Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Eng. Magno Perriraz Página 1 de 110 (Apostila 2007 / Rev.01/2014 – (em fase de revisão) VOITH - Certificada ISO 9001:2000 TREINAMENTO VOITH Engineered reliability Elaborado por: Engenheiro Magno Perriraz da Silva Gerência de Engenharia de aplicação – VOITH Turbo Brasil 2016 (rev.02) Eng. Magno Perriraz Página 2 de 110 (Apostila 2007 / Rev.01/2014 – (em fase de revisão) VOITH - Certificada ISO 9001:2000 INDICE 1- INTRODUÇÃO........................................................................................................................................ 03 2- MODELOS DE TURBOACOPLAMENTO HIDRODINÂMICO VOITH..................................................................... 03 3- APLICAÇÃO.......................................................................................................................................... 03 4- PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO............................................................................................................. 05 5- CONSIDERAÇÕES GERAIS NA PARTIDA DE UMA MÁQUINA.......................................................................... 08 6- VANTAGENS COM O USO DO ACOPLAMENTO HIDRÁULICO VOITH................................................................ 09 7- VANTAGENS DO ACOPLAMENTO A ÁGUA – VOITH...................................................................................... 10 8- MEDIDA DE EFICIÊNCIA......................................................................................................................... 11 9- REGRAS FUNDAMENTAIS PARA MÁQUINAS CENTRÍFUGAS.......................................................................... 11 10- CARACTERÍSTICAS CONSTRUTIVAS....................................................................................................... 12 11- TIPOS DE ACOPLAMENTOS E FORMA CONSTRUTIVA................................................................................. 13 12- CRITÉRIO DE SELEÇÃO........................................................................................................................ 15 12.1- TRANSMISSÃO HIDRODINÂMICA DE POTÊNCIA..................................................................................... 15 12.2- PARTIDA DO MOTOR SEM CARGA....................................................................................................... 15 12.3- TENSÕES NA CORREIA DURANTE A PARTIDA........................................................................................ 16 13- CRITÉRIO DE SELEÇÃO DEPENDENDO DA APLICAÇÃO.............................................................................. 18 14- LIMITAÇÃO DE TORQUE DE PARTIDA............................................................................................... 23 15- METODO PARA MENSURAR O TORQUE TRANSMITIDO........................................................................ 34 16- CERTIFICADO DE LIMITAÇÃO DE PARTIDA....................................................................................... 38 17- TIPOS DE ACOPLAMENTOS................................................................................................................... 40 18- PERFIL MISTO DO ROTOR TURBINA.................................................................................................. 46 19- CURVAS CARACTERÍSTICAS DO ACOPLAMENTO VOITH............................................................................. 46 20- DADOS PARA SELEÇÃO DO ACOPLAMENTO E MÉTODOS........................................................................... 48 21- PEÇAS E COMPONENTES...................................................................................................................... 51 22- RETENTOR......................................................................................................................................... 59 23- DISPOSITIVOS DE SEGURANÇA –.................................................................................................... 62 23.1- BUJÃO FUSÍVEL........................................................................................................................... 62 23.2- SENSOR DE TEMPERATURA ELETRÔNICO ...................................................................................... 64 24- TIPOS DE CONEXÕES........................................................................................................................... 67 25- CARACTERÍSTICAS EXIGIDAS PARA O FLUIDO DE TRABALHO.................................................................... 82 26- POSICIONAMENTO DE MONTAGEM – ROTOR BOMBA E ROTOR TURBINA.................................................... 86 27- CONTROLE DO NÍVEL DE ÓLEO............................................................................................................. 88 28- MONTAGEM E DESMONTAGEM DO ACOPLAMENTO................................................................................... 89 29- PROBLEMAS – POSSÍVEIS CAUSAS E SOLUÇÕES.................................................................................... 91 30- INSTRUÇÕES DE REPARO – ACOPLAMENTO HIDRODINÂMICO VOITH......................................................... 93 31- ACOPLAMENTO DE ENCHIMENTO VARIÁVEL........................................................................................... 101 32- FORMULAS......................................................................................................................................... 110 Eng. Magno Perriraz Página 3 de 110 (Apostila 2007 / Rev.01/2014 – (em fase de revisão) VOITH - Certificada ISO 9001:2000 1. INTRODUÇÃO Föttinger estudando a transmissão de energia em um barco teve a ideia de unir os rotores de uma bomba centrífuga e de uma turbina do tipo Francis em uma construção compacta, eliminando as tubulações e, consequentemente, as perdas de energia devido a elas. Sinclair desenvolveu esse projeto, o qual foi explorado pela VOITH (Alemanha) e pela Fluidrive (Inglaterra). A VOITH iniciou o desenvolvimento dos turboacoplamentos hidrodinâmicos em 1930 e desde então vem fornecendo-os ao mundo chegando em 2000 a atingir 1.000.000 de unidades vendidas. No Brasil, iniciamos as atividades em 1964 e na divisão Voith Turbo foram fabricados para o mercado interno cerca de 10.000 Turboacoplamentos Hidrodinâmicos de Enchimento Constante, produzindo ainda Turboacoplamentos Hidrodinâmicos de Velocidade Variável, Conversores de Toque e Freios Hidrodinâmicos Automotivos. 2. TURBOACOPLAMENTO HIDRODINÂMICO VOITH O Turboacoplamento Hidrodinâmico de Enchimento Constante é basicamente o tipo T. Deste se originam todos os demais tipos como, por exemplo, de dupla câmara de trabalho, com câmara de retardamento, com polia, com tampa de mancal, etc. O Turboacoplamento Hidrodinâmico de Enchimento Constante e, portanto, de velocidade constante, pode ser utilizado para potências de 0,2 a 4500 kW e com velocidades motoras de 300 a 3600 1/min, de acordo com o gráfico de potências. O Turboacoplamento Hidrodinâmico de Enchimento Variável (HVSD) segue o mesmo princípio de Föttinger. Porém, diferentemente do de enchimento constante, é possível variar o nível de enchimento na câmara de trabalho controlando a quantidade de óleo, ou água em alguns casos, através do tubo captador comandado por um posicionador eletromecânico - Contrac da ABB ou através de válvulas solenoides (TPKL). Este controle tem como objetivo proporcionar a variação da velocidade de saída, que poderá ser utilizada para ajuste de características operacionais da máquina como controle de vazão ou pressão, por exemplo, ou distribuição de carga em acionamentos multimotores. É também indicado para acionamentos com potências bem mais elevadas, atingindo ranges de 50 KW 25 MW e 400 a 6500 rpm (modelosSVTL, SVNL, SVL e SVTW). Convém salientar que, independentemente do modelo do Turboacoplamento Hidrodinâmico, para uma mesma velocidade motora, quanto maior a potência motora maior será o tamanho do turboacoplamento. Entretanto, para uma mesma potência, quanto maior a velocidade menor será o tamanho do Turboacoplamento Hidrodinâmico. 