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1 AUDITORIA EM ORGANIZAÇÕES SISTEMAS E PROCESSOS DE SAÚDE 1 Sumário Sumário ........................................................................................................... 1 COMO REALIZAR UMA AUDITORIA DE SEGURANÇA? .............................. 3 AUDITORIA EM SEGURANÇA ....................................................................... 4 1. Levantamento das Necessidades ............................................................ 9 Responsabilidade e Autoridade ................................................................. 15 Auditorias Internas ..................................................................................... 22 Auditorias de Diagnóstico .......................................................................... 22 Auditorias Externas .................................................................................... 22 Auditorias de 2ª Parte ................................................................................ 23 Área de auditoria ........................................................................................ 27 Auditoria administrativa .............................................................................. 28 Auditoria da informação histórica ............................................................... 29 Auditoria da informação previsional ou prospetiva ..................................... 29 Auditoria das demonstrações financeiras .................................................. 29 Auditoria das práticas de gestão ................................................................ 29 Auditoria de fonte contratual ...................................................................... 30 Auditoria de fonte legal .............................................................................. 30 Auditoria de sistemas ................................................................................. 31 Auditoria do planeamento estratégico ........................................................ 31 Auditoria financeira .................................................................................... 32 Auditoria horizontal .................................................................................... 33 Auditoria ocasional ..................................................................................... 33 Auditoria de concessão .............................................................................. 34 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS .............................................................. 37 2 FACUMINAS A história do Instituto FACUMINAS, inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, em atender a crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-Graduação.Com isso foi criado a FACUMINAS, como entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. A FACUMINAS tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 3 INTRODUÇÃO Essa apostila ira abordar o tema Auditoria de várias formas como realizar uma auditoria em segurança em que se deve ter em atenção alguns aspetos muito importantes como determinar a periocidade das auditorias, também irei falar da Auditoria em Segurança, Trabalhos em Altura – Auditorias de Segurança, Auditoria, Processo de Certificação, Divulgação da Certificação, Auditorias da Qualidade, A norma ISO 19011, Aspetos gerais da Auditoria, A necessidade da Auditoria, Planeamento da Auditoria, Realização de Auditoria, Processo de Certificação de OSHAS 18001 e Auditoria de Concessão. COMO REALIZAR UMA AUDITORIA DE SEGURANÇA? Antes de se realizar uma auditoria de segurança deve ter-se em atenção alguns aspetos muito importantes, entre eles: * Comprometimento dos responsáveis dos diferentes níveis; * Definição das características do que se vai envolver na auditoria; *Determinação dos parâmetros de referência, aspetos económicos, requisitos legais, etc. * Determinação da periodicidade das auditorias. Para uma auditoria de segurança, poderemos optar por um sistema já definido, ou por um desenvolvido à medida da empresa. Para uma decisão acertada é indispensável ter em conta os seguintes critérios: * O tempo que o processo irá demorar; * Os custos envolvidos e a capacidade financeira da empresa; * Os conhecimentos e experiência necessários para a realização, com sucesso, da auditoria. A escolha entre auditores internos e externos deve ser baseada nos seguintes fatores: 4 * A disponibilidade dos auditores para a realização da auditoria, no período de tempo necessário; * Os conhecimentos específicos que possam ser necessários ao sistema; * O nível de experiência em auditorias. Embora uma auditoria de segurança deva permitir, dentro de um limite razoável de tempo, uma avaliação abrangente a todo o sistema, a mesma pode ser dividida em auditorias parciais. Estas auditorias podem ser de 2 tipos: * Auditorias técnicas: audita-se todos os elementos materiais dos sistemas de um ponto de vista técnico (máquinas, manutenção, processos, etc.); * Auditorias de gestão: audita-se todos os elementos referentes aos aspetos relativos às estruturas e meios de organização da empresa. Um dos pontos mais importantes de uma auditoria de segurança é a sua periodicidade. Para determinação da sua frequência, os fatores seguintes são de extrema importância: * A natureza e a gravidade dos riscos que a organização apresenta; * O nível de risco que a atividade desenvolvida apresenta; * O nível de acidentes que a empresa apresenta; * Os resultados negativos de outras auditorias; * Variações substanciais na organização (tal como mudança de layout, mudança de processos, ou de funcionários), que afetam a segurança. As organizações devem encarar as Auditorias de Segurança, não como um custo, mas como um investimento, que a médio/longo prazo podem evitar e/ou reduzir acidentes que se traduzem em prejuízos económicos, absentismo de trabalhadores, má imagem da empresa, etc. AUDITORIA EM SEGURANÇA O maior objetivo da segurança é impedir a concretização do risco, seja ele qual for. Os três elementos que compõem o triângulo do crime são a capacidade ou técnica, a motivação ou desejo e a oportunidade. 