Buscar

Anatomia do Periodonto

Prévia do material em texto

periodontia
Odontologia
@resumosemdupla
 
O periodonto compreende os seguintes tecidos: a gengiva (G), o 
ligamento periodontal (PL), o cemento radicular (RC) e o osso 
alveolar (AP). O osso alveolar é constituído por dois componentes, 
o osso alveolar propriamente dito (ABP) e o processo alveolar. 
 
A principal função do periodonto é inserir o dente no tecido ósseo 
dos maxilares e manter a integridade da superfície da mucosa 
mastigatória da cavidade oral. 
O periodonto de proteção é composto pela gengiva. Já o periodonto 
de sustentação é composto pelo ligamento periodontal, cemento 
radicular e osso alveolar. 
A mucosa oral é continua com a pele dos lábios e com a mucosa do 
palato mole e da faringe. 
A gengiva é a parte da mucosa mastigatória que cobre o processo 
alveolar e circunda a porção cervical dos dentes. Consiste em uma 
camada epitelial e um tecido conjuntivo-lâmina própria. 
Em direção à coroa, a gengiva de cor rósea termina na margem 
gengival livre, que possui um contorno festonado. No sentido apical, 
a gengiva é contínua com a mucosa alveolar (mucosa de 
revestimento), que é frouxa e de cor vermelha mais escura, da 
qual em geral é separada por uma linha limitante facilmente 
reconhecida, chamada junção mucogengival. 
Obs.: Não há uma junção mucogengival no palato, uma vez que o 
palato duro e o processo alveolar do maxilar são revestidos pelo 
mesmo tipo de mucosa mastigatória. 
 
A margem gengival livre é o limite entre a gengiva e o dente. Com 
frequência é arredondada, de moda a formar uma pequena 
invaginação ou sulco entre o dente e a gengiva. 
Anatomia dos tecidos periodontais 
1) Margem gengival livre. 
2) Gengiva livre. 
3) Ranhura gengival. 
4) Gengiva inserida. 
5)Junção mucogengival 
6) Mucosa alveolar. 
 
 
A junção mucogengival separa a gengiva da mucosa alveolar e a 
ranhura gengival separa a gengiva livre da gengiva inserida. 
Presente em apenas cerca de 30% a 40% dos adultos. 
O zênite gengival é a porção 
mais apical da margem 
gengival. 
 
Duas partes da gengiva 
podem ser diferenciadas: gengiva livre e gengiva inserida. 
Gengiva livre: cor rósea, superfície opaca e consistência 
firme, compreende o tecido gengival das partes vestibulares e 
lingual/palatina dos dentes, além da gengiva interdental ou papilas 
interdentais. Pelos lados vestibulares e lingual dos dentes, a gengiva 
livre estende-se a partir da margem gengival em direção apical até 
a ranhura gengival livre, que se acha posicionada em um nível 
correspondente à junção cemento-esmalte. 
• Papila interdental (gengiva interdentária): é determinada pelas 
relações de contato entre os dentes. Nas regiões anteriores 
da dentição, a papila interdental tem uma forma piramidal, 
enquanto nas regiões de molares as papilas são mais 
achatadas no sentido vestíbulo-lingual. 
• Área de col: região entre um dente e outro. Essa região é 
revestida pelo epitélio delgado não-ceratinizado, por isso não 
tem tanta resistência sendo mais suscetível a inflamação. 
Gengiva inserida: estende-se em direção apical até a junção 
mucogengival. Com textura firme e cor rósea, a gengiva inserida 
com frequência mostra uma superfície que apresenta uns 
pontilhados delicados, o que lhe confere o aspecto de casca de 
laranja. Esses pontilhados ocorrem devido a firma inserção das 
fibras do tecido conjuntivo. 
É dividida em epitélio oral e epitélio dentogengival. 
Epitélio oral 
O epitélio que recobre a gengiva livre pode ser diferenciado da 
seguinte forma: 
• Epitélio oral: que fica voltado para a cavidade oral. 
• Epitélio do sulco: que fica voltado para o dente, sem ficar 
em contato com a superfície do dente. 
• Epitélio juncional: que promove o contato da gengiva com 
o dente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O limite entre o epitélio oral e o tecido conjuntivo subjacente segue 
o curso ondulado. As partes do tecido conjuntivo que se projetam 
no epitélio são chamadas de papilas do tecido conjuntivo (projeção 
do tecido conjuntivo em direção ao epitélio) e são separadas entre 
si pelas cristas epiteliais. (sã projeção do epitélio em direção ao 
tecido conjuntivo). 
A presença de cristas epiteliais é um aspecto morfológico 
característicos do epitélio oral e do epitélio do sulco, enquanto no 
epitélio juncional estas estruturas estão ausentes. 
 
 
 
 
O epitélio oral é um epitélio pavimentoso estratificado ceratinizado, 
que, tomando-se por base o grau de diferenciação das células 
produtoras de ceratina, pode ser dividido nas seguintes camadas 
celulares: 
1) Camada basal ou camada germinativa: limita o epitélio do tecido 
conjuntivo. Essa é a única camada onde ocorre a formação dos 
queratinócitos. 
2) Camada espinhosa: queratinócitos arredondados. Entre os 
queratinócitos existe uma “ponte” ligando um ao outro, essas 
pontes parecem espinhos, por isso o nome da camada. 
3) Camada granulosa: grânulos de querato-hialina no citoplasma. É 
visto um monte de grânulos que são liberados na zona de transição, 
Papilas do tecido conjuntivo: projeções do 
tecido conjuntivo em direção ao epitélio. 
 Cristas epiteliais: são projeções do epitélio em 
direção ao tecido conjuntivo. 
 
 
preenchendo espaços intercelulares, promovendo a 
impermeabilidade. 
4) Camada ceratinizada ou córnea: células todas queratinizadas e 
desidratadas. 
Além das células produtoras de ceratina (ceratinócitos) que 
correspondem a cerca de 90% da população celular total, 
observa-se que o epitélio oral contém, ainda, os seguintes tipos 
celulares: 
• Melanócitos: síntese de pigmentos 
• Células de Langerhans: mecanismo de defesa 
• Células de Merkel: função sensorial 
• Células inflamatórias: processos inflamatórios 
A membrana basal separa o epitélio do tecido conjuntivo. As células 
basais têm a capacidade de se dividir, ou seja, sofrem divisão 
celular mitótica. Essa membrana é separada por duas estruturas: 
lâmina lúcida e lâmina densa. 
Existem duas estruturas responsáveis pela forte adesão entre o 
tecido conjuntivo e o epitélio: fibrilas de ancoragem (projetam-se 
em forma de leque, da lâmina densa para o tecido conjuntivo.) e os 
hemidesmossomos (parte do epitélio, forma uma forte união entre 
o epitélio e a membrana basal através da parte lúcida). 
 
Saindo da camada basal, vai para a camada espinhosa. Nessa 
camada tem vários ceratinócitos um em contato com o outro, 
essas células ligam-se entre si por meio de numerosos 
desmossomos (pares de hemidesmossomos). A presença de um 
grande número de desmossomos indica que a aderência entre as 
células epiteliais é sólida. 
Quando atravessam o epitélio, a camada basal até a superfície 
epitelial, os ceratinócitos sofrem diferenciação e especialização 
contínuas. A partir da camada basal até a camada granulosa, 
ocorre o aumento no número de tonofilamentos, aumento no 
número de desmossomos e uma diminuição no número de organelas. 
Ocorre uma transição brusca das células da camada granulosa para 
a camada córnea. A célula rapidamente se achata e ocorre a 
ceratinização muito rápida do 
citoplasma do ceratinócito. 
Em resumo, o ceratinócito sofre 
diferenciação continua em seu trajeto 
da camada basal até a superfície do 
epitélio. Assim, após deixar camada 
basal, o ceratinócito não pode mais se 
dividir, mantendo a capacidade de 
produção de energia e proteína. Na 
camada granulosa, acaba o sistema de 
produção de energia e proteína e é 
bruscamente transformado em uma célula preenchida por 
ceratina, que, na camada córnea, é descamada da superfície do 
tecido. 
Epitélio dentogengival 
 É a parte voltada ao dente. 
 
O epitélio juncional difere morfologicamente do epitélio do sulco e 
do epitélio oral, enquanto esses dois últimos são estruturalmente 
muito semelhantes. O epitélio juncional é mais largo na parte 
correspondente à coroa, tornando mais estreito em direção à 
junção cemento-esmalte, na região limítrofe entre o epitélio 
juncional e o tecido conjuntivo subjacente não estão presentesas 
cristas epiteliais, o tamanho da célula é muito maior, o espaço 
intercelular é mais largo do que no epitélio oral. 
O epitélio juncional apresenta uma superfície livre no fundo do sulco 
gengival. Esse epitélio também é constantemente renovado por 
meio da divisão celular da camada basal. As células migram até a 
base do sulco gengival, onde descamam. Esse epitélio só tem duas 
camadas: camada basal e camada espinhosa. 
A lâmina lúcida e lâmina densa continua até a direção ao epitélio 
juncional, porém muda de nome. A lâmina lúcida vira zona 
eletrolúcida e a lâmina densa vira zona eletrodensa. 
 
 
A zona eletrodensa e eletrolúcida possuem estruturas muito 
semelhantes à lâmina densa e a lâmina lúcida na área da membrana 
basal. Os hemidesmossomos são responsáveis por promover a 
união entre o esmalte e o epitélio juncional. 
Tecido conjuntivo 
O tecido conjuntivo (lâmina própria) é o componente tecidual 
predominante da gengiva. Os principais constituintes do tecido 
conjuntivo são: 
 
Os diferentes tipos de células presentes no tecido conjuntivo são: 
→ Fibroblastos: corresponde a 65% da população celular. São 
responsáveis pela produção de fibras colágenas e a síntese 
da matriz do tecido conjuntivo. Seu formato é fusiforme ou 
estrelado. 
→ Mastócitos: são responsáveis pela produção de substâncias 
vasoativas e produção de determinados componentes da 
matriz. 
→ Macrófagos: apresentam as funções de fagocitose e síntese 
do tecido. É derivado dos monócitos circulantes no sangue. 
→ Células inflamatórias: granulócitos neutrófilos, linfócitos e 
plasmócitos. Estão presente no processo inflamatório. 
As fibras do tecido conjuntivo são produzidas pelos fibroblastos e 
podem ser divididas em: 
→ Fibras colágenas: predominam no tecido conjuntivo, são 
responsáveis pela força e resistência. Apresentam uma 
polimerização extracelular, ou seja, ela tem o início da sua 
formação no fibroblasto, porém, sua formação termina no 
meio extracelular. 
 
