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PROFESSOR: BRUNO BICA, ME. Estrutura de concreto ESTRUTURAS DE CONCRETO AULA 03: ELEMENTOS ESTRUTURAIS E ESTADOS LIMITES PILARES VIGAS LAJES ELEMENTOS DE FUNDAÇÃO SISTEMAS ESTRUTURAIS EM CONCRETO ESTAODS LIMITES 1. 2. 3. 4. 5. 6. PILARES São elementos lineares de eixo reto, comumente disposto na vertical, em que as forças normais de compressão são geralmente preponderantes. As ações atuantes sobre os pilares são transferidas aos elementos de fundação ou a outros elementos de apoio. PILARES Dimensão mínima (item 13.2.3 da NBR 6118): 19cm (qualquer que seja sua forma) até 12 cm ⇒ majoração por γn γn = 1,95 − 0,05.b b = menor dimensão em cm Observações: Dimensões maiores que as mínimas podem ser requeridas Facilidade de execução: Concretagem, colocação de armaduras, interseções viga-pilar Área mínima da seção bruta = 360cm2 (item 13.2.3 da NBR 6118) Menor dimensão: Muitas vezes decidida em função da arquitetura Maior dimensão: Em função das cargas verticais (estimadas) (Processo das áreas de influência) PILARES NBR 6118 VIGAS Elementos em forma de barras normalmente retas e horizontais, sujeitas predominantemente á flexão. A viga tem como função vencer vãos, onde sob essa é totalmente livre e aproveitável, caracterizada de forma a receber as ações provenientes de outros elementos como lajes, outras vigas, paredes de alvenaria, etc. e transferi-las para os elementos de apoio (pilares) VIGAS As ações são geralmente perpendicularmente ao seu eixo longitudinal, podendo ser concentradas ou distribuídas. VIGAS VIGAS A altura máxima da seção da viga em edifícios está condicionada ao pé-direito Para vão em torno de 6,0m e pé-direito de 2,80m (edifícios usuais) Largura da seção (bw: nervura): Em geral, definida pelo projeto arquitetônico e pelos materiais e técnicas utilizados pela construtora (espessura alvenaria; blocos, tijolos) VIGAS Larguras mínimas segundo a NBR 6118 (item 13.2.2): 12cm para vigas 15cm para vigas-parede Limites podem ser reduzidos a 10 cm em casos excepcionais Entretanto, deve-se respeitar: Cobrimento mínimo (c) Espaçamento mínimo entre barras (ah) Algumas contas de situações comuns c = 3,0cm φt = 5,0mm de diâmetro 3φ12,5mm ah = 2,5cm LAJES São elementos laminares (planos), onde são aplicadas cargas predominantemente normais, distribuídas de maneira uniforme sobre sua superfície (peso próprio, revestimento de piso, etc.), também pode ocorrer cargas distribuídas linearmente (paredes) e pontualmente (pilares apoiados na laje). As reações provenientes destas cargas são transmitidas para as vigas de apoio nas bordas da laje, mas em caos específicos podem ser transmitidas diretamente aos pilares. Os tipos de lajes mais usuais são: maciça, nervurada, lisa e cogumelo. Lajes maciças são aquelas onde toda a espessura é composta por concreto, contendo armaduras longitudinais de flexão e eventualmente armaduras transversais, e apoiadas em vigas ou paredes ao longo das bordas. Lajes com bordas livres são casos particulares das lajes apoiadas nas bordas. LAJES MACIÇAS Lajes lisa e cogumelo também são lajes maciças, pois toda a espessura é composta por concreto e aço, mas no Brasil, usa-se o termo “maciça” para lajes que se apoiam somente em vigas ou em paredes, ou seja, lajes que são apoiadas em suas bordas A existência de muitas vigas torna a obra mais cara devido à existência de muitas fôrmas recortadas, que aumenta o consumo de madeira e reduz o reaproveitamento. Em contrapartida ao custo ocasionado pela grande quantidade de fôrmas, o maior número d vigas aumenta o número de pórticos, aumentando a rigidez do edifício. LAJES MACIÇAS "Painel" de lajes maciças A NBR 6118/03 (item 14.7.8) define “Lajes-cogumelo são lajes apoiadas diretamente sobre pilares com capitéis, enquanto as lajes lisas são apoiadas nos pilares sem capitéis”. LAJES COGUMELO A grande vantagem das