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Desafios Demográficos no Japão

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IO Japão, país insular no Oceano Pacífico, tem cidades densas, palácios imperiais, parques nacionais montanhosos e milhares de santuários e templos é um dos países mais desenvolvidos e industrializados de todo o planeta.  Japão passou a investir no desenvolvimento industrial e tecnológico, tornando-se na década de 1970 numa grande potência econômica. Atualmente, o Japão possui a 3ª maior economia do mundo (em volume de PIB - referência ano de 2022).
O Japão está sofrendo um declínio populacional preocupante. A nação insular no Pacífico ocidental atingiu sua maior taxa de crescimento em 1972 e, desde então, a taxa de crescimento populacional vem caindo lentamente, mas de forma constante. Nos últimos 10 anos, ela atingiu valores abaixo de zero, de modo que a população vem diminuindo há algum tempo. As previsões apontam para um declínio adicional de 40 milhões de habitantes até 2060. Desde 2005, mais pessoas têm morrido a cada ano do que nascido bebês. Isso também não é uma aberração ou um efeito de curto prazo, mas um desenvolvimento que vem sendo anunciado há décadas e que continuará a se intensificar nos próximos anos.
O Japão tem a população mais velha do mundo. Não apenas a idade média está no topo da lista, com 48 anos, mas também a expectativa de vida. Os homens de hoje podem esperar um período de 81,5 anos. As mulheres chegam a viver até 87,6 anos de idade.
Uma explicação é dada pela distribuição etária no país. As gerações mais jovens estão se tornando cada vez menores. A proporção da população em idade de aposentadoria é enorme. Atualmente, quase 30% da população tem mais de 65 anos de idade. O número de nascimentos, por outro lado, está diminuindo constantemente. O problema da falta de filhos é tão grande que a imprensa mundial já está noticiando o fechamento de escolas e piscinas que estão sendo usadas para outros fins. Os políticos estão tentando combater isso com benefícios para crianças, assistência aos pais e uma mudança de valores direcionada. Até o momento, sem muito sucesso. Para poder financiar a vida dos futuros aposentados, a idade de aposentadoria já está sendo aumentada. Até agora, a idade de aposentadoria era de 62 anos para homens e 60 para mulheres. Agora, ela está sendo aumentada gradualmente para 65 anos.
A taxa de fertilidade, ou seja, o número de nascimentos por mulher, é de 1,30, o que também é um número baixo.( DADOS MUNDIAIS)
Nos anos de 1960 a 2022, a população no Japão aumentou de 93,22 milhões para 125,12 milhões de habitantes. Isto significa um aumento de 34,2 por cento em 62 anos. O maio 
Relógio da população atual do Japão
	126 029 883
	População atual
	61 381 271
	População masculina atual (48.7%)
	64 648 612
	População feminina atual (51.3%)
	285 481
	Nascidos neste ano
	2 009
	Nascidos hoje
	345 057
	Mortes este ano
	2 428
	Mortes hoje
	18 940
	Migração líquida este ano
	133
	Migração líquida hoje
	-40 635
	Crescimento da população este ano
	-286
	Crescimento da população hoje
	
	
Taxa de crescimento 2000 - 2024
	2000
	0.16
	2001
	0.15
	2002
	0.14
	2003
	0.13
	2004
	0.12
	2005
	0.1
	2006
	0.09
	2007
	0.07
	2008
	0.04
	2009
	0.02
	2010
	0
	2011
	-0.02
	2012
	-0.05
	2013
	-0.07
	2014
	-0.1
	2015
	-0.13
	2016
	-0.16
	2017
	-0.19
	2018
	-0.22
	2019
	-0.25
	2020
	-0.29
	2021
	-0.12
	2022
	-0.12
	2023
	-0.12
	2024
	-0.12
Todos os dados nesta tabela são fornecidos para 1º de janeiro do ano correspondente.
