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AULA 4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANÁLISE DE DEMONSTRATIVO 
FINANCEIRO E INDICADORES 
DE DESEMPENHO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Thiago Fernandes Antunes 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
Anteriormente determinamos os principais conceitos que abrangem os 
demonstrativos financeiros e sua relevância para os inúmeros players do 
mercado, além da importância para a própria empresa. Na sequência, abordamos 
indicadores de liquidez, estrutura de capital, rentabilidade e lucratividade. Por fim, 
compreendemos as técnicas de análise vertical e horizontal que podem ser 
aplicadas nos balanços patrimoniais e demonstrativos de resultado. 
Nesta aula, iniciaremos o conteúdo que tange uma análise mais dinâmica 
dos demonstrativos, ou seja, envolve prazos, tempo de determinados fatores da 
empresa. Para isso, apontaremos qual a importância e os objetivos de se calcular 
os índices de prazos médios e aprenderemos a definir, aplicar e interpretar os 
principais ciclos que envolvem as análises desses documentos. 
 
Crédito: Sakinakhanim/Shutterstock. 
Sendo assim, nesta aula reforçaremos essa base através da determinação 
dos principais índices de prazos médios utilizados frente aos demonstrativos 
financeiros, seus principais conceitos, e após isso, estabeleceremos os princípios 
do ciclo operacional e ciclo financeiro, calculando-os e interpretando-os, 
através dos pontos enumerados abaixo: 
I. CONSIDERAÇÕES QUANTO AOS INDICADORES DE ATIVIDADE 
II. ANÁLISE DE INDICADORES: ÍNDICES DE ATIVIDADE (OU PRAZOS MÉDIOS) 
II. A ABORDAGEM CICLO OPERACIONAL 
III. A ABORDAGEM DO CICLO FINANCEIRO 
IV. APLICAÇÃO DOS ÍNDICES DE ATIVIDADE E INTERPRETAÇÕES POR INTERMEDIO DOS 
CICLOS 
 
 
3 
Dessa forma, ao final desta aula você será capaz de: compreender os 
principais prazos médios utilizados numa análise de demonstrativos, os cuidados 
que devemos ter ao aplicar esses métodos, os principais conceitos que compõe 
essa abordagem, a definição de ciclo operacional e ciclo financeiro, e por fim, a 
aplicar de forma empírica essas técnicas de análise. 
TEMA 1 – CONSIDERAÇÕES QUANTO AOS INDICADORES DE ATIVIDADE 
Os indicadores de atividade, como o próprio nome sugere, nos remete a 
ideia de movimento, de deslocamento. Gitman (2004) determina que esses 
indicadores são responsáveis por mensurar a rapidez que diversas contas das 
empresas são convertidas em entradas ou saídas (em outras palavras, receitas 
ou custos/despesas). 
Já a determinação do índice de atividade, de acordo com Assaf (2012, p. 
182), nos remete a ideia de que “a empresa persegue sistematicamente a 
produção de bens ou serviços, e, consequentemente, vendas e recebimentos”. 
Visto isso, deduzimos que os indicadores de atividade nos subsidiaram com 
informações referentes aos prazos de produção, pagamento, recebimento, dentre 
outros que compõe alguns ciclos presentes na operação corporativa. 
1.1 Etapas operacionais das empresas 
Antes de aprofundarmos os índices propriamente ditos e as fórmulas que 
os constituem, é prudente entendermos as nuances que cada setor possui em 
suas operações. 
1.1.1 Setor de serviços 
O primeiro e menos complexo é o setor de serviços. 
Na prática 
Imaginemos um consultor financeiro. Seu core business 1 é auxiliar 
empresas a possuir uma gestão mais adequada ao se perfil, indicar melhores 
nichos de atuação, orientar quanto a uma gestão mais eficiente de seu capital. 
 
