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Resposta Imune e Inflamação

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IMUNOLOGIA
Identificação interna do documento
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
 > Reconhecer os elementos formadores da resposta imune.
 > Determinar quais componentes ativam a resposta imune.
 > Diferenciar sistema imune inato e adaptativo.
Introdução
O processo inflamatório é composto de diferentes etapas e envolve diferentes 
moléculas e tipos celulares. As respostas das imunidades inata e adaptativa atuam, 
dependendo do estágio de infecção, para eliminar o microrganismo invasor. Essas 
respostas contribuem para o reconhecimento do microrganismo, a apresentação 
para células efetoras, a produção de citocinas, a eliminação do microrganismo 
invasor e a geração de memória imunológica.
Neste capítulo, você vai conhecer os elementos formadores da resposta imune. 
Além disso, vai ver quais componentes têm a capacidade de ativar resposta imune. 
Por fim, vai diferenciar o sistema imune inato do sistema imune adaptativo.
Componentes formadores da resposta 
imunológica
O sistema imune, ou sistema imunológico, é composto de órgãos, tecidos, 
células e moléculas presentes no corpo humano, tendo função de proteção 
do organismo e reparo tecidual após lesão. A principal função desse sistema 
Conceitos básicos 
em imunologia
Miriãn Ferrão Maciel Fiuza
Identificação interna do documento
é prevenir ou controlar infecções por diversos patógenos, como bactérias, 
vírus, parasitas e fungos. Os primeiros defensores contra microrganismos são 
a pele e as membranas mucosas intactas. Quando esses revestimentos são 
rompidos e os patógenos invadem o corpo, o sistema imune inato atua contra 
esses invasores. O sistema imune inato responde rapidamente à infecção, 
porém de forma inespecífica. Já o sistema imune adquirido (adaptativo), por 
outro lado, proporciona uma proteção extremamente específica. No entanto, 
são necessários alguns dias para que esse tipo de resposta se torne com-
pletamente funcional. O sistema imune adaptativo é mediado por células e 
anticorpos que formam a imunidade celular e a humoral, respectivamente 
(Levinson et al., 2022; Parham, 2011). O Quadro 1 apresenta características 
gerais das funções dos sistemas inato e adaptativo.
Quadro 1. Características das funções dos sistemas inato e adaptativo
Tipo de 
resposta Especificidade Intensidade 
após exposição Memória imune
Inata Inespecífica Não muda Não
Adquirida Específica Aumenta Sim
Fonte: Adaptado de Levinson et al. (2022).
O sistema imune precisa realizar quatro tarefas essenciais para proteger 
o organismo de forma eficiente contra doenças. Primeiro, ocorre o reconhe-
cimento imune, em que a presença da infecção é detectada. Essa atividade é 
realizada pelos leucócitos do sistema imune inato, que respondem imediata-
mente à infecção, e pelos linfócitos do sistema imune adaptativo. A segunda 
atividade é controlar a infecção, tentando eliminá-la por completo. Nesse 
momento, as funções imunes efetoras são ativadas, envolvendo o sistema 
complemento, a produção de anticorpos por alguns linfócitos e a destruição de 
microrganismos por linfócitos e leucócitos. Ao mesmo tempo que o organismo 
responde à infecção, a própria resposta imune deve ser controlada para que 
não cause prejuízo a algum sistema do corpo. Assim, a regulação imune, ou 
a capacidade de autorregulação que o sistema imune tem, é extremamente 
importante durante as respostas inflamatórias, e a falha dessa regulação 
contribui para o desenvolvimento de condições como alergias e doenças 
autoimunes. Por fim, a quarta atividade é proteger contra a recidiva de uma 
doença causada pelo mesmo microrganismo. Para isso, a memória imune é 
Conceitos básicos em imunologia2
Identificação interna do documento
desenvolvida. Assim, após o primeiro contato com um patógeno, o indivíduo 
produz uma resposta forte e imediata contra qualquer exposição posterior ao 
mesmo microrganismo (Levinson et al., 2022; Murphy, 2014). Uma representação 
do processo inflamatório pode ser visualizada na Figura 1.
