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Mobilidade em Indivíduos Idosos

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Moraes, R.; Gobbi, L.T.B. Controle visual da locomoção adaptativa e da mobilidade em indivíduos idosos. In: Umberto Cesar Corrêa 
(Org.). Pesquisa em comportamento motor: a intervenção profissional em perspectiva. São Paulo: EFP/EEFEUSP, 2008, p. 42-60. 
 1 
Moraes, R.; Gobbi, L.T.B. Controle visual da locomoção adaptativa e da 
mobilidade em indivíduos idosos. In: Umberto Cesar Corrêa (Org.). 
Pesquisa em comportamento motor: a intervenção profissional em 
perspectiva. São Paulo: EFP/EEFEUSP, 2008, p. 42-60. 
 
 
Introdução 
 
Existe uma preocupação, cada vez mais acentuada, com o perigo que 
as quedas representam para as pessoas idosas, tanto dentro de casa quanto 
na comunidade. Essa preocupação é pertinente, haja vista o aumento da 
incidência de mortes decorrentes de quedas em pessoas idosas nos últimos 
anos1. Muito em função disso, pesquisas básicas vêm sendo desenvolvidas 
para aumentar o entendimento dos mecanismos envolvidos no controle 
postural e locomotor. Esses estudos têm subsidiado a intervenção por meio de 
programas de atividade física específicos para a prevenção de quedas em 
idosos procurando aumentar os níveis de capacidade funcional. Entretanto, a 
prevenção de quedas não deve ser o único aspecto a ser considerado. Além de 
reduzir o risco de incidência de quedas, tais programas deveriam focar também 
na preservação e, eventualmente, aumento da mobilidade dos idosos na 
comunidade em que vivem. 
A capacidade de deslocar-se de um ponto a outro de forma 
independente no ambiente define a mobilidade de um indivíduo (Patla & 
Shumway-Cook, 1999). Esse atributo é essencial para a qualidade de vida das 
pessoas, pois permite a manutenção de um estilo de vida independente. Um 
problema observado com a maior parte dos estudos envolvendo idosos, 
atividade física e mobilidade diz respeito ao fato de as avaliações da 
mobilidade serem feitas em ambientes estáveis e regulares (Patla & Shumway-
Cook, 1999; Frank & Patla, 2003). Entretanto, a simples ida à farmácia, distante 
duas quadras da casa de uma pessoa, impõe a necessidade de adaptar o 
padrão básico de locomoção às demandas do ambiente e da tarefa. 
No percurso casa-farmácia-casa existe obstáculos (e.g., guia da sarjeta) 
que implicam em elevar mais o membro durante a fase de oscilação do andar 
para evitar um tropeço. Além disso, podem existir buracos no percurso que 
requerem alterações no posicionamento do pé durante a aterrissagem para 
evitá-los. Outras pessoas podem se locomover na sua direção, sendo 
necessário, entre outras alterações, mudar a direção da locomoção. Todas 
essas alterações requerem atenção e pressupõem o planejamento 
antecipatório dos ajustes locomotores para evitar a perda de equilíbrio. Se uma 
pessoa precisa ir para essa mesma farmácia logo após uma chuva intensa, 
existe um risco maior de escorregar. Nesse caso, o indivíduo deve reagir a 
perturbações inesperadas. Esse mecanismo de controle é chamado de controle 
reativo e pressupõe a ocorrência de um evento inesperado e a posterior 
informação sensorial indicando tal evento. Além desses dois mecanismos de 
 
1 Centers for Disease Control and Prevention, National Center for Injury Prevention and Control, United States of 
America. Web-based Injury Statistics Query and Reporting System (WISQARS). Acessado em 20/09/2007. Disponível 
em: www.cdc.gov/ncipc/wisqars. 
 
Moraes, R.; Gobbi, L.T.B. Controle visual da locomoção adaptativa e da mobilidade em indivíduos idosos. In: Umberto Cesar Corrêa 
(Org.). Pesquisa em comportamento motor: a intervenção profissional em perspectiva. São Paulo: EFP/EEFEUSP, 2008, p. 42-60. 
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controle, existe um terceiro mecanismo chamado de controle preditivo. No caso 
da farmácia, após comprar alguns itens, o farmacêutico coloca-os todos em 
uma sacola. O carregamento da sacola leva a alterações nas cargas internas 
das articulações envolvidas com a sustentação da sacola. O sistema de 
controle é capaz de predizer e compensar tais alterações para prevenir 
desequilíbrios. Esse três mecanismos de controle requerem que a atenção seja 
dirigida às características do ambiente e às condições do organismo. 
A manutenção da mobilidade de uma pessoa pressupõe o bom 
funcionamento de todos esses mecanismos de controle. Claramente, essa 
perspectiva é muito diferente da perspectiva tradicional que enfoca 
simplesmente mover-se de um ponto a outro no menor tempo possível em um 
ambiente regular e estável. Dentro de uma visão mais holística, a mobilidade 
deve incluir a capacidade de modificar e adaptar o padrão de andar a 
perturbações esperadas e inesperadas e desafios impostos à locomoção 
(Patla, 1997; Patla & Shumway-Cook, 1999). Nessa visão, faz-se necessário 
desenvolver procedimentos para quantificar a mobilidade. Patla & Shumway-
Cook (1999) propuseram oito dimensões para analisar o nível de mobilidade no 
ambiente: distância mínima andada, restrições de tempo, condições do 
ambiente, características do terreno, carregamento de carga externa, 
demandas atencionais, transição postural e nível de tráfico. Somente um bom 
desempenho em todas essas dimensões garante a possibilidade de exercer a 
mobilidade plena. 
Neste contexto, o objetivo deste capítulo é discutir, inicialmente, 
aspectos cruciais do mecanismo de controle antecipatório na locomoção 
adaptativa e como ele interfere na mobilidade das pessoas. 
 
