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Contato: (91) 98353-3688 • samuelsales1@gmail.com 
Endereço: Trav. Paula Marques, número 160, casa 04. Bairro Catedral - CEP 68.371-
055, Altamira/PA. 
 
D A V A I O C A C 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO 
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARÁ 
 
 
URGENTE – RÉU PRESO 
 
Processo originário: 0003027-48.2019.8.14.0005 
Paciente: JOÃO HENRIQUE BENTES DOS SANTOS 
 
 
SAMUEL LIMA SALES JUNIOR, brasileiro, casado, inscrito na OAB/PA n. 20.749, 
com escritório profissional à Travessa Paula Marques, n. 160, Casa 04, Centro, 
Altamira/PA, vem, com respeito e acatamento à presença de Vossa Excelência, com 
fulcro nos artigos 647 e 648 do Código de Processo Penal e artigo 5º, inciso LXVIII 
da Constituição Federal, impetrar a presente ordem de 
HABEAS CORPUS COM PEDIDO DE LIMINAR 
em favor de JOÃO HENRIQUE BENTES DOS SANTOS, brasileiro, solteiro, pintor, 
inscrito no CPF n. º 050.229.712-32, residente e domiciliado à Alameda Deldiele, 
Loteamento Bacana, sem número, Altamira/PA, o que se faz com fundamento nas 
razões de fato e de direito a seguir aduzidas: 
 
 
I. DOS FATOS E DO MÉRITO 
O Paciente, encontra-se segregado na Penitenciária do Município de Altamira, 
por supostamente ter praticado os crimes incursos nos artigos 121 § 2º, II e IV e artigo 
288. Ambos do Código Penal. 
 
 
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Inicialmente foi requerido a revogação da prisão preventiva com o subsequente 
Habeas Corpus a esse egrégio Tribunal, não sendo concedia a liminar deste último, 
ao passo que agora apresentamos novo remédio constitucional em face de nova 
decisão de negando a revogação da prisão em face de patente excesso de prazo 
(doc. Anexo). 
No último dia 02/07/2019, após quase 4 (quatro) meses da prisão em que 
segregou o acusado, ocorreu a primeira a audiência de instrução, afim de apurar o 
suposto crime objeto da denúncia, onde ao final do referido ato foi requisitado pela 
Ilustre representante do Ministério Público que fosse intimada a testemunha 
FABRÍCIO LIMA SOARES, em virtude da mesma não ter sido encontrada 
inicialmente, sendo deferida pelo Nobre Magistrado, designando nova audiência para 
o dia 17 de outubro de 2019. 
Verifica-se assim que da ocorrência da nova audiência, a prisão provisória 
durará quase 7 (sete) meses, com sérios riscos de ultrapassar mais de ano, levando-
se em consideração os prazos para apresentação de alegações finais em sentença, 
sem que o paciente tenha dado causo a tal demora. 
Não há como imputar a referida demora do processamento da culpa por ato do 
réu, já que a requisição de outra oitiva partiu do Ministério Público, bem como, a falta 
de aparelhamento do Judiciário redesignou audiência apenas para o mês de outubro, 
causando sérios prejuízos ao paciente que padecerá com a prisão injusto devido ao 
patente excesso de prazo. 
Nestas condições, Excelência, temos que o prazo máximo previsto para a 
realização de instrução processual encontra-se legal e fatalmente esgotado, gerando 
o constrangimento ilegal sofrido pelo paciente e objeto da presente impetração. 
Ademais, a sistemática processual atual compreende o prazo do inquérito - 10 
(dez) dias, do oferecimento da denúncia - 5 (cinco) dias, a resposta - 10 (dez) dias, 
da marcação de audiência - 60 (sessenta) dias – Ar. 400 CPP, ouvindo-se as partes, 
testemunhas e produzindo demais provas pertinentes e requerendo-se novas 
diligências, alegações finais sucessivas no prazo de 05 (cinco) dias (no caso de 
 