Figura 1. A resposta a uma infecção pode ser dividida em vários estágios. Os estágios mostrados 
são para um microrganismo infeccioso que penetra na pele por um ferimento. O agente infec-
cioso, primeiramente, precisa aderir às células epiteliais e, em seguida, atravessar o epitélio 
para invadir o corpo. Uma resposta imune local tem o potencial de impedir o estabelecimento 
da infecção. Caso não consiga prevenir, ele vai atuar para conter a infecção, conduzindo o 
agente infeccioso através das células dendríticas e da linfa até os linfonodos locais. É nesse 
ponto que se inicia a resposta imune adaptativa, mobilizando células específicas do sistema 
imunológico para combater o patógeno e, eventualmente, eliminar a infecção.
Fonte: Murphy (2014, p. 43).
As barreiras físicas e químicas, consideradas defesas iniciais contra a 
infecção, como as proteínas antimicrobianas secretadas na superfície das 
mucosas, impedem a entrada de patógenos no corpo quando ocorre contato 
com um agente infeccioso. Quando as barreiras não conseguem bloquear 
a entrada de microrganismos, outros componentes do sistema imune são 
acionados. O sistema complemento pode identificar e eliminar de forma ime-
diata os microrganismos estranhos, enquanto os leucócitos com capacidade 
de fagocitose, como os macrófagos e os neutrófilos do sistema imune inato, 
podem destruir os patógenos pela produção de enzimas de degradação e 
químicos tóxicos. Apesar de a resposta imune inata ser necessária e atuar 
rapidamente, é o sistema imune adaptativo que consegue eliminar as infecções 
de maneira mais eficaz, devido às funções de reconhecimento específicas 
dos linfócitos. Esse tipo de célula pode reconhecer e responder a antígenos 
Conceitos básicos em imunologia 3
Identificação interna do documento
por meio de receptores de antígenos extremamente especializados que estão 
em sua superfície (Abbas; Lichtman; Pillai, 2013; Roitt; Delves, 2013).
Os diversos linfócitos presentes no organismo têm um vasto conjunto 
de receptores antigênicos, o que possibilita que o sistema imune reconheça 
e responda a quase todos os antígenos que uma pessoa possa entrar em 
contato. Os anticorpos e os linfócitos ativados produzidos também podem 
permanecer após a infecção inicial ter sido eliminada. Eles contribuem para 
a prevenção de uma reinfecção imediata, além de proporcionarem imuni-
dade duradoura. Os dois tipos de resposta dependem de atividades dos 
leucócitos que são originados na medula óssea em um processo chamado 
de hematopoiese. A hematopoiese inclui todas as atividades relacionadas à 
formação, multiplicação e maturação das células precursoras das células do 
sangue. Todos os tipos celulares, incluindo as hemácias, os leucócitos e as 
plaquetas, são derivados de células-tronco hematopoiéticas (HSC, do inglês 
hematopoietic stem cells). Como podem originar diferentes tipos de células, 
elas são chamadas de HSC pluripotentes. Os leucócitos maduros migram para 
atuar na defesa do organismo nos tecidos periféricos, podendo permanecer 
dentro dos tecidos ou circular na corrente sanguínea e no sistema linfático 
(Abbas; Lichtman; Pillai, 2013; Murphy, 2014).
Componentes que ativam a resposta 
imunológica
O termo “antígeno” descreve qualquer substância que possa ser reconhecida 
e combatida pelo sistema imune adaptativo. Os antígenos recebem esse nome 
por sua capacidade de estimular a produção de anticorpos. As proteínas, as 
glicoproteínas e os polissacarídeos de microrganismos são as substâncias 
a que o sistema imunológico geralmente responde, mas ele tem capacidade 
de reconhecer e responder muitas estruturas químicas. Por isso, consegue 
produzir resposta imune alérgica contra metais, medicamentos e compostos 
orgânicos. Diversas infecções são contidas pela imunidade inata, mas quando 
estas não podem ser resolvidas, o sistema imune inato provoca uma resposta 
imune adaptativa. Se a patologia for contida, a resposta adaptativa normal-
mente é seguida por uma memória imune de longa duração, o que impede o 
desenvolvimentoda doença em caso de reinfecção (Fortes, 2015; Murphy, 2014).
