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Juventude e Transformação Social

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Experiências juvenis
1ª SÉRIE
Aula 3 – 3º bimestre
Sociologia
Etapa Ensino Médio
Experiência;
Conflito;
Centro;
Periferia.
Compreender os jovens da periferia como agentes de transformação social, em particular dos contextos relacionais e culturais nos centros do poder econômico.
Conteúdo
Objetivo
EM13CHS205 - Analisar a produção de diferentes territorialidades em suas dimensões culturais, econômicas, ambientais, políticas e sociais, no Brasil e no mundo contemporâneo, com destaque para as culturas juvenis.
TEMPO DE AULA:
Para começar: 5 minutos.
Foco no conteúdo (Parte I): 6 minutos.
Na prática (I): 4 minutos.
Foca no conteúdo (Parte II): 3 minutos.
Na Prática (II): 5 minutos.
Foca no conteúdo (Parte III): 10 minutos.
Aplicando: 5 minutos.
O que aprendemos hoje?: 1 minuto.
Referências: 1 minuto.
Iguais, mas diferentes
Observe a tirinha e responda, justificando muito bem a sua resposta, pois seu professor pedirá para que diga de outra forma, com outras palavras (LEMOV, 2023, p. 161-173):
O fato de alguém nascer, crescer e viver em lugares diferentes é motivo de divergências? Qual a razão disso?
Ruas (2018, p. 8) @carlosruas.usq
2 minutos
Para começar
Iguais, mas diferentes
A divergência é efeito do reconhecimento da diferença (a alteridade), que, no caso da tirinha anterior, se deve às específicas experiências das personagens em seus lugares de vida.
No exemplo ao lado, vemos como uma das personagens estranha as ideias alheias, as quais devem ter sido aprendidas ao longo de suas vivências sociais, portanto, de sua história.
Ruas (2018, p. 9) @carlosruas.usq
Para começar
As pessoas pensam, agem e entendem o mundo conforme as suas próprias maneiras. Suas percepções subjetivas dependem muito do modo de vida, dos conceitos, das práticas, das experiências numa rede de significados que elas, em interação com outras, constroem nos lugares e tempos em que vivem. Enfim, as pessoas não são puramente individualidade, elas trazem consigo os aspectos socioculturais dos contextos territoriais histórica e coletivamente produzidos.
Indivíduo, sociedade e cultura
As pessoas existem em função de suas experiências com as outras, por isso são seres sociais.
Foco no conteúdo
https://pixabay.com/pt/vectors/meios-de-comunica%C3%A7%C3%A3o-sociais-conex%C3%B5es-3846597/
Como nos tornamos o que somos?
Para responder à questão, precisamos apelar “à natureza específica das histórias pessoais, haja vista que a resposta da antropóloga ou do antropólogo engloba a consciência de que qualquer pessoa inglesa ou inuíte está fadada a ser exclusivamente ele, ou ela, próprio” (TOREN, 2021, p. 181). Ou seja, não existem pessoas fora de suas próprias experiências. É a experiência, a história vivida em certo espaço-tempo, que as constitui de forma particular.
Foco no conteúdo
https://pixabay.com/pt/vectors/meios-de-comunica%C3%A7%C3%A3o-sociais-conex%C3%B5es-3846597/
Sons e ruídos
Por exemplo, o antropólogo Alexandre B. Pereira (2010) diz que é importante compreender os múltiplos sentidos dos sons e dos ruídos (músicas funk, partidas de futebol, motores de carro e de motos, risos e “zoeiras”) nas experiências escolares de jovens periféricos.
2 minutos
Como você percebe a participação desses sons e seus significados na sua formação pessoal? 
Foco no conteúdo
https://pixabay.com/pt/vectors/meios-de-comunica%C3%A7%C3%A3o-sociais-conex%C3%B5es-3846597/
A imaginação sociológica
Para pensar sobre a relação entre indivíduo e sociedade, o sociólogo estadunidense Charles Wright-Mills elaborou a concepção de imaginação sociológica (1965), que, basicamente, é uma habilidade de conectar biografias e histórias na sociedade.
Para Wright-Mills, a vida do indivíduo e a história da sociedade não podem ser compreendidas separadamente, elas estão relacionadas e se interconectam.
Charles Wright-Mills (1916-1962)
Foco no conteúdo
Para você:
nós construímos a cultura e a sociedade;
a cultura e a sociedade nos moldam; ou
a cultura, a sociedade e as pessoas se fazem reciprocamente?
(LEMOV, 2023, p. 323-327)
2 minutos
Na prática
Embora a sociologia clássica tenha dado uma realidade exterior à sociedade, como se estivesse fora do indivíduo (Émile Durkheim chegou a defender que os fatos sociais deveriam ser tratados como “coisas”), as dinâmicas socioculturais não se efetivam sem os sujeitos. Ou seja, constituímos a vida coletiva e os seus significados enquanto criamos as condições de nossas experiências existenciais. É essa capacidade de constituir a sociedade e a cultura que nos permite viver e, em certos lugares e tempos, transformá-las.
