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Choque em Queimados e manejo de fluidos E3TI Thaís Introdução Pacientes grandes queimados: 3-8% de mortalidade 58% das mortes ocorrem nas primeiras 72 horas após o trauma –morte decorrente do choque Injúria térmica resposta inflamatória trocas de fluidos rápida e em grande extensão em tecidos queimados e não queimados hipovolemia progressiva / edema periférico / falência de múltiplos órgãos / morte Introdução Vazamento dos capilares localmente e sistematicamente edema e sobrecarga de fluidos complicações Necessidade de ressuscitação volêmica adequada para melhorar do choque, da falência de múltiplos órgãos, e do excesso de mediadores inflamatórios, visando melhorar morbidade e mortalidade Mediadores Inflamatórios Acionamento de resposta sistêmica Alteração da função cardiovascular Alteração da macro e microcirculação Alteração da função pulmonar Alteração da função hepática Alteração da função renal Alteração da função gastrointestinal Alteração da função endócrina Progressão do choque em queimados Choque: definido por oferta de oxigênio inadequada para a necessidade metabólica dos tecidos, levando a disfunção de órgãos até a falência A fisiologia da injúria em queimados Modelo de choque não séptico e causa comum do desenvolvimento de MODS Maiores extensões e maiores profundidades das queimaduras Aumento da incidência da doença orgânica e aumento da incidência de infecção e sepse Progressão do choque em queimados Marcadores de oxigenação tecidual inadequada e disfunção de órgãos progressiva anunciando piores resultados em doentes críticos: Acidose lática Aumento do nível de déficit de bases Aumento da hipóxia tecidual pode representar uma ressuscitação ineficaz e resulta em aumento da disfunção de órgãos e aumento da mortalidade Edema e hipovolemia O choque em queimados resulta da perda de fluidos intravasculares proteínas e plasma são sequestrados em tecidos queimados e não queimados As trocas de fluidos observadas desencadeadas por mediadores inflamatórios locais e sistêmicos vazamento endotelial e hipovolemia grave A reposição de fluidos unicamente não melhora os efeitos do choque em queimados Edema e hipovolemia Esforços na ressuscitação para prevenir o choque hipovolêmico, a hipóxia tecidual e a falência de múltiplos órgãos são complicadas por edema significativo em todos os tecidos Complicações por falência respiratória, síndrome compartimental abdominal, síndrome do compartimento ocular e de extremidades Edema e hipovolemia Compreensão do balanço e da troca de fluidos intravascular é necessária para entender as mudanças que ocorrem após a injúria por queimadura Equação de Starling descreve as forças a nível dos capilares para manter o volume intravascular e prevenir a formação do edema em estados fisiológicos normais Edema e hipovolemia Q= taxa de filtração de fluidos pela rede de capilares do espaço intravascular para o interstício; Kf = coeficiente de filtração de fluido (habilidade do fluido sair do capilar para o interstício e é influenciada pela área de superfície do leito capilar e pela complacência do espaço intersticial); Pc = pressão hidrostática do capilar (promovendo saída de fluidos pelo capilar); Pi = pressão hidrostática intersticial; σ = coeficiente de permeabilidade capilar; πc = pressão oncótica do plasma; πi = pressão oncótica intersticial. Q é normalmente recolhida pelos linfáticos Perda de integridade no espaço intersticial Ácido hialurônico, colágeno e proteoglicanos promovem a integridade do espaço intersticial, e estão presentes na forma estável, fornecendo uma força elástica negativa Quando a matriz extracelular é interrompida, as forças que limitam o influxo de fluidos é perdida tecidos se tornam edemaciados complacência do tecido aumenta volume aumenta mais rapidamente que a pressão matriz extracelular deforma aumento da complacência do interstício efluxo aumentado de fluidos no espaço extravascular formação do edema Perda do gradiente oncótico entre o plasma e o interstício Tecido normal: gradiente oncótico entre 20-25 mmHg promove reabsorção do fluido para o espaço intravascular Tecido queimado: gradiente oncótico se aproxima de zero até valores negativos, atraindo o fluido da vasculatura para o interstício A formação