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ELABORADO POR FLÁVIA SHIMENY SOARES CARDOSO Lesão por Pressão Manual de Condutas Sumário Introdução Avaliação Check list de avaliação Modelo de avaliação Classificação Características Cuidados Coberturas e indicações Monitoramento e prevenção Evolução Referências 03 04 06 07 09 10 16 17 23 25 26 03 A pressão sobre a pele e tecidos subcutâneos é o fator preponderante. Entretanto, outros fatores, como o cisalhamento (combinação de peso e fricção), e inúmeros fatores intrínsecos podem estar associados ao desenvolvimento de LPP. Imobilidade/postura, sensibilidade reduzida, perfusão tecidual reduzida, LPP atual ou anterior, edema. Aumento da umidade cutânea devido a transpiração ou a incontinência. Idade avançada, medicação, doença aguda, comorbidades associadas temperatura corporal elevada. Desenvolvimento da LPP Fatores extrínsecos Fatores intrínsecos A um en to d a im p or tâ nc ia d e fa to re s no d es en vo lv im en to d a L PP Pressão, cisalhamento, atrito e microdima. A Lesão por Pressão (LPP) é um dano localizado na pele e/ou tecidos moles subjacentes, geralmente sobre uma proeminência óssea, podendo ser relacionada ao uso de dispositivo médico ou a outro artefato. É um problema de saúde especialmente identificado em pacientes com mobilidade comprometida, na avaliação de pacientes acamados, podendo levar a repercussões graves como infecção bacteriana disseminada e osteomielite. Introdução Etiologia da LPP 04 Avaliação Características que levam a suspeita de infecções associadas a lesão por pressão: Tecido de granulação friável; Mau odor; Aumento da dor na úlcera; Aumento de drenagem da ferida e mudanças de suas características (reaparecimento de sangue na drenagem, característica purulenta); Maior quantidade de tecido necrótico no leito da ferida; Aparecimento de bolsas ou necroses no leito da ferida; Ausência de sinais de cicatrização após 2 semanas de tratamento apropriado. Avaliação de infecção associada a LPP Durante a avaliação de pacientes com lesão por pressão, algo muito importante é determinar as características das feridas, o tipo de tecido presente e se existe infecção secundária. Essas medidas permitem estabelecer um plano de cuidados apropriado. 05 Para identificar a lesão deve-se utilizar régua limpa e descartável, identificando-a com o nome do paciente ou nº do atendimento e data, medindo o maior comprimento cefalocaudal e a maior largura perpendicular (90°) ao comprimento. Medir a profundidade com instrumento estéril de ponta romba. A gravidade da infecção pode ser avaliada de acordo com os seguintes itens: Infecção leve: presença de duas ou mais manifestações de infecção, porém a área de celulite/eritema ao redor da úlcera é menor ou igual a 2 cm e a infecção é limitada à pele ou ao tecido subcutâneo. Não existem outras manifestações de complicação local ou sintomas sistêmicos. Infecção moderada: infecção que apresenta ao menos uma das seguintes características: celulite/eritema maior do que 2 cm, presença de linfangite, acometimento de fascia superficial, abcesso em tecido profundo, envolvimento de tendão e musculatura. Infecção grave: paciente com sintomas de toxidade sistêmica ou instabilidade metabólica (como febre, calafrio, taquicardia, hipotensão, confusão, vômitos, leucocitose, acidose, hiperglicemia grave). Medida da lesão O registro fotográfico da lesão é útil para avaliar a evolução do processo de cicatrização da ferida. 06 Número e localização das lesões por pressão Tempo de evolução da lesão por pressão Etiologia da lesão Exposição a fatores de risco O que já foi utilizado no cuidado das lesões Avaliar dor (considerar analgesia) Identificar quais tipos de tecido estão presentes Avaliar sinais de infecção Como o curativo é realizado no momento (quais materiais/produtos são utilizados) Proceder com a irrigação/limpeza da ferida Medir e anotar o tamanho da lesão: comprimento, largura e profundidade, presença de tunelização Avaliar necessidade/possibilidade de desbridamento mecânico e/ou instrumental de tecido necrótico Repetir a irrigação/limpeza do leito da ferida Identificar, novamente, quais tecidos estão presentes após o desbridamento Identificar se a ferida é seca ou exsudativa Escolher cobertura adequada Na alta, orientar o paciente e/ou cuidador/familiar, quanto ao segmento dos cuidados do curativo Check-list para avaliação das lesões Fonte: Telessaúde/RS - UFRGS, 2017. 