Locomoção Adaptativa 
 
A locomoção adaptativa consiste na capacidade de ajustar o padrão 
básico de locomoção às demandas do ambiente considerando as condições do 
indivíduo e a meta da tarefa, com o intuito de manter o equilíbrio dinâmico. Os 
mecanismos antecipatório, reativo e preditivo são empregados para garantir a 
estabilidade dinâmica durante a locomoção adaptativa (Patla, 2003). 
O mecanismo antecipatório é baseado na visão e guiado pela 
experiência para identificar potenciais perturbações no caminho da locomoção. 
Com base nessa informação, modificações são efetuadas no padrão de 
locomoção para adaptar-se proativamente às condições do ambiente. O 
mecanismo reativo baseia-se na detecção de perturbações inesperadas na 
locomoção com base na estimulação dos sistemas sensoriais, sendo 
considerada a última instância possível para recuperar o equilíbrio. No exemplo 
da farmácia, se a pessoa eleva o membro inferior insuficientemente quando 
transpondo a guia da sarjeta (i.e., controle antecipatório ineficiente) ela 
tropeçará e restará somente o controle reativo por meio, inicialmente, dos 
reflexos mono- e poli-sinápticos para tentar restabelecer e garantir o equilíbrio 
dinâmico. Por sua vez, o mecanismo preditivo permite ao indivíduo, por meio 
da experiência anterior, predizer as perturbações motoras esperadas geradas 
pela realização de movimentos voluntários isolados ou concorrentes. Por 
exemplo, o movimento de acenar ao amigo no caminho da farmácia resulta em 
Moraes, R.; Gobbi, L.T.B. Controle visual da locomoção adaptativa e da mobilidade em indivíduos idosos. In: Umberto Cesar Corrêa 
(Org.). Pesquisa em comportamento motor: a intervenção profissional em perspectiva. São Paulo: EFP/EEFEUSP, 2008, p. 42-60. 
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momentos de força desestabilizadores que devem ser compensados para 
garantir a estabilidade dinâmica. Por conta disso, idosos preferem elevar o 
braço na fase mais estável do andar (i.e., suporte duplo) (Patla et al., 1990), 
enquanto adultos jovens são capazes de elevar o braço independentemente da 
fase do andar (Patla, 1986). 
A magnitude da perturbação inesperada, que somente pode ser 
superada pelo mecanismo de controle reativo, muitas vezes não pode ser 
contrabalanceada e a queda torna-se inevitável. Idealmente, somente o 
controle antecipatório permite prever potenciais riscos ambientais à 
estabilidade e deve ser primariamente usado no controle da locomoção 
adaptativa. Por conta dessa vantagem, enfatizaremos o controle antecipatório 
nesse capítulo. 
 