Projeção da população (2020-2080)
	Ano
	População
	Taxa de crescimento
	2020
	126 495 644
	N/A %
	2025
	124 309 805
	-1.73 %
	2030
	121 580 506
	-2.20 %
	2035
	118 499 790
	-2.53 %
	2040
	115 212 068
	-2.77 %
	2045
	111 923 244
	-2.85 %
	2050
	108 794 441
	-2.80 %
	2055
	105 805 495
	-2.75 %
	2060
	102 747 183
	-2.89 %
	2065
	99 543 475
	-3.12 %
	
	
	
	2070
	96 369 252
	-3.19 %
	2075
	93 477 605
	-3.00 %
	2080
	91 100 644
	-2.54 %
Fonte : United Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais das Nações 
O povo japonês é extremamente educado, as pessoas comportam-se bem, respeitam, seguem regras e fazem muitas atividades em grupos. É essencial que esteja familiarizado com as regras básicas de etiqueta. Serviços de alta qualidade. No Japão, o cliente é tratado com o maior respeito e polidez. o país tem baixa diversidade de etnias e detém um pequeno número de imigrantes. além disso, o Japão possui uma expectativa de vida elevada. sendo assim, a parcela de idosos na população do país é grande. já a taxa de fecundidade é baixa. a desigualdade social é outro problema que o Japão enfrenta. embora a economia do país seja forte, muitos trabalhadores têm empregos precários, com salários baixos e poucos benefícios. isso faz com que seja difícil para muitas pessoas se manterem financeiramente estáveis e levem uma vida confortável. População rural: 33,4%. Esperança de vida ao nascer: 83 anos. Índice de Desenvolvimento Humano (IDH): 0,884 (muito alto). Religião: Budismo 55,3%, novas religiões 25,9%, sem religião 10,2%, cristianismo 3,5%, ateísmo 2,9%, xintoísmo 2,1%, outras 0,1%. 
Nas décadas de 1950 e 1960, o Japão superou problemas decorrentes da poluição, assim como o faria durante as crises do Petróleo nos anos 1970, para tornar-se um país com vocação para a sustentabilidade. Conciliando a balança entre crescimento econômico e preservação ambiental, o Japão fez avanços em anos recentes no desenvolvimento de tecnologia verde, mantendo, ainda assim, um inequívoco caráter competitivo em nível global. Esta edição especial mostra as iniciativas ambientais do Japão e seu contexto histórico. 
SUPERANDO AS CRISES DO PETRÓLEO As duas crises do petróleo da década de 1970 tiveram um grande impacto na economia japonesa. Após esse período, as pessoas entenderam melhor a importância da economia de energia. Em particular, setores da indústria que são consumidores pesados de eletricidade, como o de aço, cimento, celulose, petroquímica e de produtos de petróleo refinado começaram a adotar medidas amplas de economia energética, criando dispositivos de recuperação de calor, com a finalidade de prevenir o desperdício de calor e eletricidade nas fábricas e agilizar os processos de produção. Como resultado, o Japão tem se mostrado exitoso ao conciliar crescimento econômico e redução do consumo de energia o que rendeu ao Japão a primeira posição mundial em eficiência de energia. A dimensão da economia japonesa é hoje o dobro do que era em 1973 e o volume de produção do setor manufatureiro é 1,5 vez maior do que era naquele ano. Porém, a quantidade de energia consumida pela atividade industrial e hoje e 0,9 vezes menos doque costumava a ser. 
GERENCIAMENTO DO LIXO E RECICLAGEM Na década de 1960, o Japão passou a experimentar um rápido crescimento de sua economia, e o começo de um período de produção e consumo massivos e, claro, também resíduos em massa Dessa forma, o tratamento de resíduos logo se tornou um problema grave. Considerando ainda a limitação de espaço imposta pela geografia do país, apenas uma quantidade limitada de lixo podia ser depositada em aterros. Como agravante, ao passo em que a economia do país depende da importação de matérias primas, muitas pessoas começaram a questionar o uso de determinados produtos importados descartáveis. Hoje, muitos japoneses estão conscientes da importância de reduzir o lixo e da forma adequada em que ele será descartado. Com a mudança gradual de mentalidade, muitos municípios introduziram sistemas de coleta seletiva de lixo, onde a separação também passou a ser organizada entre resíduos incineráveis, não-incineráveis e resíduos a granel, entre outros, e, desde então, as pessoas só podem levar seu lixo para fora no dia específico em que o caminhão passa para fazer a coleta naquela vizinhança. Papel, garrafas de vidro, latas e garrafas PET são todos recolhidos como lixo reciclável São aproximadamente 8,9 milhões de pessoas vivendo nos 23 distritos de Tóquio, e sua população produz aproximadamente 2,87 milhões de toneladas de lixo por ano. Um total de 21 usinas de incineração é responsávelpor processar esse volume de lixo (o número de usinas inclui as em reforma). Um dessas usinas, a Kita, incinera até 600 toneladas de lixo diariamente. Caminhões trazem o lixo coletado para um lugar chamado de ‘bunker do lixo’, localizado no mesmo edifício que o incinerador. Guindastes retiram o lixo dos caminhões e o colocam no incinerador, que opera 24 horas por dia. O lixo é incinerado a uma temperatura superior a 800°C com o objetivo de prevenir a criação de dioxinas perigosas. As dependências de controle de poluição multiestágio da usina cuidam também de eliminar qualquer material ou elemento perigoso, como partículas e óxidos de nitrogênio. A usina está localizada próxima a um bairro residencial e gerencia suas próprias normas de controle de poluição que são bem mais rigorosas do que os próprios requisitos legais que regulam o setor. 