rápida e sustentada do edema após a queimadura resulta do aumento da complacêncica intersticial e da diminuição da pressão oncótica do plasma Perda do gradiente oncótico entre o plasma e o interstício A translocação de proteínas do espaço intravascular para o espaço extravascular tem sido observada em diversos estudos Aumento de 100% em tecidos queimados e em 5% em tecidos não queimados no momento da lesão por queimadura Estudo de Leape notou um aumento imediato no movimento da albumina para o interstício em macacos Rhesus com 50% da superfície corporal queimada Perda do gradiente oncótico entre o plasma e o interstício Mecanismos propostos: Washout de proteínas a partir dos capilares para os tecidos, aumentando assim a pressão oncótica intersticial Aumento da permeabilidade capilar nos tecidos não queimados Dependente do tamanho da queimadura e do período de tempo até o edema tecidual atingir seu máximo Carvajal e colegas: pico de edema em 10% de corpo queimado: 3 horas e em 40% do corpo queimado: 12 horas Formação do edema ocorre mais rapidamete em tecidos queimados parcialmente do que totalmente em sua espessura Destruição do leito capilar no tecido totalmente queimado, com redução do edema dirigido por vazamento endotelial A taxa de reabsorção pelos linfáticos é aumentada em tecidos queimados parcialmente Disfunção de múltiplos órgãos após a injúria por queimadura Resposta precoce: diminuição do débito cardíaco Por mecanismos não relacionados a perda de fluidos intravasculares ou hipovolemia O débito cardíaco melhora com ressuscitação volêmica, porém não restaura totalmente a contratilidade do VE com máxima pré-carga e fluxo sanguíneo coronariano Níveis elevados de troponina I são detectados após queimaduras em animais e humanos (com TBSA > 20%) Disfunção de múltiplos órgãos após a injúria por queimadura Mecanismos que resultam em disfunção cardíaca após a lesão por queimadura: TNF-α, IL-1β e IL-6 em concentrações séricas elevadas nos pacientes com lesão Geroir e colegas: aumento de TNF-α e diminuição da contratilidade miocárdica em porcos guinea com 40% da TBSA, melhora após administração de anti-TNF-α Horton e colegas: papel dos anti-oxidantes nos cardiomiócitos em múltiplos modelos animais Disfunção de múltiplos órgãos após a injúria por queimadura Vitaminas A, C, E e zinco: recuperação da contratilidade miocárdica Diminuição da translocação nuclear do fator nuclear kB (um fator de transcrição do DNA) diminuição na produção de citocinas inflamatórias pelo cardiomiócito Apoptose (morte celular programada) Aumento no número de célular apoptóticas em até 48 horas após a queimadura, com aumento da apoptose no ventrículo esquerdo O tecido subendocárdico do VE foi o sítio predominante das células apoptóticas Disfunção de múltiplos órgãos após a injúria por queimadura Gasto energético no repouso medida por calorimetria indireta – aumento médio em 130% imediatamente após a queimadura Aumentos significativos no complemento C3, α2-microglobulina, haptoglobina e PCR após o dia 1 da queimadura Diminuição das proteínas hepáticas ativas – incluindo pré-albumina, transferrina e apolipoproteína A1 após o dia 1 da queimadura Diminuição importante do fator de crescimento insulina-like após o dia 1 da queimadura, assim como hormônio paratireoideano e tiroxina Disfunção de múltiplos órgãos após a injúria por queimadura Cortisol sérico e urinário aumentou significativamente Aumento na IL-2, IL-4 ,IL-10, GM-CSF, interferon γ, IL-5, IL-13, IL-17, IL-6, IL-8, TNF-α, IL-1β, MCP-1 e macrófagos Tamanho hepático em 1-2 semanas após queimadura: aumento em 180-220% respectivamente,do tamanho predito Complexidade da resposta fisiológica à lesão por queimadura evidenciou um curso de tempo prolongado que persiste após o trauma por queimaduras Disfunção de múltiplos órgãos após a injúria por queimadura Mudanças hepáticas notadas após lesões por queimadura não são resultantes de isquemia, apesar de mudanças no débito cardíaco e no fluxo sanguíneo renal Incidência de falência renal aguda em pacientes queimados varia de 4,7-28% associação com aumento de mortalidade de 25-75% Desenvolvimento precoce de falência renal aguda foi associada com aumento do déficit de bases nas primeiras 24 horas após a lesão por queimadura Citocinas inflamatórias