5 Não existe barreira intransponível, ela apenas retarda ou dificulta a ação de um intruso. Toda barreira física pode ser ultrapassada, desde que haja determinação, tempo suficiente, ferramentas eficazes e habilidade no seu uso. O planejador deve elaborar um sistema de barreiras em profundidade, aliando as barreiras físicas, eletrônicas e humanas, de tal forma, que o somatório dos tempos de retardo, de cada barreira, nos dê o resultado esperado, de modo que a deteção e a respetiva reação possam acontecer. A força do sistema de segurança é medido através da aplicação de tensão no seu ponto mais fraco, por exemplo se tivermos uma corrente com fortes elos interligados e aplicarmos uma força superior a sua resistência, ela se romperá no seu elo mais fraco e exporá o sistema ao risco. Ao redor do mundo, os negócios se vêem impactados por eventos previsíveise imprevisíveis. Diariamente as empresas lutam por sobreviver e conquistar o mercado. Não necessariamente sobrevivem as mais fortes, mas sim as que conhecem suas vulnerabilidades e se preparam adequadamente. Como comentávamos em nosso artigo anterior, o profissional de segurança que for designado pela alta gestão para elaborar um planeamento em segurança, a partir da análise de risco, não deve esquecer de elaborar um processo de auditoria, pois da mesma forma que as condições externas e internas do local a ser protegido podem ser alteradas, os processos também podem sofrer modificações, não se esquecendo da população fixa e flutuante que habitam o empreendimento, ou seja as condições de segurança devem ser planejadas e implementadas de acordo com o negócio em questão, ou seja as condições se alteram e a segurança deve acompanhar esta mudança. O processo de auditoria e os seus profissionais possuem uma reputação. Eles a conquistaram e trabalharam arduamente para alcança-la. Qual a reputação? No início, a de se preocupar com detalhes sem importância, falar em outras línguas, intimidar, apresentar opiniões como se fossem axiomas, recusar-se a ouvir opiniões, inventar requisitos e por continuar a não considerar tudo o que seja importante para o sucesso de uma empresa. 6 No decorrer dos anos, têm havido mudanças na forma que as auditorias são executadas. Os auditores começaram como um grupo de especialistas um tanto arrogantes, criticando o trabalho dos outros e aproveitando a oportunidade para corrigi-los e explicando como poderiam ter feito isso melhor. A partir disso os auditores evoluíram e se envolveram com a questão do foco no cliente, de repente, os gestores tiveram que visualizar a auditoria como um serviço importante, um exercício com valor agregado, no qual os auditores os ajudariam na melhoria da qualidade. Alguns denominaram este momento como “auditoria de eficácia”. A auditoria não deve ser confundida com uma análise de segurança, pois a auditoria vai analisar os procedimentos formalizados ou não e compará-los com o que acontece na prática, dentro da rotina dos processos, se houver diferença ou divergência entre o procedimento e a prática, existirá uma não conformidade, que deverá ser sanada, por uma ação corretiva ou de correção. A auditoria é uma função necessária e importante, por isso deve ser conduzida dentro de um processo profissional. Os auditores são inerentemente pessoas que tem o mesmo talento de todos os que trabalham na organização e vêem seu trabalho como uma maneira de ampliar suas perspetivas contribuindo para a melhoria do processo. As normas da auditoria seguem a seguinte diretriz estrutural como premissa “nada que vale a pena fazer é feito em demasia” e são fornecidas orientações detalhadas do começo ao fim sobre os rumos das ações e processos. Alguns cuidados devem ser adotados pelos profissionais, internos ou externos, responsáveis pela condução deste processo. As auditorias são sobre conformidades. Qualquer organização, independente dos requisitos de sua linha de produtos ou serviços ou base de clientes, deve atingir três metas qualidade, conformidade e confiança. A organização deve conhecer o que é qualidade para seus clientes e alcança-la, de uma forma que esteja em conformidade com os requisitos impostos pelos órgãos normativos ou clientes ou pela própria organização, e finalmente, deve fornecer confiabilidade aos colaboradores, clientes, acionistas e comunidade de que irá atingir as outras duas metas. Para atingir as metas, as organizações estabelecem sistemas, enfocando três áreas: 7 Adequação – os sistemas como estão projetados têm o potencial de serem bem sucedidos? Implementação – Os sistemas estão sendo implementados como projetados? Eficácia – os sistemas estão atingindo os resultados pretendidos? Os auditores devem procurar entender o sistema buscando as informações sobre o âmbito total e mais abrangente possível, para realmente compreender o sistema. As auditorias devem concentrar-se nos fatos. Certamente, as auditorias devem se interessar sobre fatos, registrar suas observações de forma precisa e objetiva, restringindo suas descobertas àquelas que podem ser sustentadas sensatamente pelos fatos expostos durante a auditoria. Os fatos são críticos para uma auditoria eficaz. Mas dizer que as auditorias devem manter seu foco somente nos fatos é uma perspectiva enganosa e prejudicial. As auditorias devem enfocar não só os fatos, mas também os sistemas. O propósito da auditoria é fornecer um feedback válido sobre a adequação, implementação e eficácia dos sistemas. Esta é a meta e deve ser o foco da auditoria. O enfoque em fatos isolados não agrega valor ao processo. Os auditores não podem fazer julgamentos. Uma das primeiras coisas que os auditores aprendem. Como é frequentemente ocaso, esta injunção está enraizada em boas intenções. Os auditores não desejam deixar que a auditoria se degenere em um fórum para o auditor impor suas opiniões, tendenciosidades, preconceitos e preferências aos auditados. Os auditores trabalham a partir de pequenas quantidades limitadas ou incompletas de informações (fatos) descontínuas reunidas a partir da análise crítica de documentos, entrevistas com as pessoas e de observações das atividades desenvolvidas. Uma vez que estão trabalhando a partir de informações limitadas originadas de um processo de amostragem, todas as conclusões de auditoria que se referem podem conter um elemento de incerteza. Isto é um fato importante e inevitável. Como isso pode gerar relatórios sem significado e um desperdício de recursos organizacionais. Isto pode somente ser combatido com o desenvolvimento de um desejo de concentrar-se nos sistemas e fazer julgamento sobre eles com base nas evidências reunidas na auditoria. 