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Pontes 01 Aula 01: Tipos de pontes Apresentação Nesta aula, veremos que as pontes são utilizadas para ultrapassar obstáculos e como marcos visuais e expressão de poder, tanto de domínio científico como econômico. As pontes são construções que permitem interligar pontos separados por rios, mares ou vales, ou outros obstáculos naturais ou artificiais, permitindo sua transposição por pessoas, veículos ou produtos. No início, eram formadas por troncos ou pedras caídos sobre rios, mas foram rapidamente reproduzidas pelo homem primitivo para ultrapassar os obstáculos que o impediam. As pontes possuem tipos diferentes e podem ser classificadas quanto ao uso em ferroviárias, rodoviárias e passarelas. Objetivos Ilustrar a evolução das pontes; Identificar os tipos de pontes de acordo com o seu uso. surgindo assim as primeiras pontes em madeira e as pontes em arco, feitas em pedra, vistas inicialmente na Mesopotâmia 4.000 anos a.C. e com maior presença em 500 a.C. na Grécia, devido ao desenvolvimento dessa sociedade. Mesmo que inicialmente as pontes em arco tenham sido difundidas pelos gregos, elas foram aperfeiçoadas pelos romanos, chegando a um estágio de desenvolvimento só ultrapassado séculos depois. Diferente das pontes mais antigas, as pontes romanas usavam uma sucessão de arcos para ultrapassar seus obstáculos, em um sistema semelhante aos aquedutos e, além disso, introduziram a argamassa na construção, mantendo a estrutura resistente mesmo submersa. A Renascença, além de trazer para a humanidade avanços na ciência e nas artes, também trouxe novas tecnologias e métodos construtivos. Nessa época surgiram as pontes de treliça amplamente difundidas pela Corps des Ponts et Chaussées, criada por Luís XIV com a responsabilidade de conservar as estradas e pontes da França. Essa iniciativa do monarca francês inspirou a criação da École des Ponts et Chaussées, a primeira instituição de ensino superior voltada para a engenharia civil. Construída no ano de 1900 com o incentivo de Luís XIV, a ponte Alexandre, em Paris, é de treliça e continua em total atividade. Durante a Renascença, novas técnicas e teorias matemáticas foram criadas, alavancando a construção civil. Nessa mesma época a ponte em arco romana sofreu uma releitura, passando a ter linhas mais arrojadas, além de agregar habitações à sua estrutura. A ponte Vecchio, em Florença, é um exemplo dessa nova concepção de pontes que foram difundidas durante todo esse período, tendo fim na Revolução Industrial. Com a Revolução Industrial, ou seja, com a introdução da máquina ao processo de construção, que antes era manual e rudimentar, passou a ser possível criar peças e componentes padronizados em grandes volumes e com rapidez. Com esse avanço tecnológico, gradativamente a pedra passou a ser substituída pelo aço, iniciando uma nova era na construção de pontes, pois, com a melhor utilização do aço, passou a ser possível a construção de pontes mais largas e com vãos maiores, aumentando consideravelmente a sua capacidade de carga e a superação dos obstáculos. Ainda em meio à Revolução Industrial, o próximo passo no desenvolvimento das pontes veio com o uso de fundações mais profundas e rígidas, o que permitiu a construção em ambientes marinhos agressivos. Para isso, grandes cilindros metálicos, usualmente chamados de tubulões, passaram a ser utilizados, o que trouxe uma enorme evolução tecnológica em sua infraestrutura. Hoje as pontes são projetadas e planejadas objetivando vencer o maior vão possível com o menor tempo de construção e gastando a menor quantidade de recursos. Segundo Brown (1993), essa abordagem projetual tem origem na ponte Bailey construída pelos britânicos durante a Segunda Guerra Mundial para avançar com as suas tropas rapidamente sobre os rios. Para tal, eram utilizadas vigas e pilares de aço pré-fabricados e montados in loco, finalizadas com o acréscimo do tabuleiro. Segundo Brown (1993), essa abordagem projetual tem origem na ponte Bailey construída pelos britânicos durante a Segunda Guerra Mundial para avançar com as suas tropas rapidamente sobre os rios. Para tal, eram utilizadas vigas e pilares de aço pré-fabricados e montados in loco, finalizadas com o acréscimo do tabuleiro. O futuro das pontes está na utilização de novos materiais como o alumínio e a fibra de vidro, além da busca por mais economia, segurança e qualidade de sua estrutura. Essas pontes vencem grandes vãos utilizando novas ligas metálicas e materiais avançados em sua estrutura. Em sua operação, as novas pontes são controladas por computadores e sensores, onde dados são processados e geram informações como as condições do tráfego. No Brasil, um marco foi a construção da ponte Rio-Niterói, obra desenvolvida pelo Exército Brasileiro e inaugurada em 1974 pelo então presidente Emílio Garrastazu Médici, tendo como base construtiva o concreto e o aço. Destaca-se, na ponte Rio-Niterói, a altura do seu vão central com 72 metros de altura e 300 metros de largura, construído com estrutura de aço. As pontes podem ser classificadas quanto ao uso em: Pontes ferroviárias Trânsito de trens. Pontes