1 Significa a atividade principal de uma empresa. Por exemplo, o core business de um banco é captar e 
emprestar recursos. Por mais que atualmente os bancos múltiplos comercializem seguros, consórcio, 
 
 
4 
No entanto, esses serviços são oriundos do conhecimento, da habilidade 
da empresa ou da pessoa que os fornece. Em muitos casos, notamos uma 
pequena ou inexistente necessidade de matéria prima tangível para sua entrega. 
Sabendo disso, podemos abordar o ciclo do setor de serviços da seguinte forma: 
VENDA DO 
SERVIÇO 
 RECEBIMENTO 
DO SERVIÇO 
Ou seja, o consultor chega em uma empresa, oferece seus serviços o 
realizando e recebe por isso. Não observamos nesse caso um estoque de serviço, 
por exemplo. 
1.1.2 Setor de comércio 
O segundo é o setor de comércio que possui um fluxo um pouco mais 
elaborado. 
Na prática 
 Imaginemos uma rede de lojas que vende brinquedos. Seu core business é a 
comercialização desses produtos; bonecos, casa de bonecas, jogos de tabuleiro, 
triciclos, dentre outros compreendem esse conjunto ofertado. 
 
Sendo assim, as instituições que compõe esse setor passam pelo processo 
de fechamento da compra das mercadorias com seus fornecedores, seu 
recebimento, seu pagamento, observamos um prazo em que ela fica disponível 
na prateleira (estoque), sua venda e por fim, o recebimento do pagamento dessa 
venda, não necessariamente nessa sequência. À vista disso podemos sintetizar 
todo esse fluxo conforme o apresentado a seguir: 
AQUISIÇÃO DA 
MERCADORIA 
 VENDA DA 
MERCADORIA 
 RECEBIMENTO 
DA MERCADORIA 
1.1.3 Setor de indústria 
Por último o setor industrial possui o processo mais complexo dos três. 
 
soluções em fluxo de caixa, dentre outros, sua razão de ser está atrelada a comercialização simples e pura 
de dinheiro. 
 
 
5 
Na prática 
Fantasiemos uma indústria que tenha como seu core business a produção 
de grelhas para churrasco. Seu ciclo inicia na compra da matéria prima (no caso 
o aço para confecção do produto, madeira para o cabo, dentre outros), o 
recebimento desse material e seu pagamento. Observamos também nesse fluxo 
o processo de produção da grelha que posteriormente irá compor o estoque dessa 
companhia. Na sequência ela será vendida para finalmente a empresa receber 
seu pagamento. Tudo isso não ocorrerá necessariamente nessa ordem. 
 
 
Crédito: Lidiia/Shutterstock. 
Resumidamente, observamos no setor industrial um processo um pouco 
mais elaborado do que os anteriores, tendo o acréscimo da compra de matéria 
prima para a fabricação do produto, conforme podemos observar abaixo: 
AQUISIÇÃO DA 
MATÉRIA PRIMA 
 PRODUÇÃO DO 
BEM 
 
VENDA DO BEM 
 RECEBIMENTO 
DA VENDA 
1.2 Cuidados na abordagem dos indicadores de atividade 
Os indicadores de atividade abordam uma análise de extrema relevância 
para a sobrevivência das empresas. Isso acontece, pois as questões referentes a 
prazos para pagamento, recebimento e vendas é o que torna a operação da 
companhia viável ou não. Sabendo disso, algumas arestas precisam ser ajustadas 
para que de fato façamos um estudo adequado desses indicadores. 
 
 
6 
1.2.1 O debate acerca dos índices a serem utilizados 
Exposta as diferentes dinâmicas nos setores de serviços, comércio e 
indústria, nota-se que cada um deles possui um fluxo diferente. Em razão disso 
alguns autores, como por exemplo Assaf (2012) afirmam haver cinco índices de 
atividade, a saber: prazo médio de estocagem de matéria-prima (PME), prazo 
médio de fabricação (PMF), prazo médio de venda (PMV), prazo médio de 
cobrança (PMC) e o prazo médio de pagamento a fornecedores (PMPF). 
Outros como Matarazzo (2010), utilizam somente três; o prazo médio de 
renovação de estoques (PMRE), prazo médio de pagamento de compras (PMPC) 
e o prazo médio de recebimento de vendas (PMRV). 
Ambas as abordagens são passíveis de utilização, no entanto, ao 
confrontarmos esses modelos com as etapas operacionais das empresas 
notamos que um indicador de prazo médio de estocagem de matéria prima (PME) 
e prazo médio de fabricação (PMF) não se aplicam a uma empresa de comércio 
ou serviços, por exemplo. 
Retomemos o caso da loja de brinquedos. Essa companhia pode importar 
os brinquedos de outros países ou comprá-los de uma indústria nacional. Em 
ambos os cenários não se nota uma estocagem e/ou período de fabricação, pois 
o bem a ser comercializado já vem pronto, e passará apenas pelo prazo de 
estoque até sua venda. 
À vista disso, utilizaremos emnossa matéria a abordagem proposta por 
Matarazzo, tornando mais simples a compreensão analítica das informações que 
pretendemos levantar. 
1.2.2 Valores médios ou valor final do período; qual a melhor escolha? 
Outro ponto de debate que cerca o tema dos indicadores de atividade 
ocorre na apuração de dados para posterior aplicação em suas fórmulas. Para 
Matarazzo (2010) e Marion (2012) a utilização dos dados de um único período se 
faz mais correta na maioria das situações. 
Os autores complementam que a utilização de valores médios, ou seja, a 
soma da conta em questão (por exemplo, estoques) de n períodos divido por n 
pode ser mais eficiente em alguns casos, conforme abaixo: 
I) Quando não se almeja analisar a política de prazos adotados pela 
empresa (Matarazzo, 2010): 
 