3. APLICAÇÕES A experiência nos mostra que 60 a 70% das aplicações de Turboacoplamento Hidrodinâmicos são em equipamentos para movimentação de materiais em um grande número de segmento tais como: Minerações, Portos, Siderurgias, Indústrias de Cimento, de Calcário, de Papel e Celulose, de Açúcar e Álcool, entre outras. Como exemplos de equipamentos de movimentação de materiais podemos citar: transportadores de correia, de correntes ou de cabos, elevadores de canecas, pontes rolantes (na translação da ponte ou do carro), pórticos, guindastes, empilhadeiras de pátio de minério, retomadoras de roda de caçamba, mesas alimentadoras, entre outros. Eng. Magno Perriraz Página 4 de 110 (Apostila 2007 / Rev.01/2014 – (em fase de revisão) VOITH - Certificada ISO 9001:2000 Além de movimentação de materiais no campo da Mineração, em plantas de alumínio na extração da cassiterita, e na indústria do cobre, os Turboacoplamento Hidrodinâmicos são utilizados em bombas de polpa, ventiladores, exaustores de caldeira, britadores, moinhos e peneiras vibratórias. Como aplicação específica, ainda no campo da mineração, temos os disco de pelotização e as máquinas para briquetar na mineração de carvão. Na Siderurgia Integrada temos os Turboacoplamento Hidrodinâmicos de Enchimento Constante e Turboacoplamentos Hidrodinâmicos de Velocidade Variável acionando transportadores de correia, moinhos, mesas de rolos, trefilas de aramos, ventiladores e exaustores. Nos Portos os Turboacoplamento Hidrodinâmicos acionam transportadores de correias, empilhadeiras e retomadora de rodas de caçamba. Na Indústria Cimenteira temos instalado no acionamento de fornos rotativos, britadores, moinhos, peneiras vibratórias, elevadores de canecas, roscas transportadoras, transportadores de correia. No acionamento de moinhos da Indústria Cerâmica é obrigatório o uso de Turboacoplamento Hidrodinâmicos de Enchimento Constante. Na Indústria de Papel e Celulose temos como aplicações típicas o acionamento dos descascadores de toras, picadores de madeira, além das mesas alimentadoras de toras e transportadores de correia. Na Indústria Açucareira que utiliza cana de açúcar, temos inúmeras referências no acionamento de mesas alimentadoras e mesa principal, bem como em exaustores de caldeiras que facilitam a partida e ajudam no equilíbrio térmico da caldeira. Ainda na caldeira, os Turboacoplamento Hidrodinâmicos acionam a bomba de alimentação de água e a alimentação do bagaço para queima. No processo de fabricação de açúcar, a partir da beterraba, temos notícias de aplicação do Turboacoplamento Hidrodinâmico de Velocidade Variável no processo de transformação. Na Indústria Petroquímica temos Conversores de Torque acionando bombas de deslocamento positivo e Turboacoplamento Hidrodinâmico de Velocidade Variável acionando compressores a gás. Em Plataformas de Petróleo em terra, temos várias referências de Conversores de Torque acionando a mesa e as bombas de lama. Em plataformas marítimas (off shore), Conversores de Torque auxiliam a partida de turbinas a gás e Acoplamentos Hidrodinâmicos de Enchimento Constante acionam o bombeamento de petróleo. Em Termelétricas temos exemplos notáveis de aplicações de Turboacoplamentos Hidrodinâmicos de Velocidade Variável acionando bombas de alimentação de caldeiras. As Indústrias Químicas e de Oleaginosas, inclusive as de Sabão e afins, utilizam Turboacoplamentos Hidrodinâmicos de Velocidade Variável para acionarem bombas e Turboacoplamentos Hidrodinâmicos de Enchimento Constante para bombas centrífugas, dissolventizadores, agitadores, misturadores, separadores, secadores rotativos, etc. Na Indústria do Couro os Turboacoplamentos Hidrodinâmicos de Enchimento Constante acionam os fulões, que são os batedores das peles (equipamento de grande inércia). A aplicação mais notável dos Turboacoplamentos Hidrodinâmicos de Velocidade Variável é o acionamento de bombas de deslocamento positivo que bombeiam polpa de minério de ferro à distância de 396 km através de mineroduto, e em acionamento de correia transportadora com acionamento quádruplo também transportando minério de ferro. Portanto, através destes exemplos, podemos dizer que os Turboacoplamentos Hidrodinâmicos apresentam um sem fim de aplicações no auxílio de acionamento das mais diversas máquinas, em praticamente todo o campo da mecânica. Eng. Magno Perriraz Página 5 de 110 (Apostila 2007 / Rev.01/2014 – (em fase de revisão) VOITH - Certificada ISO 9001:2000 4. PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO ATRAVÉS DO FLUXO DE FLUIDOS (óleo ou água), TORQUES SÃO TRANSMITIDOS E ROTAÇÕES SÃO CONTROLADAS. Representamos no esquema (fig. 1) um conjunto motor/propulsor de um barco. À esquerda uma bomba centrífuga e a direita uma turbina do tipo Francis unidas entre si e ao reservatório de fluido de trabalho através de tubulações. � Façamos uma analogia: Se colocarmos dois ventiladores, um em frente ao outro, mas só ligarmos um deles, o que ocorreria com o outro? Certamente, irá girar devido à força do fluxo de ar de encontro às suas pás. � Com o Turboacoplamento Hidrodinâmico acontece o mesmo, só que ao invés de um fluxo gasoso temos um fluido transmissor como, por exemplo, óleo ou água sendo de uso mais comum o primeiro. Acoplamentos hidrodinâmicos são baseados no princípio de Föttinger. Um acoplamento elementar consiste em dois rotores com pás / aletas (bomba centrífuga e turbina). Estas juntamente com uma concha formam uma câmara de trabalho, no qual o fluído de transmissão circula (fig.01). Fig. 2 – Leis Hidrodinâmicas TURBINA BOMBA MOTOR Fig. 1 – Princípio de Föttinger Eng. Magno Perriraz Página 6 de 110 (Apostila 2007 / Rev.01/2014 – (em fase de revisão) VOITH - Certificada ISO 9001:2000 A potência mecânica é transmitida sem desgaste por um fluxo circulante de óleo entre rotor bomba e rotor turbina. O torque resulta da alteração do momento angular do fluído quando o mesmo é transferido do rotor bomba para o rotor turbina. De acordo com as leis físicas, acoplamentos hidrodinâmicos (turbo acoplamentos) são classificados como máquinas de fluxo. Estas máquinas se caracterizam por transmitir um torque proporcional ao quadrado da rotação de acionamento. A representação gráfica desta relação a designamos de campo primário ou parábola de escorregamento. O comportamento operacional (campo secundário) pode ser representada pela função do coeficiente de potência λ= ƒ (ν) (Fig.4) o qual é proporcional ao torque transmitido. Geralmente as características de um turbo acoplamento são descritas como torque em função da relação de rotação ν = ωΤ/ωΡ para vários graus de enchimento (diagrama de performance secundário). Dependendo do tipo do acoplamento e volume de enchimento, a magnitude e a forma das curvas pode variar consideravelmente. Para se obter um fluxo de massa que transmita potência, é necessária uma diferença de rotação entre bomba e turbina, mesmo em condições de regime permanente. Esta diferença é designada como escorregamento s = 1 – ν. Para acoplamentos de partida e proteção contra sobrecarga, a curva característica na região operação contínua deve ser tão inclinada quanto possível, para manter o escorregamento em regime permanente SN (fig.4) num valor mínimo para qualquer grau de enchimento. Na região de alto escorregamento até o ponto de demarragem ΤΑ, λa, a curva deve ser horizontal parase obter limitação de torque. A limitação de torque pode ser ajustada variando-se o grau de enchimento. Para variadores de velocidade, a curva de torque para qualquer enchimento deve decair continuamente com o aumento da rotação. Desta forma é possível partidas controladas com estreita faixa de limitação de torque. Se a interseção entre curva do acoplamento e curva da carga é bem definida, é possível se estabelecer pontos de operação estáveis abaixo da rotação nominal permitindo, por exemplo, a inspeção do transportador em vazio. Desenvolver teoricamente uma curva característica otimizada para a aplicação somente a partir das leis da hidráulica é ainda muito difícil. As curvas dos acoplamentos são, portanto determinadas através de testes experimentais. Na fig.4 a esquerda são demonstrados os diversos fatores que influem nas curvas características tais como forma do perfil, trajetória do fluxo etc. DIÂMETRO CIRCUITO DE ÓLEO RROOTTOORR BBOOMMBBAA RROOTTOORR TTUURRBBIINNAA FFLLUUXXOO DDOO FFLLUUÍÍDDOO MOTOR MÁQUINA ACIONADA Fig. 3 – Leis hidrodinâmicas. Eng. Magno Perriraz Página 7 de 110 (Apostila 2007 / Rev.01/2014 – (em fase de revisão) VOITH - Certificada ISO 9001:2000 As características primárias e secundárias de um acoplamento são melhores ilustradas num diagrama tridimensional (Fig.4). Este gráfico é útil, quando o torque aplicado durante a partida do motor é alto o suficiente para tirar o transportador do repouso. Como resultado de uma interação entre função primária e secundária, pode se obter as curvas de partida dos acoplamentos considerando-se parâmetros tais como tempo, rotação, escorregamento e volume de enchimento. A bomba absorve a energia mecânica do motor e transforma-a em energia cinética do fluido. Esta é absorvida pela turbina que a transforma novamente em energia mecânica. Föttinger uniu os dois rotores (bomba e turbina) em uma construção compacta, eliminando as tubulações e, por conseguinte, as perdas de energia por atrito que nelas ocorriam. O fluxo de fluido circula entre os dois rotores seguindo o caminho mais curto e transmite a energia unicamente sob forças dinâmicas não havendo desgaste uma vez que não há contato físico entre as partes rotativas de transmissão de potência. Os torques nos eixos de entrada e de saída são iguais, pois só existem dois elementos. Atualmente os Turboacoplamentos Hidrodinâmicos são fabricados na forma acima: • A carcaça é formada pelo rotor bomba e pela concha. • Os rolamentos dos rotores são coaxiais. • A estanqueidade é feita através de retentores. • As aletas são radiais, paralelas ao eixo de giro. • Grau de enchimento: 40 a 70% do volume total. Fig. 4 – Curvas características teóricas e práticas para dois tipos de acoplamentos. Eng. Magno Perriraz Página 8 de 110 (Apostila 2007 / Rev.01/2014 – (em fase de revisão) VOITH - Certificada ISO 9001:2000 • Escorregamento _ perda de potência _ calor _ aquecimento do fluido _ dissipação por radiação e convecção através das superfícies do turboacoplamento. A curva característica de torque de um Turboacoplamento Hidrodinâmico (fig.5) está representada pelo torque (M) em função da velocidade do rotor turbina (nT) ou de forma inversa em função do escorregamento (S). Nota-se que quanto maior o torque maior é o escorregamento para o mesmo enchimento, entretanto, o torque só aumenta quando há sobrecarga da máquina. Ao definirmos o tipo ou tamanho do turboacoplamento e o volume de fluido a ser