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J A M E S T E I X E I R A MATEMÁTICA E GESTÃO FINANCEIRA SÉR I E ACADÊM I CA Fra nc sic o A tai lo Rod rig ue s d e O liv eir a 9 20 .99 0.3 33 -1 5 Fra nc sic o A tai lo Rod rig ue s d e O liv eir a 9 20 .99 0.3 33 -1 5 P I R A C I C A B A • S Ã O P A U L O J A M E S T E I X E I R A MATEMÁTICA E GESTÃO FINANCEIRA SÉR I E ACADÊM I CA Fra nc sic o A tai lo Rod rig ue s d e O liv eir a 9 20 .99 0.3 33 -1 5 E X P E D I E N T E EQUIPE ORGANIZADORES Carlos Shinoda Daniela Flôres Haroldo José Torres da Silva Humberto Bonavides Borges Maria Cecília Perantoni Fuchs Ferraz Tatiana Rosa Diniz PROJETO GRÁFICO Ana Paula Mendes Vidal de Negreiros REVISÃO Fernanda Latanze Mendes Rodrigues 2022 PECEGE | Todos os direitos reservados. Permitida a reprodução desde que citada a fonte, mas para fins não comerciais. A responsabilidade pelos direitos autorais de texto e imagens desta obra são dos autores. Os direitos autorais sobre as imagens utilizadas nesse material pertencem aos seus respectivos donos. FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA POR FELIPE MUSSARELLI CRB 9935/8 . T266m Teixeira, James. Matemática e gestão financeira / James Teixeira. - - Piracicaba, SP : PECEGE Editora, 2022. Série Acadêmica ISBN: 978-85-92582-41-8 1. Amortização. 2. Fluxo de caixa. 3. Mercado financeiro. 4. Juros. 5. Valor presente. I. Autor. II. Título. III. Série. CDD: 658.15 DADOS INTERNACIONAIS DE CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO (CIP) (CÂMARA BRASILEIRA DO LIVRO, SP, BRASIL) . Fra nc sic o A tai lo Rod rig ue s d e O liv eir a 9 20 .99 0.3 33 -1 5 Prezado(a) aluno(a), Esse material foi desenvolvido no intuito de auxiliá-lo com os estudos nos cursos de MBA da USP/ESALQ, servindo como um referencial teórico básico e complementar às aulas oferecidas nos cursos. Desejamos que esse material, de alguma forma, contribua para acrescentar novos conhecimentos, impulsionar o aprendizado e aprimorar as competências que já possui. Bons estudos!!! E Q U I P E P E C E G E Fra nc sic o A tai lo Rod rig ue s d e O liv eir a 9 20 .99 0.3 33 -1 5 Fra nc sic o A tai lo Rod rig ue s d e O liv eir a 9 20 .99 0.3 33 -1 5 Doutor em Educação Matemática (Instituto de Matemática Aplicada/PUC/SP). Mestre em Administração (ênfase em Métodos Quantitativos Aplicados/PUC/SP). Pós-Graduado em Administração Econômico-Financeira (CEAPE/SP). Economista com especialização em Microeconomia e Estatística (USP). Pesquisador do Grupo PEA-MAT da PUC/SP. Professor de Pós-Graduação MBAs da USP/ESALQ, Da FIPECAFI, FIA, UNISO, SENAC, Complexo Educacional FMU, Kroton Educacional. Autor dos livros Matemática Financeira (Pearson Education) e Matemática para Empreendedores (DVS Editora). Prémio: Medalha Marechal Trompowsky de Mérito Profissional concedida pelo Instituto dos Docentes do Magistério Militar do Exército Brasileiro. Atuação feita no EsPCEx. VII, IX e X Prêmio de Excelência Acadêmica – FIPECAFI (2020 e 2021) e Prêmio de Excelência Acadêmica pela atuação no Curso PG em Mercado Financeiro e de Capitais FIPECAFI (2021). SOBRE O AUTOR JAMES TEIXEIRA Fra nc sic o A tai lo Rod rig ue s d e O liv eir a 9 20 .99 0.3 33 -1 5 SUMÁRIO 1. Introdução .......................................................................................................................9 2. Fluxo de caixa ..................................................................................................................9 3. Juros e taxa de juro ......................................................................................................10 4. Regimes de capitalização ..............................................................................................11 5. Regime de capitalização simples ..................................................................................11 6. Cálculo dos juros simples .............................................................................................14 7. Regime de capitalização composta .............................................................................17 8. Apuração dos juros .....................................................................................................20 9. Taxa de juros nominal e taxa de juros efetiva ..........................................................23 10. Série uniforme de prestações periódicas ..................................................................25 11. Valor presente da série periódica postecipada (PVp) .......................................26 12. Valor futuro da série postecipada (FVp) .....................................................................28 13. Série uniforme de prestações periódicas antecipadas ........................................... 30 13.1 Valor presente da série periódica antecipada (PVa) ........................................ 30 13.2 Valor futuro da série antecipada (FVa) ................................................................31 14. Série uniforme de prestações periódicas diferidas ..................................................32 14.1 Valor presente da série periódica diferida (PVd) ...............................................32 14.2 Valor futuro da série diferida (FVd).....................................................................34 15. Série uniforme de prestações periódicas com parcelas adicionais ........................34 16. Sistemas de amortização de empréstimos ...............................................................36 16.1 Conceitos iniciais sobre sistemas de amortização de empréstimos ....36 16.2 Sistema de Amortização Constante ..................................................................37 16.3 Sistema de Amortização Francês .......................................................................38 16.4 Considerações finais sobre sistemas de amortização de empréstimos ........39 17. Taxa Mínima de Atratividade .....................................................................................39 18. Métodos para análise de investimentos ..................................................................40 18.1 Método do Valor Presente Líquido ..................................................................40 18.2 Método Índice de Lucratividade ........................................................................46 18.3 Método Taxa Interna de Retorno ...................................................................... 47 18.4 Método Custo Anual Uniforme .........................................................................50 Referências .................................................................................................................................53 Fra nc sic o A tai lo Rod rig ue s d e O liv eir a 9 20 .99 0.3 33 -1 5 9MATEMÁTICA E GESTÃO FINANCEIRA 1. Introdução Nesta primeira parte do material, pretende-se apresentar os pressupostos que norteiam o estudo dessa importante dimensão da matemática aplicada à gestão financeira: a matemática financeira. É importante destacar, logo de início, que as bases da matemática financeira estão ancoradas nos regimes de capitalização. Tais sistemas são divididos, basicamente, em duas metodologias distintas de cálculo: simples e composta. Mais adiante, nesta série acadêmica, ambas serão apresentadas em detalhes, por meio de exemplos e aplicações práticas. É fundamental o pleno domínio dos cálculos financeiros por parte daqueles que necessitam operar no mercado, tanto em nível de captação como em aplicação de recursos, haja vista que qualquer empreendimento demanda tal necessidade. O assunto aqui discutido também se aplica àqueles que buscam empreender em seus próprios negócios, dentro da sua área de interesse ou expertise. Como objetivo desta série acadêmica pauta-se nos principais conceitos e fundamentos da Matemática Financeira, bem como a aplicabilidade na gestão financeira. 