OS JAPONESES E A NATUREZA VIVENDO EM HARMONIA Entrevista com Takeuchi Kazuhiko "Satoyama" é um termo que expressa o estilo de vida japonês, cujo foco está em buscar a convivência em harmonia com a natureza. Posicionado entre recantos selvagens e o ambiente urbano, as satoyama sempre foram conhecidas como áreas abençoadas com uma diversidade de recursos, incluindo alimentos e madeiras, além, claro, de belas paisagens. A Niponica recentemente entrevistou o vice-reitor da Universidade das Nações Unidas (UNU), Takeuchi Kazuhiko, sobre o valor e a importância do conceito dos satoyama dentro da lógica global de preservação ambiental. O nome satoyama foi usado originalmente para descrever áreas próprias para se recolher lenha ou carvão para grelhar, ou ainda para a coleta de folhas para se preparar fertilizantes. Só recentemente é que a definição se expandiu para indicar os ecossistemas dentro das florestas alterados pela ação humana localizados em montanhas, utilizadas para fins agrícolas que tocam aldeias e outros agrupamentos humanos. Em outras palavras, os satoyama são mosaicos ambientais compostos de muitos elementos diferentes, incluindo arrozais e campos, refúgios naturais, lagoas e os bosques nos limites de santuários xintoístas e vilas. O conceito de satoyama começou a ser amplamente conhecido a partir dos anos 1960, quando o Japão atravessava um intenso processo de crescimento econômico e urbanização, quando a construção de instalações voltadas para o lazer humano levaram à rápida destruição dos satoyama. Conforme os japoneses assistiam os satoyama desaparecerem, as pessoas começaram a perceber o valor singular desses ambientes. Preocupados com a preservação dos satoyama, as pessoas passaram a encarar esses refúgios com outros olhos, e o termo "satoyama" se popularizou Economia do Japão A economia pós-guerra do Japão desenvolveu-se a partir dos resquícios de uma infraestrutura industrial que sofreu destruição generalizada durante a Segunda Guerra Mundial. Em 1952, ao final da ocupação dos aliados, o Japão era um “país menos desenvolvido”, com um consumo per capita de cerca de um quinto do consumo dos Estados Unidos. Ao longo de duas décadas, o Japão alcançou um crescimento anual médio de 8%, possibilitando que o país se tornasse o primeiro a passar do status de “menos desenvolvido” para “desenvolvido” na era pós-guerra. As razões para isso ter acontecido incluem altas taxas tanto de poupança individual como de investimentos em iniciativas do setor privado, uma força de trabalho com grande ética laboral, o amplo fornecimento de petróleo a baixo custo, tecnologias de inovação, e uma intervenção governamental efetiva nas indústrias do setor privado. O Japão foi o principal beneficiário do rápido crescimento atrelado à economia do mundo pós-guerra segundo os princípios de livre comércio promovidos pelo Fundo Monetário Internacional e pelo Acordo Geral de Tarifas e Comércio. Em 1968, a economia japonesa já havia se tornado a segunda maior do mundo, depois da economia dos Estados Unidos. Entre 1950 e 1970, a porcentagem de japoneses que viviam nas cidades passou de 38% para 72%, aumentando expressivamente a força de trabalho industrial. O potencial competitivo da indústria japonesa cresceu de forma robusta, com um aumento médio de 18,4% ao ano nas exportações durante os anos 60. Depois da segunda metade da década de 60, o Japão alcançou anualmente um superávit na balança de transações correntes, com exceção de alguns poucos anos depois da crise do petróleo de1 973. Nessa fase, o crescimento econômico teve o apoio de fortes investimentos em iniciativas do setor privado, os quais eram baseados na alta taxa de poupança individual. Ao mesmo tempo, ocorreram mudanças significativas na estrutura industrial do Japão, com uma mudança de foco nas principais atividades econômicas, passando da agricultura e indústria de pequeno porte para a indústria de grande porte. As indústrias de ferro e aço, construção de navios, maquinário, veículos