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Tópicos em Direito 1
Sumário
03
TÓPICO 2 – Ética profissional .........................................................................................07
1 Atividades privativas da advocacia .............................................................................07
1.1 Dos deveres do advogado .........................................................................................08
1.2 Da advocacia pública ...............................................................................................10
1.3 Das relações com o cliente ........................................................................................10
1.4 Das relações com os colegas, agentes políticos, autoridades, 
servidores públicos e terceiros .........................................................................................11
1.5 Dos direitos dos advogados.......................................................................................12
1.5.1 Livre exercício da profissão ...............................................................................12
1.5.2 Inviolabilidade de seu escritório ou local de trabalho ..........................................12
1.5.3 Comunicação reservada com clientes ................................................................13
1.5.4 Representante da OAB .....................................................................................13
1.5.5 Não ser recolhido preso antes do trânsito em julgado da sentença .......................13
1.5.6 Livre acesso ....................................................................................................13
1.5.7 Permanecer sentado ou em pé em sala de audiências ou repartições públicas ........14
1.5.8 Dirigir-se diretamente ao magistrado .................................................................14
1.5.9 Uso da palavra: pela ordem .............................................................................14
1.5.10 Reclamação ..................................................................................................14
1.5.11 Falar, sentado ou em pé .................................................................................14
1.5.12 Direitos a exame, vista e retirada de autos e procedimentos ...............................15
1.5.13 Desagravo ....................................................................................................15
1.5.14 Uso de símbolos privativos da profissão ...........................................................15
1.5.15 Recusa a depoimento como testemunha em processo 
no qual já foi ou é procurador ...................................................................................16
1.5.16 Ausentar-se do local da audiência por ausência da autoridade 
que presidirá o ato, após 30 minutos de atraso. ..........................................................16
1.5.17 Acompanhamento de clientes durante os atos de apuração de infrações..............16
1.6 Dos direitos da advogada .........................................................................................16
1.7 Da inscrição ............................................................................................................17
1.7.1 Inscrição do estagiário .....................................................................................18
1.7.2 Cancelamento da inscrição ..............................................................................19
1.7.3 Licenciamento do advogado .............................................................................20
1.8 Sociedade de advogados ..........................................................................................20
1.9 Advogado empregado ..............................................................................................21
1.9.1 Jornada de trabalho ........................................................................................21
1.9.2 Benefícios .......................................................................................................22
1.9.3 Horas extras ...................................................................................................22
1.9.4 Adicional noturno ............................................................................................22
1.9.5 Honorários de sucumbência .............................................................................22
1.10 Advocacia pro bono ...............................................................................................22
1.11 Exercício de cargos e funções na OAB e na representação da classe ............................23
1.11.1 Indicação de advogado ao preenchimento de vaga por indicação da OAB ..........23
1.12 Sigilo profissional ...................................................................................................24
1.13 Publicidade profissional ..........................................................................................24
1.13.1 Proibições à publicidade ................................................................................24
1.13.2 Publicidade nas mídias sociais ........................................................................25
1.13.3 Cartões ........................................................................................................26
1.13.4 Patrocínio de eventos .....................................................................................27
1.13.5 Publicidade por meio eletrônico ......................................................................27
1.14 Honorários advocatícios ..........................................................................................27
1.14.1 Fixação dos honorários ..................................................................................28
1.14.2 Da cobrança dos honorários profissionais ........................................................29
1.14.3 Honorários de sucumbência ...........................................................................29
1.14.4 Do recebimentos dos honorários .....................................................................29
1.14.5 Execução de honorários .................................................................................30
1.14.6 Prescrição .....................................................................................................30
1.15 Incompatibilidades .................................................................................................31
1.16 Impedimentos ........................................................................................................31
1.17 Da ética do advogado ............................................................................................32
1.18 Infrações disciplinares .............................................................................................32
1.19 Sanções disciplinares ..............................................................................................34
1.19.1 Censura .......................................................................................................34
1.19.2 Suspensão ....................................................................................................35
1.19.3 Exclusão .......................................................................................................35
05
1.19.4 Multa ...........................................................................................................36
1.19.5 Reabilitação ..................................................................................................36
1.20 Da Ordem dos Advogados do Brasil .........................................................................37
1.20.1 Contribuições ...............................................................................................37
1.20.2 Conselho Federal ..........................................................................................381.20.3 Conselho Seccional .......................................................................................39
1.20.4 Subseções ....................................................................................................40
1.20.5 Caixa de Assistência dos Advogados ................................................................41
1.20.6 Eleições e mandatos ......................................................................................41
1.21 Processo na OAB ...................................................................................................43
1.21.1 Processo Disciplinar .......................................................................................43
1.21.2 Representação ..............................................................................................44
1.21.3 Direito de defesa do representado ...................................................................44
1.21.4 Instrução processual ......................................................................................45
1.21.5 Julgamento ...................................................................................................46
1.21.6 Recursos .......................................................................................................46
1.22 Órgãos disciplinares ...............................................................................................47
1.22.1 Tribunal de Ética e Disciplina ..........................................................................47
1.22.2 Corregedorias Gerais ....................................................................................47
1.23 Dicas rápidas .........................................................................................................48
Tópico 2 
07
1 Atividades privativas da advocacia
As atividades privativas da advocacia estão previstas no art.1º do Estatuto da Advocacia, a Lei 
nº 9.806/94 e seus incisos. São consideradas atividades privativas as postulações aos órgãos do 
P oder Judiciário e aos Juizados Especiais na defesa de clientes, quando o advogado atua como 
procurador . Ressalta-se que a capacidade postulatória é privativa do advogado, pois somente ele 
possui a perícia necessária à defesa de interesses de seus clientes.
T ambém são consideradas atividades privativas da advocacia a consultoria, assessoria e direção 
jurídicas, assim somente o advogado inscrito poderá exercer profissionalmente essas atividades, 
não podendo ser realizadas de forma conjunta com outros profissionais, por exemplo: contado-
res, economistas, corretores de imóveis, entre outros.
A impetração de habeas corpus perante os órgãos do Poder Judiciário não é considerada ativi-
dade privativa da advocacia. Por ser considerado remédio constitucional referente à liberdade, 
o habeas corpus pode ser requerido por qualquer pessoa, pois não necessita de capacidade 
postulatória.
Os atos e contratos constitutivos de pessoas jurídicas somente serão registrados pelos órgãos 
competentes quando visados por advogado, uma vez que a ausência de assinatura do advogado 
levará o ato ou contrato constitutivo à nulidade.
A atividade da advocacia é autônoma e independente, diante disto a atividade da advocacia não 
pode ser vinculada em divulgação ou atuação com nenhuma outra atividade.
Com fundamento no art. 133 da Constituição Federal, o Estatuto da Advocacia, em seu art. 2º, 
prevê que o advogado é indispensável à administração da Justiça, e que em seu ministério pri-
vado presta serviço público e exerce função social.
Quando procurador em processo judicial, o advogado contribui postulando para a decisão fa-
vorável ao seu cliente, ao convencimento do julgador, e os seus atos constituem múnus público. 
Nos atos e nas manifestações, o advogado, no exercício da profissão, é inviolável.
O advogado é defensor do Estado Democrático de Direito, dos direitos humanos e das garantias 
fundamentais, da cidadania, da moralidade, da justiça e da paz social. Por este motivo, o advo-
gado, exerce elevada função pública e os valores que lhe são inerentes.
A advocacia pode ser exercida em todo o território brasileiro e somente pode ser exercida por 
quem é regularmente inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil. Do mesmo modo, somente 
podem ser chamados advogados os que prestaram o Exame da Ordem dos Advogados do Brasil, 
obtiveram a aprovação e se inscreveram regularmente nos quadros.
Ética profissional
08 Laureate- International Universities
Tópicos em Direito 1
Além dos que exercem o ministério privado da advocacia, exercem a atividade e estão sujeitos às 
regulamentações da Ordem dos Advogados do Brasil além do regime próprio de suas funções, 
há os integrantes da Advocacia Geral da União, da Procuradoria da Fazenda Nacional, da De-
fensoria Pública e das Procuradorias e Consultorias Jurídicas dos Estados, do Distrito Federal, dos 
Municípios e das entidades de administração indireta e fundacional.
O estagiário de direito, quando regularmente inscrito nos quadros da OAB como estagiário, 
pode praticar os atos privativos da advocacia, previstos no art. 1º do EAOAB, desde que nesses 
atos esteja sob a supervisão de um advogado regularmente inscrito, sendo este responsável pelos 
atos praticados pelo estagiário.
Todos os atos privativos da advocacia praticados por pessoa não inscrita na OAB são conside-
rados nulos e passíveis de sanção civil, penal e administrativa. Do mesmo modo, são nulos os 
atos praticados por advogado impedido (no âmbito de seu impedimento), suspenso, licenciado 
ou que exerça atividade incompatível com a advocacia.
Para o exercício da atividade da advocacia em favor de um cliente, é necessário o instrumento de 
mandato em favor do advogado para a postulação em juízo ou fora dele. O advogado poderá 
atuar sem procuração, desde que comprove a urgência da atuação, obrigando-se a apresentá-lo 
no prazo de 15 dias, prorrogável por igual período.