 
7 
Fantasiemos que uma empresa do ramo de cosméticos tenha adotado nos 
últimos 10 anos um prazo médio de recebimento de vendas de 30 dias. Visando 
aumentar o volume comercializado, resolveu a partir desse período conceder um 
maior prazo de pagamento para seus clientes, o elevando para 120 dias. 
Sabendo disso, seria importante analisar da ótica de investimentos, 
vendas, financiamentos, dentre outros o efeito que essa mudança ocasionou nos 
resultados da companhia. Entretanto, caso utilizemos as médias de duplicatas a 
receber para cálculo do prazo de pagamento teremos resultados distorcidos do 
real, pois as médias influenciariam diretamente nossa conclusão, conforme a 
Tabela 1: 
PRAZO MÉDIO REAL DO ÚLTIMO PERÍODO: 120 dias 
PRAZO MÉDIO QUE A APLICAÇÃO DE MÉDIAS RESULTARIA: 
Tabela 1 – Conclusão 
(120 + 30) / 2 = 75 dias 
(120 + 30 + 30) / 3 = 60 dias 
(120 30 + 30 + 30) / 4 = 52,5 dias 
(121 +30 + 30 + 30 + 30) / 5 = 48 dias 
II) Aplicabilidade em empresas com vendas não uniformes: 
Imaginemos que uma farmácia sempre teve em seu portfólio de produtos 
máscaras descartáveis. Da ótica financeira ela possui um indicador de vendas na 
casa dos R$ 360.000,00 por período. Com o avanço da pandemia no ano 
passado, observou-se um montante de R$ 180.000,00 comercializados no mês 
de novembro e dezembro em razão da elevação de demanda ocasionada por esse 
surto. Além disso, a farmácia costuma conceder um prazo de pagamento para 
seus clientes de 90 dias. 
 
Crédito: Pasko Maksim/Shutterstock. 
 
 
8 
Sabendo que o fechamento do exercício ocorre em dezembro, esse 
elevado resultado de contas a receber (pois só se tornará caixa no exercício 
seguinte) somado ao fato da representatividade do volume de vendas nesses dois 
meses face ao faturamento anual da empresa, ocasionará um resultado de prazo 
médio de recebimento muito distante da realidade. 
Isso ocorrerá pois ao aplicarmos a fórmula do índice de rotação de vendas 
obteremos como resultado um valor de dias muito superior ao real, conforme 
apresentado a seguir: 
ÍNDICE DE ROTAÇÃO DE 
VENDAS = 
DUPLICATAS A RECEBER 
VENDAS 
Ou seja, o índice de vendas se dá pela divisão de R$ 180.000,00 por R$ 
360.000,00, resultando em 0,5. Ao multiplicarmos esse valor (o índice de rotação 
de vendas) pelo número de dias no ano comercial (360), chegamos a um prazo 
médio de rotação de vendas de 180 dias. 
Percebamos que o valor praticado pela empresa no parcelamento de seus 
clientes é de 90 dias, não de 180. Isso ocorreu em razão da grande quantidade 
vendida no final de ano em razão de uma elevada demanda sazonal. 
Esse incremento colossal de vendas nos últimos dois meses somado ao 
prazo concedido de pagamento faz com que a conta de duplicatas a receber do 
fechamento do período não represente a realidade da firma no decorrer do ano. 
Nesse caso, Marion (2012) defende que “é recomendável que se utilizem valores 
médios de Duplicatas a Receber, apenas se ... oscilações relevantes de vendas.” 
III) Em cenários em que haja inflação elevada: 
Concebamos uma empresa que comercializa batons. Em janeiro de 2020, 
ela vendia um batom pelo valor de R$ 10,00. Com o passar dos meses e a 
elevação de custo de matéria prima, transporte, impostos, dentre outros, o valor 
de comercialização do produto chegou a R$ 15,00 no final do período 
(consideraremos dezembro de 2020). 
Com isso, notamos uma elevação de 50% no preço. Esse incremento de 
valor é chamado de processo inflacionário. Resgatemos a fórmula do índice de 
rotação de vendas: 
ÍNDICE DE ROTAÇÃO DE 
VENDAS = 
DUPLICATAS A RECEBER 
VENDAS 
 