rodoviárias Trânsito de veículos rodoviários de uso coletivo e/ou individual. Passarelas Trânsito de pessoas. Pontes ferroviárias Segundo Thomaz (1975), as pontes ferroviárias são utilizadas para auxiliar trens na ultrapassagem de obstáculos, principalmente os que alterem muito a elevação da linha férrea, como rios e montanhas. As ferrovias possuem muitas pontes férreas a fim de manter sua declividade longitudinal baixa, pois as normas técnicas vigentes para essa construção estabelecem 1% como declividade máxima, ou seja, para subir 1 metro é necessária uma rampa com 100 metros de comprimento. Segundo Thomaz (1975), em uma linha férrea o peso do trem é descarregado no trilho, que o transmite para os dormentes, ou seja, as tábuas de madeira que suportam os trilhos, que por sua vez o descarrega sobre a camada de brita e após esse estágio o peso é distribuído de maneira bastante descentralizada no terreno natural. No caso das pontes ferroviárias, o peso do trem é descarregado sobre o trilho e consequentemente sobre a estrutura da ponte ferroviária. Por esse motivo, há total atenção no projeto da estrutura dessas pontes, sendo utilizado em muitos casos grandes perfis metálicos e treliças, com perfis em cantoneira, em formato de “L”, que apresentam maior resistência do que perfis quadrados. Pontes rodoviárias Segundo Pedro (2007), as pontes rodoviárias possuem a função de auxiliar veículos motorizados ou não, de uso individual ou coletivo, a ultrapassar obstáculos naturais e/ou artificiais. Quando os obstáculos são rios ou córregos, as pontes rodoviárias são chamadas simplesmente de pontes e quando o obstáculo são ruas ou avenidas as pontes rodoviárias são chamadas de viadutos. As pontes rodoviárias são constituídas por tabuleiro, pilar, aparelhos de apoio, encontro de ponte e fundações. Além das pontes de tirante, que são pontes suspensas por estais e mastros, as pontes rodoviárias também são classificadas como: Pontes em viga - suspensas por vigas de aço, madeira ou concreto; Pontes em arco - de pedra, aço ou concreto, suspensas por um ou uma sucessão de arcos sob o tabuleiro; Pontes suspensas – sustentadas por cabos. Pilares e Cargas nas Fundações A Infraestrutura é a Fundação Rasa e/ou a Fundação Profunda dos Viadutos e Pontes. Quando é realizada a construção de viadutos, ou seja, havendo a necessidade de elaborar fundações localizadas em ambiente seco, são usados os métodos construtivos convencionais. Mas, por outro lado, quando as fundações estão dentro de um corpo hídrico, a construção de Pontes deve utilizar métodosmais avançados. Atenção As Fundações são importantes, pois recebem as cargas verticais e horizontais atuantes na Mesoestrutura, que são provenientes do Tabuleiro, sendo estas as Cargas Móveis e o peso dos elementos da própria Mesoestrutura. Estas cargas são transmitidas à infraestrutura através dos Pilares das Pontes. O dimensionamento dos Pilares deve seguir os parâmetros da NBR 6118 (2003), dimensionamento de Estruturas de Concreto Armado, onde a combinação de cargas para fins de dimensionamento é expressa pela seguinte equação: Fd= 1,4gk + 1,68Fq1k Onde: gk – É a Carga Permanente Total em kN, sendo a soma de elementos permanentes da estrutura como Guarda-corpo, Estrutura de Concreto, Guarda- Rodas de Concreto e Pavimentação. g1k – São as Cargas Variáveis. Em Pontes construídas em um corpo hídrico com uma lâmina d’água pequena, deve-se construir a infraestrutura com fundações diretas, devendo assim ser executadas dentro de ensecadeiras. As fundações rasas ou fundações diretas são as que estão assentadas em profundidades não menores que 1,50 metros e não superiores a duas vezes a menor dimensão da fundação. Segundo o DNER (1996), para a utilização de fundações diretas superficiais, em sapatas de concreto armado ou em blocos de concreto simples, deve-se analisar a resistência e possível deformidade na camada de assentamento da fundação, sempre em terreno natural, e no solo subjacente, inclusive pela pressão admissível sobre o terreno da fundação. A profundidade do assentamento de uma fundação direta deve estar suficientemente próximo da superfície para que a implantação das sapatas não gere grandes escavações ou possam interferir negativamente nas estruturas próximas. O cálculo da fundação direta ou rasa, neste caso a Sapata, é expresso pela seguinte equação: S= Nmáx./σadm. O nível de assentamento da fundação deverá respeitar, sempre que possível, a localização em uma mesma camada de solo, de modo a reduzir os recalques localizados. Quando as fundações estão situadas em camadas não uniformes, sempre deve-se levar em consideração a possibilidade da ocorrência destes recalques localizados. As fundações diretas podem ser construídas dentro de estacas prancha ou até mesmo barragens de terra formadas com a movimentação de terra. Nas duas técnicas, são formadas valas a céu aberto que permitem suportar os empuxos de água. A construção da Infraestrutura, utilizando fundação direta e ensecadeiras em estaca prancha dentro de um corpo hídrico com uma lâmina d’água pequena. Segundo Stucchi (2006), para a construção de fundações profundas, quando a lâmina d’água