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Avaliação de Clones de Mandioca

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11ª Jornada Científica – Embrapa Mandioca e Fruticultura | 2017 
Avaliação e seleção de clones de mandioca para mesa 
 
Maria Luiza Miranda dos Santos¹; Vanderlei da Silva Santos2; Fabiana Fumi Cerqueira Sasaki2; Cinara 
Fernanda Garcia Morales3; Juraci Souza Sampaio Filho4 
 
1Estudante de Agronomia da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, luiza_pssantos@hotmail.com; 
2Pesquisador da Embrapa Mandioca e Fruticultura, vanderlei.silva-santos@embrapa.br, fabiana.sasaki@embrapa.br 
3Analista da Embrapa Mandioca e Fruticultura, cinara.morales@embrapa.br 
4Estudante de Mestrado da UFRB, juracyjunio-@hotmail.com 
 
A demanda por mandioca de mesa tem aumentado, o que requer da pesquisa a busca por clones com 
características agronômicas e de qualidade pós-colheita superiores. Com esse objetivo, 12 clones de 
mandioca de mesa (BRS Dourada, BRS Gema de Ovo, BRS Aipim Brasil, BRS Jari, BRS 399, Saracura, 
Eucalipto, Manteiga, 2003 14-11, 2004 28-28 e as testemunhas Aipim Periquito e Prato Cheio) foram 
avaliados aos 10 e 12 meses após a colheita. O experimento foi instalado no ano agrícola 2015/2016, na 
área experimental da Casa Familiar Rural, no município de Presidente Tancredo Neves, Bahia, sob o 
delineamento de blocos casualizados e em esquema de parcelas subdivididas, sendo os clones as parcelas 
e épocas de colheita as subparcelas. Foram plantadas manivas de 20 cm em sulcos de 10 cm de 
profundidade. A aplicação de fertilizantes foi realizada de acordo com a análise do solo. A adubação 
fosfatada e potássica foi realizada no momento do plantio, aplicando-se 40 kg ha-1 de P2O5, sob a forma de 
superfosfato simples, e 40 kg ha-1 de K2O, tendo como fonte o cloreto de potássio. O nitrogênio foi aplicado 
aos 30 dias após o plantio, na dose de 30 kg ha-1 de N, sob a forma de sulfato de amônio. Os tratos 
culturais constaram de controle de formigas, com isca formicida, nos primeiros meses após o plantio, e duas 
capinas manuais, realizadas aos 35 e aos 80 dias após o plantio. Nas colheitas, realizadas aos 10 e 12 
meses, as raízes foram separadas em comerciais e não comerciais, e em seguida contadas e pesadas. Dez 
raízes comerciais foram retiradas para as avaliações do teor de amido e do tempo de cozimento. Para a 
medição do teor de matéria seca, pesou-se uma amostra de 5 kg (peso no ar; Par), a qual em seguida foi 
pesada na água (peso na água; Págua), com balança hidrostática. O teor de matéria seca foi estimado por 
meio da seguinte expressão: 142.-)águaP-ar/(ParP*158,3=(%)secamatériadeTeor Para obter o teor 
de amido, subtraiu-se a constante 4,65 do teor de matéria seca. Para a medição do tempo de cozimento, 10 
pedaços de 5 cm de comprimento, retirados da parte central de 10 raízes diferentes, foram colocados em 
1,5 litros de água fervente. O tempo de cozimento foi computado quando seis pedaços (50%+1) não 
ofereciam mais resistência à penetração de um garfo, tendo as raízes permanecidas na água por no 
máximo 30 minutos. Os dados foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo teste 
Scott-Knott, com o auxílio do programa SISVAR. Houve efeito altamente significativo (p<0,01) entre os 
clones para as características número de raízes comerciais (NRC), proporção do número de raízes 
comerciais em relação ao número total de raízes (NRC/NTR; %), produtividade de raízes comerciais (PRC; 
tha-1), teor de amido (AM; %) e tempo de cozimento (TC; minutos). Houve efeito significativo (p<0,05) entre 
as épocas de colheita para as características PRC e TC, e a interação Clones x Épocas foi significativa 
apenas quanto à característica NRC/NTR. Quanto ao NRC, os clones BRS 399, BRS Jari, Saracura e a 
testemunha Prato Cheio destacaram-se com valores de 3,4, 3,3, 3,7 e 3,8 raízes por planta, 
respectivamente. O clone Prato Cheio destacou-se quanto à NRC/NTR, com valores de 68,37% na primeira 
colheita e 64,96% na segunda. Essa alta proporção de raízes comerciais é importante, uma vez que no 
Nordeste do Brasil as raízes de mandioca ainda são comercializadas predominantemente in natura e, 
assim, o diâmetro, o comprimento e a aparência são importantes para a aceitação. Os valores de NRC/NTR 
dos demais clones variaram de 14,22% (BRS Gema de Ovo) a 51,62% (Aipim Periquito) na primeira 
colheita, e de 27,47% (2004 28-28) a 53,88% (Saracura) na segunda. O clone Prato Cheio também foi 
estatisticamente superior quanto à PRC (37,22 t ha-1) e ao TC (23 minutos). As médias de PRC dos demais 
clones variaram de 9,66 t ha-1 (2004 28-28) a 25,53 t ha-1 (Saracura), sendo o valor médio de 19,56 t ha-1. 
Por sua vez, a faixa de variação dos valores de TC foi de 24,67 (BRS Aipim Brasil) a 29,75 minutos (BRS 
399), sendo a média de 26,18 minutos. Quanto aos teores AM, formaram-se três grupos, sendo o de maior 
média (31,50%) formado pela BRS Gema de Ovo. A média de AM do Prato Cheio (29,80%) foi alocada ao 
grupo intermediário. Assim, conclui-se que, em razão de seu elevado desempenho em todas as 
características avaliadas, especialmente a produtividade de raízes comerciais e o tempo de cozimento, o 
clone Prato Cheio foi superior aos demais avaliados nesse trabalho. 
Significado e impacto do trabalho: A principal importância desse trabalho foi avaliar, em parceria com 
uma instituição de ensino cujos estudantes são filhos de agricultores, as principais cultivares de mandioca 
lançadas pela Mandioca e Fruticultura, visando maximizar a probabilidade de adoção. Embora os resultados 
não tenham revelado nenhum material superior ao clone Prato Cheio (testemunha) fortaleceu-se a parceria 
entre as instituições envolvidas, de modo que na safra 2017/18, serão avaliados 40 clones gerados e 
selecionados na Embrapa Mandioca e Fruticultura. 
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mailto:vanderlei.silva-santos@embrapa.br
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11ª Jornada Científica – Embrapa Mandioca e Fruticultura | 2017 
Características físicas e químicas de frutos de clones da laranja ‘Bahia’ 
 