8 A auditoria é um trabalho de verificação. A ideia dos auditores como verificadores tem, há décadas, atormentado a eles próprios e aos auditados. Esta perspectiva sobre a auditoria foi originada da ideia de se buscar problemas isolados, descrevê-los e relata-los para uma ação corretiva, simples, conciso, claro e errado. As auditorias não devem ser uma atividade de verificação, mas uma atividade de reunir informações, analisa-las para fazer julgamentos documentados sobre os sistemas. Os auditores não devem se concentrar no transitório, incidental ou trivial. As auditorias levam a melhoria contínua. Isso é uma velha afirmação que é frequentemente usada para justificar a existência e o crescimento dos programas de auditoria. Aceitar este fato, envolve dezenas de premissas bastante duvidosas. Elas partem da premissa que os colaboradores não podem desenvolver processos de auto-auditoria, capacitação e análise do processo e por conseguinte possuem uma vasta fonte de informação, não somente dependendo do feedback da auditoria. As auditorias não podem conduzir à melhoria contínua. Se conduzidas apropriadamente, podem contribuir, podendo até ser parte disso e este processo de melhoria contínua pode ser iniciado pela auditoria, mas deve ser conduzido pelo auditado. Os auditores internos devem seguir os preceitos dos auditores externos. A equipe de auditores externos, composta por uma, duas ou três pessoas chega para ver todo o sistema da empresa em um período de dois ou três dias. Visitam as instalações, falam com as pessoas e analisam criticamente os documentos. As auditorias internas não devem ser clones das externas, pois eles podem dispor de um tempo maior e podem fazer um trabalho mais elaborado. Capacidade de ouvir e falar. A condução eficiente depende exclusivamente da experiência técnica e da imagem que se projeta, por parte do auditor e do auditado. Sentimentos de medo, tensão e até estresse são fatores que podem atrapalhar o desempenho de uma auditoria, podendo gerar resultados negativos. A comunicaçãoverbal e a percepção é muito importante durante o processo. O auditor deve ser uma pessoa equilibrada, paciente e tolerante. É importante, quando possível desenvolver a empatia, forma de relacionamento entre as partes. TRABALHOS EM ALTURA – AUDITORIAS DE SEGURANÇA 9 Cada vez mais assistimos à tentativa de resolução de diversas obras ou serviços que implicam a realização de Trabalhos em Altura, através do inerente recurso às diferentes técnicas de Acesso Vertical, sem que se avalie convenientemente o tipo de trabalho a efetuar, o local a utilizar, a forma mais correta de como o desempenhar e/ou, sobretudo, os meios existentes para que tal aconteça nas devidas condições de segurança. Para que a Auditoria de Segurança se desenvolva convenientemente é preciso tocar nos aspetos mais importantes: 1. Levantamento das Necessidades Ao serem contatados para a execução de um trabalho em altura, devem desde logo ter em conta os seguintes pontos: * Tipo de trabalho; * Riscos envolvidos; * Local do serviço; * Condições existentes; * Tempo de execução; * Método a utilizar; * Periodicidade; * Nº de técnicos implicados; * Materiais necessários. A partir deste momento é possível ter uma 1ª ideia do serviço a realizar mas, obrigatoriamente, deverá ser feita uma deslocação ao local dos trabalhos para se efetuar uma avaliação mais concreta e pormenorizada, através de Auditoria de Segurança. Auditoria de Segurança 10 No local dos trabalhos, devem então procedera uma análise cuidada do serviço para que, numa 1.ª fase, se efetue a seleção do método de acesso ao local mais adequado, tendo em conta a seguinte prioridade de soluções de proteção e segurança: - Utilização de equipamentos de proteção coletiva * Recurso a meios mecânicos de elevação; * Colocação de redes de segurança; * Instalação de linhas de vida fixas ou temporárias; Ou, em alternativa e/ou complemento, - Utilização de Equipamentos de Proteção Individual * Recurso a meios manuais de elevação; * Recurso a técnicas de Acesso por Corda; * Seleção e utilização de EPIs Anti-Queda; * Aquisição dos materiais e ferramentas; * Organização do tempo e periodicidade das tarefas. Relatório da Auditoria de Segurança Como 3.º passo do processo para a execução do Trabalho em Altura, este deverá incluir e descriminar todos os elementos observados na Auditoria de Segurança e incluir fotos retiradas do local com as observações julgadas necessárias, bem como de plantas e/ou alçados dos locais em causa para que se possa identificar facilmente o que há para fazer, onde fazer e como fazer a respectiva obra ou serviço. O plano de Segurança e Saúde é outro elemento que deve acompanhar igualmente o Relatório da Auditoria de Segurança e onde, entre outras coisas, se deve juntar o seguinte: 11 - Identificação e carteira profissional dos Técnicos envolvidos * Certificados de formação de acesso vertical; * Certificados de formação em SHST; * Certificados de formação de Passaporte de Segurança; * Seguros individuais de Acidentes de Trabalho; * Seguro de Responsabilidade Civil de empresa; * Calendarização dos trabalhos; * Medidas de prevenção em SHST; * Alvará ou Título de registo emitido pelo lMOPPl (se for o caso). Proposta de Material e Serviço Chegados ao 4.º passo deste processo para a execução de um Trabalho em Altura, este deverá indicar de forma clara e inequívoca a respetiva proposta e as condições gerais de fornecimento, conforme a seguir descriminamos: - Proposta de Material e Serviço * Descrição do Serviço; * Indicação dos equipamentos e dos materiais; * Identificação dos seus preços unitários e totais; * Descrição dos testes e certificação dos equipamentos a instalar; - Condições Gerais de Fornecimento * Valor do iva; * Condições de pagamento; * Prazo e local de entrega; * Transporte do material;* Marca e origem do material; * N.º de Técnicos certificados envolvidos; * Prazo de execução e garantia; * Plano de Segurança e Saúde; * Legislação aplicável; * Relatório de certificação da instalação; 12 * Validade da proposta. Adjudicação e Execução dos Trabalhos Finalmente, no 5º passo deste processo de execução de um Trabalho em Altura, a adjudicação por parte do cliente final deverá refletir a total concordância com a proposta de material e serviço e a aceitação das condições gerais de fornecimento nela expressas, devendo ser oficialmente recepcionada de acordo com as seguintes opções: * Por correio eletrónico, desde que assinado; * Por fax, desde que assinado e carimbado; * Por carta ou requisição, desde que assinado e com a indicação do n.º de encomenda. No que respeita à execução do trabalho propriamente dito, a calendarização deverá ser respeitada e avaliada regularmente ao longo da prestação de serviço, bem como deverão ser respeitadas todas as condições de segurança e de risco inerentes, a fim de que os Técnicos de Trabalho em Altura envolvidos, desenvolvam convenientemente a obra, cumpram os objetivos propostos e sem que a sua vida jamais possa ser posta em perigo. Assim, certamente que uma boa Auditoria de Segurança nesta matéria implicará uma boa Prestação de Serviço e um Trabalho em Altura realizado com qualidade, de forma profissional e sem qualquer tipo de risco! Auditoria A importância da auditoria no sistema de gestão SST Para avaliar a eficácia do SGSST – Sistema de gestão da Segurança e Saúde no Trabalho, as normas sobre auditoria de segurança e saúde estabelecidas pela BEAC StandardsBoard – Standards for the Professional Practice of Environmental, Health and Safety Auditting (1999) fornecem elementos para realizar um processo sistemático e documentado de coleta e avaliação para verificação do meio ambiente, 13 saúde ou segurança de uma organização, a partir de critérios específicos predeterminados. Para a OHSAS 18001: Auditoria é um exame sistemático para determinar se as actividades