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A limpeza urbana e o saneamento na capital do Império
2a SÉRIE
Aula 7 – 4o Bimestre
História
Etapa Ensino Médio
Políticas públicas de limpeza urbana; 
Projeto de saneamento e modernização da cidade do Rio de Janeiro de D. Pedro II; 
As empresas pioneiras de Aleixo Gary (limpeza urbana) e a The Rio de Janeiro City Improvements Company, Limited.
Analisar as políticas públicas de limpeza urbana e os projetos de saneamento no Rio de Janeiro do século XIX;
Problematizar as políticas de saneamento como um espaço de privilégio; 
Refletir criticamente sobre as permanências das desigualdades de acesso à infraestrutura que ainda persistem na sociedade contemporânea.
Conteúdo
Objetivos
(EM13CHS301) Problematizar hábitos e práticas individuais e coletivas de produção, reaproveitamento e descarte de resíduos em metrópoles, áreas urbanas e rurais, e comunidades com diferentes características socioeconômicas, e elaborar e/ou selecionar propostas de ação que promovam a sustentabilidade socioambiental, o combate à poluição sistêmica e o consumo responsável.
Gari é o nome dado ao profissional de limpeza urbana responsável tanto pela varrição das vias públicas quanto pela coleta do lixo. Você sabe o porquê dessa denominação?   
Você sabe como funciona o serviço de limpeza urbana de sua cidade?
Como é a coleta dos resíduos sólidos no seu bairro e cidade? Há distinção dos serviços para as diferentes regiões da cidade?
TODOS FALAM!
Imagens: Agência Brasil
Para começar
Imagens:
Agência Brasil/Comlurb. Disponíveis em: https://cutt.ly/Ewh2UCnv ; https://cutt.ly/2wh2IhcT Acesso em: 22 ago. 2023.
De onde vem a palavra GARI?
“O lixo sempre foi um problema sério nos grandes centros urbanos. Entretanto, o tratamento sistemático dos resíduos e dejetos das cidades pelo poder público é uma prática que não chega a 200 anos. No Brasil, o primeiro passo concreto foi dado ainda no Império”. (Biblioteca Nacional).
Modelos de veículos da Aleixo Gary (1884) para limpeza urbana (Recorte da imagem). Arquivo Nacional.
Foco no conteúdo
Referência:
Biblioteca Nacional. De onde vem a palavra gari? Hoje é o dia dele. Por Rodrigo Basile, mai. 2020. Disponível em: https://cutt.ly/5whHaMSg Acesso em: 21 ago. 2023.
Imagem:
Modelos de veículos da Aleixo Gary (1884) para limpeza urbana (Recorte da imagem). Arquivo Nacional. Disponível em: https://cutt.ly/jwhHsInM Acesso em: 21 ago. 2023.
Coube à sua empresa o transporte do lixo produzido no Rio de Janeiro para a ilha de Sapucaia, na Baía de Guanabara. Surgiu, então, a primeira empresa de coleta de lixo da cidade. Seu contrato durou até 1891, e no ano seguinte – já na Primeira República – instituiu-se a Superintendência de Limpeza Pública e Particular da Cidade”. (Biblioteca Nacional).
Contrato do Império com Aleixo Gary para a limpeza das cidades do Rio de Janeiro e Guanabara.
“No Segundo Reinado, a prática da limpeza ganhou um caráter mais sistemático. Uma notinha discreta no centro da primeira página do periódico Gazeta de Notícias (RJ), de 11 de outubro de 1876, anunciou a contratação dos serviços do francês Aleixo Gary para a limpeza das ruas da capital. 
Foco no conteúdo
Referência:
Biblioteca Nacional. De onde vem a palavra gari? Hoje é o dia dele. Por Rodrigo Basile, mai. 2020. Disponível em: https://cutt.ly/5whHaMSg Acesso em: 21 ago. 2023.
Imagem:
Contrato do Império com Aleixo Gary para a limpeza das cidades de Rio de Janeiro e Guanabara. Disponível em: https://cutt.ly/mwhHz9km Acesso em: 21 ago. 2023.