Correção
2 minutos
Na prática
Atores sociais
As pessoas não apenas reproduzem o que está dado em suas sociedades, culturas e/ou comunidades. A interação social lhes dá um papel de reinventar a vida coletiva (VELHO, 2006, p. 50). Essa possibilidade de reinvenção emerge justamente das heterogeneidades de trajetórias, histórias e experiências socioculturais dos sujeitos em interação.
“O confronto é uma possibilidade dentro do complexo jogo de negociação da realidade.”
(VELHO, 2006, p. 51).
Foco no conteúdo
Leia os textos para responder à questão mais adiante
“Existem muitos fatores que influenciam a forma como compreendemos o mundo e agimos nele. O ambiente de trabalho também é composto por pessoas com visões, valores e idades bem distintas, e isso pode gerar conflitos que afetam diretamente os resultados da empresa.” (ACIC, 2022).
2 minutos
Na prática
De acordo com a reportagem, uma pesquisa revelou que os conflitos geracionais fazem as empresas perderem 12% de sua produtividade. De que forma seus conhecimentos sociológicos poderiam ajudar na resolução do problema? 
(LEMOV, 2023, p. 355-368)
1 minuto
Na prática
De acordo com a reportagem, uma pesquisa revelou que os conflitos geracionais fazem as empresas perderem 12% de sua produtividade. De que forma seus conhecimentos sociológicos poderiam ajudar na resolução do problema? 
Uma vez que os conflitos são, segundo a abordagem sociológica aqui estudada, oportunidades de reinvenção da sociedade e da cultura, os gestores das corporações poderiam olhar para esses conflitos tentando perceber o que requer mudança na cultura ali instituída. As formas relacionais nas empresas não parecem prescindir da atualização que as culturas tradicionais efetuam para perpetuarem-se no tempo.
Correção
2 minutos
Na prática
(VASCONCELOS, Correio, 15/05/23)
(ROCHA, Estado de Minas, 01/06/23)
Um mundo em transformação
Foco no conteúdo
De olho nos conceitos
Empresa, segundo Weber (2009, p. 32), é “uma ação contínua que persegue determinados fins”.
Associação de empresa, segundo Weber (2009, p. 32), é “uma relação associativa cujo quadro administrativo age continuamente com vista a determinados fins”.
Assim como as pessoas, as empresas existem em relação aos contextos de seus lugares. E, hoje, se fala muito de responsabilidade social empresarial, ideia que define as formas de gestão comprometidas com a cidadania, a diversidade, a redução das desigualdades sociais e, enfim, com o desenvolvimento sustentável (RICO, 2004). Ou seja, uma das empresas (no sentido de Max Weber) de uma parcela das corporações é a superação das discriminações.
Foco no conteúdo
Nesse mundo em transformação, a “favela” – que sempre foi vista como lugar de tráfico, violência, perigo e medo – passa a ser um território de solidariedade, riqueza cultural, artística e estética, portanto, como lugar de pessoas com capacidade criativa e empreendedora (TOMMASI; VELAZCO, 2013, p. 20).
Centro e periferia: novas relações
(Jornal Hoje, G1, 15/12/21)
A população periférica reelabora a narrativa sobre si em movimentos culturais, tal como o puxado pelos Racionais MCs, e ressurge por meio do orgulho, não do estigma, enquanto um sujeito politicamente ativo (D’ANDREA, 2013, p. 14), capaz de atuar inclusive no mercado.
Foco no conteúdo
Centro e periferia: novas relações
Embora ainda existam a violência e o racismo contra o jovem negro da periferia,as corporações e os centros do poder econômico de nossa sociedade podem ser transformados, pouco a pouco, pelas ideias, práticas e experiências desses sujeitos.
(RODRIGUES; FILARDI, CNN, 15/12/21)
(GUIMARÃES, Estadão, 18/04/22)
(NÓR, VocêRH, 03/06/22)
Foco no conteúdo
Forme equipes e proponha
Após assistir ao vídeo e receber as orientações do seu professor, monte uma equipe. Vocês deverão se imaginar como coordenadores de ações de inclusão e diversidade de uma start up e, na sequência, precisarão montar um plano de intervenção com a finalidade de eliminar uma das discriminações relatadas na reportagem. Sejam criativos ao apresentarem suas propostas nesta ou em outra aula!
Discriminação e conflito
Além do etarismo, há outras formas de discriminação com claro potencial conflitivo no cotidiano das corporações.
Veja como o problema tem sido percebido:
Aplicando
Link do vídeo: https://drive.google.com/file/d/1NdSsIqkPQYSDAsQzdwtYF9sitiWozMAt/view?usp=sharing
As percepções das pessoas dependem muito do modo de vida, dos conceitos, das práticas, das experiências e da rede de significados que elas, em interação com outras, constroem nos lugares em que vivem;
A interação social e o conflito dão às pessoas a possibilidade de reinvenção da sociedade e da cultura;
As corporações, atentas aos conflitos e às discriminações sociais, podem se transformar ao incluir sujeitos que, historicamente, foram obscurecidos nos lugares mais periféricos; 
Jovens da periferia estão se constituindo como agentes de transformação.
O que aprendemos hoje?
