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Sistema de Construção em Drywall

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SISTEMA DE CONSTRUÇÃO EM DRYWALL 
Erison Damasceno Machado1
Jarbas Pierre Santos Ferreira2
Tainã Araujo Rego3
Vinicius Carvalho Simões de Freitas4
Orientador:
RESUMO
A construção civil vem crescendo a cada dia a sua demanda por garantia de um melhor
padrão de qualidade e um excelente produto final também. É atravez de avanços
tecnologicos que a industria da construção civil vem buscando métodos construtivos cada
vez mais eficientes para subsituir a alvenaria, atendendo assim a crescente evolução do
mercado. É ai que surgi uma alternativa de sistema de construção conhecido como drywall,
que utiliza o gesso acartonado como vedação interna proporcionando uma construção mais
rapida, limpa, sem perca de qualidade e com um melhor desempenho. O drywall vem sendo
usado no país desde meados dos anos 90. Foi um curto periodo bastante significativo que
fez com que conquistasse os lideres da cadeia de negocios da construção civil, contando
com os maiores incorporadores,contrutores e escritorios de arquitetura do país. Suas
vantagens traz cada vez mais adeptos a este sistema por possuir vantagens sifgnificativas
aos envolvidos como os moradores e usuários de imóveis com este tipo de vedação. 
Palavras chave: Tecnologia. Agilidade. Produtividade. Drywall. Gesso acartonado.
1. INTRODUÇÃO
O Brasil é um país que passa por diversos avanços tecnológicos em suas
obras. Estas mudanças são decorrentes do crescimento do país, trazendo com isso
a responsabilidade de adequar os métodos de execução. Assim, a busca por
melhorias na construção civil passa a ser uma atividade constante para trazer ao
mercado desenvolvimento de novas soluções para ter como resultado uma
construção econômica, sustentável e mais eficiente. Para dar mais agilidade e fazer
com que o cronograma de obras seja cumprido e tendo a necessidade de auxiliar na
adequação de normas técnicas, deu-se inicio a utilização do gesso acartonado,
conhecido como drywall.
1 Bacharelando em Engenharia Civil pelo Centro Universitario Jorge Amado. E-mail:damascenoerison@gmail.com
2 Bacharelando em Engenharia Civil pelo Centro Universitario Jorge Amado. E-mail: jarbaspierre@hotmail.com
3 Bacharelando em Engenharia Civil pelo Centro Universitario Jorge Amado. E-mail: engtainanaraujo@gmail.com
4 Bacharelando em Engenharia Civil pelo Centro Universitario Jorge Amado. E-mail: vinicius_csf.eng@outlook.com
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Sendo assim, o presente artigo traz características e métodos de construção
para revestimentos, paredes e forros através do sistema drywall que é um tipo de
construção a seco, podendo substituir com facilidade a alvenaria dentre outros tipos
de execução, servindo como um agente redutor de geração de entulho gerando
benefícios ao empreendimento. Este método é formado por chapas de gesso
comum, forradas por cartão duplex. Os materiais são um dos principais aliados, não
apenas para atender as características do projeto que deseja, mas também para
definir o tempo de sua execução. 
O reparo e manutenção em construções de drywall são outros importantes
diferenciais oferecidos por esse sistema. Seu uso mais comum é como divisórias de
ambientes secos, como quartos e salas, por exemplo, quando o ambiente não
proporciona estrutura para a construção de uma nova parede de alvenaria.
Possibilita maior flexibilidade, no layout, leveza e uma execução da obra quatro
vezes mais rápida. Com a possibilidade de criar paredes mais finas, o uso desse
sistema pode resultar em um ganho de área útil de até 4%. 
Além da construção de paredes, o drywall pode ser utilizado para
potencializar o acabamento das já existentes, dispensando preparos para pintura.
Escolhido também para elaboração de tetos decorados e iluminação embutida. Se
tratando de desempenho, oferece maior conforto térmico e isolamento sonoro. 
Dessa forma, não existem restrições para o uso do drywall, mas tento o
conhecimento que em cada área de atuação pode por uma chapa específica.
Importante saber que o drywall não foi desenvolvido para utilização em fachadas ou
em ambientes externos, apesar de já existir chapas para uso externo com véu de
fibras de vidro e resistente as intempéries climáticas. 
Vale destacar que este sistema é de vedação e não deve ser tratado como
estrutural, ou seja, ao mesmo tempo em que proporciona a flexibilidade de alteração
na planta sem gerar grandes problemas, a parede não suporta muito peso
precisando assim de um reforço para instalação, sendo bastante frágeis. 
 Neste sentido, também é necessário que os custos sejam baixos se
comparado ao tempo, material e mão de obra. Desta forma, as empresas preferem
por sistemas construtivos com baixo custo de material e demão de obra e com fácil
planejamento de execução. Por conta disso, sistemas como o drywall são escolhidos
para que não haja grandes desperdícios, custos elevados, execução lenta e grandes
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riscos de casualidades. 
2. CONCEITO DRYWALL
O setor da construção civil vem passando por grandes e diversas mudanças,
lidando diariamente com uma dura concorrência, enquanto as empresas visam o
lucro, os clientes exigem um retorno justo pelo preço pago, com qualidade e
praticidade. Sendo assim, a busca por melhorias na construção civil é constante por
se tratar de um mercado que precisa de continuo surgimento de novas soluções
para que possa gerar uma construção mais econômica, sustentável e eficiente.
Partindo dessa necessidade e também para a adequação a normas técnicas e
cumprimento de cronograma de obras que se iniciou a utilização do drywall, também
conhecido como gesso acartonado. 