2. Fluxo de caixa A matemática financeira utilizaum instrumento muito importante para retratar as situações que envolvem a circulação de valores ao longo do tempo. Trata-se de um diagrama composto por um eixo horizontal, que representa a linha do tempo, bem como setas com sentidos e sinais distintos, que, por sua vez, representam entradas ou saídas de dinheiro ao longo desse tempo. Essa circulação de valores é denominada, em seu conjunto, fluxo de caixa. A grande utilidade do fluxo de caixa é tornar visuais as operações que se está examinando. Damodaran (2004) destaca a importância desse demonstrativo pelo fato de expressar tanto o “timing” quanto o montante de cada fluxo de caixa. Ressalta-se a ideia de que as entradas de dinheiro são indicadas com setas voltadas para cima, seguidas do sinal positivo (+), enquanto as saídas são indicadas com setas voltadas para baixo, seguidas do sinal negativo (-). Não há uma proporcionalidade entre valores e o tamanho dessas setas, elas apenas demonstram receitas ou desembolsos. A Figura 1, a seguir, apresenta um exemplo genérico de fluxo de caixa. Figura 1. Fluxo de caixa convencional Fra nc sic o A tai lo Rod rig ue s d e O liv eir a 9 20 .99 0.3 33 -1 5 SÉRIE ACADÊMICA10 3. Juros e taxa de juro É consenso que as pessoas e/ou empresas contam, além de valores ditos presentes (disponível), com valores que estão no futuro em curto e médio prazos (valores a receber). Devido a isso, é natural que tais quantias (presentes e futuras) sejam ponderadas e que decisões sejam tomadas sobre elas. Pode-se abordar a questão da remuneração do capital por meio do pagamento ou recebimento de juros, lembrando que se alguém detém certa quantia de dinheiro, podendo utilizá-la livremente no consumo de bens e serviços que são oferecidos pelo sistema econômico, e resolve postergar esse consumo, isto é, poupar esses recursos transferindo-os a outra pessoa, pode-se conferir àquele que está postergando o consumo, uma remuneração pelo “sacrifício” de consumo que poderia ter sido realizado no presente, mas que, em virtude de uma decisão do poupador, será realizado no futuro. É importante destacar que esta série acadêmica não pretende fazer juízo de valor sobre uma atitude ou outra. Conforme Dolan (2015) “o bem-estar não é sobre como pensamos e sim sobre o que fazemos”. Dessa questão emerge o conceito de juro, ou seja, o preço desse crédito é chamado juro. A quantia monetária que é transacionada, por sua vez, chama-se capital ou principal. É importante destacar, ainda, que o conceito de juro (econômico) é diferente de taxa de juro (matemático), pois o segundo é o indicador quantitativo do valor do juro que ocorre em dada unidade de tempo, sendo expresso como porcentagem do capital. Securato (2015) destaca que a taxa de juros de uma operação financeira pode ser entendida, em dado intervalo de tempo, como a remuneração da unidade de capital inicial. Finalizando essas considerações iniciais, destaca-se duas regras que devem ser observadas ao utilizar taxas de juros, considerando que elas independem do regime de capitalização, em que a situação examinada está contextualizada. São elas: ¾ Quando se utiliza o ferramental disponibilizado pela álgebra (a utilização das fórmulas será explorada mais adiante nesta série acadêmica), a taxa sempre será expressa sob forma centesimal, e não percentual. Por exemplo, 10% ao ano será expressa 0,10 a.a., 0,5% ao mês será representado por 0,005 a.m., e assim por diante; ¾ O período de capitalização informado junto à taxa, por exemplo, 14% ao ano (significa que a incorporação dos juros ao capital ocorre a cada ano) deverá sempre ser compatível com o período da operação financeira propriamente dita. Pode-se adequar o Fra nc sic o A tai lo Rod rig ue s d e O liv eir a 9 20 .99 0.3 33 -1 5 11MATEMÁTICA E GESTÃO FINANCEIRA tempo à taxa ou o contrário, e recomenda-se sempre transformar a taxa para o período (unidade temporal do prazo da operação), pois isso evita erros e distorções. Existem expressões matemáticas específicas para esse fim, as quais serão apresentadas e discutidas ao longo deste material. 4. Regimes de capitalização A matemática financeira presta-se, basicamente, a proporcionar e viabilizar a comparabilidade dos valores que se encontram dispostos ao longo do tempo. Intuitivamente, percebe-se que uma quantia de dinheiro no presente possui valor intrínseco maior que a mesma quantia no futuro. Há aspectos tanto de oportunidades hoje – as quais poderão não existir no futuro – quanto de incerteza vinculada a cenários mais longínquos – os quais podem alterar-se à luz da conjuntura econômica passível de mudanças. Todavia, além desse aspecto de comparação temporal, há ainda a possibilidade de se calcular o montante (valor futuro) ou o capital inicial (valor presente) em dada operação. A lógica que sustenta tais comparações é de regime de capitalização. Vale ressaltar que existem, basicamente, dois tipos de regimes de capitalização: o regime de capitalização simples e o regime de capitalização composta. Assaf Neto (2019) destaca que os critérios (regimes) de capitalização demonstraram como os juros são formados e, sucessivamente, incorporados ao capital no decorrer do tempo. 5. Regime de capitalização simples O regime de juros simples tem uma peculiaridade marcante, pois a apu- ração dos juros, que são produzidos e incorporados ao final de cada período, é sempre baseada no capital inicial aplicado e/ou emprestado, independente- mente do prazo da operação. Sua utilização no merdado financeiro fica restrita a poucas operações: normalmente é usado para apuração de valores monetários das operações (encargos a pagar, rendimentos financeiros etc.), principalmente no que se refere às operações praticadas pelos bancos comerciais. Admitindo-se, a título de exemplificação, uma aplicação de R$ 100,00 a juros simples de 5% por período, durante cinco períodos, demonstra-se os seguintes juros produzidos, conforme Tabela 1. Fra nc sic o A tai lo Rod rig ue s d e O liv eir a 9 20 .99 0.3 33 -1 5 SÉRIE ACADÊMICA12 Tabela 1. Formação de juros simples Período Base Juros (J) Montante (FV) ----------------------------------------- R$ ----------------------------------------- 0 100 0 100 1 100 5 105 2 100 5 110 3 100 5 115 4 100 5 120 5 100 5 125 Soma => 25 675 Ao analisar a Tabela 1, é possível constatar que o montante cresce de forma proporcional e constante à razão de R$ 5,00 a cada período, excetuando- se a data zero, por não ter ocorrido nenhuma capitalização. Tal constatação permite afirmar que o regime de juros simples segue uma progressão aritmética (P.A.). Isso pode ser demonstrado por meio de duas abordagens: 1º Soma de uma P.A.: a fórmula da soma de uma progressão aritmética é dada pela exepressão onde, S é a soma da P.A., n é o número de termos da P.A., a1 é o primeiro elemento da série, an é o último elemento da série. Utilizando essa expressão, ao se calcular o total da coluna do montante (Tabela 1), tem-se: 2º Equação da reta, por meio da qual deve-se observar o coeficiente angular (inclinação). A partir do exemplo proposto, elaborou-se o gráfico da Figura 2. Fra nc sic o A tai lo Rod rig ue s d e O liv eir a 9 20 .99 0.3 33 -1 5 13MATEMÁTICA E GESTÃO FINANCEIRA Figura 2. Evolução do montante (juros simples) com taxa de 5% por periódo O coeficiente de inclinação apresenta uma importante informação, pois expressa a variação entre as variáveis estudadas. Por exemplo, em relação a equação y = -3x + 7, seria possível deduzir que existe uma relação negativa entre x e y tal que, para cada aumento de uma unidade de x, y diminui três unidades. No exemplo apresentado anteriormente, y = 5x + 100, interpreta-se que para cada aumento de uma unidade no tempo (n = 1 período), haverá acréscimo de 5 unidades no montante (j = R$ 5,00). Para x = 4, por exemplo, substituido na equação, tem-se que: y = 5 x (4) + 100 = 120 (ver Tabela 1, paran=4, tem-se FV = R$ 120,00). Caso a taxa aumentasse de 5% a.p. para 6% a.p., conforme apresentado na Tabela 2 e na Figura 3, a seguir, teria-se: Tabela 2. Formação de juros simples Período Base Juros (J) Montante (FV) ----------------------------------------- R$ ----------------------------------------- 0 100 0 100 1 100 5 105 2 100 5 110 3 100 5 115 4 100 5 120 5 100 5 125 Soma => 25 675 Figura 3. Evolução do montante (juros simples) com taxa de 6% por periódo Fra nc sic o A tai lo Rod rig ue s d e O liv eir a 9 20 .99 0.3 33 -1 5 SÉRIE ACADÊMICA14 6. Cálculo dos juros simples Para que se avance nas análises apresentadas nesta série acadêmica, do ponto de vista algébrico, os juros (j) podem ser apurados pela diferença entre o montante (FV) e o capital inicial (PV). Portanto, para uma taxa de juros de 5% a.p., tem-se: Analisando a dinâmica da Tabela 1, tira-se dela a seguinte conclusão: Generalizando para n períodos, tem-se (Equação 1): (1) Imaginando-se uma situação na qual é necessário pagar um boleto de condomínio, com atraso de 18 dias, no valor de R$ 850,00 à taxa de 1% ao mês e, ainda, a previsão de multa de 2% por conta da inadimplência. Embora o valor a ser cobrado sofra aumento de juros proporcional a cada dia de atraso, a base de cálculo sempre será a mesma (conceito de juros simples), ou seja, será o valor de face expresso no documento (valor nominal ou principal). O cálculo hipotético seria o seguinte: (Passo 1) cálculo da multa: Multa = Valor Nominal x 2% Multa = R$ 850,00 x 2% Multa = R$ 17,00 (Passo 2) cálculo dos juros simples à razão de 1% ao mês (pro-rata): Juros = PV (valor + multa) x x 18 dias Juros = PV (R$ 850,00 + R$ 17,00) x x 18 dias Juros = R$ 867,00 x 0,000333 x 18 Juros = R$ 5,20 Fra nc sic o A tai lo Rod rig ue s d e O liv eir a 9 20 .99 0.3 33 -1 5 15MATEMÁTICA E GESTÃO FINANCEIRA (Passo 3) Valor a ser pago Valor Nominal + Multa + Juros Valor a ser pago R$ 850,00 + R$ 17,00 + R$ 5,20 Valor a ser pago R$ 872,20 O cálculo poderia ter sido simplicado por