e mediadores da lesão por queimadura SIRS – aumento da frequência cardíaca e frequência respiratória, até hipotensão, disfunção orgânica e morte A lesão térmica leva a febre, taquicardia, e hipotensão precoce por resposta inflamatória Alto risco de infecção A SIRS da lesão térmica é semelhante à resposta sistêmica da sepse, tornando difícil distinguir as duas TNF-α e interleucinas conhecidas, desregulados em choque por queimaduras, não foram específicos para SIRS vs. sepse Vários marcadores inflamatórios testados não distinguem SIRS da sepse Óxido nítrico Altera o endotélio vascular e muda a resposta no tônus vasomotor à inflamação É vista após lesão por queimadura NO é produzida quando a L-arginina é oxidada pela enzima NO sintase Efeitos locais e sistêmicos do NO como potencial vasodilatador No trato gastrointestinal: aumento da permeabilidade da mucosa e translocação bacteriana Óxido nítrico Níveis circulatórios e urinários de subprodutos do NO parecem aumentar de maneira dose-dependente com o aumento do tamanho da queimadura Embora o NO aumente o vazamento endotelial e a morbidade por sobrecarga volêmica e edema tecidual, sua função é necessária para sobrevida O NO representa em bom alvo para alterar a permeabilidade microvascular, porém isto ainda é incerto Stress oxidativo Radicais do oxigênio resultam de uma variedade de reações biomecânicas Radicais do oxigênio são liberados dos neutrófilos após inflamação ou lesão isquêmica A produção de ROS (reactive oxygen species) contribuem para o aumento da permeabilidade vascular, edema tecidual, inflamação sistêmica, e disfunção de múltiplos órgãos Estudo comparando stress oxidativo na sepse e em pacientes queimados não sépticos marcadores de stress oxidativo coletados diariamente por 5 dias Stress oxidativo Estudo comparando stress oxidativo na sepse e em pacientes queimados não sépticos marcadores de stress oxidativo coletados diariamente por 5 dias Diferenças na PCR, que aumentou em pacientes queimados não sépticos Intensidade de ROS aumentou nos 5 dias após lesão por queimadura, e relativamente constante em pacientes sépticos Lactato diminuiu progressivamente em ambos grupos Uso de antioxidantes para diminuir os efeitos “downstream” dos ROS em pacientes queimados é alvo potencial de terapia para diminuir a permeabilidade vascular e disfunção orgânica eventual Histamina Destruição tecidual assim que a resposta inflamatória se inicia após a injúria pela queimadura Muitas células na epiderme e derme contribuem para a resposta inflamatória, a degranulação de mastócitos induz as células endoteliais vizinhas a produzir IL-6, IL-8 e MCP-1 Potencializa o vazamento endotelial por upregulation da prostaciclina e do NO induz descontinuação das células endoteliais, permitindo perda de fluidos para o espaço extracelular Histamina Lipopolissacarídeos, conhecidos por induzir uma grande resposta inflamatória durante infecção, adicionados a produção de histamina aumentando IL-6, IL-8 e MC-1 Necessário identificar um alvo que irá reduzir os efeitos deletérios da inflamação sem comprometer a habilidade de combater infecções e promover cura das feridas Cascata de coagulação Ativação da cascata extrínseca da coagulação Desordens dos fatores de coagulação associados com CIVD tem sido demonstrado em diversos estudos em pacientes grandes queimados Quanto maior o aumento do tamanho da queimadura, maior o grau do estado de hipercoagulabilidade é gerada Níveis aumentados de D-dímero e fator VIII associados com estado de hipercoagulabilidade são detectados com TBSA menores que 6% Prevenção do choque em queimados Esforços na ressuscitação: foco em melhorar a hipovolemia associada com o choque e manter a perfusão dos órgãos Intervenções devem envolver um balanço cuidadoso entre pouco ou muito fluido Ambas condições levam a complicações e a falência orgânica Mediadores da resposta inflamatória podem ser bons alvos para modular o choque e reduzir a necessidade de fluidos Nos últimos 50 anos, o conhecimento tem avançado significativamente, porém necessita de trials clínicos para desenvolver estratégias para resultar em melhora dos resultados clínicos image2.png image3.jpg image4.jpg image5.png image6.png image7.png image8.png
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