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Fundadores da gestalt → Max Wertheimer → Kurt Kofka → Wolfgang Kohler *A revolução da Gestalt tomava conta da psicologia da Alemanha no mesmo tempo dos behaviorismos no EUA *A revolução consistia em um protesto doa psicologia Wunditiana, e mais tarde viria a se tornara um testemunho das ideias de Wundt, como fonte de inspiração para o surgimento de novas visões, e como base para o lançamento de novos sistemas de psicologia Características principais → Realizaram críticas ao elementaríssimo de Wundt → Reconhece o valor da consciência para os estudos da psicologia, mas criticava a tentativa de analisá-la em elementos (ELEMENTARISMO) → Os psicólogos da Gestalt acusavam Wundt de afirmar que a percepção dos objetos era meramente a soma ou a junção dos elementos, formando-se uma espécie de pacote → Os psicólogos da Gestalt referiam-se à abordagem Wunditiana como a psicologia do “tijolo e argamassa” (os tijolos unidos pela argamassa – processo de associação) → Acreditam que há mais na percepção do que os olhos veem, ou seja, a percepção vai muito além dos elementos sensoriais, dos dados físicos básicos proporcionados aos órgãos dos sentidos. Um objeto não é apenas um grupo de sensações. Gestalt não tem um significado, mas pode ser exemplificado por “forma total” ou “forma global” “O todo é diferente da soma das partes” Influências antecedentes sobre a psicologia da gestalt A base da posição da Gestalt, encontra-se no trabalho do filósofo alemão Immanuel Kant. Ele alegava que, quando percebemos o que chamamos de objeto, encontramos os estados mentais que parecem compostos de partes e pedaços. Para Kant, esses elementos são organizados de forma que tenham algum sentido, e não por meio de processos de associação. Durante o processo de percepção, a mente forma ou cria uma experiência completa. Desse modo, a percepção não é uma impressão passiva e uma combinação de elementos sensoriais, como afirmavam os empiristas e associacionistas, mas uma organização ativa dos elementos, de modo que forme uma experiência coerente. Assim, a mente molda e forma os dados originais da percepção. • Immanuel Kant - percepção não é uma impressão e combinação passiva de elementos sensoriais; (uma organização ativa dos elementos- algum sentindo e não mera associação) • Ernst Mach - a percepção de um objeto não muda ainda que mudarmos o ângulo do nosso olhar (mesa continua sendo mesa) • Franz Brentano – a psicologia deveria estudar o processo ou ato de experiência; defendia uma observação menos rígida e mais direta da experiencia na forma como ela ocorre • William James - vemos objetos como um todo e não como feixes de sensações; • Christian von Ehrenfels - propôs qualidades de experiência que não podem ser explicadas como combinações de elementos sensoriais. A forma em si era um elemento criado pela mente em operação sobre os elementos sensoriais. Desse modo, a mente seria dotada de capacidade para criar formas a partir de sensações elementares. • Outra influência anterior foi o movimento ocorrido na filosofia e na psicologia alemãs, conhecido como fenomenologia: abordagem do conhecimento com base em uma descrição imparcial da experiência imediata conforme ela ocorre, e não analisada ou reduzida a elementos. Fenômeno phi → Fenômeno phi: ilusão de que dois focos fixos de luz piscante estão em movimento de um lugar para outro. - A psicologia da Gestalt desenvolveu-se por um estudo de pesquisa conduzido, em 1910, por Max Wertheimer - Enquanto viajava de trem pela Alemanha durante as férias, ocorreu-lhe a ideia de realizar uma experiência para visualizar um movimento quando ele não estivesse efetivamente acontecendo. Abandonou seus planos de viagem, desceu do trem em Frankfurt, comprou um estroboscópio de brinquedo e analisou suas sensações internas em um estudo preliminar que realizou no quarto de um hotel. - Mais tarde, conduziu um programa de pesquisa mais abrangente na University of Frankfurt, com dois psicólogos, Koffka e Köhler. - O problema de pesquisa de Wertheimer, para a qual Koffka e Köhler serviram como sujeitos, envolvia a percepção do movimento aparente, ou seja, do movimento quando não há efetivamente o movimento físico. - Wertheimer referia-se a essa percepção como "impressão" do movimento. Usando o taquistoscópio, projetava a luz através de duas fendas, uma vertical e a outra com ângulo de 20 ou 30 graus da vertical. Se a luz era projetada primeiro por uma fenda e depois através da outra, com um intervalo relativamente longo entre elas (mais de 200 milissegundos), os sujeitos enxergavam algo como duas luzes sucessivas, primeiro em uma fenda e depois na outra. Quando o intervalo entre as luzes era menor, os observadores percebiam duas luzes que pareciam contínuas. Com um bom intervalo entre as luzes, cerca de 60 milissegundos, eles enxergavam um único feixe de luz que parecia se mover de uma fenda a outra, voltando novamente ao lugar. - De acordo com a posição predominante na psicologia, que era dominada pela visão de Wundt, toda experiência consciente era passível de análise em elementos sensoriais. - Como explicar a percepção do movimento aparente como uma soma de elementos individuais, quando os estímulos eram simplesmente duas fendas fixas de luz? Seria possível adicionar um estímulo fixo a outro para produzir uma sensação de movimento? Não, não era possível, e foi exatamente esse o ponto demonstrado de modo simples e brilhante por Wertheimer, o qual confrontou a explicação baseada no sistema de Wundt. - Wertheimer acreditava que o fenômeno na forma verificada no laboratório era tão elementar quanto uma sensação, mas era diferente de uma sensação ou de uma série delas. Denominou essa noção de fenômeno phi. - E como Wertheimer explicava o fenômeno phi quando a