07 Nome do paciente: _____________________________________________ Acamado Semi-dependente Independente Histórico1. IRC ICC Câncer Fumante Sem antecedentes DM HAS Obesidade Depressão Outros:___________ 2. Fatores contribuintes Tratamento QT/RT Edema Incontinência Urinária Alteração nutricional Incontinência Anal Outros: __________ ___________________________________________________________ ___________________________________________________________ 3. Etiologia Trauma Edema Incontinência Urinária Alteração nutricional Incontinência Fecal Outros: _____________________________________________________ ___________________________________________________________ Modelo de avaliação Data: ___/___/____ Setor: ______________ Atendimento: _____________ 4. Tamanho Comprimento: ______ cm Largura: ______ cm Profundidade:______ cm 5. Tempo da lesão ___________________________________________________________ 6. Localização 08 7. Observações _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ 8. Leito da Lesão Epitelização ____ % Granulação: ____ % Esfacelo: ____ % Necrose Seca: ____ % Hipergranulação: ____ % Granuloma: ____ % Tunelização Sangramento 9. Observações _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ 10. Bordas da Lesão Epitelizada Macerada Descolada Bolhas Necrose Invaginada Eritema Queratose 11. Sinais de Infecção Sem sinais de infecção Eritema Edema Dor local Calor local Odor Tecido de granulação friável 12. Exsudato Sem exsudato Pouco Moderado Abundante 13. Dor Escala numérica (0 -10): ________ Escala comportamental: Com sinais de dor Sem sinais de dor ___________________________________________ Enfermeiro (a) 14. Escala de Braden Pontuação: _________ Existem diversos sistemas de classificação das lesões por pressão, que são categorizadas para indicar a lesão do dano tissular. Classificação 09 DEFINIÇÃOESTÁGIO Estágio 1 Pele íntegra com eritema que não embranquece. Estágio 2 Perda da pele em sua espessura parcial com exposição da derme. Estágio 3 Perda da pele em sua espessura total. Estágio 4 Perda da pele em sua espessura total e perda tissular. Não classificavel Perda da pele em sua espessura total e perda tissular não visível. Tissular profunda Coloração vermelho escura, marrom ou púrpura, persistente e que não embranquece. Relacionado ao uso de dispositivos: resulta do uso de dispositivos criados e aplicados parafins diagnósticos e terapêuticos. A lesão por pressão resultante geralmente apresenta o padrão ou forma do dispositivo. Essa lesão deve ser categorizada usando o sistema de classificação de lesões por pressão. Em membranas mucosas: encontrada quando há histórico de uso de dispositivos médicos no local do dano. Devido à anatomia do tecido, essas lesões não podem ser categorizadas. Definições adicionais Relacionada a utensílios domésticos: resulta do contato prolongado com utensílios usualmente encontrados no domicílio de pacientes cadeirantes ou restritos ao leito. Principais pontos para desenvolver LPP 10 Características da LPP Estágio 1: pele íntegra com eritema que não embranquece, podendo aparecer diferente em peles pigmentadas. Fonte: Banco de imagens Canva 11 O desenvolvimento de uma lesão de estágio 1 deve ser tomado como uma indicação de que o paciente está em alto risco de desenvolvimento de úlceras e medidas preventivas devem ser tomadas. Alterações da pele na coloração roxa ou marrom, podem indicar lesão de pressão de tecido profundo. O leito da ferida é viável, rosa ou vermelho, úmido e também pode apresentar-se como flictena (bolha) com exsudato seroso intacto ou rompido. Não há presença de tecido de granulação, esfacelo e/ou escara. Fonte: Banco de imagens Canva Estágio 2: perda parcial da espessura da pele com exposição da derme. Estágio 3: perda total