utilizado, definimos a inter-relação entre torque e escorregamento. Pode-se considerar desprezível o efeito do aumento da temperatura do fluido. O Turboacoplamento Hidrodinâmico tem as mesmas características das máquinas de fluxo (bombas centrífugas, ventiladores, etc.) e, portanto: 5. CONSIDERAÇÕES GERAIS NA PARTIDA DE UMA MÁQUINA. • O motor quando acoplado diretamente a carga, sem acoplamento hidráulico, na partida absorve 5 a 8 vezes a corrente nominal; • A partida direta gera aumento de temperatura no motor, custos altos, principalmente quando são feitas muitas partidas freqüentes / consecutivas. Em caso de travamento da máquina ou sobre carga, há o travamento do rotor do motor, gerando alta temperatura em sua parte interna; • A partida com chave estrela - triângulo, na fase estrela há redução de 1/3 da corrente absorvida e o torque requerido pela partida direta, mas não elimina o alto pico de corrente na fase inicial de comutação estrela >> triângulo, e para altas inércias é necessário superdimencionar o motor para suportar o longo período de aceleração durante a partida; Fig. 5 – Curvas características de torque. Eng. Magno Perriraz Página 9 de 110 (Apostila 2007 / Rev.01/2014 – (em fase de revisão) VOITH - Certificada ISO 9001:2000 • O acoplamento hidrodinâmico VOITH é montado normalmente em um motor elétrico trifásico assíncrono (gaiola) de baixo custo comparado aos demais modelos, e que disponibiliza torque máximo entorno de 85% da velocidade de regime; • O acionamento com acoplamento hidrodinâmico VOITH permite que o motor parta com baixa resistência. Somente ocorrerá o pico de corrente instantânea, característico do motor mesmo em vaio; • Na partida com acoplamento hidrodinâmico, praticamente todo o torque do motor está disponível para a sua própria aceleração e do motor de acionamento. Nesta fase o escorregamento é de até 100%, quando então o motor alcança o torque máximo de 200% do torque nominal; • Assim que o motor desenvolve a velocidade progressivamente, o escorregamento diminui para o seu valor mínimo; • O acoplamento possui proteção contra sobre-carga ou travamento da máquina movida. Quando há o travamento total o motor desacelera um pouco até que o acoplamento atinja 100% de escorregamento e assim, haja o rompimento do bujão fusível ou o desligamento do sistema através de sensor de temperatura (MTS, BTS ou BTM), neste exato momento, a corrente do motor pode elevar até 2,5 vezes a nominal, no entanto, relês térmicos ou disjuntores eletromagnéticos podem atuar também como sistema de proteção, dependendo do ajuste imposto ao sistema de proteção elétrico. 6. VANTAGENS COM O USO DO ACOPLAMENTO HIDRÁULICO VOITH • Aceleração suave de grandes massas (grandes inércias); • Possibilidade de uso de motor padrão (de gaiola); independente da tensão do Motor; • Aceleração de grandes massas suavemente sem necessidade de superdimensionamento de motores; • Proteção do motor e dos componentes da máquina contra travamento do equipamento; • Permite partidas consecutivas e reversão; • Divisão de carga em acionamento multi-motor, a sincronização é feita pelo próprio acoplamento; • Partida do motor livre de carga, aliviando o motor. A corrente de partida baixa imediatamente no momento da partida (motor livre = economia de energia); • Absorve choques torsionais e amortece vibrações; • Não sujeito à falha geral sem prévio aviso; • Baixo custo de instalação; • Intervalo de revisão recomendado de 5 anos; • Alta Disponibilidade e Confiabilidade; • Torque de saída igual ao torque de entrada, o motor pode oferecer o máximo torque sempre que a máquina movida oferecer resistência; • Serviço de assistência técnica e mão-de-obra especializada no Brasil; • Limitação do torque de partida entre 160 e 120% em função das caracteristicas construtivas (câmara de retardo e anular, e parafusos de restrição) e variação do volume de óleo; • Elementos girantes sem contato mecânico >> sem desgaste; • Aumenta a vida útil da correia, engrenagens, e componentes da máquina; Eng. Magno Perriraz Página 10 de 110 (Apostila 2007 / Rev.01/2014 – (em fase de revisão) VOITH - Certificada ISO 9001:2000• Pouco espaço requerido; • Disponibilidade de peças de reposição por prazo indefinidamente; • Apto para instalação outdoor e indoor; • Comissionamento simples; • Não requer mão-de-obra especializada para parametrização e solução de problemas operacionais; • Imune à variação de tensão e não gera disturbios na rede elétrica; 7. VANTAGENS DO ACOPLAMENTO A ÁGUA – VOITH • O elemento de transmissão que protege a máquina e o meio ambiente (ISO 14001); • A água está disponível em todo lugar e de custo infinitamente menor comparado ao óleo; • Viscosidade menor, densidade maior e maior calor especifico resultam em maior eficiência de transmissão; • Rolamentos brindados com lubrificação permanentemente aumentam sua durabilidade principalmente em aplicações de operação sem parada por longos períodos (ex: ventiladores). • Multifluído; pode utilizar água, óleo e outros fluidos sob consulta. • Aplicação ideal em processos de alimentos, grãos, áreas portuárias, ambientes confinados. • Também disponível em todas as execuções TW-TWV-TWVV-TWVVS. A seguir temos uma simulação para comparação de um acoplamento a óleo e outro a água, tomando-se como base os seguintes dados: Dados do acionamento: Potência motora: 100 kW Rotação motora: 1750 rpm Inércia: 50 Kg.m Nota: É importante perceber (fig.6) que o escorregamento é menor para o acoplamento a água, o que significa que haverá maior eficiência do acoplamento sobre o resultado da máquina. Fig. 6 – Tabela com valores comparativos – óleo x água. Eng. Magno Perriraz Página 11 de 110 (Apostila 2007 / Rev.01/2014 – (em fase de revisão) VOITH - Certificada ISO 9001:2000 8. MEDIDA DE EFICIÊNCIA: Escorregamento = s (%) LIMITE NORMAL DE ESCORREGAMENTO (S%) = 2 A 4% A eficiência do acoplamento pode varia para menos nos casos de baixa potência transmitida. Isto está relacionado ao diâmetro (D) do acoplamento, quanto menor a potência menor o acoplamento. 9. REGRAS FUNDAMENTAIS – MÁQUINAS CENTRUFUGAS Torque = f (n2 , D5 , Volume de Fluído) Potência = f (n3 , D5 , Volume de Fluído) S % = ROTAÇÃO DE ENTRADA ROTAÇÃO DE SAÍDA ROTAÇÃO DE ENTRADA X 100 EVOLUÇÃO DO TORQUE EM FUNÇÃO DA VARIAÇÃO PERCENTUAL DA ROTAÇÃO (n) 0.1 0.8 2.7 6.4 12.5 21.6 34.3 51.2 72.9 100 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% VARIAÇÃOPERCENTUAL - RPM P O T Ê N C IA % . Fig. 7 – Formula para cálculo do escorregamento. Fig. 8 – Curvas da variação da potência em relação a variação da rotação. Eng. Magno Perriraz Página 12 de 110 (Apostila 2007 / Rev.01/2014 – (em fase de revisão) VOITH - Certificada ISO 9001:2000 Observação: No gráfico acima (fig.8) verifica-se que conforme a rotação reduz, a potência transmitida reduz na proporção de n. Variando (reduzindo) a rotação para 30% do seu valor nominal, a potência transmitida será igual a 2,7% do seu valor nominal (P = n3 = 0,33). EFEITO DEVIDO REDUÇÃO DA ROTAÇÃO EXEMPLO: MOTOR DE 60 CV COM ROTAÇÃO DE 1800 RPM – 4 POLOS ACOPLAMENTO VOITH 366 1800 rpm - 100% da rotação / 60 CV Redução de 50% na rotação (900 rpm), tem-se apenas 12.5% da potência aplicada, resultando em + 7.5 CV 750 rpm - Redução de 58% da rotação, tem-se apenas + 7.4% da potência aplicada, resultando em 4.4 CV 10. CARACTERÍSTICAS CONSTRUTIVAS O acoplamento VOITH possui em sua carcaça números e letras que formam o código de identificação do produto VOITH. Este código de identificação (fig.9 e 10) é importante quando da verificação de informações construtivas (projetos) e referentes ao processo de compra e venda. O TIPO E O NÚMERO DE SÉRIE SÃO ENCONTRADOS NOS PONTOS A e B 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 MODELO / TIPO DO ACOPL AMENTO 750 T VV S A D 11 Eng. Magno Perriraz Página 13 de 110 (Apostila 2007 / Rev.01/2014 – (em fase de revisão) VOITH - Certificada ISO 9001:2000 1- Tamanho do acoplamento (diâmetro interno) 154, 206, 274, 366, 422, 487, 562, 650, 750, 866, 1000, 1150 2- Quantidade de circuito de trabalho – T OU DT (duplo). 3- Tipo de material: S - SILUMINA, U – FERRO. Exceção: W – ÁGUA. 4- Tipo de câmara de retardo. Sem indica que não contém, V – simples e VV – prolongada. 5- Sistema de esvaziamento da câmara de retardo, Sem indicação - esvaziamento dependente do tempo sem enchimento de retorno dinâmico, F – válvula acionada por força centrifuga, Y – com enchimento com retorno dinâmico. 6- Tipo de tampa: Sem indicação – construção normal, S – câmara anular. 7- Tipo de ligação com o acoplamento, Sem indicação - Execução com acoplamento elástico, N – flange de engate primário e acoplamento elástico no veio do acoplamento. 