é pequena deve ser montada uma plataforma estaqueada provisória, onde são executadas as fundações definitivas que, por serem profundas, podem ser pré-moldadas, escavadas, tubulões e caixões. Segundo Stucchi (2006), no caso de corpos hídricos com Lâmina d’água grande, as duas soluções anteriores não podem ser utilizadas, pois a pressão da água é excessiva devido à altura da sua lâmina d’água. Desse modo, opta-se pelas fundações profundas com o auxílio de barcaças. As barcaças devem ser suficientemente grandes para suportar os equipamentos para a perfuração, os guindastes, as betoneiras e todos os materiais usados na construção das fundações. Para que haja precisão na locação das fundações, estas barcaças são fixadas às margens dos corpos hídricos por cabos e em corpos hídricos mais largos, como baías e mares, elas podem ser ancoradas no fundo. Sua escolha depende da análise técnica do responsável pela construção e do escopo técnico/financeiro da obra, que está diretamente relacionado à resistência da fundação, contendo a capacidade de carga a níveis diferentes, tanto do solo como dos elementos da fundação. Outro fator que interfere diretamente na escolha são as condições de acesso ao local, com sua necessidade de deslocamento dos equipamentos e as características do subsolo, como problemas para o alargamento da base dos tubulões, a posição do lençol freático e profundidade necessária para a fundação. As fundações profundas também devem ser executadas quando a camada resistente está situada muito abaixo da superfície, mesmo quando a lamina d’água for pequena. Principalmente as Fundações Profundas instaladas em lâmina d’águas profundas devem ser calculadas prevendo a ocorrência de Ações Excepcionais. Como já visto anteriormente, as Ações Excepcionais são aquelas que possuem uma curta duração em sua ocorrência e ocorrem raramente durante toda a vida útil da construção, mas devem ser previstas no projeto das Pontes. No caso das fundações, a pior Ação Excepcional que pode ocorrer é o choque de embarcações. Esses choques são mitigados em Pontes com a Inclusão de dispositivos chamados Defensa, que são capazes de proteger a estrutura contra esse tipo de acidente, o que torna desprezível a verificação sobre a estrutura principal. Segundo o DNER (1996), as Fundações em Estaca podem ser classificadas de acordo com diversos critérios, sendo mais comuns as classificações de acordo com: De acordo com o material utilizado podem ser classificadas como: Estacas de Madeira As estacas de madeira possuem restrições que tornam desaconselhável a sua utilização na fundação de Pontes devido a sua pouca resistência a variações excessivas no nível dos corpos hídricos. Por esse motivo, a resistência e a estabilidade das estacas de madeira devem ser verificadas periodicamente, pois as mudanças aceleram a sua degradação. Estacas de concreto Segundo o DNER (1996), as estacas de concreto são divididas em pré-moldadas e moldadas in loco, sendo que as estacas pré-moldadas possuem boa capacidade de carga e podem ser empregadas em todo tipo de solo, estando acima ou abaixo do nível da lâmina d’água. Estas estacas atravessam terrenos rígidos e compactos sem romper, mas não é aconselhável que sejam usadas em solos arenosos com pedras ou pedregulhos. Por outro lado, as estacas de concreto moldadas in loco são alocadas em posições planejadas nos projetos, enchendo assim as perfurações executadas no terreno que podem ser produzidas por escavações ou por cravações de tubos de ponta fechada, com a estabilidade das perfurações garantidas antes e durante o lançamento do concreto. Estacas de aço As estacas de aço são consideradas boas fundações pela sua fácil cravação e pela sua grande capacidade de carga, além da resistência à flexão. Devido ao pequeno deslocamento que estacas de aço provocam no solo durante a sua cravação, elas podem ser cravadas junto a fundações existentes. Em solos muito densos e com possíveis movimentações, as estacas de aço oferecem, pela sua grande resistência à flexão, a melhor solução em fundação para Pontes. Estacas Pré-moldadas de Concreto As Estacas Pré-moldadas de Concreto possuem vantagens, como formas diversificadas, variação na capacidade de carga, e a sua qualidade está diretamente compatível com a durabilidade que se deseja alcançar. As Estacas Pré-moldadas também apresentam desvantagens como os reduzidos comprimentos das peças pré-moldadas que são limitadas pelo peso, e a sua dificuldade no transporte e em seu manuseio, além dos cuidados excessivos em suas emendas e na sua locação, devido às vibrações e ao adensamento provocado pela cravação. Estacas Moldadas in loco As estacas moldadas in loco são consideradas armadas devido às solicitações provocadas pela sua utilização na Ponte ou por razões da sua forma de execução, considerando sempre as condições de concretagem das estacas. Como desvantagem, as estacas moldadas in loco dificultam o controle da qualidade do concreto e a continuidade do fuste, além disso, a concretagem deve ser feita com o máximo de cuidado para evitar a quebra da continuidade. Estacas Cravadas, quesão divididas em: Estacas Cravadas por Percussão; Estacas