 
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requerimento de diligências – Art. 404 CPP – totalizando 10 dias) e, no caso de 
requerimento de novas diligências, 10 (dez) dias para a prolação da Sentença, o que 
totaliza o prazo possível e total para a instrução e julgamento do processo, de 105 
dias, desta forma, a lesão já está em curso, motivo que o leva a impetrar este pedido 
de habeas corpus, com a devida comprovação, o que demonstra estarem sendo 
desrespeitados os ditames cronológicos estabelecidos pelo Código de Processo 
Penal. 
A infração à lei federal é literal e frontal, posto que o artigo 648 do referido 
codex assim preleciona: 
“Art. 648. A coação considerar-se-á ilegal: 
I - quando não houver justa causa; 
II - quando alguém estiver preso por mais tempo do que 
determina a lei;” 
Nota-se que em virtude da falta de aparelhamento do próprio estado, já que a 
nova audiência foi marcada apenas para daqui há quase 4 (quatro) meses, o paciente 
encontra-se segregado, mostrando-se patente o constrangimento ilegal em face do 
excesso de prazo para a formação da culpa. 
Sobre o tema, esse Egrégio Tribunal também assim se posiciona em casos 
dessa espécie: 
EMENTA: HABEAS CORPUS HOMICIDIO QUALIFICADO 
CONSTRANGIMENTO ILEGAL ARGUIDO: EXCESSO DE PRAZO 
PARA O OFERECIMENTO DA DENUNCIA E AUSENCIA DOS 
REQUISITOS PARA A CUSTÓDIA CAUTELAR. ORDEM 
CONCEDIDA PELO EXCESSO DE PRAZO. 
1. Da análise dos autos e das informações prestadas pelo juízo a 
quo, verifica-se que o paciente encontra-se custodiado desde 
25.12.2014, sem que até a presente data tenha sido oferecida a 
denúncia. Muito embora entenda esta relatora que os prazos 
indicados na legislação processual penal para a conclusão dos atos 
 
 
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não são peremptórios, de maneira que eventual demora deve ser 
aferida dentro dos critérios da razoabilidade, mitigados diante das 
peculiaridades de cada processo. In casu, não há como não 
reconhecer o alegado excesso de prazo para a formação da culpa, 
vez que o paciente já se encontra custodiado há aproximadamente 
05 (cinco) meses sem que a peça acusatória tenha sido ofertada, 
vez que entende esta relatora que o Laudo Necroscópico mostra-se 
prescindível para o seu oferecimento se presentes outras elementos 
de indícios de autoria e materialidade delitiva, como se vislumbra 
nos autos, podendo o referido Laudo ser juntado no decorrer de sua 
instrução, havendo manifesta violação ao artigo 46 do Código de 
Processo Penal. Precedentes desta Câmara e do STJ colacionados. 
Nesse sentido, concedo a ordem para revogar a custódia cautelar 
doa1 paciente, sem prejuízo de que seja novamente decretada pelo 
Juízo a quo com base no artigo 316 do CPP, in fine, bem como, 
ressalvada a possibilidade de aplicação de medidas que o prudente 
arbítrio do juiz natural do feito entenda cabíveis e adequadas ao caso 
em tela. 2. ORDEM CONCEDIDA ? DECISÃO UNÂNIME. 
(TJ-PA - HC: 00029197320158140000 BELÉM, Relator: MARIA DE 
NAZARE SILVA GOUVEIA DOS SANTOS, Data de Julgamento: 
04/05/2015, CÂMARAS CRIMINAIS REUNIDAS, Data de 
Publicação: 14/05/2015) 
 
HABEAS CORPUS. DELITO DE ROUBO. EXCESSO DE PRAZO 
CONFIGURADO E INJUSTIFICADO. ORDEM CONCEDIDA. 
1. Paciente presa desde 12/04/2013. Excesso de prazo configurado. 
2. Prisão cautelar decretada há mais de 07 (sete) meses, sem 
previsão para o encerramento da instrução, uma vez que o despacho 
anterior que determinava a realização da audiência de instrução e 
julgamento para 12 de abril de 2014 fora tornado sem efeito e 
remetido os autos ao Ministério Público para se manifestar acerca 
da Exceção de Litispendência arguida no Juízo de Mosqueiro e já 
 
 
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decidida em 02/10/13, não havendo sequer previsão para audiência. 
3. Ordem concedida. 
(TJ-PA - HC: 201330282265 PA, Relator:
MARIA DE NAZARE 
SILVA GOUVEIA DOS SANTOS, Data de Julgamento: 26/11/2013, 
CÂMARAS CRIMINAIS REUNIDAS, Data de Publicação: 
27/11/2013). 
 