meio da utilização da expressão j = PV x i x n, acrescentando-se, depois, a multa: Valor dos encargos (juros + multa) Valor dos encargos [(PV x i x n) + (PV x %multa)] Valor dos encargos [(R$ 850,00 x x 18 dias) + (R$ 850,00 x 0,02)] Valor dos encargos [(R$ 5,10) + (R$ 7,00)] Valor a ser pago R$ 850,00 + (R$ 17,00 + R$ 5,20) Valor a ser pago R$ 872,20 Pode-se, ainda, elaborar uma planilha, no Microsoft Excel, que permita viabilizar simulações em relação a alguns valores. Tais variáveis podem ser o valor de face, a taxa de juros, a taxa de encargos ou tempo de atraso. Apenas para ilustração, a Figura 4, a seguir, apresenta uma planilha para atender ao exemplo aqui proposto: Valor de Face: R$850,00 INPUT % Multa: 2% INPUT Valor da Multa: R$17,00 Resultado Valor Devido: R$867,00 Resultado Taxa de Juros (Mês): 1% INPUT Dias de atraso: 18 INPUT Valor dos Juros: R$5,20 Resultado Total / Encargos: R$22,20 Resultado Valor a Pagar: R$872,20 Resultado Figura 4. Pagamento de encargos (juros simples) A partir da premissa de que o montante é a soma entre o capital e os juros, tem-se a Equação 2: (2) onde, FV é o montante, PV é o principal ou capital inicial, i é a taxa de juros, n é o número de períodos de tempo. Podem existem situações práticas em que indivíduos como pequenos comerciantes, profissionais liberais, microempresários, entre outros, necessitem antecipar recebíveis, ou seja, transformar valores que já se encontram guardados na tesouraria da empresa, ou mesmo no setor de cobrança do banco que se opera, mas que ainda não podem ser recebidos em função da data de vencimento desses papéis. Pode-se citar, por exemplo, duplicatas a receber, títulos a receber, cheques pré-datados, etc. Fra nc sic o A tai lo Rod rig ue s d e O liv eir a 9 20 .99 0.3 33 -1 5 SÉRIE ACADÊMICA16 Diante dessa necessidade, pode-se realizar a operação de desconto simples comercial, que calcula os juros devidos ao período que falta para o vencimento do título, abatendo essa importância do valor de face do papel. A expressão matemática do desconto simples, também chamado bancário, é (Equação 3): (3) onde, D é o valor do desconto, N é o valor de face do papel, i é a taxa de desconto, n é o número de períodos. A título de exemplificação numérica, tem-se a seguinte situa- ção hipotética: certo comerciante detém uma duplicata de valor R$ 1.500,00, produto de uma operação de venda, e deseja antecipar seu recebimento, sabendo que faltam 21 dias para seu vencimento. Ao consultar o banco Modelo S/A, soube que há interesse na operação de desconto à taxa é de 10% ao mês. Nesse caso, qual seria o valor líquido a ser recebido? Lembrando que operações envolvendo antecipação de recebíveis implicam na incidência de Imposto sobre Operações de Crédito (IOC) de 0,0041% ao dia sobre o valor do principal e a alíquota adicional e 0,38% sobre o valor da operação, cobrado na data de colocação do empréstimo à disposição do tomador. Todavia, desconsidera-se a carga tributária nesse exemplo, pois a intenção é apenas compreender a essência do cálculo do desconto. O valor atual da duplicata (Ac) seria, então: Finalizando, percebe-se que o valor atual do título é a diferença entre o valor de face e o desconto. Expressando em termos matemáticos: Fatorando essa expressão por meio da colocação do termo comum em evidência (N), tem-se a Equação 4: Realmente, Fra nc sic o A tai lo Rod rig ue s d e O liv eir a 9 20 .99 0.3 33 -1 5 17MATEMÁTICA E GESTÃO FINANCEIRA 7. Regime de capitalização composta O regime de capitalização composta tem uma lógica totalmente diferente do regime de capitalização simples. Nele, a base de cálculo não é o capital inicial, mas o montante do período imediatamente anterior àquele que se está apurando os juros. Dessa forma, percebe-se que os juros incorporados ao longo do tempo trazem como consequência o aumento da base de cálculo – daí a expressão “juros sobre juros”, comumente utilizada. A fórmula matemática adotada para apuração do valor futuro (FV = capital + juros), nesse modelo, pode ser derivada da fórmula de juros simples, já apresentada neste material (j = PV x i x n). Para que se possa, de forma mais contundente, constatar o comportamento não linear dos juros compostos, tem-se o seguinte exemplo, ilustrado na Tabela 3 e na Figura 5: R$ 100,00 foi aplicado durante trinta períodos à taxa de 8% a.p. Tabela 3. Aplicação de juros compostos Período Base Juros (J) Montante (FV) ----------------------------------------- R$ ----------------------------------------- 0 100 0,00 100,00 1 100 8,00 108,00 2 101 8,64 116,64 3 102 9,33 125,97 4 103 10,08 136,05 5 104 10,88 146,93 6 105 11,75 158,69 7 106 12,69 171,38 8 107 13,71 185,09 9 108 14,81 199,90 10 109 15,99 215,89 11 110 17,27 233,16 12 111 18,65 251,82 13 112 20,15 271,96 14 113 21,76 293,72 15 114 23,50 317,22 16 115 25,38 342,59 17 116 27,41 370,00 18 117 29,60 399,60 19 118 31,53 431,57 20 119 34,53 466,10 21 120 37,29 503,38 22 121 40,27 543,65 23 122 43,49 587,15 24 123 46,97 634,12 25 124 50,73 684,85 26 125 54,79 739,64 27 126 59,17 798,81 28 127 63,90 862,71 29 128 69,02 931,73 30 129 74,54 1.006,27 Soma => 906,27 12.334,59 Fra nc sic o A tai lo Rod rig ue s d e O liv eir a 9 20 .99 0.3 33 -1 5 SÉRIE ACADÊMICA18 Figura 5. Evolução do montante (juros compostos) com taxa de 8% por periódo 1o período: FV = PV + j FV = PV + PV x i x n FV = PV + PV x i x 1 FV = PV (1 + i) 2o período: FV = PV + j FV = PV (1 + i) + PV (1 + i) x i x 1 FV = PV (1+ i) x (1+i)FV = PV (1+i)2 3o período: FV = PV + j FV = PV (1 + i)2 + PV (1 + i)2x i x 1 FV = PV (1+ i)2 x (1+i) FV = PV (1+i)3 Enésimo período: FV = PV + j FV = PV (1 + i) n-1 + PV (1 + i) n-1x i x 1 FV = PV (1+ i) n-1x (1+i) FV = PV (1+ i) n-1+1 FV = PV (1+i) n Como resultado, tem-se a aplicação da Equação 5: FV = PV (1 + i) n (5) onde, FV é o montante, PV é o capital inicial, i é a taxa de juros, n é o número de períodos de tempo. Utilizando essa expressão no exemplo acima elaborado, tem-se que para o 30º período: FV = PV (1 + i) n FV = R$ 100,00 (1 + 0,08) 30 FV = R$ 100,00 (10,062656) FV = R$ 1.006,27 Fra nc sic o A tai lo Rod rig ue s d e O liv eir a 9 20 .99 0.3 33 -1 5 19MATEMÁTICA E GESTÃO FINANCEIRA A grande vantagem do uso da fórmula é a dispensa da construção de tabelas. Sendo assim, caso queira apurar o valor futuro no 100º período, a aplicação da Equação 5 permitiria concluir que: FV = PV (1 + i) n FV = R$ 100,00 (1 + 0,08) 100 FV = R$ 219.976,73 Examinando a Figura 5, apresentada há pouco, que ilustra a evolução dos juros compostos, percebe-se que no regime de capitalização composta o crescimento do principal ocorre em progressão geométrica. Os detalhes do conceito de crescimento exponencial serão discutidos mais adiante neste material, quando forem apresentadas as séries de prestações periódicas. A partir da igualdade FV = PV (1+i) n, pode-se calcular as demais variáveis PV, n e i, conforme segue: FV = PV (1+i) n ⇔ PV (1+i) n = FV, isolando o PV tem-se a Equação 6: (6) FV = PV (1+i) n ⇔ PV (1+i) n = FV utilizando a propriedade do logaritmo de uma potência (Equação 7), tem-se: (7) finalizando, tem-se (Equação 8): (8) Tal qual foi feito na abordagem da capitalização simples, criou-se algumas planilhas no Microsoft Excel para proporcionar simulações resultantes de possíveis mudanças nas variáveis envolvidas. No tocante ao exemplo em curso, o seguinte resultado seria possível, conforme as Figuras 6 a 9: Fra nc sic o A tai lo Rod rig ue s d e O liv eir a 9 20 .99 0.3 33 -1 5 SÉRIE ACADÊMICA20 Valor Presente (PV) - R$100,00 INPUT Taxa de Juros: 8% INPUT Prazo: 30 INPUT Valor Futuro (FV): R$1.006,27 Resultado Figura 6. Valor futuro (juros compostos) Valor Futuro (FV) R$1.006,27 INPUT Taxa de Juros: 8% INPUT Prazo: 30 INPUT Valor Presente (PV): -R$100,00 Resultado Figura 7. Valor presente (juros compostos) Valor Presente (PV) - R$100,00 INPUT Valor Futuro (FV) R$1.006,27 INPUT Prazo: 30 INPUT TAXA de JUROS 8% Resultado Figura 8. Cálculo da taxa (juros compostos) Valor Presente (PV) - R$100,00 INPUT Valor Futuro (FV) R$ 1.006,27 INPUT Prazo: 8% INPUT TAXA de JUROS 30 Resultado Figura 9. Cálculo do prazo (juros compostos) 8. Apuração dos juros Examinando o exemplo apresentado, para quais foram os juros produzidos, basta subtrair do montante final o capital aplicado (Tabela 3): Pode-se, ainda, matematizar esse raciocínio e apurar uma fórmula para tal propósito. Acerca dessa possibilidade, Lapponi (2008, p.4) destaca que “a construção de um modelo pode surgir da detecção de uma oportunidade ou da necessidade de resolver um problema”. Logo, tem-se a Equação 9, apresentada a seguir: (9) Fra nc sic o A tai lo Rod rig ue s d e O liv eir a 9 20 .99 0.3 33 -1 5 21MATEMÁTICA E GESTÃO FINANCEIRA Dessa forma, por meio da Equação 9, seria possível apurar os juros: Toda pessoa que necessita fazer operações no mercado financeiro, tais como poupar dinheiro em caderneta de poupança, aplicar