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Atentado à liberdade de consciência e de crença O art. 5º, VI, da CF dispõe que “é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e às suas liturgias”. Essa liberdade, contudo, não é ilimitada, podendo a autoridade impedir a realização de cultos que atentem contra a moral ou ponham em risco a ordem pública. Obviamente, assim como as demais liberdades públicas, também a liberdade religiosa não atinge um grau absoluto, não sendo, pois, permitido a qualquer religião ou culto atos atentatórios à lei, sob pena de responsabilização civil ou criminal. Assim, não constitui abuso de autoridade a atuação do agente público para reprimir a prática religiosa que, pelo exagero dos gritos e depredações no interior do templo, perturbem o repouso e o bem-estar da coletividade 15 . Nesse caso, não haverá crime algum por parte do agente que impedir ou interromper a celebração do culto. Ressalte-se que também não constitui constrangimento ilegal a atuação do Poder Público ao reprimir a prática de curandeirismo, pois a garantia constitucional da liberdade de crença não autoriza prática terapêutica a pretexto de livre exercício de culto religioso. 5.2.5. Atentado à liberdade de associação e ao direito de reunião (alíneas f e h) Associação é a reunião estável e permanente de várias pessoas, para a consecução de um fim determinado ou para o desempenho de certa atividade. Reunião é o agrupamento voluntário de pessoas, sem caráter de permanência ou estabilidade, em determinado lugar, no qual se discute um assunto qualquer e após o qual o grupo se dissolve. A reunião é transitória. A associação, permanente. A reunião pode ser impedida ou dissolvida por qualquer autoridade no exercício de suas funções. Para tanto, basta que seus fins sejam ilícitos ou que esteja sendo realizada em local proibido ou sem prévia permissão. A associação só pode ser dissolvida por ordem judicial (CF, art. 5º, XIX). A Constituição, em seu art. 5º, XVI, assegura que “todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente”. A autoridade pode, portanto, proibir: (i) reuniões com fins ilícitos; (ii) reuniões com fins bélicos; (iii) reuniões de membros armados; (iv) reuniões em locais proibidos; (v) reuniões realizadas sem prévio aviso. Quanto às associações, “é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar” (CF, art. 5º, XVII). Estão proibidas: (i) as associações para fins ilícitos; (ii) as associações de caráter paramilitar. Associação de caráter paramilitar é a reunião estável e permanente, sob o mesmo ideal, de membros uniformizados, submetidos a rígida disciplina hierárquica, nos moldes militares, e que recebem treinamento físico e psicológico para o combate, aprendem a manusear armas e obedecem a um mesmo símbolo ou bandeira. Cabe à autoridade impedir a reunião dos associados sempre que a associação for ilegal, encaminhando o fato ao conhecimento do Ministério Público, para que seja promovida a sua dissolução judicial, por meio de ação civil pública (art. 5º, XVII e XIX, da CF; art. 115 da Lei dos Registros Públicos).
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