e resultados relacionados estão em conformidade com as providências planejadas, e se essas providências estão implementadas efetivamente e são adequadas para atender à política e aos objetivos da organização. As auditorias podem ser conduzidas utilizando, isoladamente ou em conjunto, uma ou mais das seguintes referências: a) Requisitos contratuais; b) Normas de consenso internacional; c) Procedimentos internos dos sistemas de gestão presentes em manuais de gestão; d) Requisitos legais e outros subscritos pela organização; e) Acordos internacionais; f) Códigos de conduta entre indústrias; g) Requisitos do cliente. A British Standards Intitution – OHSAS 18001 especifica que a organização deve estabelecer e manter um programa e procedimentos para auditorias periódicas do SGSST, os quais deverão ser realizados de forma a: 1. Determinar se o Sistema de Gestão da SST: a) Está em conformidade com as disposições planejadas para a gestão da SST, inclusive os requisitos dessa especificação OHSAS; b) Foi devidamente implementado e estar devidamente mantido; c) É eficaz no atendimento à política e aos objetivos da organização 14 2. Analisar criticamente os resultados das auditorias anteriores; 3. Fornecer à administração informações sobre os resultados das auditorias. A auditoria tem valor quando faz parte do sistema de gestão como um todo e não como substituto dele e deve ser dirigida de forma sistemática, imaginativa e aplicada. A competência dos auditores e sua perceção diante da organização auditada, a independência e o processo de retroalimentação e tomada de decisões que apoiam as organizações para rever e ajustar o modo operacional que são de extrema importância. A auditoria é vista como uma ferramenta imprescindível para as organizações, não apenaspor fornecer um exame de factos consumados, mas principalmente, por orientar a otimização de procedimentos presentes e futuros. A auditoria é um dos itens chave do sistema que completa o ciclo de controlo e constitui a necessária retroalimentação do sistema de modo a permitir que a organização mantenha e desenvolva as suas capacidades para a prevenção de riscos. As constatações de auditoria são os resultados da avaliação de evidência da auditoria coletada, comparada com os critérios de auditoria, cuja constatação pode indicar: a) Conformidade ou não-conformidade com os critérios; b) Oportunidade de melhorias; c) Necessidade de follow-up. Portanto, a auditoria dispõe de instrumentos para comparar a realidade com os requisitos estabelecidos; concentra-se na verificação da aderência das atividades realizadas a certas normas e procedimentos na expectativa de buscar uma comparação entre “o que é” com relação ao “que deveria ser” e, como resultado dessa comparação, faz-se uma avaliação para as partes interessadas, conforme abaixo: a) O tomador de decisão deseja saber se os seus requisitos estão a alcançar os controlos necessários; b) Os acionistas querem saber se a organização está a ser gerenciada de maneira eficaz; 15 c) O poder público deseja saber se as leis estão a ser cumpridas Responsabilidade e Autoridade As responsabilidades e autoridades dos vários colaboradores da organização no Sistemas de Gestão da Qualidade - SGQ devem estar devidamente estabelecidas e ser do conhecimento geral dentro da organização. As responsabilidades e autoridades devem ser estabelecidas para as atividades relevantes do SGQ: * Implementação do SGQ; * Realização e manutenção do SGQ e seus processos. É fundamentar assegurar o enquadramento, campo de ação, motivação e comprometimento de todos os colaboradores da organização com atividades dentro do SGQ. No SGQ entende se por: Responsabilidades – atividades que os colaboradores têm de desempenhar. Autoridade - autonomia de decisão dos colaboradores. As responsabilidades e autoridade devem ser definidas para as funções dos colaboradores que: Gerem – todos os níveis hierárquicos Executam – funções mais relacionadas com as áreas produtivas/realização Verificam – funções mais relacionadas com o controlo e monitorização Esta metodologia aplica-se a todo o trabalho associado com o SGQ, o que significa, de modo geral, praticamente todas as funções da organização. Uma das formas mais usuais de definir a estrutura da organização é com representação gráfica de um organograma hierárquico. Auditoria interna 16 As auditorias internas são uma atividade que as organizações devem levar a cabo, de forma sistemática e a intervalos de tempo previamente definidos. As auditorias internas são uma fonte de informação essencial para a gestão da organização monitorar o seu SGQ com uma abrangência global. A informação recolhida das auditorias internas deve dar indicações sobre todos os aspetos relevantes do SGQ em que se destaca os seguintes: * A constatação, ou não, de que o SGQ da organização preenche e está conforme os requisitos da norma ISO 9001:2000; * A constatação, ou não, de que o SGQ da organização preenche e está conforme os requisitos da própria organização; * A constatação, ou não, de que os processos do SGQ estão devidamente implementados e são geradores de melhoria contínua da eficácia do SGQ, pela capacidade de cumprir ou não objetivos. O Processo de Certificação As várias entidades certificadoras que atuam em cada país têm as suas próprias metodologias e especificidades na condução dos processos de certificação. No essencial, uma vez que os referenciais são os mesmos, as entidades de certificação tendem a uniformizar os seus procedimentos. A candidatura e a auditoria inicial Um processo de certificação, depois de escolhida a entidade certificadora por parte da organização, é iniciado com um contato (normalmente escrito) em que a organização solicita à entidade certificadora o serviço de certificação do seu SGQ. A entidade certificadora responde a solicitar a preencher a ficha de candidatura para a instrução do processo. 