da espessura da pele. Caracterizado por perda de pele em toda a espessura, o tecido de granulação e frequentemente há bordas descoladas presentes. Fonte: Banco de imagens Canva 12 Estágio 4: perda total da espessura da pele e perda tissular. Exposição ou palpação direta de tecidos como fáscia, músculo, tendão, ligamento, cartilagem ou osso na úlcera. Com frequência ocorrem bordas despregadas, descolamentos e/ou tunelizações. Todos os tipos de tecidos (granulação, esfacelo e/ou escara) podem estar presentes nesse estágio. As úlceras que se estendem para estruturas de suporte, incluindo fáscia, tendão ou cápsula articular, podem estar associadas à osteomielite. Fonte: Banco de imagens Canva Fáscia, músculo, tendões, ligamentos, cartilagem e/ou osso não estão expostos. Não classificável: perda total da espessura da pele e perda tissular não visível. Varia de profundidade conforme a região anatômica. Pode haver presença parcial de esfacelo (necrose de liquefação) e/ou escara (necrose de coagulação), bem como tunelização. Fonte: Banco de imagens Canva A extensão do dano tecidual no interior da úlcera não pode ser confirmada porque está coberto por esfacelo ou escara. Quando o esfacelo ou escara for removido, a LPP poderá ser classificada como estágio 3 ou 4. Não se deve remover escara estável (seca, aderente, intacta, sem eritema ou flutuação) que estiver sobre um membro isquêmico ou no calcanhar. Tissular profunda: coloração vermelho escura, marrom ou púrpura, persistente e não branqueável. Área localizada da pele com coloração vermelha, marrom ou púrpura persistente, com aspecto de hematoma, ferida escura ou bolha cheia de sangue. A ferida pode evoluir, rapidamente, para revelar a extensão real da lesão tecidual, ou pode resolver sem perda de tecido. Fonte: Banco de imagens Canva Tipos de tecido Tecido de Granulação: tem a aparência úmida, rosada e granular. Esse tecido é importante para a epitelização, uma vez que age como uma matriz de suporte rica em nutrientes favorável à migração celular. Fonte: RABEH, S. A. N; GOLÇALVES, M. B. B., 2013. 13 Esfacelo (necrose de liquefação): tecido de coloração amarela ou branca, consistência macia e delgada. Pode estar solto ou aderido ao leito da lesão. Fonte: Telessaúde/RS - UFRGS, 2017. Escara (necrose de coagulação): tecido de cor cinza, preta ou marrom, com consistência dura e seca. Pode estar solto ou aderido ao leito da lesão. Exposição de tendões e fáscia muscular: tendões e fáscia podem ser visualizados. Atentar para a presença desses durante a realização de desbridamento instrumental. Fonte: Telessaúde/RS - UFRGS, 2017. Fonte: CALIRI, M. H. L., 2020. Fonte: Telessaúde/RS - UFRGS, 2017. 14 15 Exposição óssea: estrutura óssea pode ser visualizada ou sentida com um instrumento estéril de ponta romba. Quando houver presença de sinais flogísticos, compartilhar avaliação com o profissional médico, levantar hipótese de osteomielite. Fonte: STOCCHERO, G. F., 2013. 16 Cuidados O cuidado da ferida é orientado pelo tipo de tecido presente, controle de odor e evidência de infecção. PRESENÇA DE INFECÇÃO? SIM NÃO Avaliar cobertura e cuidado apropriado conforme o tipo de tecido. Avaliar a limpeza, desbridamento e cobertura apropriada. NECROSE DE LIQUEFAÇÃOTECIDO DE GRANULAÇÃO NECROSE DE COAGULAÇÃO EXUDATO Nenhum ou baixo Moderado Intenso Umidificantes e desbridantes. Umidificantes, desbridantes e absorventes. Absorventes e desbridantes. Remover tecido desvitalizado: desbridamento enzimático (papaína), mecânico ou instrumental, autolítico (hidrogel) e químico (colagenase). Fonte: Telessaúde/RS - UFRGS, 2017. 