Controle Visual da Locomoção Adaptativa 
 
As estratégiaslocomotoras adaptativas antecipatórias podem ser 
distribuídas em dois grupos: evitar e acomodar. As estratégias de evitar são 
empregadas para desviar ou transpor obstáculos presentes na superfície e 
acima do solo, para evitar colisão com pessoas andando em sua direção, para 
ultrapassar pessoas que estão andando lentamente à sua frente (i.e., mudança 
de direção), para evitar áreas indesejáveis no chão (e.g., buracos e poças de 
água) ou simplesmente para parar a locomoção. As estratégias de acomodar 
requerem que modificações no sistema efetor sejam realizadas de forma a 
ajustar às características da superfície, como densidade, inclinação, nível de 
atrito, entre outros. Para todas essas situações, a principal fonte de informação 
é a visão, pois ela permite a obtenção das características do ambiente de 
forma antecipada ou a uma determinada distância (Gibson, 1979; Patla, 1997; 
Mohagheghi et al., 2004). 
Nos parágrafos que se seguem discutiremos o papel da informação 
visual no controle antecipatório de evitar, já que o estudo do controle 
antecipatório de acomodar tem enfatizado, prioritariamente, os aspectos 
motores (Cham & Redfern, 2002; Leroux et al., 2002; Sun et al., 1996). O 
estudo da contribuição da informação visual para o controle antecipatório de 
acomodar carece de maior atenção por parte dos pesquisadores da área de 
controle da locomoção. 
Um primeiro ponto de interesse diz respeito à amostragem visual do 
ambiente. Será que para obter informação antecipada do ambiente através do 
sistema visual é necessário amostrar esse ambiente continuamente? Alguns 
estudos têm investigado essa questão, especialmente em adultos jovens, 
manipulando a disponibilidade de luz do ambiente (Thomson, 1980, 1983; 
Elliott, 1986; Menuchi, 2005) ou manipulando a disponibilidade de informação 
visual do ambiente através do uso de óculos de cristal líquido (Patla et al., 
1996; Patla, 1997) que permite mudar o status das lentes de transparentes 
para opacas e vice-versa instantaneamente com o uso de um comando 
externo. Esses estudos, em geral, têm apontado que o ambiente não precisa 
ser amostrado continuamente, permitindo que a visão seja desviada para 
outros pontos no espaço como uma outra pessoa andando ou um objeto em 
uma vitrine no caminho para a farmácia, por exemplo. 
Moraes, R.; Gobbi, L.T.B. Controle visual da locomoção adaptativa e da mobilidade em indivíduos idosos. In: Umberto Cesar Corrêa 
(Org.). Pesquisa em comportamento motor: a intervenção profissional em perspectiva. São Paulo: EFP/EEFEUSP, 2008, p. 42-60. 
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Da mesma forma que os adultos jovens, indivíduos idosos não 
necessitam amostrar o ambiente continuamente (Patla, 1993). Entretanto, 
existem diferenças fundamentais entre esses dois grupos etários. Os idosos 
amostram o ambiente um número menor de vezes em relação aos jovens, 
porém a duração dessas amostragens é maior para os idosos do que para os 
jovens (Patla, 1993). Recentemente, Chapman e Hollands (2006, 2007) 
mostraram que indivíduos idosos com alto risco de quedas fixam o olhar por 
um período maior de tempo ao serem solicitados a aterrissar os pés sobre 
alvos colocados no chão durante a locomoção quando comparados a idosos 
com baixo risco de quedas e adultos jovens. Isso significa que os idosos 
precisam olhar por mais tempo o ambiente para planejar adequadamente suas 
ações locomotoras e a diminuição nesse tempo pode resultar em um 
planejamento incorreto que eventualmente leva a uma queda. 
A obtenção de informação do ambiente a uma distância tem uma 
implicação importante em relação ao controle do movimento, já que o controle 
antecipatório da locomoção permite a distribuição dos ajustes necessários no 
padrão de andar durante a fase de aproximação quando desviando de um 
obstáculo, pisando em um alvo ou evitando uma área indesejável. O estudo 
pioneiro de Lee et al. (1982) mostrou a importância da informação visual para 
regular o comprimento do passo durante a corrida de aproximação do salto em 
distância. A corrida de aproximação atende a dois requerimentos importantes: 
obtenção da máxima velocidade e posicionamento do pé de apoio próximo da 
margem anterior (ponto onde a medida da distância saltada é iniciada) da 
plataforma de decolagem. Lee et al. (1982) encontraram que a variabilidade da 
distância entre a posição do pé e a plataforma de decolagem aumentou 
continuamente durante a corrida de aproximação até atingir um pico alguns 
passos antes da plataforma de decolagem. Eles sugeriram que o aumento da 
variabilidade observado durante essa etapa da fase de aproximação resultou 
do desempenho de um padrão estereotipado da corrida com o objetivo único 
de ganhar velocidade, de tal forma que houve um acúmulo de erro ilustrado 
pelo aumento da variabilidade. Por outro lado, a redução da variabilidade 
observada nos passos próximos à plataforma de decolagem indica o uso da 
informação visual para regular o posicionamento adequado do pé. A 
distribuição desse ajuste nos passos próximos à plataforma de decolagem evita 
alterações drásticas na velocidade de corrida, garantindo uma boa velocidade e 
postura na decolagem. 
Esse mesmo comportamento da variabilidade foi observado para 
indivíduos inexperientes na tarefa de salto em distância (Hay, 1988), já que Lee 
et al. (1982) investigaram três saltadores experientes, sugerindo que essa 
estratégia é inerente ao sistema de controle e independe da prática. Mais 
recentemente, Montagne et al. (2000) mostraram que quanto maior o erro 
acumulado durante a fase de aproximação, mais cedo os ajustes necessários 
para pisar acuradamente no alvo são iniciados. Essa estratégia de controle é 
usada também durante a fase de aproximação na tarefa de transpor obstáculos 
(Mohagheghi et al., 2004; Patla & Greig, 2006). Por outro lado, a ausência de 
um alvo específico para pisar resulta, como esperado, em um contínuo 
aumento na variabilidade dos passos (Moraes et al., 2004). No exemplo da 
farmácia, quando atravessando a rua, o comprimento dos passos foi ajustado 