Cravadas por Vibração Estacas Cravadas por Prensagem; Estacas Perfuradas, que são divididas em: Estacas Perfuradas Brocas; Estacas Perfuradas Tipo Strauss Estacas Perfuradas Escavadas. De acordo com a função, elas podem ser classificadas como: - Estacas de Fundação; - Estacas de Contenção; - Estacas de Defensas. Tubulões Os Tubulões são estruturas metálicas, em formato de tubos, que são usados como “camisas metálicas" na concretagem das fundações profundas de Pontes. Segundo o DNER (1996), os tubulões são usados quando o nível d’água está abaixo da cota de assentamento da base, ou quando é possível rebaixá-lo, ou esgotar com facilidade a água contida na escavação, sem comprometer a estabilidade das paredes. O tubulão é executado a céu aberto, com escavação manual até a cota inferior da base. A sua concretagem a céu aberto é feita com funil, cujo comprimento não deve ser inferior a cinco vezes o diâmetro. Mas quando não é possível retirar a água, recorre-se à execução de tubulão com revestimento de concreto ou de aço, a ar comprimido ou, quando não haja necessidade de alargamento da base, a escavação mecânica. Quando há o revestimento em concreto do tubulão, há a execução na superfície do terreno ou na própria escavação através de segmentos que são introduzidos de acordo com o avanço da escavação interna. No caso de ser atingido o lençol freático, deve-se adaptar o equipamento pneumático até se atingir a profundidade desejada, escavando-se posteriormente a sua base. Segundo DNER (1996), a camisa de aço é utilizada com o concreto, ou seja, possui a função de manter aberto o furo e garantir a integridade do concreto ao longo do fuste do tubulão. Neste processo, em solos normais, a camisa poderá ser recuperada durante o processo de concretagem, considerando uma diminuição de 1/16” na espessura da chapa devido a possíveis oxidações, mas em terrenos agressivos é desaconselhável contar com a resistência da camisa de aço. Em Pontes, o diâmetro mínimo externo dos tubulões de concreto armado não é inferior a 1,20m e o seu diâmetro interno é, em média, de 80 centímetros. Em tubulões de Pontes com diâmetros externos entre 1,40 e 1,60 metros é aconselhável manter o diâmetro interno em 80 centímetros para que, com estas paredes mais grossas, o tubulão fique mais pesado e desça mais rápido e facilmente até a posição desejada. (DNER, 1996) Caixões Em casos especiais, quando há cargas elevadas e a lâmina d’água possui altura considerável, deve-se empregar a fundação tipo Caixão. Pois, podem ser executadas através de dois processos, a “céu aberto” ou a “ar comprimido”, onde o problema da flutuação do Caixão até a sua alocação sobre o terreno deve ser previsto, para que este atinja com perfeição a profundidade desejada. Segundo o DNER (1996), a profundidade que os caixões alcançam depende das tensões aplicadas ao solo e a sua previsão quanto à erosão. Introdução ao projeto de pontes Objetivos Relacionar planejamento de transportes com planejamento de pontes; Apontar os estudos necessários para o projeto de pontes; Examinar um estudo de caso de implantação de pontes. Introdução ao projeto de pontes As pontes serviram para ultrapassar obstáculos, como marcos visuais e expressão de poder, tanto de domínio científico como econômico. Para o homem, significava inclusive a possibilidade de conseguir alimentos e abrigo. Segundo Miller et al. (2005), o primeiro passo a ser dado na elaboração do projeto de uma ponte é definir sua finalidade para assim se obter as cargas para o dimensionamento de sua superestrutura. Para uma definição acertada da geometria e das cargas úteis a serem utilizadas, o projeto de uma ponte precisa de estudos técnicos como levantamentos topográficos, hidrológicos e geotécnicos. Os levantamentos topográficos devem ser realizados no local específico da implantação e na região em redor do empreendimento, que podem ter influência de fenômenos climáticos sofridos pela obra durante sua construção e vida útil. Os levantamentos hidrológicos são realizados a partir de cálculos baseados no estudo topográfico e nas características da bacia hidrográfica, além de serem utilizados modelos matemáticos probabilísticos. Em pequenos rios e córregos, ou seja, aqueles corpos hídricos que possuem pequenas vazões, é possível fazer o cálculo da cota de máxima cheia através da fórmula de Manning, utilizada em canais abertos. Nesse modelo, admite-se a existência de um canal regular com seção transversal igual à seção de escoamento sob a ponte e, mediante um processo de tentativas, é calculada a área necessária para escoar a vazão máxima de projeto do curso d’água. A fórmula de Manning é expressa por: Q = V x A (m³/s) Onde V é a velocidade média de escoamento e A é a área da seção de escoamento. Segundo Miller et al. (2005), os levantamentos geotécnicos são realizados por meio de relatórios de prospecção de geologia realizada no local da implantação da obra, considerando sua concepção estrutural e realçando detalhes geológicos existentes. Os elementos geotécnicos necessários para a elaboração do projeto de uma ponte são: 1. O relatório de prospecção de geologia realizada no local de provável implantação da obra, considerando seu esboço estrutural. 