Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
HEMORRAGIA PÓS-PARTO EPIDEMIOLOGIA 14 000 000 casos gravos por ano Principal causa de morte materna no mundo Segunda causa de morte materna no Brasil Principal causa é a atonia uterina ● 1:10 partos vaginais→ evoluem para hemorragia pós-parto sem estar relacionado a fatores de risco ● 3:100 partos (forma grave) ● 3,5:1000 partos (transfusão [ ]) ● Histerectomia em 2,5:1000 partos ● 50% não tem fatores de risco ● Aumento de casos por cesarianas ● (01 morte materna/4 min) ● 360 mortes maternas/dia ● Maioria das mortes é evitável DEFINIÇÃO Hemorragia pós-parto Perda sanguínea cumulativa após parto: ≥ 500ml em Parto Vaginal ≥ 1000 ml em Parto Cesariana Qualquer perda sanguínea capaz de causar instabilidade hemodinâmica → caso não consiga quantificar a quantidade de sangue Hemorragia pós-parto maciça Sangramentos superiores a 2000 ml/24h Pacientes que necessitam de transfusão mínima de 4 [hemácias] Queda de Hb>4g/dL → EX: chega com hb de 12 após o parto hb de 8 FATORES DE RISCO Alerta para mulheres que podem evoluir para hemorragia maciça. Alterações da cavidade uterina = grande risco → gestações gemelares ● sobreposição uterina ● TP prolongado, induzido, obstruído ou precipitado ● corioamnionite ● pré-eclâmpsia ● anemia materna ● hemorragia anteparto ● acretismo placentário ● placenta prévia ● parto fórceps/ vácuo-extrator ● uso de uterotônicos na assistência TP ● coagulopatias (genética ou adquirido) ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO Baixo risco ausência de cicatriz uterina gravidez única < ou igual a 3 partos vaginais prévios ausência de distúrbio de coagulação sem história de HPP Médio risco - gestação gemelar, macrossomia gestacional cirurgia uterina prévia pré-eclâmpsia leve hipertensão gestacional leve superdistensão uterina > ou igual a 4 partos vagiais→ cicatriz uterina corioamnionite história prévia de atonia uterina obesidade (IMC > 35 kg/m²) indução de parto Alto risco pré-eclâmpsia grave Ht < 30% + fatores de risco Plaquetopenia < 100.000/ mm³ sangramento ativo à admissão coagulopatias; anticoagulantes descolamento prematuro de placenta placentação anômala > ou igual a 2 fatores de médio risco DIAGNÓSTICO Perdas sanguíneas + alteração de parâmetros clínicos (75% das hemorragias ocorrem 40 minutos após o parto) Como quantificar a perda sanguínea? 1. Estimativa visual (OMS): 40% de subestimação; → não é mais utilizado 2. Pesagem de compressas e gaze (pré e pós parto);→ funciona para partos cirúrgicos; 1g de sangue na compressa = 1 ml de sangue 3. Saco coletor sanguíneo (utilizar após saída de líquido amniótico - parto vaginal);→ problema é que mistura com o líquido amniótico 4. Índice de choque: medida mais fidedigna a perda sanguínea; Se maior que 0,9 indica maior probabilidade de transfusão de hemoconcentrados. ÍNDICE DE CHOQUE IC= FC/ PAS IC= índice de choque FC= frequência cardíaca cardíaca PAS= pressão arterial sistólica - reavalia enquanto a paciente tiver sangramento ativo Essa tabela era usada anteriormente - serve para realizar uma estimativa clínica dependendo do grau de choque da paciente No máximo 60 min para diagnosticar, realizar manobras e indicar tratamento cirúrgico MANEJO ATIVO DO 3° PERÍODO - profilaxia Tração controlada do cordão umbilical Manobra de Brandt-Andrews→ proporciona dequitaçao abreviada e diminuição do sangramento Clampeamento oportuno de cordão Estudos não mostram relevância quanto a HPP Ocitocina profilática → para o útero contrair e ocorrer o tamponamento dos vasos uterinos Parto vaginal: 10 UI de ocitocina IM após desprendimento de ombro anterior ** Parto cesariano: regra dos três 03 UI ocitocina EV em 03 min + manutenção em BIC** - em 30 seg - até 3 vezes Vigilância e massagem uterina Papel importante realizado pela equipe multidisciplinar (obstetra, enfermeira, auxiliares, anestesista) Tônus uterino a cada 15 min Acompanhante como ferramenta fundamental na vigilância principalmente nas primeiras horas (2h) → fica observando e avisa a equipe PROFILAXIA DE HPP - parto cesariana Se a profilaxia não funcionar→ inicia o tratamento TRATAMENTO GOLDEN HOUR: relação entre tempo e sobrevida da paciente diante do choque hemorrágico - deve ser feito tudo ao mesmo tempo Chamar ajuda: Trabalhar em equipe multidisciplinar SEMPRE! (Obstetra, anestesista, enfermeira, auxiliares) Massagem uterina: Manobra de Hamilton e Chantrapitak, se atonia uterina Acesso venoso calibrosos (GELCO 14/16): Infusão de cristalóides (SF ou RL) + laboratoriais: hmg, coagulograma, ionograma, prova cruzada, fibrinogênio, lactato, gasometria. Oxigenoterapia: Máscara facial com O2 a 10L/min