É necessário o melhoramento setorial para o alcance do atendimento das
necessidades presentes em meio a geração tecnológica existente na
atualidade, momento no qual o tempo vale muito, e por tal fato, todos os
dias novos avanços são idealizados visando pela aceleração das
construções sem a percepção de perca de sua qualidade (BRITO DA
COSTA et al., 2014).
O gesso é um material muito antigo que teve a sua utilização no oitavo milênio
antes de Cristo, em suportes decorativos, pisos, entre outros. Com o passar dos
anos, o gesso foi ganhando outras utilidades, como por exemplo, o drywall. 
O sistema Drywall tem um conjunto de características que impacta
positivamente em: aumento da produtividade, desempenho acústico,
flexibilidade de layouts, redução de peso, redução de espaços consumidos
por paredes e infinitas possibilidades estéticas – demandas obrigatórias em
construções e reformas de edifícios sem desperdício de tempo e materiais
(BOTELHO et al., 2009, p. 21)
Desta forma, o sistema drywall, mais conhecido como “parede seca”, é uma
tecnologia moderna da construção civil que substitui as paredes de alvenaria, que
são feitas de tijolos ou blocos assentados com cimento. É um tipo de sistema que já
é muito utilizado na Europa e nos Estados Unidos e sofreu mudanças para se
adaptar no Brasil, por se caracterizar como um procedimento rápido e econômico. 
Essas paredes são compostas por estruturas de aço galvanizado e chapas de
gesso com alta resistência, aparafusadas nos dois lados, como mostra a figura 1. 
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Com medidas bastante precisas, o drywall é projetado para suportar, e com
muita segurança, dispositivo como armários, portas e estantes. Além disso, são bem
mais flexíveis que a construção em alvenaria e permitem a utilização criativa. Se
tratando de montagem, o sistema é rápido e limpo já que, gera poucoentulho,
proporcionando qualidade bem superior com superfície lisa e pronta para receber
qualquer tipo de acabamento como pintura, pastilhas, mármores, entre outros. 
A manutenção e a reforma desse sistema se tornam um processo fácil do que
as paredes comuns, tendo suas instalações elétricas (figura 2) e hidráulicas
passando pelo interior das paredes, agilizando o acesso. Se ocorrer, por exemplo,
algum vazamento de água, é só realizar um corte na chapa permitindo assim o
concerto do encanamento e depois a parede é fechada com mesmo pedaço de
chapa retirado. É importante ressaltar a importância de um profissional especializado
para executar o serviço, que dura em media um dia, dispensando assim o quebra-
quebra, sujeiras e transtornos. 
Segundo Junior, (2008) a execução do drywall tem inicio antes mesmo da
chegada do material no canteiro. É necessário projetar conforme o sistema e definir
características importantes do projeto como placas (se vai existir isolamento termo
acústico ou se a parede será resistente a umidade e ao fogo), dimensões dos
montantes e espessuras finais. Não esquecendo que deve existir uma
compatibilização com outros projetos como elétrica, hidráulica, ar condicionado,
acabamentos, entre outros. É preciso todo um cuidado com as placas de gesso já
que não podem molhar na hora da utilização, seja com a umidade local ou com
chuva. Sendo assim, as aberturas como portas e janelas precisam estar protegidas,
bem como qualquer serviço que envolva água. 
De acordo com Kanauf, (2014) alguns cuidados devem ser tomados no
canteiro de obras, como o recebimento dos componentes, verificando a integridade
no material antes de descarregá-los; durante o transporte das chapas, os paletes
precisam ter cantoneiras para proteção onde existe contato entre as cordas e as fitas
de amarração que são utilizadas na hora da descarga e movimentação; so podem
ser empilhados em no Maximo três paletes com apoios de no mínimo 10 cm de
largura, com espaçamentos entre si de aproximadamente 40 cm, mantendo o
alinhamento dos apoios quando empilhar vários paletes e não permitindo jamais
empilhar chapas longas junto com chapas curtas ou fora de alinhamento. Os paletes
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podem ser transportados por empilhadeiras ou manualmente onde neste ultimo, as
chapas devem ser transportadas na vertical.
Figura 1 - parede em drywall
 
Fonte: Knauf
Figura 2 - demonstração de instalação elétrica
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Fonte: Divitec Divisórias 
3. SURGIMENTO DO DRYWALL
De acordo com Hardie, (1995) as placas de gesso acartonado foram
inventadas nos Estados Unidos, em 1898, por Augustine Sackett que deu a este
sistema o nome de Sackett Board. Este estudo passou a ser desenvolvido a partir de
um incêndio ocorrido em Nova York, desta forma, lhe dar como característica
principal a proteção contra o fogo. De inicio as placas eram delgadas e moldadas em
fôrmas rasas, uma por vez, com a finalidade de servir como base para acabamento.
Eram formadas por quatro camadas de gesso cobertas e quatro folhas de papel. 
De acordo com Gypsum, (1999) em 1917 as placas de gesso utilizadas eram
cobertas com papel cartão. Isso ocorreu na Primeira Guerra Mundial quando deu
inicio a utilização das placas de gesso nos Estados Unidos, expandindo-se na
década de 40. 
Segundo Mitidieri, (2009), no Brasil a utilização teve inicio em 1972, quando
foi implantada a primeira fábrica no país para fabricação de chapas de gesso
acartonado, com sua localização na cidade de Petrolina, estado de Pernambuco.
Nesta mesma época houve um enorme esforço do setor da construção civil para
implantar processos racionalizados de construção e sistemas pré-fabricados. 
As placas de gesso acartonado são formadas por um núcleo de gesso
natural e aditivo, revestido devidamente com duas laminas de cartão duplex.
Enquanto o gesso assegura a resistência à compressão, o cartão atua na
melhoria da tração, e quando unidos, estes dois elementos dão origem a
uma estrutura bastante resistente (JUNQUEIRA, RIBEIRO, 2016, p. 2).
