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Farmacologia Gastrointestinal

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Farmacologia do Sistema Gastrointestinal
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azul mais escuro: 
#22958e 
preto: #01110f
#49d9d0ff
Profa. Amanda Arruda | 
M.a. Tecnologias em Saúde 
Esp. Farmácia Clínica e Hospitalar em Oncologia
Fármacos que atuam na secreção gástrica
Procinéticos
Antidiarreicos, laxantes e antiflatulentos
Agenda
Antieméticos
Fonte: Flaticon
Considerações iniciais 
Os processos fisiológicos gastrointestinais 
orquestrados por um sistema nervoso próprio, 
hormônios e tantas outras substâncias 
garantem não apenas a eficácia da digestão e 
absorção, mas também a manutenção de um 
ambiente gastrointestinal saudável.
Im
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: https://herniabh.com
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ais-com
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E quando essa orquestra sai do tom?
G
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ig 2: Reprodução google Stckers
Outros instrumentos 
precisam entrar na 
sinfonia!
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Inibidores da 
bomba de prótons
Antagonistas do 
Receptor H2
Agonistas dos 
receptores de 
motilina
Agentes 
citoprotetores e 
antissépticos 
gástricos
Fármacos que controlam a secreção gástrica
Goodman e Gilman, 2020
Regulação fisiológica e farmacológica da secreção gástrica: a base para a 
terapia das doen ças ácido-pépticas
interações entre uma célula 
semelhante às células 
enterocromafi ns (ECL) que 
secreta histamina, uma 
célula ganglionar do
sistema nervoso entérico 
(SNE), uma célula parietal 
que secreta ácido e uma 
célula epitelial superfi cial, 
que secreta muco 
citoprotetor e
bicarbonato
Os principais mediadores que controlam direta ou indiretamente 
o ácido gerado
pelas células parietais são:
• Histamina (hormônio local estimulador);
• Gastrina (hormônio peptídico estimulador);
• Acetilcolina (neurotransmissor estimulador);
• Prostaglandinas E2 e I2 (hormônios locais que inibem a 
secreção de ácido);
• Somatostatina (hormônio peptídico inibidor).
Inibidores da bomba de prótons
Im
agem
: https://qph.cf2.quoracdn.net/m
ain-qim
g-4314db946c85e080e7c4d4c921d8f348-lq
Acetilcolina Histamina Gastrina
Inibidores da 
bomba de 
prótons
Mecanismo: após a absorção, o pró-fármaco se 
difunde nas células parietais do estômago, 
acumulando-se nos canalículos secretores de 
ácido, sendo ativado e transformado em 
sulfenamida cíclica.
Sua inibição é IRREVERSÍVEL e, para tal, a 
ativação do fármaco requer meio ácido. 
Sua efetividade é similar para os componentes da 
classe.
Inibidores da bomba de prótons
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A secreção de ácido só ocorre após a produção de novas 
moléculas da bomba, ocasionando supressão da atividade 
ácida (24-48h)
Efeito 
prolongado
Recomenda-se a administração 30 minutos antes das 
refeições para que o fármaco já exerça sua atividade 
farmacológica a partir da estimulação da dieta. 
Administração
Para que a supressão máxima da secreção gástrica ocorra é 
necessário cerca de 2-5 dias para que cerca de 70% das 
células parietais estejam ativadas, ao mínimo, e disponíveis ao 
fármaco.
Eficácia
Medicamento Indicações clínicas Doses usuais Efeitos colaterais
Omeprazol
Úlceras gástricas e 
duodenais, Esofagite por 
refluxo, Síndrome de 
Zollinger-Ellison.
20 mg a 40 mg uma vez 
ao dia antes da refeição.
Dor de cabeça, náusea, 
diarreia.
Esomeprazol
Refluxo gastroesofágico, 
Úlceras gástricas e 
duodenais, Síndrome de 
Zollinger-Ellison
20 mg a 40 mg uma vez 
ao dia antes da refeição
Tontura, aumento de 
infecções respiratórias.
Lansoprazol
Úlceras gástricas e 
duodenais, Esofagite por 
refluxo, Síndrome de 
Zollinger-Ellison
15 mg a 30 mg uma vez 
ao dia antes da refeição.
Constipação, dor 
abdominal, flatulência.
Pantoprazol
Úlceras gástricas e 
duodenais, Esofagite por 
refluxo.
20 mg uma vez ao dia 
antes da refeição.
Dor de cabeça, diarreia, 
fadiga.
Inibidores da bomba de prótons
Inibidores da bomba de prótons
Interações medicamentosas
Indutores do CYP2C19 
(rifampicina, 
carbamazepina) 
podem reduzir a 
eficácia dos IBPs.