psicologia da época não conseguia encontrar nenhuma explicação? Sua resposta era tão simples quanto sua pesquisa. O movimento aparente dispensa qualquer explicação. Ele existe assim como é percebido e não pode ser reduzido em um elemento: mais simples. (ilusão de óptica) - “O todo (o movimento aparente da linha de luz) diferia da soma de suas partes (as duas linhas estacionárias)” Movimento aparente – phi - Atividade cerebral é um processo integral de configuração - Uma relação de Correspondência (Relação de semelhança entre uma coisa e outra) entre a experiência consciente ou psicológica e a cerebral subjacente responsável pelo fenômeno Phi = Isomorfismo* (biologia e física) * doutrina que afirma existir uma correspondência entre a experiencia psicológica ou consciente e a experiencia cerebral tênue - Quando recebemos informações através dos nossos sentidos o cérebros da essas informações caracterizas que ela não possuem em si mesma, ou seja, o cérebro da uma interpretação a essas informações, e essa interpretação faz com que organizemos essas informações em gestalten, ou seja, em configurações que sejam compreensíveis, que tenham identidade e significado Ex. em música não ouvimos notas por nota, ouvimos a melodia, o todo que resulta da entre as notas isomorfismo psiconeural ou psicofísico - Termo usado para descrever a semelhança que existiria entre o funcionamento do nosso cérebro e a nossa experiencia consciente - O isomorfismo psiconeural afirma que nossa experiencia consciente é reflexo do modo de funcionamento do crebro, quer dizer, nós percebemos gestalten, pois a própria atividade eletroquímica do nosso cérebro também se estrutura como uma espécie de gestalten - Quando olhamos para um quadro, o que chega a nossa consciência não são as informações visuais brutas captadas pelo nosso sistema visual, essa informação brutanão chega a nossa consciência, o que chega é a interpretação que o nosso cérebro fez dessa informação, tal interpretação é a gestalten, a configuração representada pelo quadro. E essa interpretação é fruto da própria forma harmônica que caracterizaria o funcionamento eletroquímico do cérebro. A natureza da revolta da gestalt - As declarações dos psicólogos da Gestalt eram consideradas total heresia. - Depois que Wertheimer passou a estudar a percepção do movimento aparente, os psicólogos da Gestalt começaram a se dedicar a outro fenômeno perceptual. A experiência da constância perceptual produziu apoio adicional para as suas visões. Por exemplo, quando paramos em frente a uma janela, uma imagem retangular é projetada na nossa retina, mas, quando paramos de lado, a imagem da retina transforma-se em um trapezoide, embora, é claro, continuemos a perceber a janela no formato retangular. A percepção sobre a janela permanece constante, embora a informação sensorial (a imagem projetada na retina) mude. → Constância perceptual: qualidade de integridade ou plenitude da experiência perceptual, que não se altera mesmo com a mudança dos elementos sensoriais. - O mesmo ocorre com a constância do tamanho e do brilho em que os elementos sensoriais mudam, mas não a percepção. Nesses casos, assim como no movimento aparente, a experiência perceptual é dotada da qualidade da totalidade ou da integridade não encontrada em nenhuma parte componente. Assim, existe uma diferença entre o caráter da estimulação sensorial e da percepção em si. - A percepção não pode ser explicada simplesmente como um conjunto de elementos ou a soma das partes. - A percepção é um todo, uma Gestalt, e qualquer tentativa de analisá-la ou reduzi-la em elementos a destruirá. Os princípios da Gestalt sobre a organização perceptual - Wertheimer alegava que percebemos os objetos do mesmo modo que observamos o movimento aparente, como unidades completas e não como agrupamentos de sensações individuais. Esses princípios da Gestalt seriam as regras fundamentais por meio das quais organizamos nosso universo perceptual. - De acordo com a teoria da Gestalt, o cérebro é um sistema dinâmico em que todos os elementos ativos interagem em determinado momento. A área visual do cérebro não responde separadamente aos elementos individuais do estímulo visual, conectando-os mediante algum processo mecânico de associação. Ao contrário, os elementos similares, ou bem próximos, tendem a se combinar, e os elementos diferentes ou distantes, a não se combinar. Regras de agrupamento seguidas pelo cérebro para ordenar sensações: - Proximidade: agrupamos figuras próximas como se fizessem parte de conjuntos. - Continuidade: Pontos que são conectados por linhas retas ou curvas são vistos de uma forma que se segue o caminho mais suave. Ao invés de ver linhas separadas e os ângulos, as linhas são vistas como pertencentes ao mesmo elemento. - Semelhança: percebemos estímulos semelhantes como fazendo parte de um conjunto - Preenchimento ou complementação: tendência da nossa percepção de completar figuras incompletas, preencher lacunas - Simplicidade: tendência a ver a figura tendo boa qualidade sob as condições de estímulo - Figura ou fundo: tendência de organizar as percepções do objeto (a figura) sendo visto e do fundo (a base) sobre o qual ele aparece - Esses princípios de organização não dependem dos processos mentais superiores nem de experencias passadas, pois estão. nos próprios estímulos. -Wertheimer chamou-os de fatores periféricos, reconhecendo também que os fatores centrais dentro do organismo influenciam na percepção. Por exemplo, sabe-se que os processos mentais superiores de familiaridade e de atitude afetam a percepção. No entanto, em geral, os psicólogos da Gestalt concentram- se mais nos fatores Periféricos da organização perceptual do que nos efeitos da aprendizagem ou da experiência.
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