17 Tipos de coberturas e indicações Forma uma camada protetora na pele, age como barreira à contaminação da ferida, possui permeabilidade seletiva, adapta-se aos contornos do corpo, permite visualização direta da ferida. Indicado para a prevenção de LPP e proteção de pele íntegra e escoriações. Contra-indicado para pacientes com sudorese aumentada, lesões com excesso de exsudato, lesões infectadas e casos de hipersensibilidade. Sua frequência de troca é em até 7 dias, até perder a transparência ou apresentar sinais de infecção. Sendo muito importante registrar a data na aplicação. Reduz o atrito, porém a pressão permanece a mesma. Quando paciente acamado, mas com mobilidade, essa cobertura pode descolar e se enrolar, causando outras lesões. FILME TRANSPARENTE OU SEMIPERMEÁVEIS Mantém o meio úmido, promove desbridamento autolítico, reduz o risco de infecção, pois atua como barreira térmica, microbiana e mecânica, reduz atrito. Indicado para a prevenção ou tratamento de LPPs não infectadas, feridas abertas e planas com pouca a moderada exsudação, feridas cirúrgicas limpas, barreira protetora de área perilesional e para efluentes de estomas. Contra- indicado para feridas muito exsudativas, feridas infectadas, feridas cavitárias, região sacra em caso de incontinência fecal e urinária, indivíduos sensíveis aos componentes do produto. Sua frequência de troca é em até 7 dias ou se o curativo apresentar sinais de maceração ou descolar. Sendo muito importante registrar a data na aplicação. HIDROCOLÓIDE Pode causar maceração da área perilesional devido à absorção não acontecer de forma vertical (a cobertura não é absorvente). Fixar 1 a 2 cm da borda, diminuindo assim a área de extravasamento de exsudato. Apresenta odor significativo durante a remoção devido a colonização anaeróbica. A interação do exsudato com o hidrocoloide produz um gel amarelo. PROTETORA PROTETORA E UMIDIFICANTE Mantém o meio úmido, promove angiogênese, acelera o processo de granulação tecidual, auxilia o desbridamento autolítico, pode ser usado em qualquer fase de cicatrização. Não possui ação antimicrobiana. Indicado para a prevenção de LPP, feridas de todos os tipos em processo de cicatrização com ou sem infecção. ÁCIDO GRAXO ESSENCIAL (AGE) UMIDIFICANTE 18 Mantém o meio úmido, preenche o espaço morto, estimula a liberação do exsudato e promove desbridamento autolítico. Indicado para feridas desidratadas, pouco exsudativas, tecidos desvitalizados em feridas abertas, áreas doadoras de pele, queimaduras de 1º e 2º graus, desbridamento leve de necrose de liquefação (esfacelo) e de necrose de coagulação (escara). Contra- indicado para feridas com exsudato em média ou grande quantidade, pele íntegra, queimaduras de terceiro grau, sensibilidade aos componentes do produto. Sua frequência de troca é a cada 48 horas, ou no máximo 24 horas para lesões infectadas. Possui risco de maceração da pele íntegra ao redor da lesão e risco de candidíase.HIDROGEL Promove o desbridamento autolítico com alta capacidade de absorção e induz a hemostasia. Indicado para feridas exsudativas moderadas a altas, feridas com ou sem sangramentos, áreas doadoras de enxerto, feridas cavitárias em geral, desbridamento de pequenas áreas de necrose de liquefação (esfacelo). Contra-indicado para feridas secas ou com pouco exsudato, prevenção de LPP. Sua frequência de troca é no máximo a cada 24 horas para feridas infectadas, a cada 48 horas para feridas limpas ou em casos de pouco exsudato, umidecer a fibra com SF 0,9%. Não deve ultrapassar a borda da lesão. Havendo aumento do intervalo de trocas, devido à diminuição do exsudato, deve-se suspender o uso dessa cobertura para evitar o ressecamento do leito da ferida. ALGINATO DE CÁLCIO ABSORVENTE Contra-indicado para casos de hipersensibilidade. Sua frequência de troca é no máximo a cada 24 horas ou sempre que o curativo secundário estiver saturado. O uso prolongado pode causar hipergranulação da ferida e hiperqueratose. Pode ser associado a várias coberturas. Mantém o meio úmido, favorece o desbridamento autolítico, absorve grande quantidade de exsudato, reduz a dor e o trauma no momento da troca. Indicado para feridas com moderada a grande quantidade de exsudato, feridas infectadas ou com risco de infecção, úlceras vasculares, diabéticas e LPP, queimaduras de espessura parcial (2° grau). HIDROFIBRA 19 Contra-indicado para feridas secas ou hipersensibilidade. Sua frequência de troca é a cada 3 dias para feridas infectadas, a cada 7 dias para feridas limpas ou se necessário. Com prata, possui ação antimicrobiana, remover somente por