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Movimentos Literários: Quinhentismo, Trovadorismo, Humanismo e Classicismo

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Professora Luana Signorelli 
Aula 01: ENEM 2020 
 
 Aula 01 – Movimentos Literários: Quinhentismo, 
Trovadorismo, Humanismo e Classicismo 
www.estrategiavestibulares.com.br 
 2 
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Sumário 
Introdução ......................................................................................................................... 3 
1 – Contextualização .......................................................................................................... 4 
2 – Quinhentismo .............................................................................................................. 6 
2.1 – Autores e Obras do Quinhentismo ......................................................................................... 10 
3 – Trovadorismo ............................................................................................................. 14 
3.1 – Autores e Obras do Trovadorismo .......................................................................................... 17 
4 – Humanismo ................................................................................................................ 19 
4.1 – Autores e Obras do Humanismo ............................................................................................ 21 
5 – Classicismo ................................................................................................................. 26 
5.1 – Autores e Obras do Classicismo ............................................................................................. 27 
6 – Contexto: Movimentos Artísticos no Geral ................................................................. 32 
6.1 – Românico ................................................................................................................................ 33 
6.2 – Gótico ..................................................................................................................................... 34 
6.3 – Bizantino ................................................................................................................................. 35 
6.4 – Renascimento ......................................................................................................................... 36 
7 – Questões sem Comentários ........................................................................................ 41 
8 – Gabarito ..................................................................................................................... 60 
9 – Questões com Comentários ....................................................................................... 60 
10 – Referências Bibliográficas ......................................................................................... 86 
11 – Considerações Finais ................................................................................................ 87 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Professora Luana Signorelli 
Aula 01: ENEM 2020 
 
 Aula 01 – Movimentos Literários: Quinhentismo, 
Trovadorismo, Humanismo e Classicismo 
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• Século XVII: a cidade de Salvador, na Bahia, povoada por aventureiros portugueses, índios, 
negros e mulatos, tornou-se o centro das decisões políticas e do comércio do açúcar; 
• Século XVIII: a região de Minas Gerais transformou-se no centro da exploração do ouro e das 
primeiras revoltas políticas contra a colonização portuguesa, entre as quais se destacou o 
movimento da Inconfidência. 
 Embora a literatura brasileira tenha nascido no período colonial, é difícil precisar o momento 
em que passou a configurar como produção cultural independente dos vínculos lusitanos. É preciso 
lembrar que, durante o período colonial, ainda não eram sólidas as condições essenciais para o 
florescimento da literatura em si; portanto, eram comuns na época meros registros ou diários de 
navegação. Os livros produzidos por escritores nascidos no Brasil eram então impressos em Portugal 
e depois trazidos à colônia. 
 
A literatura de informação 
A literatura de informação, ou de expansão, foi cultivada em Portugal à época das grandes 
navegações. A finalidade desses textos, escritos em prosa, era narrar e descrever as viagens e os 
primeiros contatos com a terra brasileira e seus nativos. Embora guardem pouco valor literário, são 
textos dotados de grande documentação histórica. 
 
Nem crônicas, nem memórias, pois não resultavam de nenhuma intenção literária: os escritos dos 
cronistas e viajantes eram uma tentativa de descrever e catalogar a terra e o povo recém-
descobertos. Entretanto, permeava-os a fantasia de seus autores, exploradores europeus que 
filtravam fatos e dados, acrescentando-lhes elementos mágicos e características muitas vezes 
fantásticas. (VOGT, 1982). 
 
Para frente... 
Outros movimentos literários posteriores resgataram a figura do índio de formas diversas. 
Podemos ressaltar: 
• Jose de Alencar – O guarani (Romantismo). 
• Oswaldo de Andrade – Macunaíma (Modernismo → movimento Pau-Brasil). 
 
A literatura de catequese 
Os jesuítas vindos ao Brasil com a missão de catequizar os índios deixaram inúmeras cartas, 
tratados descritivos, crônicas históricas e poemas. Os principais deles foram José de Anchieta e o 
padre Manuel de Nóbrega, que chegaram juntos ao Brasil em 1553 e fundaram no ano seguinte, no 
planalto de Piratininga, um colégio que se tornou o núcleo da futura cidade de São Paulo. 
 
Professora Luana Signorelli 
Aula 01: ENEM 2020 
 
 Aula 01 – Movimentos Literários: Quinhentismo, 
Trovadorismo, Humanismo e Classicismo 
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A primeira missa no Brasil (1861), de Victor Meirelles. 
 
 
 
 
Filme: Desmundo (2003). 
Sinopse: o filme é ambientado em 1570 e conta a história de 
mulheres órfãs de Portugal que eram enviadas ao Brasil para se casar 
com os colonizadores. Essa prática visava construir núcleos familiares 
cristãos e de ascendência europeia, coibindo os relacionamentos 
entre homens brancos e mulheres indígenas. 
 
 
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Aula 01: ENEM 2020 
 
 Aula 01 – Movimentos Literários: Quinhentismo, 
Trovadorismo, Humanismo e Classicismo 
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2.1 – Autores e Obras do Quinhentismo 
 
Pero Vaz de Caminha 
 
Nasceu em 1450 e faleceu em 1500, foi um 
fidalgo português e um escrivão da armada de Pedro 
Álvares Cabral. Sua produção mais relevante foi a carta 
escrita a D. Manuel I, datada de 1º de maio de 1500, na 
qual revela os primeiros relatos descritivos sobre a 
terra do Brasil. 
 
 
Padre Anchieta 
José de Anchieta (1534-1597) teve uma vasta produção. 
Tendo em vista a catequese, todos seus textos apresentavam 
intenção pedagógica. Ele escreveu poemas, hinos, canções e 
autos (gênero teatral originado na Idade Média), além das 
cartas que informavam sobre o andamento da catequese no 
Brasil e de uma gramática da língua tupi. 
 
 
Outras obras de destaque foram do período 
do Quinhentismo no Brsail. 
*Pero Vaz de Caminha – Carta; 
*Pero Lopes de Sousa – Diário de navegação (1530); 
*Frei Vicente do Salvador – História do Brasil 
(1557); 
*Hans Staden – Duas viagens ao Brasil (1557); 
*Magalhães Gândavo – Tratado da terra no Brasil 
(1576); 
*Gabriel Soares da Sousa – Tratado descritivo do 
Brasil (1576); 
*Jean de Léry – Viagem à terra do Brasil (1578); 
*Ambrósio Fernandes Brandão – Tratado descritivo 
do Brasil (1618). 
 
Ao lado, foto de minha autoria da carta de 
Pero Vaz na cidade de Santa Cruz Cabrália (BA). 
 
Professora Luana Signorelli 
Aula 01: ENEM 2020 
 
 Aula 01 – Movimentos Literários: Quinhentismo, 
Trovadorismo, Humanismo e Classicismo 
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 (INÉDITA – LUANA/2019) 
 
 
 E assim seguimos nosso caminho, por este mar, de longo, até que, terça-feira das Oitavas 
de Páscoa, que foram 21 dias de abril, estando da dita Ilha obra de 660 ou 670 léguas, segundo 
ospilotos diziam, topamos alguns sinais de terra, os quais eram muita quantidade de ervas 
compridas, a que os mareantes chamam botelho, assim como outras a que dão o nome de 
rabo-de-asno. E quarta-feira seguinte, pela manhã, topamos aves a que chamam fura-buxos. 
 Neste dia, a horas de véspera, houvemos vista de terra! Primeiramente dum grande 
monte, mui alto e redondo; e doutras serras mais baixas ao sul dele; e de terra chã, com 
grandes arvoredos: ao monte alto o capitão pôs nome – o Monte Pascoal e à terra – a Terra da 
Vera Cruz. 
 Dali avistamos homens que andavam pela praia, obra de sete ou oito, segundo disseram 
os navios pequenos, por chegarem primeiro. 
 Então lançamos fora os batéis e esquifes, e vieram logo todos os capitães das naus a esta 
nau do Capitão-mor, onde falaram entre si. E o Capitão-mor mandou em terra no batel a 
Nicolau Coelho para ver aquele rio. E tanto que ele começou de ir para lá, acudiram pela praia 
homens, quando aos dois, quando aos três, de maneira que, ao chegar o batel à boca do rio, já 
ali havia dezoito ou vinte homens. 
 Eram pardos, todos nus, sem coisa alguma que lhes cobrisse suas vergonhas. Nas mãos 
traziam arcos com suas setas. Vinham todos rijos sobre o batel; e Nicolau Coelho lhes fez sinal 
que pousassem os arcos. E eles os pousaram. Ali não pôde deles haver fala, nem entendimento 
de proveito, por o mar quebrar na costa. Somente deu-lhes um barrete vermelho e uma 
carapuça de linho que levava na cabeça e um sombreiro preto. 
 Um deles deu-lhe um sombreiro de penas de ave, compridas, com uma copazinha de penas 
vermelhas e pardas como de papagaio; e outro deu-lhe um ramal grande de continhas brancas, 
miúdas, que querem parecer de aljaveira, as quais peças creio que o Capitão manda a Vossa 
Alteza, e com isto se volveu às naus por ser tarde e não poder haver deles mais fala, por causa 
do mar. 
 
*Vocabulário 
Chã: terreno plano, planície 
Batéis e esquifes: barcos pequenos 
Barretes: cobertura de tecido flexível que se ajusta facilmente à cabeça e termina em ponta que pende 
para trás ou para o lado. 
 
