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BOAS PRÁTICAS DE MANIPULAÇÃO DE PREPARAÇOES MAGISTRAIS E OFICINAIS RDC Nº 67/2007 Prof. Thiago Albuquerque 1 DEFINIÇÕES 2 3 Conjunto de operações e procedimentos realizados em condições de qualidade e rastreabilidade de todo o processo que transforma insumos em produtos magistrais, para dispensação direta ao usuário ou a seu responsável, com orientações para seu uso seguro e racional. PROCESSO MAGISTRAL Procedimento farmacotécnico para obtenção do produto manipulado, compreendendo a avaliação farmacêutica da prescrição, a manipulação, fracionamento de substâncias ou produtos industrializados, envase, rotulagem e conservação das preparações. PREPARAÇÃO 4 É aquela preparada na farmácia, a partir de uma prescrição de profissional habilitado, destinada a um paciente individualizado, e que estabeleça em detalhes sua composição, forma farmacêutica, posologia e modo de usar. PREPARAÇÃO MAGISTRAL É aquela preparada na farmácia, cuja fórmula esteja inscrita no Formulário Nacional ou em Formulários Internacionais reconhecidos pela ANVISA. PREPARAÇÃO OFICINAL DOCUMENTAÇÃO 5 6 DOCUMENTAÇÃO A documentação é parte integrante do processo magistral, pois tem a dupla finalidade de orientar cada procedimento, bem como possibilitar a comprovação de todos os atos executados. Dessa forma, permite a rastreabilidade dos processos com o intuito de aprimoramento contínuo. São exemplos de documentos: I) Manuais de boas práticas, II) Procedimentos operacionais padrão (POP), III) Registros de receitas IV) Relatórios de autoinspeção e V) Registros de reclamações de usuários. 7 I. MANUAIS DE BOAS PRÁTICAS São os guias que determinam as políticas da farmácia relacionadas a questões éticas, técnicas e operacionais. Esse Manual define os parâmetros gerais de trabalho e da qualidade do estabelecimento. Quando a farmácia tiver autorização/licença para proceder a prestação de serviços deverá dispor de Manual de Boas Práticas Farmacêuticas. O principal – e aquele exigido pela legislação vigente – é o Manual de Boas Práticas de Manipulação em Farmácia (BPMF), o qual estabelece os cuidados com todas as operações da farmácia para a garantia da qualidade dos produtos e serviços As atribuições e responsabilidades individuais devem estar descritas neste manual e serem compreensíveis a todos os funcionários. 8 II. PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO (POP) Descrição pormenorizada de técnicas e operações a serem utilizadas na farmácia, visando proteger e garantir a preservação da qualidade das preparações manipuladas e a segurança dos manipuladores. 9 II. PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO (POP) 10 II. PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO (POP) 11 II. PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO (POP) 12 II. PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO (POP) 13 III. REGISTROS DE RECEITAS Os registros devem ser efetuados no livro de receituário geral, de maneira informatizada ou não, devendo conter, no mínimo, os seguintes dados: a) Número de ordem do Livro de Receituário Geral; b) Nome e endereço do paciente ou a localização do leito hospitalar para os casos de internação; c) Nome do prescritor e número de registro no respectivo conselho de classe; d) Descrição da formulação contendo todos os componentes e concentrações; e) Data do aviamento; f) Outros dados para a garantia da rastreabilidade também deverão ser registrados. 14 III. REGISTROS DE RECEITAS Quando a receita contiver insumos sujeitos a controle especial ou antimicrobianos, deverá também ser registrada em Livro de Registro Específico, conforme legislação pertinente, podendo ser informatizado ou não. Destaca-se que, para a informatização, é obrigatória a autorização expressa da Visa local. De acordo com Resolução RDC nº 22/2014: Art. 35. A escrituração de medicamentos e insumos farmacêuticos sujeitos a esta Resolução substitui a escrituração realizada por meio de livro de registro ou sistema informatizado previamente autorizado pela autoridade sanitária competente, estabelecidos na Portaria SVS/MS nº 344, de 1998, e na Portaria SVS/MS nº 6, de 29 de janeiro de 1999, ou as que vierem substituí-las. § 1º Fica excepcionalmente admitida a adoção de rotinas não informatizadas pelo SNGPC, mediante manutenção do livro de registro, em municípios desprovidos de acesso à internet, condicionada à autorização pela autoridade sanitária local. 15 IV. AUTO INSPEÇÃO A auto inspeção é o instrumento de avalição de conformidade documental e operacional da farmácia. Deve ser executada no mínimo anualmente, tendo como base o roteiro de inspeção definido na RDC nº 67/2007. 