2. O relatório de sondagem com a planta de locação das sondagens, a descrição dos equipamentos empregados e sondagens de reconhecimento do subsolo em toda a extensão provável da futura ponte, sempre ao longo de duas linhas paralelas ao eixo locado da via, uma de cada lado, com distância de três metros entre si. Ainda tratando de elementos geotécnicos, há de se captar informações de caráter tecnológico especial sobre a agressividade da água em relação ao pH ou ao teor de substâncias agressivas aos materiais que serão utilizados na construção. Deve-se verificar a ocorrência de gases tóxicos em terrenos pantanosos; observar a possível existência de moluscos capazes de interferir negativamente nos materiais e, além disso, em regiões marinhas, verificar se a biologia das águas pode influir nos métodos construtivos utilizados, principalmente em armaduras submersas. Usualmente, a concepção das construções deve atender aos quesitos segurança, economia, funcionalidade e estética. No projeto das pontes, deve-se dar destaque a sua estética e a sua funcionalidade. Em determinadas pontes, onde o impacto visual no ambiente é importante, a estética assume um papel de grande destaque, ocasionando um aumento acentuado do custo de construção. Geometria de ponte reta com 2 vigas longitudinais e cargas permanentes Nesta aula, veremos que há uma base normativa abrangente para a definição da geometria e das cargas permanentes das pontes e viadutos quanto às dimensões e características a serem respeitadas. Veremos também que essa geometria é formada a partir das definições do projeto de pontes, onde a superestrutura e a mesoestrutura da ponte começam a ser pré-dimensionados de acordo com as características locais e a carga que deverão resistir. Objetivos Descrever a geometria de ponte reta; Apontar as normas técnicas pertinentes ao tema; Definir as cargas permanentes das pontes. Geometria de ponte reta A superestrutura é toda a estrutura de uma construção que está acima da linha do solo. Quando nos referimos a pontes, a superestrutura é o seu tabuleiro, ou seja, onde os veículos irão trafegar. O tabuleiro pode ser subdividido em duas partes: Estrutura principal - possui a função de vencer o vão livre; Estrutura secundária - recebe a ação direta das cargas e possui a função de transmiti-las para a estrutura principal. Usualmente,a concepção da geometria das pontes deve atender aos quesitos segurança, economia, funcionalidade e estética. Com a superestrutura das pontes, é dada o devido destaque a sua estética e a sua funcionalidade. Segundo Miller et al. (2005), os elementos geométricos determinantes no projeto de uma ponte são resultado das características das vias conectadas a ela. Os elementos geométricos da via dependem das condições técnicas estabelecidas pelo órgão público competente, função atribuída ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (DNIT) em rodovias federais, enquanto nos estados as rodovias estão sob a responsabilidade do Departamento de Estradas de Rodagem. Sob esse aspecto, as pontes rodoviárias podem ser divididas quanto à localização em áreas urbanas ou rurais. As pontes urbanas possuem suas pistas de rolamento com largura similar à da via e passeios com largura igual a das calçadas. Por outro lado, as Pontes Rurais são construídas com a finalidade de escoar o tráfego nas rodovias e possuem pistas de rolamento e acostamentos. Na geometria das pontes, deve-se objetivar o atendimento das condições de uso, buscando assim evitar transtornos de uma possível interrupção do tráfego que podem interferir negativamente em toda uma região. De acordo com o DNER (1996), a ponte é parte do traçado da rodovia e por isso deve estar perfeitamente integrada ao projeto, obedecendo a todas as suas características geométricas, por isso orienta-se que antes da concepção do projeto sejam consultados o Manual de Projeto Geométrico e o Manual de Projeto de Obras de arte Especiais do órgão governamental ao qual a rodovia esteja subordinada. No pré-dimensionamento da superestrutura é obtido o total conhecimento da área onde a ponte será implantada, por isso quanto mais precisos e detalhados forem os elementos coletados, maior é a probabilidade de se alcançar uma solução correta, econômica, durável e de boa estética. Segundo Stucchi (2006), a concepção da geometria da ponte exige do engenheiro boa informação acerca do nível dos materiais e técnicas construtivas, assim como dos conceitos teóricos e estruturais. Dessa forma, o comportamento, isto é, a maneira como a estrutura trabalha é essencial para o equilíbrio da ponte, destacando-se como a estrutura se deforma perante a atuação de determinadas solicitações e como elas caminham ao longo da estrutura. As solicitações em pontes são uma combinação de ações que devem ser previstas no projeto de pontes rodoviárias, ferroviárias e passarelas para garantir que a estrutura seja dimensionada com características favoráveis à sua perfeita resistência. Essas solicitações provocam o surgimento de esforços e deformações na estrutura. Elas podem ser: Cargas permanentes diretas e