 
9 
Observemos que o numerador da fórmula (duplicatas a receber) será 
extraído do balanço patrimonial da empresa e será referente ao valor unitário de 
venda já inflacionado. Em outras palavras, se minha conta de duplicatas a receber 
for de R$ 1.500,00 temos uma quantidade de 100 batons (a valor presente) 
vendidos. No entanto, se esse valor estivesse relacionado a vendas de janeiro de 
2020, chagaríamos a conclusão de 150 batons vendidos. 
Analisemos agora o denominador da fórmula; a conta de vendas se refere 
a todo o montante vendido no decorrer desse período, ou seja, quando o batom 
era R$ 10,00, R$ 10,50, R$ 11,15 até o valor de R$ 15,00. Com isso, ao dividirmos 
as duplicatas a receber (vendas de R$ 15,00) pelo montante total de vendas 
(desde R$ 10,00 até R$ 15,00) estaremos comparando dados de forma 
equivocada. 
Sabendo disso, Marion (2010) sugere que ao utilizarmos valores médios de 
contas a receber (de dois períodos, por exemplo) em nosso cálculo de índice de 
rotação de vendas, mitigamos distorções em nosso resultado final pois reduzimos 
o efeito inflacionário em nosso processo de análise. 
TEMA 2 – ANÁLISE DE INDICADORES: ÍNDICES DE ATIVIDADE (OU PRAZOS 
MÉDIOS) 
Quando fazemos alusão a palavra atividade, as ideias de movimento e 
dinamismo vem a nossa cabeça. Sabendo disso, os índices de atividade são os 
responsáveis por nos fornecer informações referentes aos prazos adotados pelas 
empresas em sua operação. 
São eles o prazo de manutenção de seus estoques, prazo de pagamento 
de fornecedores e recebimento de seus clientes. Para facilitar vossa 
compreensão, inicialmente conceituaremos o indicador e o abordaremos 
enquanto índice, ou seja, a quantidade de vezes que determinado ciclo ocorre em 
um período. Na sequência, transformaremos esses resultados em dias, chegando 
efetivamente ao chamado prazo médio. 
Pretendendo elucidar as fórmulas e suas aplicações retomaremos nossa 
empresa cervejaria dos brothers S.A. como exemplo. 
 
 
 
 
10 
DRE CERVEJARIA DOS BROTHERS S/A 
Receita de Venda de Bens e/ou Serviços R$ 200.000,00 
Imposto sobre as vendas -R$ 20.000,00 
Receita Líquida R$ 180.000,00 
Custo dos Bens e/ou Serviços Vendidos -R$ 120.000,00 
Lucro Bruto R$ 60.000,00 
Despesas/Receitas Operacionais -R$ 20.000,00 
Lucro Antes dos Juros e IR (Lajir ou Ebit) R$ 40.000,00 
Despesas Financeiras -R$ 4.000,00 
Lucro Antes do IR (LAIR) R$ 36.000,00 
Imposto de Renda e Contribuição Social sobre o Lucro -R$ 6.000,00 
Lucro Líquido R$ 30.000,00 
 