Após a década de 90, aproximadamente 95% das casas norte-americanas
eram compostas por paredes, forros e revestimentos em chapas de gesso afinal de
contas, este sistema cresceu em uma proporção grande nesta região. Por busca de
novas alternativas mais econômicas e eficientes, o sistema drywall também foi
utilizado na Europa e em países desenvolvidos.
O pós-guerra fez com que a economia enfraquecesse e por consequência a
mão de obra dentro da construção civil foi ficando mais escassa, tornando assim o
drywall um sistema com mais visibilidade justamente pelas características que
sempre apresentou (rapidez e baixo custo) tornando assim a técnica ainda mais
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popular nos Estados Unidos, evoluindo assim ao longo do tempo até chegar no
formato utilizado hoje. 
4. COMPONENTES DO DRYWALL
O drywall precisa de diversos componentes em sua estrutura: chapas de
gesso, parafusos, perfis metálicos, massa para juntas, lã mineral e fitas. Desta
forma, serão apresentados em detalhes os principais componentes deste sistema.
4.1 Chapas de gesso 
De acordo com a Associação Brasileira de Fabricantes de Chapas para
Drywall, (2006), as chapas são fabricadas através de um processo de laminação
continua e uma mistura de água, gesso e aditivos, entre duas lâminas de cartão
onde uma é virada sobre as bordas longitudinais e colada sobre a outra. 
As especificações das chapas de gesso devem seguir os valores definidos pela
Associação Brasileira de Frabricantes de Chapas para Drywall (quadros 1 e 2) 
Quadro 1 - caracteristicas geométricas
Fonte: Associação Brasileira dos Fabricantes de Chapa paraa Drywall
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Quadro 2 - caracteristicas físicas
Fonte: Associação Brasileira dos Fabricantes de Chapa paraa Drywall
4.2 Tipos de chapa
Os perfis de drywall compreende no fornecimento da proteção necessária
contra o processo de corrosão, sendo assim, há tres tipos de chapa que se
diferenciam pelo tom de cobertura do papel cartão e que são utilizados para
diferentes ambientes, como mostra a figura 3: 
 Verde: resistente a umidade (RU), é aplicado em áreas com umidade por
tempo limitado de forma intermitente. Com aditivos fungicidas e silicone
misturado ao gesso, permite a aplicação em banheiros, cozinhas e
lavanderias. 
 Rosa: resistente ao fogo (RF) é aplicado em áreas secas, precisando assim,
de um desempenho maior em relação ao fogo (composto por fibra de vidro), o
que faz com que seja aplicada perto de lareiras. 
 Branca: standard (ST) é aplicado em áreas secas 
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Figura 3 - cores do papel cartão
Fonte: casa.com.br
4.2 Tipos de perfis metálicos 
Os perfis para drywall são feitos em aço galvanizado e é a estrutura base para
a instalação das placas de gesso acartonado. São fixados por parafusos e dão
sustentação as placas de gesso reforçando, assim, a estrutura de deve receber mais
peso. Entenda a diferença de alguns tipos de perfis (figura 4):
 Montante: fabricado em aço coberto por zinco, o montante utilizado no
sistema drywall tem formato de C. É utilizado na estrutura de paredes,
revestimentos e forros de sistemas construtivos em placa de gesso drywall. É
indicado para revestimentos estruturado verticalmente, e nos forros podendo
ser utilizado na vertical e na horizontal. O tipo de montante a ser utilizado vai
depender da altura da parede.
 Guias: um perfil de aço também revestido por zinco em formatode U.
Utilizados em paredes, revestimentos estruturados e forros tanto na horizontal
quanto na vertical. São essas lacas guias que, quando implantadas no teto ou
no chão, sustentam os montantes verticais. 
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 Cantoneira: possui abas desiguais geralmente em formato de L, servindo para
proteger o topo das placas do sistema. Utilizados em forros e extremidades.
 Tabica: também em aço galvanizado, esse tipo de perfil é utilizado em forros
com formato de degrau, possuindo duas funções principais. A primeira é na
prevenção de rachaduras, uma vez que existe um ajuste do forro com o
ambiente em relação as dilatações e os abalos da estrutra de alvenaria que
ocorrem por fatores externos. A segunda função é mais voltada a estética,
fazendo com que o forro pareça estar flutuando, dando um ar mais moderno e
leve. 
Figura 4 - tipos de perfis metálicos
Fonte: Crissil Drywall 
4.3 Tipos de parafusos adequados 
Apesar de ser um sistema prático, leve e limpo a aplicação do drywall requer
alguns cuidados principalmente em relação a utilização dos materiais e um exemplo
disso são os parafusos. Não é qualquer modelo comprado em loja que irá garantir a
montagem segura do sistema. 
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Para a fixação dos perfis metálicos utiliza-se: bucha plástica e parafusos com
diâmetros de no mínimo 6 mm, rebites metalicos com diâmetro mínimo de 4 mm e
fixações à base de ‘tiros’ com pistolas especificas. 
Já para a fixação dos componentes do sistema drywall entre si, utiliza-se:
fixação dos perfis metálicos entre si (parafuso metal/metal) e fixação das chapas de
gesso sobre os perfis metálicos (parafuso chapa/metal)
A cabeçça do parafuso define o material que sera fixado e a ponta do
parafuso define a espessura da chapa metálica que seé perfurada, como mostra a
tabela 1.
Tabela 1 - tipos de parafusos
Fonte: Associação Brasileira do Drywall
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4.3 Tipos de massa para colagem e juntas
As massas, como mostra a tabela 2, são específicas para o acabamento das
juntas entre as chapas de gesso e devem er utilizadas com as fitas adequadas .