indiretas. Cargas variáveis diretas e indiretas. Cargas excepcionais. Cargas permanentes diretas São formadas pelo próprio peso dos elementos estruturais, dos elementos construtivos fixos e outras ações permanentes sobre eles aplicadas. Por exemplo, os elementos estruturais, os elementos não estruturais, o empuxo da terra e da água, a força de protensão e as deformações impostas. Cargas permanentes indiretas São aquelas que ocorrem devido a deformações impostas por retração e/ou por influência dos materiais utilizados, assim como recalques e imperfeições geométricas. Cargas variáveis diretas Segundo a NBR 6118 (2003), são consideradas cargas variáveis diretas as cargas móveis previstas para o uso da ponte, quais sejam as forças verticais, as forças horizontais de frenagem ou aceleração e a força centrífuga. Além das cargas acidentais para o uso da ponte, a ação do vento e da água, definidas pela NBR 6123 (2003) e pela NBR 7187 (2003), também são consideradas ações variáveis diretas. Cargas variáveis indiretas Ocorrem devido à variação uniforme de temperatura na estrutura, que é causada por variações de temperatura na atmosfera, além da incidência direta do sol sobre os elementos da ponte, ocorrendo até uma variação não uniforme na temperatura dos seus componentes. Cargas excepcionais Segundo Ferreira (2017), são todas aquelas que têm curta duração e possuem uma baixa probabilidade de ocorrência durante toda a vida útil da ponte, mas, mesmo assim, devem ser previstas no projeto estrutural. Dentre as ações excepcionais, destacam-se: 1. Choque de objetos móveis - veículos rodoviários, ferroviários e navios; 2. Explosões e desastres naturais - enchentes e terremotos. A concepção estrutural mais eficiente é aquela que fornece às cargas provenientes das solicitações o percurso mais curto sobre a estrutura desde seus pontos de aplicação até a sua fundação, ou seja, do ponto de aplicação na superestrutura, passando pela mesoestrutura e chegando até a infraestrutura. A mesoestrutura possui a responsabilidade de transmitir os esforços incidentes na superestrutura até a infraestrutura. Quando nos referimos a pontes, a mesoestrutura são as vigas e pilares. Para o seu projeto, faz-se necessário quantificar a carga proveniente destas solicitações sobre a estrutura da Ponte, tendo como base a NBR 7187 (2003). Figura 03 – Concepção Estrutural Básica (Fonte: Roberto Lucas Junior (2017) Segundo Ferreira (2017), ao estimar o peso próprio dos elementos estruturais, havendo discrepância entre os valores em seu peso próprio estimado e a resultante do dimensionamento maior que 5%, é recomendado que sejam refeitos os cálculos das solicitações dessa carga permanente. Sendo assim, devem ser usados os valores dos pesos específicos de 24 kN/m³ para o concreto simples e de 25 kN/m³ para o concreto armado ou protendido. Para os elementos não estruturais, adotam-se os seguintes pesos específicos, também segundo a NBR 7187 (2003): Pavimentação – 24kN/m³ com carga adicional de 2kN/m³ quando há recapeamento; Camada de Regularização em Concreto – 24kN/m³; Guarda-rodas, Guarda-corpo e Defensas – 25kN/m³ estando o seu peso próprio em kN/m. O empuxo da Terra é dado pelo peso específico do solo úmido, igual ou superior a 18 kN/m³, e o empuxo de água só pode ser calculado através dos cálculos provenientes do levantamento hidrológico e das sondagens de reconhecimento do subsolo para se identificar o lençol freático. Os levantamentos hidrológicos são realizados a partir de cálculos baseados no estudo topográfico e nas características da bacia hidrográfica, onde também são utilizados modelos matemáticos probabilísticos e softwares como o HEC-RAS desenvolvido e utilizado pelo Corpo de Engenheiros. Como já visto anteriormente, em pequenos rios e córregos, ou seja, aqueles corpos hídricos que possuem pequenas vazões, é possível fazer o cálculo da cota de máxima cheia através da Fórmula de Manning, expressa abaixo, utilizada em canais abertos. Segundo Miller (2005), admite-se a existência de um canal regular com seção transversal igual à seção de escoamento sob a ponte e, através de um processo de tentativas, é calculada a área necessária para escoar a vazão máxima de projeto do curso d’água. A fórmula de Manning é expressa por: Q = V x A (m³/s) Onde: - V é a velocidade média de escoamento: - n é a rugosidade do canal; - I é a declividade média do leito; - Rh é o raio hidráulico: - A é a área da seção de escoamento (m²); - P é o perímetro molhado (m). Segundo a NBR 6118 (2003), a força de protensão pode ser causada pela fluência e retração que causam um acréscimo de deformação na estrutura e perda de protensão, devendo haver uma atenção especial sobre os aparelhos de apoio, principalmente quanto à retração. Segundo a NBR 7188 (2003), o peso específico das cargas variáveis diretas, neste caso as cargas móveis, respeitam cargas estimadas para 3 classes diferentesde pontes: CLASSE 12 - onde o veículo mais pesado permitido para o tráfego não ultrapassa o peso total de 120 kN, o que corresponde a uma camionete; CLASSE 30 - onde o veículo mais pesado permitido para o tráfego não ultrapassa o peso total de 300 kN, o