 
“[...] Aleixo Gary já havia feito história na limpeza urbana da cidade e seu sobrenome se tornou uma marca registrada [...]. Em uma compreensível corruptela, o nome do empresário deu origem ao termo “gari”. 
A profissão de gari é serviço fundamental para as cidades e para a saúde pública. A limpeza eficiente dos logradouros públicos, o controle de pragas, manutenção de rios, canais e praias, bem como das galerias de esgotos, são práticas que ajudam a conter doenças e epidemias. 
[...] Nem sempre devidamente valorizados, os garis se queixam, com frequência, de certa “invisibilidade” diante da população”. (Biblioteca Nacional).
Foco no conteúdo
Referência:
Biblioteca Nacional. De onde vem a palavra gari? Hoje é o dia dele. Por Rodrigo Basile, mai. 2020. Disponível em: https://cutt.ly/5whHaMSg Acesso em: 21 ago. 2023.
 
As políticas de saneamento da capital do Império
“A cidade do Rio de Janeiro foi uma das primeiras do mundo a receber um sistema de esgotamento. Antes disso, os dejetos sanitários domésticos eram levados em barris para despejo em valas ou praias, o que agravava a condição sanitária da capital do Império, que sofria com a precariedade do abastecimento de água e outros problemas ligados à limpeza urbana”. (CAMARGO, 2018).
Litografia de escravizados denominados tigreiros, jogando dejetos no mar. Litografia/Henrique Fleiuss.
Revista Semana Ilustrada, 1861.
Foco no conteúdo
Referência:
Arquivo Nacional. Memórias da Administração Pública Brasileira. "Engenheiro/Repartição Fiscal do Governo junto a The Rio de Janeiro City Improvements Company". Por Angélica Ricci Camargo, jun. 2018. Disponível em: https://cutt.ly/7wh1bm5l Acesso em: 14 out. 2023.
Imagem:
Litografia. Henrique Fleiuss, Revista Semana Illustrada no 05, 1861. Acervo Fundação Biblioteca Nacional. Disponível em: https://cutt.ly/BJbitSR Acesso em: 14 out. 2023.
The Rio de Janeiro City Improvements Company, Limited 
Em meados do século XIX, o país enfrentava novas condições que exigiam respostas do poder público: as cidades se adensavam; as exportações se intensificavam, um avanço que obrigava os portos a respeitar condições mínimas de higiene; e, principalmente, surtos de doenças, como febre amarela, tornavam-se cada vez mais frequentes.
Rio de Janeiro City Improvements Company Limited. Canos e canalização - Rio de Janeiro (RJ). ca. 1860. H. Klumb. 
Foco no conteúdo
Imagem:
Brasiliana Fotográfica. Rio de Janeiro City Improvements Company Limited. Canos e canalização – Canteiros de obras – Rio de Janeiro (RJ). ca. 1860. H. Klumb. Disponível em: https://cutt.ly/mwhShmyO Acesso em: 21 ago. 2023.
Nesse contexto, D. Pedro II tomou uma decisão relevante para o Rio, então capital. Sob seu reinado, o governo fechou contrato com a City (The Rio de Janeiro City Improvements Company, Limited), empresa inglesa de capital privado, e iniciou, em 1850, os preparativos para uma reformulação da infraestrutura da cidade. 
Rio de Janeiro City Improvements Company Limited. Canteiros de obras nos distritos do Rio de Janeiro (RJ). ca. 1860. H. Klumb. 
Foco no conteúdo
Imagem:
Biblioteca Nacional Digital. Rio de Janeiro City Improvements Company Limited. Canteiros de obras nos distritos do Rio de Janeiro (RJ). ca. 1860. H. Klumb. Disponível em: https://cutt.ly/Jwh1n2Bt Acesso em: 21 ago. 2023.
The Rio de Janeiro City: soluções?