lajes cogumelos e lisas é a ausência de vigas, que permite uma maior liberdade no layout do pavimento, além de economia de fôrmas e tempo de execução. Mas lajes sem vigas exigem uma maior espessura se comparadas às lajes maciças LAJES COGUMELO A diferença básica entre lajes lisas e lajes cogumelo é a existencia do capitel: Capitel é a região nas adjacências dos pilares onde a espessura da laje é aumentada com o objetivo de aumentar a sua capacidade resistente nessa região de alta concentração de esforços cortantes e de flexão. A NBR6118/03 (item 14.7.7) define laje nervurada como “as lajes moldadas no local ou com nervuras pré-moldadas, cuja zona de tração para momentos positivos está localizada nas nervuras entre as quais pode ser colocado material inerte”. LAJES NERVURADA Quando o vão livre de uma laje é grande pode ser antieconômico o emprego de lajes maciças, pois nesse caso a espessura de laje necessária para garantir pequenas deformações será grande. Como em estruturas de concreto armado o papel do aço é resistir aos esforços de tração, o concreto submetido à tração não tem função estrutural, serve apenas para proteger e manter a armadura tracionada em sua posição e garantir a altura útil da laje. LAJES NERVURADA O concreto atua então como material inerte e, consequentemente, com grande peso próprio, podendo ser retirado ou substituído por outros tipos materiais inertes com menor peso próprio. A ausência de grande parte do concreto tracionado desloca o CG (centro de gravidade - por onde passa a linha de influência), fazendo com que se acumulem as tensões de compressão na parte inferior ou superior da laje, dependendo do sinal do momento fletor ao qual a seção da laje está submetida LAJES NERVURADA LAJES NERVURADA Moldes reaproveitáveis LAJES NERVURADA As fôrmas perdidas são aquelas que ao serem usadas, permanecem na laje, como material inerte ou de enchimento. As resistências destes materiais não são consideradas, ou seja, não contribuem para aumentar a resistência da laje nervurada. Em geral utilizam-se blocos cujo material apresenta baixo peso próprio e boa resistência. Os mais comuns são blocos de EPS (isopor), blocos de cimento celular autoclavado e blocos cerâmicos, amplamente empregados em lajes nervuradas sobre vigotas pré- fabricadas. Fôrmas perdidas LAJES NERVURADA Concreto celular Fôrmas perdidas Bloco de EPS LAJES NERVURADA Segundo o item 13.2.4.2 da NBR 6118: A espessura da mesa, quando não houver tubulações horizontais embutidas deve ser maior ou igual a 1/15 da distância entre nervuras e não menor que 3 cm O valor mínimo absoluto deve ser 4 cm, quando exisiterem tubulações embutidas de diâmetro máximo de 12,5 mm. A espessura das nervuras deve ser maior ou igual a 5 cm. LAJES COM VIGOTAS PRÉ-FABRICADAS As lajes com vigotas podem ser definidas basicamente como lajes nervuradas construídas com elementos pré-moldados, popularmente chamados de vigotas ou trilhos. São formadas por nervuras principais resistentes, por elementos leves de enchimento (tijolos cerâmicos, por exemplo) que são colocados entre as nervuras e por uma capa superior de concreto. Existem basicamente dois tipos de lajes com vigotas. As lajes convencionais e as lajes treliçadas. LAJES COM VIGOTAS PRÉ-FABRICADAS A armadura das vigotas treliçadas é constituída por duas barras de aço inferiores (espaçadas entre si normalmente de 8 cm), necessárias para resistir aos momentos fletores positivos, e uma superior que não é considerada nos cálculos das lajes, sendo apenas empregada por facilidade de fabricação e, também, para ajudar a evitar fissuras no transporte do elemento. LAJES COM VIGOTAS PRÉ-FABRICADAS Ligando as barras dos banzos inferior e superior existem diagonais a eles soldadas igualmente espaçadas (em geral passo de 20 cm), formando a treliça. As treliças têm uma altura (H) que varia de 70 a 250 mm e comprimento (L) praticamente limitado