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RESUMO DPOC ATUALIZADO

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DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA
- definição: limitação crônica e irreversível ao fluxo aéreo
(expiratório) com sintomas persistentes
- fatores de risco: tabagismo (20-30 maços-ano), deficiência
de alfa-1-antitripsina
*fenótipo típico do paciente com deficiência de alfa-1-antitripsina:
jovem sem risco conhecido, enfisema basal e panacinar, hepatopatia
associada, história familiar positiva
- patogenia: enfisema pulmonar + bronquite crônica
● processo inflamatório das vias aéreas→ bronquite
crônica por ação de neutrófilos e macrófagos, resultando
em edema da mucosa e obstrução do lúmen, e,
posteriormente, fibrose
● há também destruição dos septos alveolares devido à
inflamação → tabagismo (principalmente) inibe ação da
alfa-1-antitripsina, responsável por inibir proteínas que
destroem o septo alveolar (enfisema)
- clínica: tosse crônica + expectoração
● estereótipos: maioria dos pacientes não se encontra nos extremos
○ enfisema: paciente consumido, com tórax em tonel
(diâmetro anteroposterior aumentado), rosado
○ bronquite crônica: paciente edemaciado,
cianótico, turgência jugular
● tosse crônica e produtiva
● obstrução fixa ao fluxo expiratório → visível em exames
de imagem e exame físico (murmúrio vesicular
diminuído, tórax em tonel, percussão mais timpânica)
○ hiperinsuflação (ar entra, mas não sai) → coração em
gota, aumento da distância intercostal, diafragma
abaixado
● hipoventilação alveolar → hipoxemia (dispneia e cianose)
e hipercapnia (retentor crônico)
● cor pulmonale → hipoxemia crônica causa
vasoconstrição e hipertensão pulmonar
○ síndrome de falência ventricular direita
- diagnóstico:
● espirometria inicial: VEF1/CVF < 0,7 (semelhante à
asma)
● prova broncodilatadora: obstrução praticamente fixa e
irreversível (diferencia asma de DPOC)
● repetir se VEF1/CVF após administração de
broncodilatador ficar entre 0,6-0,8
● VEF1/CVF < 0,6 após prova broncodilatadora
confirma diagnóstico
- classificação a partir do VEF1: GOLD → VEF1 pós prova
broncodilatadora
● estágio I: VEF1 ≥ 80%
● estágio II: VEF1 entre 50-79%
● estágio III: VEF1 entre 30-49%
● estágio IV: VEF1 < 30%
- avaliação combinada: sintomas + risco de exacerbação →
guia tratamento
● A → pouco sintomático, 0 a 1 exacerbação por ano que
não necessita hospitalização
○ CAT < 10 ou mMRC 0-1 ou SGRO < 25
● B → muito sintomático, 0 a 1 exacerbação por ano que
não necessita hospitalização
○ CAT ≥ 10 ou mMRC 3-4 ou SGRQ > 25
● E → qualquer paciente, independente da sintomatologia,
com 2 ou mais exacerbações por ano OU com pelo
menos 1 exacerbação que necessite internação
- tratamento:
● não medicamentoso:
○ parar de fumar → diminui progressão da doença
○ vacinação → pneumococo + influenza + dTpa +
covid + zoster (se > 50 anos)
○ reabilitação pulmonar (B e E) → fisioterapia
respiratória + equipe multidisciplinar
○ “bombinha” para resgate (SOS)
○ atividade física
○ O2 domiciliar 15h/dia se necessário→ avaliar
PaO2 com paciente estável (pelo menos 3 meses
após última exacerbação)
■ PaO2 ≤ 55 mmHg OU SatO2 ≤ 88% em
repouso
■ PaO2 56-58 + policitemia ou cor pulmonale
● medicamentoso:
○ A → broncodilatador de longa OU de curta ação
(beta-2 ou anticolinérgico)
○ B → associação entre antimuscarínico de longa
ação (LAMA - tiotrópio) E beta-2 de longa ação
(LABA - formoterol)
○ E → broncodilatador de longa ação =
antimuscarínico de longa ação (LAMA - tiotrópio) E
beta-2 de longa ação (LABA - formoterol)
■ alternativa: pacientes com sobreposição
asma + DPOC → adicionar CI (em caso de
eosinofilia importante ≥ 300 eosinófilos)
● estratégias que reduzem mortalidade: interrupção do
tabagismo, vacina para vírus influenza, cirurgia de
pneumorredução (em caso de enfisema apical grave),
oxigenoterapia domiciliar se necessário, uso de CPAP à
noite (?)
- manejo emergencial:
● piora aguda de sintomas que necessite de terapia
adicional → aumento da dispneia e/ou tosse com escarro
em < 14 dias
● causas: infecção viral (rinovírus e influenza), pneumonia
bacteriana (H. influenzae, pneumococo, pseudomonas),
outras (IAM, TEP, FA, IC, pneumotórax)
● sinais cardinais: determinam diagnóstico → piora da
dispnéia, aumento do volume do escarro, secreção mais
purulenta
● tratamento:
○ antibiótico→ amoxicilina+clavulanato +
macrolídeo (azitromicina) 5-7 dias se:
■ purulência no escarro + dispneia E/OU
aumento do volume do escarro
■ ou ventilação mecânica (VNI ou IOT)
○ broncodilatação de curta ação: beta-2 agonista
(4-8 jatos) e/ou antimuscarínico de curta ação
(brometo de ipratrópio - 3 jatos)
○ corticoide sistêmico: prednisona 40 mg VO ou
metilprednisolona IV (se impossibilidade de VO)
por, no máximo, 5 dias
○ suporte ventilatório: alvo 88-92%
■ VNI se acidose respiratória (pH ≤ 7,35),
hipoxemia persistente ou fadiga
○ vitamina D: investigar deficiência e repor se
necessário
- não fornecer muito oxigênio para pacientes com DPOC:
● efeito Haldane: alta oferta de O2 gera hipercapnia pois a hemoglobina larga CO2 na
corrente sanguínea e se liga ao O2
● perda da vasoconstrição hipóxica: sangue desviado para alvéolos doentes, que não
fazem troca gasosa, piorando a relação ventilação perfusão
● rebaixamento do drive respiratório: redução da hipoxemia, estímulo necessário para a
respiração no centro respiratório (explicação menos importante)

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