“[...] o desenvolvimento do sistema de esgoto, entregue como a concessão à Companhia Inglesa City Improvements, demonstrava simultaneamente avanços e retrocessos no atendimento à população. Pois grande parte da população permanecia alijada desse serviço, continuando a utilizar o serviço braçal dos escravos. Cabe esclarecer que a Companhia Inglesa ‘City Improvements só atendia as moradias da classe abastada, da aristocracia e de prédios públicos, sobretudo na região central da cidade, enquanto a maior parte da população continuava a jogar os seus dejetos nos rios e na Baía de Guanabara. Na verdade, as condições propícias foram criadas para que o acesso à água passasse a ser um cenário explícito de disputa política (que atravessa o século XX)”. (RODRIGUES; MIRANDA, 2014).
Foco no conteúdo
Referência:
RODRIGUES, M. da S. F.; MIRANDA, A. C. História Ambiental: o saneamento da cidade do Rio de Janeiro. REVISTA PRÁXIS. Ano VI, no 11, Junho de 2014. Disponível em: https://cutt.ly/Qwh1AeMO Acesso em: 22 ago. 2023.
“Portanto, esse benefício representou um espaço de privilégio ao chegar às torneiras das residências e, também, de exclusão, ao ser necessáriobuscá-lo nos chafarizes e nas bicas”. 
Abrem-se longas e largas avenidas, que ‘são necessárias para manter a saúde da população’. Isto é, a ‘higienização’ da cidade, com o seu embelezamento tendo como modelo as cidades europeias (Paris, por exemplo). Essas mudanças urbanísticas estavam ancoradas em uma teoria médica hegemônica que postulava que a decomposição de matérias orgânicas dos pântanos, dos solos, entre outros, gerava a produção de gases (‘miasmas’) cuja inalação pelo ser humano provocava as doenças. 
Logo, a partir desse conceito, criou-se uma racionalidade que interviria na cidade do Rio de Janeiro em prol da ‘limpeza’ do espaço urbano e de sua organização, visando um melhor fluxo de ar, entre outros aspectos, que justificariam, inclusive, a demolição de casas no centro urbano e o afastamento da população mais pobre dessas áreas”. (RODRIGUES; MIRANDA, 2014).
Referência:
RODRIGUES, M. da S. F.; MIRANDA, A. C. História Ambiental: o saneamento da cidade do Rio de Janeiro. REVISTA PRÁXIS. Ano VI, no 11, Junho de 2014. Disponível em: https://cutt.ly/Qwh1AeMO Acesso em: 22 ago. 2023.
Leia as fontes nos slides a seguir, fazendo anotações, registrando suas reflexões e possíveis dúvidas! Realize a proposta em grupos e discutam sobre a temática!
Na prática
FONTE 1: As políticas de saneamento e limpeza urbana
“Um fator marcante na limpeza urbana do Rio de Janeiro foi a implantação de um sistema de esgoto na cidade em 1864, por meio de uma companhia inglesa – a The Rio de Janeiro City Improvements Company, Limited –, pelo menos em parte da cidade. Isso possibilitou uma especialização na limpeza urbana, voltada propriamente para o lixo. 
A efetivação dos serviços de limpeza ora por meio da contratação de firmas particulares, ora com a organização de serviços públicos, esbarrava em inúmeros entraves técnicos, administrativos, financeiros e de costumes da população” (EIGENHEER, 2009).
Na prática
Referência:
EIGENHEER, E. M. Lixo: a limpeza urbana através dos tempos. [Recurso Digital], 2009. p. 102. Disponível em: https://cutt.ly/zJbuN4y. Acesso em: 18 abr. 2022.
“Em 11/10/1876 contratou-se a firma de Aleixo Gary, que foi um marco importante para a limpeza urbana do Rio de Janeiro. Daí a designação até hoje de “gari” para alguns empregados da limpeza urbana. 
Novidades foram introduzidas, como o uso de canos especiais para coleta de lixo e irrigação das ruas, e até mesmo a instalação de quiosques urinários e latrinas. Mas os problemas perduraram, já que muitos serviços foram compartilhados com outras firmas. 