sobras de caixa em Certificado de Depósito Bancário (CDB) ou mesmo apurar os juros devidos por ter utilizado o limite do cheque especial de sua conta corrente, precisa dominar os cálculos das taxas de juros envolvidas nessas operações. Para efeito ilustrativo, imagina-se que o Banco Empreendedorial S/A esteja oferecendo um CDB de 35 dias à taxa prefixada de 22% ao ano. Carrete e Tavares (2015) esclarecem que a taxa de juros é prefixada quando indica o valor futuro da aplicação. Para alguém não habituado a essas operações, o raciocínio esperado seria: se a taxa é pactuada ao ano e o prazo da operação é expresso em dias, bastaria dividir 22% por 360, obtendo-se, assim, a taxa diária. Isso está incorreto na medida em que se opera um ambiente exponencial (capitalização composta), diferentemente de um ambiente linear, característica operacional da capitalização simples. Para compreender tal procedimento, deve-se conceituar taxas equivalentes: aquelas que, aplicadas ao mesmo principal, durante o mesmo espaço de tempo, produzem os mesmos montantes. Teixeira (2012) propõe a seguinte situação: certo capital PV foi aplicado durante certo período n, à uma taxa de juros i, produzindo certo montante FV. Concomitantemente a essa aplicação, o mesmo principal PV foi aplicado durante um período ne, equivalente ao primeiro, à taxa de juros ie, produzindo o mesmo montante FVe. Dessa maneira, decorrem as seguintes fórmulas matemáticas para cada situação acima descrita: A hipótese aqui é de que os montantes são iguais, logo: FV = FVe. Admitindo que o prazo pode assumir uma unidade (n = 1), ou seja, um mês, um semestre, um ano, um período etc., tem-se que (Equação 10): (10) Fra nc sic o A tai lo Rod rig ue s d e O liv eir a 9 20 .99 0.3 33 -1 5 SÉRIE ACADÊMICA22 Pode-se calcular a taxa i em função de taxa ie da seguinte maneira: (1 + i) n = (1 + ie) ne. Lembrando que n = 1, tem-se que (Equação 11): (11) No exemplo aqui apresentado, o cálculo do CDB ficaria da seguinte forma; Pode-se resolver o problema, de forma mais objetiva, da seguinte maneira: Uma maneira simples para calcular rapidamente uma taxa equivalente em relação a outra é fazer simulações utilizando planilhas do Microsoft Excel. Para tanto, recomenda-se que se utilize uma unidade monetária no PV ($1,00) e o FV acrescido à razão da taxa informada. A título de exemplificação, a Figura 10 apresenta o cálculo das taxas equivalentes para os períodos semestral, trimestral, mensal e diária, considerando uma taxa de 16% ao ano: Valor Presente (PV) - R$1,00 INPUT Valor Futuro (FV) R$1,16 INPUT Prazo: 2 INPUT (1 ano = 2 semestres) TAXA de JUROS 7,703% Resultado Valor Presente (PV) - R$1,00 INPUT Valor Futuro (FV) R$1,16 INPUT Prazo: 4 INPUT (1 ano = 4 trimestre) TAXA de JUROS 3,780% Resultado Valor Presente (PV) - R$1,00 INPUT Valor Futuro (FV) R$1,16 INPUT Prazo: 12 INPUT (1 ano = 12 meses) TAXA de JUROS 1,245% Resultado Valor Presente (PV) - R$1,00 INPUT Valor Futuro (FV) R$1,16 INPUT Prazo: 360 INPUT (1 ano = 360 dias) ano comercial TAXA de JUROS 0,041% Resultado Figura 10. Cálculo de taxas equivalentes (juros compostos) Fra nc sic o A tai lo Rod rig ue s d e O liv eir a 9 20 .99 0.3 33 -1 5 23MATEMÁTICA E GESTÃO FINANCEIRA Posto isso, utilizando a mesma ferramenta, pode-se resolver o cálculo relativo ao CDB (Figura 11). Valor Presente (PV) - R$1,00 INPUT Valor Futuro (FV) R$1,22 INPUT Prazo: 360 INPUT (1 ano = 360 dias) TAXA de JUROS 0,055% Resultado Valor Presente (PV) - R$1,00 INPUT Valor Futuro (FV) R$1,22 INPUT Prazo: 10.28571 INPUT TAXA de JUROS 1,952% Resultado Figura 11. Cálculo relativo ao Certificado de Depósito Bancário 9. Taxa de juros nominal e taxa de juros efetiva Podem existir situações em que o período expresso na taxa de juros utilizada não coincide com o período de capitalização. Por exemplo, aplica-se certo capital P a juros compostos por n meses, à taxa de 20% ao ano, capitali- zados mensalmente. Nota-se que a capitalização se dá a cada mêse o período informado pela taxa de juros é anual. Isso ocorre quando está diante de uma taxa nominal e não efetiva. Esse fato não deixa de ser um complicador, haja vista que nas situações envolvendo a necessidade de adaptações, em que a taxa está em um período e o prazo em outro, conforme o exemplo apresentado há pouco, demanda o cálculo da correspondente taxa equivalente. Para Gitman (2010), pode-se conceituar taxa nominal e taxa efetiva da seguinte maneira: ¾ Taxa nominal: é aquela cuja unidade do período a que se refere não coincide com a unidade do período da capitalização; ¾ Taxa efetiva: é aquela que, efetivamente, é utilizada na operação financeira. Tosi (2009) ressalta que a taxa nominal, na verdade, pode ser vista como sendo uma “taxa aparente”. Conforme Teixeira (2012), dada uma taxa de juros nominal, procede-se para o cálculo da respectiva taxa de juros efetiva, por convenção, de maneira igual ao sistema de capitalização simples, isto é, calcula-se a taxa proporcional à dada, relativa à unidade de tempo mencionada Fra nc sic o A tai lo Rod rig ue s d e O liv eir a 9 20 .99 0.3 33 -1 5 SÉRIE ACADÊMICA24 para a capitalização e, posteriormente, apura-se exponencialmente a taxa efetiva à nominal. Matematicamente, temos (Equação 12): (12) onde, if é a taxa efetiva, i é a taxa nominal, k é a frequência de períodos relativos à capitalização de if. Por exemplo, qual é a taxa de juros efetiva anual, dada uma taxa de juros nominal de 6% ao ano capitalizados mensalmente? Utilizando a Equação Pode-se confirmar esse resultado a partir da utilização da fórmula de juros compostos, vista a partir de um PV (Principal) de valor hipotético de R$ 100,00, utilizando a Equação 5: A título de exemplificação, as questões apresentadas a seguir serão examinadas e resolvidas, dada a taxa nominal de 24% ao ano: 1) Quais são as respectivas taxas efetivas anuais para os seguintes períodos de capitalização: a) Mensal b) Trimestral c) Semestral 2) Quais são as taxas equivalentes mensais, bimestrais e diárias relativas às questões a, b e c? Resolução: a) Fra nc sic o A tai lo Rod rig ue s d e O liv eir a 9 20 .99 0.3 33 -1 5 25MATEMÁTICA E GESTÃO FINANCEIRA b) c) 10. Série uniforme de prestações periódicas Este tópico pretende aprofundar os conceitos da matemática financeira, em particular as modelagens afetas à capitalização composta. É fato que o gestor financeiro, ao administrar um negócio, muitas vezes se vê obrigado a assumir financiamentos de ativos operacionais, ou mesmo contrair emprésti- mos a serem pagos por meio de pagamentos futuros. São comuns indagações quanto à maneira pela qual as prestações são calculadas, quanto à diferença entre pagamento e amortização, quanto a taxa financeira embutida em um empréstimo e assim por diante. Diante dessas indagações, passou-se a estudar os modelos matemáticos que, apesar de apresentarem maior grau de comple- xidade, podem dirimir tais dúvidas. Quando se estuda o regime de capitalização composta, examina-se fluxos de caixa em que haja, basicamente, quatro elementos: valor presente (PV), valor futuro (FV), taxa de juros (i) e prazo da operação (n). O que será visto, a partir desse ponto, é a ocorrência de diversos valores “Periodic Payment Amount” (PMT), ou seja, valor do pagamento periódico, dispostos ao longo do tempo. É importante observar que serão examinadas as chamadas sérias regulares, ou seja, cada PMT possui valor nominal igual, e encontram-se dispostos em períodos de tempo periódicos e constantes ao longo de um fluxo de caixa, daí o nome série uniforme de prestações periódicas. As séries uniformes de prestações periódicas mais relevantes, segundo Di Pierro Netto e Teixeira (1998), são as seguintes: ¾ Série uniforme de prestações periódicas postecipadas: tem como característica o fato de os pagamentos (PMT) ocorrerem no final de cada período. Esse modelo não prevê pagamento de prestação na data zero, exceto uma entrada, caso haja. É comumente conhecida por jargão comercial, em que o recebimento será realizado, por exemplo, em dez prestações mensais iguais (0 + 10); ¾ Série uniforme de prestações periódicas antecipadas: diferentemente da série postecipada, esse modelo prevê que o primeiro pagamento Fra nc sic o A tai lo Rod rig ue s d e O liv eir a 9 20 .99 0.3 33 -1 5 SÉRIE ACADÊMICA26 seja feito no início do intervalo de tempo. Normalmente é conhecida por fala comercial, em que o pagamento será feito, por exemplo, em oito prestações trimestrais e iguais (1 + 7); ¾ Série uniforme de prestações periódicas diferidas: nesse caso, o modelo de pagamento e/ou recebimento prevê uma carência entre a data zero e o primeiro pagamento da série. Assim sendo, após a carência, a série é vista como sendo uma postecipada. Vale lembrar que as séries mencionadas, independentemente da sua classificação, estão inseridas no contexto de capitalização composta. Dessa forma, a Equação 5 será utilizada para a capitalização, FV = PV (1+i)n, e a Equação 6 para a descapitalização, que irão apurar, respectivamente, o montante e o valor presente da série. 