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Aula 01: ENEM 2020 
 
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1) Para começar o estudo da literatura brasileira, toma-se geralmente por base o início da 
colonização portuguesa, pois o desenvolvimento dessa literatura se dá no contexto da 
transposição da cultura ocidental para a América. À luz destes conhecimentos, selecione a 
alternativa correta. 
a) A literatura colonial produzida no Brasil, na época de 1500-1700, tinha como principal gênero 
a poesia. 
b) Autores como José de Anchieta e Padre Antônio Vieira foram de importância crucial para o 
desenvolvimento da literatura nacional, sobretudo porque desenvolveram uma literatura de 
cunho jesuítico. 
c) A carta de Pero Vaz de Caminha, destacada como marco da literatura colonial, demonstra 
uma linguagem considerada difícil para os dias atuais, pois se tratava de português arcaico. 
d) Pode-se concluir do texto que Nicolau Coelho foi grande amigo de Pero Vaz de Caminha e 
chegou com ele junto ao Brasil. 
e) É possível depreender do texto que, uma vez que os nativos possuíam barrete e carapuças, 
eles representavam séria ameaça aos viajantes. 
Comentários 
Alternativa “a”: incorreta. O Trovadorismo em Portugal teve como principal gênero a 
poesia. A produção literária do Quinhentismo no Brasil se limitou a 1500, pois em 1600 já havia 
outros movimentos literários, como Barroco e Arcadismo. Além do mais, a principal obra desse 
período é escrita em forma de prosa, tratando-se da carta de Pero Vaz de Caminha. 
Alternativa “b”: incorreta. Padre Antônio Vieira já era autor do Barroco. 
Alternativa “c”: fases da História da Língua Portuguesa. 
 1) Arcaico: 1500 => cartas. Portugal ~ Espanha: língua de contato – galego/português; 
 2) Clássico: 1600 => Camões; 
 3) Moderno: até hoje. 
Alternativa “d”: incorreta. Não é possível concluir isso a partir do trecho. Porém, pode-se 
inferir o seguinte: o capitão-mor manda Nicolau Coelho como o primeiro a testar terras 
desconhecidas. Ou seja, ele serviu como cobaia. Na verdade, historicamente Nicolau Coelho 
era um comandante da armada de Pedro Álvares Cabral. 
Alternativa “e”: incorreta. A História irá comprovar que a chegada dos portugueses 
significou massacre para os povos indígenas, mas, em um primeiro momento, não é possível 
depreender isso do texto. Tanto é que houve um sinal de contato e de reconhecimento entre 
eles, momento simbolizado pela troca de chapéus. 
Gabarito: “c”. 
 
 
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2) O Dia Nacional do Índio é decretado no dia 19 de abril. Hoje há instituições federais que 
garante respaldo aos direitos humanos indígenas, tais quais a FUNAI – Fundação Nacional do 
Índio. Com base na cultura indígena, eleja a alternativa correta. 
a) Pero Vaz de Caminha foi importante para ressalvar os direitos indígenas. Na sua carta, 
considerada a primeira obra da literatura nacional, o autor exibe um profundo conhecimento 
indígena, e uma postura amigável aos nativos. 
b) As terras indígenas serão administrativamente demarcadas por iniciativa e sob a orientação 
do órgão federal de assistência ao índio. 
c) O escambo era uma prática colonial comum, e consistia em uma troca de objetos por parte 
do colonizador e do colonizado, sendo que cada uma das partes entregava um bem ou prestava 
um serviço à outra, a fim de formar um sistema de crédito. Isto pode ser facilmente evidenciado 
nos dois últimos parágrafos do trecho selecionado. 
d) Fica claro do trecho acima que os índios e os portugueses, de tradição europeia, 
apresentavam culturas semelhantes, por isso se entendiam com tanta facilidade. 
e) Para chegar ao Brasil, os portugueses percorreram o Oceano Pacífico. 
Comentários 
Esse tema pode ser tratado como atualidades. Há datas e documentos importantes sobre 
o assunto: 
*19 de abril: Dia Nacional do Índio 
*09 de agosto: Dia Internacional dos Povos Indígenas (ONU) 
→ Decreto de Lei nº 1.775/96: dispõe sobre o procedimento administrativo da demarcação 
das terras indígenas. 
→ Lei nº 11.645/2008: inclui a história e cultura indígenas na Lei de Diretrizes Básicas (LDB). 
Alternativa “a”: incorreta. A postura não era amigável, era de desconfiança frente ao 
desconhecido. 
Alternativa “b”: correta – gabarito. É o artigo 1º da Lei nº 1.775/96. 
Alternativa “c”: incorreta. A prática histórica do escambo foi descrita na alternativa. 
Quando é assim, apenas confiem. Saber o termo nesse caso não era decisivo para gabaritar a 
questão. O fato é que o gesto que foi estipulado nestes dois parágrafos – a troca de chapéus, 
no caso um sombreiro da parte do português e um ramal (cocar) da parte do índio, representou 
o primeiro contato travados entre ambos, e não troca comercial de objetos. 
Alternativa “d”: incorreta. Eram culturas bastante diferentes e desconfiavam uns dos 
outros. 
Alternativa “e”: questão interdisciplinar de Geografia. Foi o Oceano Atlântico. 
Gabarito: “b”. 
 
 
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Trovadorismo, Humanismo e Classicismo 
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Filme: A espada era lei (1963). 
Sinopse: Arthur (Rickie Sorensen/ João Carlos Barroso) é um jovem menino que sonha em se tornar 
cavaleiro. Reza a lenda que aquele que conseguir tirar a espada mágica da pedra se tornará o rei da 
Inglaterra. Merlin (Karl Swenson/ Magalhães Graça), um poderoso, mas atrapalhado mago, sabe que 
Arthur será o novo rei e por isso, vai até o castelo onde o garoto trabalha prepará-lo para o futuro. 
 
 
 
4 – Humanismo 
 O ícone do Humanismo português foi Gil Vicente,cujas origens são incertas. Provavelmente, 
era alfaiate, mas Gil era um nome vulgar e São Vicente era patrono de Lisboa, sendo que podia haver 
um carpinteiro homônimo à época. 
Nessa época, é muito comum o teatro em verso à moda de William Shakespeare na Inglaterra 
(1564-1616). 
Por outro lado, também há os autos. “Auto” é um gênero literário. “Vinculado aos mistérios 
e moralidades, e talvez deles proveniente, o autor designa toda peça breve, de tema religioso ou 
profano, encenada durante a Idade Média: equivaleria a um ato que integrasse espetáculo maior e 
completo, daí o apelativo que recebeu: auto” (MOISÉS, 2013, p. 46). 
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Essa premissa associa o significado da corrente do humanismo à erudição. 
 
4) Reconhecimento da naturalidade do homem, do fato de o homem ser um ser natural, 
para o qual o conhecimento da natureza não é uma distração imperdoável ou um pecado, 
mas um elemento indispensável de vida e de sucesso. 
 
O pensador – Rodin 
 
Fonte: Pixabay. 
 
 Em relação à outra, o segundo significado dessa palavra nem sempre tem estreitas 
conexões com o primeiro. Pode-se dizer que, com esse sentido, o humanismo é toda 
filosofia que tome o homem como “medida das coisas”, segundo antigas palavras de 
Protágoras. 
Em sentido mais geral, pode-se entender por humanismo qualquer tendência filosófica 
que leve em consideração as possibilidades e, portanto, as limitações do homem, e que, 
com base nisso, redimensione os problemas filosóficos. 
Fonte: ABBAGNANO, 2007, p. 518-519 (adaptado). 
 
 
 
 
4.1 – Autores e Obras do Humanismo 
 “Reza a lenda” que entre a noite de 7 para 8 de junho de 1502, nos Paços de Alcaçova de 
Lisboa, um homem fantasiado de vaqueiro irrompeu nos salões da rainha D. Maria, mãe do futuro 
rei D. João III, para manifestar a sua alegria em relação ao nascimento do menino. Os convivas 
gostaram tanto que pediram para o homem repetir a façanha nas festividades religiosas de Natal. 
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 Aula 01 – Movimentos Literários: Quinhentismo, 
Trovadorismo, Humanismo e Classicismo 
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Outras obras de Gil Vicente 
• Autos: versam sobre temas tradicioinais (mistérios, moralidades, milagres e episódios 
pastorais): Auto das barcas, Auto da alma, Auto da mofina Mendes, Auto da tragicomédia de 
D. Duardo, Comédia do viúvo; 
• Fantasias alegóricas: cujas raízes remontam aos momos realizados no fim da Idade Média e 
que parecem com o nosso teatro de revista: Auto da Lusitânia, Nau de Amores, Frágua de 
amor; 
• Farsas (o gênero que mais se popularizou): Farsa de Inês Pereira, O velho da horta, Auto da 
índia, Quem tem farelos?, Farsa dos físicos, Farsa dos almocreves, Juiz da beira, Romagem 
dos agravados. 
 
 
 
Filme: O nome da rosa (1986). 
Sinopse: Em 1327 William de Baskerville, um monge franciscano, e Adso von Melk, um noviço, 
chegam a um remoto mosteiro no norte da Itália. William de Baskerville pretende participar de um 
conclave para decidir se a Igreja deve doar parte de suas riquezas, mas a atenção é desviada por 
vários assassinatos que acontecem no mosteiro. 
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5 – Classicismo 
 
O contexto do classicismo em Portugal foi marcado pelas Grandes Navegações e o sentimento 
de dominação do mundo. Por isso, as características principais do período são o racionalismo, o 
individualismo e a ambição ilimitada. É o que Gombrich chama de “conquista da realidade”. 
O período entre XV e XVI compreendeu grandes avanços artísticos e científicos e por isso foi 
chamado de Renascimento. O movimento também é conhecido como Classicismo renascentista. 
 São formas literárias clássicas a écloga (poema pastoril), a elegia (de fundo melancólico), a 
ode, a epístola, o epitalâmio (poema de congratulação a noivos recém-casados) e a epopeia, cujo 
parâmetro é Os Lusíadas, cujo herói é o povo nacional português. 
 
