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DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA - DPOC Definição ➔ DPOC é uma doença prevenível e tratável com alguns efeitos sistêmicos significantes que podem contribuir para a gravidade da doença em cada paciente; ➔ O componente pulmonar é caracterizado por limitação do fluxo aéreo que não é totalmente reversível; ➔ A limitação do fluxo aéreo é usualmente progressiva e associada com uma resposta inflamatória anormal do pulmão a partículas ou gases tóxicos. Fatores de risco ➔ Exposição a partículas: o Fumaça do cigarro; o Poeira ocupacional, orgânica e inorgânica; o Poluição aérea intradomiciliar; o Aquecimento e fogão por biomassa em moradias com pobre ventilação; o Poluição ambiental; ➔ Genética; ➔ Desenvolvimento e crescimento pulmonar; ➔ Stress oxidativo; ➔ Gênero: sexo masculino é maior a incidência; ➔ Idade; ➔ Infecções respiratórias; ➔ Condição socioeconômica; ➔ Nutrição; ➔ Comorbidades; Inflamação na DPOC ➔ Doença das pequenas vias aéreas: o Inflamação das vias aéreas; o Remodelamento das vias aéreas; ➔ Destruição do parênquima: o Ruptura das ligações alveolares; o Redução do recolhimento elástico; OBS: isso tudo leva à limitação do fluxo aéreo; ➔ Modificações do parênquima pulmonar na DPOC: o Destruição da parede alveolar; o Perda da elasticidade; o Destruição do leito capilar; o Aumento de células inflamatórias, macrófagos, CD8 linfócito. Quadro clínico ➔ Dispneia persistente e progressiva; ➔ Tosse crônica (seca ou produtiva); ➔ Sibilância intermitente; ➔ Emagrecimento (em estágio avançado); ➔ Edema de MMII (cor pulmonale); Classificação MRC (Medical Research Council) ➔ Grau 0: sem dispnéia, a não ser durante exercícios extenuantes; ➔ Grau 1: dispnéia correndo no plano ou subindo uma inclinação leve; ➔ Grau 2: devido à dispnéia, caminha no plano mais vagarosamente do que pessoas da mesma idade ou, quando andando no plano em seu próprio ritmo, tem que interromper a marcha para respirar; ➔ Grau 3: interrompe a marcha para respirar após caminhar em torno de 100 metros ou após andar poucos minutos no plano; ➔ Grau 4: a dispnéia impede a saída de casa ou apresenta dispnéia ao vestir-se ou despir-se; Exame físico ➔ Alterações no exame físico serão identificáveis tardiamente, por isso devemos estar atentos para buscar diagnosticar no início da doença; ➔ Inspeção: o Cianose periférica; o Hiperinsuflação pulmonar (tórax em tonel); o Uso de musculatura acessória; ▪ Retração de fúrcula; ▪ Batimento de aleta nasal; ▪ Uso de musculatura intercostal; o Edema; ➔ Ausculta: o Diminuição difusa do MV; o Sibilância; o Crepitação inspiratória; o B2 hiperfonética; o Bulhas abafadas; Diagnóstico ➔ Sintomas: o Tosse; o Expectoração; o Dispnéia; ➔ Exposição a fatores de risco: o Tabagismo; o Ocupação; o Poluição extra e intradomiciliar; OBS: espirometria é o padrão ouro para fechar o diagnóstico; Avaliação e acompanhamento da DPOC ➔ Espirometria: o Avaliar pós broncodilatador: ▪ A relação pós-broncodilador VEF1/CV < 0,70; ▪ Limitação não reversível; o Comparar com valores para idades; DPOC X ASMA ➔ Início em adulto; ➔ Sintomas progridem lentamente; ➔ Longa história de tabagismo; ➔ Dispnéia aos esforços; ➔ Limitação ao fluxo aéreo irreversível; ➔ Início precoce na juventude (frequentemente em criança); ➔ Sintomas variam a cada dia; ➔ Alergia, rinites, ou eczema também presentes; ➔ História familiar de asma; ➔ Limitação ao fluxo aéreo reversível; Radiografia de tórax ➔ Solicitar rotineiramente; ➔ Alterações em casos avançados; ➔ Diagnóstico diferencial (neoplasia); Gasometria arterial ➔ SpO2 < 90%; TC de tórax ➔ Dúvida prognóstica; ➔ Programação cirúrgica; Risco de exacerbação ➔ 2 ou mais exacerbações no último ano; ➔ VEF1 < 50%; DPOC e comorbidades ➔ Paciente com DPOC tem mais risco de : o Infarto agudo do miocárdio, angina; o Osteoporose; o Infecções respiratórias; o Depressão; o Diabetes; o Câncer de pulmão; Tratamento da DPOC ➔ Todas as medidas devem visar a redução dos sintomas e riscos; ➔ Principal fator de risco é parar de fumar, pois é a mais simples e efetiva intervenção em reduzir o risco de desenvolver a DPOC e reduzir a sua progressão. ➔ Tratamento farmacológico: o Beta 2-agonistas: ▪ Ação curta; ▪ Ação longa; o Anticolinérgicos: ▪ Ação curta; ▪ Ação longa; o Metilxantinas; o Corticoides: ▪ Inalatórios; ▪ Sistêmicos; o Inibidores da Fosfodiesterase-4 ➔ Ação: broncodilatadora, melhora os sintomas; ➔ Ação: anti-inflamatória, melhora a doença; Atenção: a combinação de corticoide inalado e broncodilatador é mais efetivo que o uso separado de cada componente. (Evidência A) ➔ Corticoides: o A relação entre dose/resposta e da segurança a longo prazo do uso dos corticoides inalados ainda é desconhecida; o Uso crônico de corticoides sistêmicos deve ser evitado, a relação risco/benefício é sempre desfavorável. (Evidência A); o Usa-se corticoide inalatório quando o VEF1 pós broncodilatador seja < 50% ou quando o paciente tem 2 ou mais exacerbações no ano; ➔ Inibidores da Fosfodiesterase 4: o Ex: Roflumilaste ▪ Indica essa classe quando o paciente é muito secretivo, apresenta exacerbações frequentes, GOLD 3 e 4, pois ajuda na redução da exacerbação; ➔ Broncodilatadores: o Curta: ▪ Fenoterol; ▪ Salbutamol; ▪ Terbutalina; ▪ Brometo de Ipratrópio; o Longa: ▪ Indacaterol; ▪ Formoterol; ▪ Salmeterol; ▪ Brometo de Tiotrópio; o Metilxantinas: ▪ Aminoflina; ▪ Teofilina; ▪ Bamifilina; OBS: Em pacientes com DPOC vacinas anti-influenza podem reduzir exacerbações graves (Evidência A); OBS: Vacina antipneumocócica é recomendada para pacientes com DPOC e mais de 65 anos, e para pacientes de menos de 65 anos com VEF1 < 40% predito (Evidência B); Objetivos do tratamento ➔ Aliviar sintomas; ➔ Melhorar tolerância ao exercício; ➔ Melhorar o estado de saúde; ➔ Prevenir progressão da doença; ➔ Prevenir e tratar exacerbações; ➔ Reduzir mortalidade; Outros tratamentos ➔ Antibióticos: só usados para tratar exacerbações infecciosas de DPOC; ➔ Agentes antioxidantes: não há efeito da N-acetilcisteína na frequência de exacerbações, exceto nos pacientes não tratados com corticoides inalados; ➔ Agentes mucolíticos, antifussígenos, vasodilatadores: não recomendados na DPOC estável; Tratamento não farmacológico ➔ Reabilitação: todos pacientes com DPOC se beneficiam com programas de treinamento de exercícios, melhorando em respeito tanto à tolerância ao exercício quanto aos sintomas de dispneia e fadiga (Evidência A); ➔ Oxigenoterapia: a administração à longo prazo de oxigênio ( > 15 horas por dia) aos pacientes com insuficiência respiratória crônica mostrou que aumenta a sobrevida (Evidência A); Seguimento anual ➔ Radiografia de tórax; ➔ Espirometria com BD; ➔ Gasometria arterial (se uso de O2); ➔ Densitometria óssea (se uso de corticoide sistêmico); ➔ Outros, conforme a necessidade; Quando desconfiar de exacerbação infecciosa ➔ Aumento do volume de expectoração; ➔ Mudança do aspecto do escarro; ➔ Aumento da dispneia; Indicações de hospitalização ➔ Insuficiência respiratória grave (dispneia intensa, agitação ou sonolência); ➔ Cianose; ➔ Hipoxemia refratária; hipercapnia com acidose; ➔ TEP, pneumonia, pneumotórax ou arritmias; ➔ ICC descompensada; ➔ Ausência de resposta ao tratamento inicial;
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