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Metabolismo dos açúcares-regulação da glicemia e variações patológicas

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Prof. Dr. Fábio Haach Téo 
Metabolismo dos carboidratos 
Regulação da glicemia e variações patológicas 
Carboidratos (CH2O)n 
Monossacarídeos 
Carboidratos (CH2O)n 
Forma cíclica 
Carboidratos (CH2O)n 
Formação dos dissacarídeos 
Carboidratos (CH2O)n 
Os polissacarídeos 
são formados por 
mais de 20 unidades 
de monossacarídeos 
unidos por ligações 
glicosídicas, 
possuindo alto peso 
molecular 
Carboidratos (CH2O)n 
 Os polissacarídeos possuem diversas funções nas células 
 
 constituem a fonte de energia principal nos processos de 
respiração celular e fermentação 
 
 constituem a reserva imediata de energia 
 
 formam elementos estruturais 
 
 contribuem na formação da estrutura da membrana celular, 
constituindo o “glicocálix” 
 
 contribuem para a formação da parede celular das bactérias 
 
 formam a cápsula das bactérias 
 
 
Carboidratos (CH2O)n 
Carboidratos (CH2O)n 
Glicogênio 
Relação da 
glicose com as 
diversas vias 
metabólicas 
Metabolismo de carboidratos 
Mapa 
metabólico 
simplificado 
Catabolismo de carboidratos 
Visão geral 
Glicólise 
 Processo no qual uma molécula de glicose é oxidada a ácido 
pirúvico. Ocorre no citoplasma das células e sua equação geral é 
 
 
 
 Etapa em comum da respiração celular e da fermentação. 
 
 Dividida em duas fases: 
 preparatória 
 molécula de glicose é fosforilada e gera 2 moléculas de 
gliceraldeído-3-fosfato 
 recuperação de energia 
 as moléculas de gliceraldeído-3-fosfato são oxidadas a 
ácido pirúvico, gerando 4 moléculas de ATP 
Saldo energético de apenas 2 ATPs (4 são produzidos, mas 2 
são gastos na fase preparatória) 
Ciclo de Krebs 
 Ocorre nos processos de respiração celular. 
 
 O ácido pirúvico é convertido a acetil-CoA e é completamente 
oxidado até CO2. 
 
 A energia é armazenada na forma de ATP e, principalmente, na 
forma de coenzimas reduzidas (NADH e FADH2). 
 
 A síntese de aminoácidos e ácidos nucleicos nos organismos vivos 
é realizada a partir de intermediários do ciclo de Krebs. 
 
 A equação geral do ciclo de Krebs é 
Cadeia transportadora de elétrons 
 Ocorre nos processos de respiração celular. 
 
 Sequência de moléculas carreadoras de elétrons capazes de 
realizar oxidação e redução. 
 
 Elétrons provenientes das coenzimas passam pela cadeia e vão 
liberando gradualmente energia na forma de um gradiente 
quimiosmótico para a síntese de ATP. 
 
 Ao final do processo, os elétrons sobressalentes são transferidos 
para aceptores finais: 
 
 oxigênio (respiração aeróbia) 
 outras substâncias inorgânicas (respiração anaeróbia) 
A cadeia transportadora de elétrons gera a maior parte do ATP 
produzido na respiração celular. 
Síntese de ATP 
Fosforilação oxidativa - teoria quimiostática 
Fermentação 
 Libera energia a partir de açúcares ou outras moléculas 
orgânicas. 
 
 Não requer oxigênio. 
 
 Não requer a utilização do ciclo de krebs ou de uma cadeia de 
transporte de elétrons. 
 
 Utiliza uma molécula orgânica como aceptor final de elétrons. 
 
Possui baixo rendimento enérgico (apenas duas moléculas de 
ATP para cada molécula inicial). 
O processo fermentativo ocorre na contração muscular em 
anaerobiose, o que acontece no exercício físico extenuante, no 
qual a fibra muscular entra em fadiga. A fermentação também é 
utilizada na oxidação da glicose pelas hemácias. 
Fermentação 
As células humanas 
realizam apenas a 
fermentação lática 
Metabolismo do glicogênio 
 O glicogênio é um polímero de glicose, constituindo a forma de 
reserva desse açúcar. 
 