Moraes, R.; Gobbi, L.T.B. Controle visual da locomoção adaptativa e da mobilidade em indivíduos idosos. In: Umberto Cesar Corrêa 
(Org.). Pesquisa em comportamento motor: a intervenção profissional em perspectiva. São Paulo: EFP/EEFEUSP, 2008, p. 42-60. 
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para permitir que o pé de abordagem fosse posicionado próximo da margem da 
guia da calçada para iniciar o cruzamento da rua. 
Tanto a tarefa de pisar em um alvo quanto a tarefa de evitar pisar em 
uma área (e.g., um buraco no caminho para a farmácia) são implementadas 
através de ajustes no comprimento e largura do passo. Na tarefa de evitar 
pisar, a informação visual permite a detecção da área a ser evitada, bem como 
permite estimar, combinada com a informação proprioceptiva dos membros 
inferiores, onde o pé aterrissaria caso nenhuma mudança tivesse que ser 
realizada. Essa informação é importante, já que diferentes estudos têm 
apontado que a escolha do melhor ajuste está relacionada com a minimização 
do deslocamento do pé em relação à posição onde normalmente ocorreria a 
aterrissagem (Patla et al., 1999; Moraes & Patla, 2006; Moraes et al., 2004, 
2007; Weerdesteyn et al., 2004, 2005). Idosos exibem um comportamento 
semelhante aos adultos jovens na tarefa de evitar pisar em áreas indesejáveis 
(Patla, 1993). Entretanto, nesse estudo, os idosos tiveram dois passos para 
identificar a área a ser evitada e fazer os ajustes necessários enquanto que os 
adultos jovens tiveram apenas um passo. Recentemente, Weerdesteyn et al. 
(2005) mostraram que, com o avanço da idade e a diminuição do tempo de 
resposta disponível, há diminuição considerável da taxa de sucesso para evitar 
pisar em áreas indesejáveis. Além disso, os indivíduos idosos exibiram maior 
latência para iniciar os ajustes necessários. 
Patla (1993) mostrou que a diminuição do tempo disponível para a 
resposta reduziu consideravelmente a porcentagem de sucesso dos idosos 
para regular o comprimento do passo. Em seu estudo,os participantes tiveram 
uma passada ou um passo para programar e realizar alterações no 
comprimento do passo (aumentar ou diminuir o comprimento do passo de 
acordo com um estímulo externo). Quando o estímulo externo (acendimento de 
uma luz indicando o local de aterrissagem do pé) era fornecido uma passada 
antes (i.e., contato do calcanhar ipsilateral), nenhuma diferença entre jovens e 
idosos foi observada. Entretanto, quando o estímulo foi apresentado um passo 
antes (i.e., contato do calcanhar contralateral), a taxa de sucesso dos idosos 
caiu drasticamente, chegando a 40% para o encurtamento do passo e 60% 
para o alongamento do passo, enquanto que os jovens mantiveram uma taxa 
de sucesso de 90% nas duas situações. Weerdesteyn et al. (2005) mostraram 
que os idosos diminuíram a porcentagem de encurtamento do passo para 
evitar pisar em áreas indesejáveis em relação aos adultos jovens. A menor taxa 
de sucesso na tarefa de encurtamento do passo deve-se a maior demanda 
sobre o sistema de controle postural (Moraes et al., 2007). Esses resultados 
estão de acordo com os dados que mostram a necessidade de maior duração 
das amostragens visuais pelos idosos. 
Evidências recentes ilustram de forma bastante elegante os riscos que 
indivíduos idosos correm por conta da necessidade de obter informação visual 
por um período mais longo de tempo. Chapman e Hollands (2006, 2007) 
mostraram que indivíduos idosos com maior risco de queda priorizam o 
planejamento dos passos futuros em detrimento da execução precisa e 
acurada do passo atual. Em todas as condições, indivíduos idosos com risco 
alto e baixo de cair e adultos jovens foram solicitados a andar e pisar em um 
alvo posicionado dois passos à frente em relação ao ponto de partida. Em uma 
Moraes, R.; Gobbi, L.T.B. Controle visual da locomoção adaptativa e da mobilidade em indivíduos idosos. In: Umberto Cesar Corrêa 
(Org.). Pesquisa em comportamento motor: a intervenção profissional em perspectiva. São Paulo: EFP/EEFEUSP, 2008, p. 42-60. 
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condição só havia esse alvo no chão, enquanto que em outra condição havia 
um segundo alvo posicionado dois passos à frente do primeiro alvo. Na 
condição com somente um alvo, os participantes dos três grupos mantiveram a 
fixação do olhar no alvo até pouco tempo depois do contato do calcanhar no 
alvo. Entretanto, o grupo de idosos com alto risco de queda exibiu duração 
inferior da fixação do olhar no alvo após o contato do calcanhar em 
comparação aos outros dois grupos. Na condição com dois alvos, tanto os 
adultos jovens quanto os idosos com baixo risco de queda continuaram fixando 
o olhar no primeiro alvo até 100 ms depois do contato do calcanhar no alvo e 
somente depois desse intervalo de tempo mudaram a fixação para o próximo 
alvo. Os idosos com alto risco de cair, por sua vez, fixaram no primeiro alvo até 
100 ms antes do contato do calcanhar no alvo, ou seja, eles mudaram a fixação 
do olhar para o segundo alvo antes de completar a primeira tarefa. Além disso, 
os idosos com alto risco de queda exibiram menor acurácia e precisão no 
posicionamento do pé no alvo. 
O aumento da variabilidade médio-lateral do passo é um preditor do 
risco de quedas em idosos (Owings & Grabiner, 2004). É, portanto, 
interessante notar nos estudos de Chapman e Hollands (2006, 2007) que 
existe uma correlação negativa significativa entre o intervalo de tempo 
envolvido na transferência do olhar do alvo em relação ao contato do calcanhar 
no chão e a variabilidade médio-lateral do posicionamento do pé. Isso significa 
que quanto maior a variabilidade do posicionamento do pé, mais cedo o olhar é 
desviado do alvo. Cabe ainda destacar que o uso de óculos multifocais para 
corrigir comprometimentos da visão, comumente prescritos para idosos, piora a 
percepção de profundidade e a sensibilidade de contraste a margens (Lord et 
al., 2002) e aumenta a variabilidade da distância do pé em relação à margem 
de um degrau, aumentando o risco de um tropeço (Johnson et al., 2007). 
O uso de circuitos com vários obstáculos diferentes (i.e., forma, 
tamanho, cor, textura, posição, entre outros) é um procedimento experimental 
