussão).
A escala centesimal apresenta uma diluição maior que o número de
Avogadro (6,02 x 1023), ou seja, os medicamentos homeopáticos
facilmente ultrapassam esse número, e a partir da 12 CH, não há mais
moléculas da droga original. No entanto, há “algo” que faz com que o
organismo reaja à administração de potenciais diluições superiores a
100-12. Esse “algo” é a energia potencializada pelas sucussões
(agitações) que transfere as informações medicamentosas para a
solução.
Uma das grandes problemáticas enfrentadas pela homeopatia são
justamente as doses ínfimas ou até mesmo a ausência de moléculas da
droga original, visto que os efeitos farmacológicos aumentam com o
aumento da concentração dos fármacos. Contudo, o uso de substância
em doses mínimas potencializadas (dinamizadas) leva a uma ação
farmacológica contrária, ou seja, a ação secundária.
Lei de Arndt-Schultz
A Lei de Arndt-Schultz foi descoberta na década de 1880 pelo Dr. H.R.
Arndt e pelo prof. H. Schultz, da Universidade de Greifswald, Alemanha.
Ela retrata o fenômeno de que baixas concentrações de algumas drogas
podem estimular sistemas biológicos, enquanto altas concentrações os
inibem. Esse fenômeno foi observado em leveduras. Mais recentemente,
o fenômeno ficou conhecido na farmacologia como hormese ou, ainda,
como Lei Biológica Fundamental, que se resume em:
Pequenas excitações provocam e despertam a energia vital;
Excitações medianas aumentam a energia vital;
Excitações fortes anulam, em parte, a energia vital;
Excitações extremas anulam por completo (matam) a energia vital.
Os homeopatas afirmam que a Lei de Arndt-Schultz explica o mesmo
princípio da homeopatia: um remédio homeopático causa um sintoma
em alta concentração que, em baixa concentração, supostamente cura.
No entanto, a Lei de Arndt-Schultz não é suficientemente capaz de
explicar o mecanismo dos medicamentos ultradiluídos, pois, para a sua
aplicabilidade, é necessária a presença, mesmo que pequena
(molecular), da substância.
Vias de administração, eliminação e
posologia
Como administrar os medicamentos
homeopáticos?
Os medicamentos homeopáticos podem ser administrados pela
epiderme, vias aéreas superiores e inferiores e pelas mucosas. No
entanto, pela facilidade, a forma mais utilizada é a via oral. Nesse caso,
é contraindicado que o medicamento seja engolido, mas sim deixado na
boca para que se dissolva e seja absorvido pela mucosa bucal. A
absorção por essa via é segura e rápida e a ação medicamentosa
radiada para todo o organismo.
A quantidade de substância presente na forma farmacêutica não
influenciará, pois o que define a atividade farmacológica é a energia
medicamentosa, que fará o organismo reagir, de acordo com a potência
recebida.
Desse modo, os medicamentos homeopáticos não se acumulam no
organismo, logo, não sofrem eliminação ou efeito de primeira
passagem. Todavia, poderão provocar ou acelerar a eliminação de
toxinas pela pele (suor ou aparecimento de feridas diversas, diarreias,
entre outros). Essas condições de eliminação não significam a
eliminação completa. A cessação da administração do medicamento
interromperá essa reação de eliminação. É importante destacar que o
grau dessa reação é dependente da sensibilidade do organismo e do
grau de dinamização do medicamento.
Na medicina homeopática, a ação do medicamento não está
relacionada à ponderabilidade da concentração, mas sim à capacidade
de promover o estímulo da reação do organismo (reação secundária), a
qual varia em cada indivíduo conforme o simillimum selecionado.
A escolha da potência é determinada pela experiência clínica, pois não
há uma padronização internacional sobre o desígnio da potência.
Confira a seguir o que é necessário para um tratamento homeopático
assertivo:
1. Escolha do simillimum que abranja a totalidade dos sintomas do
paciente com o quadro patogenético da droga;
2. Escolha da potência;
3. Escolha da frequência da administração e da dose (dose única ou
várias doses, várias vezes ao dia/semana), sua escolha será
dependente do paciente (vitalidade, idade, sexo), doença e
medicamento.
O acompanhamento clínico é imprescindível para ajustar, se necessário,
a dinamização mais indicada para cada paciente.
Potência dos medicamentos homeopáticos.
Farmacologia alopática x
farmacologia homeopática
Veja estudos de casos que demonstram as etapas da anamnese e como
é feito o diagnóstico homeopático.

Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Hahnemann postulou a existência de dois tipos de ações, uma
causada pelo meio externo e a outra pelo organismo, as quais
denominamos ação primária e secundária, respectivamente.
Marque a alternativa correta em relação a esses tipos de ação.
Parabéns! A alternativa A está correta.
O efeito primário é caracterizado pela atuação sobre a vitalidade e
afeta a força vital. Já o efeito secundário é visto quando a força
vital se opõe à ação primária sofrida. A patogenesia é um exemplo
clássico de ação primária, pois a droga ingerida gera uma ação que
afeta o equilíbrio da energia vital do indivíduo, sendo essa ação
primária o foco da farmacologia alopática. Ao administrar
adrenalina em um organismo, ele produzirá acetilcolina para
neutralizar os efeitos da droga administrada. A esse efeito
A
As drogas causam no organismo diferentes efeitos
em diferentes momentos, sendo uns opostos aos
outros.