BALANÇO PATRIMONIAL CERVEJARIA DOS BROTHERS S/A 
 Descrição 20x2 Descrição 20x2 
ATIVO TOTAL R$ 1.030.000,00 PASSIVO TOTAL R$ 500.000,00 
Ativo Circulante R$ 80.000,00 Passivo Circulante R$ 500.000,00 
Caixa e Equivalentes de 
Caixa R$ 40.000,00 
Empréstimos e 
Financiamentos R$ 480.000,00 
Contas a Receber R$ 30.000,00 Fornecedores R$ 20.000,00 
Estoques R$ 10.000,00 PATRIMÔNIO LÍQUIDO R$ 530.000,00 
Passivo Não Circulante R$ 950.000,00 Capital Social Realizado R$ 500.000,00 
Imobilizado R$ 950.000,00 Lucro/ Resultado R$ 30.000,00 
*Estoque do ano 20x1 = R$ 15.000,00. 
2.1 Índice de Renovação de Estoques (PMRE) 
Esse índice demonstra a quantidade de vezes que o estoque gira durante 
um período. 
Fórmula: 
ÍNDICE DE ROTAÇÃO 
DE ESTOQUES = 
CMV 
ESTOQUES 
Em que CMV = custo de bens ou serviços vendidos (DRE) e a conta 
estoques (presente noBP). 
Aplicação: 
ÍNDICE DE ROTAÇÃO DE 
ESTOQUES = R$ 120.000,00 = 12 R$ 10.000,00 
Esse resultado representa que o estoque da cervejaria dos brothers S.A. 
se renova 12 vezes no decorrer do período. 
 
 
11 
2.1.1 Prazo médio de renovação de estoque 
PMRE = 360 = 360 = 30 ÍNDICE DE ROTAÇÃO DE ESTOQUES 12 
O PMRE igual a 30 nos demonstra em dias “o tempo médio que o produto 
gasta desde sua elaboração até a venda, ou seja, o prazo que o produto acabado 
permanece em estoque à espera de ser vendido” (Assaf, 2012, p. 185). 
2.2 Índice de Recebimento das Vendas (PMRV) 
Esse índice demonstra a quantidade de vezes que o item de recebimento 
de vendas gira, roda ou se renova durante um período. 
Fórmula: 
ÍNDICE DE ROTAÇÃO 
DE VENDAS = 
VENDAS BRUTAS 
DUPLICATAS A RECEBER 
Em que: Vendas brutas = receita de vendas de bens e serviços (DRE) e 
duplicatas a receber (presente no BP). 
Aplicação: 
ÍNDICE DE ROTAÇÃO DE 
VENDAS = R$ 200.000,00 = 6,6 R$ 30.000,00 
Esse resultado representa que o de recebimento dos valores pela empresa, 
ou seja, o período entre o fechamento da venda e o recebimento, giro em torno 
de 6,6 vezes no decorrer de um período. 
2.3 Prazo médio de recebimento das vendas 
PMRV = 
360 
= 
360 
= 55 
ÍNDICE DE ROTAÇÃO DE VENDAS 6,6 
Em outras palavras, o valor encontrado de PMRV nos demonstra que em 
média, a cervejaria dos brothers S.A. tem um prazo de recebimentos de valores 
referentes as vendas realizadas na casa dos 55 dias. 
 
 
 
 
12 
2.4 Índice de Pagamento de Fornecedores (PMPC) 
Esse índice demostra o tempo médio que a empresa leva para a pagar suas 
compras a prazo de produtos e mercadorias. 
Fórmula: 
ÍNDICE DE ROTAÇÃO DE 
FORNECEDORES = 
COMPRAS 
FORNECEDORES 
Em que Compras = CMV + Estoque final – estoque inicial e duplicatas a 
receber está presente no balanço patrimonial. 
Aplicação: 
Primeiramente calculamos no numerados de compras, conforme abaixo: 
COMPRAS = CMV + ESTOQUE FINAL - ESTOQUE INICIAL 
 
Ou seja, 
COMPRAS = R$ 120.000,00 + R$ 10.000,00 - 
R$ 15.000,00 = R$ 115.000,00 
Logo: 
ÍNDICE DE ROTAÇÃO DE 
FORNECEDORES = R$ 115.000,00 = 5,75 R$ 20.000,00 
Esse resultado nos fornece a informação de que o pagamento de valores 
aos fornecedores ocorre 5,75 vezes no decorrer de um período. 
2.4.1 Prazo médio de pagamento de fornecedores 
PMPF = 360 = 360 = 63 ÍNDICE DE ROTAÇÃO DE FORNECEDORES 5,75 
Melhor dizendo, o prazo médio de pagamento aos fornecedores é de 63 
dias. Assaf (2012, p.185) define como sendo “o tempo médio que a empresa 
demora em pagar suas compras.” 
 