17 Após a instrução do processo, a entidade certificadora solicita à organização a documentação do SGQ que entender (Manual da Qualidade, rede de processos, alguns processos, alguns procedimentos). Após a receção da documentação, está formalizada a candidatura da organização. A entidade certificadora, após a análise da documentação enviada e qualquer outra informação que entender, aceitará a candidatura ou não. A auditoria de concessão Independentemente das pré-auditorias realizadas (normalmente uma única), é marcada uma auditoria de concessão (de certificado). É esta auditoria que vale para a emissão do certificado de conformidade (ou não) ao Sistema de Gestão da Qualidade da organização. Após a realização da auditoria, a equipa auditora elabora um relatório de auditoria. Este relatório é elaborado normalmente no fim do último dia da auditoria, sendo de imediato disponibilizado aos responsáveis da organização. A auditoria de acompanhamento ou de seguimento. Após a análise dos dados fornecidos pela equipa auditora à respetiva da entidade certificadora, esta irá, ou não, emitir o certificado de conformidade do SGQ. Se o certificado for emitido, este é válido geralmente por três anos, não obstante serão realizadas as chamadas auditorias de acompanhamento do SGQ com uma periodicidade anual ou semestral. As auditorias de acompanhamento são auditorias mais “ligeiras”, quando comparadas com as auditorias de concessão. Destinam-se a garantir que o SGQ da organização segue um desenvolvimento normal, sendo a organização advertida a tempo de corrigir eventuais não-conformidades sem correr o risco de perder o certificado. O processo de decisão da certificação. O processo de decisão relativamente à certificação do Sistema de Gestão da Qualidade é iniciado após a entrega do relatório final da auditoria à entidade certificadora por parte da equipe auditora. A entidade certificadora tem ainda de receber a resposta da organização aos pedidos de ação corretiva (PAC) constantes no relatório da auditoria. Dependendo da metodologia das entidades certificadoras, a resposta pode ser enviada à equipa auditora ou a outros elementos da entidade certificadora. Com base 18 nesta resposta, quem analisar essas respostas emitirá o respetivo parecer, o qual será determinante para a emissão do certificado, ou não. DIVULGAÇÃO DA CERTIFICAÇÃO A divulgação da certificação é de interesse evidente para a organização. As próprias entidades certificadoras exigem que essa certificação seja feita, por terem todo o interesse em aparecer o mais possível no mercado como a entidade certificadora que certificou mais uma organização. MAIS-VALIAS DA CERTIFICAÇÃO DE TERCEIRA PARTE A certificação por terceira parte não significa por si só que o desempenho da organização melhore significativamente de forma automática, ainda que a melhoria contínua da eficácia do Sistema de Gestão da Qualidade seja um requisito da norma ISO 9001:2000. Evolução da certificação de terceira parte na Europa. O quadro apresenta dados relativos ao número de empresas que certificaram os seus sistemas de gestão da qualidade. A nova tendência da estratégia para o mercado europeu será a evolução dos sistemas de gestão da qualidade para que não fiquem balizados ou confortados apenas por serem certificados por terceira parte. Os melhores sistemas de gestão da qualidade serão aqueles que enveredarem pelo caminho da excelência e pela gestão pela qualidade total. AUDITORIAS DA QUALIDADE As auditorias aos Sistemas de Gestão da Qualidade (SGQ) são uma das mais importantes contribuições para a melhoria contínua da eficácia dos mesmos.As auditorias, pela importância e influência que têm na condução dos SGQ, obedecem a regras emetodologias bem definidas para que os seus efeitos se traduzam em melhorias para os SGQ. 19 Os responsáveis pela realização das auditorias, os auditores, devem preencher requisitos de qualificações e competências elevados, de modo a garantir a qualidade da própria auditoria. Os auditados devem ter conhecimentos relativamente aos processos de auditoria para que a sua postura como auditados seja a mais correta possível. Uma postura de abertura e disponibilidade de colaboração dos auditados, aliada ao conhecimento do desenrolar de uma auditoria da qualidade, são sem dúvida fatores que irão permitir um desenvolvimento do SGQ no sentido da sua melhoria. A NORMA ISO 19011 Linhas de Orientação para Auditorias a Sistemas de Gestão da Qualidade e/ou Gestão Ambiental Esta norma vem substituir uma série de normas que serviam de guias ou estabeleciam orientações para a realização de auditorias a Sistemas de Gestão da Qualidade e Gestão Ambiental. A norma vem clarificar alguns aspetos e objetivos relativamente às auditorias a sistemas da qualidade e gestão ambiental. Pretende-se, com esta norma, que as orientações sejam mais flexíveis, de forma a poderem ser aplicadas num universo de organizações mais vasto e diversificado. A norma prevê a aplicação de metodologias de auditoria que poderão diferir consoante a dimensão, atividade e complexidade das organizações a serem auditadas. O mesmo é aplicável aos objetivos e âmbitos das auditorias a serem conduzidas. ASPETOS GERAIS DAS AUDITORIAS As auditorias são uma atividade que têm vários aspetos em comum independentemente do tipo de auditoria e da entidade que as promove. São uma atividade que é feita de forma estruturada, planeada e sistemática, com periodicidades de realização previamente estabelecidas. Podemos identificar alguns pontos comuns a todas as auditorias: * Os auditores têm de ser independentes das áreas auditadas; 20 * Os aspetos a serem auditados são selecionados aleatoriamente, pelo que não se pretende o levantamento de todas as irregularidades das áreas auditada, mas qual o tipo de irregularidades existentes; * Uma irregularidade deve ser identificada de forma objetiva e fundamentada na confrontação das práticas com referenciais devidamente reconhecidos; * Os resultados das auditorias devem servir para encontrar oportunidades de melhoria em qualquer aspeto do SGQ; Verificar se as ações corretivas foram implementadas e controladas a fim de aferir da sua eficácia. AUDITORIAS COMO FERRAMENTA DE GESTÃO A auditoria é uma das atividades mais utilizadas em termos de gestão, tanto em gestão da qualidade como em gestão do ambiente. Pretende-se verificar o correto funcionamento, a manutenção e o desenvolvimento dos sistemas de gestão referidos. Podemos identificar alguns objetivos das auditorias: * Verificar se as atividades relativas à gestão da qualidade estão a decorrer como o planeado; * Qualificar a eficácia do sistema da qualidade; * Confrontar a conformidade do sistema da qualidade com os critérios da auditoria; * Verificar a qualidade da implementação do sistema da qualidade e a sua manutenção; * Determinar os aspetos que podem ser melhorados; * Aferir da capacidade da gestão em rever o sistema no sentido de assegurar a sua adequabilidade e melhoria da eficácia do sistema; * Avaliar se o sistema tem condições de cumprir um potencial contrato. 