16 V. REGISTRO DE RECLAMAÇÕES DOS USUÁRIOS As reclamações devem ser registradas em ficha ou livros (modelo escolhido pelo farmacêutico) com o objetivo de possibilitar uma investigação interna, e concluir sobre o ocorrido em relação ao procedimento a ser adotado. Deverá conter todos os dados possíveis, além de cópias dos documentos arquivados, como ordem de manipulação (OM), laudos de análises efetuadas, laudo dos insumos do fornecedor entre outros. O resultado da investigação deve ser informado ao paciente e as medidas cabíveis devem ser adotadas e registradas. TREINAMENTO 17 TREINAMENTO Todos os colaboradores envolvidos nas atividades da farmácia devem estar incluídos em um programa de treinamento relacionado ao processo magistral, elaborado com base em um levantamento de necessidades de cada estabelecimento. Os treinamentos devem ser registrados, e conter no mínimo das seguintes informações:. 18 a) atividades de capacitação realizadas (tema, conteúdo programático e avaliação); b) data da realização e carga horária; c) colaboradores treinados e suas respectivas assinaturas; d) identificação da equipe que os treinou em cada atividade específica Os treinamentos devem contemplar, ainda, os procedimentos a serem adotados em casos de acidentes e incidentes envolvendo os processos magistrais, informações quanto à existência de riscos no desenvolvimento das atividades, suas causas e medidas preventivas apropriadas. 19 TREINAMENTO A farmácia deve comprovar a avaliação de efetividade dos treinamentos realizados. Os treinamentos devem ser feitos: a) na admissão do colaborador; b) sempre que houver mudança de setor; c) periodicamente; d) quando, na avaliação do responsável, for necessário De acordo com a RDC nº 67/2007, treinamentos iniciais e contínuos de Boas Práticas de Manipulação são obrigatórios na farmácia para a perfeita capacitação, manutenção e atualização dos conhecimentos de todos os colaboradores. 20 POR QUE TREINAR? AQUISIÇÃO DE INSUMOS 21 22 I. QUALIFICAÇÃO DE FORNECEDORES 7.1.5. As matérias-primas devem ser adquiridas de fabricantes/fornecedores qualificados quanto aos critérios de qualidade, de acordo com as especificações determinadas neste Regulamento. Deve ser realizada conforme determina a RDC nº 67/2007, Anexo I – Boas Práticas de manipulação em Farmácias: 7.1.6. Deve haver procedimento operacional escrito, detalhando todas as etapas do processo de qualificação dos fornecedores, mantidos os registros e os documentos apresentados por cada fornecedor/fabricante. 23 7.1.7. A qualificação do fabricante/fornecedor deve ser feita abrangendo, no mínimo, os seguintes critérios: a) Comprovação de regularidade perante às autoridades sanitárias competentes; b) Avaliação do fabricante/fornecedor, por meio de análises de controle de qualidade realizadas pela farmácia e da avaliação dos laudos analíticos apresentados, verificando o atendimento às especificações estabelecidas pelo farmacêutico e acertadas entre as partes; c) Auditorias para verificação do cumprimento das normas de Boas Práticas de Fabricação ou de Fracionamento e Distribuição de insumos; d) Avaliação do histórico dos fornecimentos anteriores. a) Detalhar todos os critérios do processo de qualificação em um procedimento operacional padrão. 24 Para a realização do processo de qualificação de fornecedores, a farmácia deve seguir basicamente as seguintes etapas: b)Criar modelos de roteiro e relatório de auditoria. c) Avaliar cada lote dos insumos recebidos quanto a: - Quantidade; - Validade; - Integridade; - Identificação; - Presença de certificado de análise que esteja de acordo com a especificação de compra solicitada, contendo a assinatura e identificação do Responsável Técnico, bem como o respectivo número de inscrição no seu conselho profissional. 25 d) Verificar os seguintes documentos legais do fornecedor: - Autorização de Funcionamento de Empresa (AFE); - Autorização Especial (AE), quando aplicável (Portaria SVS/MS nº 344/1998*); - Licença de Funcionamento (alvará sanitário); - Certidão de Regularidade do Conselho Regional de Farmácia (empresa e farmacêutico); - Outros quando aplicáveis (Exército, Polícia Federal, Polícia Civil, etc..) e) Proceder à conclusão: qualificado, qualificado com ressalva, não qualificado. 26 a) caracteres organolépticos; b) solubilidade; c) pH; d) peso; e) volume; f) ponto de fusão; g) densidade. II. CONTROLE DE QUALIDADE DE INSUMOS As matérias-primas devem ser analisadas no seu recebimento, efetuando-se, no mínimo, os testes abaixo relacionados conforme determina a RDC nº 67/2007, respeitando-se as suas características físicas e mantendo-se os resultados por escrito: 27 Aprovados – seguem para armazenamento e posterior utilização na manipulação; II. CONTROLE DE QUALIDADE DE INSUMOS A avaliação do laudo de análise do fabricante/fornecedor está incluída na etapa de recebimento de matérias- primas. Uma vez analisados, os insumos poderão ser classificados como: Reprovados – devem ser devolvidos ao fornecedor, com comunicação à autoridade sanitária; Aprovados com ressalva – seguem para armazenamento