O fibroblasto produzir uma 
pequena molécula de colágeno, 
chamada de tropocolágeno. O 
tropocolágeno é expelido para o 
meio extraceular. No meio 
extracelular essas moléculas de 
tropocolágenos agregam-se 
longitudinalmente, formando 
estrutura chamada protofibrilas. 
Estas, reúnem-se em paralelismo 
longitudinal, formando as fibrilas 
colágenas. As fibrilas colágenas se unem, formando as fibras 
colágenas. 
→ Fibras reticulares: estão localizadas no limite entre o epitélio e 
o tecido conjuntivo, e na região entre o tecido conjuntivo e 
endotélio. Apresentam a função de sustentação de células ou 
conjuntos de células, e apresentam propriedade argirófilas. 
→ Fibras oxitalânicas: função desconhecida. São escassas na 
gengiva, porém numerosas no ligamento periodontal. 
→ Fibras elásticas: função de elasticidade, sendo muito presente 
na mucosa alveolar, e na gengiva e no ligamento periodontal 
apenas em associação com vasos. 
De acordo com sua inserção e a trajetória que seguem no tecido, 
os feixes orientados de fibras gengivas podem ser divididos nos 
seguintes grupos: 
→ Fibras dentogengivais: saem do cemento, em forma de leque, 
e vão em direção ao tecido gengival livre das superfícies 
vestibulares, lingual e interproximal. 
→ Fibras dentoperiósteas: saem do cemento e vão em sentido 
apical sobre a crista óssea alveolar. 
→ Fibras circulares: são feixe de fibras dispostos na gengiva 
livre e que circundam o dente em forma de um anel. 
→ Fibras transeptais: ligam um cemento ao outro. Alguns vão em 
direção ao septo alveolar 
 
Inserção conjuntiva: conjunto de fibras gengivas inseridas no 
cemento. 
 
A matriz é produzida pelos fibroblastos e mastócitos. A matriz é 
o meio no qual as células do tecido conjuntivo estão embutidas e é 
essencial pra manutenção da função normal do tecido conjuntivo. 
Os principais componentes da matriz são macromoléculas de 
carboidratos e proteínas. Normalmente, estes complexos são 
diferenciados em proteoglicanas e glicoproteínas. Essa matriz é 
responsável por todo o transporte que ocorre no tecido conjuntivo 
(transporte de água, eletrólitos, nutrientes e metabólicos). 
O ligamento periodontal é o tecido conjuntivo frouxo, ricamente 
vascularizado e celular, que circunda as raízes dos dentes, está 
entre a raiz e o osso alveolar propriamente dito. 
A lâmina dura é a parte do osso 
alveolar que recobre o alvéolo. O 
osso esponjoso é a porção do 
processo alveolar que, na 
radiografia, apresenta o aspecto 
trabeculado. 
O espaço do ligamento periodontal 
tem a forma de ampulheta e é mais estreito no nível do terço 
médio da raiz. A largura do ligamento periodontal é cerca de 0,25 
mm. A presença desse ligamento permite que as forças, 
produzidas durante a função mastigatória e outros contatos 
dentários, sejam distribuídas e absorvidas pelo processo alveolar 
através do osso alveolar propriamente dito. Esse ligamento 
também é essencial para a mobilidade dos dentes. 
As fibras no ligamento periodontal são: 
→ Fibras colágenas: são as principais. Estendendo-se do cemento 
ao osso alveolar. 
→ Fibras elásticas: em associação com vasos. 
→ Fibras oxitalânicas: função não determinada. 
As fibras embutidas no cemento: 
→ Fibras de sharpey: são as fibras do ligamento periodontal 
(fibras colágenas), que vem desde o osso alveolar, percorre 
todo o espaço do ligamento periodontal e se inserem no 
cemento radicular. Apresentam um diâmetro menor, porém 
são mais numerosas do que aquelas embutidas no osso alveolar 
propriamente dito. 
As fibras do ligamento periodontal podem ser divididas nos 
seguintes grupos principais, de acordo com as suas formas de 
arranjo: 
→ Fibras da crista alveolar: próxima a crista óssea alveolar. 
→ Fibras horizontais: são retas. 
→ Fibras oblíquas: levemente inclinada para porção mais coronal. 
→ Fibras apicais: na porção apical. 
 
As células são: 
→ Fibroblastos: alinhados ao longo das fibras principais. 
→ Osteoblastos: revestem a superfície óssea. 
→ Cementoblastos: revestem a superfície do cemento. 
É um tecido mineralizado especializado, produzidos pro 
cementoblastos que reveste as superfícies radiculares, e 
ocasionalmente, pequenas porções das coroas dos dentes. 
As diferenças em relação ao tecido ósseo são: não contém vasos 
sanguíneos e linfáticos, não tem inervação, não sofre remodelação 
e reabsorção fisiológicas, porém se caracteriza pela formação 
contínua ao longo da vida. 
Funções 
O cemento desempenha diferentes funções. Ele insere as fibras 
do ligamento periodontal na raiz e contribui para o processo de 
reparo após danos à superfície radicular. 
Composição 
Cerca de 65% mineral, que é principalmente hidroxiapatita, 27% 
orgânica (fibras colágenas tipo 1), e 12% água. 
Classificação 
Cementogênese Presença de 
células na matriz 
Origem das fibras 
colágenas 
Primário Celular Intrínseca 
Secundário Acelular Extrínseca 
 
Cemento primário: constituído desde a formação radicular até o 
dente entrar em função. É acelular, tem a função principal de 
fixação do elemento e representa cerca de 2/3 da composição 
total. 
 
Cemento segundário: formado a partir do momento em que o dente 
entre em oclusão. É celular, formado de acordo com as demandas 
funcionais, é um tecido de adaptação. 
Sistema de fibras intrínsecas: dentro do cemento, produzidas pelos 
cementoblastos. 
Sistema de fibras extrínsecas: são as fibras de sharpey, 
produzidas pelos fibroblastos do ligamento periodontal. 
 
Celular: contém cementócitos no cemento. 
Acelular: não contém cementócitos no cemento. 
 
O cementoblasto produz uma matriz cementóide por baixo dele, e 
essa matriz quando se mineraliza se transforma no cemento. 
Quando a matriz é formada de forma lenta e gradual, os 
cementoblastos conseguem produzir a matriz e fugir antes que a 
matriz se mineraliza, com isso, os cementoblastos vão estar 
sempre na superfície da matriz. O cemento formado depois que o 
dente atingi a linha de oclusão(cemento secundário), é um cemento 
que responde as demandas funcionais, ele é produzido de uma 
maneira mais rápida. Com isso, os cementoblastos não tem tempo 
de produzir a matriz e fugir antes que ela mineralize, então ele 
acaba sendo aprisionado pela própria matriz, formando os 
cementócitos. Depois que o cementoblasto é englobado ele não 
produzir a matriz, 
Os cementócitos apresentam funções sensoriais, ele consegue 
captar os estímulos de pressão e transmitir ao longo de toda a 
matriz do cemento. 
Diferentes formas de cemento têm sido descritas: 
→ Cemento acelular de fibras extrínsecas-Primário: é 
encontrado nos terços coronários e médio da raiz, contém 
principalmente feixes de fibras de sharpey. É produzido antes 
do dente atingir o plano oclusal e apresenta a função de 
ancoragem. 
→ Cemento celular estratificado misto-Secundário: é encontrado 
no terço apical das raízes e áreas de furca, contém tanto 
fibras extrínsecas quanto intrínsecas, assim como 
cementócitos, é produzido durante todo período funcional dos 
dentes. 
→ Cemento celular de fibras intrínsecas-Secundário: é 
encontrado nas lacunas de reabsorção e contém fibras 
intrínsecas e cementócitos. Faz o reparo radicular. 
É definido como as partes da maxila e da mandíbula que formam e 
dão suporte aos alvéolos dos dentes. Desenvolve-se em associação 
com o desenvolvimento e a erupção dos dentes. O processo 
alveolar consiste em osso, o qual é formado tanto pelas células do 
folículo dentário (osso alveolar propriamente dito) como por células 
que não estão envolvidas no desenvolvimento dentário. Em conjunto 
com o cemento radicular e o ligamento periodontal, o osso alveolar 
constitui o aparelho de inserção dos dentes, cuja função principal 
é distribuir e absorver as forças geradas, por exemplo, pela 
mastigação e por outros contatos dentários. 
A parede palatina é mais espessa. As paredes dos alvéolos 
revestidas por osso compacto. As áreas entre alvéolos e entre as 
paredes do osso compacto são preenchidas por osso esponjoso. 
A camada óssea na qual estão inseridos os feixes de fibras 
principais (fibras de Sharpey) é chamada de “osso fasciculado”. Do 
ponto de vista funcional e estrutural, este osso fasciculado tem 
muitas características em comum com a camada de cemento das 
superfícies radiculares. 
O osso alveolar contém vasos sanguíneos, vasos linfáticos e fibras 
nervosas, que passam pelos canais de Volkman e canais de Harven. 
Os canais de Volkman: são canais que vão penetrando em 
profundidade no osso alveolar. 
Os canais de Harvers: são os canais que vão no longo eixo do osso 
alveolar. 
 
Periósteo 
São o conjunto de fibras colágenas 
densamente compactadas que reveste 
o osso. A superfície externa óssea é 
recoberta por osteoblastos. 
 
Reabsorção óssea 
Os osteoclastos são células 
gigantes que promovem uma 
reabsorção óssea. Para fazer a 
reabsorção óssea, eles destroem 
a matriz mineralizada. Os 
osteoclastos se aderem à 
superfície óssea e produz 
substâncias ácidas, essas 
substâncias ácidas que eles 
liberam vão promovendo uma 
destruição da matriz 
mineralizada. E com essa 
destruição, ocorre a formação de 
lacunas de Howship. As lacunas de Howship são essas 
irregularidades que se encontra sobre o osso quando se faz uma 
avaliação microscópica. 
A artéria dentária (a.d.), que é um ramo da artéria dentária alveolar 
superior ou inferior (a.a.i.), emite a artéria intra-septal (a.i.) antes 
de penetrar no alvéolo. Os ramos terminais da artéria intra-septal 
(ramos perfurantes, rr.p.) penetram no osso alveolar 
propriamento dito pelos canais em todos os níveis do alvéolo. No 
espaço do ligamento periodontal, eles se anastomosam com os 
vasos sanguíneos originários da porção apical do ligamento 
periodontal e com os demais ramos terminais da artéria intra-
septal. Antes de 
penetrar no canal 
radicular, a artéria 
dentária fornece 
ramos que suprem a 
porção apical do 
ligamento periodontal. 
 