Tabela 2 - tipos de massa
Fonte: Associação Brasileira do Drywall
4.3.1 Manuseio, estocagem e transporte
A massas em pó devem ser estocadas em locais seco, de preferência
afastado do piso e em estrados com pilhas de no máximo 20 sacos intercalados para
maior estabilidade. Já as massas prontas são vendidas em baldes e estocadas em
locais seco com pilha de no máximo três baldes. 
4.4 Tipos de fitas
Componente utilizado para constituir com a massa as juntas de acabamento,
ilustrado na figura 5. 
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Figura 5 - tipos de fita
Fonte: Associação Brasileira dos Fabricantes de Chapas para Drywall
4.5 Lã de vidro e lã mineral no sistema drywall
De acordo com a Associação Brasileira dos Fabricantes de Chapas para
Drywall, as lãs de vidro são feitas de carbonato de sódio, sulfato de sódio, sílica,
vitrificante, potássio e outros materiais submetidos a temperatura de 1.500°C, possui
um bom isolamento térmico, não propaga chamas e tem um a boa absorção
acústica. 
A lã mineral, é composta de lã de rochas basálticas e outros minerais. Possui
uma boa resistência ao fogo e absorção acústica e são dispostas em painéis e
feltros, podendo ser revestidas ou não, e tendo especificações distintas, como
mostra a tabela 3
Tabela 3 – especificaçõess das lãs
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Fonte: Associação Brasileira dos Fabricantes de Chapas para Drywall
4.6 Ferramentas necessárias para montagem 
Para a montagem do sistema de gesso acartonado são necessarias
ferramentas apropriadas. As figuras 6 e 7 ilustram algumas dessas ferramentas. 
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Figura 6 – ferramentas necessárias 
Fonte: Associação Brasileira dos Fabricantes de Chapas para Drywall
Figura 7 – ferramentas necessárias
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Fonte: Associação Brasileira dos Fabricantes de Chapas para Drywall
5. APLICAÇÃO DO SISTEMA EM REVESTIMENTO, PAREDES E FORROS 
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Os sistemas drywall são compostos principalmente de revestimentos, paredes
e forros. 
5.1 Revestimentos 
Os revestimentos podem ser de dois tipos: colado e estruturado. 
5.1.1 Revestimento colado
Destinado ao acabamento de ambientes internos e paredes de alvenaria ou
concreto, vigas e pilares quando não possuem grandes variações superficiais. É
constiruido por argamassa ou elementos de concreto armado colante a base de
gesso sobre uma parede de alvenaria. A colagem precisa ser de qualidade em
paredes já existentes com superfície lisa, como mostra a figura 8, e não
recomendado em paredes que possuem chapisco. 
Figura 8 - revestimento sendo colado
Fonte: Rocher Drywall 
5.1.2 Revestimentos estruturados 
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Recomendado para casos onde o desempenho seja diferenciado ou a
necessidade e instalações elétricas, hidráulicas ou de telecomunicações no seu
interior. Sua estrutra é formada por perfis de aço galvanizado onde são parafusadas
as chapas de drywall. A qualidade do revestimento é decorrente da forma de
montagem e os componentes utilizados que atendem diferentes níveis de
desempenho, que varia de acordo com as exigências e necessidades de cada
ambiente no que diz respeito a mecânica, acústica, térmicas e o comportamento
diante de chamas. Sendo assim, esse revestimento pode ser trabalhado pelos
arquitetos de uma maneira mais fácil para elaborar detalhes arquitetônicos na obra,
como mostra a figura 9.
Figura 9 - revestimento estrutrado
Fonte: Blogo do Artesana 
5.2 Paredes
De acordo com a Associação Brasileira do Drywall, a parede é constituida por
uma estrutura de perfis de aço galvanizado onde ambos os lados são parafusados
chapas e gesso acartonado. 
A forma de montagem e os componentes utilizados permitem que a parede
seja configurada para atender a diferentes níveis de desempenho, de
acordo com as exigências ou necessidades de cada ambiente em termos
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mecânicos, acústicos, térmicos e de comportamento frente ao fogo.
(ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DO DRYWAL, 2006).
Desta forma deve-se especificar as seguintes caracterisicas: 
 O uso ou não da lã isolante dentro da parede;
 A espessura dos perfis estruturais (48, 70 e 90 mm);
 Se a estrutura e formada de montante simples ou duplo e se são ligados ou
separados, o tipo de chapa e a quantidade fixada de cada lado;
 O espaçamento entre os perfis verticais e os montantes (400 ou 600 mm, em
paredes retas; em paredes curvas, o espaçamento é menor, variando em
função do raio de curvatura)
MECANISMOS BIM DISPONÍVEIS NO MERCADO
Serão demonstradas as ferramentas BIM disponíveis atualmente no mercado
com suas respectivas funções e características, onde esses softwares podem ter a
sua utilização em conjunto no mesmo protejo com o objetivo de suprir o que for
necessário na parte técnica. 
6.1 Green Building Studio
Plataforma na nuvem que permite a observação relacionada à
sustentabilidade de edifícios, onde as análises são feitas desde o projeto até a
execução do empreendimento, considerando o consumo de gás natural, eletricidade
e água além da emissão de gás carbônico. Para utilizar esta simulação, precisa
trazer o modelo da edificação para a plataforma e indicar o tipo de uso, seu tempo
de operação além da sua localização, dando ao software a liberdade de projetar o
custo e seu consumo energético de acordo com o clima local e possíveis economias
de energia. 
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6.2 Infraworks 
É um software que possibilita gerar modelos 3D proporcionando criar
infraestrutuuras muito rapidamente. Pertecente a plataforma BIM, o Infraworks é
utilizado no planejamento e concepção do projeto. Temcomo vantagem transportar
projetos no Civil 3D, como mostra a figura 4, para um contexto atual onde ocorrera a
execução da obra.