e terão uso restrito e controlado pelo farmacêutico. PROCESSOS DE MANIPULAÇÃO 28 29 O farmacêutico deverá fazer a avaliação de cada prescrição, observando o disposto no item 5.18.4 da RDC Anvisa nº 67/2007. INTERPRETAÇÃO E AVALIAÇÃO FARMACÊUTICA DO RECEITUÁRIO/PRESCRIÇÃO Após a interpretação e avaliação farmacêutica da prescrição, o farmacêutico é responsável por manter contato com o prescritor para eventuais correções, assegurando que esse documento e os processos posteriores estejam corretos. Ainda, sob o aspecto técnico, deverão ser observadas e estudadas quaisquer incompatibilidades e interações farmacotécnicas e farmacológicas, entre outros. A farmácia deve possuir pelo menos uma balança em cada laboratório, com capacidade/sensibilidade compatíveis, calibrada, ou dispor de uma central de pesagem onde as balanças estarão instaladas, devendo ser adotados procedimentos que impeçam a contaminação cruzada e microbiana. 30 PESAGEM Devem se adequar às operações realizadas e ter dimensões que facilitem ao máximo a limpeza, a manutenção e o fluxo de pessoas, de documentos e materiais. 31 LABORATÓRIO DE MANIPULAÇÃO Consiste na realização de análises em preparações magistrais, observando, entre outros parâmetros, o teor e a uniformidade de conteúdo do princípio ativo, o peso médio para cápsulas e o pH para soluções. 32 MONITORAMENTO DO PROCESSO Os resultados de todas as análises devem ser registrados e arquivados no estabelecimento. CONTROLES E CONFERÊNCIAS FINAIS 33 A conferência final das preparações magistrais/oficinais deve ser supervisionada pelo farmacêutico. Além da inspeção visual, deve ser feita a conferência de todas as etapas do processo de manipulação, a clareza e a exatidão das informações do rótulo, as quantidades das embalagens, a integridade, o prazo de validade, a conformidade com a prescrição e a verificação dos dados dos prescritores habilitados, do paciente/ usuário e da farmácia, bem como as etiquetas orientativas apostas na embalagem. DISPENSAÇÃO O farmacêutico deve dar orientação aos pacientes/clientes, objetivando o uso correto e racional dos produtos. 34 Todas as receitas aviadas devem ser carimbadas pela farmácia, com a identificação do estabelecimento, a data da dispensação e o número de registro da manipulação, de forma a comprovar o aviamento. Quando for o caso, a orientação deve ser registrada, de modo a favorecer o seguimento farmacoterapêutico, conforme critérios estabelecidos pela farmácia ou em norma específica. 35 EQUIPAMENTOS E INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO A RDC Anvisa nº 67/2007, determina a necessidade de planejar ações para a manutenção preventiva dos equipamentos, por meio da elaboração de um programa formal, sendo necessária a criação de procedimentos operacionais para a utilização e o acompanhamento do desempenho dos mesmos. Para calibrações dos instrumentos de medição, a farmácia deve definir a contratação dos serviços de calibração e o cronograma para a realização dos mesmos. É imprescindível documentar a rastreabilidade metrológica de todos os equipamentos e dos padrões utilizados na calibração de um dado equipamento (mencionados no certificado de calibração), pelo laboratório contratado, o qual deverá ser autorizado pelo INMETRO/IPEM e certificados pela Rede Brasileira de Calibração (RBC). 36 ESTRUTURA DA FARMÁCIA Para que a farmácia execute as preparações magistrais e oficinais, é necessário que tenha uma estrutura adequada em termos de áreas e revestimentos. As áreas devem ser compatíveis com as operações, com tamanho apropriado, e revestimento de teto, parede e pisos em material liso, lavável e resistente aos agentes sanitizantes. Devem existir, quando for o caso, sala(s) de manipulação para as preparações de sólidos, semissólidos e líquidos, cabines especiais para preparações de hormônios, antibióticos e citostáticos, produtos homeopáticos e outras classes definidas na RDC nº 67/2007, e sua atualização dada pela Resolução RDC nº 21, de 20 de maio de 2009. FLUXOS DE TRABALHO Deve ser planejado de maneira a minimizar riscos de contaminação cruzada e/ou microbiana. Slide 1: BOAS PRÁTICAS DE MANIPULAÇÃO DE PREPARAÇOES MAGISTRAIS E OFICINAIS RDC Nº 67/2007 Slide 2: DEFINIÇÕES Slide 3 Slide 4 Slide 5: DOCUMENTAÇÃO Slide 6: DOCUMENTAÇÃO Slide 7: I. MANUAIS DE BOAS PRÁTICAS Slide 8: II. PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO (POP) Slide 9 Slide 10 Slide 11 Slide 12 Slide 13: III. REGISTROS DE RECEITAS Slide 14: III. REGISTROS DE RECEITAS Slide 15: IV. AUTO INSPEÇÃO Slide 16: V. REGISTRO DE RECLAMAÇÕES DOS USUÁRIOS Slide 17: TREINAMENTO Slide 18: TREINAMENTO Slide 19 Slide 20 Slide 21: AQUISIÇÃO DE INSUMOS Slide 22 Slide 23 Slide 24 Slide 25 Slide 26 Slide 27 Slide 28: PROCESSOS DE MANIPULAÇÃO Slide 29 Slide 30 Slide 31 Slide 32 Slide 33 Slide 34 Slide 35 Slide 36
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