A procuração para o foro em geral habilita o advogado a praticar todos os atos judiciais, em 
qualquer juízo ou instância - a exceção consta se a postulação exigir poderes especiais.
É facultado ao advogado se manter ou não como procurador de seu cliente, podendo renunciar 
ao mandato. Porém, ao renunciar o mandato, continuará a representar o mandante durante 
os dez dias seguintes à notificação da renúncia, salvo se for substituído antes do término desse 
prazo.
1.1 Dos deveres do advogado
O Código de Ética e Disciplina da OAB traz em seu art. 2º, parágrafo único, os deveres que são 
inerentes aos advogados. Entre eles estão:
• a preservação de conduta que ressalte a honra, a nobreza e a dignidade da profissão,
zelando pela essencialidade de indispensabilidade da advocacia;
• a atuação destemida, independente, honesta, com decoro, veraz, leal, digna e de boa-fé;
• possuir boa reputação pessoal e profissional;
• buscar o aperfeiçoamento pessoal e profissional;
• contribuir, com a sua profissão, para o aprimoramento das instituições de Direito e das
leis;
• buscar, a qualquer tempo, a conciliação e a mediação das partes, prevenindo, sempre
que possível, a instauração de litígios;
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• desaconselhar lides temerárias, pois o advogado deverá fazer juízo preliminar de
viabilidade jurídica;
• o advogado deverá abster-se de:
a) utilizar influência indevida em benefício de seu cliente;
b) vincular seu nome a empreendimentos sabidamente escusos;
c) atentar contra a ética, a moral, a honestidade e a dignidade da pessoa humana;
d) contatar a parte adversa que tenha patrono, diretamente, sem o devido consentimento;
e) ingressar ou atuar em pleitos administrativos ou judiciais perante autoridades com as
quais tenha vínculos negociais ou familiares;
f) contratar honorários advocatícios em valores aviltantes.
• pleitear pela solução dos problemas da cidadania e pela efetivaçãodos direitos individuais,
coletivos e difusos;
• pugnar pela solução dos problemas da cidadania e pela efetivação dos direitos individuais,
coletivos e difusos;
• adotar conduta consentânea com o papel de elemento indispensável à administração da
Justiça;
• cumprir os encargos assumidos no âmbito da Ordem dos Advogados do Brasil ou na
representação da classe;
• zelar pelos valores institucionais da OAB e da advocacia;
• ater-se, quando no exercício da função de defensor público, à defesa dos necessitados.
A advocacia é meio de mitigar as desigualdades. Para o seu exercício, o advogado deve buscar 
soluções justas para os fatos, e necessita ter consciência de que a lei é o instrumento para ga-
rantir a igualdade de todos.
O advogado empregado ou prestador de serviços deve zelar pela liberdade e pela indepen-
dência de sua atividade, por este motivo a recusa de patrocínio de causa e de manifestação no 
âmbito consultivo é legítima.
O exercício da advocacia é incompatível com qualquer procedimento de mercantilização.
O advogado, por sua elevada função, possui deveres quanto à verdade e, por este motivo, é 
proibido de expor os fatos em juízo ou na via administrativa falseando deliberadamente a verda-
de e utilizando de má-fé.
É dever do advogado atentar-se quanto à divulgação lícita de seus serviços. Logo, é proibida a 
oferta de seus serviços profissionais que impliquem em captação indevida de clientela.
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Tópicos em Direito 1
1.2 Da advocacia pública
O Código de Ética e Disciplina, em seu art. 8º, regulamenta a atuação da advocacia pública e 
dos advogados públicos. Essa regulamentação se estende também aos advogados públicos que 
ocupem posição de chefia e direção jurídica.
O advogado público possui independência técnica no exercício de suas atividades e possui dever 
de contribuir para a solução e redução da litigiosidade, devendo observar as relações com os 
colegas, as autoridades, os servidores e o público geral, aplicando-se mesmo para aqueles que 
ocupam chefia ou direção jurídica.
O dever de urbanidade deve ser preservado entre os advogados que exercem ministério público, 
privado e para com membros de outros setores do Poder Judiciário, devendo dispensar tratamen-
to respeitoso e preservando as prerrogativas e o direito de receber igual tratamento das pessoas 
com as quais se relacione.
1.3 Das relações com o cliente
A relação entre advogado e cliente deve ser constituída da forma mais clara e precisa. Perante o 
cliente, o advogado possui deveres que devem ser cumpridos, dentre eles o dever de informação. 
Assim, o advogado deve informar o cliente de modo transparente, ou seja, ao delegar a informa-
ção ao cliente, essa informação deve ser clara e inequívoca.
A informação clara abrange o dever de informar o cliente quanto aos eventuais riscos da sua pre-
tensão e das consequências que poderão ser decorrentes do litígio. O advogado possui o dever 
de esclarecimento do cliente de circunstâncias que possam influenciar na decisão do cliente em 
lhe confiar a causa ou lhe submeter a consulta.
A relação do advogado com o seu cliente é baseada em confiança recíproca. O advogado 
necessita da confiança do cliente para a tomada de decisões e as estratégias processuais. Por 
isso, ao sentir que o cliente não lhe tem confiança, é recomendável que o advogado externe sua 
impressão, porém se as questões não se extinguirem, o advogado deve substabelecer o mandato 
ou promover sua renúncia.
Ao concluir a causa ou promover a desistência da ação, por extinção de mandato ou não, o 
advogado está obrigado a devolver ao cliente os bens, valores e documentos que lhe foram con-
fiados e ainda estejam em seu poder.
O advogado tem o dever de prestação de contas de maneira pormenorizada ao cliente, promo-
vendo todos os esclarecimentos decorrentes da ação ou consulta. Se necessário, o advogado 
também deverá realizar esclarecimentos complementares ao cliente. Os honorários pagos pelos 
serviços prestados até o momento não se incluem nos valores a serem devolvidos.
Após o encerramento ou o arquivamento processual, o mandato concedido será considerado 
cumprido e extinto. 
O advogado não deve aceitar procuração de quem já tenha patrono constituído, ressalvados 
os casos em que haja motivo plenamente justificável, como exemplo o prazo para renúncia não 
haver extinto ou para medidas judiciais urgentes e inadiáveis.
11
O advogado deve ter zelo perante suas causas e consultorias, não podendo agir com negligên-
cia. Por este motivo, o advogado não pode deixar ao abandono ou ao desamparo as causas 
sob o seu patrocínio, sendo recomendável ao advogado, em casos de dificuldades ou inércia do 
cliente, quanto a providências que lhe tenham sido solicitadas, a renúncia ao mandato. 
A renúncia do mandato não deve mencionar o motivo que a determinou e faz cessar a responsabi-
lidade profissional pelo acompanhamento de causa. A renúncia não exclui a responsabilidade do 
advogado por danos eventualmente causados ao cliente ou a terceiros, seja por ação ou omissão.
O advogado não será responsabilizado por omissão do cliente quanto a documento ou informação, 
no exercício da atividade profissional, que julgou não ser oportuno à prática do ato processual.
O mandato judicial pode ser revogado e, assim, se a revogação ocorrer por vontade do cliente, 
ainda continuará obrigado ao pagamento das verbas honorárias contratadas, bem como não re-
tira o direito do advogado em receber a devida verba honorária de sucumbência a ser calculada 
de forma proporcional ao serviço prestado.
O mandato não se extingue pelo decurso do tempo, ressalvados os que forem constituídos por 
prazo determinado. Os advogados que são integrantes de mesma sociedade profissional, ou 
reunidos em caráter permanente para cooperação recíproca, não poderão representar clientes 
que possuem interesses opostos judicial ou extrajudicialmente. Se o interesse de conflitos for su-
perveniente, o advogado possui o dever de harmonizá-los; não conseguindo, deverá optar por 
um dos mandatos e renunciar aos demais, resguardando sempre o sigilo profissional.
O sigilo profissional também deverá ser resguardado no momento em que o advogado postular 
contra seu ex-cliente ou ex-empregador em favor de terceiro.
É dever e direito do advogado assumir causa criminal, independentemente de juízo de valor pes-
soal sobre o fato ou a culpa do acusado, considerando que não há causa criminal indigna de 
defesa, tendo em vista os preceitos constitucionais da dignidade da pessoa humana. 
O advogado não poderá atuar como preposto do empregador ou cliente simultaneamente com 
a advocacia. 
O substabelecimento do mandato, com reserva de poderes, é ato pessoal do advogado, não ne-
cessitando de autorização do cliente. Porém, o substabelecimento sem reserva de poderes exige 
o conhecimento prévio do cliente.
1.4 Das relações com os colegas, agentes 
políticos, autoridades, servidores públicos e 
terceiros
Pelo art. 6º do EAOAB, não há hierarquia nem subordinação entre advogados, magistrados e 
membros do Ministério Público, possuindo o dever de urbanidade. Assim, todos devem se tratar 
com consideração e respeito recíproco.
As autoridades, os servidores públicos e os serventuários da justiça devem dispensar ao advoga-
do, no exercício da profissão, tratamento compatível com a dignidade da advocacia e as condi-
ções necessárias para o exercício da advocacia.