A empresa de Gary fica até 1891. Depois dela, os serviços de limpeza ficaram a cargo da Inspetoria de Limpeza Pública [...]”. (EIGENHEER, 2009).
Na prática
Referência:
EIGENHEER, E. M. Lixo: a limpeza urbana através dos tempos. [Recurso Digital], 2009. p. 102. Disponível em: https://cutt.ly/zJbuN4y Acesso em: 18 abr. 2022.
Revista O mosquito, Rio de Janeiro, n. 0036. “Lamúrias” por Bordalho Pinheiro, 1876. p. 04. [Imagem adaptada].
“A câmara chegou a tal desleixo...
Os dinheiros marcham a engordar os cofres do estado.
O povo que dá emagrece
E arde em febre.
Cresce a população, mas é só para poder morrer mais gente.
O lixo cresce para matar.
[...] Não há varredores.
Não há carroças...Não há nada.
Só há juntas de higiene e outras que olham impassíveis para este estado de asseio”.
FONTE 2: charge “Lamúrias”
Referência:
Revista O mosquito, Rio de Janeiro, n. 0036. “Lamúrias” por Bordalho Pinheiro, 1876. p. 04. [Imagem adaptada]. Biblioteca Nacional Digital. Disponível em: https://cutt.ly/iJboEjL Acesso em: 18 ago. 2023.
FONTE 3: DECRETO No 8.387, DE 19 DE JANEIRO DE 1882
Manda observar o Regulamento para o serviço da saude publica.
 [...] Com a rubrica de Sua Magestade o Imperador [...].
 CAPITULO III
DAS ATTRIBUIÇÕES DA JUNTA CENTRAL DE HYGIENE PUBLICA
§ 2º Investigar e indicar todas as providencias necessárias para melhorar as condições hygienicas da cidade no tocante a limpeza, esgotos, irrigação, deseccamento de pantanos, abastecimento d'agua etc. [...]
§ 4º Ter sob sua vigilancia os estabelecimentos publicos e particulares que requerem cuidados especiaes, como sejam: prisões, quarteis, arsenaes, officinas, theatros, collegios, asylos, hospitaes, casas de saude, de maternidade e de banhos, hoteis e estalagens (quaesquer que sejam suas disposições e denominação), dormitorios publicos e em geral todos os estabelecimentos onde houver agglomeração de indivíduos [...].
Na prática
Referência:
DECRETO no 8387, 1882. Coleção de Leis do Império do Brasil – 1882, p. 97, Vol. 1 pt II (Publicação Original). Disponível em: https://cutt.ly/xJboX04 Acesso em: 28 abr. 2022.
[...] 
CAPITULO VIII
DA POLICIA SANITARIA
    Art. 76. A Junta Central de Hygiene Publica, as Juntas e os Inspectores provinciaes, as Commissões sanitarias e os Delegados terão o maior cuidado em investigar as causas de insalubridade de qualquer logar que esteja sob sua jurisdicção e observar o curso das molestias reinantes; inspeccionarão com o maior escrupulo as substancias alimentares expostas á venda; visitarão em épocas incertas as boticas assim de particulares, como de corporações, os aqueductos, os logares em que se preprararem drogas e quaesquer substancias destinadas á alimentação, e em geral todos os estabelecimentos dos quaes possa provir damno á saude publica [...]. (DECRETO Nº 8387, 1882 - Grafia original).
Na prática
Referência:
DECRETO no 8387, 1882. Coleção de Leis do Império do Brasil – 1882, p. 97, Vol. 1 pt II (Publicação Original). Disponível em: https://cutt.ly/xJboX04 Acesso em: 28 abr. 2022.