Os anticorpos são imunoglobulinas (proteínas globulínicas) que reagem 
de forma específica com o antígeno que estimulou a sua produção. Os anti-
corpos representam cerca de 20% das proteínas do plasma. No sangue, estão 
presentes três tipos de globulinas: alfa, beta e gama. Existem cinco classes 
Conceitos básicos em imunologia4
Identificação interna do documento
de anticorpos que podem ser diferenciados de acordo com suas cadeias 
pesadas: IgG, IgM, IgA, IgD e IgE. As principais funções dos anticorpos são 
a neutralização de toxinas e vírus, a opsonização de microrganismos (para 
facilitar a fagocitose), a ativação do sistema complemento e a prevenção da 
ligação de microrganismos às superfícies mucosas. Os anticorpos também 
podem ser diferenciados em policlonais, quando são formados por vários 
clones distintos de plasmócitos, e monoclonais, quando são originados a 
partir de um único clone (Levinson et al., 2022; Murphy, 2014).
Os anticorpos monoclonais também podem ser produzidos em la-
boratório e são conhecidos como terapias-alvo, pois podem atingir 
proteínas específicas na superfície celular. Por exemplo, eles podem ser em-
pregados para terapia, como no tratamento do câncer, no diagnóstico (para 
quantificar moléculas de interesse), no desenvolvimento de medicamentos e 
na purificação e separação de moléculas (Levinson et al., 2022; Murphy, 2014).
A seguir, veja a definição das cinco classes de anticorpos citadas (Abbas; 
Lichtman; Pillai, 2013; Levinson et al., 2022)
 � IgG: é o principal anticorpo da resposta secundária, sendo importante 
na defesa contra bactérias e vírus. Das cinco classes de anticorpos, o 
IgG é o único que atravessa a placenta; portanto, é a imunoglobulina 
presente em maior quantidade em recém-nascidos. Ele é capaz de 
opsonizar, intensificando a fagocitose.
 � IgA: é encontrado principalmente em secreções, como na saliva e em 
secreções do trato respiratório. O IgA impede a ligação de microrga-
nismos às membranas mucosas.
 � IgM: é a principal imunoglobulina produzida no início da infecção, 
durante a resposta primária. É o anticorpo mais eficiente na realização 
de aglutinação e na ativação do complemento, sendo essencial na 
defesa contra bactérias e vírus.
 � IgD: é encontrado na superfície de linfócitos B e pode atuar como um 
receptor de antígenos.
 � IgE: está envolvida na hipersensibilidade imediata e participa das 
defesas do hospedeiro contra parasitas, como helmintos. A IgE liga-se 
à superfície de mastócitos e basófilos, onde atua como receptor de 
antígeno. Quando antígenos e anticorpos interagem, mediadores são 
liberados por essas células, favorecendo a ocorrência de reações de 
hipersensibilidade imediata. A IgE específica para proteínas de para-
Conceitos básicos em imunologia 5
Identificação interna do documento
sitas liga-se aos receptores dos eosinófilos, estimulando a resposta 
de citotoxicidade celular dependente de anticorpos.
O complexo principal de histocompatibilidade (MHC) está localizado no 
braço curto do cromossomo 6. Trata-se de uma região do genoma onde estão 
genes relacionados ao sistema imunológico, à autoimunidade e ao sucesso 
reprodutivo. O MHC tem a importante função de codificar proteínas de su-
perfície que reconheçam e apresentem antígenos, sejam eles próprios ou 
externos, para o sistema imune adaptativo. Os resultados dessa apresentação 
são quase sempre prejudiciais ao microrganismo. Por exemplo, as células 
infectadas por vírus são mortas, e as células B são ativadas para produzir 
moléculas de anticorpos. As moléculas de MHC podem ser classificadas 
em MHC de classe I, II e III. O MHC de classe I é composto de glicoproteínas 
encontradas na superfície de células nucleadas, atuando como um impor-
tante mecanismo de defesa contra infecções virais. O MHC de classe II é 
formado por glicoproteínas encontradas principalmente na superfície de 
células apresentadoras de antígenos (APCs), ou seja, macrófagos, células B 
e células dendríticas. O MHC de classe III codifica duas citocinas, o fator de 
necrose tumoral e a linfotoxina, e dois componentes do complemento, o C2 
e o C4 (Fortes, 2015; Murphy, 2014).
As citocinas podem ser qualquer proteína secretada por células e que 
interfere no comportamento de células vizinhas por meio de receptores. As 
proteínas que atuam como quimioatraentes são chamadas de quimiocinas e 
atuam atraindo células que têm receptores de quimiocinas, como neutrófilos e 
monócitos, da corrente sanguínea para o tecido que foi infectado. As citocinas 
e as quimiocinas produzidas pelos macrófagos ativados iniciam a resposta 
inflamatória para combater a infecção (Levinson et al., 2022; Parham, 2011).
