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Identificar como funcionam os diversos benefícios que se relacionam indiretamente com os empregados e que são geridos e pagos pelo Governo Federal

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FGTS – FUNDO DE GARANTIA POR TEMPO DE SERVIÇO
O Fundo de Garantia por Tempo de Serviço foi criado para substituir a estabilidade no emprego que alguns empregados tinham no passado. O fundo possibilita que o empregador despeça o empregado quando não tem uma justa causa para essa dispensa. Ele é regido pela Lei nº 8.036 de 11 de maio de 1990, que estabelece todos os fatores relevantes relacionados a ele: sua finalidade, formas de recolhimento e demais aspectos. Foi a Lei nº 5.107 de 1966 que instituiu o FGTS.
O FGTS é uma obrigação patronal que todo empregador tem para com os seus empregados. Essa obrigação, em regra geral, deve ser cumprida até o dia 7 de cada mês e equivale a 8% da remuneração paga ao empregado. A gestão do FGTS é feita por um Conselho Curador Tripartite, formado por representantes dos empregados, dos empregadores e do governo, dando as diretrizes de investimentos dos valores acumulados dos empregados.
O gestor do FGTS é o órgão do Poder Executivo responsável pela política de habitação, pois a principal aplicação do FGTS é na construção civil, fomentando esse mercado por meio de empréstimos a construtores e compradores, além da possibilidade de uso dos valores acumulados pelos empregados como forma de pagamento de parte da compra de imóveis, tanto novos como usados. O banco que faz a operacionalização do fundo é a Caixa Econômica Federal.
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A APLICAÇÃO DOS VALORES É FEITA EM NECESSIDADES QUE PREENCHAM OS SEGUINTES REQUISITOS:
· Tenham garantias hipotecária, de caução de créditos hipotecários próprios, relativos a financiamentos concedidos com recursos do agente financeiro.
· Caução dos créditos hipotecários vinculados aos imóveis objeto de financiamento, de hipoteca sobre outros imóveis de propriedade do agente financeiro (desde que livres e desembaraçados de quaisquer ônus).
· Cessão de créditos do agente financeiro, derivados de financiamentos concedidos com recursos próprios, garantidos por penhor ou hipoteca de seguro de crédito sobre imóvel de propriedade de terceiros.
· Garantia real ou vinculação de receitas, inclusive tarifárias, nas aplicações contratadas com pessoa jurídica de direito público ou de direito privado a ela vinculada.
· Aval em nota promissória, de fiança pessoal, de alienação fiduciária de bens móveis em garantia, de fiança bancária, de consignação de recebíveis, exclusivamente para operações de crédito destinadas às entidades hospitalares filantrópicas, bem como a instituições que atuam no campo para pessoas com deficiência, e sem fins lucrativos, que participem de forma complementar do Sistema Único de Saúde (SUS), em percentual máximo a ser definido pelo Ministério da Saúde, ou de outras, a critério do Conselho Curador do FGTS.
Todas essas possibilidades de garantias podem ser usadas como forma de assegurar que o FGTS receberá seus recursos caso o comprador do imóvel deixe de honrar com seus compromissos.
Outras regras são muito importantes e devem ser seguidas para financiamentos por meio do FGTS.
São elas:
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Regra 1
Regra 2
Regra 3
A legislação define cada uma das partes envolvidas em todos os pontos do FGTS e são elas:
O Empregador
Definido como “a pessoa física ou a pessoa jurídica de direito privado ou de direito público, da administração pública direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, que admitir trabalhadores a seu serviço, bem assim aquele que, regido por legislação especial, encontrar-se nessa condição ou figurar como fornecedor ou tomador de mão de obra, independentemente da responsabilidade solidária e/ou subsidiária a que eventualmente venha obrigar-se”.