por questões de transporte. As barras do banzo superior têm diâmetros que variam de 6,0 a 12,5 mm e as do banzo inferior de 3,4 a 6,0 mm. As diagonaisdas treliças podem funcionar como armadura transversal, e proporcionam uma excelente ligação entre o concreto pré-moldado das vigotas e o concreto moldado no local LAJES COM VIGOTAS PRÉ-FABRICADAS LAJES As ações são comumente perpendiculares ao plano da laje, podendo ser divididas em: distribuídas na área (peso próprio, revestimento de piso, etc.), distribuídas linearmente (paredes) ou forças concentradas (pilar apoiado sobre a laje). As ações são geralmente transmitidas para as vigas de apoio nas bordas da laje, mas eventualmente também podem ser transmitidas diretamente aos pilares LAJES A espessura da laje (h) pode ser estimada por: LAJES LAJES Espessuras mínimas em função do uso da laje (NBR 6118:14 no item 13.2.4). Para as lajes maciças, os limites mínimos de espessura prescritos pela norma são: a) 5 cm para cobertura não em balanço; b) 7 cm para lajes de piso não em balanço; c) 10 cm para lajes em balanço; d) 10 cm para la jes que suportem veículos de peso to tal menor ou igual a 30 kN; e) 12 cm para lajes que suportem veículos de peso total maior que 30 kN; f) 15 cm para l ajes com protensão apo iadas em vi gas, com o mínimo de l/42 para lajes de piso biapoiadas e l/50 para lajes de piso contínuas; g) 16 cm para lajes lisas e 14 cm para lajes-cogumelo, fora do capitel LAJES ELEMENTOS DE FUNDAÇÃO Tubulão e bloco de fundação Os blocos de fundação são utilizados para receber as ações dos pilares e transmití-las ao solo, diretamente ou através de estacas ou tubulões. Estacas são elementos destinados a transmitir as ações ao solo, por meio do atrito ao longo da superfície de contato e pelo apoio da ponta inferior no solo. Os blocos sobre estacas podem ser para 1,2,3, e teoricamente para n estacas. Há uma infinidade de tipos diferentes de estacas, cada qual com finalidades específicas, sendo objeto de estudo na disciplina - Fundações. ELEMENTOS DE FUNDAÇÃO Tubulão e bloco de fundação Tubulões são também elementos destinados a transmitir as ações diretamente ao solo, por meio do atrito do fuste com o solo e da superfície da base ELEMENTOS DE FUNDAÇÃO Tubulão: esquema e escavação ELEMENTOS DE FUNDAÇÃO Pilar apoiado em um bloco de fundação; Estacas pré-moldadas para apoio de umbloco ELEMENTOS DE FUNDAÇÃO Sapata As sapatas recebem as ações dos pilares e as transmitem diretamente ao solo. Podem ser localizadas ou isoladas, conjuntas ou corridas. As sapatas isoladas servem de apoio para apenas um pilar. As sapatas conjuntas servem para a transmissão simultânea do carregamento de dois ou mais pilares e as sapatas corridas têm este nome porque são dispostas ao longo de todo o comprimento do elemento que lhe aplica o carregamento, geralmente paredes de alvenaria ou de concreto. São comuns em construções de pequeno porte onde o solo tem boa capacidade de suporte de carga a baixas profundidades. ELEMENTOS DE FUNDAÇÃO Sapata Sapata Isolada Sapata Corrida ELEMENTOS DE FUNDAÇÃO Sapata Sapata Isolada Métodos de Cálculo Nas fases de dimensionamento e detalhamento, utiliza-se, além dos conhecimentos de análise estrutural e resistência dos materiais, grande número de regras e recomendações: critérios de garantia de segurança; padrões de testes para caracterização dos materiais e limites dos valores de características mecânicas; definição de níveis de carga que representem a situação mais desfavorável; limites de tolerâncias para imperfeições na execução; regras construtivas. Estados Limites Um estado limite ocorre sempre que a estrutura deixa de satisfazer um de seus objetivos Estado Limite último Estado Limite de Serviço ou utilização Os estados limites últimos estão associados à ocorrência de cargas excessivas e consequente colapso da estrutura!!! Estado Limite último Fachada do