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PROTEÇÃO AMBIENTAL INTERNACIONAL

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3/26/24, 2:01 PM wlldd_231_u2_res_soc_amb
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INTRODUÇÃO
Estudante, é uma alegria tê-lo conosco em mais uma aula da disciplina de Responsabilidade Social e
Ambiental.
A nossa temática será sobre o sistema de proteção e governança ambiental internacional. Ela permitirá que
você compreenda o processo de reconhecimento e a�rmação da proteção ambiental no âmbito da
Organização das Nações Unidas (ONU). Por meio das conferências da ONU, discussões, como mudanças do
clima, sustentabilidades e outras, passaram a fazer parte do nosso dia a dia pro�ssional. Além disso, há a
aplicabilidade dos documentos internacionais no ordenamento jurídico brasileiro, em um diálogo cada vez
mais recorrente para que os desa�os ambientais sejam enfrentados por todos os Estados.
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Aula 1
PROTEÇÃO AMBIENTAL INTERNACIONAL
A nossa temática será sobre o sistema de proteção e governança ambiental internacional.
35 minutos
GOVERNANÇA E PROTEÇÃO AMBIENTAL
 Aula 1 - Proteção ambiental internacional
 Aula 2 - Desenvolvimento sustentável
 Aula 3 - Políticas públicas ambientais
 Aula 4 - Responsabilidade em matéria ambiental 
 Referências
152 minutos
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Portanto, você, como futuro pro�ssional, a partir dessa aula, compreenderá a estrutura internacional de
proteção ao meio ambiente e a relação com o direito brasileiro.
Vamos juntos no estudo do sistema internacional de proteção ao meio ambiente?      
A PROTEÇÃO AMBIENTAL INTERNACIONAL
O arcabouço da proteção e da governança ambiental tem os seus aspectos mais importantes nas instâncias
internacionais, pois as questões ambientais não estão limitadas às de�nições de fronteiras entre países, o     u
seja, os desa�os são transfronteiriços ou transnacionais e discuti-los e enfrentá-los exige a cooperação
comum entre os Estados. As deliberações são estabelecidas nos arranjos das organizações supranacionais.
A temática ambiental entrou na agenda global na década de 1960, a partir das preocupações com os efeitos
da explosão demográ�ca mundial e do aumento da poluição. Em um período de forte expansão do comércio
e das atividades econômicas, houve a constatação dos limites desse crescimento, que se tornou um assunto
de debates entre pesquisadores e atores das instâncias internacionais.
O sistema internacional contemporâneo é relativamente recente, com origem no �nal da Segunda Guerra
Mundial, com a Conferência de São Francisco, de 1945, que aprovou a Carta de São Francisco, de criação da
Organização das Nações Unidas (ONU). O propósito primordial da ONU é o de garantir a paz mundial, mas
também o de “conseguir uma cooperação internacional para resolver os problemas internacionais de caráter
econômico, social, cultural ou humanitário [...]” e de “ser um centro destinado a harmonizar a ação das nações
para a consecução desses objetivos comuns” (BRASIL, 1945, [s. p.]). Nota-se, pois, que a ONU se tornou, assim,
o centro das discussões globais, atuando por meio de seus conselhos – Segurança; Econômico e Social; outros
–, de suas comissões – Direitos Humanos (que desde 2006 se transformou em Conselho) e outras – e de suas
agências especializadas – Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco);
Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO); Fundo Monetário Internacional (FMI).
Além da ONU, organizações foram criadas em âmbito regional, como a Organização dos Estados Americanos
(OEA), em 1948, pelos países das Américas. Na Europa, foram criados o Conselho da Europa, em 1949, e a
Comissão Europeia, em 1951. Esses compõem, hoje, o arcabouço da União Europeia, a qual, por sua vez, foi
criada em 1993.
No que se refere ao direito internacional, em que os principais sujeitos são os Estados, é preciso destacar o
papel da ONU, que se tornou os lócus de formação de um arcabouço de normas e instituições em várias
áreas, como direitos humanos, educação, cultura e meio ambiente. Com essa perspectiva, a discussão entre
Estados é fundamental para a formação de normas ambientais internacionais, com o objetivo comum de
proteção ao meio ambiente em todas as suas dimensões. Vários problemas ambientais são de caráter
transnacional e exigem ações multilaterais e cooperativas (BURSZTYN; BURSZTYN, 2012).