8- Estado de construção (informação especial de característica construtiva – projeto) - A, B, C, E, G, H, J, K, L, P, Q 9- Disco de estrangulamento. Sem indicação – sem disco de estrangulamento, D – com disco de estrangulamento; 10- Informação especial de projeto – X ou Z 11- Informação complementar 11. TIPOS DE ACOPLAMENTOS E FORMA CONSTRUTIVA Acoplamentos hidrodinâmicos são fabricados numa ampla gama de tamanhos e formas construtivas para toda faixa de potência e rotações exigidas no transporte de materiais. Algumas importantes características dos acoplamentos hidrodinâmicos são especificas de sua forma construtiva para atender aplicações especiais. Além das características de operação em regime permanente, as características de partida e parada também devem ser considerados ao se selecionar um acoplamento. Os acoplamentos adequados para correias transportadoras podem ser classificados em dois tipos básicos: enchimento constante e variadores de velocidade, havendo três execuções básicas dos primeiros (execução 1 a 3) as quais são normalmente utilizados em transporte de materiais. O acoplamento de enchimento constante (fig 11) é o tipo mais utilizado no transporte de graneis, devido ao seu projeto simples, manutenção mínima e custo competitivo. Fig 11. Acoplamento de enchimento constante com câmara de retardamento e câmara anular periférica (execução). Fig. 9 – Disposição do código de identificação no acoplamento VOITH. Fig. 10 – Posicionamento do código no acoplamento. Eng. Magno Perriraz Página 14 de 110 (Apostila 2007 / Rev.01/2014 – (em fase de revisão) VOITH - Certificada ISO 9001:2000 Este acoplamento é preenchido com o fluído de transmissão antes do seu comissionamento e não há suprimento de óleo externo. Na execução 1 (Tipo T) o volume de óleo na câmara de trabalho é praticamente constante em todas as condições de operação. Nas execuções 2 (Tipo TV/TVV) e 3 (Tipo TVVS) o fluído de transmissão do acoplamento é distribuído internamente de forma desigual, particularmente nas condições transitórias de partida e parada. Este tipo de acoplamento é geralmente escolhido para permitir uma partida sem carga do motor, limitação de torque e para influenciar positivamente o comportamento vibratório torsional. A sua curva característica básica, corresponde ao mostrado na Fig.4 (vide Parte I) para acoplamento de partida cumprindo com a função de proteção contra sobrecarga. Variadores de velocidade são utilizados em transportadores de correia com requisitos especiais, relativamente ao tensionamento da correia, limitação do torque e situações especiais. Os variadores de velocidadepermitem alterar o volume de óleo na câmara de transmissão durante a operação são disponíveis em duas formas construtivas: -variador de velocidade de enchimento ajustável (execução 4) -variadores de velocidade de fluxo controlado (execução 5) Estes variadores são equipados com um circuito externo de fluido que pode ser utilizado para variar o nível de fluido, bem como resfriá-lo. Para a execução 4 (Fig. 12) o nível de fluido é determinado por meio de um tubo captador radialmente móvel. A construção pode variar em função dos arranjos do tubo captador de óleo e suprimento de óleo. As curvas de performance correspondem às características de variadores de velocidade e acoplamentos de fluxo controlado. Na execução 5 (Fig. 13) o nível de fluido é determinado balanceando-se o fluxo fornecido com o fluxo de escape, através de orifícios calibrados. Válvulas de controle são utilizadas para regular o fluxo alimentador. A execução 5 distingue-se por seu desenho compacto, boa característica de controle e pequenas perdas. Fig. 12 – Variador de velocidade tipo SVTL (execução 4). Eng. Magno Perriraz Página 15 de 110 (Apostila 2007 / Rev.01/2014 – (em fase de revisão) VOITH - Certificada ISO 9001:2000 12. CRITÉRIO DE SELEÇÃO O projeto de transportadores de correia de alta confiabilidade, em especial para as condições de operação em regime permanente, é regulado por diversas normas e diretrizes. O engenheiro de projeto deve, entretanto, atentar para os eventos de partida e parada e sua influencia no custo inicial e na vida útil da correia; um dos mais caros elementos de um transportador. Estes aspectos podem ser influenciados positivamente pelo uso criterioso de acoplamentos hidrodinâmicos nos acionamentos de transportadores de correia. 12.1. TRANSMISSÃO HIDRODINÂMICA DE POTÊNCIA No transporte de materiais, os acoplamentos hidrodinâmicos são usualmente instalados entre motor e redutor. Como resultado das suas características operacionais, a interação entre motor de acionamento e correia transportadora pode ser influenciada como se segue: − Separação da partida do motor da partida do transportador. − Tensionamento controlado da correia. − Limitação de torque (continuamente ajustável). − Torque de partida adaptado a condição de carga do transportador. − Seleção econômica de motor de baixo torque de partida e sistema de alimentação elétrica adequado (sem superdimensionamento). − Alta frequência de partida. − Partida sequencial de motores e distribuição de carga em acionamentos múltiplos. − Amortecimento de vibrações torsionais. − Velocidade reduzida (dependendo do tipo de acoplamento). − Parada do transportador com o motor em rotação (dependendo do tipo de acoplamento). 12.2. PARTIDA DO MOTOR SEM CARGA Para acionamento de transportadores de correia utiliza-se, geralmente, motor assíncrono de gaiola. As vantagens deste tipo de motor tais como mínima manutenção, robustez e a partida direta simples, dispensando elementos de comando e comutação complexos, se contrastam com uma característica de partida inadequada para transportadores de correia tais como carga térmica limitada e alta corrente de partida. Fig. 13 – Variador de velocidade de fluxo controlado DTPK (execução 5). Eng. Magno Perriraz Página 16 de 110 (Apostila 2007 / Rev.01/2014 – (em fase de revisão) VOITH - Certificada ISO 9001:2000 Em partida direta o motor aplica seu torque de demarragem dentro de milissegundos e percorre a sua curva de torque inerente durante a partida. Esta curva de torque x velocidade é uma característica individual do motor e não depende do torque de carga. Dependendo do seu tipo e construção, o acoplamento hidrodinâmico pode aliviar o motor assíncrono de várias formas. A carga a ser suportada pelo motor durante a partida, resultado do torque da carga e das massas a serem aceleradas, é somente determinada pelo acoplamento; o transportador de correia é virtualmente desacoplado do motor. O torque do acoplamento eleva-se do zero com o quadrado da rotação do motor. Para condições idênticas de operação em regime permanente, pode se estabelecer o torque de partida dentro de uma ampla gama (fig 7). Dependendo do seu projeto, os acoplamentos de enchimento constante podem transmitir um torque considerável durante a partida do motor (curvas características a até c). Variadores de velocidade esvaziados geram um torque residual quase insignificante (curva d). Mesmo acoplamentos hidrodinâmicos da execução 1 sem câmara de retardamento, permitem um significativo alívio do motor na região de alta corrente. Ele permite uma elevação do torque em segundos ao invés de milissegundos e o seu fluido de transmissão opera como uma capacidade de armazenamento térmico adicional na partida. O gráfico da Fig. 7 também mostra como este tipo se desenvolveu nos últimos anos do tipo T para o tipo TVV e TVVS com câmara de retardamento convencional e periférica. A aplicação de variadores de velocidade das execuções 4 e 5 eliminam praticamente todas as desvantagens do motor assíncrono. 12.3. TENSÕES NA CORREIA DURANTE A PARTIDA Em grandes transportadores, as correias são os componentes mais custosos e, portanto, definem o investimento inicial e a viabilidade econômica de todo o sistema. Por isto os engenheiros de operação e projeto exigem um dimensionamento cada vez mais preciso para otimização da correia. Como consequência é vital que os sistemas de acionamentos atendam estes requisitos. Condições transitórias tais como partida e parada com cargas variáveis significam exigências extremas ao acionamento. O sistema de acionamento deve assegurar uma elevação suave do torque (tensionamento inicial da correia), limitação do torque e uma adaptação do torque de partida às condições de carga. Os variadores de velocidade com atuadores e sensores adequados permitem controlar o tempo de elevação do torque, a limitação do mesmo e a adaptação às condições de carga, dentro de estreitos limites. Dependendo da sua concepção, acoplamentos de enchimento constante suprem as necessidades de graus variados (Fig. 14). Eng. Magno Perriraz Página 17 de 110 (Apostila 2007 / Rev.01/2014 – (em fase de revisão) VOITH - Certificada ISO 9001:2000 Baseado em investigações da tensão dinâmica da correia, o tempo de elevação do torque tΑ foi introduzido para comparar e avaliar a tensão na correia. Pode-se assumir que a correia experimenta um tensionamento quase estático se o tempo de elevação do torque tΑ é cinco vezes maior que o período de trajeto da onda de choque no tramo de retorno tu. As relações relevantes são ilustradas na Fig. 14 onde c representa a velocidade de propagação da onda de choque dependendo do tipo de correia e L o comprimento livre da correia. Os três projetos de acoplamentos hidrodinâmicos de enchimento constante têm as seguintes características: 12.3.1 EXECUÇÃO 1 (ACOPLAMENTO T) Adequado para transportadores de correias curtos com uma limitação de torque de até 1,8 vezes o torque nominal com um bom escorregamento nominal. O torque não se adapta a condição carga do transportador. Geralmente são aplicados com moto redutores. 12.3.2 EXECUÇÃO 2 (ACOPLAMENTO TV E TVV) Adequado para transportadores de correia médios com uma limitação de torque possível de 1,6 vezes o torque nominal para o tipo TV e 1,4 vezes o torque nominal para o tipo TVV. Em função da sua execução a curva de partida se adapta, ainda que de forma limitada, a diferentes condições de carga. Execuções standard são disponíveis em combinação com motores e redutores. 