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Tópicos em Direito 1
O dever de urbanidade há de ser observado da mesma forma nos atos e nas manifestações 
relacionados aos pleitos eleitorais no âmbito da Ordem dos Advogados do Brasil. No caso de 
ofensa à honra do advogado ou à imagem da instituição, adotar-se-ão as medidas cabíveis, 
instaurando-se processo ético-disciplinar e dando-se ciência às autoridades competentes paraapuração de eventual ilícito penal.
1.5 Dos direitos dos advogados
Os advogados não possuem simples direitos subjetivos, mas possuem direitos em decorrência 
da relevância administrativa da profissão que exercem. Assim, os direitos dos advogados são 
chamados de prerrogativas.
Os direitos do advogado são inerentes ao exercício profissional e visam garantir a atuação au-
tônoma e independente. 
1.5.1 Livre exercício da profissão
O advogado possui o direito de exercer, com liberdade, a profissão em todo o território nacional, 
ou seja, a advocacia poderá ser realizada por aqueles que estiverem regularmente inscritos em 
todo o território nacional. Ressalta-se que fora da seccional de inscrição o advogado somente 
poderá atuar em cinco causas, por ano, sem que haja a necessidade de inscrição superveniente. 
1.5.2 Inviolabilidade de seu escritório ou local de trabalho
O escritório e o local de trabalho do advogado são invioláveis, bem como de seus instrumentos 
de trabalho, de sua correspondência escrita, eletrônica, telefônica e telemática, desde que rela-
tivas ao exercício da advocacia. O fundamento desta disposição está no art. 7º, II, do EAOAB. 
A inviolabilidade é derivada do exercício profissional do advogado, do sigilo profissional e do di-
reito de defesa que possuem os seus clientes. A relação entre o cliente e o advogado é particular 
e protegida por sigilo, e, diante dessa situação, o cliente tem liberdade para falar ao advogado 
fatos que, se conhecidos, poderiam lhe cercear o direito de defesa. O advogado, por sua vez, 
pode registrar tais fatos, receber correspondências ou ligações de seus clientes, e por este motivo 
há a proteção ao escritório, aos instrumentos de trabalho e à correspondência, de fundamental 
importância para o exercício da advocacia.
O §6° do art. 7° do EAOAB prevê que a quebra da inviolabilidade do escritório de advocacia 
ou do local de trabalho somente poderá ocorrer caso haja indícios de autoria e materialidade 
da prática de crime por parte do advogado. Para a quebra da inviolabilidade, é necessária a 
expedição de mandado de busca e apreensão pela autoridade competente – o mandado deve 
ser pormenorizado, específico e pormenorizado.
O mandado deverá ser cumprido na presença de representante da OAB, que assegurará que os 
documentos, as mídias e os objetos recolhidos sejam os que bastem à investigação da autoria 
do delito. 
DICA: os documentos, as mídias e os objetos recolhidos e pertencentes a clientes do advogado 
averiguado não poderão ser utilizados em desfavor de seus clientes em processo ou investigação 
judicial.
Se o advogado estiver sendo investigado por ser participe ou coautor de crime cometido com seu 
cliente, o sigilo e a inviolabilidade não serão mantidos em relação ao cliente e aos seus docu-
mentos que estiverem em posse do advogado.
13
1.5.3 Comunicação reservada com clientes
O advogado tem o direito de comunicar-se com seus clientes pessoal e reservadamente, mesmo 
sem procuração, quando estes se acharem presos, detidos ou recolhidos em estabelecimentos 
civis ou militares, ainda que considerados incomunicáveis.
O advogado não necessita de procuração para comunicar-se com o seu cliente de forma pessoal 
e reservadamente, tendo em vista que, no momento em que é detido, torna-se direito do preso o 
acompanhamento de advogado. Assim, mesmo que não haja instrumento de mandato constitu-
ído, o advogado poderá ter contato com o seu cliente, seja em estabelecimento civil ou militar.
Mesmo que não haja possibilidade legal de comunicação externa do preso, este não poderá ser 
cerceado do acompanhamento e da comunicação com um advogado.
1.5.4 Representante da OAB
O advogado tem o direito a ter a presença de representante da OAB quando preso em flagrante 
por motivo ligado ao exercício da advocacia, para lavratura do auto respectivo, sob pena de 
nulidade e, nos demais casos, à comunicação expressa à seccional da OAB.
A presença do representante da Ordem dos Advogados do Brasil é restrita aos advogados que 
são presos em flagrante no exercício da profissão. Para eles, é obrigatória a presença do repre-
sentante da OAB, sob pena de o auto ser considerado nulo. Para os demais casos, é necessária 
a comunicação expressa à seccional da OAB. 
DICA: o advogado apenas tem o direito ao acompanhamento do representante da OAB em caso 
de prisão em flagrante por motivo ligado ao exercício profissional.
1.5.5 Não ser recolhido preso antes do trânsito em julgado da sentença
O advogado tem direito a não ser recolhido preso antes de sentença transitada em julgado, se-
não em sala de Estado Maior com instalações e comodidades condignas; na sua falta, em prisão 
domiciliar.
Ao que se refere ao cometimento de crime, que não relativo ao exercício profissional, o advoga-
do tem o direito a não ser recolhido preso antes do trânsito em julgado da sentença.
Se houver, por qualquer motivo, o recolhimento do advogado, este terá o direito a ser instalado 
em sala de Estado Maior com acomodações condignas com a relevância do ofício que exerce; 
em caso de ausência de acomodações condignas, o advogado terá direito à prisão domiciliar.
1.5.6 Livre acesso
O advogado possui prerrogativas profissionais que lhe garantem o exercício regular de sua pro-
fissão. Desse modo, poderá ingressar livremente:
a) nas salas de sessões dos tribunais, mesmo além dos cancelos que separam a parte 
reservada aos magistrados;
b) nas salas e dependências de audiências, secretarias, cartórios, ofícios de justiça, serviços 
notariais e de registro, e, no caso de delegacias e prisões, mesmo fora da hora de 
expediente e independentemente da presença de seus titulares;
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Tópicos em Direito 1
DICA: para ingressos nas dependências de delegacias, há que se ponderar a real 
necessidade de ingresso fora do expediente. Para isso, o advogado deve ser convocado 
por seu cliente ou estar em defesa de uma das partes envolvidas na prisão ou possuir 
interesse real de adentrar na repartição.
c) em qualquer edifício ou recinto em que funcione repartição judicial ou outro serviço 
público onde o advogado deva praticar ato ou colher prova ou informação útil ao exercício 
da atividade profissional, dentro do expediente ou fora dele, e ser atendido, desde que se 
ache presente qualquer servidor ou empregado; e
d) em qualquer assembleia ou reunião de que participe ou possa participar o seu cliente, ou 
perante a qual este deva comparecer, desde que munido de poderes especiais.
1.5.7 Permanecer sentado ou em pé em sala de audiências ou repartições 
públicas
O advogado possui o direito profissional de permanecer sentado ou em pé e retirar-se de quais-
quer locais indicados no inciso anterior, independentemente de licença.
1.5.8 Dirigir-se diretamente ao magistrado
O advogado pode dirigir-se diretamente aos magistrados nas salas e nos gabinetes de trabalho, 
independentemente de horário previamente marcado ou outra condição, observando-se a ordem 
de chegada.
O advogado não precisa marcar horário ou observar qualquer outra condição para dirigir-se 
diretamente ao magistrado. 
O magistrado, por sua vez, deve receber o advogado sem exigência de condição prévia. Cumpre 
ressaltar a inexistência de hierarquia entre os magistrados e advogados, e, por exercer função 
pública, o magistrado possui o dever de atenção aos requerimentos profissionais do advogado.
1.5.9 Uso da palavra: pela ordem
Ao se manifestar em juízo, quando a palavra não lhe está cedida, o advogado terá o direito de 
usar da palavra, pela ordem, em qualquer juízo ou tribunal, mediante intervenção sumária, para 
esclarecer equívoco ou dúvida surgida em relação a fatos, documentos ou afirmações que influ-
am no julgamento, bem como para replicar acusação ou censura que lhe for feita.
1.5.10 Reclamação
O advogado tem o direito de reclamar,verbalmente ou por escrito, perante qualquer juízo, tribu-
nal ou autoridade contra a inobservância de preceito de lei, regulamento ou regimento.
1.5.11 Falar, sentado ou em pé
Dentre os direitos dos advogados, está o de falar, sentado ou em pé, em juízo, tribunal ou órgão 
de deliberação coletiva da Administração Pública ou do Poder Legislativo. O advogado tem o 
direito à livre expressão na defesa de seu cliente e, assim, poderá falar em pé ou sentado perante 
juízo, tribunal ou órgão da Administração Pública ou do Poder Legislativo.
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1.5.12 Direitos a exame, vista e retirada de autos e procedimentos
O advogado poderá examinar, em qualquer órgão dos Poderes Judiciário e Legislativo, ou da 
Administração Pública em geral, autos de processos findos ou em andamento, mesmo sem pro-
curação, quando não estejam sujeitos a sigilo, assegurada a obtenção de cópias, podendo tomar 
apontamentos.