21 A NECESSIDADE DE AUDITORIA A importância das auditorias já foi referida em pontos anteriores. É um dos requisitos mais importantes da norma ISO 9001:2000, sendo por isso um dos requisitos mais importantes dentro do sistema de gestão da Qualidade. A auditoria é uma ferramenta de gestão que tem como principais objetivos: * Avaliar de o sistema está suficientemente e adequadamente documentado; * A manutenção e a eficácia do sistema de gestão da qualidade; * A adequabilidade e o nível de cumprimento dos procedimentos ou práticas da organização TIPOS DE AUDITORIAS Como já foi referido anteriormente, as auditorias têm vários aspetos em comum. Esta constatação subentende que existem vários tipos de auditorias, cada uma delas com os respetivos objetivos específicos. As auditorias podem ser classificadas em dois grandes grupos: * Classificação atendendo à entidade promotora; * Classificação atendendo às atividades a auditar. Esta classificação de auditorias pode ser subdividida nos seguintes tipos de auditorias: * Auditorias internas, também designadas de auditorias de 1ª Parte; * Auditorias de diagnóstico são auditorias de 1ª Parte; * Auditorias externas, também designadas por auditorias de 2ª ou 3ª Parte; * Auditorias suplementares, podem ser auditorias de 1ª, 2ª ou 3ª Parte. As auditorias de 1ª Parte são auditorias realizadas por iniciativa da própria organização, que visa a avaliação do sistema de gestão da qualidade internamente; As auditorias de 2ª Parte são auditorias externas realizadas por clientes ou potenciais 22 clientes da organização, que têm por objetivo esclarecer os clientes ou potenciais clientes relativamente ao grau de implementação do SGQ da organização e da sua capacidade; As auditorias de 3ª Parte são auditorias externas realizadas por entidades certificadoras. Auditorias Internas São auditorias de 1ª Parte. As principais características deste tipo de auditorias são: * A periodicidade com se realizam é relativamente curta, quando comparadas com as auditorias externas; * As ações corretivas identificadas são de mais fácil resolução; * São parte integrante e imprescindível como entrada para a revisão do sistema. Auditorias de Diagnóstico São auditorias de 1ª Parte. Têm objetivos específicos mais alargados na definição de planos de melhoria. As auditorias de diagnóstico não são requisito da norma ISO 9001:2000, são auditorias de iniciativa voluntária da própria organização com objetivos de identificar pontos de melhoria do sistema. As organizações que realizam este tipo de auditorias estão a ir mais além do que a norma exige, sintoma de que o sistema de gestão da qualidade é levado muito a sério pela organização, demonstrando um grau de maturidade elevado. Auditorias Externas São auditorias de 2ª e 3ª Parte, realizadas por iniciativa de entidades externas à organização. Têm por objetivo a verificação do cumprimento dos requisitos da qualidade por parte da organização auditada. Os requisitos podem ser requisitos das normas, dos procedimentos, do manual da qualidade, dos clientes, etc. Auditorias Suplementares Uma auditoria suplementar, como o próprio nome indica, é uma auditoria que se realiza fora do programa de auditorias previsto. Quando o sistema de gestão da qualidade sofreu alterações significativas que justifiquem a realização de uma auditoria, e por a auditoria programada mais próxima estar a uma distância temporal 23 demasiado elevada, a organização pode realizar uma auditoria suplementar de modo a auditar as alterações em tempo útil. Auditorias de 2ª Parte Especificamente, as auditorias de 2ª parte ainda se podem dividir em: * Auditorias diretamente relacionadas com aspetos contratuais: Auditorias relacionadas com projetos específicos; Auditorias relacionadas com aspetos contratuais: * Realização de um pré-contrato com vista a selecionar fornecedores, * Identificar requisitos a incluir no contrato;* Estabelecer níveis de controlo atendendo ao nível do SGQ da organização (inspeção de receção); * Contribuir para a melhoria do SGQ dos fornecedores; * Auditoria pós-contrato, para a verificação do cumprimento dos requisitos do contrato. * Auditorias de seguimento ao desempenho dos fornecedores habituais: destinam-se a encontrar e a sugerir melhorias nos SGQ dosfornecedores regulares. Auditorias de 3ª Parte Especificamente, as auditorias de 3ª parte ainda se podem dividir em: * Auditoria de concessão: auditoria da qualidade realizada por uma entidade certificadora, a qual irá verificar o cumprimento dos requisitos segundo um referencial (ISO 9001:2000, p. ex.), com vista à certificação do SGQ da organização auditada; * Auditoria de Seguimento: auditoria da qualidade destinada a avaliar os resultados e a adequabilidade da implementação de ações corretivas de não-conformidades detetadas em auditorias anteriores; * Auditoria de acompanhamento: auditoria da qualidade que visa verificar o modo como está a ser mantido o SGQ. Se a manutenção do SGQ for satisfatória, a respetivacertificação também será mantida; * Auditoria de Extensão: auditoria da qualidade destinada à extensão da certificação a áreas da organização ainda não abrangidas pela certificação anterior; 24 * Auditoria de Renovação: auditoria da qualidade destinada a renovar a certificação do SGQ. Este tipo de auditorias ainda se pode dividir em: * Auditoria ao Sistema: avaliação da eficácia dos vários aspetos dos sistemas relativamente à sua adequabilidade e aplicação; * Auditorias de processo: avaliação da eficácia dos vários aspetos de um processo, relativamente ao conhecimento, cumprimento e adequabilidade dos métodos específicos de produção e/ou fornecimento do produto e/ou serviço; * Auditorias ao Produto/Serviço: avaliação quantitativa da conformidade de um produto ou serviço tendo em conta as características que lhes são exigidas. PLANEJAMENTO DA AUDITORIA Os resultados de uma auditoria são uma fonte de informação que serve essencialmente para proporcionar melhorias de forma sistemática ao SGQ. Para se obter resultados fiáveis e credíveis das auditorias, é fundamental que o seu planeamento prévio seja o mais cuidadoso possível. O planeamento deve ser realizado segundo critérios decorrentes dos objetivos da auditoria e respetivos tipos. Plano de auditoria Os planos de auditoria devem ser adequados ao tipo de auditoria que se pretende realizar. Cada auditoria deve ter o seu plano especifico para ser mais fácil atingir os seus objetivos específicos. Apresentam-se a seguir um conjunto de elementos que podem fazer parte de um Plano de Auditoria (ISO19011): * Objetivos e âmbito; * Identificação dos indivíduos com responsabilidades significativas nos objetivos e âmbito; * Identificação dos elementos da equipa auditora; 25 * A língua da auditoria e do relatório; * As datas e locais; * Identificação das unidades orgânicas a serem auditadas; * O calendário e o tempo estimado para cada atividade a ser auditada, incluindo as reuniões a terem lugar; * Requisitos especiais de confidencialidade; * Documentos a serem retidos; * Conteúdo, formato e tipo de relatório; * Lista de distribuição do relatório. Objetivos da Auditoria Os objetivos devem ser claramente estabelecidos, para que o planeamento da auditoria tenha uma base sólida. As razões que levam a organização a realizar auditorias da qualidade podem ser as seguintes: * Averiguar da conformidade do sistema de gestão da qualidade com os requisitos da ISSO 9001:2000; * Avaliar o cumprimento dos requisitos legais e regulamentares aplicáveis; * Comparar os SGQ de diversas organizações candidatas a fornecedores. 