O empregado
Definido como “toda pessoa física que prestar serviços a empregador, a locador ou tomador de mão de obra, excluídos os eventuais, os autônomos e os servidores públicos civis e militares sujeitos a regime jurídico próprio”, incluindo o trabalhador doméstico que terá seus direitos garantidos em lei específica.
Além de definir o empregado, o legislador equipara os dirigentes não empregados como se fossem empregados para o recolhimento e acúmulo do FGTS. Nesses casos, esses diretores passam a ter esse valor recolhido no mesmo percentual dos demais empregados da empresa. Assim, “considera-se remuneração as retiradas de diretores não empregados, quando haja deliberação da empresa, garantindo-lhes os direitos decorrentes do contrato de trabalho, sendo que, para efeito desta lei, as empresas sujeitas ao regime da legislação trabalhista poderão equiparar seus diretores não empregados aos demais trabalhadores sujeitos ao regime do FGTS”. Esse não empregado diretor é definido como “aquele que exerça cargo de administração previsto em lei, estatuto ou contrato social, independentemente da denominação do cargo”.
O empregado que for afastado para a prestação de serviço militar deixa de receber as suas remunerações e demais direitos, no entanto a empresa continua a ser responsável por recolher seu FGTS durante todo o período em que ele estiver prestando o serviço militar, conforme afirma o seguinte artigo da Lei nº 8.036/90:
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ART. 15 - § 5º
O depósito de que trata o caput deste artigo é obrigatório nos casos de afastamento para prestação do serviço militar obrigatório e licença por acidente do trabalho. (Incluído pela Lei nº 9.711, de 1998)
Outro ponto importante a ser destacado é que os aprendizes com contrato nessa modalidade também terão o recolhimento do FGTS. No entanto, esse valor será de apenas 2% dos recebimentos, vejamos:
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ART. 15 - § 7º
Os contratos de aprendizagem terão a alíquota a que se refere o caput deste artigo reduzida para dois por cento.
Quando os empregados são demitidos ou mesmo quando pedem demissão, o empregador é obrigado a depositar o FGTS deles, tanto do mês corrente, como do mês anterior que ainda não tiver depositado. Em caso de cumprimento de aviso prévio por parte do empregado ou de esse receber o aviso prévio indenizado, o FGTS incidirá sobre essas verbas, pois elas têm a mesma natureza dos salários e não de verbas indenizatórias.
Quando as verbas são consideradas indenizatórias, não incidem no FGTS.
Vejamos como o FGTS é tratado nos diversos tipos de encerramento do contrato de trabalho:
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DISPENSA SEM JUSTA CAUSA
Nos casos de dispensa sem justa causa, inclusive a indireta, de culpa recíproca, de força maior e extinção do contrato de trabalho em decorrência de acordo entre empregado e empregador, o empregado terá o direito de sacar a totalidade de seu FGTS acumulado em sua conta vinculada. Essa possibilidade atende de forma completa à função inicial do FGTS, que era assegurar o recebimento de aproximadamente uma remuneração por ano trabalhado em caso de demissão, extinguindo a estabilidade existente antes desse dispositivo (Lei nº 13.467/17).
A prescrição da possibilidade de cobrança relativa às parcelas remuneratórias para o FGTS é de dois anos, limitado a cinco anos retroativos a partir da entrada da ação em juízo. Isso garante que o empregador que incorrer nesse tipo de falta não poderá ser acionado se o empregado esperar por um período superior a dois anos do fim do vínculo empregatício para requerer o direito ao recebimento.
As multas que incidem sobre o saldo do FGTS em caso de demissão sem justa causa, denominadas como multas do FGTS, são uma obrigação que o empregador tem em percentual de 40% de indenização para o empregado e de 10% de imposto para o governo sobre o mesmo valor.
DEMISSÃO EM ACORDO ENTRE AS PARTES
No caso de demissão em acordo entre as partes, essa multa é reduzida pela metade, ficando em 20% dos saldos do empregado na sua conta vinculada do FGTS.