motorizados e dispositivos eletrônicos passaram a dominar o setor industria. UMA ECONOMIA MADURA O Plano Social e Econômico Básico do Primeiro-Ministro Tanaka Kakuei (fevereiro de 1973) projetou a continuidade das altas taxas de crescimento para o período 1973-1977. Contudo, em 1973, a política macroeconômica doméstica resultou em um rápido crescimento do abastecimento de capital, o que levou a uma ampla especulação por parte dos mercados imobiliários e de commodities domésticas. O Japão já sofria de uma inflação de dois dígitos quando, em outubro de 1973, a eclosão da guerra no Oriente Médio levou a uma crise do petróleo. Os custos da energia subiram acentuadamente e o iene, que não refletia sua real força, passou para o câmbio flutuante. A consequente recessão diminuiu as expectativas para o crescimento futuro, resultando na redução do investimento privado. O crescimento econômico diminuiu do nível de 10% para uma média de 3,6% no período de 1974-1979, e 4,4% durante a década de 1980 A Bolha Econômica Depois do Acordo de Plaza de 1985, o valor do iene subiu acentuadamente, alcançando 120 ienes para cada dólar norte-americano em 1988 – três vezes o valor de 1971 segundo o sistema de câmbio fixo. O consequente aumento do preço de produtos de exportação japoneses reduziu sua competitividade nos mercados internacionais, mas medidas financeiras do governo contribuíram para o crescimento da demanda interna. O investimento empresarial cresceu intensamente em 1988 e 1989. Com preços mais altos das ações, o valor das emissões de títulos de propriedade cresceram acentuadamente, marcando-os como uma importante fonte de financiamento para as empresas, enquanto os bancos buscavam uma saída para os fundos de desenvolvimento imobiliário. Por sua vez, as empresas usaram seus títulos imobiliários como garantia subsidiária para a especulação do mercado de ações, o que fez com que, durante esse período, o valor dos preços de terra dobrassem e o índice da bolsa de valores de Tóquio Nikkei aumentasse 180%. Em maio de 1989, o governo apertou suas políticas monetárias para suprimir o aumento no valor de bens como as propriedades de terra. Contudo, taxas de juros mais altas levaram os preços das ações a uma redução espiral. Ao final de 1990, a bolsa de valores de Tóquio tinha caído 38%, representando perdas equivalentes a 300 trilhões de ienes (US$2,07 trilhões), e os preços de terra caíram acentuadamente desde o ápice especulativo. Esse mergulho na recessão é conhecido como “rompimento” da “bolha econômica”.
O sistema de seguro de saúde estatutário do Japão (SHIS) possui cobertura de saúde universal e está entre os modelos de saúde mais eficazes do mundo. Criado em 1961, sistema atual é fruto de algumas mudanças feitas com o passar do tempo, já que a medicina exercida no Ido século 20 era baseada na prática médica chinesa.
Um dos motivos pelos quais o Japão está no topo do ranking de sistemas de saúde mais eficientes do mundo, é o fato de possuir baixas taxas de mortalidade infantil, bem como um aumento na expectativa de vida ao nascer. Durante a Segunda Guerra Mundial, a expectativa de vida dos japoneses era de 50 anos para homens e 54 anos para mulheres. Entretanto,com o fortalecimento das instituições comunitárias de saúde, houve uma redução da taxa de mortalidade por doenças transmissíveis, o que possibilitou que desde a década de 80 a expectativa de vida feminina no Japão seja a mais alta do mundo.
No Japão, o sistema público de saúde é baseado na atenção primária, portanto os médicos de família são os responsáveis por grande parte dos atendimentos, enquanto que outras especialidades atendem um número menor de pacientes. O Sistema de Seguro de Saúde Estatutário do Japão (SHIS) cobre 98,3% da população, enquanto o Programa de Assistência Social Pública, para pessoas de baixa renda, cobre os 1,7% restantes. Cidadãos e não cidadãos residentes são obrigados a se inscrever em um plano SHIS; imigrantes sem documentos e visitantes não são cobertos.