26 PREPARAÇÃO DA AUDITORIA Criação da equipa auditora O responsável pelo programa de auditorias nomeia o auditor-coordenador da auditoria que vai realizar-se, ambos ou o coordenador da auditoria seleciona a restante equipa auditora. É necessário assegurar que nenhum elemento da equipa auditora participa ou tem responsabilidades diretas nas áreas ou atividades que vão ser auditadas. Documentação de suporte à Preparação da Auditoria Na preparação de uma auditoria da qualidade é necessário analisar pelo menos, os seguintes documentos: * Manual da qualidade; * Resultados das auditorias anteriores; * Relatórios de inspeção; * Descrição das funções dos colaboradores da organização; * Documentação vária que auxilie a conhecer melhor a área a auditar; * Fluxogramas dos processos e das atividades a auditar. É fundamental que a equipa auditora analise a documentação disponível antes de planear a auditoria, para que se possa inteirar o melhor possível relativamente a: * Políticas, objetivos e metas previstas para as áreas a auditar; * Quais os sistemas implementados na organização; * Qual a documentação disponível para avaliar o cumprimento, seguimento e eficácia dos sistemas. Com base nesta informação, a equipa auditora está em condições de: * Identificar as partes a auditar; Elaborar ou rever as respetivas listas de comprovação; 27 * Identificar quais as pessoas com maior influência na implementação das Políticas da Qualidade e/ou Ambiente; * Estabelecer o plano específico da auditoria em causa: Calendário; Áreas; Responsáveis. REALIZAÇÃO DA AUDITORIA A realização de uma auditoria é composta por várias fases: * Reunião prévia; * Metodologia da realização; * Reunião pós-auditoria; * Relatório de auditoria. AÇÕES PÓS AUDITORIA Os responsáveis pela área/entidade auditada devem responder por escrito às questões levantadas no relatório da auditoria, dentro do prazo estabelecido. A resposta deve ser feita no sentido de dar solução às irregularidades detectadas pela auditoria, deverão ser descritas as ações corretivas e/ou preventivas que a organização irá implementar, bem como os prazos da sua implementação. Área de auditoria A área de auditoria é definida após a análise conjunta do campo e do âmbito da auditoria. É ela que delimita de forma bastante precisa quais os temas da auditoria em função da organização a auditar e da natureza da auditoria. 28 Auditor interno É o responsável pela apreciação do sistema de controlo interno e que, através das suas avaliações e recomendações, contribui para o aumento da eficácia desse sistema. Apesar disso, ele nunca será responsável pela concepção, implementação, gestão e documentação do sistema de controlo interno da organização. Auditoria Processo sistemático que consiste no exame ou verificação objetiva das atividades e operações de uma organização. O objetivo desse exame é analisar a conformidade dessas atividades e operações em relação a determinadas regras e normas e aos objetivos definidos para essa organização. Deve ser realizada por uma pessoa idónea, tecnicamente preparada. A sua realização obedece a um conjunto de princípios, métodos e técnicas geralmente aceites, as quais permitem ao auditor formar uma opinião fundamentada e emitir um parecer acerca da matéria analisada. A auditoria permite identificar quaisquer tipos de desvios que possam vir a requerer uma ação corretiva e as suas conclusões e recomendações devem ser comunicadas a todos os detentores de interesse. Auditoria administrativa Auditoria cujo objeto de análise são, para além do plano da organização, os procedimentos e os documentos de suporte dos processos de tomada de decisão, que conduzem à autorização das operações por parte da Direção. Auditoria articulada Forma de implementação coordenada das auditorias internas e/ou externas, nas situações em que as responsabilidade estejam sobrepostas. Essa coordenação é feita por intermédio da comunicação recíproca da calendarização e dos resultados, 29 assim como da utilização comum de meios, com o objetivo de utilizar eficientemente os recursos que estejam à disposição da auditoria. Auditoria da informação histórica Este tipo de auditoria tem como objeto o conjunto de informação histórica, cuja análise é realizada, sempre, a posteriori. Auditoria da informação previsional ouprospetiva O conjunto da informação previsional ou prospetiva da organização é o objeto deste tipo de auditoria, sempre realizada a priori. Este tipo de auditoria baseia-se em técnicas de avaliação da validade das previsões. Auditoria das demonstrações financeiras Consiste no exame das demonstrações financeiras, através do qual se pretende emitir uma opinião acerca da sua conformidade, ou não, relativamente a critérios pré-estabelecidos, aos princípios contabilísticos geralmente aceites e às normas de contabilidade. Auditoria das práticas de gestão Auditoria de todos os sistemas e métodos utilizados pelos gestores para poderem tomar decisões, para garantir que estas são aplicadas e para apreciar em que medida os resultados esperados são ou não alcançados. Auditoria das tecnologias de informação Este tipo de auditoria incide na análise dos sistemas e ambiente informáticos de uma organização, da segurança das suas informações e das políticas e dos controlos organizacionais inerentes à área das Tecnologias de Informação da organização. 30 Auditoria de conformidade Consiste na verificação do cumprimento, por parte organização auditada, das condições, regras e regulamentos de diversas origens, tanto externos como internos. De uma forma geral, os resultados deste tipo de auditoria são comunicados à autoridade que esteve na origem dessas condições, regras e regulamentos. Auditoria de desempenho / de gestão É a apreciação e avaliação do desempenho global de uma organização e dos seus gestores. É o controlo de uma determinada entidade, programa, serviço, sistema ou área funcional, que incide na sua gestão, nomeadamente na utilização dos respetivos recursos que lhe foram confiados, segundo princípios, entre outros, de economia, eficiência e eficácia. Embora conceptualmente próxima da avaliação, com a qual partilha o objetivo de melhoria dos serviços ou programas, está mais fortemente preocupada com questões da boa gestão, enquanto a avaliação vai mais longe e se preocupa sobretudo com os resultados obtidos e os impactos gerados, bem como com questões como a relevância, pertinência ou sustentabilidade das intervenções públicas. Auditoria de fonte contratual Esta auditoria possui um carácter facultativo e tem origem num determinado contrato de prestação de serviços. Auditoria de fonte legal Auditoria que tem origem num normativo legal específico, possuindo um cariz obrigatório. 