Sinais clínicos e vitais: Monitorização contínua SVD para quantificar diurese e taxa de filtração glomerular → precisa fazer o índice de choque DETERMINAR A CAUSA DA HEMORRAGIA PÓS-PARTO O controle do sítio de sangramento é a medida mais eficaz! TEORIA DOS 4T: Tônus, Trajeto, Tecido, Trombina TÔNUS 70% dos casos - Atonia uterina TRAUMA 19% dos casos Lacerações, hematomas, inversão e rotura uterina TECIDO 10% dos casos - Retenção placentária TROMBINA 1% dos casos - Coagulopatias TÔNUS (ATONIA) - 70% de todos os casos de Hemorragia Pós-Parto Medicamentoso Administração de ocitocina EV/IM Utilização de Derivados do Ergot Prostaglandinas (VO ou VR) Não cirúrgico Manobras de compressão uterina Balões de tamponamento intrauterino TAN - Traje Antichoque Não Pneumático Cirúrgico Suturas hemostáticas Histerectomia Total / Histerectomia Parcial Tratamento medicamentoso para atonia uterina Ácido Tranexâmico (primeira medicação independente da causa, ou seja, antes de identificar a causa), ocitocina, derivados de Ergot e prostaglandinas Tratamento não cirúrgico para atonia manobras de compressão uterina - faz a manobra até o útero responder - as manobras são feitas junto com as outras medidas - a mais usado é hamilton Balões compressivos intrauterinos - fica com o balão pelo menos 24 hrs - desinsuflar aos poucos Traje antichoque não pneumático Redução da velocidade do sangramento, necessidade de hemotransfusão e de cirurgias adicionais. Facilitação para a obtenção de acesso venoso Manutenção do seu uso durante abordagens perineais (cirúrgica e clínica) e laparotomia Ganho de tempo extra para o diagnóstico, ressuscitação volêmica, tratamento medicamentoso e transferências de pacientes Tratamento cirúrgico Ligaduras vasculares e suturas compressivas (B-Lynch, CHO) B-lynch→cria um “suspensório” no útero CHO → transfixa da parede anterior até a posterior→ olaba as paredes intrauterinas (tamponamento) Histerectomia Puerperal - se as medidas anteriores não funcionarem Damage control Após a retirada do útero, paciente mantendo quadro de sangramento Compressas infindáveis Abdome aberto, com compressas ou filme poliestireno Reabordargem após 48 horas de estabilidade hemodinâmica QUANDO TRANSFUNDIR Segundo quadro clínico da paciente (IC) Para 1 concentrado de hemácia→ 01 (hemácias), deve fornecer: 01 (plasma fresco congelado) 01 (crioprecipitado) 01 unidades de plaquetas metas terapêuticas: - Hb > 8g/dl - Ht entre 21-24% - fibrinogênio > 200 mg/ dL - plaquetas > 50.000/ mm³ - TP (INR) < + 1,5 - 1,7 TRAUMA 19% de todos os casos de hemorragia pós-parto Lacerações: revisão de canal de parto (avaliar exploração cirúrgica, hemostasia e rafia) Laceração perineal - laceração perineal 1° grau: lesão apenas do epitélio vaginal ou pele perineal - laceração perineal de 2° grau: lesão do perineo que preserva o complexo do esfíncter anal, mas envolver os músculos perineais - bulboesponjosos e tranverso superficial - laceração perineal 3° grau: 3a→ laceração de < 50% do esfincter anal externo (EAE); 3b → laceração > 50% do EAE, mas o esfíncter anal interno (EAI) permanece intacto; 3c→ laceração de EAE e EAI - laceração perineal 4° grau: o corpo do períneo, todo o complexo do esfíncter anal e a mucosa anorretal estão lacerados Hematomas: realizar abordagem cirúrgica caso necessário, drenandoconteúdo Rotura uterina: laparotomia exploradora imediata; revisar segmento uterino após parto vaginal em pacientes com cesariana prévia - sinal da ampulheta = indica que o útero vai romper Inversão uterina: manobra de taxe; laparotomia exploradora/ balões de tamponamento Manobra de Taxe - em ambiente controlado centro cirúrgico + anestesia TECIDO Retenção placentária realizar extração manual placentária Restos placentários avaliar necessidade de: - curagem uterina - curetagem uterina manobra de jacobs Acretismo placentário embolização de vasos pélvicos avaliar histerectomia com placenta em sítio se conduta conservadora: METOTREXATE A: acreta→ adere ao miométrio (80% dos casos) B: increta→ invade o miométrio (15% dos casos) C: percreta→ perfura o peritônio e pode invadir órgãos adjacentes (5%)→ histerectomia TROMBINA 10% de todos os casos Diagnóstico: história prévia de deficiências específicas, (doença de Von Willebrand), uso de anticoagulantes, sangramento excessivo intraoperatório (CIVD), plaquetopenia, hipofibrinogenemia Tratamento específico + transfusão: transfusão de hemoconcentrados, plasma fresco congelado, plaquetas, crioprecipitados, fatores de coagulação, protamina Tratamento adjuvante: traje antichoque não pneumático (TAN); cirurgia: ficar atento; damage control, se CIVS intraoperatório
Compartilhar