Figura 4 - ilustração de um projeto no no Civil 3D apresentado no Infraworks
Fonte: Multidisciplinary Scientific Journal
Além de permitir a simulação de tráfego com bases em configurações prévias,
o Infraworks tem a capacidade de verificar intervenções urbanas nos projetos a fim
de possíveis necessidades de desapropriações. Sendo assim, a simulação ajuda na
análise do sistema rodoviário, como por exemplo, a velocidade média dos veículos,
fluxo de tráfego entre outros fatores.
6.3 Revit
Utilizado por engenheiros e arquitetos para desenvolvimento de projetos
arquitetônicos, instalações e estruturas prediais, como mostra a figura 5, dispondo
de uma apresentação em 3D, simplicidade em se obter documentação dos trabalhos
e uma facilidade na obtenção de fachadas e cortes. Além disso, dispõe de uma
captação de levantamento quantitativo para orçamentação e opera em dimensões
5D e 6D
De acordo com uma pesquisa feita com usuários de uma empresa x, dentre
os softwares que favorecem o BIM, o Revit é o mais utilizado com cerca de 70% de
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uso. Isso é devido às vantagens proporcionadas em relação a instalações
hidrossanitárias, estrutura, arquitetura, entre outros aspectos. 
Figura
5 - 
projeto elaborado no Revit
Fonte:SDS Educa
6.4 Navisworks
O Naviswork é um software de compatibilização e gestão de projetos BIM.
Permite a quem o usa abrir e combinar modelos em 3D, navegar em tempo real e
utilizar um conjunto de ferramentas para revisar os modelos usados dispondo de
comentários. Utilizado também para complementar projeto em 3D como Revit e
AutoCAD, o Naviswork também permite ligar modelos a cronogramas e composições
de insumos através do MS Project ou Excel, podendo assim saber a quantidade de
material e mão de obra para iniciar a obra dentro do prazo. 
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6.5 AutoCAD Civil 3D
Software utilizado para projetos de infraestrutura, como estradas (como
mostra a figura 6), terraplanagem e sistemas de drenagem. Proporcionam
praticidade e dinamismo na hora de obter perfis topográficos, alinhamentos verticais,
horizontais e transversais. Suas ferramentas de análise podem ajudar na verificação
da viabilidade técnica, fluxos de escoamento superficiais e alagamentos de bacias
hidrográficas.
Figura 6 - projeto de estrada feita no AutoCAD civil 3D
Fonte: Engenharia 360
6. VANTAGENS ADERIDAS AO BIM
São diversos os benefícios quando se utiliza o BIM em projetos, mas o que
mais gera prejuízos certamente é a falta de comunicação e troca de informação
entre os envolvidos no desenvolvimento do empreendimento. De acordo com um
relatório conservador emitido pelo Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia dos
EUA em 2004, se perde praticamente 16 bilhões de dólares por ano por falta de
comunicação e interação das partes envolvidas na construção civil. Mas, a
comunicação não é apenas o único benefício que o BIM trás. 
Uma das vantagens em relação ao tempo é a assertividade na manutenção
devido ao acerto de cronograma, gerando uma maior possibilidade em fazer
simulações. Já a execução mais precisa é utilizada para representar, em forma de
gráficos, as instalações necessárias tanto permanentes como temporárias no
canteiro de obras. A análise da localização ideal do projeto pode ser usada para
avaliar as propriedades de uma determinada região, os impactos sociais e
geográficos. 
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As informações técnicas que são geradas nos desenhos fazem com que
sejam gerados cálculos automáticos deixando de lado a utilização de planilhas
externas, aperfeiçoando automaticamente os desenhos e detalhes e permitindo
custos mais controlados e precisos 
7. CAPACITAÇÃO DE PROFISSIONAIS
Para que o projeto de um empreendimento tenha sucesso é necessário que
os profissionais envolvidos possuam conhecimento para o desenvolvimento. Na
pratica, cada profissional contribui com aquilo que mais sabe fazer para obter êxito
no objetivo do projeto. Como esses profissionais se relacionam potencializa cada
vez mais as suas contribuições no projeto, ou seja, quando um profissional tem
pouco conhecimento, falta a reuniões ou até mesmo se restringe a trocar
informações com os demais da equipe, tendem a trazer soluções menos compatíveis
com os demais. 
Pra poder formar uma equipe é necessário uma análise como um todo. O que
define o grau dos colaboradores são os objetivos a serem definidos, os recursos
disponíveis para atender as metas e se caso necessário, a contratação de
profissionais especializados. Não havendo precisão de todos os colaboradores
participarem do início ao fim do projeto, sendo muito importante observar cada forma
de atuação. 
O avanço de um projeto se dá de acordo com as tomadas de decisões, sendo
assim, é de grande importância a forma como cada profissional colabora, sendo o
ponto chave para a utilização correta de recursos. Colaboradores com disposição a
participar de cada decisão do projeto precisam ser focados nas metas dando total
preferência. Quanto mais capacitações esses profissionais tiverem, melhores serão
as decisões finais. 
O comprometimento desses profissionais merece uma atenção especial nos
projetos. É importante se atentar as necessidades dos outros profissionais da equipe
e sempre ficar atento ao momento certo de trazer novas questões e soluções. 
8. BIM NA FISCALIZAÇÃO DE OBRAS PÚBLICAS BRASILEIRAS
No Brasil, a adesão do BIM segue a tendência mundial. Nas particularidades
públicas, iniciativas dos órgãos das forças armadas, governos estaduais e o comitê
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estratégico de implantação do BIM criado pelo governo federal, mostram que o uso
do BIM trás uma maior objetividade nas obras públicas que englobam desde a
licitação até a fiscalização.