 
 
 
 
 
 
Receptores sensoriais da porção periodontal 
No ligamento periodontal existem estruturas que são fundamentais 
para entender o quanto de força deve se fazer durante a 
mastigação. Ao mastigar um alimento, a força que deve ser 
exercida sobre aquele alimento é identificada pelos receptores do 
ligamento e os proprioceptores de músculos e tendões. Essas duas 
estruturas fazem a regulação de movimentos e forças de 
mastigação. 
 
a.s.: artéria sublingual 
a.m.: artéria mentoniana 
a.b.: artéria bucal 
a.f.: artéria facial 
 
a.p.: artéria palatina maior 
a.i.: artéria infra-orbitária 
a.ap.: artéria dentária superior 
posterior 
 
Requisitos do instrumento 
• Delicado, confortável, forma adequada. 
• Rígido sem ser grosseiro. 
• Permitir manipulação e liberdade de movimento sem esforço 
excessivo. 
• Ponta ativa no prolongamento do longo eixo do cabo. 
• Ser afiado com facilidade e rapidez (para raspadores). 
Partes do instrumento 
Cabo 
Apresenta variações em: 
Diâmetro: empunhadura confortável – os instrumentais mais 
grossos são mais confortáveis para segurar. 
Textura: liso ou estriado (empunhadura segura). 
Estrutura: maciço ou oco (maior sensibilidade táctil). 
Haste 
É localizada entre o cabo e a extremidade ativa, e é mais fina que 
o cabo. Apresenta as seguintes variações: 
Comprimento: longas (dentes posteriores/ anteriores com 
recessão ou bolsa profundas) ou curtas (dentes anteriores). 
Angulação: menos anguladas (dentes anteriores) ou mais anguladas 
(dentes posteriores). 
Extremidade ativa 
Parte do instrumento que entra em atividade. Duas classes de 
instrumentais: exploração e sondagem, e remoção de cálculo. 
Forma: ponta simples (uma extremidade ativa), ponta dupla (duas 
extremidades ativas). 
Porções que compõem a extremidade ativa do instrumento: 
 
Ângulo de corte: formado entre a face coronária e superfície 
lateral do instrumento (70°-80°). 
Ângulo da lâmina: formado entre a face coronária e porção final 
da haste. Nas curetas Gracey o ângulo formado é de 70°, já na 
cureta McCall é de 90°. 
A cureta Gracey pode ser usada na região supragengival e 
subgenigiva.l. Pois a lâmina dela é compensada em 70°, e sendo 
compensada em 70° a porção ativa em contato com o dente 
remove o cálculo, faz o alisamento radicular. E a porção do outro 
lado não machuca o tecido gengival. A cureta McCall só pode ser 
usada nas regiões supragengival. 
Ângulo de trabalho: formado entre a face coronário e o dente. O 
ângulo de trabalho correto é entre 45° e 90° e o ângulo de 
trabalho ideal é 80°. 
 
Instrumentos plásticos e de titânio para 
implantes 
É utilizada para fazer sondagem em implante. 
Se realizar uma remoção da 
placa/biofilme/tártaro com uma cureta de 
metal, vai arranhar ou estragar a superfície 
do implante. Com isso, a superfície do implante 
não vai se recuperar adequadamente. 
A sonda ao lado, apresenta a ponta ativa removível. A ponta sendo 
de plástico, com vários ciclos de esterilização, ela acaba perdendo 
a definição das marcações e acaba perdendo também a 
resistência. Com isso, para evitar comprar outro instrumental, 
colocaram uma ponta removível. 
Identificação dos instrumentos 
Podem ser identificados por: classificação geral; nome; número e 
fabricante. 
Classificação geral 
1) Sondas exploradoras; 
2)Sondas periodontais; 
3) Curetas (A); 
4) Foices (B); 
5) Limas (C); 
6) Cinzel (D); 
7) Enxada (E); 
Classificação por tipo 
Puros: exploradores n°5. 
Mediadores: sonda periodontal milimetrada. 
Sonda exploradora 
Apresenta uma grande importância antes, durante e após a 
raspagem e aplainamento radiculares para: 
• Detectar a presença, distribuição e a quantidade de cálculo; 
• Avaliar a qualidade da superfície radicular após raspagem e 
alisamento radicular (RAR). 
É indicado para: detectar cáries, 
descalcificações, irregularidades na 
superfície do cemento, anormalidades 
na morfologia dental; examinar 
contorno de restaurações; detectarcálculos supra e subgengivais. 
As características desse instrumental são: delgado, corte 
transversal circular, extremidade aguda, pode ser simples ou dupla. 
Sonda periodontal 
É indicada para: sondar e medir profundidade de bolsas 
periodontais; sondar e medir perda de inserção. 
Apresenta uma grande importância: diagnóstico da doença 
periodontal. As características desse instrumental são: a 
extremidade ativa é milimetrada e colorida. Já a secção transversal 
tem diferentes formados, normalmente se usa a cilíndrica. 
A profundidade da bolsa periodontal é determinada introduzindo a 
sonda milimetrada paralela ao longo eixo do dente, entre o epitélio 
do sulco ou da bolsa periodontal e o dente, movendo-a e até o 
epitélio juncional. A pressão de sondagem é de 20 a 25 gramas. 
 
O posicionamento correto durante a sondagem deve ser paralelo 
ao longo eixo, e se for na vista lateral a sonda deve entrar 
direcionada em relação ao elemento dentário. 
 
Já na região interproximal, movimenta 
a sonda de forma paralela, quando 
tocar no ponto de contato, inclina a 
sonda levemente de moda a buscar a 
área de col. 
 
A sondagem é sempre em três 
regiões no vestibular e três regiões 
na palatina. 
 
Geração de sondas periodontais 
1ª geração: convencionais, o dentista é responsável por controlar 
a pressão de sondagem. 
2ª geração: pressão controlada. 
3ª geração: além de controlar a pressão, faz sondagem 
computadorizada (florida probe). 
Sonda de nabers: o objetivo dessa sonda é identificar 
regiões de furca (molares superiores e inferiores, e 1ª pré-molar 
superior. As marcações são: 3mm, 6mm, 9mm e 12mm. 
Perde óssea entre as raízes é chamada de lesão de 
furca, e para saber o quanto a furca foi 
comprometida é utilizada a sonda periodontal de 
nabers 
Essa sonda vai entrar entre uma raiz e outra, para 
analisar se tem perda óssea e qual que é essa perda 
óssea (leve, moderada ou atravessa o dente). 
Não é em toda paciente que se utiliza essa sonda, só vai utilizar 
quando a sondagem tradicional indicar uma necessidade. 
Instrumentos manuais para Raspagem e 
Alisamento Radicular (RAR) 
Foices 
É utilizada em região supragengival em faces proximais. Nos 
incisivos inferiores se utilizam bastante as foices, pois nessa região 
contém muita formação de cálculo e é uma região extremamente 
estreita. 
→ Corte transversal: 
triangular; 
→ Dorso: agudo e afilado; 
→ Ângulos de corte: 2 
ângulos retos; 
→ Extremidade ativa: 
pontiaguda. 
 
 
 
O movimento realizado durante a utilização da foice é de tração, 
onde vai puxar essa foice contra o elemento dentário. 
Limas 
É utilizada em: região com grandes massas de cálculo, na região 
supra ou levemente subgengival e superfícies livres, proximais de 
áreas desdentadas e distal de últimos molares. 
→ Instrumentos com vários ângulos de 
corte retos; 
→ Formato: arredondado, oval ou 
retangular; 
→ Variação na angulação e extensão da 
haste. 
O movimento realizado durante a utilização da lima é de tração, 
provocando fraturas do cálculo, para que ele seja removido mais 
facilmente. 
Enxada 
É utilizada em: região com grandes massas de cálculo, na região 
supra ou levemente subgengival. 
A lâmina deve ser posicionada para 
manter dois pontos de contato com o 
elemento, ou seja, tem que tocar a parte 
que vai remover o cálculo e tem que 
tocar também a parte intermediária da 
haste na coroa dentária. Com esse 
posicionamento, você tem a certeza que 
o ângulo de trabalho formado da lâmina em relação ao dente está 
perfeito. 
O movimento realizado durante a utilização da enxada é de tração 
Cinzel 
É utilizada em região anterior da boca e interproximais 
com pequeno espaço. As lâminas são ligeiramente 
curvas e anguladas em 45º. 
O movimento realizado durante a utilização do cinzel é 
de empurrar. O risco de usar movimento de 
empurrar e provocar um acidente é grande, podendo 
fraturar ou dilacerar tecido, pode acabar empurrando 
esse cálculo para uma porção subgengival mais 
profunda. 
Curetas de furca 
São indicadas para regiões de furca. Apresenta 
o formato de pequeno raio em meia lua, ou seja, 
ela apresenta uma leve curvatura que permite 
alcançar tanto o teto quanto o assoalho da 
furca. Isso permite a limpeza de toda a região 
da furca, possibilitando uma recuperação. 
Primeiro deve sondar o paciente clinicamente com uma sonda 
tradicional, caso tenha um indicativo de que possa 
ter uma perda óssea entre as raízes desse dente, 
vai utilizar a sonda de nabers e tentar encaixar 
entre as raízes do dente, para saber se tem uma 
lesão de furca. Caso tenha, deve se tratar essa 
Foices para dentes 
anteriores - retas 
Foices para dentes 
posteriores - curvas 
região, e para realizar a limpar e remover o cálculo utiliza as 
curetas de furcas. 
Curetas periodontais 
É utilizado para cálculos volumosos, aplainamento (alisamento) 
radicular. É o instrumento mais delicado para RAR. 
A foice apresenta o dorso afilado e ponta pontiaguda, já a cureta 
apresenta o dorso arredondado e a ponta é arredondada. 
Variações nas partes das curetas: 
→ Tamanho e textura do cabo; 
→ Extensão, angulação e rigidez da haste; 
→ Tamanho, angulação e posição da lâmina. 
Extensão, angulação e rigidez da haste 
Extensão: longas para região posterior, com exceção da região 
anterior com bolsas profundas ou recessão. As curtas são para 
região anterior. 
Angulação: retas ou pouca angulação para região anterior, e curvas 
em vários ângulos para região posterior. 
Rigidez: resistente para remoção de grandes massas de cálculo. 
Tamanho da lâmina 
Largas e espessas: empregadas para remoção de grandes massas 
de cálculo, em bolsas rasas com tecido edemaciado. 
Estreitas e pequenas: empregadas para remoção de menor 
quantidade de cálculo, em bolsas profundas, estreitas com tecido 
firme e fibrótico e/ou bifurcações. 
A seleção do tamanho da lâmina depende de: 
Profundidade da bolsa; 
→ Consistência tecidual; 
→ Quantidade de cálculo; 
→ Envolvimento de bifurcações; 
→ Acessibilidade a área. 
Existem dois tipos de curetas: universais e específicas. 
Curetas universais 
Desenhadas para permitir a instrumentação em todas 
as superfícies dentárias, ela é adaptável a todas as 
faces dentais. Apresenta uma cureta para região 
anterior e uma para região posterior. Exemplo: McCall 
– 13-14 e 17-18. 
A angulação da lâmina é de 90º graus, uso de ambos os ângulos de 
corte, ou seja, apresenta corte dos dois lados. É utilizada para 
regiões supragengival. 
Curetas específicas 
Cada cureta é desenhada para ser empregada em 
uma determinada área ou face do dente. Apresenta 
uma cureta para cada face do dente (distal, mesial, 
vestibular, lingual). 
Exemplo: Gracey. 
Número Região 
1-2 Dentes anteriores 
3-4 Dentes anteriores 
5-6 Dentes anteriores 
7-8 Dentes posteriores (vestibular e lingual) 
9-10 Dentes posteriores (vestibular e lingual) 
11-12 Dentes posteriores (mesial) 
13-14 Dentes posteriores (distal) 
 