Valter da Silva Rodrigues¹; Orlando Sampaio Passos²; Walter dos Santos Soares Filho²; Fabiana Fumi 
Cerqueira Sasaki2 
 
1Estudante de Agronomia da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, valter_.silva@hotmail.com; 
2Pesquisador da Embrapa Mandioca e Fruticultura, orlando.passos@embrapa.br, walter.soares@embrapa.br, 
fabiana.sasaki@embrapa.br. 
 
A laranja ‘Bahia’ é a variedade de mesa mais difundida no mundo, depois da laranja ‘Valência’. Originada no 
bairro do Cabula, em Salvador, no fim do século XVIII, pode ser considerada como responsável pelo 
desenvolvimento da citricultura nos cinco continentes, após ter sido introduzida na Califórnia (EUA). No 
Brasil foi a única variedade cultivada por muitas décadas até a mudança da destinação dos frutos para 
processamento de suco concentrado, quando a laranja ‘Pera’ passou a ser preferida por ser mais adequada 
ao processamento. Cada vez mais a população demanda por um estilo de vida mais saudável e com isso o 
mercado de frutas frescas voltou a ter a importância devida. A Embrapa Mandioca e Fruticultura possui um 
Banco Ativo de Germoplasma de Citros com aproximadamente 800 acessos, sendo 120 de laranja de 
umbigo (ou laranja ‘Bahia’), introduzidos e obtidos, sob a forma de clones nucelares, com grande 
variabildade genética a ser explorada, principalmente no que tange à qualidade de frutos e à precocidade 
de produção. O objetivo do presente trabalho foi proceder à caracterização física e química de frutos de 92 
clones de laranja ‘Bahia’ do Banco de Germoplasma de Citros da Embrapa Mandioca e Fruticultura. O 
experimento foi conduzido no Banco de Germosplasma de Citros (BAG citros) e no laboratório de Pós-
Colheita da Embrapa Mandioca e Fruticultura, localizados no município de Cruz das Almas-BA. O 
delineamento experimental foi o inteiramente ao acaso com três repetições compostas por cinco frutos por 
genótipo, para um total de 92 clones de laranja ‘Bahia’, enxertados sobre porta-enxerto citrandarin Indio. A 
colheita foi realizada no mês dejaneiro de 2017, sendo mensuradas as seguintes variáveis físicas: a) peso 
total (g), por meio de balança digital; b) comprimento e diâmetro externo, usando uma régua graduada em 
cm; c) coloração externa, por meio de uma escala de notas própria para laranja, que vai de 1 a 5, partindo 
da cor verde até a cor laranja intensa; d) espessura da casca, em mm, com auxílio de um paquímetro, e) 
rendimento de suco extraído (g); número de sementes, por contagem direta; e as análises químicas: acidez 
titulável (AT), sólidos solúveis (SS) e a relação (SS/AT). Os sólidos solúveis foram determinados com auxílio 
de refratômetro digital com correção automática de temperatura e os valores expressos em °Brix. A acidez 
titulável foi determinada por titulometria com hidróxido de sódio 0,1N e os valores foram expressos em % de 
ácido cítrico. Os resultados obtidos foram submetidos à análise de variância e as médias agrupadas pelo 
teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade. Embora de forma preliminar, observou-se que 57 clones da 
laranja ‘Bahia’ apresentaram um rendimento de suco entre 40,06 e 51,60% e relação SS/AT variando entre 
5,51 e 19,25. Clones que tiveram a relação SS/AT com valores entre 14,04 e 19,25 poderiam ser 
considerados de maturação precoce, os que obtiveram relação SS/AT entre 11,19 e 13,98 seriam de 
maturação meia estação, enquanto que os que apresentaram relação SS/AT entre 5,51 e 10,54 seria de 
maturação tardia. Visando a constatação dessas premissas esses estudos deverão ser repetidos nos 
próximos dois anos. 
 
 
Significado e impacto do trabalho: O mercado de frutas frescas voltou a ter importância devido a 
demanda da população por um estilo de vida mais saudável e esse estudo tenta resgatar a posição da 
laranja ‘Bahia’ para o consumo in natura. Os resultados indicam a existência de clones da laranja ‘Bahia’ 
precoce, meia estação e tardia no BAG-citros, o que permitirá uma exploração melhor no mercado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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	1_DV.pdf
	DV-A4-125_17_V01_RV1-Aprovado
	DV-C1-114_17_V02-Aprovado

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