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Diversidade e Extinção de Espécies

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da natureza das estações, ou do número dos seus inimigos. Em tais casos, o ex-
termínio é rápido, quando pelo contrário a produção de novas espécies é sempre 
muito lenta. Suponhamos, como caso extremo, que havia em Inglaterra tantas es-
pécies quantos indivíduos: o primeiro Inverno rigoroso, ou um Verão muito seco, 
causaria o extermínio de milhares de espécies. As espécies raras (e cada espécie 
tornar-se-ia rara se o número de espécies de um país crescesse indefinidamente), 
oferecem, explicamos já em virtude de que princípio, poucas variações vantajosas 
num tempo dado; por conseqüência, a produção de novas formas específicas se-
ria consideravelmente demorada. Quando uma espécie se torna rara, os cruza-
mentos consangüíneos contribuem para adiantar a sua extinção; alguns autores 
pensaram que conviria, em grande parte, atribuir a este fato o desaparecimento do 
uro na Lituânia, do veado na Córsega e do urso na Noruega, etc. Enfim, e estou 
disposto a acreditar que é isto o elemento mais importante, uma espécie dominan-
te, tendo já vencido muitos concorrentes no seu próprio habitat, tende a estender-
se e a suplantar muitos outros. Alphonse de Candolle demonstrou que as espécies 
que se espalham muito tendem ordinariamente a espalhar-se cada vez mais; por 
isso, estas espécies tendem a suplantar e a exterminar muitas espécies em muitas 
regiões e atrasar assim o aumento desordenado das formas específicas sobre o 
Globo. 
O Dr. Hooker demonstrou recentemente que na extremidade sudeste da 
Austrália, que parecia ter sido invadida por numerosos indivíduos vindos de dife-
rentes partes do Globo, as diferentes espécies australianas indígenas diminuíram 
consideravelmente em número. Não pretendo determinar que valor convém atribu-
ir a estas diversas considerações; mas estas diferentes causas reunidas devem 
limitar em cada país a tendência para um aumento indefinido do número de for-
mas específicas. 
 
RESUMO DO CAPÍTULO 
 
Se, no meio das condições inconstantes da existência, os seres organiza-
dos apresentam diferenças individuais, em quase todas as partes da sua estrutu-

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