A angulação da lâmina é de 70º graus, uso de apenas um ângulo 
de corte. É utilizada para região supra e subgengival. 
Curetas acessórias 
After five 
São modificações das curetas Gracey padrão. 
São curetas com hastes mais longas, a haste terminal 
apresenta 3mm mais longa e a lâmina é 10% mais fina, 
tendo uma melhor inserção subgengival. 
São usadas para bolsas maiores que 5mm. 
Essa cureta vai ter todas as curetas Gracey, exceto 
a numeração 9/10. 
Obs.: ao realizar a sonda do paciente, até 3mm sem sangramento 
é considerado saudável, a partir do momento que passa sem maior 
que 3mm e tiver sangramento é bolsa. 
 
Mini five 
São modificações das curetas After five. 
São curetas com minilâminas, a lâmina tem a metade do 
tamanho da lâmina da after five ou das Gracey 
tradicionais. 
Usadas para bolsas estreitas e profundas nas faces 
vestibular, lingual/palatina, furcas e sulcos de 
desenvolvimento. 
Essa cureta vai ter todas as curetasGracey, exceto a 
numeração 9/10. 
Micro mini five 
São modificações das curetas mini five. 
São curetas mais finas e 20% menores que as mini five. 
Acessar bolsas ainda mais estreitas. 
Instrumentos de limpeza polimento 
É interessante usar instrumentos que dão abrasividade maior e 
uma diminuição do calor. 
Caso você faça uma profilaxia no paciente sem nenhuma pasta 
profilaxia, vai ter menor abrasividade e mais calor. 
Ultra som 
Importante instrumento principalmente, no auxílio à raspagem de 
grandes massas de cálculo, porém é sempre indispensável a 
associação deste com os instrumentos manuais para o 
aplainamento radicular. 
É indicado para remoção de grandes massas de cálculo, remoção 
de manchas e região supragengival principalmente. 
Vantagens: menor tempo de trabalho; pontas não exigem afiação, 
posição e angulação de trabalho; menor desconforto para paciente 
e operador. 
Cuidados: super aquecimento, remoção de tecido radicular, 
proximidade ao osso. 
Obs.: usar a menor força necessária para fazer o procedimento. 
Instrumento ultra-sônico 
Irrigação com jato d’água: apresenta o objetivo de esfriamento da 
ponta, limpeza do campo e atividade cavitacional. 
 
Princípios de instrumentação 
A Odontologia é uma profissão que exige muito fisicamente do 
profissional, com isso deve existir uma atenção em relação: 
 
 
 
 
 
 
 
 
Acessibilidade 
Quando se tem uma posição adequado do operador mais a posição 
adequada do paciente evita se problemas na articulação do joelho, 
no quadril, ombro, cotovelo e cervical. 
Se não tiver uma adequado posição do profissional e do paciente 
isso vai gerar um cansaço prematuro, uma instrumentação parcial 
e uma diminuição da eficácia. 
Posição adequada do operador 
• Pés completamente apoiados no chão; 
• Observação do campo de visão; 
• Coxas paralelas ao solo – ângulo de 90 graus; 
• Costas retas; 
• Cabeça ereta; 
 
Posição adequada do paciente 
O paciente sempre vai estar em decúbito dorsal (costas apoiadas 
na cadeira) e a cabeça deve estar aproximadamente na altura do 
cotovelo do operador. 
Arco superior: cadeira em 180º e paciente eleva levemente o 
queijo. 
Arco inferior: cadeira em 120º e a mandíbula paralela ao chão. 
Visibilidade Iluminação Afastamento 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Obs.: o afastamento: tem que ser feito com algum instrumento, 
não pode ser feito com o dedo. 
Condição e afiação dos instrumentos 
Um instrumento mais afiado: melhora a sensibilidade tátil e vai ter 
mais precisão e eficiência. 
Um instrumento cego: faz a remoção incompleta do cálculo e vai 
ter que repetir mais vezes o movimento, com isso provoca um 
trauma desnecessário. 
Manutenção de um campo limpo 
Posição 
adequada do 
paciente 
Posição 
adequada do 
operador 
Iluminação Instrumentos 
afiados 
Anatomia 
periodontal 
Anatomia 
dental 
O espelho pode ser usado 
como afastador. Nesse caso 
é uma visão direta. 
 
Nesse caso é uma visão 
indireta. Através do espelho 
enxergar a face lingual dos 
molares inferiores. 
 
Iluminação indireta. Nesse 
caso até é possível visualizar 
a superfície dentária a ser 
trabalhada de forma direta, 
só que está escuro. Com isso, 
utiliza se o espelho. Coloca o 
espelho em uma posição de 
modo que a luz venha do 
refletor, bata no espelho e 
reflita sobre o dente. 
 
Visão indireta. Através do 
espelho é possível visualizar a 
superfície dentária a ser 
trabalhada. 
 
É muito importante manter o campo limpo e seco, tem que usar o 
sugador, a gaze e o ar comprimido. 
Estabilização do instrumento 
É preciso ter uma boa estabilização do instrumento através de 
uma empunhadura adequada e um apoio digital. 
 
 
 
 
Obs.: nós iremos utilizar a empunhadura de caneta modificada. 
Empunhadura de canta modificada 
• Indicador dobrado na segunda dobra; 
• Polegar a meia distância entre os dedos; 
• Polegar lado oposto do cabo, acima do dedo médio; 
• Efeito tripé; 
Empunhadura com palma e polegar 
É utilizada apenas para realizar a afiação do instrumento. 
A cureta é segurada com a mão não dominante e a pedra de afiar 
é segurada com a mão dominante. 
 
Apoio digital 
O apoio que vai ser feito para realizar a raspagem pode ser feito 
com o dedo médio ou dedo anelar. 
• Apreensão próxima à haste do instrumento; 
• Pulso/antebraço; 
• Dedos mantidos unidos; 
• Separação proporciona perda de potência e controle; 
Obs.: quanto mais próximo o meu apoio tiver do campo operatório, 
melhor é a minha precisão. 
O apoio pode ser convencional, arco cruzado, arco oposto, dedo no 
dedo, palma da mão para cima/palma da mão voltada para baixo e 
apoio do dedo indicador ou polegar da mão não operatória na haste 
ou cabo do instrumento. 
Convencional 
Apoio digital estabelecido imediatamente adjacente à área de 
trabalho. 
Arco cruzado 
Apoio digital estabelecido do outro lado da mesma arcada. 
Arco oposto 
Apoio digital estabelecido nas superfícies dentárias do arco oposto. 
Palma da mão para cima/ palma da mão 
voltada para baixo 
É um apoio extraoral. Pode ser com a palma da mão voltada parra 
baixo ou a palma da mão voltada para cima. 
Adaptação do instrumento 
Extremidade ativa do instrumento periodontal colocada contra a 
superfície do dente. Deve evitar traumas. 
Adaptação da cureta 
Apoiar a cureta com o terço inferior ou 
terço final da lâmina. A parte final é a parte 
que tem que exercer a maior parte da 
pressão. Não pode deixar nenhuma parte 
livre, se não ela pode escapar. 
Pode até encontra os três terços, mas se não for possível o 
importante é o terço final ficar em contato constante com a 
superfície que vai ser realizada a raspagem. 
Para alcançar a adaptação vai girando o instrumento até ele 
encaixar certo. O ângulo de trabalho é entre 45º e 90º e o ideal 
é 80º. 
A força que é exercida em um instrumento depende de alguns 
fatores, como: o quanto de cálculo tem acumulado, de quão antigo 
o calculo é, se é uma raspagem ou um alisamento radicular. 
 
Normalmente usamos movimentos vertical, mas o os movimentos 
oblíquo e horizontal são usados na parte vestibular e lingual. 
O movimento de sonda exploratória, tem que inclinar a sonda em 
direção ao dente para fazer a sondagem do sulco e averiguar sem 
tem algum tipo de cálculo aderido a superfície radicular. 
O movimento de raspagem é curto e poderoso, giro de punho e 
antebraço, pegando a porção mais apical do cálculo e a partir desta 
região fazer a raspagem, fazendo movimentos de tração, puxando 
para cima. 
O alisamento radicular é feito com movimentos mais longos e leves. 
Obs.: com as curetas Gracey, para raspagem, deve manter ela 
paralela em direção ao longo do eixo do dente e, com as universais, 
deve empinar um pouco, por conta de sua angulação de 90º. 
 
Exames de pacientes em periodontia 
Pontos a serem observados ao receber o paciente: 
✓ Queixa principal do paciente (o que levou ele ao consultório) e 
expectativas 
- A abordagem se diferencia se o paciente foi encaminhado ou se 
ele chegou ao consultório de forma independente. Em casos de 
encaminhamento torna-se necessário manter a ética profissional 
e respeitar o que foi pontuado pelo outro profissional (salvo em 
casos de coisas absurdas). 
✓ História familiar e social 
- Buscar novos problemas. 
✓ História dentária 
- Visitas de manutenção, sinais e sintomas, aumento de mobilidade, 
se há sangramento gengival, impacção alimentar, dificuldade de 
mastigação, necessidade de substituição de dente... 
✓ Hábitos de higiene oral 
- Frequência de escovação, quanto tempo de escovação, 
instrumentos de limpeza interdental, agentes químicos, fluoretos. 
Pode usar enxaguantes bucais desde que não seja clorexidina e 
sem álcool, pois o álcool é cancerígeno. 
✓ Hábitos de pacientes tabagistas - é o segundo fator de risco 
para a doença periodontal. 
 