DISPENSA POR CULPA RECÍPROCA
A dispensa por culpa recíproca também reduz o percentual normal da multa do FGTS, nesses casos o percentual é de 20%, como no caso da demissão por acordo entre as partes.
PEDIDO DE DEMISSÃO
Nos casosem que os empregados pedem demissão não há a incidência da multa de 40% s
IRRF ― IMPOSTO DE RENDA RETIDO NA FONTE
O Imposto de Renda de Pessoa Física (IRPF) no Brasil tem duas modalidades de pagamento dos valores que incidem sobre os salários e as demais verbas das pessoas que possuem vínculo empregatício. A primeira é o Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) e a segunda é na declaração anual do imposto de renda, quando esse trabalhador procede com os ajustes dos valores pagos, podendo ter que pagar ou receber a diferença gerada pelas informações prestadas.
Esse IRPF tem como atributos ser:
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Direto
Progressivo
Pessoal
A constituição fala desses atributos que o IR e outros impostos devem ter, sendo eles os artigos 145 e 158, conforme você verá adiante.
CF/88 Art. 145 - § 1º
Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte.
Quando o empregado recebe seus salários e demais rendas, esses são tributados diretamente na fonte, ou seja, o empregador deve reter o valor percentual do imposto descontando do valor bruto do salário do empregado.
É importante ressaltar que a contribuição previdenciária não entra na base de cálculo do IRPF, pois seus benefícios futuros, os proventos da aposentadoria ou pensão, serão tributados no porvir, quando do recebimento do benefício.
Na declaração do Imposto de Renda, quando é feito o ajuste anual, o empregado deverá declarar outras rendas que tiver.
Exemplo
Uma dessas rendas que o empregado deve declarar é o recebimento de aluguéis, se tiver imóveis em locação, ou a rentabilidade de aplicações financeiras, se tiver valores aplicados em bancos ou outra instituição financeira. Nesse ajuste anual, o empregado pode também apresentar algumas despesas dedutíveis, como despesas com escolas ou despesas médicas, o que pode gerar uma devolução de imposto retido na fonte.
A empresa, que fica obrigada a reter o IRRF de seus funcionários, passa a ser depositária fiel, ou seja, ela passa a ser responsável pelo recolhimento aos cofres públicos dos valores retidos dos funcionários. Se ela descontar o valor do empregado e não o repassar à Receita Federal, cometerá crime de depositário infiel. Essa questão é muito importante, pois a empresa que se torna responsável pelo pagamento do imposto pode sofrer sanções se não proceder de forma correta e diligente.
Saiba mais
O Imposto de Renda no Brasil é regido pelo código Tributário Nacional e pela Lei nº 9.250/95 e demais leis posteriores, além da Instrução Normativa nº 1500 emitida pela Receita Federal do Brasil. Essas legislações, além de outras, regem todos os passos, as incidências e deduções passíveis de serem abrangidas pelo IRPF em seus ajuste anual. Elas também tratam das alíquotas que devem ser aplicadas no momento da retenção e do recolhimento do IRRF.
O IR é um imposto que tem incidência progressiva sobre a renda em geral. Essa sua característica é válida para todas as pessoas físicas, independentemente de serem empregadas ou não. Para as pessoas que têm vínculo empregatício, essa progressividade impacta diretamente no IRRF que é descontado de seus salários, sendo que o valor descontado é calculado segundo a tabela progressiva.
	Tabela: Faixas do IRRF e dos percentuais de abatimentos.