11. Valor presente da série periódica postecipada (PVp) A título de exemplificação, imagina-se que o dono de uma loja de automóveis precisa quitar um veículo que acabou de adquirir, mas encontra-se alienado à uma instituição financeira. Sabendo que faltam 16 prestações (15ª está paga), que o banco cobra uma taxa de 3% ao mês e que o valor da prestação é de R$ 1.250,00. Nesse caso, qual seria o valor necessário para a quitação do veículo? Para essa tarefa, deve-se atualizar as prestações futuras, conforme Equação 13 apresentada a seguir: Colocando o PMT em evidência, tem-se que: Conforme antecipado na seção Regime de capitalização composta desta série acadêmica, percebe-se que a expressão entre colchetes trata-se de uma progressão geométrica, onde: 1º Termo A razão Enésimo termo Fra nc sic o A tai lo Rod rig ue s d e O liv eir a 9 20 .99 0.3 33 -1 5 27MATEMÁTICA E GESTÃO FINANCEIRA A soma de uma progressão geométrica P.G. é expressa por: . Por exemplo, dada a sequência 2, 4, 8, 16, 32, determina-se a sua soma 2+4+8+16+32 = 62. Substituindo as variáveis da série postecipada na fórmula da soma da P.G., tem-se a Equação 14: (14) Resolvendo, então, o exemplo proposto, a resposta seria a seguinte: Valor Presente (PMT): - R$1.250,00 INPUT Taxa de Juros: 3% INPUT Número de Prestações: 16 INPUT Valor Presente (PV) R$15.701,38 Resultado Figura 12. Cálculo do valor presente (série postecipada) Outra fórmula que ajuda bastante é a do cálculo da prestação é: . Isolando-se o PMT da equação, tem-se (Equação 15): (15) Por exemplo, sabendo-se que um microempresário aceitou aceitar uma linha de crédito oferecida pelo banco Z, com limite de R$ 35.000,00, que será pago por meio de 48 pagamentos mensais e consecutivos (0 + 48), à taxa de juros de 35% ao ano, qual seria o valor de cada prestação? Fra nc sic o A tai lo Rod rig ue s d e O liv eir a 9 20 .99 0.3 33 -1 5 SÉRIE ACADÊMICA28 Valor Presente (PV): R$35.000,00 INPUT Número de Prestação: 48 INPUT Taxa de Juros: 3% INPUT Valor Prestação (PMT) - R$1.267,55 Resultado Figura 13. Cálculo da prestação (I) (série postecipada) 12. Valor futuro da série postecipada (FVp) O valor futuro, ou valor acumulado de uma série uniforme de prestações periódicas, é a soma das prestações (PMT), capitalizadas uma a uma, até a data n, imediatamente após a realização do último pagamento. Exemplo: uma pessoa decide depositar R$ 2.000,00 mensalmen- te em um fundo que remunera o capital à taxa de 0,8% ao mês durante um ano (0+12), ao final desse período, quanto ela terá acumulado? Colocando o PMT em evidência e invertendo a ordem das parcelas, tem-se: Percebe-se que a expressão entre colchetes é uma progressão geométrica, na qual o primeiro termo a1 = 1, a razão q = (1 + i) e o último termo an = (1 + i) n-1:Fra nc sic o A tai lo Rod rig ue s d e O liv eir a 9 20 .99 0.3 33 -1 5 29MATEMÁTICA E GESTÃO FINANCEIRA Fatorando-se essa expressão acima, tem-se (Equação 16): (16) Resolvendo o exemplo anterior, vem: Valor da Prestação (PMT) R$2.000,00 INPUT Taxa de Juros: 0,80% INPUT Número de Prestações: 12 INPUT Valor Futuro (FV) R$25.084,67 Resultado Figura 14. Cálculo do valor futuro (série postecipada) Dada a expressão e isolando o PMT, tem-se (Equação 17): (17) Fra nc sic o A tai lo Rod rig ue s d e O liv eir a 9 20 .99 0.3 33 -1 5 SÉRIE ACADÊMICA30 Valor Futuro (FV): R$1.500.000,00 INPUT Número de Prestações: 60 INPUT Taxa de Juros: 4% INPUT Valor da Prestação (PMT): - R$6.302,77 Resultado Figura 15. Cálculo da prestação (II) (série postecipada) 13. Série uniforme de prestações periódicas antecipadas Conforme dito, esse modelo pressupõe que o primeiro pagamento seja realizado na data zero, como o próprio nome diz (série antecipada). Se o número de prestações for igual a (n), portanto, serão feitas da seguinte forma: [(n-1) + 1]. 13.1 Valor presente da série periódica antecipada (PVa) Se um computador está à venda na rede de lojas G por meio do plano de 25 parcelas mensais de R$ 120,00, sendo a primeira no ato da compra, com taxa financeira de 19,56% ao ano, qual seria o preço à vista desse produto? Colocando PMT em evidência, tem-se: Analisando-se o conteúdo da expressão E, é possível perceber que se trata do fator de valor presente das séries postecipadas de n-1 termos. Assim sendo, será utilizada a Equação 14, apresentada anteriormente, utilizando-se, em relação às séries antecipadas, um período a menos (o que ocorre na data zero). Desse modo, tem-se a Equação 18: (18) Fra nc sic o A tai lo Rod rig ue s d e O liv eir a 9 20 .99 0.3 33 -1 5 31MATEMÁTICA E GESTÃO FINANCEIRA Resolvendo o exemplo apresentado, tem-se: Valor da Prestação (PMT): - R$120,00 INPUT Taxa de Juros: 1,50% INPUT Número de Prestações: 25 INPUT VALOR PRESENTE (PV): R$2.523,65 Resultado Figura 16. Cálculo do valor presente (série antecipada) 13.2 Valor futuro da série antecipada (FVa) Analogamente às series postecipadas, deve-se capitalizar os valores dispostos ao longo do fluxo de caixa para a data n: Colocando PMT em evidência e operando os expoentes, tem-se: Colocando o termo (1 + i) em evidência, por sua vez: Ao examinar-se a expressão F, verifica-se que se trata do fator de acúmulo de capital das séries postecipadas. Assim sendo, assume-se que o fato desse fator ser multiplicado por (1 + i) implica em mais um período de capitalização e, portanto, deve-se somar 1 à variável n e subtraí-la do resultado final (Equação 19): (19) Fra nc sic o A tai lo Rod rig ue s d e O liv eir a 9 20 .99 0.3 33 -1 5 SÉRIE ACADÊMICA32 Se, por exemplo, um aplicador abre uma conta no banco K com um depósito inicial de R$ 10.000,00, comprometendo-se a fazer outros onze depósitos de mesmo valor ao final de cada trimestre, à taxa de 26,82% ao ano, qual seria o saldo final da aplicação? Valor da Prestação (PMT): - R$10.000,00 INPUT Taxa de Juros: 6,12% INPUT Número de Prestações: 12 INPUT VALOR FUTURO (FV): R$180.283,11 Resultado Figura 17. Cálculo do valor futuro (série antecipada) 14. Série uniforme de prestações periódicas diferidas Finalmente, será abordada uma série uniforme em que há presença de carência entre o fato gerador – a compra de um ativo, por exemplo – e a data do primeiro pagamento. Tais situações são relativamente comuns na aquisição de automóveis, principalmente para oferecer uma vantagem ao comprador, por meio da concessão de uma carência para o primeiro pagamento. Vale destacar que esse período também pode ser chamando de prazo de Diferimento (m). 14.1 Valor presente da série periódica diferida (PVd) Em relação ao fluxo abaixo (Figura 18), determina-se o Valor Atual (PVd) na data zero. Figura 18. Fluxo para determinar o valor atual na data zero Fra nc sic o A tai lo Rod rig ue s d e O liv eir a 9 20 .99 0.3 33 -1 5 33MATEMÁTICA E GESTÃO FINANCEIRA Destaca-se que após o final da carência (data m), a série remanescente configura-se em uma série uniforme de prestações periódicas postecipadas. É como se a data (m) fosse a data zero da série postecipada. Dessa forma, pode-se calcular o valor atual (PVd) da seguinte maneira: 1º Calcula-se o valor atual PVp na data (m), ou seja: 2º Descapitaliza-se PVp, que passa a ser interpretado como sendo o valor futuro em relação à data zero, por m períodos, encontran- do-se o valor atual PVd. Matematicamente (Equação 20): (20) Considerando-se o seguinte exemplo: um lanifício necessita adquirir uma nova máquina para o setor de fiação. O equipamento é vendido por meio de dezoito prestações mensais iguais, à taxa de 7,80% ao semestre. Como determinar o preço à vista do equipamento, sabendo que cada desembolso corresponde a R$ 1.200,00 e que foi concedida uma carência de três meses para o primeiro pagamento? Valor da Prestação (PMT): - R$1.200,00 INPUT Taxa de Juros: 1,26% INPUT Número de Prestações: 18 INPUT VALOR PRESENTE (PV) R$19.218,06 Resultado Fra nc sic o A tai lo Rod rig ue s d e O liv eir a 9 20 .99 0.3 33 -1 5 SÉRIE ACADÊMICA34 Valor Futuro (FV): - R$19.218,06 INPUT Taxa de Juros: 1,26% INPUT Prazo de Juros: 3 INPUT VALOR Presente (PV): R$18.509,54 Resultado Figura 19. Cálculo do valor presente (série diferida) 14.2 Valor futuro da série diferida (FVd) Não havendo capitalizações, com consequente formação de juros durante o prazo de carência, para o cálculo do valor futuro (FVd) de uma série diferida procede-se da mesma maneira com que é apurado o montante das séries uniformes postecipadas (Equação 21). (21) 15. Série uniforme de prestações periódicas com parcelas adicionais Este tópico, embora não contenha nova teoria matemática, é de muita importância, haja vista a sua aplicabilidade ao mundo dos negócios, em especial aos empreendimentos do mercado imobiliário. Não são raras as propagandas que oferecem imóveis para venda ou financiamento por meio de bancos particulares ou diretamente