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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE INSTITUTO DE BIOCIÊNCIAS DEPARTAMENTO DE BOTÂNICA PROVA 1 – ANATOMIA VEGETAL Nome: Anna Beatriz Jorge de Jesus Guimarães Matrícula: 20222110012 Curso: Ciências Biológicas (Bacharelado) 1) Sim, existem diferenças cruciais entre as células do parênquima clorofiliano e as do floema. O parênquima clorofiliano, ou também clorênquima, é um tipo de “parênquima”, tecido vegetal mais antigo e abundante do sistema fundamental, e nele podemos encontrar células que possuem exclusivamente parede primária, esta, por sua vez, estruturalmente delgada, preenchendo o espaço interno abaixo da epiderme, e são especialmente importantes para a constituição das folhas. Exercem a função fotossintetizante, ricas em plastídeos especializados chamados “cloroplatos”, que armazenam clorofila, pigmento essencial para a fotossíntese e a coloração dos vegetais. Já as células do “floema”, tecido constituinte ao sistema vascular, temos células que exibem parede secundária mais densa, espessa, que apresentam áreas “porosas”, especializadas, com perfurações denominadas “crivos”, que dão origem, em conjunto, ao que chamamos de “placa crivada”. Nas placas crivadas é onde acontece a comunicação e a condução de substâncias dissolvidas no floema. 2) “Competência” e “determinação” são, de maneira geral, aspectos capazes de determinar a totipotência de uma célula, ou seja, medindo sua capacidade de divisão, produção e diferenciação. Relacionando com as células meristemáticas, analisa-se a proficiência da conversão destas em quaisquer tipos de células do corpo vegetal conforme necessário para o crescimento e desenvolvimento da respectiva planta mas que, inicialmente, precisa tomar uma direção específica e tornar-se um meristema primário, que pode ser o “procâmbio”, o “meristema fundamental”, como também a “protoderme”, para que posteriormente possam se formar tecidos mais complexos com estruturas ainda mais especializadas. 3) Campos de pontoação primária são regiões celulares onde a espessura da parede primária é significativamente reduzida durante a formação da parede celular, onde concomitantemente os campos de pontoação também se formam. Devido a partes do retículo endoplasmático liso que ficam “presas” entre as vesículas formadoras da placa celular, dá-se origem a cordões citoplasmáticos chamados de plasmodesmos. Quando acontece uma “superprodução” desses plasmodesmos em determinadas regiões celulares, formam-se pequenas “depressões”, que posteriormente permitem a comunicação intercelular direta entre células adjacentes realizada pelos plasmodesmos, estruturas que conectam em si as células, atravessando a parede primária e a lamela média. Funcionam como uma espécie de “canal” por todo o corpo da planta. 4) No sistema fundamental, os três tecidos característicos são: ➤ Parênquima: Tecido de pouca ou nenhuma diferenciação, que possuí parede primária delgada, composta por celulose, hemicelulose e substâncias pécticas, podendo apresentar parede secundária, mas esta, por sua vez, nunca espessa. ➤ Colênquima: Carrega células tipicamente alongadas com paredes primárias desigualmente espessadas, flexíveis, que sustentam órgãos jovens em crescimento primário, como no crescimento de uma folha ou de uma flor, ou órgãos de locais em constante modificação. ➤ Esclerênquima: O esclerênquima é uma região que possuí além de uma parede primária espessa, uma parede secundária também espessada, e mais, lignificada, suficiente rígida para que seja ideal para sustentação das estruturas maduras de uma planta. 5) A epiderme facilita a comunicação com o meio externo, e oferece proteção ao mesmo. Apresentam células justapostas protegidas por cutícula (considerada a primeira camada de proteção da planta, além de preservar a quantidade d’água da planta, impedindo-a de passar do meio interno ao externo, que é formada por cutina, uma camada de cera, ou por outros elementos cuticulares de natureza lipídica), além de outras células especializadas chamadas de estômatos e os tricomas, que podem ser “tectores” ou “secretores”. Estômatos: Compostos por células epidérmicas especializadas chamadas células-guarda, que associadas a elas ainda apresentam células subsidiárias, os estômatos são estruturas bem variadas em suas facetas, posicionamento, número, e até mesmo comportamento, que são capazes de realizar a troca gasosa entre a planta e o meio externo. Essas características são altamente influenciadas por suas condições ambientais e variabilidade