12.3.3 EXECUÇÃO 3 (ACOPLAMENTO TVVS) Devido a elevação suave do torque, este tipo é adequado também para transportadores de correias longos com tempos de partidade até 50 s. Limitação de torque de até 1,4 vezes o torque nominal são possíveis para um bom escorregamento nominal. A adaptação do torque de partida à condição de carga da correia é excelente. Para partidas sem carga os torques de partida são menores que o torque nominal poupando a correia de tensionamentos desnecessários. Este tipo de acoplamento é o resultado de uma cooperação de longo prazo com fabricantes de transportadores de correia e operadores. A longa experiência na Fig. 14 – Torque de partida em transportador de correia para vários tipos de acoplamento de enchimento constante. Eng. Magno Perriraz Página 18 de 110 (Apostila 2007 / Rev.01/2014 – (em fase de revisão) VOITH - Certificada ISO 9001:2000 fabricação de turbo acoplamentos é ilustrada na tabela para acoplamentos de enchimento constante (Fig.15). Fig. 15 – Tipos de acoplamentos de enchimento constante e suas cirvas características. Como resultado da separação do fluido durante a partida (V, VV, S) válvulas centrífugas (F) e controle do esvaziamento da câmara de retardamento em função do escorregamento (Y) pode-se produzir uma característica de partida otimizada. Isto é obtido com componentes standard comuns, a todos os acoplamentos usados para moinhos, transportadores de correntes, etc. 13. CRITÉRIO DE SELEÇÃO DEPENDENDO DA APLICAÇÃO Além dos critérios de seleção dados pela correia e motor, outros fatores devem ser considerados. O aquecimento aumenta proporcionalmente com o escorregamento que é inerente ao principio hidrodinâmico de transmissão. Em regime permanente ou durante a partida, este calor gerado pelo escorregamento pode ser dissipado através da superfície (acoplamentos de enchimento constante) ou através de um circuito de resfriamento externo com trocador de calor (variadores de velocidade). Portanto, o número de partidas por período e as condições ambientais e de instalação devem ser consideradas pois elas afetam a dissipação de calor. Em acionamentos múltiplos, a distribuição de carga ocorre automaticamente devido ao escorregamento do acoplamento, o que pode ser otimizado balanceando-se as cargas de óleo. Cargas diferentes podem ser resultados de tensionamentos diferentes das correias nos tambores de acionamento. Mesmo em novas instalações podem haver diferenças como consequência de tolerâncias nos diâmetros dos tambores e no escorregamento nominal dos motores (de acordo com normas VDE 0530 ± 20%). Estes efeitos podem ser reforçados com desgastes e substituição de componentes do acionamento. A adaptação do escorregamento é feito alterando-se o grau de enchimento durante a parada do transportador ou em variadores de velocidade controlando-se o nível de fluído, o que permite equalizar a carga tanto na partida como em regime permanente. O acoplamento de enchimento Eng. Magno Perriraz Página 19 de 110 (Apostila 2007 / Rev.01/2014 – (em fase de revisão) VOITH - Certificada ISO 9001:2000 constante que mais se assemelha ao variador no sentido de permitir equalizar as cargas nas condições transitórias e permanentes é o tipo TVVS (execução 3). Turbo acoplamentos podem influenciar diretamente a parada de um transportador (com variadores de velocidade através da interrupção do fluxo de potência por drenagem do mesmo) ou menos indiretamente (com acoplamentos de enchimento constante separando-se as massas rotativas). Devido ao seu principio operacional, os turbo acoplamentos são também adequados para situações especiais tais como velocidade reduzida (variadores de velocidade) e frenagem regenerativas. Estas condições de operação devem ser discutidas mais detalhadamente com o fabricante do acoplamento. 13.1. APLICAÇÃO EM CORREIA TRANSPORTADORA No manuseio de materiais, um transportador de correia individual é frequentemente somente uma peça numa complexa cadeia de equipamentos. Em sinergia com outras máquinas e equipamentos, o transportador deve garantir um continuo fluxo de materiais. O sistema de controle e monitoração de partida dos transportadores individuais e seus sistemas de acionamentos devem ser adequados para integração a um controlador central, de forma a garantir que toda a planta possa operar automaticamente. Condições difíceis de operação podem ser causadas por redes elétricas fracas ou por ação de sujeira e poeira. Para tais instalações complexas a escolha recai sobre variadores hidrodinâmicos com tubo captador ou acoplamento de fluxo controlado. Acionamentos com variadores de velocidade permitem que os motores partam em sequência com o acoplamento drenado, o que alivia a rede elétrica. O transportador de correia só pode partir após receber liberação do sistema central de comando (voltagem, rotação, pressão de lubrificação, etc.). Com sistemas integrados é particularmente importante que a sequência de partida e tempos de partida dos transportadores individuais sejam adaptados uns aos outros. Portanto, os tempos de partida devem ser ajustados independentemente da condição de carga (Fig.16). Fig. 16 – Partida de um transportador de correia com variador de velocidade. Após o sinal de liberação do sistema de controle e monitoração, o transportador parte sob a supervisão de um sistema microprocessado. O sistema de controle é projetado como um controle em cascata de múltiplos estágios com variáveis de controle que se alteram durante a operação. O tempo de elevação do torque é utilizado como variável principal de controle até a demarragem do transportador, enquanto que a aceleração constante é utilizada como variável de controle após a movimentação do transportador. Controladores subordinados podem ser utilizados para monitorar os limites de torque, a temperatura do fluido de transmissão e se a distribuição de carga está correta em sistema multi motores. Eng. Magno Perriraz Página 20 de 110 (Apostila 2007 / Rev.01/2014 – (em fase de revisão) VOITH - Certificada ISO 9001:2000 Problemas específicos de partida podem ser solucionados utilizando-se um acionamento completo com controlador de partida e uma interface ao sistema central de controle ou um acionamento compacto contendo todos os elementos necessários que pode ser integrado no sistema do cliente. Na prática as empresas geralmente utilizam diferentes tipos de acoplamentos para distintos transportadores de correia, de forma a atingir condições ótimas de operação. Comparado com o variador hidrodinâmico, o acoplamento hidrodinâmico tipo TVVS de enchimento constante (Fig.17) com a sua concepção simples oferece boas características de performance com custo competitivo para aplicação em correias transportadoras. Este acoplamento foi desenvolvido especialmente para a partida extra suave de transportadores de correia. Em adição a sua câmara de retardamento interno ele dispõe de uma câmara anular periférica. Fig. 17 – Operação do acoplamento de enchimento constante tipo TVVS O seguinte parágrafo descreve a distribuição do fluido de transmissão e o seu efeito na operação do acoplamento nas três condições de operação “repouso”, “100% escorregamento” e “rotação nominal”. Quando o transportador se encontra em repouso, o fluído de transmissão se distribui por três câmaras (câmara de retardamento, câmara de trabalho e câmara anular periférica). Durante a partida do motor e escorregamento 100%, o nível de fluído na câmara de retardamento permanece praticamente constante, enquanto que a câmara anular periférica se enche com o fluído vindo da câmara de transmissão como resultado do efeito centrífugo durante o giro inicial do motor. O fluido remanescente na câmara de transmissão transmite um torque bastante baixo. A câmara de transmissão é então preenchida (em função do tempo através de restrições internas) com o fluído advindo da câmarade retardamento. Desta forma pode se obter um torque de partida muito baixo durante a aceleração do motor assegurando uma suave elevação do torque e um baixo escorregamento na operação nominal. Uma elevação suave do torque e uma adaptação às condições de carga existentes foram comprovadas em medições em bancos de testes e na prática em um transportador ascendente com dois tambores e três acionamentos. Os motores partem sequencialmente. Após a aceleração o torque que é proporcional a potência consumida é somente levemente superior ao necessário para manter o transportador a velocidade constante (potência permanente). Eng. Magno Perriraz Página 21 de 110 (Apostila 2007 / Rev.01/2014 – (em fase de revisão) VOITH - Certificada ISO 9001:2000 Esta boa limitação do torque só é possível em sistemas muito bem balanceados, já que as curvas características para acoplamentos de enchimento constante sempre mostra pequenas modulações como consequência do seu princípio operacional. A aplicação dos acoplamentos hidrodinâmicos em transportadores de correia e os princípios de operação destes acoplamentos, são regulados pelos critérios de seleção, dos seus tipos e formas construtivas. Os exemplos mencionados anteriormente podem somente ser considerados como um pequeno extrato de numerosas aplicações de acoplamentos hidrodinâmicos em transportadores de correia para transporte de materiais. 