Extraída de Impostoderenda.org
	Base de cálculo (R$)
	Alíquota (%)
	Parcela a deduzir do IRPF (R$)
	Até 1.903,98
	-
	-
	De 1.903,99 até 2.826,65
	7,5
	142,8
	De 2.826,66 até 3.751,05
	15
	354,8
	De 3.751,06 até 4.664,68
	22,5
	636,13
	Acima de 4.664,68
	27,5
	869,36
O valor do IRRF dos trabalhadores com vínculo empregatício será calculado considerando-se o valor bruto do salário-base, acrescido de todas as outras verbas que se incorporam a ele deduzindo a contribuição para a previdência. Sobre o valor resultante, é aplicada a alíquota correspondente à faixa em que o valor se encaixar, resultando em um valor de imposto a ser pago. Com esse valor calculado, é feito o abatimento do valor a deduzir, ou seja, se o valor do salário básico do empregado ficou na faixa de R$ 1.903,99 até R$ 2.826,65, a alíquota será de 7.5% e o desconto, de R$ 142,80 sobre o valor do imposto calculado.
Com essa forma de cálculo, o IRPF desconta a isenção para a faixa do salário anterior ao deduzir do valor a pagar os valores apresentados na terceira coluna da tabela apresentada anteriormente (tabela de faixas do IRRF). Isso quer dizer que, quando o valor é retido, a faixa de salário que teria isenção é mantida e o imposto só incide sobre o valor que ultrapassar os pisos.
Exemplo
Se uma pessoa receber salário acima do teto de R$ 4.664,68, pagará 27,5% apenas sobre o valor que ultrapassar esse teto. Para as faixas de valores inferiores será aplicado o percentual de cada faixa. É essa progressividade por faixa que o valor do desconto da terceira coluna está operacionalizando, em vez de fazer os cálculos por faixa, usa-se um valor de dedução que funciona da mesma forma e que é muito mais fácil de operar.
Essa progressividade do IR é ditada pelo Código Tributário Nacional e pela Constituição Federal de 1988, que recepcionou o código e que procura dar a esse imposto a característica de progressividade aqui explicada. Dessa forma, o legislador procurou adequar o peso do imposto isentando os mais pobres e o incidindo com maior peso sobre aqueles com maior renda. No entanto, parte dessa progressividade foi anulada, pois o IRPF já deveria ter suas faixas de desconto reajustadas há muito tempo. Essa postura do governo em não reajustar as faixas produz um aumento de carga tributária sobre os trabalhadores, pois como seus salários são corrigidos anualmente, a incidência vai crescendo e atingindo cada vez mais pessoas, ampliando a base de arrecadação do governo.
Por fim, vale destacar que existem diversas propostas de alteração das alíquotas sendo estudadas pelo Congresso Nacional. Algumas apenas corrigem os valores das faixas de alíquotas, outras modificam essas faixas criando ou diminuindo a quantidade de faixas, e ainda há aquelas que procuram melhorar a forma como esse imposto incide, simplificando a sua aplicação ou forma de cálculo. Cada uma dessas propostas está em estudo e pode ser incluída em uma possível reforma tributária com proposta no Congresso Nacional. No entanto, a maioria das características desse imposto tende a ser mantida, pois ele tem esse formato, como é aplicado no Brasil, em quase todos os países do mundo.
O IRRF é recolhido pela União, que é obrigada a repassar o percentual de 49% do total arrecadado para os estados e municípios, além de alguns fundos constitucionais, que são repartidos conforme dita as letras do inciso I do artigo 158 da CF/88. Além desses valores repassados, a Constituição Federal de 1988 destinou os valores que os estados e municípios podem arrecadar a título de IRRF de seus funcionários e demais arrecadações para o próprio ente que o arrecadou, que não precisa repassá-los para a União.