 O glicogênio é sintetizado principalmente pelo fígado e músculos 
quando a oferta de glicose ultrapassa a demanda (logo após as 
refeições). 
 
 Ao ser degradado, produzindo glicose, o glicogênio hepático e o 
glicogênio muscular possuem destinos diferentes 
glicogênio hepático - manutenção da glicemia em períodos de 
jejum 
glicogênio muscular - fornece energia exclusivamente para a 
fibra muscular em contração intensa, quando a demanda 
energética ultrapassa o aporte de oxigênio 
 
 A degradação do glicogênio produz glicose 1-fosfato, que é 
convertida a glicose 6-fosfato. 
 
Glicogenólise 
Transferase 
Glicogenólise 
 Glicose 1-fosfato é convertida a glicose 6-fosfato pela enzima 
fosfoglicomutase. 
 
No músculo, a glicose 6-fosfato pode ser degrada pela glicólise 
anaeróbia (fermentação), produzindo lactato (fibras rápidas), ou 
ser completamente oxidada na respiração aeróbia, produzindo 
CO2 e H2O (fibras lentas). 
 
No fígado, a glicose 6-fosfato é hidrolisada por ação da glicose 6-
fosfatase, produzindo glicose, que pode atravessar a membrana 
plasmática por meio de permeases específicas e ser distribuída, 
via corrente sanguínea, aos diferentes tecidos. 
 
A glicogenólise é ativada por hormônios 
 fígado - glucagon 
músculo - adrenalina 
Glicogenogênese 
Gasto de 2 ATPs para 
incorporar uma molécula 
de glicose ao glicogênio 
Glicogenogênese 
Degradação X Síntese 
Distúrbios do metabolismo do glicogênio 
Glicogenoses 
Gliconeogênese 
 A maioria das células dos animais superiores é capaz de suprir 
as suas necessidades energéticas a partir da oxidação de vários 
tipos de compostos: 
 açúcares 
 ácidos graxos 
 aminoácidos 
 
Alguns tecidos e células, entretanto, utilizam apenas glicose como 
fonte de energia. 
 cérebro 
hemácias 
 
Durante o jejum e entre as refeições, a glicogenólise é de suma 
importância para a manutenção da glicemia. Entretanto, a reserva 
hepática de glicogênio dura aproximadamente 8 horas, sendo a 
gliconeogênese acionada para manter os níveis normais de 
açúcar no sangue. 
Gliconeogênese 
A gliconeogênese consiste na síntese de glicose a partir de 
compostos que não são carboidratos. 
Gliconeogênese 
 No ser humano, a gliconeogênese ocorre principalmente no 
fígado e no córtex renal, sendo os aminoácidos, o lactato e o 
glicerol os principais precursores utilizados na via. 
Síntese de carboidratos 
Gliconeogênese 
Etapa 1 
Etapa 2 
Etapa 3 
A enzima glicose 6-fosfatase existe apenas no fígado e 
nos rins, razão pela qual apenas esses órgãos são 
capazes de exportar glicose. 
Esquema simplificado da 
gliconeogênese e equação geral 
Gliconeogênese 
entra 
sai 
Regulação das vias metabólicas 
Mecanismos de regulação da atividades enzimática 
Regulação das vias metabólicas 
Controle hormonal 
 insulina - anabolismo 
glucagon/adrenalina - catabolismo 
Regulação do metabolismo dos carboidratos 
 A glicólise e a gliconeogênese são vias metabólicas com funções 
opostas e, portanto, quando uma está ativa, a outra está inativa. 
 