O direito de exame de procedimentos se estende ao poder que o advogado possui de examinar, 
em qualquer instituição responsável por conduzir investigação, mesmo sem procuração, autos de 
flagrante e de investigações de qualquer natureza, findos ou em andamento, ainda que conclu-
sos à autoridade, podendo copiar peças e tomar apontamentos em meio físico ou digital.
O advogado tem direito a ter vista dos processos judiciais ou administrativos de qualquer natu-
reza, em cartório ou na repartição competente, ou retirá-los pelos prazos legais.
Por fim, o advogado poderá retirar autos de processos findos, mesmo sem procuração, pelo 
prazo de dez dias.
Para os processos que tramitam sob segredo de justiça, somente o procurador das partes poderá 
ter vista dos processos ou retirar os processos. Nesse caso, mesmo os processos findos não po-
dem ser retirados por advogados que não possuem procuração das partes.
O advogado não poderá retirar o processo, em vista, do cartório ou da repartição competente, 
e de mesma forma não poderá retirar autos findos pelo prazo de dez dias quando:
a) existirem nos autos documentos originais que possuem difícil restauração;
b) ocorrer circunstância que justifique a permanência dos autos no cartório ou na repartição. 
DICA: para justificativa da circunstância, é necessário despacho motivado, proferido de 
ofício, mediante representação ou a requerimento da parte interessada; 
c) o advogado não devolver os autos no prazo legal e só o fizer após intimação.
1.5.13 Desagravo
Quando ofendido em razão de seu ofício, o advogado tem direito a ser publicamente desagra-
vado. O agravo referente à profissão deve ser relatado pelo advogado à Ordem dos Advogados 
do Brasil por meio da Comissão de Defesa de Prerrogativas, que promoverá publicamente o 
desagravo do advogado, em data e hora previamente agendadas. 
O §5º do art. 7° do EAOAB prevê que o desagravo público não desonera o infrator da respon-
sabilidade penal.
1.5.14 Uso de símbolos privativos da profissão
O advogado tem o direito de usar os símbolos privativos da profissão de advogado. Ressalta-
-se que o uso dos símbolos relativos à profissão estão ligados ao uso da Carteira Profissional, 
apresentando-se como advogado.
DICA: O uso dos brasões e logotipos da OAB são de uso privativo da OAB, não podendo ser 
utilizados para publicidade ou divulgação dos serviços profissionais.
16 Laureate- International Universities
Tópicos em Direito 1
1.5.15 Recusa a depoimento como testemunha em processo no qual já foi 
ou é procurador
O advogado possui o dever de sigilo profissional, disposição do Código de Ética e Disciplina. 
Assim, ao advogado é vedado pronunciar-se sobre os fatos narrados por seu cliente e não auto-
rizados à divulgação. 
Dessa forma, o advogado poderá recusar-se a depor como testemunha em processo no qual fun-
cionou ou deva funcionar, ou sobre fato relacionado com pessoa de quem seja ou foi advogado, 
mesmo quando autorizado ou solicitado pelo constituinte, bem como sobre fato que constitua 
sigilo profissional.
1.5.16 Ausentar-se do local da audiência por ausência da autoridade que 
presidirá o ato, após 30 minutos de atraso.
É direito do advogado retirar-se do recinto onde se encontre aguardando pregão para ato judi-
cial, após trinta minutos do horário designado e ao qual ainda não tenha comparecido a autori-
dade que deva presidir a ele, mediante comunicação protocolizada em juízo.
1.5.17 Acompanhamento de clientes durante os atos de apuração de 
infrações
O advogado tem o direito de assistir, acompanhar seus clientes investigados durante a apura-
ção de infrações, sob pena de nulidade absoluta do respectivo interrogatório ou depoimento e, 
subsequentemente, de todos os elementos investigatórios e probatórios dele decorrentes ou deri-
vados, direta ou indiretamente, podendo, inclusive, no curso da respectiva apuração, apresentar 
razões e quesitos.
O advogado somente poderá ser preso em flagrante por motivo de exercício da profissão em 
caso de crime inafiançável. Quando preso no exercício de suas funções, o advogado deverá 
estar acompanhado de um representante da OAB, sob pena de nulidade do ato.
Dentre os direitos dos advogados está a facilitação do exercício profissional pelo Poder Público. 
Por este motivo, o art. 7º, §4º, do EAOAB determina que o Poder Judiciário e o Poder Executivo 
devem contribuir com o exercício profissional da advocacia e, para tanto, devem instalar em to-
dos os juizados, fóruns, tribunais, delegacias de polícia e presídios salas especiais permanentes 
para os advogados, para uso e controle da OAB.
Nos autos sujeitos a sigilo, o advogado deve apresentar instrumento de mandato obrigatoria-
mente. A autoridade somente poderá delimitar o acesso do advogado aos elementos de prova 
relacionados a diligências em andamento e ainda não documentados quando a presença do 
advogado puder comprometer a eficiência, eficácia ou a finalidade das diligências.
1.6 Dos direitos da advogada
A Lei nº 13.363 de 2016 inseriu no Estatuto de Advocacia os direitos da advogada. A ressalva 
a esses direitos se fez necessária, tendo em vista o cerceamento fático de alguns direitos perten-
centes à mulher advogada para o bom cumprimento de suas funções.
O destaque dos direitos da advogada no art. 7º, A, do EAOAB não exclui os direitos presentes 
no art. 7º do EAOAB. Para a mulher advogada, os direitos presentes nos dois artigos são cumu-
lativos e relevantes ao exercício da profissão.
17
Assim, a advogada terá ressalvados os seus direitos quando:
a) gestante: a entrada em tribunais sem ser submetida a detectores de metais e aparelhos de 
raios-X, bem como a reserva de vaga em garagens dos fóruns dos tribunais;
b) lactante, adotante ou que der a luz: o acesso à creche ou a local adequado ao atendimento 
das necessidades do bebê;
c) gestante, lactante, adotante ou que der a luz: a preferência na ordem das sustentações 
orais e das audiências a serem realizadas a cada dia, mediante comprovação de sua 
condição;
d) adotante ou que der a luz: a suspensão de prazos processuais, desde que seja a única 
patrona da causa e notifique por escrito ao cliente, pelo prazo de 30 dias, conforme o 
§6º do art. 313 do Novo CPC.
Os direitos previstos à advogada lactante ou gestante serão aplicados enquanto perdurar o es-
tado gravídico ou o período de amamentação. 
A advogada adotante terá direito a acesso à creche ou local adequado ao atendimento das ne-
cessidades do bebê e a preferência na ordem das sustentações orais e audiências por 120 dias 
consecutivos.
1.7 Da inscrição
A inscrição do aprovado no Exame da OAB é essencial para exercício regular da advocacia, e 
cumpre-nos esclarecer que apenas a aprovação no Exame da OAB não habilita o candidato ao 
exercício da advocacia. É necessário que o candidato, após a sua aprovação, requeira a sua 
inscrição nos quadros da OAB.
Para a inscrição como advogado, é necessário:
a) capacidade civil:nos moldes do art. 5º do Código Civil, com o alcance da maioridade, a 
pessoa fica habilitada para todos os atos da vida civil, ou seja, alcança a capacidade civil;
Dica: o parágrafo único do art. 5º prevê as formas de emancipação. Observamos que a 
emancipação é forma antecipada de alcance de capacidade civil, e o capítulo referente a 
inscrição no EAOAB não possui previsão sobre maioridade, mas sim sobre a capacidade 
civil. Os últimos editais requerem do candidato que ele esteja cursando o 9º semestre da 
universidade, o que o habilitará a prestar regularmente o exame. 
b) diploma ou certidão de graduação em Direito, obtido em instituição de ensino oficialmente 
autorizada e credenciada; 
c) título de eleitor para todos os candidatos e a quitação do serviço militar para os homens 
brasileiros;
d) aprovação no exame de Ordem;
e) não exercer atividade incompatível com a advocacia;
Dica: cumpre-nos ressaltar que o impedimento para determinado ato ou o impedimento 
específico para exercício da advocacia contra a Fazenda que o remunera não impede a 
18 Laureate- International Universities
Tópicos em Direito 1
inscrição do candidato, porém se faz necessária a anotação na carteira profissional do 
advogado sobre o impedimento.
f) idoneidade moral: o advogado, pela relevância social e profissional que possui, deve 
ter conduta ilibada perante a sociedade, cumprindo os preceitos de idoneidade moral. 
Para tal, o advogado não deve praticar os atos do parágrafo único do art. 34, a), b) e 
c) ou estar respondendo criminalmente por crime ou ter praticado crime infamante não 
reabilitado; e
g) prestar compromisso perante o Conselho.
O exame da OAB é regulamentado em provimento do Conselho Federal da OAB. O provimento 
atual que regulamenta o Exame da OAB é o Provimento 144, de 13 de junho de 2011, que foi 
posteriormente alterado pelo Provimento 156/2013.
