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Resíduos de Serviço de Saúde

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e-Tec Brasil45
Aula 8 - Resíduos de Serviço de 
Saúde
Igualmente, como ocorre com os resíduos industriais, os estabelecimentos 
de saúde, que por falta de um programa eficiente de gestão de 
resíduos, acabam por misturá-los aos resíduos sólidos urbanos comuns e 
colocam em risco toda a população de uma determinada área, seja pela 
contaminação de microrganismos ou substâncias tóxicas utilizadas no 
tratamento de doenças.
O resíduo de saúde, devido às suas peculiaridades, possui regulamento 
próprio no que concerne à classificação, acondicionamento, tratamento 
e disposição final.
Nesta aula, abordaremos os principais conceitos sobre os Resíduos de 
Serviço de Saúde (RSS).
8.1 Resíduos de Serviço de Saúde
A Resolução da Diretoria Colegiada – RDC No 306 de 7 de dezembro de 2004, 
da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), Dispõe sobre o Regula-
mento Técnico para o gerenciamento de resíduos de serviços de saúde.
Figura 8.1: Resíduos de serviços de saúde
Fonte: http://1.bp.blogspot.com/-1UMugKYMGeQ/T2TgOLtARDI/AAAAAA-
AAE74/rvJK94l9XoI/s1600/saude.jpg
	
  
A atividade hospitalar gera diversos tipos de resíduos, normalmente em 
grande volume, inerente à variedade de atividades que se desenvolvem, o 
que provoca grande preocupação aos seus gestores, aos órgãos ambientais 
e aos de saúde pública, devido ao grande risco de contaminação.
As instituições geradoras de Resíduos de Serviços de Saúde – RSS nem sem-
pre tomam providências com relação aos resíduos gerados diariamente nas 
mais diversas atividades desenvolvidas dentro das unidades. 
Muitos se limitam a encaminhar seus resíduos para sistemas de coleta espe-
cial dos Departamentos de Limpeza Municipais. Outros lançam clandestina-
mente em lixões ou incineram a totalidade dos resíduos.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA define como geradores 
de RSS todos os serviços relacionados com o atendimento à saúde humana 
ou animal, inclusive os serviços de assistência domiciliar e de trabalhos de 
campo; laboratórios analíticos de produtos para saúde; necrotérios, funerá-
rias e serviços onde se realizem atividades de embalsamamento (tanatopra-
xia ou somatoconservação); serviços de medicina legal; drogarias e farmá-
cias inclusive as de manipulação; estabelecimentos de ensino e pesquisa na 
área de saúde; centros de controle de zoonoses; distribuidores de produtos 
farmacêuticos, importadores, distribuidores e produtores de materiais e con-
troles para diagnóstico in vitro; unidades móveis de atendimento à saúde; 
serviços de acupuntura; serviços de tatuagem, dentre outros similares. 
Os profissionais habilitados a trabalhar com os resíduos de saúde devem 
estar familiarizados com alguns conceitos, de acordo com a RDC 306/2004 
da ANVISA: 
MANEJO - O manejo dos RSS é entendido como a ação de gerenciar os re-
síduos em seus aspectos intra e extra estabelecimento, desde a geração até 
a disposição final, incluindo as seguintes etapas: 
SEGREGAÇÃO - Consiste na separação dos resíduos no momento e local de 
sua geração, de acordo com as características físicas, químicas, biológicas, o 
seu estado físico e os riscos envolvidos. 
ACONDICIONAMENTO - Consiste no ato de embalar os resíduos segrega-
dos, em sacos ou recipientes que evitem vazamentos e resistam às ações de 
punctura e ruptura. A capacidade dos recipientes de acondicionamento deve 
ser compatível com a geração diária de cada tipo de resíduo. 
IDENTIFICAÇÃO - Consiste no conjunto de medidas que permite o reconhe-
cimento dos resíduos contidos nos sacos e recipientes, fornecendo informa-
ções ao correto manejo dos RSS. 
Tanatopraxia ou 
Somatoconservação: 
Conservação dos tecidos de 
cadáveres.
Gerenciamento de Resíduose-Tec Brasil 46
e-Tec Brasil47Aula 8 - Resíduos de Serviço de Saúde
TRANSPORTE INTERNO - Consiste no traslado dos resíduos dos pontos de 
geração até local destinado ao armazenamento temporário ou armazena-
mento externo com a finalidade de apresentação para a coleta. 
ARMAZENAMENTO TEMPORÁRIO - Consiste na guarda temporária dos 
recipientes contendo os resíduos já acondicionados, em local próximo aos 
pontos de geração, visando agilizar a coleta dentro do estabelecimento e 
otimizar o deslocamento entre os pontos geradores e o ponto destinado 
à apresentação para coleta externa. Não poderá ser feito armazenamento 
temporário com disposição direta dos sacos sobre o piso, sendo obrigatória 
a conservação dos sacos em recipientes de acondicionamento. 
TRATAMENTO - Consiste na aplicação de método, técnica ou processo que 
modifique as características dos riscos inerentes aos resíduos, reduzindo ou 
eliminando o risco de contaminação, de acidentes ocupacionais ou de dano 
ao meio ambiente. O tratamento pode ser aplicado no próprio estabeleci-
mento gerador ou em outro estabelecimento, observadas, nestes casos, as 
condições de segurança para o transporte entre o estabelecimento gerador 
e o local do tratamento. Os sistemas para tratamento de resíduos de serviços 
de saúde devem ser objeto de licenciamento ambiental, de acordo com a Re-
solução CONAMA nº. 237/1997 e são passíveis de fiscalização e de controle 
pelos órgãos de vigilância sanitária e de meio ambiente. 
ARMAZENAMENTO EXTERNO - Consiste na guarda dos recipientes de re-
síduos até a realização da etapa de coleta externa, em ambiente exclusivo 
com acesso facilitado para os veículos coletores. 
COLETA E TRANSPORTE EXTERNOS - Consistem na remoção dos RSS do 
abrigo de resíduos (armazenamento externo) até a unidade de tratamento 
ou disposição final, utilizando-se técnicas que garantam a preservação das 
condições de acondicionamento e a integridade dos trabalhadores, da po-
pulação e do meio ambiente, devendo estar de acordo com as orientações 
dos órgãos de limpeza urbana. 
Em nossa próxima aula abordaremos a classificação dos RSS, uma etapa im-
portante no gerenciamento deste tipo de resíduo.
Dica de Livro: Baixa 
gratuitamente a publicação da 
ANVISA: Gerenciamento dos 
Resíduos de Serviço de Saúde: 
http://bvsms.saude.gov.br/
bvs/publicacoes/manual_
gerenciamento_residuos.pdf 
Resumo
Nesta aula estudamos os resíduos hospitalares, ou de serviço de saúde. Tais 
resíduos têm uma legislação própria que trata da segregação, acondiciona-
mento, transporte e destinação final definidos na RDC 306 de 7 de dezem-
bro de 2004, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária; tal resolução traz 
diversos conceitos importantes para o gerenciamento desse tipo de resíduo 
considerado perigoso por apresentar riscos patogênicos à saúde pública e ao 
meio ambiente como um todo.
Atividades de Aprendizagem
1. Verifique nas unidades de saúde próximas da sua casa como é feita a 
segregação de resíduos.
2. Você gera algum tipo de resíduo considerado hospitalar em sua casa? 
Como você providencia o descarte?
Anotações
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