12.3.1 APLICAÇÃO POR POTÊNCIA E COMPRIMENTO DE TRANSPORTADOR As tabelas abaixo apresentam a faixa de aplicação por potência e comprimento do transportador. Fig. 18 12.3.1 FORMULAS A seguir serão apresentadas alguns cálculos desenvolvido para auxiliar na especificação do acoplamento. A simulação de partida do transportador é realizada como modelo de massa simples usando Torque Efetivo e a Inércia reduzida ao eixo de saída do redutor (cálculo utilizando norma DIN 22101 ou outra literatura). Eng. Magno Perriraz Página 22 de 110 (Apostila 2007 / Rev.01/2014 – (em fase de revisão) VOITH - Certificada ISO 9001:2000 Cálculo de Inpercia Massa de partes em movimento: 2m´G+m´R Fig. 19 Eng. Magno Perriraz Página 23 de 110 (Apostila 2007 / Rev.01/2014 – (em fase de revisão) VOITH - Certificada ISO 9001:2000 14. LIMITAÇÃO DE TORQUE DE PARTIDA 14.1. TORQUE EFETIVO (MOTOR) É o torque transmitido pelo motor, contudo este torque pode ser superior em função do fator de serviço (FS) aplicado na fase de projeto. Este Fator de Serviço visa garantir um torque capaz de mover o transportador no caso de sobrecargas transitórias. 14.2. TORQUE REQUERIDO (NOMINAL) É o torque que a máquina a ser acionada requer para o seu movimento. Torque a partir do qual a inércia da máquina começa a ser vencida, até a quase equalização dos torques (efetivo e nominal) 14.3. LIMITAÇÃO DE TORQUE DE PARTIDA A limitação de torque de partida em transportadores de correia é um termo empregado para se definir o valor percentual de limitação do torque que será proporcionado do motor para o transportador. Esta limitação percentual tem influencia determinante na especificação dos componentes do transportador, principalmente da correia que é o componente de maior valor Eng. Magno Perriraz Página 24 de 110 (Apostila 2007 / Rev.01/2014 – (em fase de revisão) VOITH - Certificada ISO 9001:2000 agregado e que mais sofre como as condições operacionais (tensão de partida na correia e tensão gerada nos bloqueios momentâneos / choques torcionais). 14.4. COMPRIMENTO DO TRANSPORTADOR O comprimento de um transportador é a medida que vai de centro a centro de tambor (Ȼ@Ȼ) vide figura 1 como exemplo, porém considerando a maior distância que o material transportado percorre. Fig.20 14.5. DEFINIÇÕES REFERENCIAIS Outras considerações podem ser necessárias para uma correta classificação do transportador. Entretanto por não haver uma definição documentada e até mesmo clara para o tipo de transportador em função de seu comprimento (longo, médio ou curo), somente como referência para entendimento desta norma serão considerados os valores para comprimento, velocidade e potência expostos na Figura 21 abaixo: TRANSPORTADOR COMPRIMENTO VELOCIDADE POTÊNCIA (m) (m/s) (CV) Longa (TCLD) > 1000 3,0 a 7,5 >1000 Média (TCMD) 50 a 1000 1,5 a 3,0 50 a 1000 Curta (TCCD) < 50 1,0 a 2,0 15 a 50 Alimentação correia (TCA) até 1,0 até 15 Fig. 21 NOTA: A norma ABNT NBR 6177:2014 expõe outros esclarecimentos ao termo TCLD (Overland Eng. Magno Perriraz Página 25 de 110 (Apostila 2007 / Rev.01/2014 – (em fase de revisão) VOITH - Certificada ISO 9001:2000 conveyor) em seu parágrafo 2.1.4. 14.6. PARTIDA A partida de um transportador é normalmente feita através de motores síncronos ou assíncronos, neste caso, e dependendo da potência do motor, são utilizados dispositivos que auxiliam na partida. O sistema de acionamento da correia deve produzir um torque de aceleração suficiente para a partida do transportador e controlado de tal modo que a forças de aceleração estejam em um limite seguro. Uma partida suave pode ser realizada com dispositivos auxiliares de partida, mecânico ou elétrico, ou a combinação dos dois. Em alguns casos o controle de forças de operação e frenagem em alguns transportadores é também desejado. O conjugado acelerante representado na fig. 22 é o conjugado que se consegue limitar e é responsável pela aceleração do motor na fase da partida, sendo igual à diferença entre o conjugado do motor e o conjugado resistente. No ponto de operação, o conjugado acelerante é nulo, pois os conjugados do motor e resistente são iguais. Os motores são fabricados em diversas categorias de acordo com a característica de torque e aplicação. A categoria H possui um conjugado de partida alto, corrente de partida normal e baixo escorregamento, sendo assim os mais utilizados para cargas que exigem maior conjugado de partida, como: transportadores carregados, moinhos etc. 14.7. CURVA (RAMPA) DE ACELERAÇÃO OU GRÁFICO DE PARTIDA. A curva (rampa) de aceleração visa demonstrar graficamente o comportamento do transportador no momento da aceleração da correia. Para exemplificar a fig. 23 apresenta a simulação de partida de uma TCLD com 3 acionamentos com acoplamento hidrodinâmico. As características operacionais deste tipo de transportador são muito severas exigindo um tempo mais longo de partida (aceleração), consequentemente uma menor limitação de torque de partida. O tempo de aceleração da correia transportadora varia de acordo com a limitação de torque de partida definida. Quanto maior ou menor for a limitação percentual de torque de partida, consequentemente menor ou maior será o tempo de aceleração. Fig. 22 Eng. Magno Perriraz Página 26 de 110 (Apostila 2007 / Rev.01/2014 – (em fase de revisão) VOITH - Certificada ISO 9001:2000 Fig. 23 14.8. Torque motor A partida do motor este gera um alto torque que será aplicado para mover inicialmente a sua própria inércia (rotor) e subsequentemente a inércia da máquina a ser acionada, neste caso, o transportador de correia. Quanto maior a inércia a ser vencida no momento da partida (start-up) maior serão os esforços resultantes em todo o sistema para pôr a máquina em movimento. O comportamento do torque de partida do motor normalmente se apresenta conforme fig. 24 e 25. Fig. 24 Fig. 25 14.9. LIMITAÇÃO TÉRMICA Durante o processo operacional, o transportador além de operar continuamente, pode tambémter que efetuar inúmeras paradas e partidas, o que irá provocar em cada sistema do acionamento a dissipação de diferentes quantidades de calor. Esta dissipação de calor pode ocorrer no motor elétrico, nos controles elétricos, nos DAP (Dispositivo Auxiliar de Partida), no redutor de velocidade, e/ou no sistema de frenagem. A carga térmica de cada partida é dependente da quantidade de carga na correia e da duração da partida. Na fase de projeto para se evitar paradas não previstas deve-se prever que o transportador terá partidas repetidas vezes e em carga máxima. De modo geral podemos considerar que o transportador varia de 3 a 10 partidas em uma (01) Eng. Magno Perriraz Página 27 de 110 (Apostila 2007 / Rev.01/2014 – (em fase de revisão) VOITH - Certificada ISO 9001:2000 hora, em intervalos de tempo igualmente espaçados, ou 2 a 4 partidas consecutivas. Partidas sucessivas pode requerer o superdimensionamento dos componentes do sistema. Existe uma relação direta entre a capacidade térmica e custos do sistema de acionamento. Como referência estaremos considerando para esta norma uma faixa de aplicação sendo, 5 partidas em um hora e 2 partidas consecutivas. Para efeito de calculo com mais de uma (01) partida deverá ser considerado na simulação de partida da máquina (transportador) a temperatura operacional do dispositivo auxiliar de partida no momento da partida, ou melhor, a temperatura ambiente (40°C) mais a variação de temperatura final em operação (média final). 14.10. TRANSPORTADOR DE CORREIAS – TORQUE CONSTANTE (NOMINAL) O torque requerido pela máquina na partida, ou torque nominal, é característica do tipo de máquina a ser movida. Para esta norma estaremos tratando do torque constante que é característico de transportadores de correias (fig. 26). Fig. 26 14.11. TORQUE DE PARTIDA O torque de partida é o torque transmitido do motor para a máquina a ser movida. Este torque pode ser integral, neste caso sem dispositivo auxiliar de partida, ou controlado, quando então se transmite o torque desejado, calculado para a aplicação objetivando reduzir o torque gerado no motor, ou transmitindo parcialmente este torque. 14.12. GENERALIDADES 14.12.1. TORQUE MÁXIMO O motor é dimensionado para oferecer uma potência acima do requerido pela máquina, consequentemente o torque resultante também o será. Este torque muito alto disponível no motor quando aplicado na partida diretamente a máquina gera esforços excessivos que, dependendo das características do transportador como, por exemplo, os TCLD, são altamente prejudiciais a todos os componentes (acionamento, tambores, revestimentos, rolamentos, mancais, correia, estrutura, raspadores, etc.). Para transportadores de pequeno porte ou de alimentação pode-se utilizar motor com partida direta. A utilização de alguns dispositivos auxiliares de partida fica a critério do projetista para no caso além de limitar o torque, também Torque constante na partida Eng. Magno Perriraz Página 28 de 110 (Apostila 2007 / Rev.01/2014 – (em fase de revisão) VOITH - Certificada ISO 9001:2000 proporcionar proteção contra bloqueio mecânico momentâneo ou permanente. 