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A.6. Método da exaustão 307 da exaustão. Tal método baseia-se na aproximação da área do círculo trigo- nométrico através das sequências das áreas dos polígonos regulares inscritos e circunscritos. Figura A.14: Sanduíche do círculo com polígonos regulares. De fato, vamos considerar as sequências A (In) e A (Cn), onde In é o polí- gono regular inscrito de 2n+1 lados, descrito anteriormente na Seção 2.2, e Cn é o polígono regular circunscrito de 2n+1 lados. Como ilustrado pela Figura A.14, temos que I1 e C1 são, respectivamente, os quadrados inscrito e circuns- crito e que I2 e C2 são, respectivamente, os octógonos inscrito e circunscrito. Os comprimentos dos lados de In e Cn são denotados, respectivamente, por ln e Ln . A Figura A.15 destaca um triângulo elementar que compõe In e também um triângulo elementar associado que compõe Cn . Enquanto o triângulo ele- mentar de Cn possui base de comprimento Ln e altura com comprimento 1, o triângulo elementar de In possui base de comprimento ln e altura com com- primento denotado por hn , da mesma maneira que na Seção 2.2. Como o número de triângulos elementares é igual ao número de lados, temos então que a área dos polígonos regulares é o produto do número de seus lados pela área comum dos seus triângulos elementares. Após simplificações, obtemos as seguintes expressões para as áreas A (Cn) = 2nLn e A (In) = 2nlnhn (A.1) 308 Apêndice A. Apêndices Figura A.15: Triângulos elementares de In e Cn . Vamos mostrar em primeiro lugar o seguinte resultado. Proposição A.12: A (In) ↑ A (D), onde A (D) é a área do círculo trigonomé- trico. Prova: Utilizando o fato de que In ⊂ D ⊂Cn e também a terceira propriedade da área, apresentada na Seção A.5, temos que A (In) ≤ A (D) ≤ A (Cn) . (A.2) A partir das desigualdades (A.2), obtemos as seguintes desigualdades 0 ≤ A (D)− A (In) ≤ A (Cn)− A (In) (A.3) = A (In) ( A (Cn) A (In) −1 ) ≤ A (D) ( A (Cn) A (In) −1 ) Pelo Teorema do Sanduíche, basta mostrarmos que o último termo das desi- gualdades (A.3) converge para zero, o que, pelas regras de limite, é o mesmo que mostrar que A (Cn) A (In) → 1. Para isso, consideramos novamente a Figura A.15. Por semelhança de triângulos, temos que Ln ln = 1 hn A.6. Método da exaustão 309 e, pelo Teorema de Pitágoras, h2 n = 1− ( ln 2 )2 . Portanto, pelas equações (A.1), segue que A (Cn) A (In) = Ln lnhn = 1 h2 n = 1 1− ( ln 2 )2 Pelas regras de limite, para mostrarmos que A (Cn) A (In) → 1, basta mostrarmos que ln → 0. Isso segue mais uma vez do Teorema do Sanduíche e da seguinte desigualdade 0 ≤ ln ≤ A (D) 2nh1 , (A.4) que é demonstrada da seguinte maneira. Como A (In) ≤ A (D), pela equação (A.1), temos que 0 ≤ ln ≤ A (D) 2nhn e a desigualdade (A.4) segue do fato de que h1 < hn , o que é demonstrado na Seção 2.2. A Proposição A.12 também implica que a sequência SP (In) dos semiperí- metros dos polígonos inscritos é realmente convergente, o que foi indicado apenas numericamente na Seção 2.1. Corolário A.13: Temos que SP (In) → A (D) e que A (D) =π= SP (D) onde SP (D) é o semi-perímetro do círculo trigonométrico.
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