por incorporadoras. Essas ofertas trazem, muitas vezes, certa complexidade quanto à forma de pagamento. O fluxo de caixa oferecido prevê, além de prestações preestabelecidas, pagamentos intermediários. Nesses casos, para encontrar o valor atual do imóvel, deve-se empregar os conceitos já vistos no presente material, tomando o cuidado de adequar a tipologia de cada uma relativamente ao macromodelo quantitativo advindo da compra do ativo. Por exemplo, admitindo-se que um bem de capital esteja à venda por meio das condições abaixo informadas, como calcular o preço à vista dada a taxa de 3% ao mês? ¾ Prazo total: 6 anos; ¾ Sinal: R$ 5.500,00; ¾ Prestações mensais: R$ 450,00; ¾ Pagamentos semestrais: R$ 1.500,00; ¾ Pagamentos anuais: R$ 11.800,00. Fra nc sic o A tai lo Rod rig ue s d e O liv eir a 9 20 .99 0.3 33 -1 5 35MATEMÁTICA E GESTÃO FINANCEIRA Esquematicamente (Figura 20): (pagamentos mensais a cada ano): 72 termos (12 meses x 6 anos) PMTS (pagamentos semestrais): 12 termos (2 semestres x 6 anos) PMTA (pagamentos anuais): 6 termos (6 anos) Figura 20. Modelo de esquema para série uniforme de prestações periódicas com parcelas adicionais Conforme dito anteriormente, deve-se adequar a tipologia de cada série. Para tanto, foram utilizadas as séries periódicas postecipadas, adaptando-se a taxa ao período referente: O macromodelo seria o seguinte: 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 semestres Rs Rs RsRs Rs RsRs Rs RsRs Rs Rs RA RA RA RA RA RA Fra nc sic o A tai lo Rod rig ue s d e O liv eir a 9 20 .99 0.3 33 -1 5 SÉRIE ACADÊMICA36 Valor da Prestação (PMT): - R$450,00 INPUT Taxa de Juros: 3% INPUT Número de Prestações: 72 INPUT VALOR PRESENTE (PV): R$13.214,29 Resultado Valor da Prestação (PMT): - R$1.500,00 INPUT Taxa de Juros: 19,41% INPUT Número de Prestações: 12 INPUTVALOR PRESENTE (PV): R$6.808,42 Resultado Valor da Prestação (PMT): - R$11.800,00 INPUT Taxa de Juros: 42,58% INPUT Número de Prestações: 6 INPUT VALOR PRESENTE (PV): R$24.413,98 Resultado Sinal (Data Zero): R$5.500,00 INPUT TOTAL GERAL: R$49.936,69 Resultado Figura 21. Cálculo do valor presente com parcelas adicionais 16. Sistemas de amortização de empréstimos Durante o processo de gerenciamento de negócios, pode-se enfrentar situações em que se faz necessária a contratação de dívidas ou financiamentos a serem pagos a médio e longo prazos. Considerando o fato de que o valor nominal de cada pagamento consiste na soma de amortização e juros, pode-se utilizar várias metodologias para estabelecer a melhor forma de liquidar uma dívida. 16.1 Conceitos iniciais sobre sistemas de amortização de empréstimos Os autores Di Pierro Netto e Teixeira (1998) alertam que antes de apre- sentar as várias metodologias possíveis de amortização é necessário conceituar alguns termos utilizados pelo mercado financeiro: ¾ Amortização: é a devolução do capital emprestado que é feito de maneira sucessiva e periódica ao longo do tempo; ¾ Juros: conforme visto no início deste material, os juros referem-se ao pagamento pelo uso do dinheiro; ¾ Prestação: realizada de forma sucessiva e periódica, consiste no pagamento da amortização mais os juros relativos ao saldo devedor imediatamente anterior ao período referente à prestação; Fra nc sic o A tai lo Rod rig ue s d e O liv eir a 9 20 .99 0.3 33 -1 5 37MATEMÁTICA E GESTÃO FINANCEIRA ¾ Saldo devedor: é o saldo restante da dívida logo após o pagamento da prestação. 16.2 Sistema de Amortização Constante No sistema de amortização constante (SAC), as prestações são decrescentes ao longo do tempo. Isso deve-se ao fato de a base de cálculo, usada para a apuração dos juros, ser cada vez menor à medida em que as parcelas são realizadas. A amortização é calculada pela divisão entre o valor emprestado e o número de prestações a serem pagas (Equação 22). (22) onde, A é a amortização, PV é a principal, n é o número de prestações. Se uma empresa contraiu um empréstimo no valor de R$100.000,00, por exemplo, que será amortizado em cinco anos por meio de parcelas semestrais. Dada a taxa de 13% ao ano, como pode-se montar o quadro da dívida utilizando o SAC? Para a montagem da planilha (Tabela 4), deve-se, inicialmente, calcular o valor da amortização: Tabela 4. Sistema de Amortização Constante Periodo Saldo Devedor Amortização Juros Prestação Saldo Final ------------------------------------------------------R$------------------------------------------------------ 0 100.000,00 1 106.300,00 10.000,00 6.300,00 16.300,00 90.000,00 2 95.670,00 10.000,00 5.670,00 15.670,00 80.000,00 3 85.040,00 10.000,00 5.040,00 15.040,00 70.000,00 4 74.410,00 10.000,00 4.410,00 14.410,00 60.000,00 5 63.780,00 10.000,00 3.780,00 13.780,00 50.000,00 6 53.150,00 10.000,00 3.150,00 13.150,00 40.000,00 7 42.520,00 10.000,00 2.520,00 12.520,00 30.000,00 8 31.890,00 10.000,00 1.890,00 11.890,00 20.000,00 9 21.260,00 10.000,00 1.260,00 11.260,00 10.000,00 10 10.630,00 10.000,00 630,00 10.630,00 0,00 Fra nc sic o A tai lo Rod rig ue s d e O liv eir a 9 20 .99 0.3 33 -1 5 SÉRIE ACADÊMICA38 16.3 Sistema de Amortização Francês O sistema de amortização francês (SAF) implica, pela lógica que permeia sua proposta, que as prestações sejam iguais e sucessivas durante todo o prazo de pagamento. Pelo fato de o saldo devedor ser decrescente, de modo que se deve cada vez menos, os juros também diminuem. Todavia, para manter o mesmo valor da prestação, aumenta-se a amortização. O cálculo da prestação é feito a partir da fórmula do valor presente da série uniforme de prestações periódicas, já estudada neste material (Equação 23): (23) Exemplo: se um apartamento está à venda por R$784.000,00, 20% desse valor pago diretamente à construtora por meio de doze parcelas mensais iguais, à taxa de 15% ao ano capitalizados mensalmente. O saldo remanescente será financiado diretamente pelo comprador junto ao Banco Y. Sendo assim, a planilha financeira referente à dívida da construtora seria (Tabela 5): ¾ Dívida: R$784.000,00 x 20% = R$156.800,00 ¾ Cálculo da taxa efetiva: ¾ Cálculo da taxa equivalente: ¾ Cálculo da taxa prestação mensal: Fra nc sic o A tai lo Rod rig ue s d e O liv eir a 9 20 .99 0.3 33 -1 5 39MATEMÁTICA E GESTÃO FINANCEIRA TABELA 5. Sistema de Amortização Francês Periodo Saldo Devedor Amortização Juros Prestação Saldo Final ------------------------------------------------------R$------------------------------------------------------ 0 156.800,00 1 158.760,00 12.192,50 1.960,00 14.152,50 144.607,50 2 146.415,09 12.344,91 1.807,59 14.152,50 132.262,59 3 133.915,88 12.499,22 1.653,28 14.152,50 119.763,38 4 121.260,42 12.655,46 1.497,04 14.152,50 107.107,92 5 108.446,77 12.813,65 1.338,85 14.152,50 94.294,27 6 95.472,95 12.973,82 1.178,68 14.152,50 81.320,45 7 82.336,95 13.135,99 1.016,51 14.152,50 68.184,45 8 69.036,76 13.300,19 852,31 14.152,50 54.884,26 9 55.570,31 13.466,45 686,05 14.152,50 41.417,81 10 41.935,53 13.634,78 517,72 14.152,50 27.783,03 11 28.130,32 13.805,21 347,29 14.152,50 13.977,82 12 14.152,54 13.977,78 174,72 14.152,50 0,04 16.4 Considerações finais sobre sistemas de amortização de empréstimos Finalizada essa parte do material, que objetivou reforçar a importância do pleno domínio dos modelos de capitalização simples e composta, bem como sua eficácia quanto à capacidade de monitoramento dos financiamentos, pretende-se dar início à segunda parte, que busca resgatar a importância de se considerar o valor do dinheiro no tempo, procurando mostrar como aplicá-lo de forma científica e estruturada. A partir da absorção do conceito de valor do dinheiro no tempo, será possível compreender a teoria que fundamenta a engenharia econômica, a qual se presta, fundamentalmente, na análise de investimentos produtivos. Serão apresentados os métodos mais importantes para a tarefa de analisar alternativas apregoados pela engenharia econômica. Com esses métodos, que consideram imprescindíveis os conceitos discutidos em matemática financeira, será possível optar, em relação ao escopo de alternativas disponíveis, por aquela que melhor atenda às expectativas financeiras e até mesmo estratégicas do tomador de decisão. Porém, vale lembrar que as decisões tomadas só poderão ser avaliadas no futuro, quando a alternativa escolhida será efetivamente testada. 