Epopeia é um longo poema narrativo que exala as ações de um herói, verdadeiro ou lendário, 
representativo da formação do passado de um povo (CEREJA; MAGALHÃES, 2004, p. 136). 
 
 
A criação do homem (1508-1515), de Michelangelo. 
Fonte: Pixabay. 
 
 
 
 
 
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Mar português – Fernando Pessoa 
Ó mar salgado, quanto do teu sal 
São lágrimas de Portugal! 
Por te cruzarmos, quantas mães choraram, 
Quantos filhos em vão rezaram! 
 
Quantas noivas ficaram por casar 
Para que fosses nosso, ó mar! 
Valeu a pena? Tudo vale a pena 
Se a alma não é pequena. 
 
Quem quer passar além do Bojador 
Tem que passar além da dor. 
Deus ao mar o perigo e o abismo deu, 
Mas nele é que espelhou o céu. 
 
A lírica camoniana 
 Compreendeu momentos distintos: 
• Medida velha: inspirada na tradição lírica portuguesa medieval. Obedecem a poesia 
palaciana e se estruturam em redondilhas maiores e menores. Começa com um mote 
(abertura) e depois é seguido de glosas ou voltas (desenvolvendo o mote). Os temas 
recorrentes eram: a partida do namorado, a solidão, a confissão e o sofrimento amoroso, o 
ambiente rural, a mulher inacessível. 
• Medida nova: cuja base foi a poesia inspirada no humanismo e no Renascentismo italianos 
dos séculos de XIV a XVI. A modelo de Petrarca, os gêneros utilizados foram o soneto, a ode, 
a oitava e a elegia e o verso empregado foi o decassílabo. 
 
A lírica amorosa 
 Também prevalece duas tendências: 
• Amor sensual típico do paganismo greco-latino; 
• O amor neoplatônico (resgate do platonismo por Santo Agostinho e depois S. Tomás de 
Aquino): idealizado e inacessível. 
O amor neoplatônico é um amor-ideia: quanto mais desvinculado do prazer carnal, do amor 
físico e sensorial, mais puro ele será. Suas inspirações são a Beatriz de Dante e a Laura de Petrarca, 
sobretudo esta última, mais amada ainda depois de morta. 
Vejamos como o quesito da imaginação é valorizada: 
 
Transforma-se o amador na cousa amada, 
por virtude do muito imaginar; 
não tenho logo mais que desejar, 
pois em mim tenho a parte desejada. 
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Trovadorismo, Humanismo e Classicismo 
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Fonte: Unplash. 
Se nela está minha alma transformada, 
que mais deseja o corpo de alcançar? 
Em si somente pode descansar, 
pois consigo tal alma está liada. 
 
Mas esta linda e pura semideia, 
que, como o acidente em seu sujeito, 
assim co’a alma minha se conforma, 
 
está no pensamento como ideia; 
[e] o vivo e puro amor de que sou feito, 
como matéria simples busca a forma. 
 
 Esse poema é interessante, pois ele prenuncia elementos do Barroco: a contradição, uma vez 
que nas primeiras estrofes o eu lírico preza pelo amor ideal, embora nos últimos ele almeje uma 
mulher real, consubstanciada na forma. Nas Artes Plásticas, esse movimento é chamado de 
Maneirismo. 
 
ALMA MINHA GENTIL, QUE TE PARTISTE 
Alma minha gentil, que te partiste 
Tão cedo desta vida descontente, 
Repousa lá no Céu eternamente, 
E viva eu cá na terra sempre triste. 
 
Se lá no assento Etéreo, onde subiste, 
Memória desta vida se consente, 
Não te esqueças daqueleamor ardente, 
Que já nos olhos meus tão puro viste. 
 
 
E se vires que pode merecer-te 
Algũa cousa a dor que me ficou 
Da mágoa, sem remédio, de perder-te, 
 
Roga a Deus, que teus anos encurtou, 
Que tão cedo de cá me leve a ver-te, 
Quão cedo de meus olhos te levou. 
 
Não precisamos também saber, por exemplo, que “algũa” é uma forma arcaica – isto é, antiga 
– da palavra “alguma”. O precisamos entender são as escolhas das palavras. 
Assim, o eu lírico no primeiro verso menciona uma partida, e depois sabemos que é para o Céu. 
Concluímos que isso significa a morte, mas apenas da alma do eu lírico, e não de seu corpo físico. 
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6.1 – Românico 
 
Período: séc. XI-XII. 
 
Principais características do período: 
• Na arquitetura, as igrejas tinham abóbadas e 
esculturas. Exemplos: St. Sernin (França). 
• Na pintura: continuação da tradição pictural, 
sobretudo das iluminuras de manuscritos (arte ou 
ato de ornar um texto, página, letra capitular com 
desenhos, arabescos, miniaturas, grafismos 
diversos; desenho, miniatura, grafismo que 
ornamenta manuscritos medievais). 
• Elementos figurativos, simbólicos e 
decorativos. 
• Linhas e planos rítmicos. 
• Tapeçarias, vitrais, murais e ornamentos. 
 
 
 
 
A lição para o dia de São Venceslau. 
Fonte: KVĚT, 1964, lâmina 9. 
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6.2 – Gótico 
O gótico foi um período cujas estátuas eram símbolo do sagrado, “lembretes solenes de uma 
verdade moral” (GOMBRICH, 2015, p. 190). 
 
Para o artista gótico, (...0vconsistia em narrar a 
história sagrada de um modo mais comovente e mais 
real. Não narra apenas para divulgar, mas para nos 
transmitir uma mensagem e, para consolo e 
edificação dos fiéis (GOMBRICH, 2015, p. 193). 
 
Período: séc. XIII-XV. 
 
Principais características do período: 
• Igrejas, como Notre-Dame em Paris, que já caiu 
na prova da UNESP. Foi construída entre 1163 e 
1345. Suas janelas e formas delgadas formam 
inconfundivelmente o estilo gótico. Alguns 
interiores são românicos, com abóbadas. Teve 
inspiração na Saint-Denis. 
• Pinturas em vidros e manuscritos continuavam. 
De 1200 a 1250 foi a idade de ouro dos vitrais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Frontal da Catedral de Colônia na Alemanha. Fonte: 
arquivo pessoal da professora (2019). Reparem inclusive 
um andaime de reforma. Foi construída de 1248 a 1880. 
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Moldura de tabernáculo, segundo quarto do século XIV (Siena, Itália). Fonte: 
Metropolitam Museum of Art. Disponível em: https://tinyurl.com/yy8o3eda. 
 
 
 
6.3 – Bizantino 
A função da arte nesse período é repetir as lições 
inalteráveis da teologia cristã. Portanto, a arte não tinha a função 
de manter relação com a realidade concreta. As imagens eram 
principalmente um convite à meditação espiritual. 
Principais características do período: 
• Justaposição de imagens; 
• Coordenação e paralelismo das partes; 
• Ausência de profundidade e hierarquia dos espaços (do 
mais sagrado para o menos sagrado); 
• Iconização (a pintura é um ícone, isto é, a representação 
de uma figura religiosa, geralmente em uma superfície 
plana). Tema comum: Pietà; 
• Hieratismo (a figura retratada tem uma postura rígida e 
majestosa); 
• Frontalidade (imagens representadas apenas de frente); 
• Isodactilia (dedos das mãos do mesmo tamanho). 
 
 
 
 
Além da arquitetura e dos afrescos, também predominou nesse período os mosaicos 
(superfície composta de ladrilhos ou pequenas peças coloridas e variadas). É uma arte culta, mas 
dirigida às massas. Suas qualidades de ordem prática são a solidez e a resistência à intempérie. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Igreja do Monastério. A entrada em Jerusalém. Detalhe: o 
Senhor. Finais do século XI. Fonte: GRABAR, 1964, lâmina 22. 
 
 Período: séc. V-XV. 
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6.4 – Renascimento 
 
Período: séc. XIV-XVI. 
 
Principais características do período: 
• Racionalidade; 
• Dignidade do Ser Humano; 
• Rigor Científico; 
• Ideal Humanista; 
• Reutilização das artes greco-romana. 
• Principais representantes na Itália: Leonardo da Vinci; Rafael e Ticiano. 
• Principais representantes do Renascimento Setentrional: Albrecht Dürer, Peter 
Bruegel e Grünenwald. 
 
 
O nascimento de Vênus (1485), de Sandro Botticelli. 
Fonte: Pixabay. 
 
 
 
 
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 (INÉDITA – LUANA/2019) 
 
 
“No final da Idade Média e no Renascimento predomina a tendência a uma interpretação 
científica do mundo. O resultado disso nas artes plásticas, e sobretudo na pintura, são os 
estudos da perspectiva segundo os princípios da matemática e da geometria. O uso da 
perspectiva conduziu a outro recurso, o claro-escuro, que consiste em representar, na pintura, 
algumas áreas iluminadas e outras na sombra. Esse jogo de contrastes reforça a sugestão de 
volume dos corpos. A combinação da perspectiva e do claro-escuro contribuiu para o maior 
realismo das pinturas. 
Assim, a pintura do Renascimento confirma essas três conquistas, que os artistas do último 
período gótico já haviam alcançado: a perspectiva, o uso do claro-escuro e o realismo”. 
PROENÇA, Graça. História da arte. 
 
De acordo com essa definição, pode ser considerada Renascentista a obra: 
a) 
 
 
 
 
b) 
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c) 
 
 
 
d) 
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e) 
 
 
 
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Disponível em: www.portinari.org.br. Acesso em: 12 jun. 2013. 
 