FONTE 4: a criação de territórios do lixo como expressão da segregação espacial
“O primeiro grande território do lixo distante do núcleo central da cidade foi o vazadouro da Ilha de Sapucaia, criado em 1865. A ilha tinha 440.000 metros quadrados estava localizada na Baía de Guanabara e foi considerada a grande solução para os problemas com o lixo, principalmente após o crescimento da população em 1870. Mesmo sendo a primeira, e aparentemente eficaz solução para o lixo, os problemas na cidade continuavam porque as pessoas ainda faziam o despejo aleatório dos resíduos, e quando o mau tempo e as ressacas na Baía de Guanabara não permitiam o transporte dos resíduos para o vazadouro na ilha, eles eram amontoados nos armazéns e nas pontes espalhadas pela cidade. Por isso foram mantidos ou criados vazadouros pela cidade, tanto nos subúrbios como na zona sul da cidade". (MACHADO, 2012). 
Na prática
Referência:
RODRIGUES, M.da S. F.; MIRANDA, A. C. História Ambiental: o saneamento da cidade do Rio de Janeiro. REVISTA PRÁXIS. Ano VI, no 11, Junho de 2014. Disponível em: https://cutt.ly/Qwh1AeMO Acesso em: 22 ago. 2023.
"Quando o lixo não podia ser transportado para a Ilha de Sapucaia era removido para terrenos dos bairros de Botafogo, São Cristóvão e Lagoa. [...] havia várias reclamações da população e dos médicos higienistas nos jornais da época contra esses aterros e as péssimas condições de higiene das pontes. 
Na década de 1920, Botafogo e Lagoa são completamente incorporados à área nobre da cidade, sendo os vazadouros e as pontes que aí existiam  desativados, pois essas áreas entraram em processo de intensa especulação imobiliária. O transporte dos resíduos sólidos urbanos para o vazadouro localizado na Ilha de Sapucaia era feito por meio de saveiros. Os resíduos eram levados pelas carroças da limpeza pública ou por carroças particulares para as pontes espalhadas pela cidade depois eram despejados em Saveiros que transportavam o material até o vazadouro. As pontes foram construídas em vários bairros, mas com o passar do tempo e a valorização de alguns bairros elas foram sendo reduzidas e na década de 1920 só existiam três pontes: uma em Botafogo, outra em São Cristóvão e ainda uma na Gamboa”. (MACHADO, 2012). 
Referência:
RODRIGUES, M. da S. F.; MIRANDA, A. C. História Ambiental: o saneamento da cidade do Rio de Janeiro. REVISTA PRÁXIS. Ano VI, no 11, Junho de 2014. Disponível em:https://cutt.ly/Qwh1AeMO Acesso em: 22 ago. 2023.
*A Ilha de Sapucaia foi uma das várias ilhas da Baía de Guanabara integradas por aterramentos entre 1949 e 1952 no Rio de Janeiro. Hoje, forma uma única ilha que abriga a Cidade Universitária, o principal Campus da UFRJ (Ilha do Fundão, região administrativa da Ilha do Governador).
FONTE 5: descarga de lixo (resíduos sólidos) em São Cristóvão 
Ponte de descarga de lixo em 1928, período da Primeira República.
 São Cristóvão – Rio de Janeiro. Fotografias de Augusto Malta.
Imagens:
Ponte de descarga de lixo em 1928, período da Primeira República. São Cristóvão – Rio de Janeiro. Fotografias de Augusto Malta. Disponíveis em: https://cutt.ly/uwh2icQM ; https://cutt.ly/bwh2iLv3 Acesso em: 22 ago. 2023.
as políticas públicas do Império brasileiro em relação aos descartes do lixo (resíduos sólidos) e ao saneamento básico, explicitados nas fontes 1 e 3; 
os serviços prestados pela empresa de Aleixo Gary e o Decreto de 1882, relacionando-os à crítica apresentada pela charge da Revista O mosquito de 1876; 
os descartes de resíduos na cidade do Rio de Janeiro para o processo de urbanização e de valorização de determinadas regiões em desfavor de áreas periféricas e o que isso representou para população.