 
 
13 
2.5 Posicionamento de atividade 
O indicador de posicionamento de atividade confronta o prazo médio de 
renovação de estoque somado ao prazo médio de recebimento das vendas com 
o prazo médio de pagamento de fornecedores. 
Em outras palavras, o somatório do prazo em que o produto permanece no 
estoque da empresa, é vendido e depois a companhia recebe por isso dividido 
pelo prazo entre a chegada da mercadoria comprada (fornecedores) e o seu 
pagamento. 
Sendo assim, esse índice conforme estabelecido por Marion (2012, p.112), 
é determinado pela seguinte fórmula: 
POSICIONAMENTO DE ATIVIDADE 
(OU POSIÇÃO RELATIVA) = 
PMRE + PMRV 
PMPF 
Aplicação: 
POSICIONAMENTO DE ATIVIDADE 
(OU POSIÇÃO RELATIVA) = 
30 + 55 
= 1,35 
63 
Marion (2012, p.112) determina que “quanto maior for a velocidade de 
recebimento de vendas e de renovação de estoque, melhor. ” Ainda complementa 
que “por outro lado, quanto mais lento for o pagamento das compras, desde que 
não corresponda a atrasos, melhor. ” (Marion, 2012, p.112) 
Dessa forma, sendo interessante uma maior rapidez dos itens que compõe 
o numerador da fórmula do posicionamento de atividade dividida por um prazo 
que represente um pagamento mais lento no componente do denominador, 
chegamos à conclusão de que quanto menor for o resultado, melhor. 
Da ótica de análise de indicadores o ideal é que esse resultado seja pelo 
menos inferior a um. Esmiuçaremos a razão disso nos temas de número três e 
número quatro. 
TEMA 3 – A ABORDAGEM DO CICLO OPERACIONAL 
Calculados os prazos médios observados na dinâmica de uma instituição 
podemos agora determinar o seu ciclo operacional. 
Assaf (2012, p. 182) determina como ciclo operacional “as fases 
operacionais existentes no interior da empresa, que vão desde a aquisição de 
materiais para a produção até o recebimento das vendas efetuadas.” 
 
 
14 
Dessa forma podemos determinar tal conceito conforme abaixo: 
 
CICLO 
OPERACIONAL = 
PRAZO MÉDIO DE 
RENOVAÇÃO DE 
ESTOQUES (PMRE) 
+ 
PRAZO MÉDIO DE 
RECEBIMENTO DAS 
VENDAS (PMRV) 
 
 
 30 DIAS 55 DIAS 
 
 
Nesse caso, em nosso exemplo da cervejaria dos brothers S.A. 
observamos um ciclo operacional de 85 dias, ou seja, a operação da empresa 
(período entre a chegada/ pedido de seu produto, seu prazo em estoque, sua 
venda e o fechamento do ciclo com seu recebimento) dura esse intervalo de 
tempo. 
Confrontando essa definição com as diferentes óticas operacionais dos 
setores de indústria, serviços e comércio abordadas anteriormente, podemos 
detalhar as nuances de cada setor. 
3.1 Setor de serviços 
O ciclo operacional observado no setor de serviços, em sua maioria, se dá 
somente pelo prazo médio de recebimento das vendas. Em geral, as empresas 
que atuam no ramo de serviços não possuem estoque, pois como o próprio nome 
já diz, a prestação de um serviço é o produto que a companhia comercializa. 
Isto posto, o ciclo operacional desse setor pode ser determinado com sendo 
igual ao prazo médio de recebimento de vendas (PRMV). 
3.2 Setor de comércio 
O ciclo operacional observado no setor de comércio já pode ser 
caracterizado pelo prazo médio de renovação de estoques (PMRE) somado ao 
prazo médio de recebimento de vendas (PMRV). 
Isso ocorre, pois uma empresa que comercializa roupas infantis, por 
exemplo, necessita ter um estoque de inúmeras peças para que uma eventual alta 
de demanda num período possa ser suprida sem que ocorra perda de vendas, 
insatisfação de clientes, dentre outros fatores negativos a companhia. 
 