edifício que desabou em Miami Beach, nos EUA, Os estados limites últimos estão associados à ocorrência de cargas excessivas e consequente colapso da estrutura!!! Estado Limite último Estado Limite último Os estados limites últimos estão associados associados a cargas em serviço, incluindo: Estado Limite de utilização Os estados limites últimos estão associados associados a cargas em serviço Estado Limite de utilização Os estados limites últimos estão associados associados a cargas em serviço Estado Limite de utilização O que são ações? A DEFINIÇÃO SEGUNDO A NBR 6118/2014 São qualquer influência, ou seu conjunto, capaz de produzir um estado de tensão ou de deformação em uma estrutura. AS AÇÕES PODEM SER: Permanentes Variáveis Excepcionais A ANÁLISE ESTRUTURAL devem ser consideradas a influência de todas as ações que possam produzir efeitos significativo para a segurança da estrutura em exame,. Ações Permanentes DIRETAS Valores praticamente constantes durante a vida útil da construção. Devem ser consideradas seus valores representativos mais desfavoráveis visando a segurança. INDIRETAS Retração e fluência do concreto, deslocamento de apoios, imperfeições geométricas. Ações Variáveis DIRETAS São as cargas que podem atuar sobre as estruturas em função do seu uso ou cargas de fatores externos. Ações Excepcionais Ataque terrorista, terremoto no Brasil. Variações de temperatura e ações dinâmicas. INDIRETAS Aplicação (NBR 6120/2019) PERMANENTE VARIÁVEIS DE UTILIZAÇÃO A garantia de segurança no método dos estados limites é traduzida pela equação de conformidade, para cada seção da estrutura Baseia-se na aplicação de coeficientes de segurança tanto às ações nominais quanto às resistências nominais Método dos estados limites Os coeficientes y de majoração das cargas (ou ações), e ym de redução da resistência interna, refletem as variabilidades dos valores característicos dos diversos carregamentos e das propriedades mecânicas do material e outros fatores como discrepâncias entre o modelo estrutural e o sistema real. Trata- se de um método que considera as incertezas de forma mais racional. Método dos estados limites Os esforços e deformações devem ser menores que determinados valores limites, satisfazendo a inequação: Método dos estados limites Onde Sd é definida por uma combinação de carregamentos em que os esforços nominais são majorados! Combinações normais e construtivas Onde Combinações excepcionais Onde Exemplo de aplicação (Exemplo 3) Vamos calcular os esforços atuante em uma estrutura de concreto armado Peso próprio da estrutura = 1,2 kN (permanente) Peso próprio de elementos construtivos = 2,00 kN (permanente) Vento de sobrepressão = 1,45 kN (variável) Sobrecarga variável = 1,15 kN (variável) Calcular o esforço normal solicitante de projeto para a combinação normal de ações Exemplo de aplicação (Exemplo 3) 1º Combinação PESO PROPRIO 1 + PESO PRÓPRIO 2 + SOBRECARGA + VENTO DE SOBREPRESSÃO Ação principal Ação SecundáriaAções permanentes (sempre presentes) Sd1 = 1,4 x 1,20 + 1,5 x 2,00 + 1,5 x 1,15 + 1,40 x 0,60 x 1,45 Sd1 = 7,62 kN Ação principal Ação SecundáriaAções permanentes (sempre presentes) Sd2 = 1,4 x 1,20 + 1,5 x 2,00 + 1,4 x 1,45 + 1,50 x 0,50 x 1,15 Sd2 = 7,57 kN Exemplo de aplicação (Exemplo 3) 2º Combinação PESO PROPRIO 1 + PESO PRÓPRIO 2 + VENTO DE SOBREPRESSÃO + SOBRECARGA Exemplo de aplicação (Exemplo 3) Combinações calculadas: Sd1 = 7,62 kN Sd2 = 7,57 kN Exemplo de aplicação (Exemplo 4) Vamos considerar uma diagonal de treliça de telhado sujeita aos esforços normais de tração devido aos seguintes carregamentos: Peso próprio da treliça e cobertura = 1,4 kN Peso próprio de elementos construtivos = 2,30 kN Vento de sobrepressão = 0,95 kN Sobrecarga variável (biblioteca) = 3,15 kN Calcular o esforço normal solicitante de projeto para a combinação normal de ações
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