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CF/88 - ART. 158
Pertencem aos Municípios:
I — do produto da arrecadação dos impostos sobre renda e proventos de qualquer natureza e sobre produtos industrializados, 49% (quarenta e nove por cento), na seguinte forma: (Redação da EC 84/2014)
a) vinte e um inteiros e cinco décimos por cento ao Fundo de Participação dos Estados e do Distrito Federal;
b) vinte e dois inteiros e cinco décimos por cento ao Fundo de Participação dos Municípios;
c) três por cento, para aplicação em programas de financiamento ao setor produtivo das Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, através de suas instituições financeiras de caráter regional, de acordo com os planos regionais de desenvolvimento, ficando assegurada ao semiárido do Nordeste a metade dos recursos destinados à Região, na forma quea lei estabelecer;
d) um por cento ao Fundo de Participação dos Municípios, que será entregue no primeiro decêndio do mês de dezembro de cada ano; (Incluída pela EC 55/2007);
e) 1% (um por cento) ao Fundo de Participação dos Municípios, que será entregue no primeiro decêndio do mês de julho de cada ano; (Incluída pela EC 84/2014) (Vide EC 84/2014)
§ 1º Para efeito de cálculo da entrega a ser efetuada de acordo com o previsto no inciso I, excluir-se-á a parcela da arrecadação do imposto de renda e proventos de qualquer natureza pertencente aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, nos termos do disposto nos arts 157, I, e 158, I.
§ 3º Os Estados entregarão aos respectivos Municípios vinte e cinco por cento dos recursos que receberem nos termos do inciso II, observados os critérios estabelecidos no art. 158, parágrafo único, I e II.
EMPRÉSTIMO CONSIGNADO
O empréstimo consignado é uma forma de empréstimo em que o banco ou a instituição financeira fica autorizada a descontar o valor da prestação diretamente do salário do empregado. Como a CLT proíbe qualquer desconto em folha de pagamentos que não esteja autorizado em lei, foi criada a Lei nº 10.820/03, alterada pela Lei nº 13.172/15, que incluiu a possibilidade de desconto em folha de parcelamento do cartão de crédito.
A legislação pertinente ao tema permite que seja descontado do salário do empregado, a título de pagamento de empréstimo consignado, 30% de seu valor. Além desse percentual, a Lei nº 13.172/15 permitiu um desconto extra de 5%, somando 35%, para pagamento de acordos de parcelamento de valores devidos em cartão de crédito. Esse limite é muito importante, pois garante que o trabalhador não comprometerá sua sobrevivência por meio de empréstimos consignados.
Bancos e instituições financeiras que querem operar nesse mercado devem seguir todas as regras contidas na Lei nº 10.820/03 e posteriores modificações. Nessas leis e nesses regulamentos o legislador procurou proteger o empregado que desejasse utilizar essa modalidade de empréstimo, além de garantir ao banco a possibilidade desse desconto, já que o valor do salário do empregado é considerado indisponível para descontos diversos.
Atenção
Um ponto importante a ser apresentado é que a autorização dada à instituição financeira para o desconto é irretratável e irrevogável. Isso quer dizer que após assinado o contrato, o empregado não terá direito de desistir da operação, ou de alguma forma revogar a autorização para o desconto em folha de pagamento. Essa regra procura trazer segurança jurídica às empresas financeiras que negociarem esse tipo de empréstimo com seus clientes.
A lei que trata do empréstimo consignado define o empregador como “a pessoa jurídica assim definida pela legislação trabalhista e o empresário a que se refere o Título I, do Livro II, da Parte Especial da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 ― Código Civil”, e define o empregado como “aquele assim definido pela legislação trabalhista”. Além dessas definições, ela trata também de definir quem é a instituição consignatária, ou seja, o banco ou instituição financeira que está fazendo o empréstimo ao empregado, e o faz da seguinte forma: “instituição consignatária, a instituição autorizada a conceder empréstimo ou financiamento ou realizar operação com cartão de crédito ou de arrendamento mercantil”.
Para além das definições, a legislação estabelece as obrigações dos empregadores já em seu terceiro artigo.
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SÃO OBRIGAÇÕES DOS EMPREGADORES:
Conceder ao empregado e à instituição consignatária, mediante solicitação formal do primeiro, as informações necessárias para a contratação da operação de crédito ou arrendamento mercantil.
Disponibilizar aos empregados, assim como às respectivas entidades sindicais que as solicitem, as informações referentes aos custos operacionais decorrentes da realização da operação objeto desta lei.