morfológica, como por exemplo, a abertura e fechamento dos estômatos em certos períodos do dia adequam-se ao nível de água disponível no ambiente onde aquele vegetal vive. Os tricomas, no entanto, desempenham funções variadas, e podem se dividir em dois tipos de célula especializada, conforme mencionado anteriormente: Tricomas tectores ➞ Não produzem nenhum tipo de secreção. Além de diminuírem a incidência luminosa, auxiliam na redução da perda de água. Tricomas secretores ➞ Possuem uma espécie de pedúnculo que sustenta a região apical que produz substâncias irritantes/repelentes, viscosas, ou até mesmo aromáticas que desempenham um importante papel em diversas funções, como na atração de polinizadores ou para repelir pragas e predadores. 6) Xilema primário: Dá-se o nome de xilema primário ao tecido complexo formado a partir do procâmbio, um tecido meristemático que origina os tecidos vasculares primários durante o crescimento primário de uma planta. É composto por diferentes tipos de células que exercem funções especializadas dentro do corpo vegetal, e divide-se em protoxilema e metaxilema. Protoxilema ➞ O protoxilema é o primeiro a se formar e até amadurecer em porções onde a planta ainda não concluiu seu crescimento e diferenciação, com parênquima e elementos traqueais em sua composição sujeitos a obstrução e colapso, fazendo com que o protoxilema seja funcional somente por um breve período de tempo. Metaxilema ➞ Formado a seguir ainda no corpo primário em crescimento, e substituindo o protoxilema, permane funcional até o fim da vida daquele vegetal por possuir maior resistência devido a diferenciação tardia. Mencionadas as diferentes células do xilema primário, podemos exemplificar: Elementos traqueais ➞ Especializados na condução de água, também envolvido no transporte unidirecional de princípios minerais, dividem-se em “elementos de vaso” e “traqueídeos”. Elemento menos especializado e primitivo, os traqueídeos estão presentes nas “Gimnospermas” e “Plantas Vasculares Sem Sementes”. Os elementos de vaso, por sua vez, aparecem em conjunto com os traqueídeos nas “Angiospermas”, e são mais eficientes na condução de água por apresentarem pontuações. Fibras ➞ Células mortas em sua maturidade, longas, afiladas, comumente organizadas em cordões ou feixes, além de espessas. Conferem estruturamento ao xilema primário. Células parenquimáticas➞ Células com pouca diferenciação responsáveis por desenvolver um sistema de armazenamento de substâncias alimentares conduzido por células mortas de inúmeros vasos capilares que fazem a comunicação entre todos os tecidos da planta. 7) Os elementos de tubo crivado são elementos compostos por dois tipos diferentes de células integrantes do floema, as células crivadas e as células companheiras. O floema é o tecido vascular envolvido no transporte de nutrientes, particularmente carboidratos mas também outros compostos orgânicos das partes fotossintéticas para o resto da planta. Estes elementos, por sua vez, apresentam áreas perfuradas chamadas de “crivos” (uma espécie de poro), permitindo a passagem das substâncias entre os elementos de tubo crivado e que ainda, em conjunto, formam tipicamente em uma porção da parede terminal, embora possam ocorrer em quaisquer paredes, o que chamamos de “placa crivada”. A disposição dos elementos de tubo crivado, longitudinalmente em série de uma extremidade a outra, formam regiões chamadas de “tubos crivados”. Cada célula de tubocrivada é estreitamente associada às células companheiras, células que metabolicamente ativas, desempenham um papel crucial no suporte metabólico e funcional das células crivadas, fornecendo energia, e regulando o ambiente ao redor das células crivadas que consequentemente auxilia no controle do transporte de substâncias através dos crivos, regulando a composição química dos fluídos no interior do tubo crivado, e ajustando a pressão osmótica, portanto, controlando a abertura e o fechamento dos poros dos crivos. É importante ressaltar que, o controle de pressão no transporte de substâncias entre os crivos é permitido também pela formação de produtos das células companheiras chamados “proteína P” e “calose” (polímero de glicose), que exercem funções muito semelhantes, no entanto, a “proteína P” trabalha com um tempo de resposta mais rápido, excelente para o floema, um ambiente tão irregular em questão de pressão, diferentemente da “calose”, que apesar de se apresentar em maior quantidade, possuí uma atividade significativamente mais lenta.
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