Os estudantes de Direito, brasileiros ou estrangeiros, que se graduaram em país estrangeiro, 
devem fazer prova de seu título de graduação obtido na instituição estrangeira e revalidá-lo no 
Brasil perante o MEC, para inscrever-se nos quadros da OAB. Além disto, o candidato deverá 
cumprir todos os demais requisitos para a inscrição.
A reclamação quanto à idoneidade moral do candidato pode ser suscitada por qualquer pessoa. 
Neste caso, a declaração de idoneidade será por decisão do conselho seccional de inscrição, 
com no mínimo dois terços dos votos de todos os membros do conselho competente, de acordo 
com o procedimento disciplinar regular.
O candidato que for condenado por crime infamante, e não reabilitado judicialmente, não aten-
de ao requisito de idoneidade moral.
A inscrição principal do advogado deve ser realizada perante o conselho seccional em que pre-
tende estabelecer o seu domicílio profissional. 
DICA: o domicílio profissional do advogado deve ser a sede principal da atividade de advocacia. 
Se o advogado não souber qual será o seu domicílio profissional, deverá inscrever-se em seu 
domicílio de pessoa física.
IMPORTANTE: se o advogado passar a exercer habitualmente a advocacia em seccional diversa 
de sua inscrição, com mais de cinco causas por ano, deverá estabelecer sua inscrição suplemen-
tar na seccional em que está exercendo a atividade profissional. 
Se o advogado alterar o seu domicílio profissional de forma definitiva para outra unidade federa-
tiva, deverá requerer a transferência de sua inscrição para o conselho seccional de destino. Tanto 
na transferência quanto na inscrição suplementar, é necessário verificar a existência de vício ou 
ilegalidade na inscrição principal, e nesse caso o Conselho Federal será competente para análise 
administrativa.
1.7.1 Inscrição do estagiário
O estagiário de Direito também necessita realizar a inscrição perante os quadros da OAB, para 
o exercício regular dos atos processuais, que lhe são possíveis perante a OAB. 
RELEMBRANDO: O estagiário de direito, quando regularmente inscrito nos quadros da OAB 
como estagiário, pode praticar os atos privativos da advocacia, previstos no art. 1º do EAOAB, 
desde que nesses atos esteja sob a supervisão de um advogado regularmente inscrito, sendo este 
responsável pelos atos praticados pelo estagiário.
19
Para a inscrição como estagiário, o acadêmico de Direito deverá preencher os seguintes requisitos:
a) capacidade civil;
b) título de eleitor;
c) quitação do serviço militar, para homens brasileiros;
d) não exercer atividade incompatível com a advocacia;
e) idoneidade moral;
f) prestar compromisso perante o conselho; e
g) ter sido admitido em estágio profissional de advocacia.
DICA: O estágio profissional de advocacia terá duração de dois anos e será realizado nos últi-
mos anos do curso de Direito, e pode ser realizado perante:
a) instituição de ensino;
b) Conselho da OAB;
c) setores, órgãos jurídicos do Poder Público;
d) escritórios de advocacia credenciados pela OAB.
A inscrição do estagiário é realizada perante o conselho seccional em que se localize o seu cur-
so jurídico. Caso o aluno exerça atividade incompatível com o estágio em advocacia, poderá 
frequentar o estágio ministrado pela instituição de ensino superior, para seu aprendizado, sendo 
proibida a sua inscrição como estagiário na OAB.
A carteira profissional do advogado constitui documento de identidade civil para os fins legais, e 
é de uso obrigatório no exercício da atividade do advogado ou do estagiário.
DICA: a indicação do nome e do número de inscrição do advogado é obrigatório em todos os 
documentos assinados pelo advogado e no exercício de sua atividade, sendo vedado o anúncio 
ou a divulgação da atividade da advocacia sem a indicação expressa do número de inscrição do 
advogado ou do número de registro da sociedade de advogados na OAB.
1.7.2 Cancelamento da inscrição
No momento em que o advogado se inscreve na OAB, é gerado o número de inscrição, pelo 
qual o advogado será identificado profissionalmente. O cancelamento da inscrição é a exclusão 
do número de identificação profissional dos quadros da OAB. A inscrição poderá ser cancelada 
nos seguintes casos:
a) se o inscrito requerer o cancelamento;
b) se o inscrito tiver determinada pelo Conselho competente a sanção disciplinar de exclusão;
c) falecimento do advogado;
d) exercer, de forma definitiva, atividade incompatível com a advocacia; e
e) perda de qualquer um dos requisitos necessários para inscrição.
20 Laureate- International Universities
Tópicos em Direito 1
Nos casos de exclusão, falecimento e exercício de atividade incompatível, o cancelamento da 
inscrição deve ser realizado de ofício pelo conselho competente ou por comunicação de qual-
quer pessoa.
Em casos de cancelamento, o número de inscrição não se restaura diante de novo pedido de 
inscrição, desde que o interessado comprove a capacidade civil para inscrição, que não exerce 
atividade incompatível, tenha idoneidade moral e o compromisso ao conselho.
DICA: Quando o cancelamento se der por exclusão, é necessária a comprovação da reabilitação 
para o novo pedido de inscrição.
1.7.3 Licenciamento do advogado
O licenciamento do advogado não possui caráter definitivo, mas constitui o afastamento do 
advogado de sua atividade profissional em caráter temporário. Assim, o licenciamento poderá 
ocorrer nos seguintes casos:
a) por solicitação do inscrito, a requerimento por motivo justificado;
b) exercício temporário de atividade incompatível com o exercício da advocacia;
c) acometimento de doença mental considerada curável.
1.8 Sociedade de advogados
Os advogados podem formar sociedade simples para prestação de serviços de advocacia. As 
sociedades de advogados apenas podem ser formadas por advogados inscritos nos quadros da 
OAB, não se admitindo, em nenhum caso, que essa sociedade seja formada por profissionais 
que não estão regularmenteinscritos e autorizados ao exercício da Advocacia. Assim, podemos 
concluir que a sociedade de advogados é composta, apenas, de profissionais advogados, funda-
mento presente no art. 16 do EAOAB.
A Lei nº 13.247/2016 trouxe para o Estatuto da Advocacia a possibilidade de se constituir so-
ciedade unipessoal de advocacia. Essa Lei alterou os arts. 15, 16 e 17 do Estatuto, para que o 
advogado pudesse formar sociedade unipessoal e se beneficiar dos incentivos tributários que a 
sociedade de advogados possuía – essa sociedade também está submetida às normas do Có-
digo de Ética e Disciplina. No momento do registro, a denominação adotada pela sociedade 
unipessoal deve constar o nome ou parte do nome do advogado, juntamente com a indicação 
“Sociedade Individual de Advocacia”.
A personalidade jurídica da sociedade de advogados e da sociedade unipessoal é adquirida 
mediante o seu registro perante o conselho seccional em que atua. Para que a inscrição seja 
efetivada, é necessária a aprovação do conselho seccional. A sociedade unipessoal pode ser 
formada pela vontade do advogado em atuar de maneira individual ou pela concentração de 
quotas de sociedade de advogados.
Os instrumentos de mandato devem ser outorgados de forma individual aos advogados e indi-
car a sociedade a que façam parte, e é importante ressaltar que os advogados que compõem 
uma mesma sociedade não poderão representar interesses opostos de partes, tendo em vista 
que isso se caracteriza lide temerária. Os advogados que compõem quadros de sociedades têm 
autonomia para a escolha de seus clientes, assim, quando surgir interesses opostos para a sua 
representação, a sociedade e os advogados devem escolher a parte que irão representar.
21
Nenhum advogado pode integrar mais de uma sociedade de advogados, constituir mais de uma 
sociedade unipessoal ou integrar uma sociedade de advogados e uma unipessoal simultanea-
mente, com sede ou filial na mesma área territorial do respectivo conselho seccional. 
A constituição de uma filial deve ser averbada no registro da sociedade e arquivado no conselho 
seccional onde for se instalar. Assim, os sócios e o titular da sociedade unipessoal ficarão obriga-
dos à inscrição suplementar, e não se pode registrar a sociedade de advogados perante registro 
de empresas mercantis ou junta comercial, sendo competente apenas o conselho seccional para 
o registro da atividade.
A sociedade de advogados e a unipessoal tem característica de sociedade simples, porém não 
poderá caracterizar-se como sociedade empresária, não podendo adotar nome fantasia ou a 
realização de atividades que sejam estranhas à advocacia. A razão social da sociedade deve 
conter, obrigatoriamente, o nome de, pelo menos, um advogado responsável pela sociedade, 
podendo manter o nome de sócio falecido, desde que a possibilidade esteja prevista no ato 
constitutivo.
Ao licenciar-se, o sócio, para exercer atividade incompatível com a advocacia em caráter tempo-
rário, deve averbar o ato no registro da sociedade, não se alterando a constituição. 
A responsabilidade do sócio e do titular da sociedade individual de advocacia é subsidiária e 
ilimitada pelos danos causados aos clientes por ação ou omissão no exercício da advocacia, sem 
prejuízo da responsabilidade disciplinar perante o conselho competente.