Na atualidade o Governo Federal gasta bilhões de reais com obras de
infraestrutura, demandando ao fiscal de obras a atender as normas vigentes. Boa
parte destas obras públicas é auditada por órgãos de controle externo, ocasionando
irregularidades tanto no projeto básico quanto na fiscalização ineficiente. Com isso, o
surgimento de ferramentas, de tecnologia e processos que melhorem a eficácia
destes setores é fundamental.
A melhoria da qualidade dos projetos com o auxílio do BIM é bastante notório
sendo adotado em vários países do mundo, pois, oferece um potencial suporte nas
principais atividades de fiscalização através de informações mais precisas fazendo
com que se cumpra o que é exigido em contrato, aumentando a possibilidade de
uma obra com melhor qualidade e adeptos aos preços e prazos contratados. 
Desta forma, o Governo Federal incluiu na agenda estratégica da construção
civil o objetivo de intensificar o uso da tecnologia da informação e a implantação do
sistema de classificação da informação na construção. Para cumprir esse objetivo
medidas foram tomadas entre elas esta a introdução da tecnologia BIM no sistema
de obra do Exército e a divulgação e complementação da normatização brasileira
para o BIM 
Os benefícios do BIM na área de projeto e execução de obras são bem
notórios. Por outro lado, na fiscalização de obras públicas ainda existe uma falta de
estudos que comprovem a eficácia desses benefícios. É nesta área que se
concentra as principais irregularidades, de acordo com auditorias do Tribunal de
Contas da União feitas em 2014. Sendo necessário que a Administração Pública seencarregue de fiscalizar os contratos e verificar o seu cumprimento. 
Sendo assim, o BIM pode atuar e auxiliar em diversas atividades de
fiscalização como: manter o arquivo completo e atualizado de toda documentação
necessária aos trabalhos; analisar e aprovar projetos das instalações provisórias e
canteiro de serviços; promover reuniões sobre o andamento da obra bem como as
providências necessárias para cumprir contrato; solucionar dúvidas em relação aos
serviços e a interferência entre as equipes de trabalho; esclarecer e solucionar
inconformidades, falhas e omissões no decorrer do projeto; paralisar e/ou solicitar o
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refazimento de serviços com inconformidades; aprovar serviços, atestar medições e
encaminhar faturas para pagamentos; solicitar substituição de qualquer funcionário
da empresa; verificar e aprovar substituição dos materiais, equipamentos e serviços;
verificar e aprovar desenhos, entre outros. 
9. IMPACTO DO BIM NO BRASIL
O BIM chegou ao Brasil por volta dos anos 2000. A necessidade da utilização
é cada vez mais intensa na construção civil, mas o mercado não se mostra
preparado e capacitado para usá-lo na prática seja pela falta de conhecimento, de
interesse de alguns profissionais ou pela questão financeira afinal, é considerada
uma tecnologia cara para investimento. 
De certa forma, toda mudança gera insegurança mesmo que o objetivo seja
ajudar a vida dos engenheiros, projetistas, arquitetos e todo público alvo que
vivencia a cadeia da construção. Isso é decorrente da falta da mão de obra e
ausência de padrões de desenhos brasileiros causando receio por parte dos
profissionais. 
A utilização do BIM foi consagrada no Brasil em 2002 pelo escritório do
arquiteto Luiz Augusto Contier. Desde então os avanços da plataforma foram
acontecendo de uma forma bem lenta voltado a projetos de edifícios do setor
privado. No que diz respeito à utilização em obras de infraestrutura a utilização é
bem pequena, sendo na sua maioria liderada por grandes contratantes do setor
público com destaques para algumas empresas que já trazem no processo de
licitação a exigência da utilização da plataforma.
Uma pesquisa feita por Barreto com 100 empresas brasileiras mostra que
apenas 31% das empresas afirmam utilizar o BIM desde quando a tecnologia foi
implementada. Das demais, 8 empresas disseram usar a modelagem apenas por um
período de teste, enquanto 61 empresas afirmam não ter nenhum tipo de
experiência nos projetos. O que estas empresas mostram é uma visão estabelecida
ainda com os processos mais convencionais em relação ao BIM, visto que 51
dessas empresas entrevistadas acreditam que menos de 20% dos projetos
executados no país façam uso desta tecnologia, conforme mostra o gráfico 1.
26
Gráfico 1 - opinião das empresas entrevistadas em relação a utilização do BIM
Fonte: os autores – adaptado Núcleo do Conhecimento
Para Barreto, a dificuldade da implantação e difusão da tecnologia no país é
decorrente a como as universidades brasileiras conduzem o ensino do BIM e o
cenário precário em pesquisas sobre a tecnologia que ainda é muito recente e trata
de poucos aspectos das plataformas.
Outro empecilho para a implementação do BIM no Brasil é o alto custo para
capacitar profissionais e a aquisição dos softwares pelas empresas. Entretanto,
segundo a pesquisa de Barreto, 55% das empresas que aceitaram o BIM afirmaram
que sua utilização gerou lucros e que 47% destas, informaram que o retorno
financeiro chegou entre 6 meses e 1 ano de uso. Esta pesquisa relata bem que, em
geral, a plataforma não é só viável financeiramente, que pode também gerar
retornos sobre o investimento de uma forma rápida e que nenhuma das empresas
obtiveram retorno após 3 anos de utilização, como diz os autores. 
Em julho de 2018 foi publicado o decreto n° 9.377 que torna obrigatório o uso
do BIM no desenvolvimento dos projetos a partir de 2021. Sendo assim, a
Associação Brasileira de Desenvolvimento Industrial espera que a produtividade
aumente em 10% na construção civil e que ocorra uma redução de custos de até
20%. 