✓ História médica e medicamentos 
- Doenças cardiovasculares, sanguíneos, diabetes,infecções e 
alergias são as complicações mais comuns. 
✓ Aspectos clínicos 
- Cor, textura gengival, vermelhidão, sangramento à sondagem, 
diminuição da resistência à sondagem, mobilidade dentária, migração 
ou perda do elemento. 
 
✓ Aspectos radiográficos 
- Geralmente na doença periodontal a perda é horizontal, de uma 
forma mais universal. O excesso de restauração atrapalha a 
higienização e contribui para a doença periodontal. 
Perda óssea horizontal: progressão uniforme. O paciente 
periodontal normalmente apresenta a perda óssea horizontal. 
 
Perda óssea vertical/angular: diferentes níveis ao redor das 
superfícies dentárias. É mais fácil de ser tratada. 
- 
 
Obs.: durante o planejamento e conversa com o paciente, o CD 
precisa trazer mais de uma opção de tratamento, pois a situação 
sócio econômica deve ser levada em consideração. 
Doença periodontal 
O primeiro fator de risco é o biofilme e o cigarro é o segundo fator 
de risco para a doença periodontal. O cigarro age negativamente 
na boca por conta do calor gerado e das substâncias tóxicas 
presentes (nicotina e alcatrão). 
Pode estar relacionada com doenças sistêmicas, como 
cardiovasculares, infecções, alérgicas, sanguíneos, diabetes. 
O paciente diabético tem grandes chances de desenvolver 
problemas periodontais, o fato de ter a glicemia aumentada, 
alterada toda a resposta tecidual do corpo e da boca, então quando 
o paciente apresentar uma agressão periodontal, ele vai ter uma 
resposta deficiente em relação àquela agressão, apresentando 
uma doença periodontal mais agressiva. 
O paciente periodontal vai ter mais dificuldade do controle da taxa 
glicemia e, portanto, ele vai ter mais chances de ser diabético. O 
paciente periodontal tem uma inibição da função da insulina. 
A sondagem é realizada em 6 sítios: 3 vestibulares e 3 linguais. 
Erros inerentes a sondagem 
✓ Espessura da sonda utilizada; 
✓ Mal posicionamento da sonda; 
✓ Escala de graduação da sonda periodontal (mm marcado 
errado); 
✓ Pressão aplicada sobre o instrumento (25 g); 
✓ Grau de infiltração das células inflamatórias. 
Sulco clínico x sulco histológico 
Sulco clínico é quando faz a sondagem e entra até 3 mm sem 
sangramentos, significando saúde periodontal. Sulco histológico é de 
0,69 mm, adentrando no epitélio oral do sulco. 
 
Ao se fazer uma sondagem passa do sulco histológico, atingindo o 
epitélio juncional. O epitélio juncional se une ao esmalte por meio de 
hemidesmossomos e os hemidesmossomos promovem uma união 
frágil, que pode ser feita e desfeita com muita facilidade. Então 
quando realizar uma sondagem no paciente você acaba invadindo 
um pouco do epitélio juncional, e isso é permitido por que a união é 
fraca. Não ocorre sangramento pois não é um processo patológico. 
 
 
 
 
Para fazer o aumento de coroa a sondagem precisa ir até a crista 
óssea, necessitando de anestesia. No final do procedimento deve 
ter 3mm entre a junção amelo-cementária e a crista óssea 
alveolar. 
Periograma 
O periograma não é realizado em todos os pacientes, mas somente 
naqueles que apresentarem necessidade, como por exemplo, 
pacientes com bolsas periodontais profundas e muita inflamação. 
É necessário para saber a profundidade da bolsa em cada região. 
O cálculo em excesso atrapalha a sondagem, impedindo o acesso à 
região, sendo necessário em alguns a remoção do tártaro antes 
da soldagem, mesmo que essa não seja a ordem das etapas. 
Obs.: em cálculos volumosos a cureta McCall se torna melhor para 
remoção. 
Primeira coisa a ser feita é verificar quais dentes do paciente 
estão ausentes. Em dentes ausentes, realiza-se a marcação no 
periograma de um X grande para evitar marcação errada. 
 
1- Sangramento: se há ou não sangramento. 
2-Posição da margem gengival: se refere a resseção gengival, e 
deve ser descrita em milímetros. 
Trata-se da distância da junção cemento-esmalte até a margem 
gengival. Em casos que houve crescimento gengival e a gengiva está 
sobre o dente coloca-se a milimetragem. 
A posição ideal da margem gengival é na junção amelo-cementaria. 
 
3- Profundidade de sondagem/profundidade de bolsa: nível de 
inserção da sondagem (o quanto a sonda entra na gengiva). 
Distância da margem gengival ao fundo do sulco/bolsa gengival. 
Obs.: pseudobolsa periodontal é proporcionada porque a gengiva 
cresceu sobre o dente. 
Doença periodontal – perda de estrutura óssea, 
inflamação, vermelhidão. 
Dente saudável - integridade completa do sistema 
 
x 
4- Nível de inserção clínica: soma a profundidade de sondagem com 
a posição da margem gengival. É o índice mais fiel. 
 
 
Obs.: o principal causador de resseção gengival é a escovação 
traumática. Resseções em pacientes periodontais ela aparece em 
vários dentes e não há preservação de papila, e a recessão 
aumenta as chances de cárie radicular. 
5- Grau de mobilidade: fisiológica ou patológica. 
6 - Furca: se há presença de lesão de furca. 
Índice de placa 
É fundamental para que haja um controle da placa bacteriana e 
para que o paciente possa ver os resultados de uma má higiene. 
Essa troca de informação enriquece a consulta e desperta o 
paciente a melhorar seus hábitos de higienização. 
Lembrando que nenhum procedimento pode ser realizado com 
saúde bucal deficiente. 
Para saber o índice de placa é realizada uma regra de 3: 
 
 
 
 
 
Os fatores que aumentam a retenção de placa: 
✓ Cálculos supragengivais 
✓ Cálculos subgengivas 
✓ Defeitos nas margens das restaurações 
Obs.: sendo o principal fator o cálculo. 
Sangramento gengival 
Corre com a sonda ao longo da margem gengival, no sulco gengival. 
Anotava-se se havia sangramento nesse ato. Não se utiliza mais. 
Envolvimento de furca 
Em casos de grande exposição de furca não há o que fazer pois 
não é possível a realização de enxerto ósseo, entendendo que a 
recuperação em região de furca é algo trabalhoso e difícil. 
 
A recuperação tecidual em região de furca é possível de se 
realizar, porém é complicada, e por isso em alguns casos indica-se 
a exodontia. 
A regeneração se usa biomaterial (osso) para reconstruir ou 
recuperar a região com membrana de colágeno para proteger o 
osso do tecido mole, sem o uso da membrana de colágeno o tecido 
mole que tem um desenvolvimento mais rápido invade a região e 
impede a formação óssea 
A regeneração periodontal é mais difícil do que a regeneração 
implantar. O RTG (regeneração tecidual guiada), se baseia em 
recuperar osso ou tecidos ao redor do dente. No implante isso se 
chama ROG (regeneração óssea guiada), isso é importante pois ao 
redor do implante deseja-se apenas o osso alveolar para segurar. 
No caso do dente outras estruturas são necessárias, como 
cimento, ligamento periodontal, e osso. Recontruir todas essas 
estruturas é mais dificl do que reconstruir so osso. 
Para verificação de região de furca utiliza-se a sonda de Nabers 
e a sondagem dos dentes é de acordo com o número de raízes. 
Nos molares inferiores é realizada entre a raiz mesial e distal, 
sendo feito a sondagem por vestibular e lingual. Nos molares 
112 (faces totais) – 100% 
89 (faces com placas) – x 
112x=100 * 89 
X=79% 
 
superiores são duas razies vestibulares e uma palatina, e a 
sondagem é feita por vestibular, distopalatino e mesiopalatino. 
 
Classificação de Hamp (1975) 
Graus de furca ou perda óssea: 
Grau I: perda horizontal do tecido de suporte menor que 3 mm. 
Grau II: perda horizontal do tecido de suporte maior ou igual a 
3 mm. 
Grau III: perda horizontal do tecido de um lado a outro da furca. 
Alguns autores citam a furca de grau IV, que seria a furca exposta. 
 
Avaliação de mobilidade dentária – 
Classificação de Miller 
Uma das principais formas de avaliar a doença periodontal é avaliar 
o grau de mobilidade dentária, e pode definir a indicação de 
exodontia. 
Grau O – mobilidade fisiológica da coroa, isto é, menor que 0,1 
e 0,2 mm na direção horizontal. 
Grau 1 – mobilidadeaumentada da coroa de no máximo 1 mm na 
direção horizontal. 
Grau 2 – aumento visível da coroa excedendo 1 mm na direção 
horizontal. 
Grau 3 – intensa mobilidade na coroa de um dente, nas direções 
horizontais e verticais. 
Etiologia: perda contínua dos tecidos de suporte; trauma de oclusão 
(restauração alta, por exemplo.) causando um aumento do 
ligamento periodontal. 
Diagnóstico: é por meio de sensação tátil através de dois 
instrumentos. Exemplo: cabo do espelho e um cabo de pinça. Não 
pode ser feito com dedo. 
 
Técnica radiográfica 
Na doença periodontal trabalha-se com radiografia periapical, 
observando o contorno da crista óssea alveolar interproximal. Para 
diagnóstico da doença periodontal utiliza-se o periograma + 
radiografia. 
Diagnóstico das doenças periodontais 
O paciente saudável é caracterizado por uma sondagem até 3 mm 
sem sangramentos. 
Gengivite 
• Sondagem com sangramentos 
• Profundidade do sulco: 1-3mm 
• Lesões restritas à margem gengival 
Periodontite leve 
• Perda de inserção de 1-2 mm, ou seja, 5 mm no total (3 mm 
+ 2 da perda de inserção) 
• Independente da morfologia da lesão 
• Todos os sintomas da gengivite 
Periodontite moderada 
• Perda de inserção de 3-4mm 
• Independente da morfologia da lesão 
• Todos os sintomas da gengivite 
Periodontite avançada 
• Perda de inserção de 5mm ou mais 
• Independente da morfologia da lesão 
• Todos os sintomas da gengivite 
 
 
Biofilme e cálculos orais 
Existe na cavidade oral uma microbiota natural, ou seja, sempre 
haverá bactérias na cavidade oral. 
No esmalte não há descamação e formação de novos tecidos 
como no resto do corpo, isso significa que o acúmulo de bactérias 
no elemento dentário não é removido naturalmente, é necessário 
a remoção mecânica para manutenção da limpeza. Quando essa 
limpeza mecânica não é realizada, haverá o acúmulo de bactérias 
e uma resposta inflamatória reprodutível. 
 