bastante útil para estudar o controle antecipatório da locomoção e, 
conseqüentemente, a mobilidade (Elliott et al., 1997; Gonçalves, 2001; 
Miyasike-da-Silva et al., 2003). Nessa situação, o padrão de andar deve ser 
continuamente modificado para evitar contatar os obstáculos presentes no 
caminho. Em um circuito de obstáculos com diferentes contrastes com o solo e 
sob condições de iluminação normal e reduzida, Reed et al. (2006) observaram 
que idosos acima de 85 anos de idade realizaram maior número de contatos 
com os objetos, especialmente aqueles pendurados, em ambas as condições 
de iluminação quando comparados com idosos mais jovens (entre 75 e 84 anos 
de idade). Entretanto, todos os participantes aumentaram o tempo gasto para 
percorrer o circuito na condição de iluminação reduzida. Este mesmo resultado 
foi observado por Lowrey et al. (2007) em um circuito com três obstáculos em 
seqüência que exigiam contornar, passar por cima e passar por baixo. Além 
disso, Lowrey et al. (2007) encontraram maior rebaixamento da trajetória 
vertical do centro de massa do tronco antes de passar por cima do segundo 
obstáculo, de tal forma que a preparação para passar por baixo do terceiro 
obstáculo foi iniciada antes de completar a transposição do segundo obstáculo. 
Esses resultados evidenciam a importância da informação visual para planejar 
adequadamente os ajustes necessários no padrão de locomoção e garantir 
Moraes, R.; Gobbi, L.T.B. Controle visual da locomoção adaptativa e da mobilidade em indivíduos idosos. In: Umberto Cesar Corrêa 
(Org.). Pesquisa em comportamento motor: a intervenção profissional em perspectiva. São Paulo: EFP/EEFEUSP, 2008, p. 42-60. 
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uma mobilidade plena. 
A importância da visão no controle antecipatório da locomoção 
adaptativa pode ser ilustrada também pelo aumento do risco de quedas em 
idosos com comprometimento da visão (Buckley et al., 2005). A catarata, por 
exemplo, é uma patologia decorrente da opacidade parcial ou total do cristalino 
dos olhos, que leva à formação de uma imagem embaçada na retina. Heasley 
et al. (2004) simularam uma situação semelhante à catarata através do uso de 
lentes especiais e encontraram um aumento da distância do pé em relação à 
margem do degrau na tarefa de subir escada. Buckley et al. (2005) também 
encontraram uma estratégia mais cuidadosa e conservadora para descer um 
degrau quando simulando catarata. Na mesma linha, Elliott et al. (1997) 
mostraram que a cirurgia de reparação da catarata melhora a mobilidade. 
Através do uso de um circuito de obstáculos, indivíduos com catarata foram 
avaliados antes e depois da cirurgia em relação ao tempo gasto para percorrer 
o circuito e o número de contatos feitos com os objetos desse circuito. Após a 
cirurgia, houve diminuição do tempo gasto e do número de contatos com os 
objetos. 
 Quando o envelhecimento está associado a doenças 
neurodegenerativas, como é o caso da doença de Parkinson, o paradigma de 
ultrapassagem de obstáculo tem sido empregado para aprofundar o 
entendimento do papel da visão no planejamento antecipatório de ações 
motoras. Patla et al. (1995) evidenciaram a deterioração e a adaptação no 
controle antecipatório para desviar obstáculos acima do solo em três grupos de 
participantes: adultos jovens, idosos sadios e idosos em estágio moderado da 
doença de Parkinson, testados em estado “off” do medicamento. As alturas dos 
obstáculos foram personalizadas no nível dos ombros, olhos e acima da 
cabeça e foram apresentados com 4 a 5 passos de antecedência. O 
abaixamento do quadril e a distância entre a cabeça e o obstáculo revelaram 
que os obstáculos na altura da cabeça geraram maiores modificações 
comportamentais. Mais interessante foi que o grupo de idosos com doença de 
Parkinson apresentou valores médios intermediários aos demais grupos, 
independenteda altura do obstáculo. Pieruccini-Faria et al. (2005; 2006), 
empregando obstáculos no solo, analisaram o efeito da reposição de dopamina 
no planejamento antecipatório de idosos com doença de Parkinson. As alturas 
dos obstáculos foram personalizadas e corresponderam à altura do tornozelo e 
à metade da altura do joelho. O efeito do medicamento foi manipulado pela 
avaliação do comportamento locomotor em jejum e novamente no pico da 
levodopa. Os resultados revelaram que o obstáculo alto exigiu mais dos 
pacientes. Houve aumento da velocidade da perna de abordagem e aumento 
da margem de segurança sobre o obstáculo quando sob efeito do 
medicamento. Estes resultados também evidenciaram deterioração do 
planejamento antecipatório da ação motora e não foram confirmados pelos 
resultados obtidos por Tunik et al. (2007) ao avaliarem a capacidade de 
pacientes em realizar rápidos ajustes motores. 
A ausência ou diminuição na disponibilidade de informação visual 
acarreta em estratégias de controle mais conservadoras. Christina e Cavanagh 
(2002) encontraram diminuição no pico inicial da força de reação do solo 
quando a iluminação da sala foi reduzida, sugerindo um cuidado maior para 
Moraes, R.; Gobbi, L.T.B. Controle visual da locomoção adaptativa e da mobilidade em indivíduos idosos. In: Umberto Cesar Corrêa 
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contatar a superfície do degrau. Além disso, eles observaram que três dos 
idosos avaliados tropeçaram no degrau na condição de iluminação reduzida, 
apontando para a importância desta informação para planejar e monitorar a 
locomoção adaptativa. 
Em suma, a informação visual adquirida antecipadamente permite a 
realização de ajustes necessários no padrão de locomoção para garantir o 
deslocamento bem-sucedido nos mais variados terrenos. Vale destacar que 
tais ajustes são distribuídos, quando existe tempo disponível suficiente, ao 
longo da fase de aproximação do obstáculo. Além disso, uma amostragem 
suficiente do ambiente é condição fundamental para um planejamento 
adequado das alterações necessárias no padrão de locomoção. Ainda, 
restrições do indivíduo, como a presença de doenças neurodegenerativas, 
aliadas a modificação no ambiente, auxiliam também no entendimento do papel 
da visão no controle locomotor adaptativo. 
 