Pertencentes ao patrimônio cultural brasileiro, a carta de Pero Vaz de Caminha e a obra de Portinari 
retratam a chegada dos portugueses ao Brasil. Da leitura dos textos, constata-se que 
a) a carta de Pero Vaz de Caminha representa uma das primeiras manifestações artísticas dos 
portugueses em terras brasileiras e preocupa-se apenas com a estética literária. 
b) a tela de Portinari retrata indígenas nus com corpos pintados, cuja grande significaçãoé a 
afirmação da arte acadêmica brasileira e a contestação de uma linguagem moderna. 
c) a carta, como testemunho histórico-político mostra o olhar do colonizador sobre a gente da terra, 
e a pintura destaca, em primeiro plano, a inquietação dos nativos. 
d) as duas produções, embora usem linguagens diferentes — verbal e não verbal —, cumprem a 
mesma função social e artística. 
e) a pintura e a carta de Caminha são manifestações de grupos étnicos diferentes, produzidas em 
um mesmo momento histórico, retratando a colonização. 
 
2. (ENEM/2012) 
LXXVIII (Camões, 1525?-1580) 
 
Leda serenidade deleitosa, 
Que representa em terra um paraíso; 
Entre rubis e perlas doce riso; 
Debaixo de ouro e neve cor-de-rosa; 
 
Presença moderada e graciosa, 
Onde ensinando estão despejo e siso 
Que se pode por arte e por aviso, 
Como por natureza, ser fermosa; 
 
Fala de quem a morte e a vida pende, 
Rara, suave; enfim, Senhora, vossa; 
Repouso nela alegre e comedido: 
 
Estas as armas são com que me rende 
E me cativa Amor; mas não que possa 
Despojar-me da glória de rendido. 
 
CAMÕES, L. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2008. 
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SANZIO, R. (1483-1520) A mulher com o unicórnio. Roma, Galleria Borghese. Disponível em: 
www.arquipelagos.pt. Acesso em: 29 fev. 2012 
 
A pintura e o poema, embora sendo produtos de duas linguagens artísticas diferentes, participaram 
do mesmo contexto social e cultural de produção pelo fato de ambos 
a) apresentarem um retrato realista, evidenciado pelo unicórnio presente na pintura e pelos 
adjetivos usados no poema. 
b) valorizarem o excesso de enfeites na apresentação pessoal e na variação de atitudes da mulher, 
evidenciadas pelos adjetivos do poema. 
c) apresentarem um retrato ideal de mulher marcado pela sobriedade e o equilíbrio, evidenciados 
pela postura, expressão e vestimenta da moça e os adjetivos usados no poema. 
d) desprezarem o conceito medieval da idealização da mulher como base da produção artística, 
evidenciado pelos adjetivos usados no poema. 
e) apresentarem um retrato ideal de mulher marcado pela emotividade e o conflito interior, 
evidenciados pela expressão da moça e pelos adjetivos do poema. 
 
3. (ENEM/2012) 
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS DUAS QUESTÕES 
 
O trovador 
Sentimentos em mim do asperamente 
dos homens das primeiras eras ... 
As primaveras de sarcasmo 
intermitentemente no meu coração arlequinal ... 
Intermitentemente ... 
Outras vezes é um doente, um frio 
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na minha alma doente como um longo som redondo ... 
Cantabona! Cantabona! 
Dlorom ... 
Sou um tupi tangendo um alaúde! 
ANDRADE, M. In: MANFIO, D. Z. (Org.) 
Poesias completas de Mário de Andrade. Belo Horizonte: Itatiais, 2005. 
 
Cara ao Modernismo, a questão da identidade nacional é recorrente na prosa e na poesia de Mário 
de Andrade. Em O trovador, esse aspecto é 
a) abordado subliminarmente, por meio de expressões como “coração arlequinal” que, evocando o 
carnaval, remete à brasilidade. 
b) verificado já no título, que remete aos repentistas nordestinos, estudados por Mário de Andrade 
em suas viagens e pesquisas folclóricas. 
c) lamentado pelo eu lírico, tanto no uso de expressões como “Sentimentos em mim do 
asperamente” (v. 1), “frio” (v. 6), “alma doente” (v. 7), como pelo som triste do alaúde “Dlorom” (v. 
9). 
d) problematizado na oposição tupi (selvagem) x alaúde (civilizado), apontando a síntese nacional 
que seria proposta no Manifesto Antropófago, de Oswaldo de Andrade. 
e) exaltado pelo eu lírico, que evoca os “sentimentos dos homens das primeiras eras” para mostrar 
o orgulho brasileiro por suas raízes indígenas. 
 
4. (ENEM/2010) 
O Arlequim, o Pierrô, a Brighella ou a Colombina são personagens típicos de grupos teatrais da 
Commedia dell’art, que, há anos, encontram-se presentes em marchinhas e fantasias de carnaval. 
Esses grupos teatrais seguiam, de cidade em cidade, com faces e disfarces, fazendo suas críticas, 
declarando seu amor por todas as belas jovens e, ao final da apresentação, despediam-se do público 
com músicas e poesias. 
 
A intenção desses atores era expressar sua mensagem voltada para a 
 
a) crença na dignidade do clero e na divisão entre o mundo real e o espiritual. 
b) ideologia de luta social que coloca o homem no centro do processo histórico. 
c) crença na espiritualidade e na busca incansável pela justiça social dos feudos. 
d) ideia de anarquia expressa pelos trovadores iluministas do início do século XVI. 
e) ideologia humanista com cenas centradas no homem, na mulher e no cotidiano. 
 
5. (ENEM/2009) 
Texto 1 
 
José de Anchieta fazia parte da Companhia de Jesus, veio ao Brasil aos 19 anos para catequizar a 
população das primeiras cidades brasileiras e, como instrumento de trabalho, escreveu manuais, 
poemas e peças teatrais. 
 
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 E essa dama, porventura? 
Frade: Por minha a tenho eu, 
 e sempre a tive de meu. 
Diabo: Fizeste bem, que é lindura! 
 Não vos punham lá censura 
 no vosso convento santo? 
Frade: E eles fazem outro tanto! 
Diabo: Que preciosa clausura5! 
 Entrai, padre reverendo! 
Frade: Para onde levais gente? 
Diabo: Para aquele fogo ardente 
 que não temestes vivendo. 
Frade: Juro a Deus que não te entendo! 
 E este hábito6 não me val7? 
Diabo: Gentil padre mundanal8, 
 a Belzebu vos encomendo! 
Frade: Corpo de Deus consagrado! 
 Pela fé de Jesus Cristo, 
 que eu não posso entender isto! 
 Eu hei de ser condenado? 
 Um padre tão namorado 
 e tanto dado à virtude? 
 Assim Deus me dê saúde, 
 que eu estou maravilhado! 
Diabo: Não façamos mais detença9 
 embarcai e partiremos; 
 tomareis um par de remos. 
Frade: Não ficou isso na avença10. 
Diabo: Pois dada está já a sentença! 
Frade: Por Deus! Essa seria ela? 
 Não vai em tal caravela 
 minha senhora Florença? 
 Como? Por ser namorado 
 e folgar c’uma mulher? 
 Se há um frade de perder, 
 com tanto salmo rezado?! 
Diabo: Ora estás bem arranjado! 
Frade: Mas estás tu bem servido. 
Diabo: Devoto padre e marido, 
 haveis de ser cá pingado11… 
(Auto da Barca do Inferno, 2007.) 
 
1 baixa: dança popular no século XVI. 
2 Deo gratias: graças a Deus. 
3 tordião: outra dança popular no século XVI. 
4 tanger: fazer soar um instrumento. 
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5 clausura: convento. 
6 hábito: traje religioso. 
7 val: vale. 
8 mundanal: mundano. 
9 detença: demora. 
10 avença: acordo. 
11 ser pingado: ser pingado com gotas de gordura fervendo (segundo o imaginário popular, processo de tortura que 
ocorreria no inferno). 
 
No excerto, o escritor satiriza, sobretudo, 
a) a compra do perdão para os pecados cometidos. 
b) a preocupação do clero com a riqueza material. 
c) o desmantelamento da hierarquia eclesiástica. 
d) a concessão do perdão a almas pecadoras. 
e) o relaxamento dos costumes do clero. 
 
Comentários 
Alternativa “a”: incorreta. A personagem que encarna/simboliza o poder econômico, 
material, é oonzeneiro (agiota) que entra na barca portando justamente uma bolsa. Ele não consta 
no trecho. 
Alternativa “b”: incorreta. Até que pode parecer, por meio de expressões como “Gentil padre 
mundanal”, mas com mundano quer se dizer “da vida carnal”. A usura aqui não é criticada. 
Alternativa “c”: incorreta. Não é a hierarquia em si que está sendo questionada, mas sim o 
comportamento dela. 
Alternativa “d”: incorreta. Essa seria uma característica moralizante, e não digna de sátira. 
Alternativa “e”: correta – gabarito. O excerto remete, sobretudo, ao comportamento do 
frade, que é retratado como alguém dado às coisas mundanas, como divertimentos populares e o 
envolvimento com mulheres. Tudo isso é sinal do relaxamento dos costumes do clero, que na crítica 
do autor levaria os membros da Igreja ao inferno. 
Gabarito: “e”. 
2. (UNESP/2017/1º semestre/1ª fase) 
No excerto, o traço mais característico do diabo é 
a) o autoritarismo, visível no seguinte trecho: “Não façamos mais detença”. 
b) a curiosidade, visível no seguinte trecho: “Danças também o tordião?”. 
c) a ironia, visível no seguinte trecho: “Que preciosa clausura!”. 
d) a ingenuidade, visível no seguinte trecho: “Fizeste bem, que é lindura!”. 
e) o sarcasmo, visível no seguinte trecho: “Pois dada está já a sentença!”. 
Comentários 
Alternativa “a”: incorreta. Ele não se mostra autoritário, mas sim crítico, observador de 
comportamentos. 
Alternativa “b”: incorreta. A palavra-chave aqui é “também”, que indica ironia, pois é como 
se ele dissesse: “de tudo o que você faz de errado, você TAMBÉM faz isso?” 
Alternativa “c”: correta – gabarito. Ironia é uma figura de linguagem e também um efeito de 
texto por meio do qual se diz o contrário do que se quer dar a entender. No caso, “clausura” significa 
situação de quem não pode sair do claustro; internamento, encerramento (dicionário Houaiss), o 
que não é o caso do frade, que vive em certa libertinagem. A pontuação de exclamação ressalta a 
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“surpresa”, a suposta surpresa do diabo em relação aos atos do padre, que na realidade eram 
previsíveis para ele. 
Alternativa “d”: incorreta. O diabo é tudo, menos ingênuo. 
Alternativa “e”: incorreta. Cuidado: o diabo também é sarcástico, pois é tênue a linha entre 
sarcasmos e ironia. Porém, essa frase em si não traduz sarcasmo, mas sim certo fatalismo. 
Gabarito: “c”. 
 