Gengivite experimental em humanos. Foi realizado em 1965 e 
durou 21 dias com 12 voluntários. Essas pessoas não escovaram 
os dentes durante os 21 dias, e assim que o biofilme foi removido 
houve a reconstrução periodontal, evidenciando que o maior 
motivo da doença periodontal é o acúmulo de biofilme. 
Também realizado por Loe. Esse estudou durou 15 anos, e ele 
utilizou uma população sem orientação de saúde bucal e estudou 
seus comportamentos e saúde bucal durante um tempo, sem 
fornecer a essa população uma orientação adequada (conduta 
que hoje é reprovada pelo comitê de ética). 
Segundo esse estudo, três grupos foram separados de acordo 
com a evolução da doença periodontal. 
1- Progressão rápida (8%) – em 2 anos já apresentou perda 
dentária por questão periodontal. 
2- Progressão moderada (81%) – acontece lentamente e aos 50 
anos perde o dente. O paciente considerado “normal” para a 
sociedade. 
3- Sem progressão para periodontite, porém todos 
apresentaram gengivite (11%). 
De uma forma geral, observa-se que o mais comum é de fato a 
progressão moderada da doença periodontal. 
Existe uma pesquisa de laboratório que indica que quando há 
animais de laboratórios que são completamente livres de 
germes/bactérias, irão apresentar ótima saúde dental e gengival, 
mesmo que tenham estímulo para ter a doença periodontal ou 
cárie, não apresentarão pois não existem conteúdo bacteriano. 
Ou seja, percebemos que a bactéria é indispensável para causar 
o problema. 
Por isso, devemos prevenir a doença periodontal (conscientizar o 
paciente), a fim de remover diariamente e de forma regular a 
placa dental (escovação com escova macia ou extra macia - dura 
prejudica a gengiva; fio dental – explicar de fato como fazer 
para o paciente). Não há necessidade de usar enxaguante, ou 
deve ser apenas um complemento (sempre sem álcool – o álcool 
é cancerígeno). 
As hipóteses abaixo tentam explicar como o biofilme atua na 
doença periodontal: 
Número total de bactérias determina a magnitude do efeito 
patogênico, ou seja, quanto mais bactéria, mais doença. 
Nessa hipótese, somente o que importa é a quantidade total (se 
tiver menos bactéria - menos doença. E se tiver mais bactérias 
– mais doença). Se a doença periodontal fosse mais grave, 
entendia-se que ele não tinha uma boa higiene bucal ou que não 
apresentava boa imunidade para enfrentar a doença (concepção 
razoável). 
O que importava é a questão qualitativa, ou seja, não importa a 
quantidade, e sim quais microrganismos estão ali. Ou seja, a 
patogenicidade da placa dentária depende da presença ou do 
aumento de microrganismo específicos. 
Com isso, se conclui que nem toda gengivite evolui para 
periodontite - por não ter a bactéria X. 
Risco aumentado de destruição periodontal em sítios colonizados 
por patógenos específicos. 
Essa teoria complementa a hipótese específica. É a hipótese 
considerada hoje. A quantidade tem importância, mas a presença 
de patógenos específicos é fundamental. Não baste ter 
quantidade e bactérias específicas, o meio ambiente (pH, oxigênio, 
taxa de saturação) também importa, ou seja, o periodonto do 
paciente tem que estar propicio para que a doença ocorra. 
Ao orientar o paciente ao fazer uma remoção absoluta das 
bactérias da boca, pensamentos na hipótese da placa 
inespecífica (não levamos em consideração o tipo, orientamos a 
remover tudo). 
Remove-se todo biofilme e cálculo, independentemente de quais 
são. 
Inibição da placa como um todo pode não ser a única forma de 
tratamento. 
Presença e multiplicação de microrganismos nos tecidos do corpo. 
Ao falarmos da placa bacteriana associada à doença, temos um 
aspecto singular, pois não está associada a invasão tecidual por 
bactérias, ou seja, quando pensamos em uma infecção urinária, 
temos bactérias nas vias urinárias, já na doença periodontal não 
temos uma invasão de tecidos naquela região, temos tecidos 
adjacentes colocados no dente, acumulados na superfície 
dentária e que causam o problema periodontal - é um fator 
externo. 
As infecções podem ser exógenas ou endógenas: 
 - infeções que vem de fora do organismo. De fora 
para dentro. 
 - microrganismos nativos se deslocam no seu meio 
ambiente normal para regiões anatômicas não-usais. Podem ser: 
• Infecções oportunistas: exemplo: após uma cirurgia, houve 
uma infecção, tendo que abrir novamente a ferida para 
limpar e irrigar, nesse caso, bactérias oportunistas da pele 
deslocaram para uma região interna. Ou seja, bactérias que 
quando estão em determinada região não causam nenhum 
transtorno, porém se forem para outra região do corpo, 
tornam-se patogênicas. 
• Alterações nas condições ecológicas: as bactérias estão 
vivendo em uma harmonia com seu organismo, se por algum 
motivo, ocorrer diminuição da taxa de oxigenação, alteração 
de pH, alteração de temperatura, desencadeia um 
desequilíbrio, com isso bactérias que não eram patogênicas, 
se tornam por conta desse desequilíbrio. 
• Diminuição da resposta do hospedeiro: quando o organismo 
não responde adequadamente a agressão. Exemplo: HIV 
causa diminuição da resposta do hospedeiro e o que antes 
ele combatia, qualquer coisa que diminui a imunidade, se torna 
extremamente agressivo. 
Propriedade de adesão a superfície – propriedade geral das 
bactérias. É importante ter a adesão para começar o 
desenvolvimento da placa bacteriana. 
 
Substrato limpo: dente após a escovação, uso de fio dental. 
Adsorção molecular – fase 1: poucos minutos depois da 
escovação, forma-se a película adquirida (macromoléculas 
hidrofóbicas adsorvidas pela superfície, geralmente formadas 
por glicoproteínas salivares e anticorpos). Neste momento não há 
bactérias. 
Microrganismos isolados – fase 2: com substrato limpo não é 
possível ter uma adesão bactéria direta, mas a partir do 
momento em que temos a adsorção molecular na superfície do 
dente, ocorre uma alteração na carga e na energia de superfície 
do substrato. Com isso, é possívelum aumento da eficiência na 
adesão bacteriana – dentro das 4 primeiras horas. 
Multiplicação – fase 3: após as quatro primeiras horas (4-24hr) 
além da chegada das bactérias na região, ocorre também o 
crescimento celular ativo. Ou seja, além de bactérias chegando na 
região, as bactérias que já estão ali, estão também se 
multiplicando. Começa também a síntese de novos componentes 
da matriz (funciona como se fosse uma capa protetora) – as 
bactérias produzem essa matriz e ficam embanhadas nela. 
Adsorção sequencial de microrganismo - fase 4: entre 1-14 dias 
vai ocorrer o aumento da massa bacteriana, crescimento 
contínuo dos microrganismos, adesão de novas bactérias, síntese 
de polímeros extracelulares. 
Ou seja, observamos uma sequência, e ao final do processo essa 
massa está tão grande, que podemos concluir que em duas 
semanas temos um biofilme maduro – biofilme maduro é 
condicionado por anaerobiose estrita, ou seja, nas camadas mais 
profundas não se recebe mais oxigênio. 
Obs.: este processo não necessariamente ocorre em toda a 
boca, pode ser que ocorra entre molares, e o incisivo esteja 
limpo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Os componentes são 
basicamente produtos da dieta, 
dissolvidos na saliva. 
Fonte nutricional – tecido periodontal 
que vai sendo degradado e sangue 
formado na região inflamada. 
Produção de enzimas hidróliticas (são elas que provocam a perda 
óssea e perda de inserção) – quebra de macromoléculas 
(destruição periodontal). 
Os mais patogênicos da doença periodontal são as gram-
negativas 
Nas primeiras 24 horas são os bastonetes gram-positivas, se 
multiplicam (bastonetes e cocos). Com a multiplicação dos gram-
positivos, começam a expor em sua superfície receptores que 
possibilitam a chegada dos gram-negativos (com pouca capacidade 
de adesão direta). 
Em seguida, passamos a ter uma heterogeneidade nessa região, 
tendo gram-positivos e gram-negativos. Com isso, há maior 
complexidade de bactérias. 
Continuando o processo, teremos uma colonização secundária, 
aumentando o número de gram-negativas, que se tornam gram-
negativas estritas, e com isso, aumenta a patogenicidade da 
placa. 
 
 
 
 
Representa o complexo microbriano de uma placa subgengival, 
onde há vários complexos representados por cores. Desenvolvido 
de acordo com o grau de complexidade dos grupos bacterianos. 
Resumindo, inicialmente temos o dente limpo 
(substrato limpo), em seguida temos formação 
da película adquirida, alterando a energia de 
superfície, com isso bactérias conseguem se 
aderir, depois passando a se multiplicar e 
formar matriz. A partir de então ocorre mais 
multiplicação, até o ponto de chegar em 
situação de anaerobiose estrita, com isso, 
temos um biofilme maduro. 
 
Primeiro momento: cocos e 
batastonetes gram-positivo 
No segundo momento: gram-negativas 
que consegue se aderi aos 
componentes – Prevoleta intermidium 
No terceiro momento: mais complexa 
e patogênica – Porphyromona 
gengivales. 
 