Aplicabilidade na Intervenção Profissional 
 
Com base nos estudos revisados sobre a locomoção visualmente 
guiada, algumas implicações práticas podem ser definidas para o uso em 
programas de intervenção em pessoas idosas. É sugerido que, no início, os 
idosos realizem tarefas mais lentas, permitindo a observação longa e dirigida 
das características do ambiente (preferencialmente situações ambientais 
menos complexas). Gradativamente, atividades que reduzem a disponibilidade 
de tempo e aumentam a complexidade dos estímulos visuais devem ser 
executadas. Simultaneamente, os idosos devem ser estimulados a manter o 
olhar na tarefa atual e desviá-lo somente após iniciar essa tarefa. Ainda, é 
importante trabalhar com variações nas características dos objetos e eventos 
(localização, dimensões, texturas, etc.) e trabalhar com demandas específicas 
de aterrissagem dos pés para enfatizar o mecanismo de redução da 
variabilidade próximo a obstáculos, degraus ou alvos isolados. 
O planejamento dessas atividades de intervenção para pessoas idosas 
deve focar em dois aspectos fundamentais para a aprendizagem ou re-
aprendizagem das adaptações necessárias no padrão de locomoção: a 
necessidade de maior tempo de prática e a variação das tarefas propostas. 
Maior número de repetições da tarefa deve ser oferecido aos idosos para 
garantir a ocorrência e retenção da aprendizagem (Spirduso, 1995). Este 
aspecto está intimamente relacionado com a variação das tarefas; pois, além 
do aspecto motivacional, estratégias locomotoras adaptativas são construídas 
por meio da oferta de um conjunto de atividades que permitam ao idoso usá-las 
em situações cotidianas. 
Poucos estudos tratam da aprendizagem de tarefas locomotoras por 
indivíduos idosos. Van Hedel et al. (2006) analisaram a aprendizagem de uma 
tarefa locomotora que envolve alta precisão em idosos sadios e idosos com 
doença de Parkinson. Ao ultrapassar obstáculos durante o andar na esteira 
rolante foi observado que idosos com doença de Parkinson necessitaram de 
um número maior de tentativas para atingir um desempenho semelhante ao 
dos idosos sadios. Estes resultados permitiram aos autores concluir que o 
comportamento locomotor adaptativo pode ser melhorado com treinamento 
Moraes, R.; Gobbi, L.T.B. Controle visual da locomoção adaptativa e da mobilidade em indivíduos idosos. In: Umberto Cesar Corrêa 
(Org.). Pesquisa em comportamento motor: a intervenção profissional em perspectiva. São Paulo: EFP/EEFEUSP, 2008, p. 42-60. 
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adequado em pacientes com doença de Parkinson. No último bloco de 
tentativas, a supressão da informação visual exproprioceptiva acarretou 
aumento da distância entre o pé e o obstáculo de maneira similar entre os dois 
grupos. Como idosos e pacientes compensam as deficiências no feedback 
proprioceptivo confiando na informação visual, os participantes foram forçados 
a utilizar o sinal auditivo de alerta presente no meio do suporte indicando a 
aproximação do obstáculo. O direcionamento da atenção ao sinal sonoro 
caracterizou uma situação de tarefa dupla e, portanto, houve declínio no 
desempenho da tarefa locomotora. 
O sucesso de qualquer programa de prevenção/intervenção deveria 
focar na capacidade dos idosos em realizar suas atividades diárias na 
comunidade em que vivem (e.g., ir à farmácia) com o mínimo de dependência 
de outras pessoas (Frank & Patla, 2003). Assim, medidas tradicionais como o 
tempo para percorrer uma determinada distância em um ambiente estável e 
regular não seriam adequadas para avaliar a mobilidade de um indivíduo. 
Procedimentos próximos do ambiente real são mais apropriados para avaliar a 
mobilidade de uma pessoa. 
 