vazamento, sangramento excessivo, dor ou em no máximo 7 dias. Durante as primeiras 72 horas, o curativo com prata pode ser removido se não demonstrar aderência à lesão. Alginato com prata não deve ser associado à papaína. Manter borda de no mínimo 1 cm em todos os lados. Pode ser recortado. Não deve ser associado com produtos à base de óleo. Mantém o meio úmido, favorece o desbridamento autolítico, absorve grande quantidade de exsudato, reduz o trauma na troca do curativo. Indicado para feridas planas, espumas de preenchimento, e feridas cavitárias. Contra- indicado para feridas secas. Sua frequência de troca deverá ser estabelecida de acordo com a avaliação do profissional que acompanha o cuidado, em média 48 horas. Podem ter formulações associadas com antimicrobianos. Podem ser ou não recortáveis. Apresenta-se com e sem bordas adesivas. HIDROPOLÍMERO (ESPUMAS) Promove desbridamento químico/enzimático, bactericida e bacteriostático. Indicado para lesões com presença de granulação (concentração 2%), necrose de liquefação/esfacelo (4-6%) e necrose de coagulação/escara (8- 10%), feridas secas ou exsudativas, planas e/ou cavitárias e feridas infectadas. Contra-indicado para sensibilidade aos componentes do produto, e pacientes alérgicos à látex. Sua frequência de troca é a cada 24 horas, antes se o curativo secundário estiver saturado. Inativação da enzima se associado à prata deviso à oxidação. PAPAÍNA DESBRIDANTE Mantém o meio úmido, promove o desbridamento químico/enzimático e não invasivo de lesões. Indicado para feridas com tecido desvitalizado. Contra- indicado para pacientes sensíveis aos componentes da fórmula. Sua frequência de troca é a cada 12 ou 24 horas. Promove desbridamento muito lento. COLAGENASE 20 Absorve grande quantidade de exsudato, controla o odor e as células bacterianas, destruídas pela ação da prata. Indicado para feridas infectadas com ou sem odor, feridas profundas com exsudação moderada à abundante. Contra-indicado para feridas limpas, queimaduras, feridas pouco exsudativas, sangrantes ou com necrose de coagulação/escara. Frequência de troca: A saturação do tecido de carvão ativado acontece, em média, em 3 a 4 dias, podendo ficar no leito até 7 dias. Estabelecer necessidade de troca do curativo secundário conforme avaliação do profissional que acompanha o cuidado. Nas primeiras 24 horas deve-se trocar em casos de alto exsudato, e nas feridas com menor exsudato deve-se trocar a cobertura secundária quando saturada e o carvão a cada 48 horas. Havendo aumento do intervalo de trocas, devido à diminuição do exsudato, deve-se suspender o uso dessa cobertura para evitar o ressecamento do leito da ferida. CARVÃO ATIVADO ANTIMICROBIANO Mantém o meio úmido, não adere ao leito da ferida, promove o equilíbrio da umidade da lesão, pois permite que o exsudato seja absorvido pelo curativo secundário. Indicado para lesões superficiais de queimaduras, úlceras, feridas superficiais limpas, abrasões, lacerações, áreas doadoras de enxerto. Contra- indicado para feridas infectadas. Sua frequência de troca deverá ser estabelecida de acordo com a avaliação do profissional que acompanha o cuidado. A saturação do curativo secundário e a possível aderência da cobertura no leito da ferida devem ser levados em consideração. Trocar curativo secundário se saturado. Trocar a malha em até 24 horas. MALHA DE PETROLATO (GAZE DE RAYON + AGE) NÃO ADERENTE Promove o equilíbrio da umidade da lesão, pois permite que o exsudato seja absorvido pelo curativo secundário, evitando a maceração da pele, minimiza o trauma e dor durante as trocas de curativos, permite visualização direta da ferida, adapta-se aos contornos do corpo. Indicado para o tratamento de feridas exsudativas planas, áreas doadoras e receptoras de enxerto cutâneo, epidermólise bolhosa. Contra-indicado para feridas cavitárias. Sua frequência de troca deverá ser estabelecida de acordo com a avaliação do profissional que acompanha o cuidado, em média a cada 24 horas. Troca do curativo secundário conforme saturação. Levar em consideração as orientações do fabricante. Requer curativo