9.1 Normatização Brasileira
A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) junto com a Associação
Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) lançaram, em 2017, a Coletânea de
27
Normas Técnicas de Modelagem de Informação onde engloba as partes 1, 2, 3 e 7
da NBR15965 que se trata de um catálogo com a primeira norma BIM no Brasil,
além da NBR ISO 12006-2:2018 que estabelece estrutura para o desenvolvimento
de sistemas de classificação do ambiente construído. 
Ainda em 2017, foi publicado no Diário Oficial da União o decreto que
estabelece o Comitê Estratégico da Implementação do BIM com objetivo de
estabelecer uma Estratégia Nacional de Disseminação da tecnologia. 
Com o intuito de padronizar os componentes de construção utilizados pelo
BIM, a ABDI juntamente com o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços
(MDIC) projetou a plataforma BIM BR e a biblioteca pública brasileira de BIM. Para
ter acesso a ambos é necessário realizar via internet, onde permite aos usuários
guias e manuais de projetos, podendo também localizar empresas e profissionais
com experiência em BIM além de oferecer o download e upload de softwares
gratuitamente. 
10. BIM NO MUNDO 
Segundo Wong, as regras para implantação do BIM apresentam
características de acordo com cada país, que possivelmente dependem de fatores
de natureza econômica. Desta forma, conhecer resultados e soluções que o BIM
proporciona nas diversas esferas econômicas mundiais é uma maneira de identificar
oportunidades de implantação da plataforma. 
Muitos países que possuem destaque no cenário macroeconômico
internacional aderiram ao BIM, exigindo e estabelecendo o uso nos projetos de
obras públicas possuindo assim diferentes níveis de responsabilidades e aplicação.
Quando comparamos países como China e Estados Unidos, ilustrado no
gráfico 2, percebemos que as empresas brasileiras possuem um comprometimento
baixo com esta tecnologia. Sendo assim, a aplicação precisa de atenção, pois, a
competitividade dentro na construção civil só esta aumentando. 
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Gráfico 2 - comprometimento de alguns países com o BIM
Fonte: os autores – adaptado Bimzeiro
Em 2016, 14 países na Europa se juntaram de forma oficial para formar o
grupo Eu BIM Task Group, com o objetivo de ativar o uso do BIM em obras públicas
no referido continente. 
Desta forma, apresentaremos o histórico da adoção do BIM em alguns países.
10.1 Estados Unidos da América
 O Serviço Geral de Administração dos Estados Unidos (GSA) elaborou em
2003 o Programa Nacional de BIM 3D e 4D onde estabeleceu a utilização obrigatória
do BIM para todas a edificações e projetos públicos motivando assim suporte
financeiro e técnico para implantar a tecnologia. Entre 2007 e 2015, a GSA lançou
oito guias de utilização do BIM que abrange as dimensões do 3D até o 7D, relatando
inclusive a utilização de laser scanner na dimensão 3D, eficiência energética,
gerenciamento de edificações entre outros.
Com o objetivo de incentivar a criação de lideres do BIM dentro da
organização, a GSA fez parcerias com criadores de softwares, algumas agências
federais, associações profissionais e na esfera acadêmica, gerando resultados
importantes como o Manual Bim Standards and Project Delivery Requirementslançado pela universidade de Indiana. Este manual é de uso obrigatório em todos os
novos projetos com custos a parir de US$ 5 milhões. Seguindo este contexto, cerca
de 72% das empresas de contrução americanas utilizam o BIM nos projetos. 
29
10.2 China
De acordo com pesquisas feitas em 2012 pela Associação da Indústria da
Construção da China, de 388 empresas que participaram da pesquisa menos de
15% utilizavam o BIM. O motivo para baixa aquisição a esta tecnologia é a
resistência das empresas em adotar novos processos. 
De acordo com Rebecca De Cicco, especialista da AEC Magazine, nos
próximos anos haverá um grande crescimento na utilização do BIM no país motivado
principalmente pelo sucesso obtido no Reino Unido. A revista ainda revela que os
chineses possuem grande interesse nos ensinamentos proporcionados para atender
as necessidades do mercado. 
10.3 Reino Unido
A área da construção é de grandes oportunidades com uma visão de
crescimento de 70% até 2025, ou seja, a indústria da construção civil representa 7%
da economia britânica.
Com o conhecimento da capacidade do BIM, o governo do Reino Unido
decretou em 2011, após etapas de adaptações até 2016, a obrigatoriedade da
modelagem em todos os projetos públicos, já que 40% das construções no país são
deste setor. As empresas da AEC, em decorrente da obrigatoriedade, investiram em
treinamentos das suas equipes para adaptar os processos a essa nova metodologia.
Desta maneira, o numero de empresas que já utilizam o BIIM cresce cada vez mais,
saltando de 13% em 2011 para 54% em 2016 e atingindo um patamar maior de 78%
em 2018. Um ponto positivo é que as empresas que já utilizam o BIM nas suas
atividades passaram a utilizar ainda mais apresentando assim um nível alto de
aceitação. 
De acordo com um relatório feito pela Estratégia de Construção do Governo
2016-2020, a economia obtida pela utilização do BIM foi de cerca de 14,8 bilhões de
reais nas obras públicas entre os anos de 2011 e 2015.
Até o ano de 2020 o governo britânico promete proporcionar o BIM nivel 3 que
foca mais nas questões de manutenção e gerenciamento ao longo da vida útil do
empreendimento. Para tal acontecimento o governo tem investido em bibliotecas
virtuais com itens organizados por cada especifiação técnica.