A formalização da proteção ambiental no âmbito internacional se dá essencialmente por meio de dois tipos de
atos: tratados e declarações. Os tratados são �rmados entre Estados e podem ser bilaterais (dois Estados) ou
multilaterais (vários Estados). Um tratado possui força jurídica vinculante, assim, é chamado de hard law. Os
tratados podem ser globais, quando estabelecidos em organizações de abrangência mundial (por exemplo,
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ONU), ou regionais, quando �rmados por países de uma determinada região do mundo ou em uma
organização delimitada geogra�camente (por exemplo, OEA). Os tratados de direito ambiental
frequentemente recebem      a denominação de convenção, porque costumam ser oriundos de conferências
especí�cas para debater temáticas ambientais. Já as declarações, no direito ambiental, não têm força jurídica
vinculante, são chamadas de soft law, ou seja, não são normas impositivas, mas formam os princípios do
direito internacional. Esses são gradativamente reconhecidos nas instâncias internacionais e nacionais.
Portanto, ao estudar o direito ambiental, esses dois tipos de atos são os mais frequentes.
Os tratados em matéria ambiental costumam ter algumas características, como: (i) os países signatários se
submetem às regras comuns; (ii) os países adotam uma cooperação interestatal, por meio de agências
internacionais ou órgãos especí�cos que são criados; (iii) o conteúdo dos tratados depende do estágio atual
do conhecimento cientí�co; (iv) os tratados podem comportar obrigações diferenciadas entre países
(BURSZTYN; BURSZTYN, 2012). Os tratados ambientais são compromissos para enfrentar questões, como
poluição, diversidade biológica, mudança do clima, �orestas, entre outros, que são reveladores de como as
dinâmicas ambientais não respeitam fronteiras de Estados. Exige-se deles a cooperação e a articulação
comum para o enfrentamento dos desa�os ambientais.
Por evidente, esse é um processo complexo, com di�culdades, porque a estrutura do direito internacional foi
construída em observância a um dos pressupostos do Estado moderno, a soberania. E isso signi�ca a
autodeterminação sobre os seus territórios para dispor livremente de suas riquezas e de seus recursos
naturais. Além disso, a autodeterminação está diretamente ligada ao desenvolvimento, que é um argumento
presente entre os países, em especial, os emergentes, marcados pela desigualdade em múltiplas dimensões –
econômica, social, ambiental. A cooperação para lidar com os problemas ambientais deve equacionar esses
desa�os. Isso demonstra a complexidade dos debates nas instâncias internacionais.
A partir da década de 1970, há o franco desenvolvimento do direito internacional do meio ambiente, que
ocorreu com as conferências no âmbito da Organização das Nações Unidas (ONU), como veremos a seguir.
A expressão Antropoceno é objeto de questionamentos. O geógrafo norte-americano Jason Moore prefere o
vocábulo Capitoloceno, porque, segundo ele, não é possível atribuir à espécie humana a condição de forçageológica, mas, sim, ao sistema capitalista que, por seu caráter expansionista, é o causador da mudança de
era geológica (MOORE, 2016). Outros usam o termo Ocidentaloceno, porque a responsabilidade pelos
desdobramentos atuais é dos países ricos do norte global, e esses não podem ser atribuídos às nações mais
pobres (UNESCO, 2018; COSTA, 2022); ou ainda Tecnoceno, porque as mudanças em curso e suas
consequências foram a partir do desenvolvimento tecnológico e tem o poder de alcançar todas as condições
de vida para as gerações futuras (COSTA, 2021).
Apesar dos questionamentos, a expressão Antropoceno se popularizou e tornou-se não só a designação de
um novo tempo geológico mas também uma metáfora dos novos tempos em curso. Em uma ou em outra
perspectiva, o Antropoceno traz a discussão sobre os limites de um planeta �nito, tanto de espaço quanto de
recursos naturais. Além disso, se sistemas econômicos e sociais continuarem na mesma sistemática,
passaremos de um cenário de crise para uma provável e desa�adora emergência ecológica, afetando a vida
como um todo.

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