Relação entre Programas de Atividade Física e Mobilidade 
 
Sessões de treinamento específicas para controle postural e locomotor 
têm sido aplicadas em indivíduos idosos e os resultados têm se apresentado, a 
uma primeira vista, animadores. Aparentemente, para aumentar as habilidades 
de controle do equilíbrio durante o andar, exercícios que envolvem o caminhar 
em combinação com várias tarefas de equilíbrio devem ser incorporados dentro 
de um programa de treinamento (Gobbi et al., 2002). 
Ao avaliar a mobilidade de idosos descendo degraus de ônibus em 
ambiente real, Miyasike-da-Silva e Gobbi (2005) revelaram que, independente 
do nível de atividade física, a maioria dos idosos percebeu a tarefa como fácil. 
Entretanto, utilizaram uma forma conservadora de locomoção. Os idosos 
desceram com um dos pés liderando a descida sendo seguido pelo outro no 
mesmo degrau (passo unido); os pés foram posicionados lateralmente no 
degrau, caracterizando uma ação dos abdutores do quadril, culminando em 
uma posição tandem ou semi-tandem; e o uso dos corrimãos. Esta estratégia 
conservadora parece ter causa multifatorial, como deficiências perceptivas e 
fraqueza muscular, e resulta em redução da velocidade da ação, aumento da 
estabilidade e redução do risco de queda. 
Ao simular em laboratório a tarefa de descer degraus de ônibus, 
Miyasike-da-Silva e Gobbi (2007) revelaram que os participantes com maiores 
níveis de atividade física realizaram a tarefa em menor tempo. Os resultados 
também revelaram que o processo de envelhecimento e os baixos níveis de 
atividade física têm o mesmo efeito direcional, refletindo níveis de mobilidade 
reduzidos. Ainda, quando a altura do último degrau foi manipulada, idosos 
foram mais afetados pelo aumento das demandas ambientais. Assim, a 
manutenção de níveis ótimos de atividade física pode minimizar os efeitos do 
envelhecimento em ambientes irregulares. 
A estimulação do sistemasensório-motor, por meio da atividade física, 
pode contribuir para minimizar os efeitos do envelhecimento e favorecer a 
Moraes, R.; Gobbi, L.T.B. Controle visual da locomoção adaptativa e da mobilidade em indivíduos idosos. In: Umberto Cesar Corrêa 
(Org.). Pesquisa em comportamento motor: a intervenção profissional em perspectiva. São Paulo: EFP/EEFEUSP, 2008, p. 42-60. 
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manutenção da independência do idoso por um período mais prolongado 
(Spirduso, 1995). Alguns estudos têm trabalhado com programas de 
caminhada para idosos (Buchner et al., 1997; Daley & Spinks, 2000). 
Tipicamente, essas caminhadas ocorrem em ambientes planos e estáveis. 
Será que a melhora evidenciada na locomoção nessas circunstâncias é 
transferida para ambientes imprevisíveis e irregulares? Nenhum estudo 
quantificou isso, mas é razoável supor que tal transferência seria muito baixa, 
já que estudos envolvendo transferência de aprendizagem mostram que a 
transferência, quando presente, é baixa (Schmidt & Lee, 2005). 
A manutenção das capacidades físicas, através da prática regular da 
atividade física, tem favorecido o comportamento locomotor adaptativo em 
idosos. Em um circuito de objetos simulando o ambiente doméstico e 
manipulando a disponibilidade de luz ambiente, Gonçalves (2001) observou 
que idosos com maiores níveis de atividade física percorreram o circuito em 
menor tempo e com maior número de contato com os objetos, tanto em 
condições de iluminação normal como em condições de iluminação reduzida, 
quando comparados com idosos sedentários. Em outro estudo, Miyasike-da-
Silva et al. (2003) aplicaram um treinamento específico para mobilidade (20 
sessões) em um grupo de idosos ativos e compararam o desempenho no 
circuito de ambiente doméstico com o de idosos ativos sem treinamento 
específico e com idosos sedentários. As diferenças entre os idosos ativos e 
sedentários, observadas por Gonçalves (2001), foram mantidas; entretanto, os 
idosos ativos treinados utilizaram tempo similar e realizaram maior número de 
contatos com os objetos em relação aos idosos ativos. Após o período de 
treinamento, os idosos ativos treinados mantiveram o número de contatos com 
os objetos sob condição de iluminação reduzida, enquanto que os idosos ativos 
aumentaram o número de contatos. Como houve correlação entre o número de 
contatos com os objetos e o tempo para percorrer o circuito, Miyasike-da-Silva 
et al. (2003) concluíram que o treinamento específico de duração média 
favoreceu a mobilidade, mesmo em iluminação reduzida. 
 
Um exemplo com uma população especial: o caso de pacientes com a doença 
de Parkinson 
 