31 Auditoria de programas ou projetos O objetivo deste tipo de auditoria é proceder à apreciação/análise da execução de programas e projetos específicos. Esta auditoria pode dar origem, por sua vez, a auditorias horizontais. Auditoria de sistemas Auditoria que analisa os sistemas, especialmente o sistema de controlo interno da organização auditada e que procura identificar os eventuais pontos fortes e/ou deficiências desse controlo interno. Permite, desta forma, definir o local, a natureza e o âmbito dos trabalhos de auditoria considerados necessários para formular o seu parecer. Auditoria do planeamento estratégico Este tipo de auditoria consiste essencialmente na verificação do grau de concretização dos grandesobjetivos organizacionais, especialmente os objetivos de longo prazo, e se as políticas e estratégias estão a ser respeitadas ao nível da aquisição, utilização e alienação dos recursos da organização. Auditoria estratégica Auditoria que consiste em verificar se as decisões tomadas pela organização são consistentes com as políticas estratégicas previamente definidas. 32 Auditoria externa É toda a auditoria que é realizada por um organismo ou organização externa e independente em relação à organização auditada. O seu objetivo é, através da redação dos relatórios correspondentes, emitir um parecer sobre as contas e as declarações financeiras, a regularidade e legalidade das operações e a gestão financeira da organização a auditar. Auditoria financeira Consiste na análise, efetuada por um auditor, das contas, da situação financeira e da legalidade e regularidade das operações de uma organização. Após concluída essa análise o auditor poderá, ou não, emitir um parecer. Desta forma, neste tipo de auditoria pode incluir-se a: 1. Análise das contas e da situação financeira da entidade fiscalizada, com vista a verificar-se: a) Todas as operações foram corretamente liquidadas, ordenadas, pagas e registadas; b) Foram tomadas todas as medidas apropriadas com vista a registar com exatidão e a proteger todos os ativos, por exemplo: disponibilidades; investimentos; imobilizados; existências. 2. Análise da legalidade e regularidade, com vista a verificar-se: a) Todas as operações registadas estão em conformidade com a legislação geral e específica em vigor; b) Todas as despesas e receitas são, respetivamente, efetuadas e arrecadadas com observância dos limites financeiros e dos períodos autorizados; c) Todos os direitos e obrigações são apurados e geridos segundo as normas aplicáveis. 33 Auditoria geral Auditoria à totalidade da organização e suas operações. Auditoria horizontal É uma auditoria temática específica que se realiza simultaneamente junto de várias organizações ou serviços como, por exemplo, a auditoria informática. Auditoria integrada É uma auditoria realizada numa perspectiva de conjunto, incluindo simultaneamente a auditoria financeira e a auditoria operacional ou de resultados. Auditoria ocasional Como o próprio nome indica, é toda a auditoria que é realizada de forma esporádica e não programada, após ter sido feita uma solicitação pontual para a sua realização. Auditoria operacional A auditoria operacional consiste na análise e avaliação sistemática das áreas operacionais de uma organização. O seu objetivo é verificar se as atividades e/ou operações dessa organização respeitam os princípios da economia, eficiência e eficácia. Aplica-se a todas as fases: programação, execução e supervisão. Auditoria orientada Este tipo de auditoria caracteriza-se por analisar especificamente um 34 determinado sector, área, atividade ou tipo de procedimento em concreto. Auditoria parcial Tipo de auditoria que incide apenas num sector de uma organização, podendo analisar uma determinada atividade, operação ou projeto desse sector. Auditoria permanente Como o próprio nome indica, a auditoria permanente caracteriza-se por ser realizada de forma regular, permitindo um acompanhamento continuado. PROCESSO DE CERTIFICAÇÃO OHSAS 18001 Auditoria de concessão 1ª FASE - ESTUDO DA DOCUMENTAÇÃO E VISITA Verificar que a Estrutura do Sistema de GestãoSegurança e Saúde no Trabalho (SGSST) é baseada em: * Política de Segurança e Saúde no Trabalho * Identificação dos Perigos * Avaliação e controlo dos Riscos * Definição e Gestão dos Objetivos e Metas … e que esta Estrutura está Aditável; * Avaliar a confiança que pode ser atribuída ao: * Planeamento da auditoria e * À alocação de recursos para a fase de Auditoria (2ª Fase); 35 * Avaliar a confiança relativamente à análise da documentação; * Permitir à empresa o “feedback” da análise da documentação e da visita. Tem que ser obtida a informação necessária à determinação de que: Tem que ser obtida a informação necessária à determinação de que: Necessidade de disponibilizar esta informação para a 1ª fase podendo ser verificada em detalhe na 2ª fase: 2ª FASE DE AUDITORIA Aspetos a serem abordados no decorrer da auditoria: * OBRIGATÓRIO ACESSO AOS SEGUINTES ELEMENTOS: * Registo de Auditorias Internas (com o fim de avaliar a “confiança” destas e verificar se o Programade Auditorias foi elaborado tendo em conta a importância da segurança nas diferentes atividades da organização) * Procedimentos para Registo e Avaliação dos Perigos e Controlo dos considerados com risco não aceitável. (tem que ficar assegurado que a organização mantém a consistência dos Procedimentos de Identificação dos Perigos e Avaliação dos Riscos Associados, incluindo reavaliações); * Procedimentos, onde necessário, para o controlo riscos não aceitáveis e sua monitorização (tem que ficar assegurado que a empresa controla os seus riscos e faz a sua monitorização. No âmbito da monitorização é ainda fundamental a verificação periódica do cumprimento da legislação); * Evidências do Cumprimento da Legislação Aplicável A Empresa deve demonstrar que fez uma avaliação da legislação aplicável e deve evidenciar as ações implementadas no caso de um não cumprimento pontual). Benefícios da certificação 36 CONCLUSÃO Neste trabalho conclui que Os responsáveis pela área/entidade auditada devem responder por escrito às questões levantadas no relatório da auditoria, dentro do prazo estabelecido. As normas da auditoria seguem a seguinte diretriz estrutural como premissa “nada que vale a pena fazer é feito em demasia” e são fornecidas orientações detalhadas do começo ao fim sobre os rumos das ações e processos. O maior objetivo da segurança é impedir a concretização do risco, seja ele qual for. Os três elementos que compõem o triângulo do crime são a capacidade ou técnica, a motivação ou desejo e a oportunidade. As várias entidades certificadoras que atuam em cada país têm as suas próprias metodologias e especificidades na condução dos processos de certificação. No essencial, uma vez que os referenciais são os mesmos, as entidades de certificação tendem a uniformizar os seus procedimentos. 37 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS ABRUCIO, Fernando Luiz; LOUREIRO, Maria Rita. Finanças públicas, democracia e accountability. In: ARVATE, Paulo Roberto; BIDERMAN, Ciro. Economia do Setor Público no Brasil. Rio de Janeiro: Elsevier/Campus, 2004. BARROS, Elizabeth Ferraz. 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