Com suas anotações, após a leitura das fontes ABORDAR:
Na prática
Correção
Na primeira metade do século XIX, as políticas governamentais atuavam em intervenções pontuais em relação às políticas de saneamento e limpeza urbanas, com instituições específicas praticamente ausentes, com exceção do órgão de Inspeção de Obras Públicas, já que até 1825 as questões “urbanas”, que incluíam problemas sanitários, eram de responsabilidade da polícia. Após o Decreto no 828, de 29 de setembro de 1851, que instituiu a Junta de Higiene e regulamentou o serviço de saúde pública, o governo imperial passou a dar maior visibilidade à questão, com o apoio do discurso médico higienista diante das epidemias em diferentes regiões brasileiras, o que levou à abertura de concorrência pública para a criação de uma rede de esgotos.        
IMPORTANTE DESTACAR:
Na prática
Correção
Sendo uma das primeiras cidades a receber um sistema de esgotamento sanitário e abastecimento de águas, o Rio de Janeiro, apesar dos “contratempos” iniciais em suas concessões, teve como iniciativa governamental mais efetiva a contratação da empresa de capital inglês, a The Rio de Janeiro City Improvements Company, Limited. Na charge da Revista “O mosquito” (1876), do mesmo ano de contratação da empresa de Aleixo Gary, é possível identificar a crítica do periódico acerca dos serviços que “deveriam” ser oferecidos pela City, como varredores, carroças de coleta de resíduos/lixo das ruas. Assim sendo, a imprensa passa a criticar os serviços prestados, as suas tarifas e o governo que, posteriormente, revoga o Decreto de 1851 e institui o de 1882 (Fonte 3), com propostas de melhorias de infraestrutura, de aterramentos de pântanos, distribuição de água para as residências, assim como o controle e vigilância de estabelecimentos públicos e particulares. 
Na prática
*Câmara dos Deputados. Decreto no 828, de 29 de setembro de 1851. Disponível em: https://cutt.ly/DJbpf5u Acesso em: 22 ago. 2023. 
Correção
Nesse sentido, é importante ressaltar as desigualdades de acesso aos serviços, assim como os “desenhos” das instituições públicas, seus investimentos e a quem serviram, além da questão do controle social em relação à população mais pobre e seus “modos de vida” e práticas que não correspondiam aos ideais higiênicos e civilizados. Lembrando que o inspetor de obras públicas no contexto foi Pereira Passos, responsável pelas reformas urbanas denominadas “bota abaixo” entre os anos de 1903-1906. No que concerne às fotografias de alguns dos serviços iniciados pela City e que revelam permanências até meados do século XX, ainda que por meio de gestão direta do estado, a Inspetoria de Águas e Esgoto, é possível observar as práticas utilizadas na limpeza urbana, no descarte dos resíduos e os problemas que a cidade ainda enfrentava. 
Na prática
Correção
A manutenção dos vazadouros espalhados pela cidade, principalmente na Baía de Guanabara, foi transformada em lixão/vazadouro da Ilha de Sapucaia, que partia de pontos estratégicos de recolhimento de resíduos e transportados por meio de barcos. A ilha recebeu os resíduos da cidade até 1949. O processo de urbanização e saneamento trouxe a valorização de determinados bairros da cidade, atualmente regiões nobres do Rio de Janeiro, que geraram a necessidade da resolução de problemas concernentes aos resíduos, notadamente modernizando determinados espaços e segregando para regiões periféricas os "restos", acentuando as desigualdades sociais, que até hoje se mostram na falta de saneamento, de políticas eficientes de descarte de resíduos e condições adequadas de habitação para grande parte da população.
Na prática
Revisando: saneamento básico é o conjunto de serviços públicos, infraestruturas e instalações operacionais de:
Abastecimento de água potável
Constituído pelas atividades desde a captação até as ligações prediais e os seus instrumentos de medição.
Limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos
Constituídos pelas atividades de coleta, varrição manual e mecanizada, asseio e conservação urbana, transporte, transbordo, tratamento e destinação final ambientalmente adequada dos resíduos sólidos domiciliares e dos resíduos de limpeza urbana.