O envolvimento na prática regular de atividade física tem um aspecto 
neuroprotetor e o exercício deve constituir parte da rotina diária dos pacientes 
com doença de Parkinson. Quando este não é o caso, programas de atividades 
físicas também têm sido dirigidos para estes pacientes. A atividade física 
melhora as funções cognitivas e a qualidade de vida (Oliveira-Ferreira et al., 
2007b), a capacidade funcional (Hamanaka et al., 2007b), o equilíbrio 
(Hamanaka et al., 2007a), a mobilidade em ambientes previsíveis e regulares 
(Miyai et al., 2000; Scandalis et al., 2001; Teixeira-Arroyo et al., 2007) e a 
mobilidade funcional (Oliveira-Ferreira et al., 2007a). 
Os tipos de intervenção empregados em pacientes com doença de 
Parkinson variam de acordo com a ênfase pretendida. Quando o uso de dicas 
visuais é destacado, Sidaway et al. (2006) observaram que o treinamento 
promoveu aumento no comprimento do passo e na velocidade do andar. Após 
um mês, ao final da fase de retenção, estes benefícios foram ainda 
Moraes, R.; Gobbi, L.T.B. Controle visual da locomoção adaptativa e da mobilidade em indivíduos idosos. In: Umberto Cesar Corrêa 
(Org.). Pesquisa em comportamento motor: a intervenção profissional em perspectiva. São Paulo: EFP/EEFEUSP, 2008, p. 42-60. 
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observados. Quando a ênfase repousa nos parâmetros do andar, Miyai et al. 
(2000) empregaram um treinamento específico em esteira rolante e suporte 
parcial de peso por quatro semanas e observaram melhora na velocidade do 
andar e no número de passos para percorrer 10 m. Estes efeitos 
permaneceram por até quatro meses após o término da intervenção (Miyai et 
al., 2002). Aumentos no comprimento da passada e na velocidade de andar 
também foram observados após oito semanas de treinamento de resistência de 
força (Scandalis et al., 2001). Quando a mobilidade em ambientes naturais é 
enfatizada, Lökk (2000) observou melhoras na qualidade de vida dos pacientes 
ao final de um programa de caminhadas, mas estes benefícios não se 
mantiveram após quatro meses. Entretanto, estes estudos quando utilizam 
ambientes naturais não avaliam o padrão locomotor e quando o fazem, utilizam 
ambientes pobres em informação visual. 
Em uma recente revisão da literatura para fundamentar a intervenção 
específica para o andar em idosos com doença de Parkinson, Morris (2006) 
diferenciou as formas apropriadas de intervenção de acordo com a evolução da 
doença. Nos níveis iniciais e intermediários da doença, os pacientes devem ser 
encorajados a andar em diferentes superfícies direcionando a atenção para a 
ação motora e, se possível, realizando tarefas concomitantes. Este 
aconselhamento está fundamentado na observação de que quando os 
pacientes executaram tarefa verbal-cognitiva durante o andar, Bond & Morris 
(2000) evidenciaram lentidão ainda maior da marcha. Nos estágios mais 
avançados, devem-se evitar tarefas concomitantes, movimentos rápidos e, 
somente quando necessário, introduzir equipamentos assistivos. O uso de 
dicas visuais deve ser sempre encorajado. 
 Estudos iniciais em nosso laboratório têm aplicado diferentes tipos de 
treinamento em pacientes nos estágios leve a moderado da doença de 
Parkinson. Quando a ênfase recaiu sobre os parâmetros do andar em terreno 
regular, Gobbi et al. (2006a), ao empregarem treinamento predominantemente 
aeróbio, evidenciaram que o comprimento da passada e a duração do duplo 
suporte são afetados pela capacidade funcional, principalmente aqueles 
relacionados com agilidade/equilíbrio dinâmico e resistência aeróbia. Teixeira-
Arroyo et al. (2007) observaram que um programa de atividades físicas 
generalizadas promoveu aumento no comprimento e na velocidade da passada 
e na cadência. Quando a locomoção adaptativa foi enfatizada, Gobbi et al. 
(2006b) revelaram que, após um programa de treinamento específico para 
força, equilíbrio e locomoção em ambiente natural, os pacientes aumentaram o 
posicionamento dos pés antes e após a ultrapassagem e aumentaram a 
margem de segurança sobre o obstáculo. Estes estudos têm revelado 
respostas positivas ao treinamento; entretanto, ainda são necessários estudos 
que permitam determinar os efeitos do treinamento no andar e na locomoção 
adaptativa ao longo do tempo, ou seja, após o término do treinamento. 
 
Considerações Finais 
 
Tradicionalmente, a avaliação da mobilidade tem focado em tarefas 
simples como andar no plano sem obstruções no caminho. Entretanto, o 
ambiente do dia-a-dia não é tão estável assim. Rotineiramente nos deparamos 
Moraes, R.; Gobbi, L.T.B. Controle visual da locomoção adaptativa e da mobilidade em indivíduos idosos. In: Umberto Cesar Corrêa 
(Org.). Pesquisa em comportamento motor: a intervenção profissional em perspectiva. São Paulo: EFP/EEFEUSP, 2008, p. 42-60. 
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com obstáculos no caminho, buracos no chão, outras pessoas andando em 
nossa direção. Assim, temos que adaptar, antecipadamente, nosso padrão de 
locomoção para garantir a realização da tarefa. Esta capacidade de controle 
antecipatório tende a deteriorar com o avanço da idade e, conseqüentemente, 
a mobilidade pode ser comprometida, expondo o indivíduo a quedas. 
Patla e Shumway-Cook (1999) colocam que a definição sobre uma 
pessoa ser ou não móbil centrou-se inicialmente em variáveis quantitativas do 
tipo distância percorrida e o tempo gasto para percorrer tal distância.Paralelamente, outros pesquisadores ampliaram um pouco esta classificação e 
incluíram na definição de incapacidade de mobilidade o fato das pessoas 
usarem algum tipo de auxílio para locomover-se, apresentarem dificuldade ou 
não serem capazes de levantar e subir escadas sem auxílio. A inclusão destas 
tarefas pode ser visto como um avanço, mas ainda não dá conta de um 
aspecto muito importante não somente para o idoso, mas para as pessoas de 
forma geral: realizar diferentes tarefas em diferentes contextos. O idoso deve, 
além de realizar estas atividades, ser capaz de adaptar-se às demandas do 
ambiente. Como visto acima, a informação sensorial, a visão em particular, 
desempenha papel central nessa capacidade adaptativa. Nota-se ainda, 
entretanto, um longo caminho a ser percorrido em relação à incorporação do 
conhecimento sobre os mecanismos de controle antecipatório dentro dos 
programas de intervenção. 
Há carência de pessoal especializado para diagnosticar, programar, 
aplicar e avaliar programas de atividades físicas para idosos. Recomendações 
internacionais para a formação dos recursos humanos necessários para atuar 
nesses programas têm revelado preocupação com o ambiente em que as 
atividades são desenvolvidas (Gobbi et al., 2005), mas esta preocupação 
repousa apenas no aspecto segurança. Atividades em ambiente real, ou seja, 
contextualizadas e com significado, devem ser encorajadas, como o percurso 
casa-farmácia-casa. É importante também que a atividade tenha características 
desafiadoras. Neste caso, os sistemas perceptivo e motor devem ser 
requeridos com gradual complexidade, de forma que o idoso possa 
manter/aumentar suas possibilidades adaptativas. 
 
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