A regulação da glicólise e da gliconeogênese, assim como ocorre 
em outras vias metabólicas, é realizada, principalmente, por 
alosteria e por fosforilação/desfosforilação de enzimas decorrente 
de sinalização intracelular mediada por hormônios . 
Regulação do metabolismo dos carboidratos 
Regulação da hexoquinase IV (glicoquinase) 
Regulação do metabolismo dos carboidratos 
Regulação da 
fosfofrutoquinase 1 
(PK1) e da frutose 1,6-
bifosfatase (FBPase 1) 
Regulação do metabolismo dos carboidratos 
 Influência dos hormônios insulina e do glucagon na produção do 
regulador frutose-2,6 bifosfato (F26BP) 
 insulina - aumenta a produção de F26BP, o que ativa a FK1 e 
a glicólise 
 glucagon - diminui a produção de F26BP, o que libera a 
FBPase 1da inibição e ativa a gliconeogênese 
 
Regulação do metabolismo dos carboidratos 
Regulação da piruvato quinase 
Regulação do complexo 
piruvato desidrogenase 
Regulação do metabolismo dos carboidratos 
A regulação do metabolismo do glicogênio ocorre, basicamente, 
por modificações covalentes em enzimas. 
 insulina - aumenta a síntese de glicogênio pela ativação da 
glicogêniosintase 
 glucagon/adrenalina - estimula a glicogenólise pela ativação 
da glicogênio fosforilase 
 
Importante: o 
fígado e o 
músculo 
diferem na 
regulação do 
metabolismo de 
carboidratos 
Regulação do metabolismo dos carboidratos 
Glucacon 
Glicogênio fosforilase ativa 
Insulina 
Glicogênio sintase ativa 
Regulação do metabolismo dos carboidratos 
Regulação do metabolismo de carboidratos no fígado 
Regulação do metabolismo dos carboidratos 
Período de pós-
absortivo e jejum 
prolongado 
 predomínio do 
glucagon 
 processos 
degradativos 
 glicogenólise 
 gliconeogênese 
 oxidação da 
glicose (tecidos 
dependentes 
de glicose) 
 lipólise e 
oxidação de 
ácidos graxos 
 cetogênese 
Regulação do metabolismo dos carboidratos 
Período 
absortivo 
 predomínio 
da insulina 
 processos de 
síntese 
 glicogênio 
 proteínas 
 ácidos 
graxos 
A insulina apresenta 
efeito oposto ao par 
glucagon/adrenalina 
e, portanto, diminui 
a concentração de 
glicose no sangue 
Glicemia 
Glicemia = concentração de glicose no sangue 
A homeostase da glicose é controlada, por um lado, pelo 
hormônio anabólico insulina e, por outro, por hormônios 
catabólicos (glucagon, catecolaminas, cortisol e hormônio do 
crescimento), os quais são conhecidos também como hormônios 
anti-insulínicos ou contrarregulatórios. 
Glicemia 
Hiperglicemia 
 níveis de glicose no sangue em jejum acima dos valores de 
referência (acima de 110mg/dL) 
 a causa mais frequente é o diabetes melito 
 o diabetes melito é um grupo de distúrbios metabólicos 
que compartilha a característica subjacente comum de 
hiperglicemia 
 a hiperglicemia no diabete melito resulta de um defeito 
na secreção de insulina, na ação da insulina ou, mais 
comumente, ambas. 
 Hipoglicemia 
 níveis de glicose no sangue em jejum abaixo dos valores de 
referência (abaixo de 70mg/dL) 
 as principais causas de hipoglicemia diferem entre neonatos, 
crianças e adultos 
 Euglicemia 
 níveis de glicose no sangue em jejum dentro da normalidade 
 
Hiperglicemia 
 A resposta a estresse e lesão leva a um estado hiperglicêmico, 
pois há estimulação da gliconeogênese e da glicogenólise, o que 
resulta em aumento do fornecimento de glicose. 
 
 A principal causa de hiperglicemia é a diabetes melito, que pode 
ser classificada em: 
 tipo 1 - destruição das células β das ilhotas de Langerhan 
pancreáticas, geralmente levando a deficiência absoluta de 
insulina. É imunomediada ou idiopática. 
 tipo 2 - combinação de resistência à insulina e disfunção das 
células β pancreáticas, sendo associada a obesidade. 
diabetes gestacional - qualquer grau de intolerância à glicose 
diagnosticada durante a gestação 
A diabetes melito também pode ser decorrente de: 
defeitos genéticos monogênicos na função da célula β ou na 
ação da insulina, defeitos pancreáticos exócrinos, infeccções, 
endocrinopatias, drogas e síndromes genéticas 
Hiperglicemia 
Metabolismo durante o estresse 
Hiperglicemia 
 A diabetes melito, principal causa de hiperglicemia, pode ser 
diagnosticada por qualquer um de três critérios 
concentração de glicose randômica maior do que 200 mg/dL, 
com sinais e sintomas clássicos. 
 políúria 
 polidipsia 
 perda de peso sem explicação 
concentração de glicose no jejum maior do que 126 mg/dL em 
mais de uma ocasião. 
 teste de tolerância à glicose oral (TTGO) anormal, no qual a 
concentração de glicose é maior do que 200 mg/dL 2 horas 
após uma carga de carboidratos padrão. 
 