1.9 Advogado empregado
O advogado, mesmo quando empregado e sob o regime de subordinação, mantém a autonomia 
e independência que são inerentes à advocacia. O emprego assalariado não retira a isenção 
técnica que possui o advogado, tanto que o advogado não estará obrigado à prestação de servi-
ços de interesse pessoal de seus empregadores que sejam independentes à relação de emprego.
O advogado possui independência em sua atuação, e mesmo sob o regime de subordinação terá 
a autonomia na escolha de suas teses de defesa dos interesses de seus empregadores. Quanto 
ao interesse pessoal dos sócios da pessoa jurídica para a qual esteja trabalhando, o advogado 
possui a autonomia de rejeitá-las pela ausência de vinculação na prestação dos serviços. 
DICA: O parágrafo único do art. 18 do EAOAB é claro: “[...] o advogado empregado não está 
obrigado à prestação de serviços profissionais de interesse pessoal de seus empregadores, fora 
da relação de emprego”.
O salário mínimo do advogado é fixado por meio de sentença normativa ou convenção coletiva 
de trabalho e é determinado pela Ordem dos Advogados do Brasil, não podendo o advogado 
empregado receber valor menor ao estipulado pela convenção.
1.9.1 Jornada de trabalho
A jornada de trabalho do advogado é de quatro horas diárias contínuas e vinte horas semanais, 
podendo ser estipulada jornada superior por convenção coletiva ou por regime de dedicação 
exclusiva.
22 Laureate- International Universities
Tópicos em Direito 1
A duração da jornada de trabalho abrange as seguintes tarefas:
a) tempo em que o advogado estiver à disposição do empregador;
b) tempo em que o advogado estiver aguardando ou executando ordens, no escritório ou 
em atividades externas.
1.9.2 Benefícios
O advogado tem o direito ao recebimento, como reembolso, dos valores dispensados com trans-
porte, hospedagem e alimentação.
1.9.3 Horas extras
Em caso de realização de horas extras, o advogado terá direito à percepção de um adicional de 
cem por cento sobre o valor normal da hora.
1.9.4 Adicional noturno
A hora noturna do advogado é contada das vinte horas de um dia às cinco horas do outro. 
A hora noturna será remunerada e acrescida com adicional de vinte e cinco por cento do valor 
normal da hora.
1.9.5 Honorários de sucumbência
Nas causas em que o advogado empregado atua na defesa de seu empregador ou pessoa por 
este representada, os honorários de sucumbência são devidos aos advogados empregados, não 
havendo previsão de partilha com seus empregadores (pessoas jurídicas mercantis).
No caso de advogado empregado de sociedade de advogados, os honorários de sucumbência 
recebidos serão partilhados entre a empregadora e o advogado empregado, na forma estabele-
cida em acordo prévio.
1.10 Advocacia pro bono
O termo pro bono tem como significado “para o bem público”, ou “em benefício público”. A 
advocacia pro bono foi inserida no Novo Código de Ética e Disciplina para cumprimento efetivo 
da função e do múnus público que possui a advocacia.
Alguns advogados confundem o exercício da advocacia pro bono com a participação do advo-
gado na indenização do cliente, em que aquele trabalha gratuitamente para seu cliente e, ao 
finalizar o processo, recebe parte de sua indenização. Esse conceito está completamente equivo-
cado, de acordo com a normatividade do Código de Ética e Disciplina. 
Para o Código de Ética e Disciplina, a advocacia pro bono é a prestação gratuita, eventual e 
voluntária de serviços jurídicos em favor de instituições sociais sem fins econômicos e aos seus 
assistidos, sempre que estes não dispuserem de recursos para a contratação profissional. Por 
outro lado, a advocacia pro bono pode ser exercida em favor de pessoas naturais que não dis-
puserem de recursos para a contratação de advogado, sob o prejuízo de seu próprio sustento. 
23
O exercício da advocacia pro bono constitui múnus público, e por esse motivo não poderá ser 
exercida para fins político-partidários ou eleitorais nem para benefício de instituições que tenham 
tais objetivos; tampouco poderá ser utilizada para fins de publicidade ou captação de clientela.
A advocacia pro bono poderá ser realizada por meio de nomeação, quando o advogado for 
considerado defensor nomeado, conveniado ou dativo. O advogado deverá empregar o mesmo 
zelo e dedicação que possui em seus processos habituais, de maneira que a parte assistida se 
sinta amparada e que esta confie em seu patrocínio.
Observe que no conceito da advocacia pro bono há três características essenciais: a ventuali-
dade,a gratuidade e a voluntariedade. Assim, a prestação da advocacia pro bono não poderá 
ser exercida com habitualidade ou onerosidade, pois constituiria captação indevida de clientela.
1.11 Exercício de cargos e funções na OAB e 
na representação da classe
O dispositivo do capítulo VI do Código de Ética e Disciplina é uma inovação em face do Códi-
go anterior. A previsão se dá para os advogados que exercem cargos ou funções em órgãos da 
Ordem dos Advogados do Brasil, ou na representação da classe junto a quaisquer instituições, 
órgãos ou comissões, públicos ou privados.
Este advogado possui considerações perante a sua conduta, estando em acordo com as dispo-
sições do Código de Ética, pois revela plena lealdade aos interesses, direitos e às prerrogativas 
da classe dos advogados.
No exercício de sua representação de classe nos quadros da OAB ou de seu cargo e função para 
a OAB, o advogado não poderá firmar contrato oneroso de prestação de serviço ou fornecimento 
de produtos com tais entidades, tampouco poderá adquirir bens postos à venda por quaisquer 
órgãos.
O advogado somente poderá atuar em processos que tramitem perante a OAB ou oferecer pa-
receres destinados a instruir processo, em causa própria ou se dirigente de seccionais quando 
legitimados para recorrer em processos em trâmite perante os órgãos da OAB. Desse modo, con-
clui-se que, perante a OAB, o advogado, que está exercendo representação de classe, órgãos e 
funções perante a OAB, não poderá atuar como advogado em processos que tramitem na OAB.
1.11.1 Indicação de advogado ao preenchimento de vaga por indicação 
da OAB
Ao submeter seu nome à apreciação do Conselho Federal ou dos Conselhos Seccionais com 
vistas à inclusão em listas destinadas ao provimento de vagas reservadas à classe nos tribunais, 
no Conselho Nacional de Justiça, no Conselho Nacional do Ministério Público e em outros 
colegiados, o candidato assumirá o compromisso de respeitar os direitos e as prerrogativas do 
advogado, não praticar nepotismo nem agir em desacordo com a moralidade administrativa e 
com os princípios deste Código, no exercício de seu mister.
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Tópicos em Direito 1
1.12 Sigilo profissional
Na relação profissional entre o advogado e seu cliente, são reveladas informações confidenciais 
que são protegidas pelo sigilo profissional. Assim, o advogado possui o dever de guardar sigilo 
dos fatos que lhe são confidenciados por seus clientes em razão de sua profissão.
O sigilo profissional abrange os fatos que o advogado tenha conhecimento em virtude de sua 
atuação profissional. O sigilo profissional é assegurado por ordem pública, e, em razão do di-
reito de defesa que possuem os indivíduos, ele independe de solicitação de reserva solicitada 
pelo cliente.
O sigilo profissional é fundamental ao exercício da advocacia e se aplica:
a) às comunicações de qualquer natureza entre advogado e cliente;
b) ao advogado, quando no exercício das funções de mediador, conciliador e árbitro.
O sigilo somente poderá ser violado por justo motivo em casos excepcionais. Para que a violação 
não punível ocorra, são necessárias as seguintes situações graves:
a) ameaça ao direito à vida;
b) ameaça ao direito à honra; e 
c) casos em que envolvam defesa própria.
DICA: o advogado não é obrigado a depor em processo ou procedimento judicial, administrativo 
ou arbitral sobre fatos que teve conhecimento em virtude de seu exercício profissional, pois tais 
fatos estão protegidos pelo sigilo. 
1.13 Publicidade profissional
A publicidade é regulada pelo Código de Ética e Disciplina da OAB. O advogado não poderá 
exercer a publicidade para fins comerciais, pois o CED prevê regras específicas para a divulga-
ção dos serviços do profissional advogado e da sociedade de advogados ou unipessoal.
A publicidade do escritório de advocacia deve seguir os preceitos da advocacia, e o Código pre-
vê que a publicidade profissional tem caráter meramente informativo, devendo priorizar a discri-
ção e a sobriedade, não configurando a captação de clientela ou a mercantilização da profissão.