HABEAS CORPUS LIBERATÓRIO COM PEDIDO DE LIMINAR 
FURTO QUALIFICADO EXCESSO DE PRAZO CONFIGURADO 
ORDEM CONCEDIDA UNÂNIME. I RESTOU EVIDENCIADO, IN 
CASU, QUE ULTRAPASSADO SE ACHA, O TEMPO LEGAL 
PARA O FINAL DA INSTRUÇÃO, EXCESSO PARA O QUAL O 
REQUERENTE NÃO CONCORREU, RAZÃO POR QUE NÃO 
PODE O MESMO PERMANECER SEGREGADO POR TEMPO 
INDETERMINADO, EIS QUE JÁ SE TEM COMPUTADO 
APROXIMADAMENTE 7 MESES, DO DIA DA PRISÃO ATÉ A 
PRESENTE DATA, SEM QUE SE TENHA FINALIZADO A FASE 
INSTRUTÓRIA E SEM QUE EXISTAM ELEMENTOS INDICATIVOS 
DE COMPLEXIDADE DO PROCESSO OU QUAISQUER 
ELEMENTOS QUE VENHAM A JUSTIFICAR O ELASTÉRIO 
PROCESSUAL. II - ORDEM CONCEDIDA. DECISÃO UNÂNIME. 
(TJ-PA - HC: 201230273984 PA, Relator: BRIGIDA GONCALVES 
DOS SANTOS, Data de Julgamento: 18/02/2013, CÂMARAS 
CRIMINAIS REUNIDAS, Data de Publicação: 25/02/2013) 
De fato, o excesso de prazo torna a prisão ilegal e origina o direito à liberdade 
do paciente, desde que tal excesso seja injustificado e que não provenha de diligência 
requerida pela defesa. É o caso presente, pois o atraso decorre de uma ineficiência 
do próprio Estado que acaba por atacar profundamente, a dignidade do paciente. 
Na hipótese, se não bastasse, restam feridas também, normas de caráter 
supra-constitucional, tendo em vista que a Convenção Americana de Direitos 
Humanos assegura as devidas garantias processuais dentro de um prazo razoável[2]; 
 
 
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a Constituição Federal, expressamente (Art. 5º, inciso LXXVIII)[3] e por fim as normas 
de caráter federal já citadas e contidas no Código de Processo Penal. 
Os princípios constitucionais aqui aplicáveis demonstram que o processo deve 
ser eficiente, ocorrer em prazo razoável e entregar o direito e respeitar as garantias e 
contrapesos de ordem constitucional, seja ele de que natureza for. Se de natureza 
penal, não se pode segregar-se sem a observância da força dos direitos que 
envolvem a dignidade da pessoa. 
Como a Justiça não opera com a celeridade que dela se espera, rapidez ainda 
mais necessária quando se trata da liberdade de uma pessoa, muitos terminam por 
cumprir parte da pena suas penas antes mesmo de condenados, ou seja, uma 
inversão de valores e princípios jurídicos. 
O tempo de prisão cautelar dilatado ofende toda a sociedade, uma vez que um 
indivíduo que pode ser inocentado estará sofrendo danos morais e físicos, além de 
perder o emprego e ficar longe da família e dos amigos, o que poderá gerar 
consequências irreversíveis àquele que for absolvido, haja vista que o tempo em que 
passar na prisão não lhe será devolvido. 
Ademais, há de se dar relevo que a duração prolongada da prisão provisória 
afronta princípios constitucionais, especialmente, o da dignidade da pessoa humana 
(art. 1º, III, CF/88), a presunção de inocência (art. 5º, LVII, CF/88) e razoável duração 
do processo (art. 5º, LXXVIII, CF/88). 
O processo não deve durar tanto, como se vê com uma frequência indesejada, 
nem tão pouco, haja vista ser necessária uma avaliação casuística, a qual engloba o 
princípio da razoabilidade, mas nesse caso, o que se vê é uma "mora" no 
cumprimento das obrigações legais do Estado para com o paciente. 
O mal reside na falta de uma lei que estabeleça claramente os prazos e os 
motivos para a dilação do processo ou para a prisão cautelar. Caso os prazos fossem 
fixados, evitar-se-ia este desacerto que acontece cotidianamente. 
O réu/indiciado, que está preso, tem direito público subjetivo de ser julgado 
num prazo razoável e, quando configurado excesso irrazoável na duração desta 
 