Tarefa SP
Localizador: 97287
Professor, para visualizar a tarefa da aula, acesse com seu login: tarefas.cmsp.educacao.sp.gov.br
Clique em “Atividades” e, em seguida, em “Modelos”.
Em “Buscar por”, selecione a opção “Localizador”.
Copie o localizador acima e cole no campo de busca.
Clique em “Procurar”. 
Videotutorial: http://tarefasp.educacao.sp.gov.br/
21
Slides 3, 7 e 11 – LEMOV, Doug. Aula nota 10 3.0: 63 técnicas para melhorar a gestão da sala de aula. Tradução de Daniel Vieira, Sandra M. Mallmann da Rosa. Revisão técnica: Fausto Camargo, Thuinie Daros. 3. ed. Porto Alegre: Penso, 2023.
Slide 6 – TOREN, C. Mente, materialidade e história: como nos tornarmos quem nós somos. In: BANNELL, R. I.; MIZRAHI, M.; FERREIRA, G. Deseducando a educação: mentes, materialidades e metáforas. Rio de Janeiro: Ed. PUC-Rio, 2021. Disponível em: http://www.editora.puc-rio.br/media/Deseducando_a_educacao_ebook%20(1).pdf#page=181. Acesso em: 12 jun. 2023.
Slide 7 – PEREIRA, A. B. “A maior zoeira”: experiências juvenis na periferia de São Paulo. 262 p. Tese (Doutorado em Antropologia Social) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2010. Disponível em: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8134/tde-17112010-141417/publico/2010_AlexandreBarbosaPereira.pdf. Data de acesso: 12 jun. 2023.
Slide 8 – MILLS, C. W. A imaginação sociológica. Rio de Janeiro: Zahar, 1965.
Slide 11 – VELHO, G. Subjetividade e sociedade: uma experiência de geração. 4. ed. Rio de Janeiro: Zahar, 2006.
Slide 12 – ACIC. Conflito de gerações, entenda o comportamento de cada uma delas. G1, 30 set. 2022. Disponível em: https://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/especial-publicitario/acic/noticia/2022/09/30/conflito-de-geracoes-entenda-o-comportamento-de-cada-uma-delas.ghtml. Acesso em: 2 jun. 2023.
Slide 16 – RICO, E. de M. A responsabilidade social empresarial e o Estado: uma aliança para o desenvolvimento sustentável. São Paulo em Perspectiva, v. 18, n. 4, p. 73-82, 2004. Disponível em: https://www.scielo.br/j/spp/a/DfPg7wYwrGMbQMdTWvBSBgv/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 2 jun. 2023.
Slide 16 – WEBER, M. Economia e sociedade: fundamentos da sociologia compreensiva. 4. ed. Brasília: Ed. UnB, 2000, 2009 (reimpressão).
Slide 17 – TOMMASI, L. D.; VELAZCO, D. A produção de um novo regime discursivo sobre as favelas cariocas e as muitas faces do empreendedorismo de base comunitária. Revista do Instituto de Estudos Brasileiros, São Paulo, n. 56, p. 15-42, jun. 2013. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rieb/a/Ps3jpy74bxVyYp5GRwGnMNg/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 2 jun. 2023.
Slide 17 – D’ANDREA, T. P. A formação dos sujeitos periféricos: cultura e política na periferia de São Paulo. 309 p. Tese (Doutorado em Sociologia) – Departamento de Sociologia, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2013.
Referências
Lista de imagens e vídeos
Slides 3 e 4 – RUAS, C. Mundo avesso. Um sábado qualquer. São Paulo: Editor P. Progetti, 2018 (versão online).
Slide 8 – https://commons.wikimedia.org/wiki/File:C._Wright_Mills.jpg#/media/File:C._Wright_Mills.jpg.
Slide 12 – https://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/especial-publicitario/acic/noticia/2022/09/30/conflito-de-geracoes-entenda-o-comportamento-de-cada-uma-delas.ghtml.
Slide 15 – https://www.em.com.br/app/noticia/opiniao/2023/06/01/interna_opiniao,1501529/diversidade-e-inclusao-podem-mudar-realidade-corporativa.shtml.
https://www.correio24horas.com.br/noticia/nid/empresas-mais-diversas-e-inclusivas-tem-desempenho-financeiro-melhor/.
Slide 17 – https://g1.globo.com/jornal-hoje/noticia/2023/04/17/jovens-criam-empresas-na-periferia-e-entram-no-mercado-bilionario-de-games.ghtml.
Slide 18 – https://www.cnnbrasil.com.br/nacional/negros-somam-80-das-mortes-violentas-de-jovens-no-pais-aponta-estudo/.
https://vocerh.abril.com.br/diversidade/empresas-antirracistas-como-avancar-na-inclusao-de-pessoas-negras/.
https://expresso.estadao.com.br/naperifa/iniciativas-formam-jovens-perifericos-para-o-mercado-de-trabalho/.
Slide 19 – https://drive.google.com/file/d/1NdSsIqkPQYSDAsQzdwtYF9sitiWozMAt/view?usp=sharing. (Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=oxSFB7AXPkE). 
Referências
Material 
Digital

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