1.13.1 Proibições à publicidade
Os meios utilizados para a publicidade profissional precisam ser compatíveis com a discrição e a 
sobriedade que possui a atividade profissional da advocacia, sendo proibidos:
a) a divulgação da publicidade por meio de rádio, cinema e televisão: observe que a 
divulgação, aqui estabelecida, se dá por meio da informação de prestação de serviços 
de advocacia como publicidade em propaganda em rádio, cinema e televisão. Não há 
impedimentos quanto ao advogado na prestação de informação legal em reportagens e 
programas de rádio ou televisão. A vedação se dá quanto a divulgação da sociedade ou 
da oferta de serviços profissionais;
25
b) o uso de outdoors, painéis luminosos ou formas assemelhadas de publicidade;
c) as inscrições em muro, paredes, veículos, elevadores ou em qualquer espaço público;
d) a divulgação de serviços de advocacia juntamente com a de outras atividades ou a indicação 
de vínculos entre uns e outros: a advocacia é atividade autônoma e independente, não 
podendo se vincular a nenhuma outra atividade, tendo em vista que a vinculação da 
atividade configura captação de clientela. 
e) o fornecimento de dados de contato, como endereço e telefone, em colunas ou artigos 
literários, culturais, acadêmicos ou jurídicos, publicados na imprensa, bem quando de 
eventual participação em programas de rádio ou televisão ou em veiculação de matérias 
pela internet, sendo permitida a referência a e-mail; 
f) a utilização de mala direta, a distribuição de panfletos ou formas assemelhadas de 
publicidade, com o intuito de captação de clientela. 
DICA: para a identificação dos escritórios de advocacia, é permitida a utilização de placas, pai-
néis luminosos e inscrições na fachada do estabelecimento, desde que mantenha a austeridade 
e discrição condizentes com a advocacia. 
Ao advogado é permitido manter em meios de comunicação social colunas ou divulgação de 
textos, por ele escritos, desde que não induzam o leitor a litigar e nem promova a captação de 
clientela. 
Ao advogado é proibido:
a) responder com habitualidade a consulta sobre matéria jurídica, nos meios de comunicação 
social;
RELEMBRANDO: Não há impedimentos quanto ao advogado na prestação de informação 
legal em reportagens e programas de rádio ou televisão. A vedação se dá quanto à 
divulgação da sociedade ou da oferta de serviços profissionais ou a habitualidade na 
resposta a consultas por meio de mídias.
b) debater, em qualquer meio de comunicação, causa sob o patrocínio de outro advogado; 
c) abordar tema de modo a comprometer a dignidade da profissão e da instituição que o 
congrega;
d) divulgar ou deixar que sejam divulgadas listas de clientes e demandas; e
e) insinuar-se para reportagens e declarações públicas. 
1.13.2 Publicidade nas mídias sociais
O advogado poderá, eventualmente, participar de:
• programa de rádio;
• entrevista na imprensa;
• reportagem televisionada ou veiculada por outro meio.
26 Laureate- International Universities
Tópicos em Direito 1
A manifestação do advogado deverá ter intuito exclusivamente ilustrativo, educacional e ins-
trutivo, sem nenhuma intenção de promoção pessoal ou profissional. Ao advogado é vedada 
a manifestação sobre os métodos de trabalho e as estratégias profissionais utilizados por seus 
colegas de profissão.
DICA: quando convidado para manifestação pública, por qualquer modo e forma, visando o 
esclarecimento de tema jurídico de interesse geral, deve o advogado evitar insinuações com o 
sentido de promoção pessoal ou profissional, bem como o debate de caráter sensacionalista. 
1.13.3 Cartões
Para a divulgação de seus serviços profissionais por meio de publicidade ou nos cartões e mate-
riais de escritório que utilizar,o advogado fará constar:
• seu nome ou razão social da sociedade; e
• o número de inscrição ou da sociedade na OAB.
Nesta publicidade, poderão ser referidos:
• títulos acadêmicos do advogado;
• distinções honoríficas à vida profissional do advogado;
• instituições jurídicas de que faça parte;
• especialidade a que se dedicar;
• endereço;
• telefone;
• e-mail;
• site;
• página eletrônica;
• QR code;
• logotipo;
• fotografia do escritório;
• horário de atendimento; e 
• idiomas em que o cliente poderá ser atendido.
É vedada a inclusão de fotografias pessoais ou de terceiros nos cartões de visita do advogado, 
bem como menção a qualquer emprego, cargo ou função ocupado, atual ou pretérito, em qual-
quer órgão ou instituição, com a exceção de professor universitário. 
27
1.13.4 Patrocínio de eventos
O patrocínio de eventos ou publicações de caráter científico ou cultural são admissíveis como 
formas de publicidade, bem como a divulgação de boletins, por meio físico ou eletrônico, sobre 
a matéria cultural de interesse dos advogados, desde que a circulação fique adstrita a clientes e 
a interessados do meio jurídico.
1.13.5 Publicidade por meio eletrônico
A publicidade veiculada pela internet ou por outros meios eletrônicos deverá observar as diretri-
zes estabelecidas pelo Código de Ética e Disciplina. A telefonia e a internet podem ser utilizadas 
como veículo de publicidade, desde que o envio de mensagens seja a destinatários certos e não 
impliquem no oferecimento de serviços ou representem captação de clientela. 
1.14 Honorários advocatícios
A prestação dos serviços de advocacia deverá ser contratada, preferencialmente, por escrito, 
quando os serviços forem prestados de forma individual ou integrado a sociedades.
O contrato de prestação de serviços não possui forma específica para sua realização, devendo, 
apenas, estabelecer com clareza e precisão:
• o seu objeto; 
• os honorários ajustados;
• a forma de pagamento; 
• a extensão do patrocínio, com o devido esclarecimento sobre os atos processuais que 
abordará e do grau de jurisdição; e 
• a causa de encerramento, inclusive constando a transação e o acordo.
A compensação de créditos, pelo advogado, de importâncias devidas ao cliente somente poderá 
ocorrer se o contrato de prestação de serviços a autorizar ou quando houver autorização especial 
do cliente para esse fim. 
O contrato de prestação de serviços disporá sobre: 
• a contratação de profissionais para serviços auxiliares;
• pagamentos de custas e emolumentos; e 
• a previsão de adiantamentos feitos pelo advogado e o seu ressarcimento no ato da 
prestação de contas.
DICA: caso não conste disposição, no contrato, sobre o pagamento de custas e emolumentos, 
presume-se que deverão ser pagas pelo cliente.
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Os honorários não poderão ser reduzidos em virtude da solução do litigio por via extrajudicial. 
O advogado deverá observar o valor mínimo estipulado para a ação na Tabela de Honorários, 
instituída pelo respectivo conselho seccional onde for realizado o serviço, abrangendo, ainda, o 
valor estipulado para as diligências. Se o advogado cobrar valores inferiores ao estipulado em 
tabela, responderá por aviltamento de honorários.
DICA: os horários contratuais e sucumbenciais são passíveis de execução. A participação do 
advogado em bens particulares do cliente só é admitida em caráter excepcional, quando esse, 
comprovadamente, não tiver condições pecuniárias de satisfazer o débito de honorários e ajustar 
com o seu patrono, em instrumento contratual, tal forma de pagamento. Quando o objeto do 
serviço jurídico versar sobre prestações vencidas e vincendas, os honorários advocatícios poderão 
incidir sobre o valor de umas e outras, atendidos os requisitos da moderação e da razoabilidade. 
1.14.1 Fixação dos honorários
Os honorários profissionais devem ser fixados com moderação. O advogado, ao fixá-los, deverá 
observar os seguintes elementos:
• a relevância, o vulto, a complexidade e a dificuldade das questões versadas; 
• o trabalho e o tempo a serem empregados; 
• a possibilidade de o advogado ficar impedido de intervir em outros casos ou de se desavir 
com outros clientes ou terceiros; 
• o valor da causa, a condição econômica do cliente e o proveito para este resultante do 
serviço profissional; 
• o caráter da intervenção, conforme se trate de serviço a cliente eventual, frequente ou 
constante; 
• o lugar da prestação dos serviços, conforme se trate do domicílio do advogado ou de 
outro; 
• a competência do profissional; e
• a praxe do foro sobre trabalhos análogos. 
Os honorários fixados em contrato são independentes aos honorários fixados por arbitramento 
judicial e aos de sucumbência, sendo todos assegurados pelo art. 22 do EAOAB. 
O advogado que tiver indicação para patrocínio de causa de necessitado, no caso de impos-
sibilidade da Defensoria Pública, bem como o advogado que participar de convênio entre a 
Defensoria Pública e a Ordem dos Advogados, têm o direito ao recebimento de honorários que 
devem ser fixado pelo Juiz, segundo tabela organizada pelo Conselho Seccional e pelo Estado.
Na ausência de estipulação ou acordo previamente firmado entre o advogado e o seu cliente, os 
honorários serão fixados por arbitramento judicial, em remuneração compatível com o trabalho e 
o valor econômico da questão, nunca podendo ser estabelecidos em valor inferior aos da tabela 
de honorários do Conselho Seccional.
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1.14.2 Da cobrança dos honorários profissionais
O contrato de honorários definirá por acordo entre as partes qual será a forma de pagamento 
que se realizará entre o cliente e seu advogado. Porém, se o contrato nada estipular, os honorá-
rios serão devidos da seguinte forma:
• um terço é devido no início do serviço;
• outro terço até a decisão de primeira instância; e
• o restante no encerramento do processo.
Se o advogado fizer juntar aos autos o seu contrato de honorários, antes da expedição do 
mandado de levantamento ou precatório, o juiz poderá determinar que os honorários lhe sejam 
pagos diretamente, por dedução da quantia a ser recebida pelo constituinte. Caso haja compro-
vação de que o pagamento já foi realizado, não haverá deduções.