 A diabetes melito e a consequente elevação da glicemia de jejum 
para valores acima de 126mg/dL geralmente são precedidas por 
um estado de resistência à insulina 
glicemia de jejum: 110 - 126mg/dL; TTGO: 140 - 200mg/dL 
Insulina 
Em todas as formas de diabetes melito, os efeitos mediados pela 
insulina estão parcialmente ou totalmente ausentes. 
O pâncreas é responsável pela síntese e 
liberação dos principais hormônios que 
controlam a glicemia 
Insulina 
Carga de glicose induz o 
aumento dos níveis séricos 
de insulina 
 hormônio pré-formado 
armazenado nas células 
β pancreáticas. 
 síntese 
Controle da produção e liberação de insulina 
Insulina 
A ligação da insulina a seu receptor provoca a ativação de diferentes 
vias de sinalização que levam ao translocamento do GLUT4 para a 
membrana plasmática, possibilitando a entrada de glicose nas células. 
Insulina 
A concentração de glicose 
no sangue diminui quando 
há aumento da captação 
pelas células e utilização por 
vias metabólicas 
 vias hipoglicemiantes 
 respiração celular 
 fermentação 
 via das pentoses 
fosfato 
 glicogenogênese 
 vias hiperglicemiantes 
 gliconeogênese 
 glicogenólise 
A insulina ativa as vias hipoglicemiantes 
Diabetes melito do tipo 1 
O diabetes do tipo 1 é uma doença autoimune na qual a 
destruição das ilhotas é causada principalmente por células 
efetoras imunológicas. 
 
O diabetes do tipo 1 se desenvolve mais comumente na infância, 
se torna manifestante na puberdade e progride com a idade. 
 
A maioria dos pacientes com diabetes do tipo 1 depende da 
insulina para sobreviver. Nesses pacientes, a completa ausência 
de insulina leva a sérias complicações metabólicas, tais como 
cetoacidose e coma. 
 
Assim como na maioria das doenças autoimunes, a patogenia do 
diabetes tipo 1 representa a ação recíproca da suscetibilidade 
genética e dos fatores ambientais. 
 alelos do MHC de classe II - cromossomo 6p21 
 infecções virais 
Diabetes melito do tipo 1 
Embora o início clínico do diabetes tipo 1 seja frequentemente 
abrupto, o processo autoimune geralmente se inicia muitos anos 
antes da doença se tornar evidente, com a perda progressiva das 
reservas de insulina com o passar do tempo. 
As manifestações clássicas 
da doença (hiperglicemia e 
cetoacidose) ocorrem após 
mais de 90% das células β 
terem sido destruídas. 
A anormalidade imunológica 
que desencadeia o diabetes 
tipo 1 é, basicamente, uma 
falha na autotolerância das 
células T. 
Anticorpos circulantes contra 
várias proteínas das células 
β podem estar presentes. 
Diabetes melito do tipo 2 
O diabetes tipo 2 é uma doença complexa, multifatorial e 
prototípica. Os fatores ambientais, como estilo de vida sedentário 
e os hábitos alimentares, inequivocamente desempenham papel 
preponderante. Os fatores genéticos também estão envolvidos na 
patogenia. 
 
Geralmente a doença se desenvolve em indivíduos obesos acima 
de 40 anos. 
 
Os dois defeitos metabólicos que caracterizam o diabetes tipo 2 
são (1) a resposta diminuída dos tecidos periféricos à insulina 
(resistência à insulina) e (2) disfunção da célula β que é 
manifestada como secreção inadequada de insulina diante da 
resistência à insulina e da hiperglicemia. 
 