3. (UNESP/2017/1º semestre/1ª fase) 
Com a fala “E eles fazem outro tanto!”, o frade sugere que seus companheiros de convento 
a) consideravam-se santos. 
b) estavam preocupados com a própria salvação. 
c) estranhavam seu modo de agir. 
d) comportavam-se de modo questionável. 
e) repreendiam-no com frequência. 
Comentários 
Alternativa “a”: incorreta. Assim como na frase “Danças também o tordião?”, a palavra 
“também” é irônica, pois se parte do pressuposto que os padres faziam bem mais do que só dançar 
o tordião, o mesmo acontece com a expressão “outro tanto” nesse trecho, indicando a mesma coisa. 
Ou seja, os companheiros são tudo, menos santos. 
Alternativa “b”: incorreta. Pelo contrário, agiam e se comportavam como se não houvesse 
amanhã. 
Alternativa “c”: incorreta. Na sociedade da época, práticas como esse eram consideradas 
normais, recorrentes. 
Alternativa “d”: correta – gabarito. Ao deixar vago, incerto, no ar, o que é esse “outro tanto“ 
que eles fazem, há uma atmosfera significativa de sugestão. Logo, eles se comportam de modo 
duvidoso, questionável. 
Alternativa “e”: incorreta. De tanto não serem repreendidos, continuavam agindo da mesma 
forma. Nem o diabo os repreende: apenas aponta de maneira indireta e irônica para os seus atos. 
Gabarito: “d”. 
 
4. (UNESP/2017/1º semestre/1ª fase) 
Assinale a alternativa cuja máxima está em conformidade com o excerto e com a proposta do teatro 
de Gil Vicente. 
a) “O riso é abundante na boca dos tolos.” 
b) “A religião é o ópio do povo.” 
c) “Pelo riso, corrigem-se os costumes.” 
d) “De boas intenções, o inferno está cheio.” 
e) “O homem é o único animal que ri dos outros.” 
Comentários 
Alternativa “a”: incorreta. O teatro de Gil Vicente é formado por tipos, personagens que 
encarnam certo valor medieval: a Luxúria, a Avareza etc., e não por tolos. Pelo contrário, geralmente 
são personagens espertas que tentam se afirmar no seu meio, como Inês Pereira, por exemplo. 
Alternativa “b”: incorreta. A crítica de Gil Vicente não era contra a Igreja propriamente dita, 
mas sim aos costumes que nela eram práticos e que não condiziam com a religião. 
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Alternativa “c”: correta – gabarito. Gil Vicente usava a sátira para fazer uma crítica à 
sociedade e aos costumes de seu tempo. Assim, sugeria ao público uma reflexão sobre os seus 
próprios atos e, consequentemente, uma revisão de valores. 
Alternativa “d”: incorreta. Apesar de a barca ser realmente a do inferno, lá não havia boas 
intenções. Parece haver justiça nesse sentido, pois todos que foram para lá realmente cometeram 
certo erro, deslize, pecado, ou tinham alguma falha de caráter. 
Alternativa “e”: incorreta. O riso e o cômico no teatro de Gil Vicente são decorrentes de os 
fatos representarem a sociedade medieval da época e seus costumes éticos. Porém, esse é um efeito 
provocado, sugerido, o teatro em si não tem essa intenção de ser cômico, ou apenas cômico, pois 
também é moralizante. 
Gabarito: “c”. 
 
5. (UNESP/2017/2º semestre/1ª fase) 
Leia o soneto “Alma minha gentil, que te partiste”, do poeta português Luís de Camões (1525?-
1580), para responder às questões de 08 a 11. 
Alma minha gentil, que te partiste 
tão cedo desta vida descontente, 
repousa lá no Céu eternamente, 
e viva eu cá na terra sempre triste. 
 
Se lá no assento etéreo, onde subiste, 
memória desta vida se consente, 
não te esqueças daquele amor ardente 
que já nos olhos meus tão puro viste. 
 
E se vires que pode merecer-te 
alguma coisa a dor que me ficou 
da mágoa, sem remédio, de perder-te, 
 
roga a Deus, que teus anos encurtou, 
que tão cedo de cá me leve a ver-te, 
quão cedo de meus olhos te levou. 
 
(Sonetos, 2001.) 
 
No soneto, o eu lírico 
a) suplica a Deus que suas memórias afetivas lhe sejam subtraídas. 
b) expressa o desejo de que sua amada seja em breve restituída à vida. 
c) expressa o desejo de que sua própria vida também seja abreviada. 
d) suplica a Deus que sua amada também se liberte dos sofrimentos terrenos. 
e) lamenta que sua própria conduta tenha antecipado a morte da amada. 
Comentários 
Alternativa “a”: incorreta. É justamente o contrário: ele pede na segunda estrofe para a 
memória consentir que ele não esqueça. 
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Alternativa “b”: incorreta. Não se trata disso, o eu lírico não quer ressuscitar a mulher, ele 
apenas está vivendo o luto dele. 
Alternativa “c”: correta – gabarito. No soneto “Alma minha gentil, que te partiste”, Camões 
revela influência da filosofia platônica, na voz do eu lírico que sublima a perda da amada ao visualizá-
la em um plano superior e eterno onde espera reencontrá-la depois da própria morte. No último 
terceto, pede a Deus que lhe abrevie a vida, da mesma forma que o fez com ela: “roga a Deus, que 
teus anos encurtou, /que tão cedo de cá me leve a ver-te”. 
Alternativa “d”: incorreta. O que o eu lírico ressalta é a brevidade da vida que para ele é um 
sofrimento, não os sofrimentos terrenos da amada. 
Alternativa “e”: incorreta. Ele é indiferente à própria conduta; inclusive,quer encurtá-la para 
estar perto dela de volta. 
Gabarito: “c”. 
 
6. (UNESP/2017/2º semestre/1ª fase) 
Embora predomine no soneto uma visão espiritualizada da mulher (em conformidade com o 
chamado platonismo), verifica-se certa sugestão erótica no seguinte verso: 
a) “não te esqueças daquele amor ardente” (2a estrofe). 
b) “da mágoa, sem remédio, de perder-te,” (3a estrofe). 
c) “memória desta vida se consente,” (2a estrofe). 
d) “que tão cedo de cá me leve a ver-te,” (4a estrofe). 
e) “e viva eu cá na terra sempre triste.” (1a estrofe). 
 
7. (UNESP/2017/2º semestre/1ª fase) 
De modo indireto, o soneto camoniano acaba também por explorar o tema da 
a) falsidade humana. 
b) indiferença divina. 
c) desumanidade do mundo. 
d) efemeridade da vida. 
e) falibilidade da memória. 
 
8. (IFSP/2014/1º semestre) 
Considere a pintura. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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(Judith Leyster, Serenata. http://images-01.delcampe-static. 
net/img_large/auction/ 00/150/544/758_001.jpg 
Acesso em: 22.10.2013. Original colorido) 
Podemos associar corretamente essa pintura ao 
a) Trovadorismo, pois os artistas compunham e cantavam para os integrantes da Corte cantigas 
sobre as façanhas dos cavaleiros medievais. 
b) Trovadorismo, pois as cantigas líricas e satíricas, escritas em versos, eram cantadas pelos artistas 
ao som de instrumentos de corda. 
c) Humanismo, visto que as personagens do teatro de Gil Vicente, como os trovadores e os jograis, 
eram em sua maioria nobres e constituíam a elite da época. 
d) Classicismo, pois os temas presentes nas cantigas líricas e satíricas vêm das narrativas da mitologia 
greco-latina. 
e) Classicismo, visto que Camões inspirou-se, para escrever Os Lusíadas, nas cantigas trovadorescas 
que narravam as aventuras dos navegantes portugueses. 
 
9. (IFSP/2017/1º semestre) 
Assinale a alternativa correta no que se refere às cantigas de amor trovadorescas. 
a) Nas cantigas de amor, o eu lírico masculino lamenta a ausência da mulher amada, que lhe é 
indiferente e que, por mais que seja vista por ele como superior, pertence às classes populares. 
b) Nas cantigas de amor, o eu lírico masculino manifesta insistentemente a coita, isto é, o sofrimento 
de amor, repleto de impulsos eróticos que lhe laceram o corpo e que conferem aos poemas uma 
aura sardônica. 
c) Nas cantigas de amor, o eu lírico feminino manifesta a falta que sente do amigo – isto é, do homem 
amado – invocando-o por meio de composições de matriz popular que se caracterizam por 
construções paralelísticas. 
d) Nas cantigas de amor, o eu lírico masculino confessa a coita, isto é, o sofrimento amoroso por 
uma dama que lhe é inacessível devido à diferença social que existe entre ele e ela. 
e) Nas cantigas de amor, a distância social existente entre o eu lírico masculino e a mulher amada a 
quem ele se dirige permite entrever que já grassava na sociedade portuguesa a ascensão social pelo 
trabalho. 
 