Sistema imune inato e adaptativo na 
resposta à infecção
A pele e as mucosas do epitélio que envolvem as vias aéreas e o intestino 
são as defesas iniciais contra os microrganismos invasores, formando uma 
barreira contra a infecção. Os patógenos que conseguem ultrapassar essas 
barreiras encontram células e moléculas que rapidamente estimulam uma 
resposta imune inata. Por exemplo, os macrófagos localizados nos tecidos 
podem reconhecer as bactérias por meio de receptores que interagem com 
componentes de superfícies de bactérias. Essa interação ativa o macrófago 
Conceitos básicos em imunologia6
Identificação interna do documento
para fagocitar (englobar) a bactéria e destruí-la em seu interior, secretando 
citocinas e quimiocinas para ativar outras células do sistema imunológico. 
Os vírus, fungos e parasitas induzem respostas semelhantes no organismo. 
A inflamação gerada como resposta é essencial e benéfica para combater a 
infecção, pois recruta células e proteínas do sangue para os tecidos infectados 
para auxiliar na destruição dos microrganismos. O processo inflamatório 
também aumenta o fluxo de linfa que transporta microrganismos e APCs dos 
tecidos infectados aos tecidos linfoides próximos, onde ativam os linfócitos e 
iniciam a resposta adaptativa. Após a ativação da resposta adaptativa, ocorre 
o recrutamento de componentes efetores do sistema imune adaptativo, das 
moléculas de anticorpos e das células T efetoras para o local de infecção. 
Esse processo é desencadeado pela inflamação (Levinson et al., 2022; Roitt; 
Delves, 2013).
A inflamação tem quatro pilares: o calor, a dor, o rubor (vermelhidão) 
e o edema (inchaço). Tais pilares refletem os efeitos das citocinas ou de 
outros mediadores nos vasos sanguíneos locais. O calor, o rubor e o edema 
são causados pela dilatação e pelo aumento da permeabilidade dos vasos 
sanguíneos. Isso resulta em um aumento do fluxo sanguíneo no local da 
infecção e na saída de líquido e proteínas do sangue para os tecidos. As 
citocinas e os componentes do complemento influenciam significativamente 
o endotélio que reveste os vasos sanguíneos. Inclusive, as próprias células 
endoteliais também produzem citocinas como resposta à infecção. As cito-
cinas pró-inflamatórias provocam modificações na aderência das células 
do endotélio, fazendo com que os leucócitos que estão circulando se liguem 
ao endotélio e se desloquem para o local da infecção, sendo atraídos por 
quimiocinas (Grossman; Porth, 2016; Murphy, 2014).
A dor é causada pelo deslocamento e pela ação das células dentro dos 
tecidos infectados. Inicialmente, os principais tipos de células envolvidas 
na resposta inflamatória são os macrófagos e os neutrófilos, sendo que os 
neutrófilos são recrutados em grande quantidade. Essas células são co-
nhecidas como células inflamatórias e têm receptores de superfície para 
elementos bacterianos e para o complemento. Elas são as principais células 
responsáveis por deter e eliminar os patógenos invasores. Após o aumento 
de neutrófilos, há um aumento da entrada de monócitos, que logo se dife-
renciam em macrófagos, para ampliar e manter a resposta imune inata. Se 
a inflamação persistir, os eosinófilos também se direcionam para o tecido 
inflamado e contribuem para adestruição do patógeno invasor (Levinson et 
al., 2022; Roitt; Delves, 2013).
Conceitos básicos em imunologia 7
Identificação interna do documento
Na sequência, quando as APCs contendo os antígenos capturados nos 
locais de infecção atingem os órgãos linfoides secundários, a resposta imune 
adaptativa é iniciada. As células dendríticas também têm receptores capazes 
de detectar padrões moleculares comuns aos microrganismos. Esses padrões 
microbianos ligam-se aos receptores e estimulam as células dendríticas ima-
turas a englobar os microrganismos e destruí-los em seu interior. As células 
dendríticas imaturas também são capazes de capturar material extracelular, 
como partículas virais, por meio de macropinocitose independente de receptor, 
ou seja, elas englobam e destroem os microrganismos que seus receptores 
de superfície não detectaram. Além disso, quando maduras, essas células 
expressam proteínas chamadas de coestimuladoras na superfície celular, 
que produzem sinais adicionais que atuam em conjunto com o antígeno para 
estimular a multiplicação e a diferenciação dos linfócitos T, transformando-
-os em sua forma final funcional (Levinson et al., 2022; Murphy, 2014). Esses 
processos são representados na Figura 2.
