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177Membranas fetais e placenta 10.1.3 Alantoide O alantóide se forma na 2ª semana através de uma evaginação do teto da vesícula vitelínica em direção ao pedículo do embrião. Após os dobramentos do embrião e formação do intestino primitivo, o alantóide assume nova posição no intestino posterior. Assim como a vesícula vitelínica, também o alantoide em embriões humanos não desempenha as fun- ções habitualmente descritas nos livros didá- ticos de embriologia. A função de excreção é típica em embriões de cordados que se formam fora do corpo da mãe, como os répteis e as aves. Sua função em embriões humanos é orientar a formação de vasos sanguíneos extraembrio- nários, que irão constituir os vasos do cordão umbilical, pois quando ocorre o fechamento do corpo do embrião o alantoide fica posicionado dentro do cordão umbilical (Figura 10.3). 10.2 Placenta A placenta (palavra que deriva do latim, em que significa bolo, e do grego, em que significa bolo achatado) é o local fundamental das tro- cas de nutrientes e gases entre a mãe e o feto. A placenta é um órgão maternofetal com dois componentes: uma porção fetal que se origina de parte do cório e uma porção materna que de- riva do endométrio. A parte fetal da placenta é derivada do cório viloso, enquanto que a parte materna é deriva- da de uma porção do endométrio chamada de- cídua basal (Figura 10.4 e 10.5). O cório corresponde ao conjunto formado pelo mesoderma extraembrionário, citotrofo- A Vesícula vitelínica Alantoide B Ectoderma Mesoderma Membrana cloacal Alantoide Pedículo do embrião C Mesoderma Ectoderma Intestino primitivo Cordão umbilical em formação Membrana cloacal Alantoide Figura 10.3 - Representação esquemática da formação do alantoide. Em (A), durante a 2a semana o alantoide se projeta em direção ao pedículo; em (B, C) detalhes da região caudal do embrião evidenciando o alantoide antes e depois do dobramento (Fonte: Moore e Persaud, 2008). 178 Embriologia Humana blasto e sinciciotrofoblasto, estruturas extraembrionárias que se organizam durante a implantação do blastocisto no endométrio. Inicialmente, todo o cório apresenta vilosidades, porém, à medi- da que o embrião cresce apenas na região que formará a placenta mantêm-se as vilosidades. Nas demais regiões, o cório torna-se liso, como mostra a Figura 10.4B. O mesoderma extraembrioná- rio formará vasos sanguíneos no interior das vilosidades do cório ou vilosidades coriônicas. Estes vasos comunicam-se diretamente com os vasos do cordão umbilical (Figura 10.6). A decídua basal é a região do endométrio onde ocorreu a im- plantação do embrião. Após a implantação, o embrião fica com- pletamente imerso no endométrio, que se diferencia ainda em de- cídua capsular e parietal, como mostra a Figura 10.4. A B DC Âmnio Cavidade uterina Decídua basal Âmnio Celoma extraembrionário Vesícula vitelínica Decídua capsular Decídua parietalVagina Cório liso Decídua basal Cório viloso Resquício da vesícula vitelínica PlacentaDecídua basal Cório viloso Resquício da vesícula vitelínica Cavidade uterina Âmnio Cório liso Decídua parietal Figura 10.4 - Representação do desenvolvimento da placenta e das membranas fetais. Note no início do desenvolvimento as vilosidades por todo o cório (A). As vilosidades se desenvolvem mais na região em contato com a decídua basal (cório viloso), enquanto que nas demais regiões as vilosidades regridem (cório liso) (B, C, D) (Fonte: Moore e Persaud, 2008).
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