Drenagem e manejo das águas pluviais urbanas
Constituídos pelas atividades de drenagem de águas pluviais, transporte, detenção ou retenção para o amortecimento de vazões de cheias, tratamento e disposição final das águas pluviais drenadas.
Esgotamento sanitário
Constituído pelas atividades de coleta, transporte, tratamento e disposição final adequada dos esgotos sanitários, desde as ligações prediais até a sua destinação final para produção de água de reúso ou o seu lançamento de forma adequada no meio ambiente.
Aplicando
Referência:
Infográfico/Dados. Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico. Disponível em: https://cutt.ly/kwh9OOOY Acesso em: 22 ago. 2023.
Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico.
https://www.gov.br/ana/pt-br/assuntos/saneamento-basico
Analise as condições dos municípios atendidos pelo manejo de resíduos sólidos urbanos na região sudeste (sua cidade, por exemplo), problematizando as dificuldades para o acesso e a prestação do serviço público de saneamento básico para toda a população.
Sistema Nacional de Informações sobre a Gestão dos Resíduos Sólidos (Sinir). 
https://sinir.gov.br/ 
Aplicando
Referências:
Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico. Disponível em: https://cutt.ly/1wQUbAjd Acesso em: 22 ago. 2023.
Sistema Nacional de Informações sobre a Gestão dos Resíduos Sólidos (Sinir). Disponível em: https://cutt.ly/5wQUb1oy Acesso em: 22 ago. 2023.
Analisamos as primeiras políticas públicas de limpeza urbana empregadas por Aleixo Gary e os projetos de saneamento da City no Rio de Janeiro do século XIX;
Problematizamos as políticas de saneamento como um espaço de privilégio; 
Refletimos criticamente sobre as permanências das desigualdades de acesso à infraestrutura que ainda persistem na sociedade contemporânea.
O que aprendemos hoje?
Tarefa SP
Localizador: 102065
Professor, para visualizar a tarefa da aula, acesse com seu login: tarefas.cmsp.educacao.sp.gov.br
Clique em “Atividades” e, em seguida, em “Modelos”.
Em “Buscar por”, selecione a opção “Localizador”.
Copie o localizador acima e cole no campo de busca.
Clique em “Procurar”. 
Videotutorial: http://tarefasp.educacao.sp.gov.br/
29
Slides 4 a 6 – Biblioteca Nacional. De onde vem a palavra gari? Hoje é o dia dele. Por Rodrigo Basile, mai. 2020. Disponível em: https://cutt.ly/5whHaMSg Acesso em: 21 ago. 2023.
Slide 7 – Arquivo Nacional. Memórias da Administração Pública Brasileira. Engenheiro/Repartição Fiscal do Governo junto a “The Rio de Janeiro City Improvements Company”. Por Angélica RicciCamargo. Jun. 2018. Disponível em: https://cutt.ly/7wh1bm5l Acesso em: 14 out. 2023.
Slides 10 e 11 – RODRIGUES, M. da S. F.; MIRANDA, A. C. História Ambiental: o saneamento da cidade do Rio de Janeiro. REVISTA PRÁXIS. Ano VI, no 11, Junho de 2014. Disponível em: https://cutt.ly/Qwh1AeMO Acesso em: 22 ago. 2023.
Slides 13 e 14 – EIGENHEER, E. M. Lixo: a limpeza urbana através dos tempos. [Recurso Digital], 2009. p. 102. Disponível em: https://cutt.ly/zJbuN4y Acesso em: 18 abr. 2022.
Slide 15 – Revista O mosquito, Rio de Janeiro, n. 0036. “Lamúrias” por Bordalho Pinheiro, 1876. p. 04. [Imagem adaptada]. Biblioteca Nacional Digital. Disponível em: https://cutt.ly/iJboEjL Acesso em: 18 ago. 2023.