Efetuar os descontos autorizados pelo empregado. Isso ocorre inclusive sobre as verbas rescisórias, repassando o valor à instituição consignatária na forma e no prazo previsto em regulamento.
A maioria dessas obrigações procura dar transparência a todo o processo de consignação e garantir que a empresa não se aproveitará dessa condição para efetuar descontos indevidos ao empregado.
O parágrafo primeiro do mesmo artigo coloca que “é vedado ao empregador impor ao mutuário e à instituição consignatária escolhida pelo empregado qualquer condição que não esteja prevista nesta lei ou em seu regulamento para a efetivação do contrato e a implementação dos descontos autorizados”. O legislador procurou trazer ao empregado liberdade de escolha quanto à instituição em que fará o seu empréstimo ou financiamento. Essa liberdade garante maior concorrência entre os ofertantes e traz maiores vantagens ao contratante, no caso, o empregado.
O parágrafo segundo do mesmo artigo garante a possibilidade de o empregador cobrar do empregado o custo que tiver para operacionalizar a consignação e o pagamento dos valores descontados deste e repassados aos bancos e às instituições financeiras. Ainda dentro das obrigações do empregador, este fica obrigado a apresentar os demonstrativos dos descontos ao empregado, para que possa conferir se os valores descontados estão de acordo com os contratos firmados com o banco ou a financeira que fez o empréstimo.
Por fim, vale destacar que os descontos têm preferência por ordem cronológica de aceite, ou seja, os mais antigos têm preferência sobre os mais novos em caso de atingimento do limite estabelecido nessa lei. Essa preferência obriga os bancos e as instituições a verificarem com antecedência se o empregado tem margem em seus recebimentos para assumir um novo empréstimo consignado.
Dois pontos devem ser destacados:
O primeiro é que a empresa pode firmar acordo com instituição e sindicato que garanta condições gerais para os empregados em empréstimos consignados, normalmente melhores que os praticados no mercado, desde que isso não acarrete custos para os empregados.
O segundo é que o empregador é o responsável por prestar todas as informações relativas aos descontos, como também pelo próprio desconto e repasse dos valores para a instituição que fez a operação de crédito ou o financiamento com o empregado.
Os aposentados e pensionistas também podem usufruir da prerrogativa de fazer empréstimos consignados com desconto nos pagamento dos seus proventos e das suas pensões. Os aposentados por fundos de pensão públicos ou privados também possuem essa prerrogativa, ficando ambos autorizados a realizarem os descontos nos proventos e nas pensões de seus segurados.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Procuramos, com os diversos aspectos legais tratados, dar um panorama das tributações incidentes sobre toda a folha de pagamentos, abrangendo tanto programas que beneficiam diretamente o trabalhador (como o PAT), como programas que o beneficiam de forma indireta (como o Sistema “S”). Todos esses programas, além das demais questões aqui tratadas, demonstram que o legislador brasileiro procurou garantir uma série de proteções aos empregados, buscando desde a garantia de um fundo como o FGTS para casos de demissão à construção e ao dimensionamento de sistemas de aposentadoria para segurar os trabalhadores em suas velhices.
Essas definições utilizadas procuram dar ao empregado proteção, principalmente aos de baixa renda, como é o caso do salário-família. Também tratamos de questões relacionadas à proteção da educação, uma vez que o salário-educação procura fomentar o desenvolvimento da educação básica, incentivando financeiramente inciativas e ações voltadas para o desenvolvimento e a inclusão na educação básica do Brasil.
Por fim, os impostos como a contribuição previdenciária tanto do empregado como do empregador garantem que os empregados terão uma proteção quando se aposentarem ou mesmo em momentos de doença ou licenças, como as das mulheres que estão próximas de dar à luz. Essa contribuição garante todo esse arcabouço de ações, além de servir para a seguridade socialcomo um todo.
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