A resistência a insulina prediz o desenvolvimento da hiperglicemia 
e é, geralmente, acompanhada pelo hiperfuncionamento células β. 
Diabetes melito do tipo 2 
 Incapacidade dos tecidos-
alvo de responder a insulina 
de maneira adequada. 
Está fortemente associada à 
obesidade 
 obesidade central 
 obesidade periférica 
A obesidade pode contribuir 
para o quadro de resistência 
a insulina por diferentes 
mecanismos 
NEFAs 
adipocinas 
 inflamação 
PPARγ 
Resistência a insulina 
Diabetes melito do tipo 2 
A sobrecarga de triglicerídeos nos adipócitos desencadeia inflamação 
do tecido adiposo, deposição ectópica de lipídeos e resistência a 
insulina no músculo. 
Metabolismo 
hepático no diabetes 
melito não-controlado 
Complicações do diabetes melito 
A morbidade associada ao diabetes prolongado de ambos os tipos 
resulta de várias complicações sérias, causadas principalmente 
por lesões envolvendo as artérias musculares de médio e de 
grande calibre (doença macrovascular)e disfunção em órgãos-
alvos (doença microvascular). 
 doença macrovascular 
aterosclerose 
 doença microvascular 
nefropatia 
retinopatia 
neuropatia 
 
Pelo menos três vias metabólicas distintas foram implicadas nos 
efeitos da hiperglicemia persistente nos tecidos periféricos. 
 formação de produtos finais de glicação avançada (AGEs) 
 ativação da proteína cinase C 
 hiperglicemia intracelular e distúrbios na via do poliol 
glicotoxicidade 
Complicações do diabetes melito 
Formação de produtos de glicação Modificações dos produtos 
de Amadori geram produtos 
de glicação avançada. 
 interação AGE –RAGE 
 liberação de citocinas 
pró-inflamatórias 
 geração de ROS 
 hipercoagulabilidade 
 proliferação celular e 
síntese de M.E.C. 
 Ligação cruzada com proteínas da M.E.C. 
 diminuição da elasticidade 
 danos à membrana basal 
 aumento da deposição de proteínas e diminuição da proteólise 
 aprisionamento de proteínas plasmáticas ou intersticiais 
• acúmulo de LDL, levando a aterogênese 
• espessamento da membrana basal nos glomérulos renais 
Complicações do diabetes melito 
Formação da hemoglobina glicada 
A velocidade de 
formação da 
hemoglobina glicada 
é proporcional à 
concentração de 
glicose no sangue. 
 
A glicação da 
hemoglobina é 
irreversível. 
 
A quantificação da 
Hb1c reflete os 
níveis glicêmicos ao 
longo de semanas. 
Complicações do diabetes melito 
Ativação da proteína cinase C 
Produção do fator de crescimento endotelial vascular pró-
angiogênico, implicado na neovascularização que caracteriza 
a retinopatia diabética. 
Níveis elevados do vasoconstrictor endotelina-1 e diminuídos 
do vasodilatador NO, decorrentes da expressão diminuída da 
óxido nítrico sintase endotelial. 
Produção de fatores pró-fibrogênicos, como o TGF-β, levando 
à deposição aumentada de matriz extracelular e de material da 
membrana basal. 
Produção de PAI-1, levando à fibrinólise reduzida e a possíveis 
episódios oclusivos vasculares. 
Produção de citocinas pró-inflamatórias pelo endotélio. 
 
Distúrbios da via do poliol 
A glicose em excesso é metabolizada pela enzima aldose 
redutase a sorbitol, um poliol, e eventualmente a frutose. 
Complicações do diabetes melito 
Mecanismo de desenvolvimento de complicações 
microvasculares e macrovasculares do diabetes melito 
Complicações do diabetes melito 
Complicações 
de longo prazo 
do diabetes 
Complicações 
macrovasculares 
Nefropatia diabética 
microalbuminúria 
Neuropatia 
Danos visuais 
Polineuropatia 
periférica 
Maior 
susceptibilidade 
a infecções 
Cicatrização 
deficiente 
Sequência de desarranjos 
metabólicos que podem 
levar a cetoacidose e coma 
Complicações do diabetes melito 
Diabetes melito tipo 1 X Diabetes melito tipo 2 
Investigação laboratorial 
Glicose plasmática de jejum 
 realizada com o paciente em jejum de 12-14 h 
valores de referência para homens adultos e mulheres não- 
gestantes 
 normal : 70 - 110mg/dL 
 glicemia de jejum inapropriada : 110 - 126mg/dL 
 diabéticos: acima de 126mg/dL 
 