Inibidores do CYP2C19 
(fluoxetina, 
fluvoxamina) podem 
aumentar os níveis 
plasmáticos de IBPs.
Varfarina: o uso 
concomitante de IBPs 
pode aumentar o risco 
de sangramento.
A absorção de 
antifúngicos azólicos 
pode ser reduzida 
devido à elevação do 
pH gástrico.
Inibidores Seletivos da 
Recaptação de 
Serotonina: aumento 
no risco de síndrome 
serotoninérgica
 Tratamento da infecção por Helicobacter pylori
Antagonistas de receptores H2
Mecanismo: realizam o bloqueio seletivo dos 
receptores H2 de histamina.
Sua inibição é feita de modo REVERSÍVEL nos 
receptores na membrana basolateral das células
parietais.
Ocorre a supressão ácida basal (noturna) – um 
fator importante para eficácia do tratamento 
para cicatrização de úlceras duodenais.
Ocorre pouca ligação à proteína plasmática. Sua 
excreção ocorre por filtração glomerular e 
secreção tubular.
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g.com
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Indicações: DRGE 
não complicada e 
cicatrização de 
úlceras
Antagonistas de receptores H2
Pode levar à hipergastrinemia a partir da estimulação da 
atividade de liberação da histamina pelas células 
enterocromafins.
Efeito rebote
Diarreia, cefaleia, sonolência, fadiga, constipação.Efeitos colaterais
Atravessam a placenta e são excretados também no leite 
materno
Uso em gestantes 
e lactantes
Cimetidina, famotidina; ranitidina está descontinuada.Exemplos
Os dados mostram os efeitos de um 
inibidor da bomba de prótons 
(administrado 1 vez/dia) e de um 
antagonista dos receptores H2 
(administrado 2 vezes/dia) na elevação 
do pH gástrico para a faixa alvo (i.e., 
pH 3 para a úlcera duodenal, pH 4 
para a DRGE e pH 5 para a 
erradicação do H. pylori com 
antibiótico).
Comparação do sucesso do tratamento com inibidores da 
bomba de prótons e antagonistas dos receptores H2.
Goodman e Gilman, 2020
Agentes citoprotetores: principais representantes
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MISOPROSTOL
Mecanismo de Ação: Análogo sintético 
das prostaglandinas. Ajuda a reduzir a 
produção de ácido gástrico, aumentar 
a produção de muco e promover a 
cicatrização das úlceras.
Indicações Clínicas: Prevenção de 
úlceras associadas ao uso de AINEs, 
tratamento de úlceras gástricas e 
duodenais.
Administração: Geralmente 
administrado quatro vezes ao dia, com 
alimentos e ao deitar.
SUCRALFATO
Mecanismo de Ação: O sucralfato é 
um composto que se une às úlceras 
gástricas ou duodenais, formando uma 
espécie de "curativo" protetor. 
Indicações Clínicas: Úlceras gástricas 
e duodenais, esofagite por refluxo, 
lesões gastrointestinais induzidas por 
medicamentos.
Administração: Geralmente 
administrado antes das refeições e à 
noite.
Medicamento 
sujeito a controle 
especial
Agonistas dos receptores de motilina
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ERITROMICINA
Mecanismo de Ação: conhecida por 
ser um antibiótico, também possui 
propriedades de agonista dos 
receptores de motilina. Ela estimula os 
receptores de motilina, promovendo 
contrações musculares no trato 
gastrointestinal. 
Indicações Clínicas: Gastroparesia 
(retardo no esvaziamento gástrico), 
especialmente em pacientes com 
diabetes.
Uso off-label
Antiácidos
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agem
: https://static1.m
inhavida.com
.br/articles/dd/67/73/a3/frasco-com
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Para evitá-las: recomenda-se a administração 2 horas antes ou 
após o outro fármaco.
Interações 
medicamentosas
Consiste na neutralização do ambiente ácido estomacal. Tal 
neutralização deve ser equilibrada, devendo-se atentar a 
fatores como absorção e distúrbios eletrolíticos.
Mecanismo
Em caso de insuficiência renal,o acúmulo de Al3+ pode 
contribuir para osteoporose. Atenção à hipercalcemia 
transitória devido ao Ca 2+ administrado por via oral.
Efeitos colaterais
Hidróxido de magnésio, hidróxido de alumínio, bicarbonatoExemplos
Procinéticos
Im
agem
 https://www.seguroscatalanaoccidente.com
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219555cd30b54b3bbf0d0d28addf8e10: 
São fármacos que estimulam a motilidade 
gastrointestinal coordenada e favorecem o trânsito do 
bolo alimentar. Eles liberam o neurotransmissor 
excitatório na junção neuromuscular sem interferir no 
padrão e no ritmo fisiológico normal.