secundário. TELA NÃO ADERENTE 21 Solução polimérica que aplicada a apele forma uma película protetora incolor e transparente, tornando-se uma barreira protetora. Possui apresentação em spray ou creme. Proteção contra fluidos corpóreos, DAI (dermatite associada a incontinência), lesões cutâneas decorrentes de trocas frequentes de curativos/bolsas de estomia. A pele deve estar limpa e seca antes da aplicação. Aplicar na região que requer proteção contra fluidos corpóreos, adesivos ou fricção, deixe secar e reaplique se necessário. Deve deixar secar completamente antes da segunda aplicação. PROTETOR CUTÂNEO Trata-se de antisséptico cutâneo, não citotóxico, empregado no tratamento de feridas cutâneas. Pode ser utilizada em qualquer fase do processo de cicatrização. Apresenta amplo espectro contra bactérias gram-positivas e negativas, fungos, leveduras, esporos, vírus, MRSA e Pseudomonas. Confere menor toxicidade em relação a irritação e hipersensibilidade da pele, além de não causar resistência microbiana. Propicia retirada de tecido desvitalizado; Proporciona vascularização e angiogênese; Amplo espectro microbicida – combate infecção local; Elimina odor; Propicia rápida contração de bordas; Controla exsudato; Propicia pH levemente ácido. Vantagens no uso freqüente: ativo na presença de matéria orgânica, apresenta ação residual, não apresenta resistência bacteriana, boa tolerância na pele, não é citotóxico, elevada capacidade surfactante e possui fácil aplicação. É indicado para o tratamento tópico em todos os tipos de feridas infectadas ou não, LPP, queimaduras de 2º e 3º graus, entre outras aplicações em lesões de pele e mucosas. PHMB Higienização e antissepsia de pele quando se fizer necessário ou em procedimentos que requeiram completa e eficaz assepsia de pele. O leito da ferida limpo pode ser lavado diretamente com a solução de polihexanida-betaina, ou após pré-lavagem com solução fisiológica. Na ferida exsudativa com formação de tecido necrótico-fibrinoso a solução de polihexanida-betaina pode ser aplicada sobre o leito da ferida embebida em gaze de algodão estéril, permanecendo, em média, por período de 15 minutos. POLIHEXANIDA SOLUÇÃO POLIHEXANIDA GEL 22 Aplicar o produto com auxílio da própriaembalagem diretamente no leito da ferida ou gaze embebida. Aplicar cobertura secundária de sua preferência. Trocas diárias ou sempre que for necessário. O gel propicia aplicação sem dor, uma vez que penetra nas lacunas sem danificar as estruturas dos tecidos. 23 Prevenção A prevenção da lesão por pressão buscar reduzir a exposição aos fatores extrínsecos. É necessário inspeção regular da pele, controle da umidade local e proteção das proeminências ósseas. As medidas mais comumente utilizadas são: Utilizar superfícies de apoio para redistribuição da pressão; reposicionar o paciente com frequência; Atentar para que o leito do paciente esteja sempre limpo, com lençóis secos e esticados. Normalmente os pacientes com lesão por pressão estão com a mobilidade restrita e/ou restritos ao leito, portanto o papel do cuidador é essencial na prevenção e no tratamento das lesões por pressão. Sempre que possível, realizar o curativo na presença do cuidador e, quando indicado, solicite que o mesmo realize o curativo sob a supervisão do profissional envolvido no cuidado. O alívio da pressão é a principal estratégia para prevenção da LPP, podendo-se utilizar: Colchões ou colchonetes com espuma de alta densidade: costumam ser os mais utilizados. Devem ser trocados quando houver deformações que limitem os movimentos ou dificultem a mudança de decúbito do paciente. Colchões piramidais (“caixa de ovo”): Trata-se de uma superfície de espuma de aproximadamente 5 cm que é colocada sobre os colchões de espuma convencional. Devem ser trocados sempre que o colchão perder densidade ou altura. Para não ter sua função anulada ou reduzida, eles não devem ser forrados. Este tipo de colchão poderá ser insuficiente para pacientes idosos ou com déficit neurológico aumentado. Monitoramento Na fase inicial, é importante avaliar a lesão por pressão pelo menos uma vez