Glicose plasmática pós-prandial de 2 horas 
glicemia duas horas após a ingestão de 75 g de glicose em 
solução aquosa a 25% (ou refeição com 75 g de carboidratos) 
 normal: menor do que 140mg/dL 
 tolerância a glicose alterada: 140 - 200mg/dL 
 diabetes: acima de 200mg/dL 
medicações, agentes químicos, desordens hormonais e dietas 
devem ser considerados ao examinar os resultados. 
valores tendem a crescer com a idade (10 mg/dL por década) 
Investigação laboratorial 
Teste de O´Sullivan 
empregado para detectar o diabetes gestacional 
deve ser realizado entre 24ª e a 28ª semana de gestação 
à paciente em jejum é administrada 50 g de glicose em 
solução aquosa a 25% por via oral, sendo colhido após 1 hora. 
 resultados iguais ou superiores a 140 mg/dL indicam a 
necessidade de um teste completo. 
 
Teste oral de tolerância à glicose (TOTG) 
medidas seriadas da glicose plasmática, nos tempos 0, 30, 60, 
90 e 120 minutos após administração de 75 g de glicose anidra 
(em solução aquosa a 25%) 
as crianças devem receber 1,75 g/kg de peso até a dose 
máxima de 75 g de glicose anidra 
a menos que os resultados sejam indubitavelmente anormais, 
a TOTG deve ser realizada em duas ocasiões diferentes para 
ter valor diagnóstico 
Investigação laboratorial 
Teste oral de tolerância à glicose (TOTG) 
 indicações 
 diagnóstico do diabetes melito gestacional 
 diagnóstico de “tolerância à glicose alterada” 
 avaliação de pacientes com nefropatia, neuropatia ou 
retinopatia não explicada e com glicemia em jejum abaixo 
de 126 mg/dL. 
para garantir a fidelidade nos resultados dos testes de 
tolerância à glicose cuidados devem ser tomados 
 o paciente deve estar exercendo suas atividades físicas 
habituais, mantendo-se em regime alimentar usual 
durante o teste, o paciente deve se manter em repouso e 
sem fumar. 
 o paciente não deve estar usando medicação que interfira 
no metabolismo dos carboidratos. 
 a prova deve ser realizada pela manhã com o paciente em 
jejum de 8-10 horas 
Investigação laboratorial 
Fatores que afetam a TOTG 
Investigação laboratorial 
Características laboratoriais da cetoacidose diabética 
hiperglicemia, geralmente >300 mg/dL. 
acidose metabólica com aníons indeterminados elevados, pH 
<7,30 e bicarbonato <15mmol/L 
cetonemia e cetonúria (diluição > 1:2) 
pCO2 diminuída (hiperventilação compensatória) 
hiperpotassemia 
hiperfosfatemia 
elevações da amilasemia são comuns 
níveis de creatinina e ureía estão elevados 
 
 Achados laboratoriais na síndrome hiperosmolar não - cetônica 
hiperglicemia (>500 mg/dL). 
osmolalidade sérica bastante elevada (>320 mosmol/kg) 
acidemia mínima ou ausente (pH sangüíneo > 7,30 e 
bicarbonato plasmático > 15 mmol/L) 
cetonemia negativa 
Investigação laboratorial 
Achados laboratoriais na nefropatia diabética 
proteinúria 
ureia e creatinina plasmáticas elevadas 
clearence de creatinina abaixo do normal 
O termo microalbuminúria designa a excreção aumentada de 
albumina urinária não detectável pelas tiras reativas utilizadas 
rotineiramente. 
• A albumina é excretada em pequenas quantidades por 
diabéticos com redução da filtração glomerular. 
• A microalbuminúria geralmente antecede a nefropatia 
diabética e suas complicações. 
Outros achados laboratoriais associados a diabetes melito 
hipertrigliceridemia 
hipercolesterolemia 
Acidose lática 
glicosúria 
Hipoglicemia 
A hipoglicemia é uma condição médica aguda caracterizada pela 
concentração da glicose sanguínea abaixo dos limites encontrados 
no jejum. Os sintomas clássicos incluem fraqueza, suor, calafrios, 
náusea, pulso rápido, fome, tonturas e desconforto epigástrico. 
 