 
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prisão, não pode permanecer exposto a tal situação de evidente abuso, ainda que o 
crime supostamente praticado seja considerado como hediondo ou a este equiparado, 
para que, efetivamente, haja a mais lídima Justiça. 
 
II. DO PEDIDO DA MEDIDA LIMINAR 
O “habeas corpus” é “remedium juris” destinado a garantir de modo rápido e 
imediato, a liberdade de locomoção. É a verdadeira garantia constitucional a 
amparar o direito à liberdade ambulatória do cidadão. 
Portanto, é princípio basilar em pedido de “habeas corpus” fazer estancar o 
constrangimento ilegal, ou a ameaça de um ilegal constrangimento, concretizado ou 
a se concretizar, imposto ou a ser imposto a qualquer cidadão. 
A liminar da Ordem se guia pelo pressuposto das medidas cautelares, que 
são o “periculum in mora” e “fummus boni iure”. É por essas medidas que a eficácia 
se caracteriza, jugulando-se o arbítrio, o abuso de poder e de autoridade, cessando 
o constrangimento ilegal e a coação, até que o Sodalício reunido decida o mérito. 
A lei processual penal codificada, em seu Artigo 660, § 2o, contempla a 
concessão da liminar, haja vista que textualmente impõe: “Se os documentos que 
instruem a petição evidenciam a ilegalidade da coação, o juiz ou o tribunal ordenará 
que cesse imediatamente o constrangimento. ” 
Diante do flagrante constrangimento ilegal face o excesso de prazo que já 
dura quase 4 (quatro) meses, bem como em face de novaa audiência que foi 
designada apenas para o dia 17 de outubro de 2019, haja vista o profundo e 
indisfarçável desrespeito ao disciplinamento normativo, aguarda os impetrantes 
haja por bem Vossas Excelências, num gesto de estrita justiça, conceder LIMINAR 
DA ORDEM. 
Com as nossas homenagens a este Egrégio Tribunal, encontrando-se o 
paciente guarida em nossa legislação processual penal, doutrina, bem como na 
Jurisprudência de nossos Tribunais, pelos motivos alhures articulados, apontando 
 
 
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como autoridade coatora o juízo da 2º vara criminal da Comarca de Altamira/PA, 
aguarda-se a concessão da LIMINAR, e, ao afinal, o julgamento favorável do 
presente pedido, com a definitiva concessão do writ. 
 
III. DOS PEDIDOS 
Enfim, tendo o paciente a prerrogativas legais para responder em 
liberdade, rogata vênia, é o primeiro fundamento pelo qual não se pode 
sustentar a validade da mantença de sua prisão. Impondo-se destarte a 
anulação e revogação da prisão do paciente 
Ex positis, torna-se patente e manifesto o Constrangimento Ilegal que 
está sofrendo a paciente face o excesso de prazo na prisão provisória, o qual 
espera seja concedida a Ordem Liminar de Habeas Corpus, com a expedição 
de Alvará de Soltura a fim de que seja ele imediatamente posto em liberdade. 
 
Nesses Termos, 
Pede Deferimento. 
Altamira, 15 de julho de 2019. 
 
SAMUEL LIMA SALES JUNIOR 
OAB/PA 20.749

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