10. (PUC-SP/2008/Junho) 
Gil Vicente, criador do teatro português, realizou uma obra eminentemente popular. Seu Auto da 
Barca do Inferno, encenado em 1517, apresenta, entre outras características, a de pertencer ao 
teatro religioso alegórico. Tal classificação justifica-se por 
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a) ser um teatro de louvor e litúrgico em que o sagrado é plenamente respeitado. 
b) não se identificar com a postura anticlerical, já que considera a igreja uma instituição modelar e 
virtuosa. 
c) apresentar estrutura baseada no maniqueísmo cristão, que divide o mundo entre o Bem e o Mal, 
e na correlação entre a recompensa e o castigo. 
d) apresentar temas profanos e sagrados e revelar-se radicalmente contra o catolicismo e a 
instituição religiosa. 
e) aceitar a hipocrisia do clero e, criticamente, justificá-la em nome da fé cristã. 
 
11. (FUVEST/2001/1ª fase) 
Em Os Lusíadas, as falas de Inês de Castro e do Velho do Restelo têm em comum 
a) a ausência de elementos de mitologia da Antiguidade clássica. 
b) a presença de recursos expressivos de natureza oratória. 
c) a manifestação de apego a Portugal, cujo território essas personagens se recusavam a abandonar. 
d) a condenação enfática do heroísmo guerreiro e conquistador. 
e) o emprego de uma linguagem simples e direta, que se contrapõe à solenidade do poema épico. 
 
12. (FUVEST/2000/1ª fase) 
Considere as seguintes afirmações sobre a fala do Velho do Restelo, em "Os Lusíadas": 
 
I. No seu teor de crítica às navegações e conquistas, encontra-se refletida e sintetizada a 
experiência das perdas que causaram, experiência esta já acumulada na época em que o 
poema foi escrito. 
lI. As críticas aí dirigidas às grandes navegações e às conquistas são relativizadas pelo pouco 
crédito atribuído a seu emissor, já velho e com um "saber só de experiências feito". 
III. A condenação enfática que aí se faz à empresa das navegações e conquistas revela que 
Camões teve duas atitudes em relação a ela: tanto criticou o feito quanto o exaltou. 
 
Está correto apenas o que afirma em 
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a) I. 
b) II. 
c) III. 
d) I e II. 
e) I e III. 
 
13. (Mackenzie/2007/Janeiro) 
O texto, escrito no Brasil colonial, 
a) pertence a um conjunto de documentos da tradição histórico-literária brasileira, cujo objetivo 
principal era apresentar à metrópole as características da colônia recém-descoberta. 
b) já antecipa, pelo tom grandiloquente de sua linguagem, a concepção idealizadora que os 
românticos brasileiros tiveram do indígena. 
c) é exemplo de produção tipicamente literária, em que o imaginário renascentista transfigura os 
dados de uma realidade objetiva. 
d) é exemplo característico do estilo árcade, na medida em que valoriza poeticamente o “bom 
selvagem”, motivo recorrente na literatura brasileira do século XVIII. 
e) insere-se num gênero literário específico, introduzido nas terras americanas por padres jesuítas 
com o objetivo de catequizar os indígenas brasileiros. 
 
14. (UFJF/2017) 
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS QUESTÕES 
O dia em que nasci moura e pereça 
 
O dia em que nasci moura e pereça, 
Não o queira jamais o tempo dar; 
Não torne mais ao Mundo, e, se tornar, 
Eclipse nesse passo o Sol padeça. 
 
A luz lhe falte, O Sol se [lhe] escureça, 
Mostre o Mundo sinais de se acabar, 
Nasçam-lhe monstros, sangue chova o ar, 
A mãe ao próprio filho não conheça. 
 
As pessoas pasmadas, de ignorantes, 
As lágrimas no rosto, a cor perdida, 
Cuidem que o mundo já se destruiu. 
 
Ó gente temerosa, não te espantes, 
Que este dia deitou ao Mundo a vida 
Mais desgraçada que jamais se viu! 
CAMÕES, Luis Vaz de. 200 sonetos. 
Porto Alegre: L&PM, 1998. 
 
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No poema de Camões a visão de mundo expressa pelo eu-lírico está baseada na ideia de: 
 
a) alegria de viver. 
b) valorização da natureza. 
c) sentimento órfico. 
d) manifestação divina. 
e) desconcerto do mundo. 
 
15. (UNIFESP/2016) 
Leia o soneto do poeta Luís Vaz de Camões (1525?-1580). 
 
Sete anos de pastor Jacob servia 
Labão, pai de Raquel, serrana bela; 
mas não servia ao pai, servia a ela, 
e a ela só por prêmio pretendia. 
 
Os dias, na esperança de um só dia, 
passava, contentando-se com vê-la; 
porém o pai, usando de cautela, 
emlugar de Raquel lhe dava Lia. 
 
Vendo o triste pastor que com enganos 
lhe fora assi negada a sua pastora, 
como se a não tivera merecida, 
 
começa de servir outros sete anos, 
dizendo: “Mais servira, se não fora 
para tão longo amor tão curta a vida”. 
(Luís Vaz de Camões. Sonetos, 2001.) 
De acordo com a história narrada pelo soneto, 
a) Labão engana Jacob, entregando-lhe a filha Lia, em vez de Raquel. 
b) Labão aceita ceder Lia a Jacob, se este lhe entregar Raquel. 
c) Labão obriga Jacob a trabalhar mais sete anos para obter o amor de Lia. 
d) Jacob descumpre o acordo feito com Labão, negando-lhe a filha Raquel. 
e) Jacob morre antes de completar os sete anos de trabalho, não obtendo o amor de Raquel. 
 
16. (UNIFESP/2010) 
Leia o texto de Gil Vicente. 
DIABO — Essa dama, é ela vossa? 
FRADE — Por minha a tenho eu 
e sempre a tive de meu. 
DIABO — Fizeste bem, que é fermosa! 
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E não vos punham lá grosa 
nesse convento santo? 
FRADE — E eles fazem outro tanto! 
DIABO — Que cousa tão preciosa! 
 
No trecho da peça de Gil Vicente, fica evidente uma 
a) visão bastante crítica dos hábitos da sociedade da época. Está clara a censura à hipocrisia do 
religioso, que se aparta daquilo que prega. 
b) concepção de sociedade decadente, mas que ainda guarda alguns valores essenciais, como é o 
caso da relação entre o frade e o catolicismo. 
c) postura de repúdio à imoralidade da mulher que se põe a tentar o frade, que a ridiculariza em 
função de sua fé católica inabalável. 
d) visão moralista da sociedade. Para ele, os valores deveriam ser resgatados e a presença do frade 
é um indicativo de apego à fé cristã. 
e) crítica ao frade religioso que optou em vida por ter uma mulher, contrariando a fé cristã, o que, 
como ele afirma, não acontecia com os outros frades do convento. 
 
17. (PUC-SP/2008/ 1º semestre) 
Gil Vicente escreveu o Auto da Barca do Inferno em 1517, no momento em que eclodia na Alemanha 
a Reforma Protestante, com a crítica veemente de Lutero ao mau clero dominante na igreja. Nesta 
obra, há a figura do frade, severamente censurado como um sacerdote negligente. Indique a 
alternativa cujo conteúdo NÃO se presta a caracterizar, na referida peça, os erros cometidos pelo 
religioso. 
a) Não cumprir os votos de celibato, mantendo a concubina Florença. 
b) Entregar-se a práticas mundanas, como a dança. 
c) Praticar esgrima e usar armamentos de guerra, proibidos aos clérigos. 
d) Transformar a religião em manifestação formal, ao automatizar os ritos litúrgicos. 
e) Praticar a avareza como cúmplice do fidalgo, e a exploração da prostituição em parceria com a 
alcoviteira. 
 
18. (PUC-SP/2007/1º semestre) 
Considerando a peça Auto da Barca do Inferno como um todo, indique a alternativa que melhor se 
adapta à proposta do teatro vicentino. 
a) Preso aos valores cristãos, Gil Vicente tem como objetivo alcançar a consciência do homem, 
lembrando-lhe que tem uma alma para salvar. 
b) As figuras do Anjo e do Diabo, apesar de alegóricas, não estabelecem a divisão maniqueísta do 
mundo entre o Bem e o Mal. 
c) As personagens comparecem nesta peça de Gil Vicente com o perfil que apresentavam na terra, 
porém apenas o Onzeneiro e o Parvo portam os instrumentos de sua culpa. 
d) Gil Vicente traça um quadro crítico da sociedade portuguesa da época, porém poupa, por 
questões ideológicas e políticas, a Igreja e a Nobreza. 
e) Entre as características próprias da dramaturgia de Gil Vicente, destaca-se o fato de ele seguir 
rigorosamente as normas do teatro clássico. 
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19. (PUC-MG/2014/Janeiro) 
“Se eu pudesse forçar meu coração, 
obrigá-lo, senhora, a vos dizer 
quanta amargura me fazeis sofrer, 
posso jurar – dê-me Deus seu perdão! – 
que sentiríeis compaixão de mim. 
 
Pois, senhora, conquanto apenas dor 
e nenhuma alegria me causeis, 
se soubésseis o mal que me fazeis, 
posso jurar – perdoa-me, Senhor! – 
que sentiríeis compaixão de mim. 
 
Não me querendo nenhum bem, embora, 
se soubésseis a pena que dais, 
e quanta dor há nos meus tristes ais, 
posso jurar – de boa fé, senhora! – 
que sentiríeis compaixão de mim. 
 