Não são devidos honorários de sucumbência a advogados cujo mandato for outorgado para 
defesa em processo oriundo de ato ou omissão praticada no exercício da profissão.
1.14.3 Honorários de sucumbência
Os honorários de sucumbência são honorários incluídos na condenação e pertencem ao advo-
gado, possuindo direito autônomo de executar a sentença na parte em que lhe conste a cobrança 
de seus honorários, ou podendo requerer que o precatório, quando necessário, seja expedido 
em seu favor.
Caso o advogado venha a falecer ou incorra em incapacidade civil, os honorários de sucumbên-
cia deverão ser recebidos por seus sucessores ou representantes legais. 
O recebimento dos honorários de sucumbência é direito do advogado, assim, será nula qualquer 
disposição, cláusula contratual, regulamento e convenção coletiva ou individual que retire do 
advogado o direito ao recebimento do honorários de sucumbência, tampouco não serão preju-
dicados os recebimentos de honorários concedidos por sentença ou convencionados por acordo 
feito entre o cliente e a parte contrária. 
Em caso de substabelecimento, a verba correspondente aos honorários de sucumbência será 
repartida entre os advogados de forma proporcional à atuação do substabelecido no processo 
ou conforme a estipulação acordada.
Se houver processo disciplinar para a apuração do não pagamento das sucumbência ao advoga-
do substabelecido, inicialmente se proporá a conciliação entre as partes, que deverá ser tentada 
pelo relator, podendo o Tribunal de Ética e Disciplina indicarmediador que contribua no sentido 
da distribuição dos honorários de sucumbência, de forma proporcional, aos advogados. 
1.14.4 Do recebimentos dos honorários
O recebimento dos honorários do advogado autônomo, da sociedade de advogados ou da so-
ciedade unipessoal não poderá ser realizado por saque de duplicatas ou qualquer outro título de 
natureza mercantil, porém o Código de Ética e Disciplina autoriza que o advogado emita fatura 
quando o cliente assim requerer, porém essa fatura não poderá ser levada a protesto.
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O cheque e a nota promissória emitidos pelo cliente em favor do advogado poderão ser levados 
a protesto após frustrada a tentativa de recebimento amigável.
O advogado ou a sociedade de advogados poderá empregar o sistema de cartão de crédito para 
recebimento de honorários, desde que efetue o credenciamento junto à empresa do ramo. O ad-
vogado deverá ajustar com a empresa operadora do cartão de crédito as formas de pagamento 
antecipado, pois estas não excluem o advogado da responsabilidade perante o cliente em caso 
de rescisão contratual na prestação do serviço.
Havendo a necessidade de ajuizamento de ação judicial para cobrança de honorários, o advo-
gado deverá renunciar previamente ao mandato que recebera do cliente em débito.
1.14.5 Execução de honorários
A decisão judicial que fixar ou arbitrar honorários e o contrato escrito que os determinar consti-
tuem título executivo e serão considerados créditos privilegiados:
• falência;
• recuperação de empresas;
• concurso de credores; 
• insolvência civil; e 
• liquidação extrajudicial.
A execução dos honorários poderá ser promovida nos autos da ação em que o advogado tenha 
atuado. Caso o advogado venha a falecer ou incorra em incapacidade civil, os honorários de 
sucumbência deverão ser recebidos por seus sucessores ou representantes legais. 
1.14.6 Prescrição
A ação de cobrança de honorários advocatícios prescreve em cinco anos, contados:
• do vencimento do contrato, se houver;
• do trânsito em julgado da decisão que os fixar;
• da ultimação do serviço extrajudicial;
• da desistência ou da transação; e
• da renúncia ou revogação do mandato.
A ação de prestação de contas também prescreverá em cinco anos pelas quantias recebidas pelo 
advogado de seu cliente ou de terceiros em razão da relação contratual.
O advogado substabelecido com reserva de poderes não possui o direito de cobrar honorários 
sem a intervenção daquele que lhe conferiu o substabelecimento. Para o substabelecimento sem 
reserva de poderes, o cliente deverá ser informado da intervenção de procurador adicional, o 
que lhe conferirá o direito à cobrança autônoma de honorários.
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1.15 Incompatibilidades
A incompatibilidade ao exercício da profissão é a determinação da proibição total ao exercício 
da advocacia. As incompatibilidades são decorrentes da lei. A advocacia é incompatível, mesmo 
que a exerça em causa própria com as seguintes atividades:
• chefe do Poder Executivo e membros da Mesa do Poder Legislativo e seus substitutos 
legais;
• membros de órgãos do Poder Judiciário, do Ministério Público, dos tribunais e conselhos 
de contas, dos juizados especiais, da justiça de paz, juízes classistas, bem como de todos 
os que exerçam função de julgamento em órgãos de deliberação coletiva da administração 
pública direta e indireta;
• ocupantes de cargos ou funções de direção em Órgãos da Administração Pública direta 
ou indireta, em suas fundações e em suas empresas controladas ou concessionárias de 
serviço público, com exceção daqueles que exercem função educacional ou magistério 
jurídico;
• ocupantes de cargos ou funções vinculados direta ou indiretamente a qualquer órgão do 
Poder Judiciário e os que exercem serviços notariais e de registro;
• ocupantes de cargos ou funções vinculados direta ou indiretamente a atividade policial 
de qualquer natureza;
• militares de qualquer natureza, na ativa;
• ocupantes de cargos ou funções que tenham competência de lançamento, arrecadação 
ou fiscalização de tributos e contribuições para-fiscais; e
• ocupantes de funções de direção e gerência em instituições financeiras, inclusive privadas. 
A incompatibilidade permanece mesmo que o ocupante do cargo deixe de exercê-lo temporaria-
mente, a exemplo do Magistrado que é afastado temporariamente, por motivo de saúde; neste 
caso, a incompatibilidade não cessará.
1.16 Impedimentos
O impedimento ao exercício da advocacia é a proibição parcial da atividade da advocacia. As-
sim, o art. 30 do EAOAB define que são impedidos ao exercício da advocacia:
• os servidores da administração direta, indireta e fundacional, contra a Fazenda Pública 
que os remunere ou à qual seja vinculada a entidade empregadora;
• os membros do Poder Legislativo, em seus diferentes níveis, contra ou a favor das pessoas 
jurídicas de direito público, empresas públicas, sociedades de economia mista, fundações 
públicas, entidades paraestatais ou empresas concessionárias ou permissionárias de 
serviço público.
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Os procuradores gerais, advogados gerais, defensores gerais e dirigentes de órgãos jurídicos 
da Administração Pública direta, indireta e fundacional são exclusivamente legitimados para o 
exercício da advocacia vinculada à função que exerçam, durante o período da investidura.
DICA: Os impedimentos não se aplicam à servidor que exerça a função de docência do ensino 
jurídico.
1.17 Da ética do advogado
O advogado deve ter zelo por sua conduta, agindo de forma correta e proba, procedendo de 
forma que seja merecedor do respeito social e profissional, contribuindo para o prestígio da 
classe da advocacia.
O advogado possui independência em sua atuação profissional, não se subordinando, na ativi-
dade da advocacia, a nenhum órgão ou poder, mantendo sempre a sua autonomia quanto ao 
convencimento ou à escolha de causas.
Entre advogados, magistrados e membros do Ministério Público, não há hierarquia ou subordi-
nação, e o mesmo se aplica às demais autoridades, pois o advogado possui autonomia em sua 
atuação. Dessa forma, o advogado não deve ter o receio de desagradar magistrado ou a qual-
quer autoridade, nem incorrer em impopularidade em órgãos da Administração Pública.
O advogado possui imunidade no exercício de sua profissão, e não poderá incorrer em crime 
contra a honra de autoridade quando no seu exercício, ou seja, não serão constituídos injúria, 
difamação ou desacato puníveis por manifestações de sua parte, seja em juízo ou fora dele. 
Dica: importante observar que, mesmo sendo passível de imunidade profissional, o advogado 
será responsabilizado por excessos, quando os cometer. A responsabilização será realizada pela 
Ordem dos Advogados do Brasil, que terá liberdade para análise administrativa do fato e apli-
cação de sanções quando pertinentes.
1.18 Infrações disciplinares
As infrações disciplinares são condutas consideradas desonrosas à atividade da advocacia; são 
transgressões à boa conduta e à ética esperadas do advogado. Elas estão previstas no art. 34 
do EAOAB, e se darão por atitudes infracionais às relações do cliente, correlação de valores, 
conduta incompatível, relações processuais, por idoneidade e prática de crimes.
As infrações estão previstas no art. 34, I ao XXIX, sendo elas:
• exercer a profissão, quando impedido de fazê-lo, ou facilitar, por qualquer meio, o seu 
exercício aos não inscritos, proibidos ou impedidos;
• manter sociedade profissional fora das normas e dos preceitos estabelecidos nesta lei;
• valer-se de agenciador de causas, mediante participação nos honorários a receber;
• angariar ou captar causas, com ou sem a intervenção de terceiros;
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• assinar qualquer escrito destinado a processo judicial ou para fim

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