B
A patogenesia é um exemplo clássico de ação
secundária.
C
O efeito causado por uma droga ingerida que afeta o
seu equilíbrio é chamado de ação secundária.
D
A farmacologia alopática estuda fundamentalmente
o efeito secundário.
E
Ao administrar adrenalina emum organismo, ele
produzirá acetilcolina para neutralizar os efeitos da
droga administrada, a esse efeito chamamos de
ação primária.
chamamos de ação secundária, pois é um efeito natural do
organismo.
Questão 2
Em 1988, Arndt e Schultz , em seus experimentos com leveduras,
perceberam que baixas concentrações de determinadas
substâncias estimulavam suas leveduras, enquanto altas
concentrações as inibem. Muitos homeopatas fazem uso dessa
premissa para explicar o uso de drogas ultradiluídas. Marque a
alternativa correta sobre essa relação.
Parabéns! A alternativa B está correta.
A homeopatia utiliza medicamentos diluídos e sucussionados, ou
seja, medicamentos dinamizados. A diluição das drogas
homeopáticas tem a função de diminuir os agravos, a
potencialização da energia vital se dá pela sucussão. Desde a
diluição de 100-12, que é equivalente a 12 CH, não há mais
moléculas da droga original, no entanto, muito se utiliza potências
superiores a essas. A Lei de Arndt-Schultz diz que: “Para toda
substância, pequenas doses estimulam, doses moderadas inibem e
superdosagens matam”.
A
A diluição das drogas homeopáticas tem a função
de potencializar a energia vital do medicamento e
diminuir os agravos.
B Dinamizar é o mesmo que sucussionar após diluir.
C
Desde a diluição de 10-12 não há mais moléculas da
droga original.
D
Não se utiliza potências superiores a 12 CH, pois a
partir dessa dinamização, não há mais moléculas da
droga utilizada.
E
A Lei de Arndt-Schultz diz que: “Para toda
substância, superdosagens estimulam, doses
moderadas inibem e pequenas doses matam”.
Considerações �nais
Como vimos, o modo de ver o sujeito, enfermo ou não, é bem peculiar na
terapêutica homeopática. O indivíduo é compreendido como um todo.
Seu histórico, seus sentimentos, seus medos, fraquezas, gostos e
desejos são considerados na hora da anamnese homeopática. A doença
é tida apenas como um mero detalhe, pois entende-se que há um fator
externo que está causando uma desordem no paciente, que por algum
motivo a energia vital não está sendo capaz de vencer e voltar ao
equilíbrio.
Para promover a cura, o profissional homeopata utiliza drogas que
apresentaram, em pessoas saudáveis, os mesmos sintomas que os da
doença que lhes acomete (efeito primário). O uso dessas substâncias
estimulará o organismo a reagir contra os sintomas da sua doença
(efeito secundário). Outro ponto muito importante que foi visto é que as
doenças podem apresentar-se em regiões menos nobres, como a pele,
mas ser reflexo de desordens em níveis emocionais ou até mesmo
mentais, e a supressão desses sintomas externos poderá levar à
agravação em órgãos mais importantes ou até mesmo uma
cronificação do estado doentio.
Muito se tenta explicar o modo como a homeopatia funciona, no
entanto, nenhuma teoria por si só é capaz de elucidar os fenômenos
curativos dessa terapêutica milenar. Fato é, que mesmo não havendo
mais moléculas da droga ponto de partida para a produção de altas
dinamizações homeopáticas, os efeitos são percebidos clinicamente.
Além disso, quanto mais diluído e sucussionado, mais o medicamento
estará potencializado e terá seus efeitos sentidos em níveis superiores
(mental).
Podcast
Para encerrar, ouça os principais conceitos sobre semiologia e
farmacologia homeopática, de modo que se possa compreender e fixar
os tópicos abordados.
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Pesquise o artigo Homeopatia: uma abordagem do sujeito no processo
de adoecimento, no portal Scielo, e aprofunde o seu conhecimento
nessa terapêutica milenar e tão fascinante.
Referências
BRASIL. Constituição Federal. Artigos 196 a 200. Brasília, DF, 1988.
BRASIL. Farmacopeia Homeopática Brasileira. 3. ed. Brasília, DF: Anvisa,
2011.
FONTES, O. L. Farmácia homeopática: teoria e prática. 3. ed. Barueri-SP:
Manole, 2009. cap. 2 e 3, p. 23-58.
HAHNEMANN, S. The Chronic Diseases. Their Specific Nature and
Homoeopathic Treatment. Philadelphia: Boericke & Tafel, 1896.
NICOLETTI , C. Homeopatia na prática. Belo Horizonte, 2021.
OWEN, D. Principles and practice of homeopathy: the therapeutic and
healing process. Churchill Livingstone: Elsevier, 2007.
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