A atenção primária é fornecida principalmente em clínicas, com alguns atendimentos feitos em departamentos ambulatoriais de hospitais. A maioria das clínicas é privada e administrada por médicos ou por corporações médicas (entidades de gestão de saúde geralmente controladas por médicos). Uma pequena parte é propriedade de governos locais, órgãos públicos e organizações sem fins lucrativos.
As práticas de atenção primária geralmente incluem equipes com um médico e algumas enfermeiras contratadas. Enfermeiros e outros funcionários são geralmente empregados assalariados. Em alguns lugares, os enfermeiros atuam como gerentes de caso e coordenam o atendimento a pacientes complexos, mas as funções variam conforme o ambiente. 
O SHIS consiste em dois tipos de seguro obrigatório:
· Planos com base no emprego, que cobrem cerca de 59% da população;
· Planos de seguro com base no local onde reside, que incluem planos de seguro saúde do cidadão para indivíduos não empregados com 74 anos ou menos (27% da população) e planos de seguro saúde para idosos, que cobrem automaticamente todos os adultos com 75 anos ou mais (12,7% da população).
Lançamento das bombas atômicas em Hiroshima e Nagasaki
O lançamento das bombas atômicas pelos Estados Unidos sobre Hiroshima e Nagasaki resultou na destruição total dessas cidades e forçou a rendição do Japão na Segunda Guerra.
Visão do cogumelo atômico da cidade de Kure durante o bombardeio a Hiroshima, em 6 de agosto de 1945
Nos dias 6 e 9 de agosto de 1945, os Estados Unidos fizeram uso, pela primeira vez na história da humanidade, de armas atômicas contra as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki. Essas bombas foram utilizadas para forçar a rendição japonesa e evitar que as tropas americanas precisassem invadir o Japão por terra. Ainda hoje esse episódio gera debates entre os historiadores a respeito da questão ética que envolveu o lançamento de bombas atômicas contra civis.
Segunda Guerra Mundial na Ásia
O conflito entre os Estados Unidos e o Japão na Segunda Guerra Mundial foi iniciado após um ataque surpresa dos japoneses contra a base naval americana de Pearl Harbor, localizada no Havaí, em 7 de dezembro de 1941 . Esse ataque resultou em cerca de 2.400 americanos mortos e levou o país a declarar guerra ao Japão.
O ataque japonês visava promover a destruição da frota americana presente no Pacífico para conseguir a sua expulsão das Filipinas, ou de qualquer outro lugar que Estados Unidos estivessem presentes no continente asiático. Isso garantiria o fim do embargo sofrido pelo Japão às importações de petróleo.
Os primeiros meses da atuação japonesa na guerra foram repletos de vitórias. Os japoneses conseguiram derrotar seguidamente as forças americanas, britânicas e franceses em diferentes locais: Cingapura, Malásia, Birmânia, Índias Orientais Holandesas etc. A desorganização das tropas Aliadas foi um fator decisivo a ocasionar o acúmulo de derrotas nesses locais.
A recuperação americana ocorreu a partir da Batalha de Midway, em junho de 1942. Essa batalha é vista pelos americanos como o ponto da virada na guerra. A Marinha Imperial japonesa sofreu danos irreversíveis durante essa batalha e, a partir disso, o Japão foi vagarosamente sendo derrotado pelos Estados Unidos e ficando encurralado em seu próprio território.
Conferência de Potsdam
Em julho de 1945, as potências que faziam parte dos Aliados reuniram-se durante a Conferência de Potsdam. Os representantes reunidos nessa ocasião foram Stalin (União Soviética), Harry Truman (Estados Unidos) e Clement Attlee (Reino Unido). Eles debateram as condições que seriam impostas aos alemães ao final da guerra. Além disso, foram debatidos os termos da rendição que seria redigida e encaminhada aos japoneses.
A solicitação de rendição dos países Aliados ao Japão aconteceu porque os Estados Unidos queriam evitar a necessidade de invasão territorial desse país. O temor americano era de que a resistência japonesa fosse obstinada e isso pudesse custar milhares de vidas de soldados americanos. Além disso, a opinião pública americana começava a aborrecer-se com a demora em acabar com a guerra e, por isso, o governo sentia a pressão para antecipar o fim do conflito. Por fim, havia o temor do avanço dos soviéticos pelo continente asiático (a configuração da Guerra Fria começava a estabelecer-se nesse momento).