14.12.2. TORQUE CONTROLADO O torque controlado ou limitação de torque de partida a ser aplicado em um transportador de correias é função das características de projeto, tendo como influência mais significativa a inércia da máquina movida e a potência por ela requerida (esforços resistentes ao movimento) em capacidade máxima de projeto. especificação da correia e sua emenda; as características do tambor de acionamento, e as características do motor. Cada dispositivo auxiliar de partida possui a sua tecnologia e as suas particularidades funcionais, possuindo assim a capacidade de controlar ou limitar o torque que será transmitido ao transportador (correia) a valores cada vez menores e mais confiáveis. Quanto menor for o torque transmitido no momento da partida, quanto mais controle houver sobre o torque gerado pelo motor para o transportador, melhores serão as condições de partida. A rampa de aceleração, ou também curva de partida, será neste caso suave demandando maior tempo para atingir a velocidade final na correia, com consequente redução de impactos mecânicos e picos de corrente no motor, aumentando assim a vida útil dos componentes da correia e diminuindo o consumo de energia elétrica. Ao fazermos referência ao torque nominal da máquina, ou torque requerido, estamos nos referindo a 100% de um valor no gráfico Torque x tempo (T x t) visto na fig. 07. Assim sendo, ao nos referimos à limitação de torque de partida, exemplo 110%, isto significa que o torque gerado no motor será transmitido à máquina ao limite máximo de 10% acima do torque requerido pelo transportador. Estes 10% de limitação de torque a mais serão suficientes, ao longo de um determinado tempo, para vencer a inércia do transportador durante a partida. Como mencionado incialmente a limitação de torque de partida é função das características do Transportador, mas na pratica esta limitação para TCLD fica entorno de 110 e 160%, para TCML de 140 a 160%, e para TCCD de 160 a 200%. Para transportadores com potências acima de 250 KW, recomenta-se a verificação da necessidade do dispositivo auxiliar de partida proporcionar, além de uma baixa limitação de torque de partida (até 140%), também um pré-tensionamento na correia que está em plena carga. Esta etapa de pré-tensionamento na partida é obtido no momento em que se inicia a transmissão do torque do motor para a máquina (tambor + correia), até este torque atingir o torque requerido (nominal). Isto minimizará as forças transientes do sistema e estiramento excessivo da correia (fig. 27 e 28 – característica de partida com acoplamento hidrodinâmico). Existem transportadores que necessitam diferentes condições de operação, consequentemente de partida, é o caso de transportadores que transportam matérias de diferentes densidades e condições de acomodação, exigindo diferentes potências e rotações. Outro fato a ressaltar é que o próprio transportador apresenta dois extremos de carregamento, quando em vazio ou carga máxima, o que resulta diferentes esforços do sistema do acionamento e dos demais componentes. Eng. Magno Perriraz Página 29 de 110 (Apostila 2007 / Rev.01/2014 – (em fase de revisão) VOITH - Certificada ISO 9001:2000 Fig.27 Fig. 28 Eng. Magno Perriraz Página 30 de 110 (Apostila 2007 / Rev.01/2014 – (em fase de revisão) VOITH - Certificada ISO 9001:2000 14.13. DISPOSITIVO AUXILIAR DE PARTIDA Atualmente o mercado disponibiliza diferentes meios de controle de torque dependendo do DAP especificado / instalado, seja pelo principio hidrodinâmico, elétrico ou magnético. O acoplamento hidrodinâmico VOITH além de proporcionar partida suave, também oferece proteção do sistema, principalmente sistema de acionamento. 14.13.1. ACOPLAMENTO HIDRODINÂMICO DE ENCHIMENTO CONSTANTE Este método de acionamento é comumente utilizado em transportadores de pequena a média potência (600KW), podendo atingir potência de até 2500 KW / 1200 RPM dependendo da inércia, possuindo um ou mais acionamentos. O acoplamento de enchimento constante assim denominado devido seu volume de óleo ou água ser fixo (constante) é montado entre o motor e o redutor, sendo recomendado o motor convencional tipo gaiola (AC indução). Dependendo do modelo de acoplamento hidrodinâmico selecionado o motor poderá partir com baixa ou nenhuma carga. O motor não sente a carga transmitida pelo transportador, pois no momento da partida o acoplamento hidrodinâmico tende a escorregar,que em outras palavras seria rodar em diferente rotação entre rotor bomba que está ligado ao motor e rotor turbina que está ligado ao redutor, partindo inicialmente a uma diferença de 100% (escorregamento) e finalizando entre 2% e 4% em média o que caracteriza sua eficiência em aproximadamente 97% para potências acima de 50CV. A transmissão de torque se origina no rotor bomba que ao ser impulsionado pelo motor (energia elétrica) irá gerar o movimento do fluido (energia cinética) entre as paletas do próprio rotor bomba e do rotor turbina. O torque motor é transmitido pelo acoplamento hidrodinâmico de forma crescente à medida que o escorregamento inicial (100%) reduz aos valores anteriormente mencionados (eficiência média de 97%). É primordial entender que acoplamentos hidrodinâmicos atuam pelo princípio da fora centrifuga (fig. 29) que gera um torque no eixo do redutor ligado ao rotor turbina. Fig. 29 Isto significa que o torque transmitido é função principalmente do diâmetro do circuito (câmara) de trabalho, da rotação motor e do volume e densidade do fluido aplicado. Em resumo, para cada aplicação o volume de fluido deve ser devidamente calculado dado às características técnicas de cada transportador e o torque exigido para coloca-lo em movimento. Normalmente volume abaixo de 45% não é suficiente para gerar o torque necessário ao movimento do transportador, o que no momento da partida irá gerar escorregamento excessivo entre rotores e superaquecimento do fluido com posterior atuação dos elementos de proteção térmica do acoplamento hidrodinâmico. Em contrapartida, volume superior a 80% irá gerar torque excessivo podendo até provocar o desarme do motor no momento de sua partida, além disto, este volume excessivo danifica os componentes do transportador, pois o acoplamento não estará atuando corretamente, Eng. Magno Perriraz Página 31 de 110 (Apostila 2007 / Rev.01/2014 – (em fase de revisão) VOITH - Certificada ISO 9001:2000 principalmente no tocante a limitação de torque de partida e proteção do equipamento no momento de bloqueios momentâneos. Volume excessivo reduz a capacidade do acoplamento hidrodinâmico de proporcionar partida suave. Em casos excepcionais, como por exemplo, parada inesperada por sobrecarga, a acoplamento pode ser abastecido acima do volume recomendado (calculado), limitando-se a 45° do quadrante esquerdo ou direito superior conforme mostrado na fig. 30. Fig. 30 É importante salientar que existem inúmeros fabricantes de acoplamentos hidrodinâmicos no mercado, o que exige dos usuários, e principalmente da equipe de projetos uma analise muito apurada do real desempenho dos produtos oferecidos. Os diferentes fabricantes e modelos existentes no mercado podem proporcionar um range considerável de limitação de torque de partida (acoplamento de enchimento constante), da mais alta (300%) à mais baixa limitação (140%), mas nesta norma iremos nos ater tão somente a valores percentuais aplicáveis. O desenvolvimento de novas tecnologias ao longo de anos, resultante da experiência e estudos técnicos, gerou modificações capazes de reduzir o torque de partida gerado no motor a 140% do torque requerido pela máquina movida, com tempo de partida da máquina chegando à média de 40 segundos. As modificações e melhorias estruturais, tais como: câmara de retardo normal ou alongada, parafusos de restrição (giclê), diferentes perfis (paletas) do rotor turbina e demais modificações na câmara (circuito) de trabalha (ângulos de curvatura, rugosidade superficial, espessura de paletas, maior aproveitamento volumétrico dado aumento da resistência do material estrutural empregado, etc.) conferiram ao acoplamento hidrodinâmico maior capacidade térmica aliada a menores limitações de torque de partida. A câmara de retardo retém o fluido, e no momento do acionamento (partida) do motor o acoplamento já em rotação máxima força a saída do fluido da câmara de retardo através de pequeno orifício existente no parafuso de restrição (giclê) por meio da força centrifuga. Este fluido ao passar para o circuito (câmara) de trabalho passe a gerar mais torque necessário ao movimento do transportador. Em resumo o torque gerado em um mesmo tamanho e modelo de acoplamento hidrodinâmico é determinado pelo volume de fluido e diâmetro do furo do parafuso giclê (parafuso de restrição) conforme fig. 31. Eng. Magno Perriraz Página 32 de 110 (Apostila 2007 / Rev.01/2014 – (em fase de revisão) VOITH - Certificada ISO 9001:2000 Fig.31 14.13.2. ACOPLAMENTO HIDRODINÂMICO DE ENCHIMENTO VARIÁVEL O princípio básico de funcionamento é o mesmo descrito no item anterior, a diferença está no fato de que este acoplamento hidrodinâmico possui um reservatório de óleo, um sistema de bombeamento de fluido (óleo), um trocador de calor e um dispositivo controlador de volume de óleo no interior da câmara de trabalho (rotor bomba e rotor turbina). Por ser o volume variável não há necessidade de câmara de retardo (fig. 32). Fig. 32 Este tipo de acoplamento por possibilitar o enchimento da câmara de trabalho de forma variável, possibilita um controle mais fino da limitação de torque de partida, podendo chegar a níveis de até 110% do torque requerido pela máquina. Dada esta condição e, sendo a rampa de aceleração resultante mais retilínea e suave (Fig. 33), este dispositivo (DAP) é utilizado em transportadores que possuem grandes inércias e potências, tipo TCLD. Este controle se dá via PLC do cliente. Fig. 33 Eng. Magno Perriraz Página 33 de 110 (Apostila 2007 / Rev.01/2014 – (em fase de revisão) VOITH - Certificada ISO 9001:2000 14.13.3. ACOPLAMENTO HIDRODINÂMICO DE ENCHIMENTO CONTROLADO Seguindo o mesmo princípio do acoplamento hidrodinâmico de enchimento variável, porém, com a possibilidade de controlar mais precisamente o volume de fluido (óleo) no interior da câmara de trabalho