17. Taxa Mínima de Atratividade A taxa mínima de atratividade (TMA) tem papel decisivo quando são feitas as análises de alternativas de investimento, uma vez que é por meio dela que se estabelece o nível de comparabilidade entre a opção avaliada e o retorno exigido. A decisão será tomada, em última análise, por meio dela. É Fra nc sic o A tai lo Rod rig ue s d e O liv eir a 9 20 .99 0.3 33 -1 5 SÉRIE ACADÊMICA40 importante sublinhar, no entanto, que ela também pode variar em função do perfil do agente decisor. Souza e Clemente (2009, p. 10) chamaram a atenção para a diferenciação entre risco e incerteza. Os autores sublinharam que uma situação de risco se caracteriza pelo fato de os eventos possíveis e suas probabilidades de ocorrência serem conhecidos, enquanto em uma situação de incerteza não se sabe quais os eventos possíveis e/ou não se conhecem suas probabilidades de ocorrência. Lima (2015, p. 206) reforçou essa preocupação sobre a situação de risco ao afirmar que “fatores de risco como erros de estimativa em custos, receitas, despesas, taxas de descontos são exemplos típicos de incertezas que podem, às vezes, aparecer em um projeto de investimento”. Todavia, de forma mais pragmática, deve-se raciocinar se a rentabilidade da alternativa que se está avaliando suplanta o valor da TMA. Não se pode esquecer, conforme destacado, os riscos envolvidos que podem ser apurados e mitigados. É relativamente comum assumir quea TMA é sinônimo de custo de oportunidade, embora essa afirmação esteja equivocada, uma vez que o custo de oportunidade é um dos componentes da TMA. Além dele, deve-se considerar os vários fatores de risco, bem como a demanda de maiores investimentos necessários para financiar ativos imobilizados. Tal necessidade pode afetar a liquidez, com consequente inviabilização da alternativa que se está analisando. 18. Métodos para análise de investimentos Os métodos que aqui serão estudados servem, em última análise, para identificar a alternativa de investimento de maior retorno (acima da TMA) ou de menor custo. São eles: ¾ Valor Presente Líquido (VPL); ¾ Índice de Lucratividade (IL); ¾ Taxa Interna de Retorno (TIR); ¾ Custo Anual Uniforme (CAU). 18.1 Método do Valor Presente Líquido O VPL de um projeto é a soma de todos os fluxos futuros projetados (desembolsos e receitas esperados – CFj), ocorridos durante sua vida útil, descontados à data zero, menos o investimento inicial (CF0). Nesse caso, é importante destacar que a taxa de desconto a ser utilizada será a própria TMA. A expressão matemática que vem ao encontro dessa definição é dada pela seguinte equação (24): (24) Fra nc sic o A tai lo Rod rig ue s d e O liv eir a 9 20 .99 0.3 33 -1 5 41MATEMÁTICA E GESTÃO FINANCEIRA Critério de aceitação/rejeição do VPL: ¾ O projeto será aceito se VPL ≥ 0; ¾ O projeto será rejeitado se VPL < 0. 18.1.1 Aplicação do VPL para projetos de mesma duração (vidas úteis iguais) A aplicação do método VPL pode se dar em duas situações: i. alternativas de investimento com vidas úteis iguais; e ii. opções com vidas úteis diferentes. Ambas as situações serão examinadas a seguir. Vale destacar que para dois ou mais projetos, dada certa TMA, o projeto escolhido deverá ser aquele que apresentar o maior VPL. Por exemplo, um investidor pode aplicar R$500.000,00 em dois projetos financeiros, respectivamente A e B, que geram os seguintes fluxos de caixa (Tabela 6): Tabela 6. Fluxo de caixa dos projetos A e B Sabendo-se que esse investidor pode aplicar no mercado financeiro à razão de 15% ao ano, qual projeto ele deve escolher? ¾ Primeira alternativa: Data Projeto A Projeto A -------------------------------------- R$ -------------------------------------- 0 (500.000,00) (500.000,00) 1 145.000,00 595.000,00 2 184.000,00 0,00 3 210.000,00 325.000,00 4 350.000,00 0,00 5 421.500,00 128.200,00 10 2 3 4 5 n CF0 CF1 CF2 CF3 CF4 CF5 Fra nc sic o A tai lo Rod rig ue s d e O liv eir a 9 20 .99 0.3 33 -1 5 SÉRIE ACADÊMICA42 Tabela 7. Cálculo do Valor Presente Líquido (VPL) ¾ Segunda alternativa: Valores Data Entrada Saída Saldo ----------------------------------------------- R$ ----------------------------------------------- 0 0,00 - (500.000,00) - (500.000,00) 1 145.000,00 145.000,00 2 184.000,00 184.000,00 3 210.000,00 210.000,00 4 350.000,00 350.000,00 5 421.500,00 421.500,00 TMA 15% Resultado VLP R$312.969,43 Aceitar 10 2 3 4 5 n CF0 CF1 CF2 CF3 Fra nc sic o A tai lo Rod rig ue s d e O liv eir a 9 20 .99 0.3 33 -1 5 43MATEMÁTICA E GESTÃO FINANCEIRA Tabela 8. Alternativa para o Cálculo do Valor Presente Líquido (VPL) Pelo critério exposto, pode-se concluir que, em função do maior retorno, a primeira alternativa é a que melhor se aplica. 18.1.2 Aplicação do VPL para projetos com durações diferentes (vidas úteis desiguais) Quando a vida útil dos projetos for diferente, a comparação entre eles segue um critério predeterminado. Deve-se aceitar a hipótese de que cada um deles pode ser repetido, com idênticas condições econômicas e financeiras, quantas vezes for necessário para atingir o Mínimo Múltiplo Comum (MMC) relativo à duração entre eles. Desta forma, as durações dos referidos projetos ficam igualadas. A título de exemplificação, a Tabela 9 apresenta a comparação entre os projetos hipotéticos A e B, determinando a melhor opção, dada a TMA de 12% a.a.. Tabela 9. Parâmetros dos projetos A e B, considerando taxa miníma de atrativi- dade de 12% ao ano Projeto A Projeto A Investimento inicial - (4.000,00) - (6.000,00) Vida útil (ano) 6 12 Valor Residual 3.000,00 2.000,00 Receita Anual 1.600,00 1.800,00 Nota: Mínimo Multiplo Comum (MMC) entre as vidas (6; 12) = 12 anos. Valores Data Entrada Saída Saldo ----------------------------------------------- R$ ----------------------------------------------- 0 0,00 - (500.000,00) - (500.000,00) 1 595.000,00 595.000,00 2 0,00 0,00 3 325.000,00 325.000,00 4 0,00 0,00 5 128.200,00 128.200,00 TMA 15% Resultado VLP R$294.822,14 Aceitar Fra nc sic o A tai lo Rod rig ue s d e O liv eir a 9 20 .99 0.3 33 -1 5 SÉRIE ACADÊMICA44 Projeto A: (repetido) 10 6 12 Tempo (5 x R$ 1.600,00) (5 x R$ 1.600,00) R$ 4.000,00 R$ 3.000,00 R$ 3.000,00 R$ 1.600,00 R$ 1.600,00 R$ 4.000,00 Tabela 10. Valor presente líquido (VLP) para o projeto A Valores Data Entrada Saída Residual Saldo ----------------------------------------------- R$ ----------------------------------------------- 0 0,00 - (4.000,00) - (4.000,00) 1 1.600,00 1.600,00 2 1.600,00 1.600,00 3 1.600,00 1.600,00 4 1.600,00 1.600,00 5 1.600,00 1.600,00 6 1.600,00 - (4.000,00) 3.000,00 600,00 7 1.600,00 1.600,00 8 1.600,00 1.600,00 9 1.600,00 1.600,00 10 1.600,00 1.600,00 11 1.600,00 1.600,00 12 1.600,00 3.000,00 4.600,00 TMA 12% Resultado VLP R$ 6.174,39 Aceitar Fra nc sic o A tai lo Rod rig ue s d e O liv eir a 9 20 .99 0.3 33 -1 5 45MATEMÁTICA E GESTÃO FINANCEIRA Projeto B: 10 12 Tempo (11 x R$ 1.800,00) R$ 3.000,00 R$ 1.600,00 R$ 6.000,00 Como VPLA > VPLB escolhe-se o projeto A, pois apresenta maior rentabilidade face à TMA. Tabela 11. Valor presente líquido (VLP) para o projeto B Valores Data Entrada Saída Residual Saldo ----------------------------------------------- R$ ----------------------------------------------- 0 0,00 - (6.000,00) - (6.000,00) 1 1.800,00 1.800,00 2 1.800,00 1.800,00 3 1.800,00 1.800,00 4 1.800,00 1.800,00 5 1.800,00 1.800,00 6 1.800,00 1.800,00 7 1.800,00 1.800,00 8 1.800,00 1.800,00 9 1.800,00 1.800,00 10 1.800,00 1.800,00 11 1.800,00 1.800,00 12 1.800,00 2.000,00 3.800,00 TMA 12% Resultado VLP R$ 5.663,22 Aceitar Fra nc sic o A tai lo Rod rig ue s d e O liv eir a 9 20 .99 0.3 33 -1 5 SÉRIE ACADÊMICA46 18.2 Método Índice de Lucratividade A ideia do índice de lucratividade (IL) é semelhante à lógica do VPL. A diferença está no fato que, enquanto o VPL apura a diferença entre o valor atual dos retornos e o investimento inicial na data zero, o IL demonstra o retorno relativo ao valor atual para cada uma unidade monetária aplicada. Matematicamente (Equação 25): (25) ou ainda, Critério de aceitação/rejeição do IL: ¾ O projeto será aceito se IL ≥ 1 ¾ O projeto será rejeitado se IL ≥ 1 Nota-se que o critério de decisão relativo ao IL é similar ao VPL no que diz respeito à grandeza de valor, ou seja, quanto maior for o IL de um projeto financeiro, mais interessante ele será. Evidentemente, na pior das hipóteses, um projeto financeiro só será aceito para IL igual a $1,00 (uma unidade monetária), pois isso equivale a aplicar-se à taxa mínima de atratividade e manter-se, pelo menos, o mesmo nível de riqueza anterior ao projeto. Para efeito ilustrativo, a Tabela 12 apresenta o cálculo dos IL´s relativos ao exemplo utilizado na abordagem do VPL. Tabela 12. Cálculo do índice de lucratividade Data Projeto A Projeto A ------------------------------------ R$ ------------------------------------- 0 (500.000,00) (500.000,00) 1 145.000,00 595.000,00 2 184.000,00 0,00 3 210.000,00 325.000,00 4 350.000,00 0,00 5 421.500,00 128.200,00 ¾ Primeira situação: Fra nc sic o A tai lo Rod rig ue s d e O liv eir a 9 20 .99 0.3 33 -1 5 47MATEMÁTICA E GESTÃO FINANCEIRA ¾ Segunda situação: Pelo critério do IL escolhe-se o primeiro projeto, haja vista que o seu retorno, em termos unitários, suplanta o segundo. Outra interpretaçãopossível dos resultados é dizer que o projeto A traz um retorno de R$0,63 para cada unidade monetária aplicada, enquanto o segundo traz R$0,58 nas mesmas condições. 