 
 
15 
3.3 Setor de indústria 
Por fim, o ciclo operacional observado no setor de indústria pode ser tido 
como o mais extenso. Isso ocorre, pois, uma indústria, geralmente, recebe a 
matéria prima e produz o bem que passa a compor o seu estoque; após isso esse 
bem é vendido e a empresa recebe seu pagamento. 
Na prática 
Idealizemos uma indústria que produza carros. Essa empresa necessita 
primeiramente adquirir todos os itens (matéria-prima) que são utilizadas no seu 
processo produtivo. 
Lataria, molas, chips, estofados, multimidia, faróis, dentre outros, são 
exemplos de artigos utilizados na produção de um veículo. Após concluído, esse 
carro permanece em uma loja até ser vendido. Efetuada a venda, a empresa 
espera para receber o pagamento pelo bem comercializado. 
Todo esse processo desde a chegada da matéria prima até o recebimento 
do valor pela venda é o chamado ciclo operacional da indústria. 
 
CICLO 
OPERACIONAL 
= 
PRAZO MÉDIO 
DE 
ESTOCAGEM 
DA M.P.* 
(PMEMP) 
+ 
PRAZO 
MÉDIO DE 
FABRICAÇÃO 
(PMF) 
+ 
PRAZO MÉDIO 
DE 
RENOVAÇÃO 
DE ESTOQUES 
(PMRE) 
+ 
PRAZO MÉDIO 
DE 
RECEBIMENTO 
DAS VENDAS 
(PMRV) 
 
 
TEMA 4 – A ABORDAGEM DO CICLO FINANCEIRO 
Toda operação presente em uma instituição para ocorrer de forma fluida 
necessita de capital financeiro. Em paralelo a abordagem do ciclo operacional, os 
momentos de entrada e saída de recursos, por assim dizer, determinam o ciclo 
financeiro. 
Em vista disso, Vieira (2008) indica que o conceito de ciclo financeiro 
consiste na atenção a movimentações de caixa, em outros termos, permeia a ideia 
da necessidade de capital financeiro que será o responsável por assegurar a 
liquidez da companhia atéo momento do real recebimento de recursos pelas 
vendas realizadas. 
Em nosso exemplo da cervejaria dos brothers S.A. temos o ciclo financeiro 
conforme abaixo: 
 
 
16 
 
CICLO 
FINANCEIRO = 
PRAZO MÉDIO 
DE RENOVAÇÃO 
DE ESTOQUES 
(PMRE) 
+ 
PRAZO MÉDIO DE 
RECEBIMENTO DAS 
VENDAS (PMRV) 
 30 55 
 
 
 
 
 - 
PRAZO MÉDIO 
DE PAGAMENTO 
AOS 
FORNECEDORES 
CICLO FINANCEIRO = 
30+55-63 = 
 
 63 22 DIAS 
 
No caso da cervejaria o seu ciclo financeiro é de 22 dias. Dessa forma, a 
empresa necessita de capital para financiar sua operação por esse prazo. 
4.1 Considerações quanto ao ciclo financeiro 
Ao analisarmos os indicadores de atividade, o ciclo operacional e ciclo 
financeiro da empresa cervejaria dos brothers S.A. podemos fazer algumas 
considerações: 
• O indicador posição relativa ter um valor superior a um, de antemão, já nos 
indica um ciclo financeiro positivo, ou seja, a necessidade de busca de 
recursos para financiamento da operação da companhia. Isso ocorre pois 
a empresa necessita pagar seus fornecedores antes de receber o valor 
referente a suas vendas. 
• Uma “regra de ouro” na dinâmica de ciclos é de sempre mantermos os 
produtos o mínimo de estoque possível, receber nossas vendas da forma 
mais rápida que puder e pagar nossos fornecedores com o maior prazo 
capaz; naturalmente, esses são objetivos que demandam muita expertise 
negocial e habilidade técnica, pois uma redução muito drástica de praz para 
pagamento, por exemplo, pode desaquecer muito a demanda por 
determinado produto, reduzindo assim a receita da empresa. 
 