através de válvulas solenoides, este tipo de acoplamento possibilita um controle mais preciso do enchimento, estabelecendo um fluxo capaz de resultar em diferentes limitações de torque de partida e consequentemente, diferentes tempos de partida (muito mais longos). Sua limitação de torque de partida pode chegar a 105% do torque requerido em alguns casos, o que confere a este tipo de acoplamento hidrodinâmico condições de proporcionar ao transportador uma rampa de aceleração ainda mais suave e retilínea. O tempo de partida pode em alguns casos chegar à ordem de até 6 minutos se necessário. Tempo de partida maior significa maior escorregamento rotor bomba em relação rotor turbina, o que exigirá a troca mais rápida de calor do fluído em operação, resultando assim na instalação de trocador de calor (cooler) maior (Fig.34). Fig. 34 O acoplamento de enchimento controlado oferece condições de automação do sistema através de uma lógica de operação que, transformado em programação lógica para o PLC (Cliente), é possível obter diferentes controles operacionais como, por exemplo, o compartilhamento de carga entre acionamentos múltiplos pela analise da amperagem dos motores no momento da partida e em operação, além disto, esta lógica possibilita analisar as condições de parada (prevista ou emergencial) vinculando as condições reais no momento da parada à uma nova partida. A carga existente sobre o transportador (total, parcial ou vazio) define a amperagem no motor tomado como mestre inicialmente, assim os motores partem sentindo somente a carga real sobre o transportador, torque real requerido naquele momento pelo transportador. Nos gráficos a seguir (Fig. 36) é possível verificar os resultados obtidos na partida de uma TLCD: Sequencia de partida Fig. 35 Eng. Magno Perriraz Página 34 de 110 (Apostila2007 / Rev.01/2014 – (em fase de revisão) VOITH - Certificada ISO 9001:2000 Fig. 36 15. MÉTODO PARA MENSURAR O TORQUE TRANSMITIDO Atualmente existem softwares ainda mais sofisticados capazes de simular de modo geral o comportamento do transportador em relação ao torque transmitido pelo acionamento. Estes softwares, além disto, possuem diferentes recursos capazes de dimensionar, ou melhor, verificar todo o transportador no que se refere a valores para especificar motor, redutor, correias, contrapeso, etc. Entretanto estes resultados, apesar de possuírem certa precisão, são cálculos empíricos e dependem também das pessoas que o manuseiam, portanto devem ser monitorados seus valores dependendo da anormalidade que esteja sendo verificada no sistema de acionamento. Uma das formas mais comum de se calcular este valor é através do cálculo realizado a partir da corrente elétrica consumida pelo motor. Porém, este valor não retrata fielmente os torques envolvidos na região do tambor e consequentemente na ponta de eixo saída do redutor. Estes são amortecidos pelo sistema de acionamento e pela correia transportadora. Além disso, há uma diferença de tempo entre a ocorrência do torque e o registrado pela corrente elétrica do motor. Analisando este cenário, existe o registro empírico dos valores do torque através de sensores piezelétricos (strain-gauges) em barras cilíndricas. Veja no gráfico a seguir (Fig. 37) um exemplo da diferença entre uma medição feita a partir da corrente elétrica do motor (linha vermelha) e outra feita utilizando os strain-gauges (linha azul): Eng. Magno Perriraz Página 35 de 110 (Apostila 2007 / Rev.01/2014 – (em fase de revisão) VOITH - Certificada ISO 9001:2000 Fig.37 Como se pode observar, o valor nominal de torque é o mesmo para ambas as medições, porém, o comportamento real do torque e seus valores de picos são bem distintos. O sistema conta com princípios básicos de engenharia. Quatro strain-gauges são conectados na forma de ponte de Wheatstone. Os strain-gauges são sensores que medem pequenas deformações superficiais através da variação do comprimento das resistências existentes neles. É sabido que torques em barras cilíndricas provocam modificações na superfície desta barra apenas em ±45º (dependendo do sentido do torque). Portanto, através da variação sofrida pelos strain- gauges na direção informada, gera-se um diferencial de tensão, o valor resultante é trabalhado para chegar no valor do torque real (fig.38 e 39) Fig. 38 - Efeito do torque em barras cilíndricas Fig. 39 - A ponte de Wheatstone Eng. Magno Perriraz Página 36 de 110 (Apostila 2007 / Rev.01/2014 – (em fase de revisão) VOITH - Certificada ISO 9001:2000 Este sinal coletado é enviado através de um sistema de antenas a uma unidade demoduladora que, por fim, envia-o (via cabo) a um sistema de aquisição de dados. Portanto, pode-se dividir este sistema em duas partes: rotativa e estática (fig. 40, 41 e 42). Fig. 40 - Visão geral do sistema Fig. 41 - Parte rotativa Fig. 42 - Parte estática Eng. Magno Perriraz Página 37 de 110 (Apostila 2007 / Rev.01/2014 – (em fase de revisão) VOITH - Certificada ISO 9001:2000 Além de ler e armazenar o torque em função do tempo, o software integrante do sistema de monitoramento permite trabalhar com os dados no domínio da frequência, gerando um gráfico em que se pode fazer um comparativo dos ciclos sofridos pelo eixo e a curva de fadiga dos componentes que fazem parte da cadeia de acionamento. Vide na fig. 43 exemplo de instalação de Strain Gage em um eixo de polia. Fig. 43 • SISTEMAS E CRITÉRIOS DE MONITORAMENTO DE TORQUE O monitoramento de torque pode ser obtido por meio de dispositivo do tipo permanente ou temporário. O que difere de um sistema do outro é a forma construtiva, isto é, o sistema permanente, além de um conjunto completo de hardware e software; também tem uma fonte permanente de energia (wireless - sem fios), e seu designer construtivo oferece melhor visualização (aparência). Um anel de poliamida contém os componentes do sistema existente no eixo onde está sendo monitorado o torque. O sistema temporário oferece coleta de dados e elaboração de relatórios limitada uma vez que as baterias utilizadas para a alimentação do sensor de torque (strain-gauge) têm uma capacidade limitada. A energia vem de uma bateria que depende de sua qualidade e da atmosfera onde ela está instalada. Sua durabilidade pode ser de 1-28 dias. Os componentes instalados no eixo são envolvidos (revestidos) com fita adesiva e fita metálica de alta resistência. No sistema temporário como mencionado acima a qualidade e o material com o qual a bateria é fabricada, e as condições ambientais (calor, presença de água, produtos químicos, etc.) no qual está instalado o sistema irá definir a vida útil da bateria e, assim, o tempo de monitoramento. No entanto, as baterias podem ser facilmente trocados para gerar um novo período de monitoramento. Para um perfeito monitoramento de torque os transportadores de correia devem estar em perfeito condições de manutenção, sem agentes que possam contribuir para o aumento da carga resistiva (aumentar a potência demandada), além disso, deve operar com capacidade total do projeto. A limitação de torque, estudo nesta norma, ocorre essencialmente durante o processo de partida do transportador de correia, desta forma, recomendamos um mínimo de 5 (cinco) partidas do transportador de correia com carga total durante o período de monitoramento de torque no sistema temporário. Para a instalação adequada do sistema de monitoramento, temporária ou permanentemente, alguns pontos importantes devem ser observados: A superfície do eixo onde serão instalados (colados) os strain-gauges (medidores de deformação) deve ser preparada com polimento em aparência espelhada; A superfície do eixo na região de fixação do sensor (strain-gauges) deve estar isenta de oleosidade e outros contaminantes; O ambiente não deve oferecer alta temperatura e umidade. A bateria e o rotor-eletrônico estão aptos à temperatura de até 80°C. A cola pode suportar a temperatura de até 120 ° C. Para a colagem a temperatura não deve ser inferior a 0 ° C. Baterias suporta temperatura até -15 ° C. Eng. Magno Perriraz Página 38 de 110 (Apostila 2007 / Rev.01/2014 – (em fase de revisão) VOITH - Certificada ISO 9001:2000 Umidade não deve ser superior a 95%, devido à cola (Z70) utilizada nos strain-gauges. Outras colas como X60 não têm limitações de umidade. Para um sistema temporário a distância máxima entre os strain-gauges / rotor-electrónico e a antena deve ser 10m, dependendo das condições ambientais. Uma grande quantidade de aço em torno do strain-gauges / rotor-electrónica no eixo exige uma menor distância (1m) até a antena. Muito espaço livre em torno do eixo permite que a antena seja colocada a uma distância maior. A distância máxima entre a antena e a unidade demoduladora para a medição temporária deve ser de 100 m. O uso de um amplificador de sinais é possível, assim, a distância pode ser maior do que 100 m. A distância máxima entre o anel (rotor-eletrônico) e a unidade de torque demoduladora para a medição permanente deve ser de no máximo 30m. A distância máxima entre o anel de torque (rotor-eletrônico) e do sinal pick-up (cabeça indutivo) deve ser no máximo 3 centímetros, sem movimento relativo entre o anel e pick-up Recomenda-se a integração entre o sistema de monitoramento de torque e sistema de controle do cliente, a fim de sincronizar os dados de cada sistema; O cliente deve oferecer um lugar apropriado para instalar a unidade de monitorização (computador portátil e caso DAQ para o sistema temporário ou
Compartilhar