18.3 Método Taxa Interna de Retorno A taxa interna de retorno (TIR) de um fluxo de caixa pode ser interpretada como a taxa de desconto que faz com que as Receitas Futuras (CFj) dela descon- tada, igualem-se ao Investimento Inicial (CF0). Matematicamente, trata-se da raiz n-ésima que produz um VPL nulo. A equação de cálculo é (26): (26) Critério de aceitação/rejeição da TIR: ¾ O projeto será aceito se TIR ≥ TMA; ¾ O projeto será rejeitado se TIR < TMA. Por exemplo, se um investidor pode aplicar R$80.000,00 em dois projetos financeiros, respectivamente X e Y, que geram os fluxos apresentados na Tabela 13, qual seria o melhor projeto dada a TMA de 5% ao período? Tabela 13. Cálculo da Taxa Interna de Retorno Data Projeto X Projeto Y ------------------- R$ ------------------- ------------------- R$ ------------------- 0 (80.000,00) (80.000,00) 1 15.000,00 20.000,00 2 23.000,00 27.000,00 3 13.000,00 17.000,00 4 28.000,00 8.000,00 5 21.000,00 28.000,00 Soma 100.000,00 100.000,00 Fra nc sic o A tai lo Rod rig ue s d e O liv eir a 9 20 .99 0.3 33 -1 5 SÉRIE ACADÊMICA48 Valores Data Entrada Saída Saldo ----------------------------------------------- R$ ----------------------------------------------- 0 - 80.000,00 - 80.000,00 1 15.000,00 15.000,00 2 23.000,00 23.000,00 3 13.000,00 13.000,00 4 28.000,00 28.000,00 5 21.000,00 21.000,00 TMA 5,00% Resultado TIR 7,46% Aceitar Valores Data Entrada Saída Saldo ----------------------------------------------- R$ ----------------------------------------------- 0 - 80.000,00 - 80.000,00 1 20.000,00 20.000,00 2 27.000,00 27.000,00 3 17.000,00 17.000,00 4 8.000,00 8.000,00 5 28.000,00 28.000,00 TMA 5,00% Resultado TIR 8.05% Aceitar As taxas internas de retorno desses dois investimentos podem ser calculadas com a função financeira (IRR), da calculadora HP-12C, ou TIR, do Microsoft Excel. Os resultados são 7,46% a.p. para o investimento X e 8,04% a.p. para o investimento Y. Admitindo-se uma TMA de 5% ao período, ambos seriam aceitos pelo critério exposto. Todavia, o investimento Y seria escolhido, pois seu retorno é maior quando comparado ao retorno do investimento X. Se, por exemplo, uma pessoa tem duas possibilidades para aplicar o seu capital: na primeira, ela resgata integralmente o principal, acrescido em 80% de juros, após três anos; na segunda, resgata metade do principal no final de cada ano, durante os próximos três anos. Supondo que a TMA é de 20% ao ano, qual a melhor alternativa? Fra nc sic o A tai lo Rod rig ue s d e O liv eir a 9 20 .99 0.3 33 -1 5 49MATEMÁTICA E GESTÃO FINANCEIRA ¾ Primeira situação: 1 2 3 n0 Tempo CF1 CF0 ¾ Segunda situação: 1 2 3 n0 Tempo CF1 CF2 CF3 CF0 Diante do exposto, a segunda possibilidade mostra-se a melhor opção. Fra nc sic o A tai lo Rod rig ue s d e O liv eir a 9 20 .99 0.3 33 -1 5 SÉRIE ACADÊMICA50 Tabela 14. Cálculo da Taxa de Retorno do Investimo para segunda opção Valores Data Entrada Saída Saldo ----------------------------------------------- R$ ----------------------------------------------- 0 -100,00 -100,00 1 0,00 0,00 2 0,00 0,00 3 180,00 180,00 TMA 20,00% Resultado TIR 21,64% Aceitar Valores Data Entrada Saída Saldo ----------------------------------------------- R$ ----------------------------------------------- 0 100,00 100,00 1 50,00 50,00 2 50,00 50,00 3 50,00 50,00 TMA 20,00% Resultado TIR 23,38% Aceitar 18.4 Método Custo Anual Uniforme O método Custo Anual Uniforme (CAU) consiste, basicamente, na redu- ção de cada fluxo de caixa em uma série anual uniforme de prestações periódi- cas postecipadas por meio da taxa mínima de atratividade. O critério de escolha recai sobre aquele que implicar menor custo. Serão utilizadas as Equações 15, 16 e 17, apresentadas anteriormente nesta série acadêmica. Por exemplo, uma empresa tem duas alternativas para metali- zação de certo componente de seu produto: adquirir uma máquina ao preço de R$380.000,00, com valor residual de R$75.000,00, após 5 anos, além de despesas anuais com manutenção e mão de obra estimadas em R$250.000,00; ou terceirizar a operação ao custo mensal de R$26.000,00. Considerando as informações apresentadas, qual seria a melhor opção para a empresa, estimando uma taxa mínima de atratividade (TMA) de 9% ao ano? Fra nc sic o A tai lo Rod rig ue s d e O liv eir a 9 20 .99 0.3 33 -1 5 51MATEMÁTICA E GESTÃO FINANCEIRA ¾ Primeira alternativa: compra Conforme dito anteriormente, deve-se reduzir o fluxo de caixa em uma série anual uniforme postecipada: 1 - Cálculo do impacto da compra relativo a cada ano (custo): 2 - Despesa com manutenção + Mão de obra (custo): 3 - Cálculo do impacto do valor residual a cada ano (receita): Cálculo final da alternativa pelo método do custo anual: Para que a compração entre as duas alternativas tenha sentido prático, deve-se verficar o impacto anual dos custos mensais por meio da capitalização composta. Sendo assim, tem-se (Tabela 15): 1 2 3 4 50 n = anos PVp= R$380.000,00 FVp= R$75.000,00 PMT= R$380.000,00 Fra nc sic o A tai lo Rod rig ue s d e O liv eir a 9 20 .99 0.3 33 -1 5 SÉRIE ACADÊMICA52 Tabela 15. Cálculo do Custo Anual Uniforme (CAU) ¾ Segunda alternativa: tercerização O custo mensal de R$26.000,00, considerando a taxa de 9% a.a. ao final de 12 meses, período correspondente a 1 ano, seria: Figura 30. Demonstração de cálculo do valor futuro Valores Data Entrada Residual Saldo ----------------------------------------------- R$ ----------------------------------------------- 0 380.000,00 380.000,00 1 250.000,00 250.000,00 2 250.000,00 250.000,00 3 250.000,00 250.000,00 4 250.000,00 250.000,00 5 250.000,00 75.000,00 175.000,00 TMA 9,0% INPUT VPL R$1.303.667,96 Resultado n 5 INPUT i 9,00% Resultado CAU R$335.163,20 Resultado 1 2 30 n = meses R$26.000,00 Valor da prestação (PMT): R$26.000,00 INPUT Taxa de Juros: 0,72% INPUT Número de prestações: 12 INPUT Valor futuro (FV): -R$324.656,58 Resultado Fra nc sic o A tai lo Rod rig ue s d e O liv eir a 9 20 .99 0.3 33 -1 5 53MATEMÁTICA E GESTÃO FINANCEIRA Considerando as hipóteses apresentadas no exemplo, é melhor que se opte pela terceirização do que pela compra, tendo em vista que terceirizar apresenta o custo anual de R$ 324.669,76, portanto, menor do que o custo apresentado pela alternativa compra, que implica o custo anual de R$ 335.163,21. Referências Assaf Neto, A. 2019. Matemática Financeira e Suas Aplicações. 11ed. Atlas, São Paulo, SP, Brasil. Carrete, L.S.; Tavares, R. 2015. Cálculo no Mercado Financeiro (Conceitos, Ferramentas e Exercícios). Atlas, São Paulo, SP, Brasil. Damodaran, A. 2004. Finanças Corporativas (teoria e prática). 2ed. Bookman, São Paulo, SP, Brasil. Di Pierro Netto, S.; Teixeira, J. 1998. Matemática Financeira. Pearson Education, São Paulo, SP, Brasil. Dolan, P. 2015. Felicidade Construída: como encontrar prazer e proposito no dia-a-dia. Cia das Letras São Paulo, SP, Brasil. Gitman, L.J. 2010. Princípios de Administração Financeira. 12ed. Pearson Education, São Paulo, SP, Brasil. Lapponi, J.C. 2008. Modelagem Financeira com Excel e VBA. 2ed. Campus, São Paulo, SP, Brasil. Lima, F.G. 2015. Análise de Riscos. Atlas, São Paulo, SP, Brasil. Securato, J.R. 2015. Cálculo Financeiro das Tesourarias. 15ed. Saint Paulo, São Paulo, SP, Brasil. Souza, A.; Clemente, A. 2009. Decisões Financeiras e Análise de Investimentos. 6ed. Atlas, São Paulo, SP, Brasil. Teixeira, J. 2012. Matemática para Empreendedores. 2ed. DVS, São Paulo, SP, Brasil. Tosi, A.J. 2009. Matemática Financeira com Ênfase em Produtos Bancários. 3ed. Atlas, São Paulo, SP, Brasil. Fra nc sic o A tai lo Rod rig ue s d e O liv eir a 9 20 .99 0.3 33 -1 5 ISBN 978-85-92582-41-8Fra nc sic o A tai lo Rod rig ue s d e O liv eir a 9 20 .99 0.3 33 -1 5 Sumário Laranja _Hlk100912647 1. Introdução 2. Fluxo de caixa 3. Juros e taxa de juro 4. Regimes de capitalização 5. Regime de capitalização simples 6. Cálculo dos juros simples 7. Regime de capitalização composta 8. Apuração dos juros 9. Taxa de juros nominal e taxa de juros efetiva 10. Série uniforme de prestações periódicas 11. Valor presente da série periódica postecipada (PVp) 12. Valor futuro da série postecipada (FVp) 13. Série uniforme de prestações periódicas antecipadas 13.1 Valor presente da série periódica antecipada (PVa) 13.2 Valor futuro da série antecipada (FVa) 14. Série uniforme de prestações periódicas diferidas 14.1 Valor presente da série periódica diferida (PVd) 14.2 Valor futuro da série diferida (FVd) 15. Série uniforme de prestações periódicas com parcelas adicionais 16. Sistemas de amortização de empréstimos 16.1 Conceitos iniciais sobre sistemas de amortização de empréstimos 16.2 Sistema de Amortização Constante 16.3 Sistema de Amortização Francês 16.4 Considerações finais sobre sistemas de amortização de empréstimos 17. Taxa Mínima de Atratividade 18. Métodos para análise de investimentos 18.1 Método do Valor Presente Líquido 18.2 Método Índice de Lucratividade 18.3 Método Taxa Interna de Retorno 18.4 Método Custo Anual Uniforme Referências
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