Os primeiros grupos de bactérias que atinge a superfície 
dentária são: complexo roxo, verde, amarelo e azul (muito pouco 
patogênicas). 
Intermediária: complexo laranja. Quando esse complexo se adere, 
permite adesão de bactérias mais patogênicas (faz a ponte para 
as mais agressivas – permite a chegada do complexo vermelho). 
Mais patogênico: vermelho. Complexo mais avançado da doença 
periodontal (causa mais danos ao periodonto). 
Outra forma de representação é a pirâmide: 
 
Obs.: bactéria isolada – protônica – mais fácil de tratar. Bactéria 
em biofilme é diferente. 
• Formação rápida de camadas de microorganismos; 
• Amplo crescimento bacteriano; 
• Excreção de grande quantidade de polímeros extracelular - 
excretado pelas bactérias – formando a matriz. 
“Comunidade microbiana relativamente indefinida associada à 
superfície do dente ou a qualquer outro material dura não-
descamativo”. Pele se renova e descama, quando não é 
descamativo como a superfície do esmalte, ocorre o acúmulo 
caso não seja removido. 
Formam-se virtualmente sobre todas as superfícies imersas em 
meio aquoso natural. Ou seja, biofilme não é exclusivo da 
odontologia, existem biofilme em válvula cardíaca, por exemplo. 
Mas independentemente de onde está, dificultam o tratamento, 
comunidades bacterianas associadas, não são isoladas. 
Ao ter formação de biofilme, devemos sempre fazer remoção 
mecânica (escova, fio dental), forma química não resolve (como 
enxaguante bucal), nem mesmo remédio resolve. Caso contrário, 
não há sucesso no tratamento. 
Deposito microbiano de ocorrência natural, representa um 
biofilme verdadeiro que consiste em uma matriz composta 
principalmente de polímeros extracelulares de origem bacteriana 
e produtos e exsudato do sulco gengival e/ou saliva. 
Fibras produzem um rearranjo entre as bactérias, resultando em 
uma proteção maior dos fatores externos. 
A função da matriz é de proteção. A comunicação é feita pelo 
sensor quórum (comunicação enviada uma para outra) e por 
fibras (fiapos que fazem o rearranjo. Formação de exsudato 
também). 
Algumas bactérias mais superficiais se soltam, indo para outras 
regiões. 
Matriz intermicrobiana representa 25% do volume da placa – 
excreção bacteriana saliva. 
Já na subgengival, não a saliva, há mais sangue e componentes da 
degradação do periodonto. 
 
 
 
Além do biofilme dentário, um componente muito importante para 
doença periodontal é o cálculo dentário. 
Vale ressaltar que o biofilme é o agente etiológico primário da 
doença periodontal. O paciente pode não ter cálculo nenhum na 
boca e apresentar uma doença periodontal grave. Ou seja, o 
biofilme que é responsável pela doença periodontal. 
Popularmente o cálculo dentário é conhecido como tártaro 
(depósito salino deixado pelo vinho no interior das pipas. Sedimento 
amarelo que se incrusta nos dentes). 
 
 
 
 
 
A palavra cálculo vem do latim e significa pedra calcária, 
antigamente usava pedras para fazer contas, as pedras eram 
utilizadas para fazer cálculo matemático. A pedra calcária deu 
origem ao nome cálculo matemática e deu origem também ao 
cálculo encontrado no corpo humano. 
 
 
 
 
Placa bacteriana mineralizada 
 
 
A coloração do cálculo vai depender do tempo do cálculo na boca 
do paciente e a dieta do paciente, esses são os dois fatores 
principais. 
Um cálculo mais novo ele é mais amarelado e é mais fácil de ser 
removido durante a raspagem periodontal. 
Cálculo dental 
O grau de formação do cálculo vai depender de dois fatores: 
• Presença de placa bactéria; 
• Quantidade ou qualidade das secreções das glândulas salivares; 
Tenho um biofilme formado, um biofilme depositado sobre 
superfície que vai sofrer uma ação da saliva naquela região e ao 
sofrer a ação da saliva naquela região o cálculo é formado, ou seja, 
o cálculo nada mais é do que um biofilme depositado sobre a 
superfície dentária ao sofrer a ação da saliva e dos seus 
componentes calcificasse e se transforma em cálculo. 
Então vai depender da quantidade de biofilme, da quantidade de 
saliva e da qualidade da saliva. 
Obs.: a possibilidade de ter calculo quando o paciente tem 
xerostomia é reduzida. 
Existem regiões mais específicas onde você encontra formação 
de cálculo mais rapidamente, a mais clássica é na região lingual dos 
incisivos inferiores. Pois nessa região tem o ducto de duas glândulas 
salivares, a glândula submandibular e sublingual, que emitem a saliva 
na boca nessa região, exatamente atrás dos incisivos inferiores. 
Com o acúmulo do biofilme nessa região a saliva entra em contato 
e calcifica muito rapidamente. 
Outra região é a vestibular de molares superiores, por causa do 
ducto da glândula parótida. 
O ducto de Stenon é um ducto que transporta a saliva produzida 
pela glândula parótida até a cavidade bucal. O ducto de bartholin é 
da sublingual e o ducto wharton da submandibular. 
O cálculo pode acumularna região supragengival e subgengival. Na 
região subgegival para saber se tem cálculo deve usar a sonda 
periodontal. E ao final da raspagem deve usar a sonda novamente 
para saber se removeu todo o cálculo. Nessa região o acúmulo 
bacteriano vai ter tanto produto do líquido sulcular, como produto 
do sangue. 
Obs.: radiograficamente só mostra se tiver muito cálculo, e o ângulo 
de incidência tem que ser coincidente. 
O cálculo na porção subgengival se estende desde a junção 
cemento-esmalte até o fundo da bolsa. Porém no fundo da bolsa 
tem um espaço de 0,5mm sem cálculo. Ou seja, entre o fundo da 
bolsa e o final do cálculo vai ter um espaço de 0,5 mm sem cálculo. 
Então o cálculo não atingi exatamente o final da bolsa. Nessa região 
de 0,5mm é onde ocorre o processo inflamatório. O ideal é fazer 
a apreensão na porção apical do cálculo. 
Tártaro na mitologia grega é um mundo inferior, remete 
a rochoso; das profundezas; onde os piores deuses estão 
localizados. Outra coisa que o tártaro remete é a 
substância espessa originária do suco de uva que fica 
nas paredes de barris de vinho (crosta ou sedimento). 
 
Concentração pétrea que se forma em diversas partes 
do corpo do homem e de animais por precipitação de 
certas substâncias e sais minerais. 
Branco-amarelada Amarelo-castanhada Marrom 
O cálculo suoragengival ele é mais definido por alguns componentes 
da saliva, e o subgengival é mais definido pelo exaustado 
inflamatório da bolsa. 
Obs.: o cálculo subgengival é o produto secundário da infecção e 
não a causa primária. 
O cálculo é formado em camadas, seu conteúdo mineral é em torno 
de 16% a 80%, ficando em média 37%. 
Características do cálculo: 
• Coberto por uma camada viável de placa bacteriana não-
calcificada; 
• Rugosidade – apenas ela não é capaz de levar à gengivite; 
• Desinfecção da superfície do cálculo com clorexidina – 
formação de uma inserção epitelial normal; 
• Efeito secundário – além de ser uma superfície onde sempre 
tem biofilme, é uma superfície favorável; a aspereza do 
cálculo favorece o acúmulo do biofilme; 
• Superfície ideal par acúmulo de placa bacteriana e 
subsequente mineralização; 
• Comprometem a correta higienização – por ser áspero; 
• Fator secundário da periodontite; 
• A presença do cálculo impede a remoção adequada da placa 
– por ser uma superfície áspera; 
• É o fator retentivo de placa mais importante – deve ser 
removido para um tratamento periodontal adequado; 
Obs.: o cálculo em si não é o problema, mas sim a camada de 
biofilme que usualmente está presente sobre ele. 
 
A gengivite é um processo que vai evoluindo com o passar do 
tempo, e nem toda gengivite evolui para uma periodontia. Todo 
paciente terá uma gengivite se não fizer uma boa higienização, 
porém nem todos vão evoluir para uma periodontite. 
A periodontite é um processo muito mais relacionado com a 
resposta inflamatória do indivíduo do que a agressão bacterina em 
si. 
 
A evolução da doença periodontal (inflamação gengival) acontece 
em quatro estágios, sendo apenas no estágio 4 que entra na 
periodontite. Então podemos falar que no final do processo da 
inflamação gengival alcança um estado de doença periodontite. 
 
 
 
Estágio I – lesão inicial: (2-4 dias de acúmulo de biofilme na 
região) clinicamente não aparente, sem danos teciduais aparentes. 
Histologicamente podemos observar capilares dilatados e aumento 
do fluxo sanguíneo. 
• Elevação do fluxo gengival no sulco; 
• Aumento da migração de leucócitos no sulco; 
• De acordo com a resposta do hospedeiro pode ter uma 
regressão (não continuar) ou pode se tornar uma lesão 
inflamatória crônica; 
Estágio II – lesão precoce: (4-7 
dias), começa a observar uma 
gengivite no paciente, sinais clínicos de 
eritema – devido a proliferação de capilares. 
Obs.: o estagio 1 já é uma gengivite, porém clinicamente não é 
percebida. 
• Sangramento à sondagem; 
• Aumento do fluido gengival – migração máxima de leucócitos 
– 06-12 dias; 
• Destruição aumentada de colágeno – fibras circulares e 
dentogengivais; 
• PMNs migram para o epitélio – o que gera a formação de 
bolsa; os polimorfonucleares geram a fagocitose nas 
bactérias; 
• Capacidade dos fibroblastos diminuída; 
A duração dessa fase já depende da suscetibilidade do hospedeiro. 
Estágio III – lesão estabelecida: (14-21 dias) duas a três 
semanas após o início do acúmulo. 
• Predomínio de plasmócitos e linfócitos B 
• Pequena bolsa gengival – mais por conta de uma hiperplasia 
da gengiva do que pela perda óssea em si. Não estamos na 
fase de destruição periodontal. 
• Vasos sanguíneos dilatados e 
congestionados – levando a uma 
gengivite localizada anóxica (além 
de vasos sanguíneos dilatados, 
em algumas regiões o fluxo 
sanguíneo não consegue se manter, se não tem o fluxo 
sanguíneo mantido naquela região e como se ela tivesse uma 
leve necrose, uma leve perda de oxigenação daquela região e 
ela fica mais escurecida. Ou seja, ocorre pela falta de oxigênio 
naquela região pelo processo inflamatório. 
• Nesse momento vamos ter dois tipos de lesão: estáveis e sem 
evolução (permanecer em gengivite); ou ativos e 
progressivamente destrutivas; 
Estágio IV – lesão avançada: (a partir de 28 dias). 
• Extensão da lesão para o osso alveolar; 
• Fase de colapso periodontal; 
• Indivíduos susceptíveis; 
 
 
 
 
Estagio I – Lesão inicial Estágio III – Lesão estabelecida 
Estágio II – Lesão precoce Estágio IV – Lesão avançada 
 
 
 
 
 
 
 
Existem sinônimos para fase I da terapia periodontal: terapia 
periodontal não-cirúrgica e terapia relacionada á causa. 
O objetivo é alterar ou eliminar o máximo possível o conteúdo 
microbiano e os fatores que contribuem para as doenças 
periodontais. 
Procedimentos parar tratar infecções gengivais e periodontais até 
a reavaliação tecidual, momento em que se determina como será 
conduzido o tratamento. 
 
Abordagem voltada para remoção de biofilme patogênicos, toxinas 
e cálculos e o restabelecimento de uma superfície radicular 
biologicamente estável. 
 