Referências
Slides 16 e 17 – DECRETO no 8387, 1882. Coleção de Leis do Império do Brasil – 1882, p. 97, Vol. 1 pt II (Publicação Original). Disponível em: https://cutt.ly/xJboX04 Acesso em: 28 abr. 2022.
Slides 18 e 19 – RODRIGUES, M. da S. F.; MIRANDA, A. C. História Ambiental: o saneamento da cidade do Rio de Janeiro. REVISTA PRÁXIS. Ano VI, no 11, Junho de 2014. Disponível em: https://cutt.ly/Qwh1AeMO Acesso em: 22 ago. 2023.
Slide 26 – Infográfico/Dados. Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico. Disponível em: https://cutt.ly/kwh9OOOY Acesso em: 22 ago. 2023.
Slide 27 – Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico. Disponível em: https://cutt.ly/1wQUbAjd Acesso em: 22 ago. 2023.
Sistema Nacional de Informações sobre a Gestão dos Resíduos Sólidos (Sinir). Disponível em: https://cutt.ly/5wQUb1oy Acesso em: 22 ago. 2023.
LEMOV, Doug. Aula nota 10 3.0: 63 técnicas para melhorar a gestão da sala de aula. Porto Alegre: Penso, 2023. 
Referências
Lista de imagens e vídeos
Slide 3 – Agência Brasil/Comlurb. Disponíveis em: https://cutt.ly/Ewh2UCnv ; https://cutt.ly/2wh2IhcT Acesso em: 22 ago. 2023.
Slide 4 – Modelos de veículos da Aleixo Gary (1884) para limpeza urbana (Recorte da imagem). Arquivo Nacional. Disponível em: https://cutt.ly/jwhHsInM Acesso em: 21 ago. 2023.
Slide 5 – Contrato do Império com Aleixo Gary para a limpeza das cidades de Rio de Janeiro e Guanabara. Disponível em: https://cutt.ly/mwhHz9km Acesso em: 21 ago. 2023.
Slide 7 – Litografia. Henrique Fleiuss, Revista Semana Illustrada no 05, 1861. Acervo Fundação Biblioteca Nacional. Disponível em: https://cutt.ly/BJbitSR Acesso em: 14 out. 2023.
Slide 8 – Brasiliana Fotográfica. Rio de Janeiro City Improvements Company Limited. Canos e canalização - Canteiros de obras - Rio de Janeiro (RJ). ca. 1860. H. Klumb. Disponível em: https://cutt.ly/mwhShmyO Acesso em: 21 ago. 2023.
Referências
Lista de imagens e vídeos
Slide 8 – Brasiliana Fotográfica. Rio de Janeiro City Improvements Company Limited. Canos e canalização - Canteiros de obras - Rio de Janeiro (RJ). ca. 1860. H. Klumb. Disponível em: https://cutt.ly/mwhShmyO Acesso em: 21 ago. 2023.
Slide 9 – Biblioteca Nacional Digital. Rio de Janeiro City Improvements Company Limited. Canteiros de obras nos distritos do Rio de Janeiro (RJ). ca. 1860. H. Klumb. Disponível em: https://cutt.ly/Jwh1n2Bt Acesso em: 21 ago. 2023.
Slide 10 – RODRIGUES, M. da S. F.; MIRANDA, A. C. História Ambiental: o saneamento da cidade do Rio de Janeiro. REVISTA PRÁXIS. Ano VI, no 11, Junho de 2014. Disponível em: https://cutt.ly/Qwh1AeMO Acesso em: 22 ago. 2023.
Slide 20 – Ponte de descarga de lixo, em 1928, período da Primeira República. São Cristóvão – Rio de Janeiro. Fotografias de Augusto Malta. Disponíveis em: https://cutt.ly/uwh2icQM ; https://cutt.ly/bwh2iLv3 Acesso em: 22 ago. 2023.
Gifs e imagens ilustrativas elaboradas especialmente para este material a partir do Canvas. Disponível em: https://www.canva.com/pt_br/ Acesso em: 16 ago. 2023.
Referências
Material 
Digital

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