30
10.4 Catar
O governo tem apoiado a implantação do BIM e junto à inclusão de Protocolos
e leis para obras executadas nesta plataforma. A prática da implantação no país é
decorrente das empresas privadas para facilitar os ambiciosos projetos de
construção e não possuem um seguimento de regra geral. 
Para 2022, o governo do país planeja gastar em media 160 milhões de
dólares em construções e infraestrutura para a Copa do Mundo FIFA onde inclui o
metrô de Doha que liga diversos estádios, hotéis e restaurantes.
10.5 Noruega 
A implantação do BIM na Noruega começou através da Agência de Defesa do
país que desenvolveu o primeiro projeto piloto no formato IFC. Desta forma, em
2010, tornou-se obrigatório o uso da modelagem para todos os projetos do setor
público com o objetivo de melhorar o conceito de seus prédios para os usuários
reduzindo também gastos operacionais. 
A criação de manuais para a utilização vem juntando forças nos últimos anos
tanto do setor público quanto do privado. O Manual de Modelagem e Informação é
um exemplo importante que traz detalhes e exigências básicas do BIM com
princípios específicos a área de arquitetura, estrutura, paisagismo e elétrica. 
A SINTEF, maior organização independente da Europa, vem desenvolvendo
pesquisas com foco no desenvolvimento de ferramentas sustentáveis para
aperfeiçoar a construção das edificações. 
10.6 Hong Kong
A Autoridade de Habitação de Hong Kong estabeleceu metas para aplicar o
BIM em 2014 para todos os novos projetos, mas, sua implementação já ocorria
desde 2006 onde o objetivo era desenvolver mais de 19 projetos de habitação
pública em etapas que vai da viabilidade até a execução. Entre os utilizadores do
BIM, foi desenvolvidas condutas de modelagem para gestão, criação e comunicação
competentes. 
11.O FUTURO DO BIM
O BIM percorre um caminho cada vez mais valorizado, completo e se
transformando em um banco de dados em todos os aspectos da edificação. Desta
31
forma, o uso do BIM como Modelagem da Informação da Construção é e continuará
sendo cada vez mais promissor pela sua capacidade de utilização de softwares em
nuvem aumentando assim a capacidade das construtoras de lhe dar com a
quantidade cada vez maior de informações. 
Saber a quantidade exata de material a ser utilizado em um projeto inclusive
determinadas dimensões, não é uma tarefa difícil de ser respondida para quem
utiliza o BIM. Em apenas um clique, o profissional da construção obtêm informações
bem detalhadas do projeto. 
 Desta forma, as construtoras podem criar um volume de dados de custos da
construção com mais realidade de planejamento e os erros de execução permitindo
assim um controle mais apurado. Assim, a escolha do material pode ser feita de
acordo com a quantidade de informações colocadas em todos os aspectos.
Organizando os modelos com os conceitos é possível reunir e definir todos os
aspectos da edificação gerando otimização de determinados aspectos e
automatizando o processo de fabricação com a finalidade de acabar com
desperdício e o retrabalho no canteiro de obras. 
12.CONSIDERAÇÕES FINAIS
O uso do BIM é bem recente dentro da indústria da construção civil. Em todo
o mundo o setor da construção apresenta infraestruturas e edificações que atendam
as necessidades da área econômica empregando assim uma enorme quantidade de
pessoas e colaboradores. No Brasil tudo isso tem um peso muito mais significativo
por concentrar uma quantidade expressiva de mão de obra com baixa qualificação.
A conceituação do BIM e as características citadas neste artigo foram
apresentadas com o intuito de concentrar informações básicas acentuando o
conhecimento necessário para entender as ferramentas e objetivos da modelagem
apresentada. A utilização das ferramentas possibilita uma visualização em 3D com
movimentos e animações promovendo processos de simulação dos projetos.
Foi parte do objetivo deste estudo apresentar cenários de implementação do
BIM no Brasil e no mundo descrevendo algumas características de implantação em
alguns países e suas particularidades que influenciam na atuação da modelagem.
Desta forma, observamos que a tecnologia BIM vem se firmando na indústria da
construção civil como uma enorme ferramenta de inovação para todo o ciclo de vida
32
útil da edificação que abrange desde o inicio do projeto até uma possível demolição.
A contribuição desejada neste estudo foi estimular as empresas, entidade
pública e os setores da engenharia, arquitetura e construção a utilizar cada vez mais
este conjunto de ferramentas com a certeza de que é uma forma acessível e
descomplicada de criar e construir grandes sonhos. 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
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Modeling, 2019. Disponível em: https://bimmda.com/pt/bim-no-
mundo#:~:text=A%20percentagem%20de%20projetos%20que%20envolvem%20o%
33
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https://bimzeiro.com/novidades-como-o-bim-afeta-a-area-de-infraestrutura/. Acesso
em: 4 de outubro de 2020.
CAMPESTRINI, T. F. et al. Entendendo BIM.1ª edição. Curitiba, 2015. 
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https://www.academia.edu/13887940/Tecnologia_BIM_na_Constru%C3%A7%C3%A
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Disponível em: http://maisengenharia.altoqi.com.br/bim/tudo-o-que-voce-precisa-
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MIRANDA, A. C. O; MATOS, C. R. Potencial uso do BIM na fiscalização de obras
públicas. Tribunal de Contas da União. Edição 133, 2015. Disponível em:
https://revista.tcu.gov.br/ojs/index.php/RTCU/article/view/1302. Acesso em: 4 de
outubro de 2020. 
SALVI, Levi; MIRANDA, Rian das Dores. Análise da tecnologia BIM no contexto da
indústria da construção civil brasileira. Multidisciplinary Scientific Journal: núcleo do
conhecimento. Ano 04, Ed. 05, Vol. 07, pp. 79-98, 2019.

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