por semana, comparando a evolução com a lesão inicial, permitindo assim detectar complicações de maneira precoce e ajustar o plano de cuidado conforme necessário. Recomenda-se um período de duas semanas para observar os progressos de cicatrização. Os sinais de piora, por exemplo, aumento da dimensão da ferida, mudança na qualidade do tecido, aumento do exsudato ou sinais de infecção devem ser tratados assim que detectados. Coxins: auxiliam no alívio da pressão em determinados pontos e podem ser utilizados no reposicionamento do paciente no leito ou na cadeira. São utilizados para separar os joelhos, elevar joelhos e calcanhares, posicionar ombros e braços. Os mais adequados são confeccionados em espuma ou gel de silicone, pois tem menor risco de cisalhamento e fricção. Está contraindicada a utilização de luvas preenchidas com água ou ar e boias de plástico pois aumentam a área isquêmica. O reposicionamento do paciente não reduz a intensidade da pressão, mas reduz a duração desta em determinada área. A frequência deve ser reajustada conforme as características da superfície de apoio e complicações clínicas do paciente. Sempre que possível, evitar posicionar o indivíduo sobre proeminências ósseas que apresentam eritema não branqueável. O eritema indica que o corpo ainda não recuperou da pressão anterior e exige um intervalo de tempo maior entre pressões repetidas. Trocas de posição frequêntes são importantes, mas se não forem feitas da forma adequada também podem causar LPP. Portanto, a orientação deve ser no sentido de erguer o paciente para o reposicionamento e nunca arrastá-lo, reduzindo assim o risco de cisalhamento. O reposicionamento do paciente deve ser realizado a cada 2 horas para pacientes com capacidade circulatória normal. 24 25 Conforme a Resolução do COFEN Nº 567/2018, cabe ao enfermeiro e a equipe de enfermagem registrar todos os cuidados realizados e todas as alterações avaliadas no prontuário do paciente que está recebendo cuidados em feridas. A evolução de enfermagem deve ser feita diariamente, sendo de extrema importância registrar: Processo de cicatrização; Presença de exsudato. Se sim, registrar a quantidade, aspecto, coloração e odor; Tipos de tecido presente na ferida; Característica da borda; Foi necessário realizar desbridamento. Se sim, registrar o tipo de desbridamento realizado; Número de trocas realizadas no dia; Queixas durante a realização do curativo; Tipo de curativo utilizado; Coberturas utilizadas. Evolução 26 GONÇALVES, M. B. B; RABEH, S. A. N. Avaliação de feridas crônicas na assistência de enfermagem. Acesso em: 14 ago. 2021. Disponível em: <file:///C:/Users/Fl%C3%A1via/Downloads/5.b%20Leito%20da%20 Ferida.pdf> STOCCHERO, G. F. Tratamento da exposição óssea de membro inferior utilizando terapia por pressão negativa na fase aguda seguida de retalho livre na fase subaguda. Rev. Bras. Cir. Plástica. v. 28, n. 03, p. 438 - 489, 2013. TELESSAÚDE/RS-UFRGS. Telecondutas: Lesão por Pressão. Porto Alegre: Telessaúde/RS, 2017. 21 p. Conselho Federal de Enfermagem. Resolução COFEN nº 567 de 7 de fevereiro de 2018. Normatiza a atuação da enfermagem no cuidado aos pacientes com feridas. Diário Oficial da União, Brasília (DF); 2018; seção 1:112. Referências Estágios da LPP Estágio 1: pele íntegra com eritema que não embranquece, podendo aparecer diferente em peles pigmentadas. Estágio 2: perda parcial da espessura da pele com exposição da derme. Estágio 3: caracterizado por perda de pele em toda a espessura, o tecido de granulação e frequentemente há bordas descoladas presentes. Estágio 4: perda total da espessura da pele e perda tissular. Não classificável: perda total da espessura da pele e perda tissular não visível. Tissular profunda: Área localizada da pele com coloração vermelha, marrom ou púrpura persistente, com aspecto de hematoma, ferida escura ou bolha cheia de sangue. A ferida pode evoluir, rapidamente, para revelar a extensão real da lesão tecidual, ou pode resolver sem perda de tecido. 1111 0505 0303 0101 0707 DD DLD DLE DD DLD 0909 DLE
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