Assim, foi emitida a Declaração de Potsdam, que solicitou a rendição imediata do Japão afirmando que, caso houvesse recusa, esse país deveria estar pronto para encarar a sua rápida e total destruição. O presidente americano decidiu que, em caso de recusa dos japoneses, os Estados Unidos usariam suas armas atômicas desenvolvidas durante o Projeto Manhattan.
Lançamento das bombas atômicas
Retrato da destruição em Nagasaki após o lançamento da bomba atômica, ocorrido em 9 de agosto de 1945
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A cúpula japonesa recusou os termos estipulados na Declaração de Potsdam e, assim, os Estados Unidos lançaram a primeira bomba sobre a cidade de Hiroshima, no dia 6 de agosto de 1945. A bomba foi transportada em um B-29, que recebeu o nome de Enola Gay. O piloto, Paul Tibbets, recebeu ordens de jogá-la sobre a Ponte Aioi.
A bomba lançada sobre Hiroshima recebeu o nome de Little Boy e explodiu a cerca de 580 metros do chão. Imediatamente depois da explosão, um grande clarão espalhou-se (relatos afirmam que cada pessoa pode ter visto um clarão com um tom diferente) e uma bola de calor surgiu e dispersou-se por toda a cidade, trazendo grande destruição.
Pessoas mais próximas ao “marco zero” foram instantaneamente vaporizadas em uma velocidade tão grande que as impediu de perceber o que acontecia ou mesmo de sentir dor. Outras pessoas tiveram suas sombras impressas nas paredes, deixando um registro da sua última ação em vida. O impacto destrutivo da bomba atômica em Hiroshima resultou em cerca de 80 mil mortes imediatas.
Apesar do enorme poder de destruição que pôde ser percebido em Hiroshima, ainda havia membros da cúpula do governo japonês que defendiam a continuidade na guerra. Mesmo com todos os indícios de que a derrota do Japão era evidente, alguns desses integrantes ainda acreditavam em uma resistência final, que garantiria a expulsão dos americanos e a manutenção das posses territoriais do Japão na China.
Com a não rendição japonesa, o exército americano lançou a segunda bomba atômica. O alvo escolhida foi Kokura, no entanto, o lançamento da bomba sobre a cidade foi cancelado em razão de questões climáticas. O piloto do avião Bock’s Car, Charles W. Sweeney, resolveu, então, lançar a bomba sobre a cidade japonesa de Nagasaki.
A bomba lançada sobre Nagasaki era muito mais potente que a usada em Hiroshima, no entanto, a condição geográfica da cidade, a qual possui muitos morros, fez com que determinadas áreas ficassem protegidas. Assim, apesar da grande destruição causada pela bomba, o número de vítimas foi menor: cerca de 40 mil mortes imediatas.
Os sobreviventes de ambas as cidades tiveram de lidar com grande sofrimento. Muitos ficaram com queimaduras gravíssimas por causa da onda de calor provocada pela bomba e precisaram tratá-las durante anos (especula-se que a demora no fechamento das feridas foi consequênciada radiação). Além disso, milhares de pessoas morreram subitamente dias depois em decorrência do contato com a radiação.
O restante dos sobreviventes teve de lidar durante toda a vida com inúmeras doenças surgidas posteriormente ao ataque. Além disso, os filhos desses sobreviventes, que nasceram anos depois, colheram consequências relacionados ao contato de seus pais com a radiação. Por fim, quem sobreviveu ainda enfrentou forte preconceito da sociedade japonesa. Após anos de reivindicações, essas pessoas conseguiram que o governo arcasse com a totalidade de suas despesas médicas de maneira vitalícia.
O lançamento das bombas atômicas acabou alcançando o objetivo esperado pelos Estados Unidos: a rendição japonesa. O governo japonês aceitou render-se no dia 14 de agosto de 1945, e uma mensagem gravada pelo Imperador Hirohito foi transmitida em todo o Japão colocando fim à guerra. A rendição incondicional do país iniciou o período da ocupação americana em seu território e marcou em definitivo o fim da Segunda Guerra Mundial.
REFERÊNCIAS:
todamatéria&rlz=1C1GCEA_enBR1071BR1071&oq=todamatéria&gs_lcrp- 09-04
United Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais das Nações 09/04
https://www.br.emb-japan.go.jp/files/000164250.pdf
https://www.br.emb-japan.go.jp/files/000164250.pdf;
blogapolo.app/como-funciona-o-sistema-de-saude-do-japão/ 17/04
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