E mal seria, se não fosse assim.” 
(D. Dinis. In: BERARDINELLI, Cleonice. 
Cantigas de trovadores medievais em português moderno, 
Rio de Janeiro: Organizações Simões, 1953. p. 21). 
 
A cantiga de D. Dinis é representativa do trovadorismo português e, como ocorre em outras 
produções literárias do período, enfatiza: 
a) o conflito entre pecado e religião. 
b) a necessidade de perdão da mulher amada. 
c) o sentimento de culpa pelo amor perdido. 
d) o sofrimento amoroso do eu lírico. 
 
20. (FAMECA-SP/2012) 
A obra de Gil Vicente, como atesta o trecho – “Toda a glória de viver/ das gentes é ter dinheiro/ e 
quem muito quiser ter/ cumpre-lhe ser primeiro/o mais rude que puder” – caracteriza- se por 
a) ressaltar a importância da religião diante do fim irreversível. 
b) criar personagens que sobressaem como indivíduos singularizados. 
c) moralizar a sociedade de seu tempo pela via da religiosidade. 
d) criticar a devoção materialista das várias camadas da sociedade. 
e) apresentar um programa estético de valorização das classes subalternas. 
 
21. (UFRGS/2007) 
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Com base nos cinco primeiros cantos de "Os Lusíadas", de Luís de Camões, assinale a alternativa que 
associa corretamente a ação do personagem com o seu canto em que a ação se insere. 
 
 
22. (UFRGS/2000) 
Leia o soneto abaixo, de Luís de Camões. 
 
Um mover de olhos, brando e piedoso, 
sem ver de quê; um riso brando e honesto, 
quase forçado, um doce e humilde gesto, 
de qualquer alegria duvidoso; 
 
um despejo quieto e vergonhoso; 
um desejo gravíssimo e modesto; 
um pura bondade manifesto 
indício da alma, limpo e gracioso; 
 
um encolhido ousar, uma brandura; 
um medo sem ter culpa, um ar sereno; 
um longo e obediente sofrimento: 
 
 Esta foi a celeste formosura 
da minha Circe, e o mágico veneno 
que pôde transformar meu pensamento. 
 
Em relação ao poema acima, considere as seguintes afirmações. 
I. O poeta elabora um modelo de mulher perfeita e superior, idealizando a figura feminina. 
II. O poeta não se deixa seduzir pela beleza feminina, assumindo uma atitude de insensibilidade. 
III. O poeta sugere o desejo erótico ao referir a figura mitológica de Circe. 
 
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Quais estão corretas? 
a) Apenas I. 
b) Apenas III. 
c) Apenas I e II. 
d) Apenas I e III. 
e) I, II e III. 
 
23. (UEL PR/2008/2ª Fase) 
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO 
Na obra Os Lusíadas, o canto IX é conhecido como aquele que contém o episódio da Ilha dos 
Amores. Observe a pintura abaixo de Waterhouse que mostra um lugar idílico, onde as ninfas 
acolhem sedutoramente Hylas, um jovem grego muito belo, pertencente aos Argonautas, que nunca 
mais foi visto. O texto camoniano também retrata um ambiente reconhecido como locus amoenus, 
local ameno e protegido onde há águas límpidas, relvas e árvores frondosas. 
 
 
(WATERHOUSE,John William. Hylas and the Nymps. 
Disponível em: 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Imagem:John_William_Waterhouse_-_Hylas_and_the_Nymphs_%281896%29.jpg. Acesso em: 3 
nov. 2007.) 
 
A Ilha dos Amores é o momento de recompensa aos navegadores,ofertada por Vênus, que tem a 
incumbência de proteger a Armada portuguesa. 
Considerando a quantidade de referências à antiguidade clássica na obra Os Lusíadas, observado o 
quadro acima, e com base nos conhecimento da literatura do período, é correto afirmar: 
a) Luís de Camões é poeta neoclássico, pois usa do locus amoenus e de figuras mitológicas. 
b) A obra de Camões traz em si o conflito entre o conhecimento clássico e a influência da igreja. 
c) A obra épica serviu para que seu autor obtivesse em vida o reconhecimento internacional. 
d) Camões usa da tradição épica, contrapondo-se o poeta aos mandamentos da igreja cristã. 
e) A presença da mitologia grega a auxiliar Vasco da Gama é licença poética usada por Camões. 
 
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24. (UEL PR/1995) 
A chamada atividade literária das primeiras décadas de nossa formação histórica caracterizou-se por 
seu cunho pragmático estrito, seja a circunscrita ao parâmetro jesuítico, seja a decorrente de viagens 
de reconhecimento e informação da terra. 
São representantes dos dois tipos de atividade literária referidos no excerto acima 
a) Gregório de Matos e Cláudio Manuel da Costa. 
b) Antônio Vieira e Tomás Antônio Gonzaga. 
c) José de Anchieta e Gabriel Soares de Sousa. 
d) Bento Teixeira e Gonçalves de Magalhães. 
e) Basílio da Gama e Gonçalves Dias. 
 
25. (EsPCEX/2017) 
Leia o soneto a seguir 
 
Soneto XXII 
Se amor não é qual é este sentimento? 
Mas se é amor, por Deus, que cousa é a tal? 
Se boa por que tem ação mortal? 
Se má por que é tão doce o seu tormento? 
 
Se eu ardo por querer por que o lamento? 
Se sem querer o lamentar que val? 
Ó viva morte, ó deleitoso mal, 
Tanto podes sem meu consentimento. 
 
E se eu consinto sem razão pranteio. 
A tão contrário vento em frágil barca, 
Eu vou para o alto mar e sem governo. 
 
É tão grave de error, de ciência é parca 
Que eu mesmo não sei bem o que eu anseio 
E tremo em pleno estio e ardo no inverno. 
 
O artista do Classicismo, para revelar o que está no universo, adota uma visão 
a) subjetiva. 
b) idealista. 
c) racionalista. 
d) platônica. 
e) negativa. 
 
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PORTINARI, C. O descobrimento do Brasil. 1956. Óleo sobre tela, 199 x 169 cm 
Disponível em: www.portinari.org.br. Acesso em: 12 jun. 2013. 
 
Pertencentes ao patrimônio cultural brasileiro, a carta de Pero Vaz de Caminha e a obra de Portinari 
retratam a chegada dos portugueses ao Brasil. Da leitura dos textos, constata-se que 
a) a carta de Pero Vaz de Caminha representa uma das primeiras manifestações artísticas dos 
portugueses em terras brasileiras e preocupa-se apenas com a estética literária. 
b) a tela de Portinari retrata indígenas nus com corpos pintados, cuja grande significação é a 
afirmação da arte acadêmica brasileira e a contestação de uma linguagem moderna. 
c) a carta, como testemunho histórico-político mostra o olhar do colonizador sobre a gente da terra, 
e a pintura destaca, em primeiro plano, a inquietação dos nativos. 
d) as duas produções, embora usem linguagens diferentes — verbal e não verbal —, cumprem a 
mesma função social e artística. 
e) a pintura e a carta de Caminha são manifestações de grupos étnicos diferentes, produzidas em 
um mesmo momento histórico, retratando a colonização. 
Comentários 
Alternativa “a”: incorreta. Não se trata apenas de um texto com teor estético (artístico), mas 
sim procurava informar ao rei de Portugal, D. Manuel, sobre aspectos descritivos da natureza – fauna 
e flora – brasileira. 
Alternativa “b”: incorreta. No Modernismo brasileiro, sobretudo na primeira geração, há uma 
ressignificação realmente dos valores indianistas no Brasil. Por isso é que esse quadro de Portinari 
encara o assunto com um olhar crítico, pois os Índios estão preocupados frente à futura ameaça 
para eles que estava desembarcando ali. Isto quer dizer que não é mais idealizado, como era no 
Romantismo. O fato é que a preocupação do modernismo não era acadêmica, mas sim popular. 
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Alternativa “c”: correta – gabarito. A carta de Pero Vaz de Caminha revela a perspectiva 
otimista do colonizador, o que pode ser concluído a partir do trecho “Andaram na praia tão bem 
dispostos, tão bem feitos e galantes”, enquanto que a obra de Portinari revela a surpresa e a 
preocupação dos nativos ao apontar para o horizonte. A carta é o testemunho histórico-político do 
encontro do colonizador com as novas terras e a pintura destaca, em primeiro plano, a inquietação 
dos nativos. 
Atenção: no dia da prova da UNESP, a sua prova irá colorida e irá te dar mais indicativos 
interpretativo da obra. Por exemplo, a criança chorando em azul (tom triste, melancólico) levanta 
dúvidas quanto ao futuro do Brasil. 
Alternativa “d”: incorreta. A função é bem diferente nos dois textos: na carta, era descrever 
a terra brasileira e ressaltar, enfatizar a importância do povo português; já a pintura era 
problematizar e questionar essa mesma vinda dos portugueses, já que para os índios ela 
representava um perigo, não motivo de orgulho, mas sim de medo. 
Alternativa “e”: incorreta. Os momentos históricos são bem distintos: a carta de Pero Vaz de 
Caminha era do Quinhentismo e o quadro de Portinari era do Modernismo. 
Gabarito: “d”. 
2. (ENEM/20012) 
LXXVIII (Camões, 1525?-1580) 
 
Leda serenidade deleitosa, 
Que representa em terra um paraíso; 
Entre rubis e perlas doce riso; 
Debaixo de ouro e neve cor-de-rosa; 
 
Presença moderada e graciosa, 
Onde ensinando estão despejo e siso 
Que se pode por arte e por aviso, 
Como por natureza, ser fermosa; 
 
Fala de quem a morte e a vida pende, 
Rara, suave; enfim, Senhora, vossa; 
Repouso nela alegre e comedido: 
 
Estas as armas são com que me rende 
E me cativa Amor; mas não que possa 
Despojar-me da glória de rendido. 
 