que corresponde a um caminhão de transporte urbano; CLASSE 45 - Ponte onde o veículo mais pesado permitido para o tráfego não ultrapassa o peso total de 450 kN, o que corresponde a um caminhão de transporte interurbano. Ainda segundo a NBR 7188 (2003), há uma única classe para passarelas, onde a carga móvel é uniformemente distribuída e equivalente a 5 kN/m². Classificação das pontes Voltando à geometria após a análise da superestrutura quanto à distribuição dos esforços em seu tabuleiro e vigamentos longitudinais, há de se classificar as pontes. As Pontes possuem geometrias distintas e podem ser classificadas como: Pontes em viga Pontes em laje Pontes em grelha Pontes celulares Pontes em arco Pontes em treliça Pontes pênseis Pontes estaiadas Pontes em viga Segundo Stucchi (2006), as pontes em viga são biapoiadas ou contínuas em seu sistema longitudinal. Suas cargas são transmitidas transversalmente pelo conjunto laje-transversina e a sua linha de influência para a reação de apoio equivale à carga da longarina correspondente. A figura apresenta a construção do conjunto transversina, longarina e laje, característico das pontes em viga. Pontes em laje As pontes em laje são biapoiadas ou contínuas em seu sistema longitudinal, mas em seu sistema transversal elas são maciças ou nervuradas. Diferentemente das pontes em viga, este tipo de estrutura possui uma boa capacidade de distribuição das cargas. Pontes em grelha Segundo Stucchi (2006), as pontes em grelha possuem vigas ligadas apenas pela laje ou pelas transversinas intermediárias. Elas possuem um comportamento estrutural semelhante às pontes em viga, mas possuem uma capacidade melhor de distribuição de carga, devido à atuação de suas vigas inferiores. Usualmente utilizadas na construção de viadutos, as pontes em grelha podem ser pré-fabricadas e transportadas inteiramente até o local da instalação e posteriormente instaladas sobre os pilares previamente fixados. Sua maior resistência e capacidade de distribuição de carga são vantagens empregadas nesta função. Pontes celulares As pontes celulares são construídas com aduelas que, ao serem conectadas, podem formar retas ou curvas. Elas possuem flexão igual em suas duas almas, devido a carga ser depositada na região central, assim possuem uma boa capacidade de distribuição de carga. Também possui alta resistência à torção e a flexão, até mesmo para momentos negativos. Pontes em arco As pontes em arco possuem suas cargas distribuídas em dois apoios disponíveis. Elas são dependentes da estrutura providenciada pelo arco inferior Pontes em treliça As pontes em treliça, embora mais associadas a pontes ferroviárias, também são utilizadas como pontes rodoviárias devido a capacidade que esta estrutura possui para suportar grandes cargas. A configuração quadrática permite o uso de menos perfis metálicos, mas sem prejuízo da sua capacidade de carga. Pontes pênseis Possuem o seu tabuleiro suspenso por cabos. A figura apresenta a disposição dos cabos de sustentação, os mais robustos, e os cabos estais, os mais finos, que possuem a função de transmitir as cagas provenientes dos tabuleiros até os cabos de sustentação. As pontes pênseis têm seu tabuleiro suspenso por cabos de aço. Elas são constituídas por blocos de ancoragem, instalados junto aos encontros de ponte, cabos de sustentação, cabos estais e torres que suspendem estes cabos de aço a grandes alturas. Pontes estaiadas Também são pontes suspensas por cabos, mas possuem como elementos básicos estruturais seus mastros e seus estais tensionados como pode ser visto na figura ao lado. Cargas móveis Objetivos Apresentar as cargas móveis; Reconhecer os esforços incidentes na superestrutura; Explicar o método de Rüsch. Primeiras palavras A superestrutura é toda a estrutura de uma construção que está acima da linha do solo. Quando nos referimos a pontes, a superestrutura é o seu tabuleiro, ou seja, onde os veículos irão trafegar. A mesoestrutura possui a responsabilidade de transmitir os esforços incidentes na superestrutura até a infraestrutura. Quando nos referimos a pontes, a mesoestrutura são as vigas e pilares. Na mesoestrutura, as solicitações atuantes nos elementos estruturais são classificadas quanto à direção de atuação em verticais e horizontais. As direções dessas solicitações podem ser vistas na imagem abaixo: "As solicitações verticais e horizontais atuantes na mesoestrutura são as provenientes do tabuleiro, ou seja, as cargas móveis e o peso próprio dos elementos da mesoestrutura." Essas solicitações são incidentes na laje do tabuleiro, em cujo projeto é utilizado o método de Rüsch. Esse método é proveniente da norma alemã DIN 1072 e é adaptado à norma brasileira NBR 7188 de 1982 quanto à utilização do trem-tipo. O método de Rüsch apresenta tabelas com a relação dos tipos de lajes que podem ser calculadas. Para a elaboração desses cálculos são seguidas simbologias específicas que representam a carga móvel e os vínculos das lajes. As simbologias utilizadas nas tabelas de Rüsch, podem ser vistas abaixo: Segundo a NBR 7188: Os valores atribuídos a q e a Q estão relacionados às classes 12, 30 e 45, onde: Desse modo, seguindo