Agonistas dos 
receptores de 
dopamina
Moduladores dos 
receptores de 
serotonina
Metoclopramida: alívio 
sintomático da 
esofagite, gastroparesia, 
uso no pré-cirúrgico no 
sítio do TGI e intubação.
Domperidona: tem 
atividade procinética 
moderada. Não
atravessa a barreira 
hematoencefálica. 
Cerca de 90% da 
serotonina está
presente no TGI, 
sendo produzida pela 
célula enterocromafim. 
Fitoterápicos 
são aliados!Laxantes
Supositórios e enemas: São administrados por 
via retal e ajudam a estimular a evacuação.
Laxantes osmóticos: Aumentam a quantidade 
de água no intestino, amolecendo as fezes e 
estimulando o movimento intestinal.
Lactulose, 
lactitol
Laxantes emolientes: Amolecem as fezes, 
tornando-as mais fáceis de passar.
Óleo 
mineral
Laxantes estimulantes: Estimulam diretamente 
os músculos do intestino, promovendo a 
evacuação.
Bisacodil, 
Cáscara 
sagrada, S. 
alexandrina
Laxantes formadores de volume: Aumentam o 
volume das fezes, o que estimula o movimento 
intestinal.
Psílio, 
policarbofila, 
metilcelulose
Antidiarreicos
Im
agem
: Freepik
A loperamida atua nos receptores opioides no intestino, 
retardando o trânsito intestinal e aumentando a absorção de 
água, resultando em fezes mais endurecidas.
Anticolinérgicos (atropina): atuam diminuindo a motilidade 
intestinal e reduzindo a secreção de fluidos no trato 
gastrointestinal.
Absorventes (caulim e pectina): formam uma substância 
gelatinosa que ajuda a absorver o excesso de água nas fezes, 
proporcionando alívio da diarreia.
Antiflatulentos
Mais comum: 
simeticona
Seu mecanismo trata da capacidade de 
colapsar bolhas formando uma fina camada 
em sua superfície e também funciona como 
antiespumante eficaz, reduzindo o volume de 
gases.
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agem
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g.cancaonova.com
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Visão dos estímulos eméticos
Im
agem
: G
oodm
an e G
ilm
an
Antieméticos
Classe Indicações Efeitos colaterais
Antagonistas do Receptor 5-HT3 
(Ondansetrona, Granisetrona, 
Palonosetrona)
- Náuseas e vômitos pós-operatórios
- Náuseas e vômitos induzidos por quimioterapia 
e radioterapia
Cefaleia, constipação, fadiga.
Antagonistas do Receptor NK1 
(aprepitanto, fosaprepitanto)
- Náuseas e vômitos associados à quimioterapia 
(em combinação com outros antieméticos).
- Prevenção de náuseas e vômitos 
pós-operatórios.
Fadiga, diarreia, aumento das 
enzimas hepáticas.
Antagonistas do Receptor 
Dopaminérgico (Metoclopramida)
- Náuseas e vômitos relacionados a distúrbios 
gastrointestinais.
Sonolência, tontura, distúrbios 
extrapiramidais.
Antagonistas do Receptor de histamina 
(Dimenidrinato, Meclizina, Ciclizina)
- Náuseas e vômitos relacionados a movimento 
(cinetose).
Sonolência, boca seca, visão 
turva.
Corticosteróides (dexametasona) - Náuseas e vômitos associados à quimioterapia
- Náuseas e vômitos pós-operatórios.
Aumento do apetite, insônia, 
alterações emocionais.
Agonistas dos Receptores 
Cannabinoides (Dronabinol, Nabilona)
- Náuseas e vômitos associados à quimioterapia 
(quando outros tratamentos falham). Euforia, tontura, sedação.
Diz aí, farma!
Depois dessa 
maratona você 
consegue 
orquestrar essa 
sinfonia, assim, 
calmamente?!
G
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Ana, uma mulher de 43 anos, procura a farmácia com queixas 
de desconforto abdominal, flatulência e episódios 
frequentes de diarreia. Ela relata que esses sintomas têm 
ocorrido há algumas semanas e estão afetando sua rotina 
diária. Não possui histórico significativo de distúrbios 
gastrointestinais, mas recentemente fez uma viagem 
internacional. Ela não está tomando nenhum medicamento 
regular no momento. Ana suspeita que seus sintomas podem 
estar relacionados à ingestão de alimentos contaminados 
durante sua viagem e está preocupada com a persistência 
dos sintomas.
Caso clínico
Referências
Hall, John E. Tratado de Fisiologia Médica. [tradução Alcides Marinho Junior et al.]. - Rio 
de Janeiro : Elsevier, 2011. Recurso digital.
Brunton, L.L. Goodman & Gilman: As Bases Farmacológicas da Terapêutica. 12ª ed. Rio 
de Janeiro: McGraw-Hill, 2012.

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