Figura 2. As células dendríticas imaturas capturam os microrganismos e seus antígenos por 
macropinocitose e endocitose mediada por receptor. Elas são estimuladas quando reconhecem 
a presença de patógenos, o que as leva a migrar através dos vasos linfáticos até os linfonodos 
regionais. Lá, elas se apresentam como células dendríticas não fagocíticas completamente 
maduras, expressando o antígeno e as moléculas coestimuladoras necessárias para ativar 
os linfócitos T virgens que reconhecem o antígeno. Esse processo estimula a proliferação 
e a diferenciação dos linfócitos T, desencadeando uma resposta imune específica contra o 
patógeno invasor.
Fonte: Murphy (2014, p. 13).
Conceitos básicos em imunologia8
Identificação interna do documento
Após um linfócito virgem reconhecer seu antígeno específico em uma 
APC ativada, em poucas horas ele se diferencia completamente e passa a 
ser chamado de linfoblasto, que será diferenciado em célula efetora. Para 
células B, as células efetoras são as plasmáticas, que secretam anticorpos. 
Para células T, as células efetoras são as T citotóxicas, que têm a capacidade 
de destruir as células infectadas, ou as células T auxiliares, que ativam outras 
células do sistema imune. Esse processo de diferenciação leva cerca de qua-
tro a cinco dias. Todos os microrganismos e as moléculas livres ligadas aos 
anticorpos são entregues às células fagocíticas para ingestão, degradação e 
remoção do microrganismo. A maior parte dos linfócitos produzidos morre ao 
final da resposta inflamatória, porém um número considerável de células B 
antígeno-específicas ativadas e células T permanecem após a eliminação do 
antígeno. Essas células são conhecidas como células de memória e constituem 
a base da memória imunológica. Elas têm a capacidade de serem reativadas 
de forma muito mais rápida do que os linfócitos virgens, o que garante uma 
resposta ágil e eficaz em um segundo encontro com um agente infeccioso. 
Por meio dessa resposta rápida, elas proporcionam imunidade protetora 
permanente (Grossman; Porth, 2016; Murphy, 2014).
Os receptores de reconhecimento de microrganismos (PRRs) pre-
sentes em macrófagos, neutrófilos e células dendríticas identificam 
moléculas simples e padrões regulares de estruturas moleculares conheci-
dos como padrões moleculares associados aos patógenos (PAMPs, do inglês 
pathogen-associated molecular patterns). Esses PAMPs estão presentes em 
diversos patógenos, mas não nos receptores das células do próprio organismo. 
Os PRRs possibilitam que o sistema imune diferencie o próprio (corpo) do não 
próprio (patógeno), evitando reações de autoimunidade (Levinson et al., 2022; 
Murphy, 2014).
Nesta seção, você estudou os elementos formadores da resposta imune 
e viu quais componentes podem ativar tal resposta. Além disso, identificou 
as diferenças entre o sistema imune inato e o sistema imune adaptativo.
Conceitos básicos em imunologia 9
Identificação interna do documento
Referências
ABBAS, A. K.; LICHTMAN, A. H.; PILLAI, S. Imunologia básica: funções e distúrbios do 
sistema imunológico. 5. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013.
FORTES, W. C. N. Imunologia: do básico ao aplicado. 3. ed. São Paulo: Atheneu, 2015.
GROSSMAN, S.; PORTH, C. M. Fisiopatologia. 9. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016.
LEVINSON, W. E. et al. Microbiologia médica e imunologia: um manual clínico para 
doenças infecciosas. 15. ed. Porto Alegre: AMGH, 2022. E-book.
MURPHY, K. Imunobiologia de Janeway. 8. ed. Porto Alegre: Artmed, 2014.
PARHAM, P. O sistema imune. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2011.
ROITT, I. M.; DELVES, P. J. Fundamentos de imunologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koo-
gan, 2013.
Conceitos básicos em imunologia10
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Identificação interna do documento
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Nome do arquivo: 
C01ConceitosbasicosimunologiaFINAL_202310021526203967098.pdf
Data de vinculação à solicitação: 02/10/2023 15:26 
Aplicativo: 662029

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