Para conseguir um controle e um tratamento periodontal adequado 
é importante realizar os seguintes passos: 
• Remoção completa do cálculo; 
• Correção ou substituição de restaurações e próteses; 
• Restaurações definitivas ou temporárias; 
• Movimentação ortodôntica – dentes com apinhamento tem 
mais facilidade de acumular biofilme/cálculo e dificulta a 
higienização; 
• Tratamento das áreas de impacção alimentar; 
• Tratamento de trauma oclusal; 
• Extração de dentes condenados; 
• Possível uso de agentes antimicrobianos – amoxicilina 500mg 
+ metronidazol 250mg durante 7 dias de aplicação; faz isso 
depois de terminar a terapia; 
Nesse momento vamos mostrar o plano de tratamento para o 
paciente, para ele ficar ciente quanto tempo vai demorar, quantas 
consultas serão necessárias, os procedimentos que serão 
realizados. 
O tempo do tratamento vai depender de: 
• Saúde geral e tolerância; 
• Quantidade de dentes presentes; 
• Quantidade de cálculo subgengival; 
• Profundidade de bolsas à sondagem; 
• Perda de inserção; 
• Envolvimento de furca; 
• Alinhamento dos dentes; 
• Margens da restauração inadequada; 
• Barreiras físicas ao acesso – aparelho ortodôntico; 
• Cooperação e sensibilidade do paciente; 
Sequência do tratamento periodontal 
1- Instruções de controle de biofilme e placa 
• Componente essencial; 
• Primeira consulta do tratamento; 
• Higiene oral direcionada – explicar e mostrar o paciente como 
é feito a higienização corretamente; 
• Evidenciador de placa – uma opção para mostrar ao paciente 
onde ele deve melhorar a higienização; 
• Várias consultas para a fase I da terapia; 
 
2- Remoção de biofilmes subgengival e supragengival e cálculo 
• Utilizar ultra-som, curetas, foices; 
• Remoção da porção superficial do cemento; 
• Terapia fotodinâmica – através de laser de baixa intensidade; 
muitoutilizada na endodontia e periodontia, utiliza um corante 
e um laser de cor especifica para atuar; 
• Full mouth desinfection – fazer a boca inteira de uma vez só; 
• Vantagens e desvantagens de uma ou mais sessões - uma 
desvantagem de não fazer a boca inteira seria a reinfecção 
de sítios tratados pelos não tratados; a vantagem seria 
remover todo o conteúdo bacteriana de uma vez só; 
Obs.: o resultado final é praticamente o mesmo de fazer a boca 
de uma vez só ou fazer em sessões, um pouco melhor no Full 
mouth desinfection. 
3- Remodelação das restaurações defeituosas e das coroas 
• Correção com brocas; 
• Troca da restauração; 
4- Manejo de lesões cariosas 
• Remoção dos reservatórios de bactéria; 
 
5- Reavaliação tecidual 
• 12 semanas; 
• Cicatrização dos tecidos conjuntivos; 
• Sondagem dos tecidos periodontais; 
• Avaliação das condições anatômicas; 
• Avaliação da higiene; 
Nesse momento que vamos decidir se vai fazer cirurgia ou não. 
Deve seguir todo esse protocolo e só nessa fase analisar se vai 
precisar da cirurgia ou não. A cirurgia tem dois objetivos: para 
visualizar melhor a região e ter um melhor acesso à região. 
Resultados após uma raspagem periodontal 
correta 
• O sangramento à sondagem reduz em 80%; 
• Profundidade de sondagem reduz em 2 a 3mm; 
• Bolsas periodontais de 4mm ou mais reduz em 50% a 80%; 
• A presença de cálculos residuais em bolsas profundas 44%; 
Efeito negativo das restaurações mal adaptadas 
 Sangramento na região da restauração mal 
adaptada 
Tem que trocar a restauração para devolver 
a saúde periodontal do paciente. 
 
Cicatrização 
Deve informar ao paciente: 
• Durante o processo de cicatrização, durante a primeira 
semana tem a formação do epitélio juncional longo; 
• Normal se observar uma retração gengival de 1 ou 2mm (tinha 
um edema, trata a região, com isso vai ter uma redução da 
margem gengival – em alguns situação de doença periodontal 
mais grave, vai ter uma aparência de dentes mais longos). 
• Sensibilidade radicular temporária; 
 
Quando é realizado uma raspagem periodontal na região, vai 
ocorrer uma concorrência de vários tipos celulares para ocupar 
aquela região, o que gostaríamos que acontecesse é que eu tivesse 
a formação do ligamento periodontal, da inserção conjuntiva, e do 
epitélio na porção cervical, e voltasse ao epitélio original. 
 
 
O que gostaríamos que acontecesse é que regenerasse esse 
tecido, que crescesse osso, tecido conjuntivo e que o epitélio se 
posicionasse corretamente. Só que as células epiteliais são mais 
rápidas, do que as outras células, como são mais rápidas, após a 
raspagem acontece a formação do epitélio juncional longo (é o que 
encontra no paciente periodontal tratado). 
 
No paciente saudável, encontramos esmalte, gengiva e osso, todo 
corretamente. Paciente com doença periodontal todo esse 
conjunto desce, fica mais baixo. No paciente tratado tem a 
formação do epitélio juncional longo (representa saúde periodontal). 
O osso não tem tempo de se formar, nem a inserção conjuntiva, 
pois as células epiteliais se formam mais rapidamente e invade o 
que não era da posição dele original. 
 
Diferença de regeneração e reparo 
Regeneração – tem de volta as mesmas características 
originais. 
Reparo-devolução da saúde na região, mas necessariamente sem 
a mesma condição original. Exemplo: epitélio juncional longo. 
Encaminhamento cirúrgico 
1- Bolsas maiores que 6mm; após o tratamento cirúrgico vai 
ocorrer: 
• 06 mm a mais de redução na profundidade de sondagem; 
1- Células epiteliais 
2- Células do tecido conjuntivo da gengiva 
3- Células ósseas 
4- Células do tecido conjuntiva do ligamento 
periodontal 
 
• 0,2 mm a mais de ganho de inserção clínica; 
 
2- Bolsas de 4 a 6 mm: 
• 0,4 mm a mais de ganho de inserção clínica; 
 
3- Bolsas rasas – não é indicado a cirurgia periodontal: 
• 0,5 mm a menos de inserção; 
A literaruta fala que 5,4 mm para frente o encaminhameno 
cirurgico fosse positivo. 
 
Lembrando que o primeiro tratamento sempre é a raspagem, 
depois reavalia o paciente aí sim pensa na quantidade de bolsa 
residual e opta pela raspagem novamente ou um tratamento 
cirúrgico. 
 
Classificação das doenças e 
condições que afetam o periodonto
A classificação que será abordada se refere a criada em 1999, 
sendo a mais clássica e normalmente utilizada pela maior parte dos 
profissionais ainda hoje em dia. 
Devido ao avanço da tecnologia, evolução da análise clínica, 
microbiológica e genética, foi criada uma classificação em 2018, no 
entanto, ainda não é muito utilizada. 
Lesões gengivais induzidas por placa 
A gengivite é a presença de sinais clínicos da inflamação confinados 
à gengiva e aos dentes associados, não demonstrando nenhuma 
perda de inserção. 
A relação entre os microorganismos do biofilme e os tecidos e 
células inflamatórias do hospedeiro que vão proporcionar essa 
relação, podendo ser influenciados também por: 
• Fatores locais; 
• Fatores sistêmicos; 
• Medicamentos; 
• Desnutrição. 
A gengivite mais comum é aquela 
associada apenas a placa dental, 
sendo seu tratamento baseado em 
terapia básica (remoção do 
biofilme) e orientação de higiene ao 
paciente. 
Doenças gengivais modificadas por 
fatores sistêmicos 
Estão associadas por: 
• Puberdade 
• Ciclo menstrual 
• Gravidez 
• Diabetes 
Nesse momento, está se referindo a gengivite (sem periodontite 
envolvida), mas que podem ter influência. 
• Leucemia (mais conhecida e mais tradicional) 
• Outros sistemas 
Ou seja, o paciente pode ter alterações em relação a gengivite em 
fases como na puberdade, ciclo menstrual, gravidez e diabetes 
como alterações endócrinas, ou então a discrasias sanguíneas 
como a leucemia (influência o equilíbrio normal dos leucócitos 
imunologicamente competentes). 
Tudo isso pode causar uma alteração e proporcionar uma gengivite. 
Na imagem ao lado se tem um 
exemplo de associação ao sistema 
endócrino. 
Uma paciente por volta dos 13 anos 
de idade (fase de intensas alterações 
hormonais), onde pode ser observada 
uma resposta gengival a essas 
alterações. 
Nesse caso, a presença de biofilme ajudou no desenvolvimento da 
gengivite, porém, as alterações hormonais foi um fator que 
facilitou esse processo iniciar. 
Lembrando que a higienização é um fator importante, devendo ser 
realizada uma profilaxia local e orientação do paciente, pois a 
resposta será muito mais agressiva. 
Na imagem ao lado se tem um 
exemplo associado ao sistema 
endócrino de uma paciente 
gravida. 
Se trata de um granuloma 
gravídico sendo uma inflamação muito específica geralmente em 
pacientes gravidas. 
A paciente pode não ter apresentado algum sintoma de gengivite 
mais importante durante a vida, mas quando está gravida ocorrem 
alterações hormonais muito grandes e como consequência podem 
aparecer inflamações gengivais como as apresentadas na imagem 
(mais comum na região de incisivos inferiores). 
Para o tratamento pode ser aplicada uma anestesia local (nem 
sempre se aplica), realiza-se uma raspagem, removendo 
biofilme/cálculo que porventura exista. Pode ser cogitada também 
a realização de uma pequena incisão local para remover o tecido 
inflamado. 
Obs: não é incomum haver recorrência dessa lesão enquanto a 
condição de alteração sistêmica tiver ativa. Pode aparecer essa 
lesão por diversos estágios, por exemplo, no terceiro mês de 
gestação, sexto e assim sucessivamente. 
Na imagem ao lado se tem um 
exemplo associado à discrasias 
sanguíneas. 
Uma paciente do sexo feminino 
por volta dos 12 anos de idade, 
com quadro de leucemia. Observa-se que pela queda de leucócitos 
é perceptível a deficiência do organismo em relação as respostas 
às agressões, sendo a alteração bucal muito presente nesse 
paciente. 
Doenças gengivais modificadas por 
medicações 
Consistem em certos tipos de medicamentos que podem provocar 
ou modificar doenças gengivais no paciente. 
Estão associados

Continue navegando