Principais causas de hipoglicemia nas diferentes faixas etárias 
neonatais 
 pequeno para a idade gestacional/prematuros 
 síndrome do sofrimento respiratório 
 diabetes melito materna 
 toxemia da gravidez 
crianças 
 hipoglicemia cetônica 
 defeitos enzimáticos congênitos 
 hipersensitividade à leucina. 
 hiperinsulinismo endógeno (nesidioblastose) 
 síndrome de Reye 
Hipoglicemia 
Principais causas de hipoglicemia nas diferentes faixas etárias 
adultos 
 medicações/toxinas - doses excessivas de insulina ou 
agentes hipoglicemiantes orais. Salicilatos e bloqueadores 
β-adrenérgicos 
 excesso de etanol 
 doenças hepáticas - cirrose portal, necrose hepática aguda 
e tumores hepáticos 
 doenças endócrinas: insuficiência adrenocortical (doença 
de Addison), hipotireoidismo, hipopituitarismo (primário ou 
secundário), deficiência do hormônio de crescimento 
 tumores pancreáticos produtores de insulina – insulinomas 
 tumores não-pancreáticos 
 septicemia 
 insuficiência renal crônica desnutrição severa. 
 erros inatos do metabolismo (ex.: glicogenose do tipo I). 
Determinação da glicose 
Paciente 
Deve permanecer em jejum por 12-14 hs. Caso seja diabético, 
não deve usar insulina ou hipoglicemiantes orais antes da 
coleta. 
Amostra 
Soro, plasma, LCR e urina 
 Quando o sangue for colhido sem conservantes e deixado 
a temperatura ambiente, as enzimas glicolíticas das 
células sanguíneas, plaquetas e de alguns contaminantes 
bacterianos reduzem os níveis de glicose na amostra em 
aproximadamente 5 a 7% por hora (5 a 10 mg/dL). Esta 
redução torna-se negligenciável quando 
• o plasma ou soro for separado em menos de 30 
minutos após a coleta. 
• o sangue for coletado em tubos contendo fluoreto de 
sódio ou de iodoacetato de sódio 
• material for mantido em refrigeração 
Determinação da glicose 
 Interferências 
Resultados falsamente elevados 
 paracetamol, ácido acetilsalicílico (AAS), ácido nalidíxico, 
ácido nicotínico, adrenalina, benzodiazepínicos, cafeína, 
cimetidina, clonidina, cortisona, dopamina, esteróides 
anabólicos, estrogênios, fenitoína, furosemida, levodopa, 
tiazidas 
Resultados falsamente reduzidos 
 alopurinol, anfetaminas, β-bloqueadores, hipoglicemiantes 
orais, clofibrato, fenacitina, fenazopiridina, fenformina, 
insulina, isoniazida, nitrazepan 
 
Métodos 
Químicos 
 o-toluidina 
Enzimáticos 
 glicose oxidase, hexoquinase e glicose desidrogenase 
Determinação da hemoglobina glicada 
Paciente 
Não necessita jejum para a coleta. 
 
Amostra 
Sangue total colhido em tubo contendo EDTA, oxalato de 
potássio - fluoreto de sódio. 
O sangue pode ser armazenado em refrigerador por uma 
semana. Amostras heparinizadas devem ser ensaiadas no 
máximo em dois dias. 
 
Métodos 
Microcolunas 
Eletroforese 
 
Valor de referência 
 indivíduos normais - entre 5 a 8% da HbA total 
pacientes com diabetes - variam entre 8 a 30% da HbA total 
Determinação da hemoglobina glicada 
Importante.... 
As dosagens da 
hemoglobina A1c 
refletem o tempo 
médio de controle 
da glicemia. 
O exame é usado, 
basicamente, para 
monitoramento da 
terapêutica, tendo 
pouco valor para o 
diagnóstico.

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