a simbologia e a tabela de Rüsch em função de ly/lx, os momentos fletores da carga distribuída uniformemente (carga permanente) são representados por: Onde: k é o coeficiente obtido através da tabela ly/lx e g é o valor da carga distribuída sobre a laje. Por outro lado, os momentos fletores da carga móvel são representados por: Onde: 𝜙 é o coeficiente de impacto; Q é o peso de uma roda do veículo; 𝑞1 é a carga móvel distribuída na área frontal e posterior do veículo; 𝑞2 é a carga móvel distribuída na área lateral direita e esquerda do veículo. Na equação, os coeficientes (𝑀𝐿, 𝑀𝑝 e 𝑀𝑝′) são disponibilizados pelas tabelas em função dos seguintes parâmetros: Onde: a é a distância entre os centros das rodas de cada eixo do veículo; t, segundo Rüsch, representa o lado do quadrado de área igual ao do retângulo gerado pelo contato da roda, propagado até a superfície média da laje. Esses parâmetros são representados pelas figuras seguintes: Distância entre os centros das rodas de cada eixo do veículo adaptado da DIN 1072 Rodas do veículo adaptado da DIN 1072 Seguindo a DIN 1072, o valor de b está relacionado às classes 12, 30 e 45, como visto abaixo: Na figura acima, representativa do contato da roda do veículo com o pavimento, são apresentados os seguintes elementos: Em azul, o quadrado de área igual (t’); Em vermelho, a propagação até a superfície média da laje (t); Em laranja, a pavimentação; Em verde, a altura da laje. Onde: Pela quantidade de tabelas que compõem o método de Rüsch e pelas limitações quanto à dimensão em páginas deste estudo, elas não foram acrescentadas neste conteúdo, mas para a sua futura conferência é sugerido que as Tabelas de Rüsch sejam acompanhadas através de links específicos da internet. Forças atuantes na carga móvel São fatores que influenciam diretamente na carga móvel: Força centrífuga Ocorre em pontes com curvas, como a ponte Rio-Niterói, havendo uma perda de atrito entre as rodas e o pavimento em pontes rodoviárias e entre as rodas e os frisos dos trilhos em pontes ferroviárias. Segundo a NBR 7187 (2003), para pontes rodoviárias, aforça centrífuga é quantificada de acordo com o tipo de tráfego e o raio de curvatura, enquanto para pontes ferroviárias é quantificada de acordo com a largura da bitola, seguindo assim os seguintes parâmetros: Pontes rodoviárias: R < 300m, C = 0,25; Pontes rodoviárias: R > 300m, C= 75/R; Pontes ferroviárias com a linha de bitola larga: C = 0,15 se R ≤ 1200m e C = 180/R se R >1200m; Pontes ferroviárias com a linha de bitola estreita: C = 0,10 se R ≤ 750m e C = 75/R se R > 750m. Choque lateral Pode ser identificado tanto em pontes rodoviárias como em pontes ferroviárias, mas no caso de pontes rodoviárias ele ocorre em momentos excepcionais, como em uma batida lateral de um automóvel no guarda-rodas e guarda-corpo devido a influência da força centrífuga. Por outro lado, no caso de pontes ferroviárias, é um fenômeno comum onde há uma força normal que é aplicada na altura do topo do trilho, possuindo o equivalente a 20% da carga do eixo mais pesado. Atenção Para efeito de projeto em pontes curvas, não devem ser somadas as forças normais do choque lateral e da força centrífuga, devendo-se utilizar dos dois apenas o que produzir maiores solicitações. Frenagem e aceleração A frenagem e a aceleração produzem forças horizontais ao longo do eixo da ponte, sendo solicitações importantes para o dimensionamento estrutural. Segundo Miller et al. (2005), a NBR 7187 (2003) define que o efeito de aceleração e frenagem aplicado no tabuleiro da ponte, sendo transferido para a mesoestrutura, deve ser considerado como uma fração da carga móvel. Desse modo, conforme a 2ª Lei de Newton, a força de aceleração resultante de um veículo (F) é proporcional ao produto da massa (m) pela sua aceleração (a), resultando em F=m.a. Pode-se determinar também o peso do veículo (P) como um produto entre a sua massa (m) e a aceleração de gravidade (g), sendo assim, P=m.g. Assim obtém- se a massa do veículo (m), que pode ser descrita como m=P/g. Segundo Miller et al. (2005), tratando-se do efeito de aceleração e frenagem no caso de pontes rodoviárias, usa-se: Segundo a NBR 7187 (2003), considera-se que para 5% e 30% da relação a/g, tem-se as acelerações 0,5 m/s² e 3 m/s² respectivamente. Assim, deve-se utilizar o maior valor obtido das relações anteriores. Segundo a NBR 7187 (2003), as forças horizontais de frenagem e aceleração devem ser calculadas como uma fração das cargas móveis verticais, seguindo assim os parâmetros apresentados abaixo para pontes ferroviárias: 15% da carga móvel para no caso de frenagem; 25% do peso dos eixos motores no caso de aceleração. Carga de Vento A influência da carga de vento sobre a estrutura deve ser calculada segundo os parâmetros estabelecidos pela NBR 6123 (2003) que define as Forças Devidas ao Vento em Edificações. Temperatura Assim como no caso da carga de vento, a temperatura e sua influência sobre a estrutura devem ser calculadas segundo os parâmetros estabelecidos pela NBR 6118 (2003) que define o Dimensionamento de Estruturas de Concreto Armado.
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