 
 
17 
 
Crédito: gguy/Shutterstock. 
• No que tange o prazo médio de renovação de estoques (PMRE) algumas 
medidas como um controle mais eficiente de seus estoques (permitindo 
que a empresa opere com uma margem menor de reservas de produtos), 
a diversificação de seus fornecedores, e a promoção de produtos que 
permaneçam historicamente por muito tempo no seu estoque são medidas 
que atuam de forma positiva, reduzindo seu indicador e por consequência 
o ciclo financeiro. 
• No indicador de prazo médio de recebimento das vendas (PMRV) a 
concessão de descontos para pagamentos a vista e redução de concessão 
de prazo (sem diminuição de demanda pelo produto), pode ser uma saída 
interessante, visto os custos que a captação de recursos de terceiros ou 
antecipação de vendas pode ocasionar para a empresa. 
• Por fim, um ciclo financeiro negativo representa que a operação da 
empresa consegue rodar por conta própria; em outros termos, a instituição 
compra (ou produz) o bem, passa por seu período de estoque, o vende e 
recebe a quantia referente a essa operação antes de pagar o seu 
fornecedor. Esse seria o cenário perfeito. 
 
 
18 
TEMA 5 – APLICAÇÃO DOS ÍNDICES DE ATIVIDADE E INTERPRETAÇÕES POR 
INTERMÉDIO DOS CICLOS 
Nesse último tema da aula retomaremos os demonstrativos financeiros da 
empresa VaX, calcularemos seus índices de atividade, ciclo operacional e ciclo 
financeiro. 
Após isso discutiremos alguns pontos referentes aos valores encontrados. 
CONTAS BP (em milhões de reais) 2020 2019 
Descrição 
 Estoques 5927 3802 
 Contas a Receber 4762 2916 
 Fornecedores 8501 5935 
 
CONTAS DRE (em milhões de reais) 2020 2019 
Descrição 
 Receita de Venda de Bens e/ou Serviços 29177 19886 
 Custo dos Bens e/ou Serviços Vendidos 21658 14333 
Compras (CMV + Estoque final - Estoque inicial) 23783 15898 
 
 
 
 
 
 
 
5.1 Cálculo e considerações a respeito dos indicadores da empresa VaX 
INDICADOR 2020 2019 
PMRE 99 95 
PMRV 59 53 
PMPC 129 134 
CICLO OPERACIONAL 157 148 
CICLO FINANCEIRO 28 14 
Para validarmos a ótica conceitual do tema abordado, trataremos indicador 
por indicador em nossa análise. 
Notemos que o prazo médio de renovação de estoque se elevou, o que 
mais adiante pode representar uma maior necessidade de capital de giro por parte 
da empresa. Seu prazo médio de recebimento por vendas também se elevou, ou 
seja, a empresa está concedendo mais prazo aos seus clientes para efetuarem 
os pagamentos. Ainda nesse sentido, da ótica de pagamento notamos uma 
 
 
19 
diminuição no prazo médio de pagamento de compras, ou seja, o cliente necessita 
pagar suas aquisições mais rapidamente do que no ano anterior. 
Todos esses prazos médios resultam num aumento do ciclo operacional, 
ou seja, a empresa demora cerca de 9 dias a mais pra concluir o processo de 
rotação do seu estoque. Isso aliado a diminuição de 5 dias em seu prazo médio 
para pagamento de suas compras, torna o seu ciclo financeiro 14 dias (9+5) 
superior, ou seja, a empresa necessita bancar suas operações com capital de giro 
(próprio ou de terceiros) por esse período. 
 
 
 
20 
REFERÊNCIAS 
ASSAF, A. N. Estrutura e análise de balanços: Um enfoque econômico-
financeiro. São Paulo: Atlas, 2012. 
GITMAN, L. J. Princípios da administração financeira. 10. ed. São Paulo: 
Addison Wesley, 2004. 
MARION, J. C. Análise das demonstrações contábeis: Contabilidade 
empresarial. 7 ed. São Paulo: Atlas, 2012. 
MATARAZZO, D. Análise financeira de balanços: Abordagem gerencial. 7 ed. 
São Paulo: Atlas, 2010. 
VIEIRA, V. Administração estratégica do capital de giro. 2. ed. São Paulo: 
Atlas, 2008.

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