CAMÕES, L. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2008. 
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SANZIO, R. (1483-1520) A mulher com o unicórnio. Roma, Galleria Borghese. Disponível em: 
www.arquipelagos.pt. Acesso em: 29 fev. 2012 
A pintura e o poema, embora sendo produtos de duas linguagens artísticas diferentes, participaram 
do mesmo contexto social e cultural de produção pelo fato de ambos 
a) apresentarem um retrato realista, evidenciado pelo unicórnio presente na pintura e pelos 
adjetivos usados no poema. 
b) valorizarem o excesso de enfeites na apresentação pessoal e na variação de atitudes da mulher, 
evidenciadas pelos adjetivos do poema. 
c) apresentarem um retrato ideal de mulher marcado pela sobriedade e o equilíbrio, evidenciados 
pela postura, expressão e vestimenta da moça e os adjetivos usados no poema. 
d) desprezarem o conceito medieval da idealização da mulher como base da produção artística, 
evidenciado pelos adjetivos usados no poema. 
e) apresentarem um retrato ideal de mulher marcado pela emotividade e o conflito interior, 
evidenciados pela expressão da moça e pelos adjetivos do poema. 
Comentários 
Alternativa “a”: incorreta. É justamente o contrário: o unicórnio representa algo mitológico, 
inexistente, idealizado, o que também acontece no uso dos adjetivos. 
Alternativa “b”: incorreta. As atitudes da mulher não são variadas; elas são comedidas,sua 
personalidade é descrita como “moderada e graciosa”. 
Alternativa “c”: correta – gabarito. Os adjetivos “leda”, “deleitosa”, “doce”, “graciosa”, e 
“rara” refletem a visão idealizada da mulher, mas sem o exagero de emotividade característico do 
Romantismo. Ao contrário deste, a estética clássica defende a contenção emocional e privilegia o 
equilíbrio e a sobriedade, características sugeridas nos termos “moderada” e “suave”, referindo-se 
à imagem feminina e na expressão “alegre e comedido” com que se define o eu lírico. 
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Alternativa “d”: incorreta. Trata-se justamente de uma representação medieval e idealizada 
da mulher. 
Alternativa “e”: incorreta. O retrato da mulher é ideal, mas emotividade e conflito interior 
são características de movimentos como o Romantismo, não o Renascimento. 
Gabarito: “a”. 
3. (ENEM/2012) 
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS DUAS QUESTÕES 
 
O trovador 
Sentimentos em mim do asperamente 
dos homens das primeiras eras ... 
As primaveras de sarcasmo 
intermitentemente no meu coração arlequinal ... 
Intermitentemente ... 
Outras vezes é um doente, um frio 
na minha alma doente como um longo som redondo ... 
Cantabona! Cantabona! 
Dlorom ... 
Sou um tupi tangendo um alaúde! 
ANDRADE, M. In: MANFIO, D. Z. (Org.) 
Poesias completas de Mário de Andrade. Belo Horizonte: Itatiais, 2005. 
 
Cara ao Modernismo, a questão da identidade nacional é recorrente na prosa e na poesia de Mário 
de Andrade. Em O trovador, esse aspecto é 
a) abordado subliminarmente, por meio de expressões como “coração arlequinal” que, evocando o 
carnaval, remete à brasilidade. 
b) verificado já no título, que remete aos repentistas nordestinos, estudados por Mário de Andrade 
em suas viagens e pesquisas folclóricas. 
c) lamentado pelo eu lírico, tanto no uso de expressões como “Sentimentos em mim do 
asperamente” (v. 1), “frio” (v. 6), “alma doente” (v. 7), como pelo som triste do alaúde “Dlorom” (v. 
9). 
d) problematizado na oposição tupi (selvagem) x alaúde (civilizado), apontando a síntese nacional 
que seria proposta no Manifesto Antropófago, de Oswaldo de Andrade. 
e) exaltado pelo eu lírico, que evoca os “sentimentos dos homens das primeiras eras” para mostrar 
o orgulho brasileiro por suas raízes indígenas. 
Comentários 
 Alternativa “a”: incorreta. O arlequim é um personagem da Comedia dell’arte, um tipo de 
teatro popular na Itália no século XV, cuja função era divertir o público no intervalo dos espetáculos. 
Embora haja fantasias dele no carnaval, a identidade brasileira está melhor expressa no poema no 
verso “Sou um tupi tangendo um alaúde!” 
 Alternativa “b”: incorreta. Mário de Andrade de fato fez pesquisas folclóricas, porém não dos 
nordestinos, mas sim de outras culturas, como a indígena, a rapsódia, para elaborar a sua obra 
Macunaíma. Até porque, o trovadorismo foi um movimento exclusivamente europeu, e não 
brasileiro. 
 Alternativa “c”: incorreta. No verso 7 até pode ser, mas no 1 e no 6 não. 
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 Alternativa “d”: correta – gabarito. No caso do Brasil, cuja História ocorreu em certa 
“defasagem” em relação à europeia, haja vista seu “descobrimento tardio” em 1500, foram 
necessárias outras formas artísticas de expressão, que ainda assim podiam se aproveitar de algumas 
europeias, ou se espelhar nelas. 
 Alternativa “e”: incorreta. Essas “primeiras eras” têm a ver com o primeiro movimento 
literário historiografado: o trovadorismo. 
Gabarito: “d”. 
4. (ENEM/2010) 
O Arlequim, o Pierrô, a Brighella ou a Colombina são personagens típicos de grupos teatrais da 
Commedia dell’art, que, há anos, encontram-se presentes em marchinhas e fantasias de carnaval. 
Esses grupos teatrais seguiam, de cidade em cidade, com faces e disfarces, fazendo suas críticas, 
declarando seu amor por todas as belas jovens e, ao final da apresentação, despediam-se do público 
com músicas e poesias. 
 
A intenção desses atores era expressar sua mensagem voltada para a 
 
a) crença na dignidade do clero e na divisão entre o mundo real e o espiritual. 
b) ideologia de luta social que coloca o homem no centro do processo histórico. 
c) crença na espiritualidade e na busca incansável pela justiça social dos feudos. 
d) ideia de anarquia expressa pelos trovadores iluministas do início do século XVI. 
e) ideologia humanista com cenas centradas no homem, na mulher e no cotidiano. 
Comentários 
 Alternativa “a”: incorreta. Não havia tal divisão na época, pois a visão de mundo era 
predominantemente teocêntrica. Já a Comedia dell’arte representava o mundano, já não se tratava 
mais de um teatro religioso (autos). Trata-se de uma modernização nesse sentido, uma laicização 
das artes. 
 Alternativa “b”: incorreta. O século predominante nessa questão seria o XIX, ao passo que a 
Comedia dell’arte ocorreu no século XV na Itália. 
 Alternativa “c”: incorreta. Nos feudos, não havia mobilidade social, portanto, esse conceito 
de justiça, que é moderno. 
 Alternativa “d”: incorreta. Anarquia significa sistema político baseado na negação do princípio 
da autoridade (dicionário Houaiss). 
 Alternativa “e”: correta – gabarito. O conceito filosófico de humanismo, que pode abarcar 
tanto a totalidade do ser humano quanto o reconhecimento do valor humano das letras clássicas, 
período histórico justamente no qual vigorou a Comedia dell’arte. 
Gabarito: “e”. 
5. (ENEM/2009) 
Texto 1 
 
José de Anchieta fazia parte da Companhia de Jesus, veio ao Brasil aos 19 anos para catequizar a 
população das primeiras cidades brasileiras e, como instrumento de trabalho, escreveu manuais, 
poemas e peças teatrais. 
 
 
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Texto 2 
 
Todo o Brasil é um jardim em frescura e bosque e não se vê em todo ano árvore nem erva seca. Os 
arvoredos se vão às nuvens de admirável altura e grossura e variedade de espécies. Muitos dão bons 
frutos e o que lhes dá graça é que há neles muitos passarinhos de grande formosura e variedades e 
em seu canto não dão vantagem aos rouxinóis, pintassilgos, colorinos e canários de Portugal e fazem 
uma harmonia quando um homem vai por este caminho, que é para louvar o Senhor, e os bosques 
são tão frescos que os lindos e artificiais de Portugal ficam muito abaixo. 
ANCHIETA, José de. Cartas, informações, 
fragmentos históricos e sermões do Padre 
Joseph de Anchieta. Rio de Janeiro: S.J., 1933, 430-31 p. 
 
A leitura dos textos revela a preocupação de Anchieta com a exaltação da religiosidade. No texto 2, 
o autor exalta, ainda, a beleza natural do Brasil por meio 
a) do emprego de primeira pessoa para narrar a história de pássaros e bosques brasileiros, 
comparando-os aos de Portugal. 
b) da adoção de procedimentos típicos do discurso argumentativo para defender a beleza dos 
pássaros e bosques de Portugal. 
c) da descrição de elementos que valorizam o aspecto natural dos bosques brasileiros, a diversidade 
e a beleza dos pássaros do Brasil. 
d) do uso de indicações cênicas do gênero dramático para colocar em evidência a frescura dos 
bosques brasileiros e a beleza dos rouxinóis. 
e) do uso tanto de características da narração quanto do discurso argumentativo para convencer o 
leitor da superioridade de Portugal em relação ao Brasil. 
Comentários 
Alternativa “a”: incorreta. O texto é essencialmente objetivo, escrito em 3ª pessoa. 
 Alternativa “b”: incorreta. Pelo contrário, a natureza brasileira se revela superiora à 
portuguesa. 
 Alternativa “c”:

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